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XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008 1

O IMPACTO DA SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E


TECNOLOGIA SOBRE O CONHECIMENTO DE FÍSICA DE ALUNOS
DE ENSINO MÉDIO
THE IMPACT OF THE NATIONAL WEEK OF SCIENCE AND
TECHNOLOGY ON THE KNOWLEDGE HIGH SCHOOL STUDENTS
HAVE OF PHYSICS
Ângela Maria Hartmann 1, Erika Zimmermann 2, Saulo Silva Diniz 3
1
Programa de Pós -Graduação em Educação, FE/UnB , angelahart@unb.br
2
Programa de Pós-Graduação em Educação, FE/UnB, erika@unb.br
3
Professor da Rede Particular de Ensino do DF, professorsaulo@hotmail.com

Resumo

Tornar a Física mais popular é uma das propostas da organização da


Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que, assim, têm buscado uma
maior participação de estudantes do Ensino Médio como expositores durante o
evento . Este trabalho examina o impacto sobre o interesse, a aprendizagem e a
motivação para estudar Física de alunos de uma escola do Distrito Federal que se
engajaram como expositores na SNCT de 2007. Além disso, examina-se se essa
participação foi favorável à popularização da Física na escola como um todo. Por
meio de entrevistas individuais e em grupos focais com estudantes e professores
participantes do evento, constatou-se que o estudo e a aprendizagem foram
estimulados nos alunos expositores. Os alunos esforçaram-se para aprender Física
para: (a) responder às perguntas feitas pelo público durante o evento; (b) montar os
experimentos apresentados e que ilustravam fenômenos físicos, e (c) interagir com o
público e explicar adequadamente os fenômenos . A motivação para aprender Física
também cresceu nos estudantes por causa (a) da atuação intensa e constante dos
professores que os orientaram; e (b) da ampliação da auto-estima em relação à sua
capacidade de explicar conceitos e fenômenos físicos . Esse aumento fortaleceu o
interesse deles em aprofundar seus conhecimentos e alguns começam a pensar em
seguir carreiras na área de Física O impacto nos alunos da escola que não foram
expositores, porém, não teve a mesma amplitude.

Palavras-chave: Educação não-formal, Exposições de Física, Interação e Semana


Nacional de Ciência e Tecnologia.

Abstract

To turn Physics into a more popular subject has been a one of the goals of
the Brasilian National Science and Technology Week (Semana Nacional de Ciência
e Tecnologia, SNCT). This work examines the impact that the SNCT has had, in
2007, on the interest and motivation of secondary students who have planned and
constructed exhibits to be presented during the event. It also discusses whether
students’ participation has promoted physics’ popularization in their school as a
whole. Individual interviews and focus group interviews have show n that these
students were encouraged to study physics. Data analisis has shown that they end
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up motivated to learn physics. The reasons that have lead to it were the need to: (a)
reply the questions asked by the public during the exhibitions; (b) organize the
exhibits to ilustrate physical phenomena; (c) provide proper explanations about the
exhibits to their peers. Other reasons to enhance students’ motivating to study
physics were: (a) the intense and constant support of their supervising teachers; and
(e) the increase in students’ self-esteem with regard to their ability to explain physics’
concepts and phenomena. This way it has strengthened students’ interest in making
deeper studies of physics. The SNCT did not have the same impact on other
students of the school who did not participate during the week.

Keywords: Non-formal education, physics education, National Science and


Technology Week.

Introdução
Popularizar a ciência tem sido uma das metas da política brasileira para
promover a inclusão social. A expectativa é de que a aquisição de conhecimentos
básicos sobre ciência e tecnologia, através de atividades educacionais não-formais,
aumente a capacidade das pessoas entenderem seu entorno. Outra meta a ser
alcançada através de atividades de popularização da ciência (PC) é a de fomentar o
interesse pelo conhecimento científico e tecnológico, principalmente entre os jovens,
levando-os a seguir carreiras científicas (MOREIRA, 2006, p. 11). Atualmente, a PC tem
sido interpretada como um instrumento para tornar disponíveis conhecimentos e
tecnologias que ajudem a melhorar a vida das pessoas, dando suporte a
desenvolvimentos econômicos e sociais sustentáveis (KEMPER; ZIMMERMANN;
GASTAL, 2007).
Ações de PC podem apoiar as atividades escolares, no entanto, não podem ser
entendidas apenas pelo seu caráter complementar ao ensino formal. Defendemos que
elas devem desempenhar o papel de conexão ativa entre a ciência e a sociedade, para
ampliar a possibilidade de entendimento que as pessoas têm dos resultados e dos
processos de trabalho da ciência. A PC pode contribuir para que o conhecimento
científico e tecnológico, que é parte da cultura, seja reconhecido como tal e como
componente da ciência social, em efetiva integração cultural, lingüística, social e
econômica. Para que isso ocorra, é fundamental ampliar os cenários da ciência e da
tecnologia, promover a integração entre educação formal e não-formal e aproximar o
conhecimento científico e tecnológico dos cidadãos (MERINO, 2003). Além disso, a
escola não tem como levar, rapidamente, tanto conhecimento para os cidadãos. Como
escreve Gaspar (1993):
Mesmo que a escola fosse, por hipótese, uma instituição eficiente, fiel a
seus objetivos, livre das críticas e queixas que atualmente se voltam contra
ela até nos países desenvolvidos, ser-lhe-ia impossível abarcar todo esse
conhecimento. Não há tempo, não há espaço em seus limitados currículos e
programas e, mais ainda, não há como acompanhar o vertiginoso progresso
científico e tecnológico dos nossos dias (p. 32).

As atividades de PC surgem, nesse contexto, como importantes ferramentas


educativas. Inseridas no âmbito social através de uma variedade de meios de
comunicação, permitem que se leve informação científica aos mais variados públicos,
nos mais diferentes locais. Na conjuntura da educação científica, a PC pode aliar-se ao
ensino formal na construção de uma sociedade letrada cientificamente, capaz de refletir
criticamente e atuar a respeito dos assuntos de ciência e tecnologia em seu contexto.
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O conhecimento científico é simbólico por natureza, constituindo -se a partir de


uma construção humana desenvolvida para interpretar e explicar fenômenos (DRIVER
et al., 1999, p. 31). Isso significa que esse tipo de conhec imento precisa, de alguma
forma, ser comunicado para ser compreendido e aceito e, assim, tornar-se parte do
patrimônio cultural das pessoas. O conhecimento científico se torna público à medida
que é comunicado pelas instituições sociais. Para isso, tanto a escola, como espaços
de educação não-formal, são contextos em que o letramento científico pode acontecer à
medida que o conhecimento científico se torne acessível, popular e compreensível para
as pessoas.
Por outro lado, de acordo com Dennis Bartels, presidente do Technical
Education Research Center, existe a tendência de alguns extremistas acharem que
tudo que se faz no ensino formal em relação à aprendizagem das ciências está errado e
que o ensino não-formal é muito melhor. Para Bartels: “O que falta, na verdade, é algo
para que as crianças e os adolescentes possam aprender efetivamente e isso pode
acontecer tanto na escola quanto num espaço informal1. Só é necessário descobrir o
que é esse ‘algo’” (ROSENFELD, 2005). Esse “algo”, para Bartels, envolve entender
como crianças e adolescentes aprendem conceitos de Física, Química, Biologia e
Matemática e criar uma metodologia capaz de facilitar o ensino desses conceitos.
Defendemos que essa metodologia passa por uma maior aproximação entre
escola e centros de ciências de modo que a curiosidade e o interesse despertados
pelas experiências vivenciadas pelos estudantes em um centro/museu de ciências
sejam aprofundados na escola por meio de estudos sistemáticos. É difícil para a maioria
das escolas reunir, ou reproduzir, os artefatos científicos e tecnológicos apresentados
em centros/museus de ciência. Por outro lado, não é objetivo dos espaços não-formais
promover o ensino metódico e sistemático realizado nas instituições formais de ensino,
mas em muitos casos existem parcerias entre as duas instituições que podem trazer
benefícios para a aprendizagem de conceitos físicos e de sua aplicação cotidiana em
artefatos tecnológicos (CABRAL, 2005).
Nessa linha de aproximação entre a educação formal e não-formal, Silva Júnior
(2004) sugere a participação direta e ativa de alunos da educação básica nos
programas de atividades dos centros/museus de ciências . Os alunos teriam na sua
grade curricular um horário específico para atuar nos espaços de educação não-formal,
sendo supervisionados por um professor da escola e/ou um professor da universidade
ou centro/museu.
Tendo em vista essas considerações, a pesquisa aqui relatada tem por objetivo
examinar se a aproximação escola-espaço não -formal pode tornar a Física mais
interessante e atrativa para os estudantes. O que se examina, especificamente neste
trabalho, é o impacto sobre as idéias e os conhecimentos que estudantes de Ensino
Médio (EM) têm sobre a Física depois de participarem como expositores na IV Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada em Brasília, em 2007. Outro
objetivo desta pesquisa é examinar se a participação, de alguns alunos, como
expositores, teve impacto sobre a escola como um todo, favorável ao estudo e à
popularização da Física.

1
O que no Brasil denomina-se de educação não-formal, em outros países é denominado de educação informal.
Mesmo no Brasil há discordâncias sobre a melhor maneira de denominar processos educativos que acontecem
fora da escola.
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A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT)

Segundo Moreira (2007), a SNCT é uma iniciativa para que agentes da esfera
pública compartilhem conhecimentos científicos com o público visitante e as escolas
possam ter acesso a essa informação. Desde que foi instituída, em junho de 2004,
centenas de atividades, promovidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, já
aconteceram em diversas cidades brasileiras. Essas atividades buscam aproximar
crianças e jovens estudantes da Educação Básica das instituições de pesquisa com o
objetivo de estimular o interesse e aumentar o conhecimento da população sobre idéias
científicas e artefatos tecnológicos. Participam dessas atividades universidades,
institutos de pesquisa, centros e museus de ciência e tecnologia, parques e jardins
botânicos, fundações de amparo à pesquisa, entidades científicas e tecnológicas,
órgãos governamentais, empresas públicas e privadas, entidades da sociedade civil
escolas públicas e privadas etc. As atividades são variadas e incluem experimentos,
filmes, exposições, palestras, oficinas, jogos, teatro e música com o objetivo de explorar
a curiosidade, estimulando o interesse pela ciência e a tecnologia. A cada ano cresce o
número de municípios que promovem o evento, o de instituições que dele participam e
de visitantes. O quadro a seguir fornece uma idéia do crescimento desse evento.
Quadro 1 - Participações na SNCT (Fonte: MCT, 2008)
Ano 2004 2005 2006 2007
Instituições participantes 257 844 1.014 1.400
Municípios participantes 252 332 400 400
Atividades realizadas 1.848 6.701 8.654 10.000
No caso particular de Brasília, a exposição montada, em 2007, no espaço ao
largo do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, ocupou quatro mil metros
quadrados com mais de 70 estandes e reuniu cerca de cinco a seis mil pessoas por dia
(MCT, 2008).

É possível aprender Física fora da escola?

Nos dois últimos séculos, a ciência e a tecnologia desenvolveram-se


vertiginosamente, conquistando um papel central na vida moderna. No entanto, para
que as pessoas possam participar ativamente dessas conquistas , usufruindo os
benefícios desse desenvolvimento e da conseqüente modernização da sociedade,
torna-se cada vez mais importante seu letramento científico. Para tal, são
fundamentais ações educativas que possam contribuir para a formação de cidadãos
críticos, capazes de apreciar a ciência como parte da cultura, de procurar o seu
próprio enriquecimento cultural e científico, de questionar o conhecimento difundido
pela mídia e de interagir de forma consc iente com o mundo ao seu redor. Como
instituição destinada à educação formal dos indivíduos, é papel da escola promover
o letramento científico em suas três dimensões:
a aquisição de um vocabulário básico de conceitos científicos, a
compreensão da natureza do método científico e a compreensão sobre o
impacto da ciência e da tecnologia sobre os indivíduos e a sociedade
(BRASIL, 2006, p.18).
A expectativa é que a educação científica seja promovida pela escola, como
instituição formal de aculturamento da sociedade. Contudo, de acordo com Fensham
(apud CAZELLI; MARANDINO; STUDART, 2003, p. 84), o conhecimento científico
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que o público adulto tem sobre temas científicos atuais e relevantes não advém das
experiências escolares e sim da ação da divulgação científica, da mídia eletrônica de
qualidade e da atuação dos museus de ciência, que trazem para as suas exposições
tanto os conhecimentos científico/tecnológicos clássicos, quanto temáticas atuais
e/ou polêmicas.
De acordo com Marandino et al. (2006), “os museus são considerados fontes
importantes de aprendizagem e contribuição para a aquisição, ampliação e
refinamentos da cultura da sociedade” (p. 161). Museus de ciência e instituições que
promovem práticas educativas, mesmo não tendo como fim único promover o
letramento científico, contribuem para ampliar o conhecimento das pessoas sobre a
ciência e a tecnologia. As atividades de educação não-formal realizadas por essas
instituições, geralmente na forma de eventos como exposições públicas, são maneiras
de atualizar o conhecimento científico da população em geral e popularizar a ciência.
A orientação curricular para a Educação Básica, por sua vez, é que “o aluno
compreenda as ciências e as tecnologias como um conjunto de conhecimentos
produzidos coletivamente pela humanidade” (BRASIL, 2006, p. 36). Esses
conhecimentos geram as técnicas e os procedimentos do trabalho produtivo, colocando
como exigência do processo educativo estimular o aluno a buscar o conhecimento por
iniciativa própria, mesmo fora da escola. A idéia é “expor o aluno à multiplicidade de
enfoques, informações e conhecimentos” (idem, p. 37), tornando-o capaz de perceber
as múltiplas interfaces de cada disciplina e de relacionar fenômenos, conceitos e
processos.
As investigações em relação à eficácia da aprendizagem escolar de visitantes
acentuaram -se nas últimas três décadas do século XX. Contudo, estudos mais recentes
têm mostrado que é necessário levar em conta vários parâmetros para “verificar a razão
do efeito positivo, mas às vezes indiferente, das visitas escolares” (MARANDINO, 2006,
p. 96). De acordo com Borun et al. (1983)2, o ganho cognitivo de uma visita a uma
exposição museológica é o mesmo de uma palestra, mas o aprendizado nesse espaço
está associado ao prazer e ao estímulo em aprender e não tanto na aquisição de
conceitos.
Quando se pensa no papel educativo que as exposições científicas podem
assumir é importante examinar como a aprendizagem pode acontecer nelas. Levando
em conta a experiência de exposições em museus, Cazelli, Marandino e Studart (2003,
p. 95) ressaltam que o processo de aprendizagem nesses espaços é freqüentemente
centrado nas exposições e o diálogo entre elas e o público resulta em diferentes estilos
e formas de interpretação. Contudo, de acordo com as autoras, as pesquisas têm
mostrado que os visitantes têm expectativas diferentes em relação à aprendizagem.
Alguns preferem uma experiência de aprendizagem informal, descrita na literatura como
“livre-aprendizagem”, enquanto outros preferem uma experiência educacional mais
direcionada sob a chancela de monitores, curadores ou professores.
De qualquer forma, a parceria museu-escola é importante para que o processo
de socialização do conhecimento aconteça de modo mais efetivo, pois “ações em
parceria possibilitam aos alunos experiências de aprendizagem diferentes daquelas
tradicionalmente privilegiadas em sala de aula” (KÖPTCKE, 2003, p. 112). A parceria
com a escola implica a abertura para um atendimento especialmente voltado para o

2
BORUN, M. et al. Planets and Pulleys: studies of class visits to science museums . Phyladelphia: Franklin
Institute, 1983. Mencionado em Martins (2006).
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público escolar, de modo que os serviços de mediação cultural e de educação das


instituições sejam realizados com o fim de facilitar o acesso dos estudantes ao
patrimônio e à cultura.
Tendo em vista as considerações acima, acreditamos que, mesmo que para
alguns alunos a visita ao local onde acontece a SNCT possa representar apenas um dia
de passeio ou um evento isolado no cronograma escolar, se ela for previamente
preparada pelo(s) professor(es) e a exposição for atrativa do ponto de vista técnico, isso
pode fazer com que, ao menos, os estudantes se interessem um pouco mais por
ciência. Sendo o ambiente onde acontece a exposição relaxado e lúdico, ele pode
favorecer a interação do estudante com a ciência de forma a suscitar nele
perguntas/respostas que não lhe ocorreriam em uma situação de ensino formal. Como
resultado da participação no evento, as aulas na escola podem se tornar mais
importantes para discutir o que os estudantes viram, ou aprenderam, e aprofundar
aquelas questões que lhe chamaram atenção.

Aprendendo Física fora da escola

A situação examinada neste trabalho envolve a participação de um grupo de


trinta estudantes da Educação Básica (quatro de oitava série e o restante das três
séries do Ensino Médio) como expositores durante a SNCT realizada em outubro de
2007. Os estudantes são alunos de uma escola particular do Distrito Federal,
convidada a apresentar o trabalho realizado por professores e alunos na área de
Ciências da Natureza.
Devido às características peculiares da situação investigada, a pesquisa teve
um caráter qualitativo e se carac teriza como um estudo de caso3. Para reunir
informações, que respondessem aos objetivos da pesquisa, foram realizadas
entrevistas 4 individuais e em grupos focais 5. As informações, reunidas com esses
procedimentos, foram analisadas para um exame do impacto que a participação dessa
escola na SNCT teve sobre as idéias e o desempenho em relação à Física dos alunos
expositores e sobre a escola. Mais especificamente, examinou-s e (a) se as concepções
dos alunos sobre a Física mudaram após a participação no evento ; (b) se ocorreu
algum tipo de aprendizagem de Física e/ou como/por que ela ocorreu , do ponto de vista
dos professores e dos alunos participantes, (c) se há um maior envolvimento dos alunos
com a Física após a participação no evento; (d) a repercussão, entre professores e
demais alunos, da participação da escola na SNCT. Foram entrevistados quinze
alunos 6 em dois grupos focais. As entrevistas individuais foram feitas com quatro
professores, três de Física e um de Química, que supervisionaram as atividades dos
alunos durante o evento.
A escola optou por mostrar na SNCT alguns experimentos de Física, Química e
Biologia, que fossem de execução simples, mas intrigantes para os visitantes.
Inicialmente, o coordenador pedagógico, que também é professor de Física, mobilizou
os professores da área e depois passou de sala em sala convidando os alunos a

3
Estudo de caso: “estratégia de pesquisa” que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto
da vida real”(YIN, 2005, p. 32 e 33).
4
Entrevista: técnica para obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano e que oferece
flexibilidade para o entrevistador esclarecer o significado das perguntas e adaptá-las às pessoas e circunstâncias
(GIL, 1999, p. 118).
5
Grupos Focais: conjunto de pessoas reunidas por pesquisadores para comentar a partir da sua experiência
pessoal um tema que é objeto de pesquisa (GATTI, 2005, p. 7)
6
Um desses alunos é atualmente ex- aluno.
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participar da exposição. Dentre os que se apresentaram, nem todos se interessavam


por Física, muitos se envolveram por ser um evento em que representariam a escola.
Os trinta alunos (grande grupo) foram divididos em grupos e cada um dos seis
professores da área responsabilizou -se por um desses grupos Cada grupo, junto com
seu professor orientador, escolheu e montou um experimento que, em um primeiro
momento, foi apresentado e explicado para os alunos do grande grupo. Desse modo,
todos conheciam os trabalhos e cada um tinha condições de explicá-los quando
solicitado pelos visitantes da SNCT. Como nem todos os experimentos puderam ser
apresentados, devido ao tamanho do espaço destinado à apresentação da escola (18
m²), foram selecionados aqueles que se mostraram mais interessantes e atrativos. É
importante ressaltar que a participação dos alunos foi voluntária, não tendo havido, por
parte dos professores, nenhum incentivo de pontuação (de nota).
O experimento de maior atração e de sucesso para o público durante a SNCT
foi o da “Monga”, que alguns alunos da terceira série do Ensino Médio haviam
apresentado na escola no ano anterior, como trabalho para a disciplina de Física. Esse
experimento reproduzia uma atração usada em circos e que utiliza um jogo de espelhos
para criar a ilusão de que uma pessoa se transforma em macaco. Além desse, os
alunos apresentavam :
• a levitação do “Super-Homem”, que também emprega um jogo de espelhos para
fazer parecer que uma pessoa está voando;
• a “lâmpada virtual”, que por efeito da refração em um vidro faz parecer que
existe uma lâmpada onde não há;
• o “chafariz”, que usa amônia aquecida para, por diferença de pressão, provocar
o efeito de esguic ho;
• o foguete d`água, que por ação e reação faz uma garrafa pet se deslocar;
• da continuidade óptica do óleo;
• a bazuca, e outros experimentos mais específicos da área de Química.

As concepções sobre Física

Os depoimentos dos alunos entrevistados mostram que a Física parece ser


vista na escola como uma ciência sem aplicação prática no dia-a-dia. A participação na
SNCT mudou essa representação naqueles que participaram do evento e a Física
passou a ser vista como algo divertido, interessante e com aplicação no cotidiano. Ao
serem questionados sobre o que chamou a atenção deles com respeito à Física, um
dos alunos comentou:
É a maneira como é tratada, na SNCT, a Física, de uma maneira criativa.
Não é aquela maneira só científica, aquele conhecimento jogado pra fora. É
de uma maneira mais simples, mais divertida de você estar aprendendo
7
coisas que você vive no dia -a-dia (2M/M16) .

A representação da Física como uma ciência de teorias e cálculos parece ser


construída porque os professores se sentem pressionados pela comunidade a ensiná-la
com esse enfoque para que os alunos passem no vestibular da UnB.

7
Os dados entre parênteses identificam a série do EM em que o aluno se encontra (1ª., 2ª. ou 3ª.), o sexo (M ou
F), o turno (M, de matutino e V, de vespertino) e a idade (de 14 a 17 anos).
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O que vem acontecendo no Brasil é que essa parte lúdica científica não
vem sendo trabalhada. As universidades condicionam ao conteudismo,
querendo ou não. A gente acaba deixando um pouco de lado [essa Física
lúdica] porque a gente tem um programa a cumprir, a gente é condicionado
a trabalhar em cima da UnB, a gente precisa de números (prof. de Física).
Para outros alunos, a participação no evento mostrou que a Física não é
apenas um campo de teorias interessantes, por vezes difíceis de aprender. Ela é
também um conhecimento aplicável no cotidiano.
Muitas vezes o aluno, ele tem uma visão assim... Ah, porque eu tô
aprendendo isso? Todas essas teorias... Por exemplo, os astronautas, não
só os astronautas... Astronauta porque é uma coisa que chama muita
atenção do pessoal, mas todos eles têm que ter o conhecimento da Física,
da Química. Então foi bom pra gente poder ter contato com essas ciências
aplicadas na vida real. Naquela feira8 você passa a ter uma noção da
importância daquelas ciências (1M/V14).

A proposta dos professores era apresentar uma Física para leigos, construindo
experimentos de caráter lúdico, confeccionados com material fácil de conseguir.
Conforme depoimento de um dos professores entrevistados, o sucesso obtido pelos
alunos em atrair o público residiu em terem apresentado uma Física lúdica e simples:
Um fato que chamou atenção foi que a UnB, mesmo com toda
Experimentoteca 9, ela não conseguiu chamar a ciência popular da forma
que a gente conseguiu. Ela estava voltada mais para a pessoa que já detém
certo conhecimento científico, não para os leigos. E a gente montou uma
ciência para os leigos, porque os recursos utilizados todo mundo conhecia.
O pessoal ficava intrigado. “Mas são só dois espelhos mesmo?” (professor
de Física).

O que favorece a aprendizagem da Física?

(a) Perguntas - Os depoimentos dos alunos mostram que as perguntas feitas pelo
público os estimularam a aprender mais a Física envolvida nos experimentos da
exposição. Segundo eles, as perguntas os fizeram pensar a respeito de explicações
físicas que antes não haviam chamado sua atenção e pesquisar para reunir
conhecimento sobre o assunto para poder explicá-lo. De acordo com os alunos, as
perguntas do público eram “básicas”: Como é feito? Por que isso acontece?
O público visitante perguntava muito sobre o funcionamento dos
experimentos e isso fez com que a gente pensasse ainda mais (3F/M17).
Acho que aprendi mais lá com as perguntas das pessoa s. Dificuldades eu
tive e com essas dificuldades eu procurei pesquisar depois e aprofundar o
conhecimento (1F/M14).
(b) Experimentos – Para a apresentação, os alunos escolheram alguns experimentos
relacionados aos conteúdos que estavam estudando naquele período do ano letivo . Por
outro lado, montar, fazer funcionar e explicar experimentos levou-os a uma maior
compreensão d o conhecimento teórico desenvolvido durante as aulas.
A gente escolheu porque a gente, na época, tava trabalhando esse
conteúdo na escola, só que o experimento complementou e fez com que
entendesse melhor a matéria (3F/M17).

8
É interessante observar que vários dos alunos entrevistados referiam-se à SNCT como uma feira, em que os
estandes são visitados para conhecer o que eles oferecem como “produto para distribuição pública”.
9
Experimentoteca – Laboratório com experimentos de Física do Instituto de Física da Universidade de Brasília
aberto à visitação de alunos da Educação Básica e população em geral.
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Segundo os alunos, realizar um experimento para explicar um conteúdo de


Física torna o conhecimento mais palpável e concreto. Na idade em que se encontram
esses estudantes , a construção de algo concreto parece indicar um reforço para a
compreensão do conteúdo físico.
Como a gente tava fazendo o experimento na prática, tá aplicando a
fórmula, tá montando o negócio do Super -Homem, a gente tá tendo noção e
tá tendo mais certeza daquilo que é (1F14).
Quando você pega a Física, e você faz a prática, fica muito mais simples.
Não só ficar dentro de uma sala de aula aprendendo, aprendendo,
aprendendo... É mais simples você fazer um experimento pra mostrar o que
tá acontecendo (3M/M17).
(c) Trabalho em Grupo – Outro fator que estimulou a aprendizagem desses alunos foi
o fato de, por orientação dos professores, eles terem de fazer um revezamento para a
apresentação dos experimentos. Como cada grupo propôs um, mas todos deviam
saber e apresentar também os demais experimentos, isso os obrigou a entender o
conteúdo para explicar aqueles que eles não tinham planejado.
...trabalhou muito essa parte do coletivo, porque muitos eram de turmas
diferentes... a gente trocou também muitas informações, dúvidas sobre os
próprios experimentos, um ajudou o outro (3F/M17).
A gente já sabia mais ou menos o que tinha que falar, mas teve coisa que
eu não sabia e que eu aprendi. A gente tinha que saber todos. Não tinha
que saber só o nosso experimento, tinha que saber de todos pra explicar
porque revezava. O deles mesmo, que era o da Monga, eu não sabia,
aprendi com eles (2F/V16).
Registramos aqui a importância da interação entre os próprios estudantes para
promover a aprendizagem da Física. Neste caso, os alunos com um conhecimento mais
avançado, auxiliaram os demais a entender os conceitos e princípios físicos envolvidos
nos experimentos.
(d) Acompanhamento dos Professores – Não se pode deixar de destacar que os
professores tiveram um papel fundamental na promoção da aprendizagem dos alunos
que se sentiram acompanhados e orientados antes e durante a exposição, o que lhes
deu a auto-confiança necessária para mostrar-se publicamente em um evento de tal
proporção.
O que é importante lembrar aqui é que nesse projeto com os alunos a gente
teve muita presença do professor, principalmente na montagem dos objetos
(3M/M17).
A gente não tinha dificuldade de responder as perguntas do público porque
a gente tinha orientação de professores (3F/M16).

Os alunos, contudo, durante as entrevistas demonstraram não saber


exatamente como funcionava a SNCT. Só ao chegar ao local da exposição, para
montar o estande é que eles perceberam a dimensão do evento.
(e) Fortalecimento da auto -estima – Os alunos que participaram do evento viveram
momentos emocionantes, que os leva ram a apreciar a Física e a fortalecer sua auto-
estima.
Eu fiz o experimento do Super -Homem, que fazia a impressão que tava
levitando. E quando eu fazia, demonstrava, as crianças ficavam assim tão
emocionadas que tinha algumas que vinham até me pedir autógrafo, porque
realmente pensavam que eu tava flutuando. E isso, realmente, é muito legal
(3M/M16).
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A gente soube lidar com cada pessoa que ia lá. Acho que isso foi um ponto
que fez com que o nosso estande teve (sic) esse sucesso. Demonstrou que
não só eles [UnB, Agência Espacial Ministério da Cultura] têm condições de
ir lá e demonstrar o que eles sabem e interagir, mas a gente também,
mesmo a gente não tendo um intelecto tão assim como eles, mas a gente
teve condições de ir lá, se esforçar, mostrar que a gente sabe. Pode ser
pouco, mas é essencial aquele pouco pra gente (2M/M15).

Envolvimento dos alunos com a Física

Outra maneira de avaliar o impacto sobre os alunos expositores é examinando


se a participação na SNCT influenciou de alguma forma a escolha profissional dos
alunos , uma vez que é durante o EM que eles têm de realizar uma primeira opção
profissional bem definida (mesmo que não definitiva) para um futuro próximo. O
depoimento de um professor mostra que a participação foi um incentivo para alguns
continuarem o estudo da Física depois do EM.
Tem um monte de menino que participou do evento e que agora quer
realmente fazer Física. A gente pode contar pelo menos uns cinco meninos
lá que querem fazer Física. E eram meninos que não tinham lá grandes
aptidões para a área de exatas, que, na verdade, tinham até um pouco de
dificuldade e, gostaram tanto da Física prática, da Física no cotidiano, deles
estarem apresentando, explanando, que querem fazer Física. E alguns
querem ser professores (Professor de Física).

Durante os grupos focais foi possível constatar que a participação na SNCT


foi um elemento que abriu novas perspectivas e incentivou os alunos a pensar na
possibilidade de continuar a estudar Física depois do EM. Todos que participaram
da entrevista manifestaram, de alguma forma, que passaram a apreciar mais o
estudo dessa ciência, apesar de nem todos demonstraram o desejo de seguir a
carreira de físicos .
Acho que a Física esse ano tá muito mais interessante. Porque naquela
época nossa Física era só bloquinhos e anulação de forças (ri sos). E daí,
quando a gente foi pra feira, realmente eu falei: “Nossa, isso é Física!
Óptica!” Era muito mais legal! E agora no segundo ano, que a gente está
começando a estudar ondas, vou me interessar mais ainda (2F/V15).
No ano passado eu não gostava muito de Física. Gostava um pouco mais
de Química, mas de Física eu não gostava muito. Mas depois, eu comecei a
gostar mais e aí, quando eu fui pra feira, eu já gostava, mas ver essa
dimensão que toma, e ver isso aplicado mesmo, acho que ajudou mais. Eu
gosto mais ainda de Física agora. Eu acho que quando você passa a ver e
a fazer experimentos, ver isso, fica mais interessante (1M/V14).

Repercussão na escola

O maior impacto da partic ipação da escola na SNCT foi, sem dúvida, sobre os
alunos expositores e os professores orientadores. No entanto, os depoimentos dos
professores mostram que também houve impacto sobre os demais docentes e alunos.
Alunos que não participaram, já estão querendo participar,
professores que não ficaram tão engajados no processo, este ano já estão
querendo se engajar mais. E a relação em sala de aula acaba mudando um
pouco. Eles encaram a ciência de outra forma, encaram os professores de
outra forma. Na verdade, não só o relacionamento [muda], mas o interesse
dos meninos por ciência e pelo trabalho extra-escola (Prof. de Física).
XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008 11

Devido à empolgação e ao interesse dos alunos em relação à Física e às


outras ciências, surgiu, ao final da SNCT, a proposta de criar-se um Clube de Ciências
na escola, o que não havia se materializado até o final desta pesquisa.

Considerações Finais

Este estudo de caso revela que o envolvimento de professores e alunos em


eventos de educação não-formal, como a SNCT , motiva os alunos para aprender. Além
disso, o trabalho em torno de uma meta comum faz com que alunos e professores se
ajudem, cooperando mais intensamente entre si para que a aprendizagem da Física
aconteça. Verifica-se que o interesse pela Física foi estimulado nos alunos (a) pelas
perguntas feitas pelo público durante a apresentação dos experimentos; (b) pela
montagem de experimentos que ilustravam fenômenos físicos ; (c) pela interação entre
os estudantes devido à necessidade de explicar adequadamente os experimentos ; (d)
pela atuação intensa e constante dos professores que orientaram os experimentos ; e
(e) pelo aumento da auto-estima desses alunos em relação à sua capacidade de
explicar conceitos e fenômenos físicos, fortalecendo a auto-confiança em aprofundar
seus estudos de Física.
Avaliando a aproximação que se estabeleceu entre a SNCT e a escola em
torno da participação no evento, constatamos que ela aconteceu apenas em um nível
superficial, mas teve grande impacto no grupo de estudantes-expositores que participou
na SNCT de 2007. Esse impacto aconteceu em relação a aspectos como: (1) aumento
do interesse em aprender Física; (2) desmistificação da SNCT como um evento só para
entendidos em ciência e (3) desmistificação da Física como uma ciência teórica e
abstrata. Sobre a escola, o impacto é menos perceptível, a não ser pelo fato de que
tanto aqueles alunos e professores que participaram, assim como entre os que não
participaram, aumentaram o entusiasmo e a expectativa da escola voltar a participar da
SNCT/2008, apresentando novos trabalhos. Por outro lado, percebem -se muitas
intenções emergindo dessa experiência como a de alguns alunos seguirem uma
carreira científica, aprofundando-se no estudo da Física e de criar-se um Clube de
Ciências na escola, o que pode aumentar ainda mais o interesse e o envolvimento de
outros alunos com a Física e as demais ciências.

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