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Para começar........................................................................... 4
O que são redes sociais para o Direito................................ 7
6 cuidados jurídicos para posicionar a sua marca...... 9
Imagens, vídeo e música: cuidados jurídicos.................. 12
SAC 2.0 de acordo com a lei.............................................. 15
Promoções comerciais e concursos culturais............... 18
E agora?.................................................................................. 23
Edição de texto: Claudia Gasparini | Edição de Arte: Lucas Moschione | Supervisão: Eliseu Barreira Junior
Imagens deste ebook: Shutterstock
Como não ser um fora da lei nas redes sociais
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Para começar
O Direito é, ou deve ser, dinâmico. A sociedade é responsável por esse
dinamismo: ela impõe os padrões que devem ser seguidos e obedecidos. A Lei
aparece como expressão maior desse desejo societário de padronizar condutas
com o intuito de pacificar o coletivo.
Assim, temos que o Direito atua nos âmbitos que a própria sociedade
estipula. A internet nada mais é que um desses âmbitos. Ter consciência disso é o
ponto mais importante para entendermos a importância da relação entre Direito e
internet.
É importante deixar claro que isso ocorre não por falta de tentativas de
padronizar leis para a internet. Mas como formalizar textos que na teoria teriam
caráter quase perpétuo num ambiente que se reinventa rapidamente num curto
espaço de tempo? Seria algo perigoso e complicado de se fazer.
Claro que na prática as questões abordadas por leis desse tipo são muito
mais complicadas, pois o que fazer com o direito de expressão? Ou com o simples
“direito” de fazer uma piada ou sátira?
Cabe salientar ainda que a internet já é vista como uma relação de consumo,
em que os clientes/usuários têm o livre arbítrio de escolher navegar ou não por
determinado site, ou seja, “consumir” ou não o que foi disponibilizado ali. Contudo,
é responsabilidade da empresa/agência dona daquele domínio de URL se proteger
quanto a eventuais maus “clientes” e, assim, proteger os bons clientes para uma
incursão tranquila e agradável no site.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem consolidando cada vez mais esse
entendimento, como podemos ver no julgamento “STJ. REsp 1193764/SP, Rel.
Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 14/12/2010, DJe 08/08/2011”.
Diz a Ministra Nancy Andrighi:
Revista Exame, datada de janeiro de 2013, uma pesquisa apontou que, depois dos
órgãos de defesa do consumidor (PROCON, por exemplo), o Facebook é o lugar
mais usado por consumidores de até 29 anos para fazer reclamações.
Por isso, é preciso adotar medidas e cuidados legais para que a relação de
consumo e a relação sócio-jurídico sejam a mais perfeitas entre marcas e usuários,
sejam eles pessoas físicas (como são em sua maioria) ou jurídicas.
Podemos elencar alguns pontos cruciais que todo profissional que trabalha com
redes sociais ou toda marca estabelecida numa plataforma na internet precisa
seguir. São eles:
6. Por fim, é importante que sua marca seja a mesma dentro e fora das
redes sociais. Sua empresa tem particularidades que fazem seus clientes serem
fiéis a ela. Mantenha essas particularidades, desde que sejam sempre obedientes
ao que diz o Código de Defesa do Consumidor, o Código Civil brasileiro e a Lei de
Propriedade Industrial e Intelectual, por exemplo.
3. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htmv
4. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm
Este tipo de uso com consentimento tácito é por vezes usado pela imprensa,
pois é pacífico na jurisprudência e na doutrina que o jornalismo possa usar das
imagens necessárias para seu fim informativo de reportagem. Assim, por exemplo,
aquele que estiver olhando uma reportagem de um acidente, ou perto de alguém
notoriamente conhecido, tacitamente também está liberando o uso de sua
imagem.
b. Direito sobre vídeo: da mesma forma que para a imagem, também para
o vídeo é necessário um amparo legal e contratual sobre o uso dos elementos
audiovisuais existentes nele, quando assim for necessário.
Sendo assim, o uso de um vídeo, o meio que será veiculado (como por
exemplo as redes sociais) vai depender do que estiver sido estipulado no contrato
entre agência/produtora/cliente. Algumas vezes um vídeo pode ser replicado no
site do cliente, mas não pode ser na rede social, sendo assim, o uso de vídeos
deve obedecer o que tiver sido prescrito em contrato. Portando, havendo dúvida
é importante que o contrato entre agência e cliente seja claro e objetivo sobre as
produções realizadas para aquela marca.
Abaixo vamos listar algumas sugestões para que o seu atendimento seja feito
dentro de algo juridicamente aceitável e também dentro das regras de convívio
digital que podem evitar prejuízos jurídicos ou danos à imagem de sua marca.
j. Não pode ser realizado em rede social, permitida apenas sua divulgação
no referido meio;
distribuição gratuita de prêmios que não se enquadrar como “cultural” vai ser
classificada como promoção comercial.
Mas esse não é o fim de tudo. É importante salientar que essa Portaria
não trouxe nada “de novo”, ela apenas explicitou o que já era interpretado pelos
consultores da CEF.
os custos a serem inseridos para sua realização são: taxa de fiscalização paga
à CEF (que é tabelada e depende do valor total da premiação), o imposto de
renda (recolhimento de 20% do valor total da premiação, no entanto, esse
recolhimento se dá em vias de prestação de contas da promoção e não no início
dela) e investimento com assessoria/consultoria especializada (o que não é uma
obrigatoriedade; esse processo pode ser feito por qualquer advogado, contudo,
é prudente aconselhar que ele seja feito ou devidamente orientado por um
advogado especializado, principalmente por tratar-se de um procedimento um
tanto quanto complexo sob o aspecto jurídico).
Para melhorar esse prazo, a própria CEF vem tomando medidas para agilizar
ao máximo a homologação da autorização de uma promoção, aumentando
o quadro de consultores e planejando, para o fim de 2013, o processamento
eletrônico, via internet, desses pedidos (hoje é feito quase que exclusivamente
via correios), o que poderia diminuir o prazo, estando todas as documentações
corretas em até 7 dias.
Por fim, sabemos que algumas redes sociais têm suas próprias políticas
em relação a promoções e concursos, mas, como dissemos anteriormente neste
ebook, todas as políticas das redes referentes ao tema só serão aplicadas se não
infringirem a legislação brasileira. Por exemplo, apesar de o Facebook ter liberado
a votação em concursos por meio da ferramenta like, isso nunca poderá ser
realizado em concursos culturais, por força da legislação vigente.
E agora?
Os aspectos jurídicos aqui elencados foram trazidos para tentar desmitificar
a ideia de que a internet seria uma área sem Lei. A mensagem aqui trazida
demonstra que em verdade a web não é uma terra de ninguém e que qualquer
atuação profissional na rede é parte de uma atividade de business. Logo, é preciso
assumir as responsabilidades correspondentes a esse trabalho.