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PROCESSOS
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
1.1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA ........................................................................................................... 3
1.1.1 - Governador Centrifugo ........................................................................................................ 3
1.1.2 - Controlador Pneumático ...................................................................................................... 4
1.1.3 - Controlador Eletrônico Analógico ........................................................................................ 5
1.1.4 – Controlador Eletrônico Digital ............................................................................................. 6
1.1.5 – Fieldbus .............................................................................................................................. 7
1.2 - CONCEITOS DE CONTROLE ................................................................................................... 9
1.2.1- Objetivo ................................................................................................................................ 9
1.2.2- Etapas e componentes responsáveis .................................................................................. 9
1.3.1- Controle Manual ................................................................................................................. 10
1.3.2- Controle Automático ........................................................................................................... 11
1.3.3- Auto-Operado ..................................................................................................................... 12
1.4 - ATRASOS DE PROCESSO ..................................................................................................... 13
1.4.1- Tempo morto ...................................................................................................................... 13
1.4.2- Capacitância ....................................................................................................................... 14
1.4.3- Resistência ......................................................................................................................... 15
2- CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................ 16
2.1- PROCESSOS DE FABRICAÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA ........................................... 16
2.1.1- Processo Contínuo ............................................................................................................. 16
2.1.2- Processo Descontínuo ....................................................................................................... 16
2.2- PROCESSOS MONOVARIÁVEIS E MULTIVARIÁVEIS .......................................................... 16
2.3- PROCESSOS NATURALMENTE ESTÁVEIS E INSTÁVEIS ................................................... 18
2.3.1- Processo naturalmente estável .......................................................................................... 18
2.3.2- Processo naturalmente instável ......................................................................................... 19
3- AÇÕES DE CONTROLE ................................................................................................................... 22
3.1- MODO DE ACIONAMENTO DO CONTROLADOR .................................................................. 22
3.1.1- Acionamento Direto ............................................................................................................ 23
3.1.2- Acionamento Indireto.......................................................................................................... 23
3.2- CONTROLE ON/OFF ................................................................................................................ 24
3.3- CONTROLE PROPORCIONAL ................................................................................................. 25
3.3.1- Erro de off-set ..................................................................................................................... 26
3.3.2- Ganho proporcional (Kc) .................................................................................................... 26
3.3.3- Faixa proporcional .............................................................................................................. 26
3.4- CONTROLE PROPORCIONAL + INTEGRAL (PI) .................................................................... 29
3.4.1- Taxa de Reset x Tempo Integral ........................................................................................ 29
3.5- CONTROLE PROPORCIONAL + DERIVATIVO (P+D) ............................................................ 30
3.6- CONTROLE PROPORCIONAL + INTEGRAL + DERIVATIVO (P+I+D) ................................... 31
4- MÉTODOS DE SINTONIA DE MALHAS .......................................................................................... 34
4.1- MÉTODO DE APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS....................................................................... 34
4.2- MÉTODOS QUE NECESSITAM DA IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO (BROIDA) ............... 34
4.2.1- Processo estável ................................................................................................................ 35
4.2.2- Processo instável ............................................................................................................... 35
4.3- MÉTODO DE ZIEGLER NICHOLS EM MALHA FECHADA ..................................................... 36
4.4- MÉTODO DE ZIEGLER NICHOLS EM MALHA FECHADA (CURVA DE REAÇÃO) ............... 38
5- ESTRATÉGIAS DE CONTROLE ...................................................................................................... 41
5.1- FEEDBACK................................................................................................................................ 41
5.2- FEEDFOWARD (ANTECIPATIVO) ........................................................................................... 41
5.3- CASCATA .................................................................................................................................. 42
5.4- RELAÇÃO (RAZÃO) .................................................................................................................. 43
5.5- SPLIT RANGE (FAIXA DIVIDIDA)............................................................................................. 44
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 47
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1 - INTRODUÇÃO
O primeiro registro histórico de um controlador data 1788, chamado governador centrifugo, foi
desenvolvido por Matthew Boulton em parceria com James Watt, criador da máquina a vapor que
impulsionou a revolução industrial do séc. XVII.
O governador centrifugo, apresentado na Figura 1, é um dispositivo mecânico que possibilita
controlar a velocidade de um motor através da variação (manipulação) da quantidade de combustível
admitido, de forma a manter uma velocidade aproximadamente constante, qualquer que seja a carga
de trabalho. Sendo assim, mesmo que uma locomotiva a vapor daquela época estivesse em uma
subida (carga maior) ou em uma descida (carga menor), descarregada ou carregada, este sistema
manteria sua velocidade constante, logicamente com consumo de combustível (vapor) diferente. Usa
o princípio de controle proporcional, onde a correção é definida pela intensidade do erro, como
veremos a diante.
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Figura 2: Mecanismo de atuação do governador centrifugo
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calibrações. Foram utilizados por mais de 40 anos e substituídos pelos controladores eletrônicos
analógicos.
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1.1.4 – Controlador Eletrônico Digital
Os controladores eletrônicos digitais começaram a ser produzidos no Brasil por volta de 1986.
Nestes controladores o processamento do sinal não é contínuo, como acontece no eletrônico
analógico. Ou seja, o sinal de entrada não é o mesmo sinal processado, nem o mesmo sinal enviado
para saída. O sinal de entrada é amostrado, convertido em digital (por um conversor A/D) e
processado por um circuito secundário durante um período de tempo e, após este tempo, é
novamente amostrado. Este tempo de processamento (chamado de scan, ou tempo de ciclo) é uma
característica importante do ponto de vista dos algoritmos implementados. A Figura 7 mostra um
controlador eletrônico digital.
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Figura 8: Esquema de ligação controlador Single Loop
Com o avanço dos microprocessadores estes controladores passaram a poder controlar mais
de uma variável no mesmo instrumento, são chamados de controladores multi-loops. Por possuírem
poder de processamento, estes controladores impulsionaram o aparecimento das redes de
comunicação e começou-se a pensar na chamada inteligência distribuída, também chamada de
controle distribuído. A Figura 9 apresenta o controlador eletrônico digital multi-loop.
1.1.5 – Fieldbus
O fieldbus, do inglês field (campo) bus (barramento), podendo então ser traduzido como um
conjunto de barramentos de campo. É um conjunto de protocolos de comunicação, que possibilitam
que dispositivos de campo possam se comunicar entre si e a sala de controle. Surgiu como uma
alternativa ao sinal analógico de 4-20 mA, que exigia um volume de cabos muito grande. Nestes
protocolos, o transmissor, que era utilizado para envio do valor da variável de processo, passa a
também realizar o controle da variável. Estes dispositivos estão interligados entre si através de um
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mestre, que envia os dados para a sala de controle através de um cabeamento único, havendo ainda
a possibilidade de redundância deste.
a) Hart
b) Foundation Fieldbus
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Figura 12: Esquema de ligação planta didática SMAR Foundation Fieldbus
1.2.1- Objetivo
O controle automático tem como objetivo manter uma determinada variável, ou condição do
processo em um valor fixo. Este valor, denominado setpoint, tem como característica a maximização
da produtividade, redução geral dos custos, e manutenção do processo em um regime de
funcionamento seguro.
Por exemplo, um processo que envolve uma reação química, física ou biológica, no qual a
temperatura do produto que esta sendo processado é controlada, o valor desejado da temperatura
(setpoint) é definido como o valor que torna o processo o mais produtivo possível, a um menor custo
de produção e de forma segura. Considerando que a temperatura que mantém o processo com as
características citadas seja 80°C, o setpoint da malha de temperatura deste processo será 80°C.
Desta forma, o sistema de controle irá atuar para manter este valor fixo, mesmo que outros fatores,
como a variação da temperatura de entrada do produto, por exemplo, sejam alterados.
Para que se consiga manter a variável no setpoint são necessárias 4 etapas, executadas
pelos instrumentos da malha de controle. A primeira etapa consiste em medir o valor da variável,
etapa esta realizada pelo elemento sensor acoplado a um transmissor, que transforma o valo medido
em um valor padrão e envia para o controlador. A segunda etapa consiste em comparar o valor
medido com o valor desejado (SP). Esta etapa é realizada pelo controlador, que com esta
comparação obtém o valor do erro (E = VP - SP). O valor do erro, obtido pelo controlador na segunda
etapa, será utilizado na terceira etapa, pelo mesmo instrumento, para definir o sinal de saída a ser
enviado para o elemento final para corrigir o erro detectado. Por fim, a quarta etapa, é a aplicação da
correção conforme o sinal enviado pelo controlador.
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Etapa 1: O sensor mede o valor da variável, e um transmissor acoplado a este transforma o sinal de
medição em um sinal padrão (3-15 PSI, por exemplo) e envia para o controlador;
Etapa 2: O controlador compara o valor medido com o valor desejado (SP) e obtém o erro;
Etapa 3: O controlador, de acordo com o valor do erro, define o quanto deverá atuar e envia este sinal
para o elemento final;
Etapa 4: O elemento final de controle, a partir do sinal enviado pelo controlador, aplica a correção ao
processo.
O controle manual utiliza pouca tecnologia, por isso, integrou os primeiros processos
industriais. Neste tipo de controle é indispensável à intervenção de um operador, que modifica os
parâmetros do processo de modo a manter a variável no valor desejado. Como exemplo, podemos
utilizar um trocador de calor, no qual um operador realiza o controle de forma manual, conforme é
apresentado na Figura 13.
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1.3.2- Controle Automático
Para ilustrar, utilizaremos o trocador de calor, utilizado anteriormente como exemplo para o
controle manual, e modificaremos este para funcionar de forma autônoma. Desta forma, o operador
será substituído por um instrumento (controlador) que realizará as duas etapas antes realizadas por
ele (comparar o valor medido com o desejado e definir o quanto atuar), conforme apresentado na
Figura 14.
Controlador de painel
No exemplo anterior o controlador esta instalado no campo, como era comum no inicio dos
sistemas automáticos, exigindo que o operador esteja no campo, para monitorar o funcionamento do
sistema de controle. Isso reduzia a possibilidade de monitoração de malhas distante fisicamente uma
das outras por um mesmo operador (exigindo mais operadores), e mantinha o operador exposto ao
risco apresentado pelo processo. Nos sistemas atuais, este operador esta em uma sala de controle
central, exigindo que o sinal medido seja enviado para este local, onde o controlador (instrumento
caro e sensível) esta instalado, reduzindo o risco apresentado tanto ao operador quanto ao
controlador. O envio do sinal de medição não padrão (mV) do sensor diretamente para o painel de
controle, geraria falhas devido a interferências (ruído) no sinal durante a transmissão gerado, ou,
devido à resistência do cabeamento (que iria gerar perda de carga no sinal em mV enviado pelo
termopar). Isto faria que a sinal lida pelo controlador fosse diferente da enviada pelo sensor. Para
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corrigir isto se torna necessário o uso de um transmissor, mudando um pouco o sistema do exemplo
anterior. Como apresentado no fluxograma da Figura 15.
Controlador Fieldbus
Vale também destacar que, existe a possibilidade de o transmissor estar fazendo o papel e
controlador, como é o caso dos transmissores fieldbus, neste caso o próprio transmissor é também
controlador, instalado próximo ao sensor e dispensa outro instrumento. Então, o sinal do sensor é lido
pelo transmissor/controlador que compara o valor medido com o desejado, obtendo o valor do erro.
Mediante o valor do erro, define o quanto deverá atuar e envia este sinal para o elemento final poder
corrigir o erro existente. Um dispositivo central (mestre), instalado no campo, recebe os dados de
todos transmissores, e envia para o painel de controle em forma de pacotes, utilizando um
cabeamento único. Isto possibilita a monitoração das malhas sem a necessidade de muitos cabos.
1.3.3- Auto-Operado
No controle auto-operado a energia necessária para movimentar a parte operacional pode ser
obtida diretamente, através da região de detecção, do sistema controlado. Deste modo, este controle
obtém toda a energia necessária ao seu funcionamento do próprio meio controlado. Este controle é
largamente utilizado em aplicações de controle de pressão. A Figura 16 mostra um exemplo típico de
sistema de controle de pressão mínima de combustível, utilizando uma válvula auto-operada.
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Para entender o sistema auto-operado descrito acima, vamos imaginar o sistema de injeção
de combustível em um forno industrial. Caso a temperatura do forno esteja acima do valor desejado,
o sistema de controle irá enviar para a Válvula A (NF) o comando para que esta reduza sua abertura.
Considerando a possibilidade do sinal enviado para esta válvula ser de uma intensidade tal que a
feixe completamente, a vazão de combustível seria completamente cortada, cessando o fernecimento
de combustível aos queimadores. Isto faria com que a chama do interior do forno se apagasse, sendo
necessário o reacendimento deste. Para que isto não aconteça, existe outro ramo, paralelo, de
entrada de combustível, onde está instalada a Válvula B, auto-operada. Quando a Válvula A do ramo
principal estiver aberta, haverá pressão nesta linha. Uma ligação desta linha com a Válvula B irá
transmitir esta pressão, fazendo com que válvula B (NA) se feche. Desta forma toda injeção de
combustível estará sendo manipulada pelo sistema de controle principal, sem a influência do ramo
secundário, possibilitando um controle mais preciso.
Quando a Válvula A do ramo principal estiver fechada, cessará a pressão nesta linha, e
consequentemente a injeção de combustível pelo ramo principal. Isso fará com que a pressão
enviada para a Válvula B (NA) seja nula, fechando-a. Isto manterá uma pressão residual pelo ramo
paralelo, não permitindo que o fornecimento de combustível aos queimadores cesse e a chama se
apague.
Tempo morto é definido como o intervalo de tempo entre o instante em que o sistema sofre
uma variação qualquer e o instante em que esta variação começa a ser detectada pelo elemento
sensor. Como exemplo, iremos utilizar um sistema de controle de temperatura apresentado na Figura
17.
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1.4.2- Capacitância
Capacitância pode ser definida como uma medida das características do processo, quanto ao
armazenamento, ou transferência de energia (material), em relação a uma quantidade unitária de
alguma variável de referência. Em outras palavras, é a relação entre mudança na quantidade
armazenada ou transferida, a cada unidade alterada da variável em questão.
Por exemplo, a capacitância de um reservatório é relacionada à variável nível. Neste caso,
cada unidade de altura armazena uma determinada quantidade de material. Quanto maior a
quantidade de produto armazenada em uma determinada altura maior será a capacitância do
reservatório. Desta forma, quanto maior for diâmetro (largura, dimensão horizontal) do reservatório,
maior será a quantidade de liquido armazenada dentro deste, a cada unidade a altura, e
consequentemente sua capacitância.
Vale destacar que a capacitância nada te a ver com a capacidade. A capacidade é definida
pelo volume que um reservatório é capaz de armazenar. Ou seja, o volume total do reservatório
independente de seu formato. Para ilustrar isto, podemos utilizar a Figura 18. Os 2 reservatórios têm
mesmo volume, consequentemente mesma capacidade (100m³). Porém, a quantidade de fluido
armazenada a cada unidade de altura do reservatório da esquerda 12,5m³ a cada metro de nível
analisado. Enquanto o reservatório da direita armazena 25m³ a cada metro de nível analisado. Sendo
assim o reservatório da direita tem maior capacitância.
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1.4.3- Resistência
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2- CARACTERÍSTICAS
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Um processo é definido como monovariável ou multivariável de acordo com a existência ou
não de interação entre uma ou mais variáveis deste. Mais especificamente um processo é
multivariável quando a variável manipulada por uma determinada malha afeta outra malha,
requerendo que o sistema de controle da malha afetada atue de modo a eliminar o erro. Com
exemplo utilizaremos um processo no qual há uma malha de nível e uma malha de temperatura,
apresentado na Figura 21.
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Figura 24: Diagrama de blocos da malha de nível
Logicamente, um processo no qual há apenas uma malha é caracterizada como um processo
monovariável.
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Figura 26: Resposta ao distúrbio de um processo naturalmente estável
Costuma-se denominar o comportamento da curva de reação de um processo naturalmente
estável de curva a partir do gráfico do comportamento do processo mediante ao degrau aplicado,
podemos obter informações do processo que serão essências para sua interpretação e sintonia.
Estas informações serão utilizadas posteriormente na sessão de métodos de sintonia de
controladores, para definir os valores de P, I e D. A Tabela 1 detalha cada um dos parâmetros de
resposta do processo estável.
Tabela 1: Parâmetros de resposta do processo estável
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
Intervalo de tempo entre a aplicação de degrau e o início
d
da evolução da variável do processo.
(Tempo morto)
d = t1 – t0
Intervalo de tempo entre a aplicação de degrau até o
T instante onde a variável do processo atingir 95% de seu
(Tempo de estabilização) valor final (critério de 5% de tolerância).
T = t2 – t0
K Relação entre a variação de PV e a variação MV
(Ganho estático) K = ΔPV/ΔMV
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Figura 27: Processo naturalmente instável
Considerando o nível inicialmente estabilizado, gera-se um degrau na variável manipulada,
aumentando a abertura da válvula. Isso irá aumentar a vazão de entrada, gerando um aumento no
nível do reservatório (VP) e consequente aumento da coluna liquida existente neste. Assim como no
exemplo anterior, o aumento da coluna liquida irá causar uma maior pressão hidrostática na parte
inferior do reservatório, mas não influenciará na vazão de saída. Isso se dá, pois a bomba manterá a
vazão de saída constante independente da coluna liquida.
Desta forma, o degrau gerado na válvula, aumentará a vazão de entrada, mas devido a
bomba, a vazão de saída será mantida constante, fazendo que o nível do tanque continue
aumentando, como representam os gráficos da Figura 28.
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Tabela 2: Parâmetros de resposta do processo instável
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
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3- AÇÕES DE CONTROLE
O controle automático efetua sempre a medição variável de processo (VP), compara-se este
valor medido com o valor desejado (SP). A diferença entre estes dois valores é então processada
para que seja calculado o valor da variável manipulada (VM) para finalmente modificar ou não a
posição do elemento final de controle. O processamento é feito em uma unidade chamada unidade
de controle através de diferentes cálculos matemáticos. Cada tipo de cálculo, denominado ação de
controle, influencia de uma forma diferente a saída do controlador e tem o objetivo de tornar os
efeitos corretivos no processo em questão os mais adequados.
Existem dois modos de acionamento do controlador, ação direta e inversa e 4 tipos de
ações básicas de controle que podem ser utilizados isoladamente ou associados entre si.
As ações de controle são:
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Figura 29: Caldeira de produção de Vapor
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3.2- CONTROLE ON/OFF
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Figura 31: Comportamento oscilatório do controle On/Off
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Considerando o exemplo anterior, pode-se ilustrar este erro da seguinte forma. Um aumento
na vazão de saída irá gerar uma redução do nível e consequente aumento da vazão. No momento
que a nova vazão de saída for de mesma intensidade que a vazão de entrada após a aplicação da
correção o processo se estabilizará, num valor diferente do inicial. Como não haverá variação do
nível, também não haverá variação da abertura da válvula, isso fará que a variável se estabilize fora
do valor desejado, gerando o erro de off set.
Ganho (Kc, Ko ou Gp) é a relação entre a variação de saída do controlador para válvula e a
variação da entrada do controlador (variável). Quanto maior for o ganho, maior será a variação da
saída do instrumento, para uma mesma variação da variável. Ou seja, o instrumento reagirá mais
fortemente quanto maior for o seu ganho.
Matematicamente temos:
Kc = s/e
A Figura 33 apresenta o comportamento de um determinado processo para diferentes
intensidades de ganho proporcional. Quanto maior a intensidade do ganho maior será a correção
para uma mesma intensidade de erro, sendo assim, um ganho alto faz que com que um pequeno erro
gere uma grande correção, e que o processo oscile. Além disto, quanto maior for a intensidade do
ganho mais rápido o sistema de controle agirá para corrigir o erro, não permitindo que este erro atinja
valores maiores, consequentemente reduzindo a intensidade do erro de off-set. Note porém, que um
aumento do ganho grande reduz o erro de off-set, mas nunca o elimina.
Faixa proporcional (FP), ou Banda proporcional (BP), pode ser definida como a percentagem
do range de medição que corresponde ao curso completo do elemento final de controle. A faixa
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proporcional é normalmente expressa em percentagem. Por exemplo: se a banda proporcional (BP) é
20%, significa que uma variação de 20% no erro produzirá uma variação de 100% na saída, ou seja,
a válvula se moverá de totalmente aberta para totalmente fechada ou vice-versa. Se a BP for maior
que 100%, não promoverá o curso completo da válvula, como mostra a Figura 34.
Figura 34: Relação entre alteração da variável controlada e a alteração da variável manipulada
Matematicamente:
Kc = 1/BP
ou
Kc = 100/BP
(quando em percentagem)
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Figura 35: Resposta do controle puramente proporcional a diferentes valores de FP
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O sistema terá o comportamento adequando, restando o erro de off-set característico da ação
puramente proporcional, quando o valor do ganho for reduzido em relação ao valor que torna o
processo criticamente estável (ou FP aumentado), como mostra a Figura 38.
Como visto anteriormente, a única forma de se eliminar o erro de off-set de forma automática
é incluir uma outra ação, além da ação básica (proporcional), que consiga atuar, mesmo quando o
processo estiver estabilizado fora do valor desejado. Esta ação, denominada integral, executa
automaticamente um reajuste, similar ao ajuste manual que seria efetuado pelo operador para
eliminar o off-set.
A integral ocasiona uma correção proporcional não apenas à amplitude do desvio, como
também o tempo que este permanece. Porém, não é utilizada sozinha, pois corrige muito lentamente.
Desta forma, no controlador PI o modo proporcional é responsável por estabilizar a variável e corrigir
os erros instantaneamente enquanto o modo integral, se encarrega de eliminar, ao longo do tempo, o
off-set característico deixado pelo modo proporcional.
O ajuste do controlador integral é descrito pelo tempo integral (TI) em minutos, ajustado no
controlador. Define-se como sendo o tempo necessário para que a ação integral repita uma vez o
efeito da ação proporcional. A taxa de reset (reset rate ou R) é outra maneira de definir o tempo
integral e se expressa como sendo o número de vezes que a ação integral repete o efeito da ação
proporcional no tempo de 1 minuto.
Matematicamente:
Tr = 1/Ti
Onde, a Taxa de Reset (Tr) é representada em repetições por minuto e o Tempo Integral (Ti)
em minutos por repetição. A Figura 39 apresenta o comportamento do sistema de controle PI de um
dado processo, com ação proporcional (Kc) constante, para diferentes intensidades de ação integral
(Ti).
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Figura 39: Resposta do controle proporcional integral a diferentes valores de Ti e Tr
Quanto maior for o Ti mais lenta será a correção, pois um maior tempo será necessário para
repetir a correção executada pela ação proporcional. Quanto maior for o Tr mais rápido será a
correção, pois se repetirá mais vezes a correção executada pela ação proporcional num intervalor de
1min. Vale ressaltar que, uma variação na ação proporcional (Kc ou FP) do controlador PI geraria
uma alteração tanto da ação proporcional como da ação integral (dada em função da repetição da
primeira). Já uma alteração da ação integral (Tr ou Ti) gera uma alteração apenas na ação integral.
Para se eliminar a ação integral num controlador PI, deve-se atribuir valor máximo quando a integral
for representada por Ti (tempo tão alto para repetir a proporcional que faria tender a zero). Ou,
quando representado por Tr, atribuir valor zero (repetir 0 vezes a proporcional após 1min).
Como visto anteriormente o modo integral, apesar de eliminar o erro de off-set, aumenta o
tempo de estabilização, o que se acentua ainda mais em variáveis com atraso de processo elevado.
Sendo assim, em processos como temperatura, os modos P ou PI não teriam um resultado
satisfatório. Para isto, se utiliza o modo derivativo, que gera uma correção proporcional à velocidade
do de variação do erro. Quando a variável se afasta do set-point, o modo derivativo faz com que a
saída varie mais do que ocorreria somente com o modo proporcional. Como consequência, a variável
tende a se aproximar mais rapidamente do set-point. Quando a variável está retornando ao set-point,
o modo derivativo exerce uma ação contrária, reduzindo as eventuais oscilações e diminuindo o
tempo de estabilização, diferente do que se houvesse somente a correção proporcional. O efeito
estabilizante do modo derivativo permite que se utilize uma faixa proporcional menor, ocasionando
um off-set menor. Note-se, entretanto, que o modo derivativo não é capaz de eliminar o off-set, visto
que não exerce qualquer ação quando se tem um desvio permanente.
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É definido como o tempo em minutos em que o modo derivativo adianta o efeito do modo
proporcional. Quanto maior o tempo derivativo (Td), mais forte é a ação derivativa, tempo este
expresso em minutos. A Figura 40 apresenta o comportamento do sistema de controle PD de um
dado processo, com ação proporcional (Kc) constante, para diferentes intensidades de ação
derivativa (Td).
Resulta da associação dos três tipos de controle, o controle PID reúne o poder de eliminar o
erro de off-set a uma atuação rápida, gerando um menor tempo de estabilização. A Figura 41
apresenta um comparativo entre o controle P, PI e o PID.
Analisando o gráfico, o controle puramente proporcional, logo estabiliza a variável, mas gera
o erro de off-set, assim como permite um máximo desvio (máximo sobre sinal) grande. Já o controle
PI gera uma correção ao longo do tempo que o erro permanece, de modo que elimina o erro de off-
set, diminui o máximo sobre sinal, porém aumenta significativamente o tempo de estabilização. Por
fim, o controle PID, elimina o erro de off-set (devido a ação integral), num tempo de estabilização
menor que o controle PI, com um máximo sobre sinal reduzido.
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Figura 41: Comparativo entre as ações P, PI e PID
De forma resumida, o controle PID tem três parâmetros de ajuste, ganho ou (faixa
proporcional), taxa de reset (tempo integral) e tempo derivativo. Utilizado quando se deseja uma
grande rapidez de correção, ausência de off-set, aliados a um desvio máximo reduzido. Em geral, não
há necessidade de ação derivativa no controle de nível e pressão. No caso de vazão, utilizam-se os
modos proporcional e integral. A adição do modo derivativo em vazão se torna contraproducente. O
modo derivativo é adicionado normalmente no controle de temperatura por ser considerado uma
variável de reação lenta.
Proporcional:
Integral:
Elimina o erro de off-set e reduz o máximo sobre sinal, mas aumenta o tempo de
estabilização da variável.
Sua intensidade é dada em função da intensidade do erro e do tempo que este
permanece.
Derivativa:
Estas são associadas de acordo com o processo, para que se tenha o melhor desempenho
possível, e variam quanto à intensidade de acordo com o processo ao qual será aplicado. Para definir
a intensidade de cada uma destas ações, realiza-se a chamada sintonia do controlador, que será
detalhada na próxima sessão.
A Figura 42 representa a correção gerada por cada uma das ações de controle, e pela
associação delas, para erros típicos de processos industriais.
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Figura 42: Correção gerada pelas ações para erros típicos de processos industriais
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4- MÉTODOS DE SINTONIA DE MALHAS
Após estudarmos as ações de controle e a forma com que estas atuam no processo, veremos
agora como definir a intensidade correta de cada uma destas ações. Antes de iniciar a sintonia de um
controlador é necessário definir a ação de controle que será executada pelo controlador (direta ou
inversa).
É importante destacar que o valor das ações obtido na sintonia de um processo varia de
acordo com os parâmetros deste. Sendo assim, alteração do diâmetro de uma válvula, por exemplo,
ou até mesmo a modificação do ponto de ajuste (SP) exigirá uma nova sintonia.
No decorrer deste curso utilizaremos 3 métodos de sintonia:
1. Aproximações Sucessivas (tentativa e erro);
2. Método por identificação do processo (Broida);
3. Método de Ziegler Nichols.
O método de sintonia PID por aproximações sucessivas pode ser resumido nos seguintes passos:
Obs. 1- A cada alteração no ganho, seja em KP, Ti (Tr) ou Td é necessário gerar um novo erro no
processo, para que a alteração seja mais perceptível. Sendo assim a cada alteração provoca-se uma
variação no Setpoint (5 a 10 %);
Obs. 2- O valor de Kp quando o processo oscila continuamente é chamado de ganho crítico Kcr;
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• Do tipo de processo (estável ou instável).
Após identificar o processo seguindo o modelo de primeira ordem com tempo morto (método
de BROIDA), utiliza-se a Tabela 3 para calcular as ações de controle a serem colocadas no
controlador, dependendo de sua estrutura. Estes valores permitem obter uma resposta bem
amortecida.
A escolha do modo de regulação está ligada a controlabilidade do sistema que é determinada
pela relação entre e .
Obs.: Ganho Estático, Gs = PV/MV
Se a razão / :
For maior que 20 deve-se utilizar controlador ON/OFF;
For menor que 2 deve-se utilizar PID com malhas múltiplas (cascata, por exemplo).
Tabela 3: Processos estáveis
MODO DE REGULAÇÃO
PI PI PID PID PID
AÇÃO P Série Série
Paralelo Paralelo Misto
Após identificar o processo seguindo o modelo de integrador puro com tempo morto
(BROIDA), utiliza-se a tabela para calcular as ações de controle a ser colocada no controlador,
dependendo de sua estrutura. Estes valores permitem obter uma resposta bem amortecida.
A escolha do modo de regulação está ligada a controlabilidade do sistema que é determinada
pela relação entre k e .
Se o produto k .:
For menor que 0,05 deve-se utilizar controlador ON/OFF;
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Estiver entre 0,05 e 0,1 deve-se utilizar controlador P;
For maior que 0,5 deve-se utilizar PID com malhas múltiplas (cascata, por exemplo).
Após definir quais ações de controle (modo de regulação) deverão ser implementadas, deve-
se utilizar a Tabela 4 para calcular a intensidade de cada ação, seguindo as formulas
correspondentes ao tipo modo de regulação.
MODO DE REGULAÇÃO
PI PI PID PID PID
AÇÃO P Série Paralelo Série Paralelo Misto
0,8. θ 0,8. θ 0,8. θ 0,8. θ 0,8. θ 0,8. θ
Kp
K. K. K. K. K. K.
K. 2 K. 2
Ti Máx. θ 4,8. 5,2.
0,15 0,15
0,35
Td Zero Zero Zero 0,4. 0,4.
K
Após calcular as ações de controle, é necessário efetuar um teste através distúrbios gerados
no processo, como a mudança no SP, para verificar a qualidade da resposta. Se os resultados
obtidos não são forem satisfatórios, deve-se verificar se a estrutura do controlador esta correta com a
utilizada para cálculos ou reajustar as ações de controle PID em função da identificação do processo.
Este método é utilizado tanto para processos instáveis quanto para processos estáveis, mas
não é adaptado para processos rápidos (vazão, por exemplo) nem processos com grande tempo
morto. O método consiste em colocar a variável controlada em oscilação constante. O período de
oscilação T e o ganho crítico que gerou a oscilação Kcr, permite calcular as ações de controle a ser
ajustada no controlador. Estes cálculos dependem da estrutura do controlador (série, paralelo ou
misto) e do modo de controle utilizado (P, PI, PID).
O critério de performance pelo método Ziegler e Nichols da uma resposta com um
amortecimento por período na ordem de 1/4 (0,25), conforme mostrado na Figura 43.
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Este método é dividido nos seguintes passos:
1. DETERMINAR Kcr e T:
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2. CALCULAR A INTENSIDADE DAS AÇÕES:
Após obter os valores de Kcr e T, usar a Tabela para calcular a intensidade das ações que
serão ajustadas no controlador.
Vale destacar que neste método de sintonia tanto processos estáveis quanto estáveis
utilizam esta tabela.
MODO DE REGULAÇÃO
PI PI PID PID PID
AÇÃO P Série Série
Paralelo Paralelo Misto
Kcr Kcr Kcr Kcr Kcr Kcr
Kp
2 2,2 2,2 3,3 1,7 1,7
T 2.T T 0, 85.T T
Ti Máx.
1,2 Kcr 4 Kcr 2
T T. Kcr T
Td Zero Zero Zero
4 13,3 8
Este método consiste de uma regra prática que a curva de resposta do processo a um degrau
permite a retirada de parâmetros que o caracterizem. A partir destes parâmetros efetua-se o cálculo
da sintonia do controlador PID para aquele sistema.
Os passos para executar o método são:
1- Isolar ao máximo a malha que irá ser sintonizada quanto a fontes de distúrbios e
ruídos;
2- Passar o controlador para manual;
3- Estabilizar a variável de processo próxima ao valor do SP variando manualmente a
saída do controlador;
4- Efetuar um degrau variável manipulada que seja suficiente para provocar uma
resposta significativa, porém que não cause danos tanto à planta quanto ao seu produto.
5- Colher as curvas de reação do processo:
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Figura 47: Resposta processo estável
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MODO DE REGULAÇÃO
AÇÃO P PI PID
Kp T 0,9T 1,2T
K .d K .d K .d
Ti Máx. d d
0,3 0,5
Td Zero Zero 0,5d
MODO DE REGULAÇÃO
AÇÃO P PI PID
Kp 1 0,9 1,2
K. θ K. θ K. θ
Ti Máx. 3θ 2θ
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5- ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
5.1- FEEDBACK
Feedfoward é uma estratégia de controle que se antecipa ao erro, isso se dá, pois nesta
estratégia a variável medida é a variável distúrbio. O controlador ao receber a informação de que
houve alguma alteração nesta altera a variável manipulada fazendo com que o distúrbio seja
compensado antes de afetar a variável de processo.
Sendo assim, nesta estratégia, a correção é aplicada antes da detecção do erro, desta forma,
em processos lentos, como de temperatura, esta ação se apresentaria como estratégia adequada.
Porém, como nesta estratégia a variável de processo não é lida, caso haja algum distúrbio diferente
do que esta sendo medido, este não é detectado, e o sistema de controle não conseguirá garantir a
manutenção da variável no setpoint.
Como exemplo, utilizaremos o mesmo processo de nível do exemplo anterior, diferindo
apenas quanto a estratégia de controle usada, como apresentado na Figura 50. O sistema de
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controle feedfoward realiza a leitura da vazão de saída (distúrbio), e envia um sinal para a válvula
para que esta abra ou feche, variando assim a vazão de entrada (VM). Desta forma, caso haja um
aumento na vazão de saída do reservatório (variável distúrbio), o sistema de controle atuaria na
variável manipulada (vazão de entrada) antes mesmo de o nível variar, não permitindo assim que
ocorra o erro.
Porém, considerando a possibilidade de evaporação do produto, ou qualquer outro fator que
influencie o nível, além da vazão de saída, não seria detectado. Sendo assim, não seria possível
garantir a manutenção do nível no setpoint, o que inviabiliza sua utilização nos processos indústrias,
é considerada uma estratégia de controle em malha aberta.
5.3- CASCATA
A estratégia de controle em cascata se difere das anteriores por utilizar 2 malhas de controle
integradas. É implementada quando a malha de controle simples já não permite resultados
satisfatórios, principalmente em processos de grande inércia (atraso de processo), e quando o
processo possui uma contínua perturbação na variável manipulada.
Nesta estratégia, assim como nas demais, a variável de processo é medida e comparada com
o set point, pelo controlador, que então define o quanto deverá atuar. Porém, a saída deste
controlador, denominado mestre (ou primário), não é enviada diretamente para um elemento final
como nas demais estratégias, mas para outro controlador, denominado escravo (ou secundário). Este
último realiza a medição da variável manipulada do processo, compara com o SP enviado do
controlador mestre e atua de modo a eliminar o erro existente na variável de processo. Sendo assim,
o controlador mestre possui um SP fixo, realiza a comparação deste com a variável de processo, e
define o SP da variável manipulada. A diferença quando comparada a estratégia de controle feedback
é que a atuação realizada na variável manipulada é dada em função de um valor definido. Em outras
palavras, mesmo que algum fator relacionado à vazão de entrada gere a variação desta, a malha
escrava irá manter esta variável num valor tal que mantenha a variável de processo no SP.
Como exemplo utilizaremos o processo de controle de nível dos exemplos anteriores,
considerando que a vazão de entrada do fluído tenha uma pressão muito variante, isto faria com que
uma mesma abertura da válvula gerasse vazões de entrada diferentes. Sendo assim, quando se
utiliza a estratégia de controle feedback, a vazão de entrada seria variante gerando oscilação da
variável de processo. Porém, utilizando a estratégia de controle cascata no mesmo processo, a malha
escrava manteria a vazão de entrada constante, no valor definido pelo controlador mestre, mesmo
que a pressão na estrada variasse. A Figura 51 apresenta o exemplo citado.
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Figura 51: Controle Cascata
Note então, que a estratégia de controle cascata possui uma malha de controle feedback
normal, no exemplo utilizado a malha mestre (de nível) que cascateia uma malha escrava, malha esta
que controla a variável manipulada, evitando a ocorrência de distúrbios na variável de processo, de
modo semelhante a estratégia de controle feedforward. Podemos afirmar então que a estratégia de
controle em cascata além de possuir uma ação corretiva do erro, através da malha mestre, consegue
oferecer uma ação preditiva, através da ação da malha escrava.
A estratégia de controle relação se difere das demais, por não ter como objetivo a
manutenção da variável de processo num valor determinado. Esta ação tem como objetivo manter a
proporção entre 2 variáveis (na grande maioria vazão). Sendo assim, esta estratégia realiza a
medição de uma determinada variável e a partir desta medição define o quanto deverá atuar para que
seja mantida uma proporção entre esta e outra.
Como exemplo, utilizaremos um processo de produção de suco da fruta, apresentado na
Figura 52, onde o suco é obtido a partir da mistura de água e um concentrado. Para que o sabor
característico do suco seja mantido é necessário manter a proporção correta de água e concentrado,
para isso utiliza-se o controle relação.
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a vazão de água. Então, o sistema de controle em relação, como dito antes, atuará para manter a
proporção entre a vazão de entrada de água e vazão de entrada de concentrado. Para isto, um
sensor de vazão instalado na linha de entrada de água, medirá a intensidade desta, um transmissor
enviará este valor para um conversor que realizará o calculo do quanto deverá haver de vazão de
entrada de concentrado para que a proporção (%) seja mantida constante. O resultado do calculo do
conversor é o SP do controlador de vazão, definindo assim o quanto a malha de vazão de entrada de
concentrado (malha pilotada) deverá manter de vazão. Então, a malha pilotada realiza a medição da
vazão atual de concentrado, compara com o set point, enviado pela malha piloto, e define a abertura
da válvula de concentrado.
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atuar na faixa de 9 a 15 PSI, de modo que em 9 PSI ela esteja fechada e em 15 PSI ela esteja
totalmente aberta.
Utilizando um controlador que possibilite que o mesmo sinal de saída seja enviado para 2
posicionadores diferentes. Caso a vazão de saída estivesse muito baixa, o nível tenderia a aumentar,
gerando a redução do sinal de saída do controlador, fazendo-o trabalhar numa saída baixa, entre 3 e
9 PSI. Assim, apenas a válvula de menor diâmetro seria utilizada, possibilitando um ajuste mais
preciso no caso de uma demanda de saída baixa. Caso a demanda aumentasse, o nível tenderia a
diminuir, fazendo que o sinal de saída do controlador aumentasse, mudando para uma faixa entre 9 e
15 PSI, sendo assim a válvula de menor diâmetro seria mantida totalmente aberta, e a atuação seria
realizada pela válvula de maior diâmetro. A Figura 54 apresenta o comportamento das válvulas neste
processo.
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Figura 56: Abertura das válvulas em um controle de nível Split Range
Um exemplo típico de controle Spit Range é utilizado no separador de água e óleo,
apresentado na Figura 57. Neste processo, para que seja possível separar a água do óleo, utiliza-se
o fenômeno físico da decantação. Uma válvula instalada na parte superior do reservatório separador
é responsável pela retirada do óleo, menos denso, que ocupa a parte superior. Outra válvula,
instalada na parte inferior, é responsável pela retirada da água, menos densa, que ocupa a parte
inferior. Para que sai na parte inferior apenas água e na parte superior apenas óleo, um sensor de
nível (por empuxo) mede a interface entre a água e o óleo e envia para o controlador para que este
gere uma saída de modo que a mantenha num valor intermediário.
Figura 57: Figura 58: Controle Split Range separador de água e óleo
Para que o sistema seja funcional, assim como no exemplo hipotético anterior, as válvulas
são calibradas para que trabalhem em faixas diferentes. Desta forma, uma redução no nível de água
(interface água e óleo) gera uma redução no sinal de saída do controlador (redução da pressão),
consequente fechamento da válvula inferior (saída de água) e abertura da válvula superior (saída de
óleo). Já o aumento do nível de água, gera um aumento no sinal de saída do controlador,
consequente abertura da válvula inferior (saída de água) e fechamento da válvula superior (saída de
óleo).
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BIBLIOGRAFIA
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