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Pró-Reitoria de Graduação
2017
Curso de Direito
Brasília - DF
Trabalho de Conclusão
2017 de Curso
Brasília - DF
2017
ANA KAROLYNE APARECIDA DOS SANTOS
BRASÍLIA
2017
Monografia de autoria de Ana Karolyne Aparecida Santos, intitulada, “A LEI DO
SOFTWARE (Nº 9.609/1998) E A DISCUSSÃO DA INCIDÊNCIA DO ICMS E/OU
ISS”, apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Direito, da
Universidade Católica de Brasília, em _______de___________________de 2017,
defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
______________________________________________________________
Prof.ª Msc. Luciana Gualda e Oliveira
Orientadora
Direito - UCB
______________________________________________________________
Prof.º Msc. Mauro Sérgio dos Santos
Direito - UCB
______________________________________________________________
Prof.º Msc. Rodrigo Viana Lima
Direito - UCB
Brasília
2017
DEDICATÓRIA
SANTOS, Ana Karolyne Aparecida. The software law (Nº. 9.609 / 1998) and the
discussion of the incidence of ICMS and / or ISS. Conclusion in 2017. 34 sheets.
Course Completion Work (Undergraduate) - Faculty of Law, Catholic University of
Brasília, Taguatinga, 2017.
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I ................................................................................................. 10
1 LEI DO SOFTWARE.................................................................................. 10
1.1 BREVE HISTÓRICO.............................................................................. 10
1.2 CONCEITO DE SOFTWARE................................................................. 11
1.3 DEFINIÇÃO LEGAL DA LEI 9.609/1988 – LEI DO SOFTWARE.......... 13
CAPÍTULO II.................................................................................................. 15
2 A INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA..................................................................... 15
2.1 IMPOSTO COMO ESPÉCIE TRIBUTÁRIA........................................... 15
2.2 COMENTÁRIOS SOBRE ICMS x ISS................................................... 17
2.3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA.............................................................. 20
CAPÍTULO III................................................................................................. 23
3 DISCUSSÃO SOBRE A INCIDÊNCIA DO ICMS E ISS NA LEI 9.609/98. 23
3.1 A INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE O SOFTWARE PROPRIETÁRIO E
NÃO PROPRIETÁRIO........................................................................... 22
3.2 A INCIDÊNCIA DO ISS SOBRE O SOFTWARE CUSTOMIZADO....... 25
3.3 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL SOBRE A INCIDÊNCIA DO
SOFTWARE DE PRATELEIRA E DO SOFTWARE CUSTOMIZADO... 26
CONCLUSÃO................................................................................................ 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................. 32
8
INTRODUÇÃO
Para melhor clareza do trabalho, este foi dividido em três capítulos, quais
sejam: 1) Lei do Software; 2) A incidência Tributária; 3) Discussão sobre a incidência
do ICMS e ISS na Lei 9.609/1998.
CAPÍTULO I
1 LEI DO SOFTWARE
A primeira lei do software (Lei nº 7.646/87) criada no Brasil teve como objetivo
a inserção do país no mercado internacional para se recuperar do atraso
tecnológico, bem como superar a reserva de mercado da época.
1
BRASIL. Disponível em: https://www.microsoft.com/brasil/pr/fhclei.htm. Acesso em: 03 mar. 2017.
11
Anota Roberto Cardinale e Felipe D’ugo 4 que, o software, por sua vez
corresponde à parte não física do computador, já que normalmente programas de
computador estão em CD’s ou Pen drives, como periféricos de entrada. Significa que
permite a inserção de dados analógicos ao Computador.
2
PRESSMAN, Roger; MAXIM, Bruce. Engenharia de software. 8ª ed. Mc. Graw Hill Brasil, 2016, p.
2.
3
BRASIL. Disponível em: http://www.abessoftware.com.br/a-abes/historia. Acesso em: 03 mar. 2017.
4
CARDINALE, Roberto, D’UGO, Felipe. Dossiê hardware. São Paulo, Digerati Books, 2003, p.12.
5
PRESSMAN, Roger; MAXIM, Bruce. Engenharia de software. 8ª Ed. McGraw Hill Brasil, 2016, p.4.
12
Conforme o disposto na Lei 9.910/98 8, art. 7º, inciso XII, o software pode ser
conceituado como um bem intelectual.
6
CERQUEIRA, Tarcísio Queiroz. Software e a regulamentação: aspectos jurídicos-legais acerca
do software. Disponível em: http.nts.com.br/tarcisio/artigos/software_e_a_regulamentação.htm.
Acesso em: 16 maio 2017.
7
TUCKER, Allen. Linguagens de programação princípios e paradigmas. 2. Porto Alegre AMGH
2014 1 recurso online ISBN 9788563308566.
8
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
13
Elidie Palma Bifano9 aponta que, o negócio eletrônico pode ser entendido
como o uso do computador por meio de redes (Internet e similares), permitindo que
pessoas se comuniquem com a finalidade de implementar negócios de forma muito
mais abrangente.
I. Disposições Preliminares
II. Da Proteção aos Direitos de Autor e do Registro
III. Das Garantias aos Usuários de Programa de Computador
IV. Dos Contratos de Licença de Uso, de Comercialização e de
Transferência de Tecnologia.
V. Das Infrações e das Penalidades
VI. Disposições Finais
9
BIFANO, Elidie Palma. O negócio eletrônico e o sistema tributário brasileiro. Editora Quartier
Latin do Brasil, 2004, p.23-24.
10
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
11
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
14
Por fim, em seu penúltimo capítulo, trata das infrações e das penalidades em
virtude da violação dos direitos de autoria de programa de computador, da pena
imposta à pirataria quando se trata da venda, quem expõe à venda, quem introduz,
adquire, oculta ou mantém em depósito. Aborda, inclusive, sobre a ação penal e as
demais diligências para a aplicação da pena.
CAPÍTULO II
2 A INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
a) Tributo
12
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
13
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1996.
14
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. Atlas, 1996, p.163.
15
império”. Além do mais, define o tributo como sendo gênero e os impostos espécies,
cuidando de definir ainda as taxas e as contribuições de melhorias, conforme o
quadro exemplificativo abaixo:
Imposto
Taxas
Tributo Contribuição de melhoria
Contribuição social
Empréstimo compulsório
Para Sergio Pinto Martins15, o tributo “Tem por objetivo carrear para os cofres
do Estado meios financeiros para a satisfação das necessidades da coletividade”. O
autor anota ainda que, o fato gerador é a natureza específica do tributo.
Independentemente da denominação escolhida, seja a de imposto, de contribuição
ou de empréstimo compulsório, o fato gerador é o que de fato determina a natureza
do tributo.
b) Imposto
15
MARTINS, Sérgio Pinto. Manual de direito tributário. 2014, p.78.
16
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1996.
17
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. Malheiros, 2001, p. 300.
18
BORBA, Claudio. Direito tributário: teoria e 1.000 questões. Elsevier Brasil, 2006, p. 28 - 29.
16
[...] a grande maioria dos impostos no Brasil não é graduada de acordo com
a capacidade econômica do contribuinte e, muito menos, têm caráter
pessoal. Nos casos em que a incidência é direta e pessoal, é fácil identificar
quais as pessoas que serão tributadas, como no imposto de renda; mas, se
o imposto é real e tem incidência indireta, como no IPI ou do ICMS, a
transferência do ônus financeiro para outra pessoa dificulta a graduação na
medida exata à capacidade de contribuir.
19
BRASIL. Constituição, 1988.
20
BRASIL. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996.
21
DE BRITO MACHADO, Hugo. Curso de direito tributário. Malheiros, 2001, p. 368.
22
SABAGG, Eduardo. Direito tributário. Rio de Janeiro Método 2016 1 recurso online (Método de
estudo OAB). ISBN 9788530973513.
17
O imposto sobre serviços de qualquer natureza está previsto no art. 156, III da
Constituição Federal, bem como na Lei Complementar nº 116 de 2003.
Explica Eduardo Sabagg25 que a base de cálculo será o valor bruto do preço
do serviço e as alíquotas serão fixadas, por meio de leis ordinárias municipais,
devendo respeitar as alíquotas máximas e mínimas do ISS.
25
SABAGG, Eduardo. Direito tributário. Rio de Janeiro Método 2016 1 recurso online (Método de
estudo OAB). ISBN 9788530973513.
Para melhor elucidação do funcionamento do imposto, segue abaixo um
quadro esquemático construído pelo autor Tacio Lacerda Gama 26 da regra matriz de
incidência do ISS.
Aduz Luciano Amaro que a competência tributária, prevista nos arts. 153 a
156 da Constituição Federal é a aptidão para criar tributos – da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios. Dividem-se em três modalidades, quais sejam:
26
Escola da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Aula: Regra Matriz de Incidência
Tributária Aplicada. Professor Tacio Lacerda Gama. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/BetniaCosta/regra-matriz-de-incidncia-tributria-aplicada. Acesso em: 09
mai. 2017.
Além das três modalidades abordadas acima, existe ainda mais uma previsão
de competência tributária atribuída à União. Trata-se da Competência Extraordinária
prevista no art. 154, II, da Constituição Federal cuja instituição se dá por meio da
edição de uma lei ordinária em casos de guerra externa ou sua iminência.
[...] Os tributos são criados, in abstracto, por meio de lei (art. 150, I, da CF),
que deve descrever todos os elementos essenciais da norma jurídica
tributária. Consideram-se elementos essenciais da norma jurídica tributária
os que, de algum modo, influem no an e quantum do tributo; a saber: a
hipótese de incidência do tributo, seu sujeito ativo, seu sujeito passivo, sua
base de cálculo e sua alíquota. (grifo do autor)
- II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, imposto sobre grandes fortunas (art. 153 da CF);
- Empréstimo compulsório. (art. 148 da CF);
- Imposto Extraordinário, Imposto da competência residual (art. 154 da
União CF);
- Contribuições Especiais (sociais, CIDE, categorias profissionais ou
econômicas – art. 149 e 195 da CF).
30
GARCIA, Wander. Super - revisão: doutrina para concursos e OAB. 2015, p. 654.
Conforme Jacqueline Mayer da Costa31 existem dois tipos de software no
mercado, quais sejam: software de prateleira que se subdivide em proprietário e não
proprietário e o software customizado.
Mercadoria
35
COSTA, Jacqueline Mayer da. Da incidência (ou não) do ISS e do ICMS sobre o software no
regime tributário brasileiro. Revista do Centro Acadêmico Afonso Pena, v. 12, n. 1, 2009.
para o usuário, de acordo com suas necessidades, e que inclui os serviços de
consultoria e ajuste”. Desta forma, corrobora a autora que:
36
PASINATO, Rosana Oleinik. O ISS–imposto sobre serviços e a cessão de licença de uso de
software. 2014.
3.3 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL SOBRE A INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA DO
SOFTWARE DE PRATELEIRA E DO SOFTWARE CUSTOMIZADO
37
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n. 176.626-3/SP. Relator: PERTENCE,
Sepúlveda. Publicado no DJ de 11-12-1998 PP-00010. Disponível em
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/740089/recurso-extraordinario-re-176626-sp. Acesso em: 16
mai. 2017.
38
MELLO, Vanessa Roda Pavani. A Incidência tributária diante do fato social que tem por
objetivo o software. Disponível em: http://www.boletimjuridico.com.br/m/texto.asp?id=2302. Acesso
em: 16 mai. 2017.
venda do software e sim da “sua exploração econômica modalizada em cessão ou
licença, conforme o contrato firmado”.
Cabe destacar por fim, como aponta a autora Jacqueline Mayer da Costa41
que o software de prateleira não se enquadra na definição de mercadoria, afastando
a incidência do ICMS “ele independe do suporte físico utilizado para a sua
transmissão”. Trata-se, tão somente, de um bem intelectual, intangível e imaterial,
sendo protegido pelos direitos autorais conforme o disposto na Lei 9.609/98.
41
COSTA, Jacqueline Mayer da. Da incidência (ou não) do ISS e do ICMS sobre o software no
regime tributário brasileiro. Revista do Centro Acadêmico Afonso Pena, v. 12, n. 1, 2009.
CONCLUSÃO
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 16. ed. São Paulo, SP: Saraiva,
2010.
COSTA, Jacqueline Mayer da. Da incidência (ou não) do ISS e do ICMS sobre o
software no regime tributário brasileiro. Revista do Centro Acadêmico Afonso
Pena, v. 12, n. 1, 2009.
MELLO, Vanessa Roda Pavani. A Incidência tributária diante do fato social que
tem por objetivo o software. Disponível em:
http://www.boletimjuridico.com.br/m/texto.asp?id=2302. Acesso em: 16 mai. 2017.
OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Direito tributário e a Internet. Campinas: Lzn, 2004.
PAESANI, Liliana Minardi. Direito de Informática: Comercialização e
Desenvolvimento Internacional do Software. Atlas, 02/2015. VitalSource
Bookshelf Online.
SABAGG, Eduardo. Direito tributário. Rio de Janeiro Método 2016 1 recurso online
(Método de estudo OAB). ISBN 9788530973513.