Direito Civil — Para quem vai concorrer ao cargo de analista, a professora
Mariana Fittipaldi, do site QConcursos.com, recomenda primeiramente a leitura
das leis 8685/93 (Lei do Audiovisual, que regula o investimento na produção e coprodução de obras cinematográficas e audiovisuais); 8383/91 (que institui a Unidade Fiscal de Referência, altera a legislação do imposto de renda, entre outras providências), 9610/98 (que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais), 12.485/2011 (dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado) e 12.599/2012 (que altera a lei 10.893/2004, que dispõe sobre o Adicional ao frete para a renovação da Marinha Mercando e o Fundo da Marinha Mercante, entre outras providências), pois abordam os temas afetos ao concurso. A professora lembra que já foi questionado em outras provas da Ancine o conteúdo das Instruções Normativas Ancine 91/10 e 100/12. Para a prova de direito civil, especificamente, Mariana recomenda a leitura da Lei de Introdução ao Código Civil e dos artigos do Código Civil que se referem aos temas contidos no edital. Daria especial atenção à questão dos direitos da personalidade, com ênfase no direito de imagem (artigos 16 a 21 e 52, do CC); à questão da classificação dos direitos autorais e ao tema dos defeitos do negócio jurídico e sua invalidade.
Direito Constitucional — Para o cargo de analista, a professora Priscila
Pivatto, do QConcursos.com, sugere que os candidatos enfatizem a leitura dos artigos da Constituição Federal brasileira e resolvam questões de provas anteriores que também estiveram a cargo do Cespe/UnB. A matéria de direito constitucional prevista no edital para as vagas de analista é bastante extensa, mas o texto da Constituição deve ser suficiente para resolver grande parte das questões objetivas. É importante que os candidatos estejam atentos especialmente às normas constitucionais relacionadas à cultura, comunicação e administração pública.
Quanto ao cargo para especialista, além de resolver questões passadas da
Ancine e das provas de direito constitucional preparadas pelo Cespe/UnB, a professora afirma que não se deve descuidar do estudo do texto constitucional seco, ou seja, uma atenção maior à leitura da Constituição Federal. Os candidatos, principalmente os que irão pleitear as vagas de especialista na área III, devem ter noções de teoria constitucional e estar cientes dos posicionamentos recentes do Supremo Tribunal Federal (STF). Temas como princípios constitucionais, direitos e garantias fundamentais e eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais são recorrentes nesse tipo de prova e dependem de conhecimento doutrinário e jurisprudencial dos candidatos.
Direito Administrativo — No cargo de especialista, há uma abordagem
diferente no direito administrativo para os candidatos à área 3 e para os candidatos às áreas 1 e 2, afirma Dênis França, professor do QConcursos.com. Para a área 3, o programa é muito extenso, exigindo conhecimentos amplos da disciplina, dignos do que se costuma se exigir para cargos privativos de bacharéis em Direito. O estudo deve ser muito minucioso, recomenda França. Já as áreas 1 e 2 têm uma abordagem bem mais simples, bastando ao candidato estudar os principais temas, mais clássicos em prova, tais como organização da administração pública, atos e poderes administrativos, licitações, servidores públicos e ética profissional, dentre outros. Já o programa de direito administrativo, para todas as áreas de analista, é idêntico ao do cargo de especialista, áreas 1 e 2. Assim, deve o estudo se pautar pelos principais pontos da disciplina, como já narrado. De acordo com o professor, vale sempre procurar pensar como aqueles conhecimentos podem fazer parte do dia a dia dos profissionais da Ancine. Vale visitar o site da agência, buscar temas correlatos e treinar muitas questões anteriores de provas da banca.
Língua Portuguesa — Para o cargo de especialista, o candidato deve estar
atento à interpretação de diferentes gêneros textuais que poderão cair na prova, pois poderá ser avaliado se o candidato sabe diferenciar cada gênero de acordo com a sua função. Além disso, lembra a professora Verônica Ferreira, do site Q.Concursos.com, elementos de coesão como anáfora e catáfora são comuns em provas organizadas pelo Cespe/UnB. O candidato deve estar atento também aos diferentes tipos de elementos de referenciação, como pronomes pessoais, que são recorrentes em provas de concurso. A coerência, ou seja, a ligação das ideias expostas, também é um elemento importante para a construção textual. Crase é outro tema que levanta muitas dúvidas, é necessário que o candidato reforce os estudos para este foco. Por último, o candidato não pode se esquecer de estudar a estrutura da correspondência oficial, conforme o manual de redação da Presidência da República, pois ele terá que ter noção de como escrever atos normativos e comunicações, documentos redigidos pelo Poder Público.
O candidato ao cargo de analista tem o conteúdo similar ao de especialista, diz
Verônica. Assim como o especialista, o analista deve se preocupar com a compreensão e interpretação de textos de gêneros variados, assim como o emprego da acentuação gráfica (principalmente após a adoção do novo acordo ortográfico), os domínios de coesão textual (com foco em hipônimos e hiperônimos, além de anáfora e catáfora) também são abordados com frequência nas questões. O candidato também deve ter domínio da estrutura morfossintática, com destaque para a coordenação e a subordinação, além de saber usar a substituição de palavras ou trechos sem que haja perda no sentido, na coerência do texto. Assim como para o especialista, o analista deve estar atento à correspondência oficial.
A professora Camila Faro, do Universo do Concurso Público, afirma ser
importante que o candidato dê bastante atenção às questões de interpretação textual e aos mecanismos de coesão do texto, como referenciação, retomada, conectores e outros elementos de sequenciação textual. Além disso, deve-se estar atento às questões de reescrita de frases e substituição de termos da oração, pois trata-se de uma característica da banca do Cespe. Ao escrever um texto, diz ela, deve-se levar em consideração todos os aspectos gramaticais, como concordância, regência, crase e flexão de verbos e pronomes. Outro ponto importante é a cobrança da redação oficial, uma vez que nas últimas provas dessa organizadora houve uma incidência grande desse tipo de questão.
Redação — O concurso cobrará redação de texto dissertativo tanto para o
cargo de especialista quanto para o de analista. De acordo com Camila Faro, professora do Universo do Concurso, é importante ressaltar que o candidato precisará escrever sobre aspectos dos conhecimentos específicos da área escolhida. Sendo assim, as provas serão analisadas quanto ao domínio do conteúdo dos temas solicitados e quanto ao uso apropriado da modalidade culta da língua portuguesa, levando em consideração aspectos gramaticais, como ortografia, acentuação, pontuação, crase, morfossintaxe e vocabulário adequado.
Inglês — De acordo com a professora Silvana Faria, do site QConcursos.com,
na prova para analista, o Cespe deve valorizar a interpretação e compreensão em inglês, solicitando do candidato que ele tenha uma noção da ideia principal que o todo texto possui. É importante o candidato saber que até as questões relativas à gramática e ao vocabulário da língua inglesa serão feitas no contexto de uma reportagem, de uma música ou de um poema. Portanto, o candidato deve prestar muita atenção à ideia central do texto. Todas as respostas da prova estarão à disposição do candidato se ele tiver muita atenção à essência da mensagem que o autor está querendo passar.
Para especialista, a banca seguirá a mesma linha de compreensão de textos
com uso de estruturas gramaticais e vocabulários específicos da área. É preciso certa agilidade na prova para não perder muito tempo em determinadas questões ou na leitura de textos. Para otimizar esse tempo, o candidato poderá fazer uso de duas principais estratégias de interpretação: skimming e scanning. A primeira consiste em uma rápida visualização do texto para uma idéia geral e leitura específica e na busca de informaçoes sobre generos textuais, como: poema, texto informativo, notícias de jornal. A segunda é uma habilidade que ajuda o candidato a obter informações de um texto sem ler cada palavra. Seria a busca de uma resposta para uma questão, ou a procura de palavras-chaves, frases ou ideias que possam ajudar na interpretação.
Defesa da concorrência — Neste tópico, o candidato deve mesclar
conhecimentos jurídicos e econômicos. No que diz respeito aos conhecimentos jurídicos, deve focar nos conceitos previstos no art. 170 e principalmente 173, parágrafo 4o., que trata de abuso de poder econômico. Deve também focar no estudo da lei 12.529/2011, que estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Dar atenção aos itens sobre nova estrutura do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, hoje composto somente pelo Cade e Seae, competências das entidades e órgãos relacionados. O aluno deve focar também no estudo do art. 36 e 36 parágrafo 3o. que trata das condutas anticompetitivas (infrações à ordem econômica) e nos conceitos de cessão de conduta, acordos de atos de concentração e acordo de leniência, todos previstos na lei 12.529/2011, ressalta Vinícius Portela, professor do Concurso Virtual.
Regulação e noção de agências reguladoras — De acordo com Portela, é
fundamental que o candidato estude as falhas de mercado — poder de mercado, assimetria/problemas de informação, bens públicos e externalidades, focando nos respectivos conceitos e características. Além disso, o tópico relativo a teoria do agente e principal tem caído muito nas últimas provas para agências reguladoras - ANP, ANAC 2012 e ANTT e ANS 2013. O aluno deve ainda estudar estruturas de mercados — oligopólio, monopólio, monopólio natural (quando é mais eficiente instituir empresa em regime monopolista) e concorrência perfeita (e seus condicionantes como o fato do produto ser homogêneo), diferenciando cada uma dessas estruturas. Isto tem caído muito nas provas, ressalta o professor. Por fim, a lei da oferta e da demanda e alguns dos determinantes de deslocamento das curvas de oferta e demanda (como, neste caso, o aumento da renda do consumidor e o deslocamento de curva para direita, por exemplo)
Fundamentos de economia do audiovisual — Esta disciplina é inédita e
refere-se a aplicação dos conceitos de defesa da concorrência e regulação econômica dentro do audiovisual. Assim, além do referencial básico nos conceitos econômicos e jurídicos relativos a essa parte que o candidato deve ter, o mesmo deverá conhecer sus aplicações ao campo do audiovisual. Dessa forma, o candidato deverá saber, por exemplo, quais são as falhas de mercado associadas ao setor audiovisual, como se dá a questão do poder de mercado neste setor; as características específicas de cada um dos segmentos desse mercado como o de cinema, TV paga e TV aberta; as estratégias utilizadas pelas empresas que atuam nessa área, especialmente no que se refere aos conglomerados de mídias nacionais e estrangeiros e os impactos da convergência digital e da globalização na organização econômica do setor audiovisual e de comunicação social como um todo.
Mercado e legislação audiovisual/Fundamentos técnicos da produção
audiovisual — Nesta disciplina, o candidato deverá ter um livro específico sobre produção. Para os candidatos formados em cinema, vários dos tópicos, como linguagem do audiovisual e processos narrativos, técnicas de continuidade, som etc, serão de mais fácil compreensão. O professor do Concurso Virtual aconselha a leitura de uma série de livros que conceituam termos como montagem, edição, composição, CGI, Chroma-key, matte- painting, color balance (termos relacionados à pós-produção de conteúdos audiovisuais) de forma a que o candidato que queira fazer o cargo de especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual possa, efetivamente, se preparar bem para esse desafio.
Gestão de negócios audiovisuais — Observa-se neste caso a relação da
produção de conteúdo e sua negociação no mercado audiovisual como um todo. Uma série de estratégias de produção e de negociação de conteúdo (pickup deal, first look deal, exclusive deal, housekeeping deal) são exploradas nessa parte do edital. Cabe ao candidato entender o mundo e o mercado audiovisual em sua visão dinâmica e as formas de aproveitamento do conteúdo audiovisual, diz Vinícius Portela. Por fim, esse tópico traz importantes conceitos que devem ser fixados pelos candidatos, como as estratégias de programação utilizadas pelas TVs na competição por maior audiência (hammocking, tent- poling,blocking, seamlessness, countprogramming, entre outras). Também devem dar atenção aos itens em consonância com o novo papel de regulação e fiscalização da Ancine sobre a TV paga, especialmente nas atividade de programação e empacotamento como reza o art. 7o. XVIII da MP 2.228-1/2001 e o art. 9o. parágrafo único da lei 12.485/2011. Financiamento e regulação do setor audiovisual no Brasil — Neste tópico, o candidato deverá conhecer todo o marco regulatório da Ancine relativo a suas competências de fomento e regulação. No caso do fomento, é importante atentar para os mecanismos de renúncia fiscal (lei 8.685/1993 e os contidos na MP 2.228-1/2001) e as leis que criam mecanismos de fomento direto mais específicos ao setor, como o FSA, criado pela lei 11.437/2006 e o programa Cinema Perto de Você, criado pela lei 12.599/2012. Além do conhecimento dessas leis, deverá o candidato focar seus estudos no marco regulatório mais específico relacionado às instruções normativas, como as INs 22/2003, 91/2010, entre outras. No que tange à competência de regulação da Ancine, vale a mesma dica. O foco deverá ser na lei 12.485/2011 e IN 100/2012, que regulamentam a intervenção da Ancine na regulação específica da TV paga no Brasil, nas atividades de empacotamento e programação.