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Tributação de Estrangeiros

Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

PRÁTICAS CONTABÉIS PARA INVESTIDORES ESTRANGEIROS

Conceitos Básicos
Para fins tributários e cadastrais a Secretaria da Receita Federal
trabalha com os conceitos de RESIDENTE e NÃO-RESIDENTE no
País, ao invés de distinguir entre brasileiros e estrangeiros.

Quem é RESIDENTE
Considera-se RESIDENTE no País qualquer pessoa física que:

a)resida no Brasil em caráter permanente;

b)houver saído do Brasil em caráter temporário, durante os doze


primeiros meses de ausência, contados da data de sua saída;

c) houver saído do Brasil em caráter temporário, até o dia anterior à


data da obtenção de visto permanente em outro país, se esta ocorrer
durante os primeiros doze meses de ausência;

d)se ausentar para prestar serviços como assalariada a órgão da


Administração Pública brasileira situada no exterior;

e)ingresse no Brasil com visto permanente, a partir da data de sua


chegada;

f) ingresse no Brasil com visto temporário e que tenha obtido visto


permanente antes de decorridos doze meses de sua chegada, a partir
da data da concessão do visto permanente;

g)ingresse no Brasil com visto temporário e que aqui permaneça por


período superior a cento e oitenta e três dias, consecutivos ou não,
contado, dentro de um intervalo de doze meses, da data de qualquer
chegada, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir do dia
subseqüente àquele em que se completar referido período de
carência;

h)ingresse no Brasil para trabalhar com vínculo empregatício, em


relação aos fatos geradores ocorridos a partir da data de sua
chegada.

Quem é NÃO-RESIDENTE
Considera-se NÃO-RESIDENTE no País, qualquer pessoa física que:
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a)não resida em caráter permanente no Brasil;

b)ingresse no Brasil com visto temporário, até o dia anterior à data da


obtenção do visto permanente, se esta ocorrer durante os primeiros
doze meses de permanência;

c)ingresse no Brasil com visto temporário, durante os primeiros doze


meses de permanência;

d) ingresse no Brasil para prestar serviços como funcionária de


órgãos de governo estrangeiro, situados no País;

e)houver saído do Brasil em caráter temporário, a partir da data da


obtenção do visto permanente em outro país, se esta ocorrer durante
os primeiros doze meses de ausência;

f) houver saído do Brasil em caráter temporário, a partir do primeiro


dia subseqüente àquele em que se completarem os doze primeiros
meses de ausência, contados da data de sua saída.

OBSERVAÇÕES:
- Para efeito da caracterização da condição de residente no País, a
contagem do prazo de doze meses não se interrompe em virtude de
saída da pessoa física do Brasil, desde que, no total do período de
carência, tenha permanecido no território nacional por, no mínimo,
183 dias, a contar do dia da chegada, e esteja no País na data em que
se completarem os doze meses.
- Para efeito da caracterização da condição de não-residente no País,
a contagem do prazo de doze meses não se interrompe em virtude de
retorno da pessoa física ao Brasil, desde que, no total do período de
carência, tenha permanecido fora do território nacional por, no
mínimo, 183 dias, a contar do dia da saída, e não esteja no País na
data em que se completarem os doze meses.
- Caso a pessoa física tenha permanecido fora do território nacional
por período inferior a 183 dias ou esteja no País na data em que se
completarem os doze meses, se restabelece a contagem de novo
período de doze meses, a partir da data da última saída do Brasil.
- A partir do momento em que a pessoa física adquire a condição de
residente ou de não-residente no País, o retorno à condição anterior
somente se dará quando ocorrer qualquer das hipóteses que
fundamentem a nova condição, em conformidade com o disposto
neste artigo.
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O brasileiro que está regressando ao País deve, com base nas


informações acima, verificar se ele se enquadra na situação de
residente ou não-residente.

CPF - Cadastro de Pessoa Física


Quem precisa se inscrever
Caso o brasileiro que esteja regressando ao País já estiver inscrito e
tiver o seu CPF suspenso quando da saída do País, deve providenciar
a sua reativação. Caso ele não tenha requerido a suspensão à
inscrição continua válida, desde que esteja em dia com a entrega de
declaração de IRPF ou Isento. Se necessário o contribuinte pode
confirmar o número de sua inscrição em qualquer Unidade da
Receita Federal pela Internet na opção Consulta a Situação Cadastral
do CPF.

Somente precisam se inscrever no CPF os RESIDENTES que:


a) estiverem sujeitos à apresentação de declaração de ajuste anual do
imposto de renda;
b) tenham rendimentos sujeitos ao desconto do imposto de renda na
fonte ou tenham a obrigação de recolhimento mensal do imposto de
renda;
c) prestem serviço sem vínculo empregatício, na condição de
profissionais autônomos;
d) sejam locadores ou proprietários de bens imóveis;
e) seja proprietário de veículo automotor sujeito a licenciamento;
f) paguem rendimentos a outras pessoas físicas, sujeitos ao imposto
de renda na fonte; e,
g) sejam titulares de conta-corrente bancária.

Além das hipóteses gerais de inscrição descritas, é obrigatória a


inscrição ou reativação no CPF do NÃO-RESIDENTE, na data em que
adquirir a situação de RESIDENTE. Também os NÃO-RESIDENTES
que recebem rendimentos de fontes situadas no País ou que
possuem, no Brasil, bens imóveis, participações societárias, conta-
corrente bancária, veículos automotores ou quaisquer outros bens e
direitos de valor superior a cem mil reais estão obrigados à inscrição
ou reativação no CPF. Esclareça-se que estes últimos não estão
obrigados à apresentação da declaração de ajuste anual.

Como proceder a inscrição ou reativação do CPF


· Local:
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-Os brasileiros que passaram a residir novamente no País podem se


inscrever ou regularizar a inscrição do CPF em qualquer agência dos
Correios localizada no País, inclusive nas franqueadas, independente
do domicílio fiscal do contribuinte ou nas agências bancárias da
Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Os estrangeiros e
NÃO-RESIDENTES devem se dirigir às Unidades da Receita Federal.

· Documentos necessários:
-FCPF (Ficha Cadastral da Pessoa Física), devidamente preenchida e
assinada;
-Carteira de Identidade (com filiação);
-Título de Eleitor (se obrigado a possuir);
-Instrumento de procuração, quando o pedido for efetuado por
procurador;
-Carteira de Identidade do pai, tutor, curador ou responsável e
documento que comprove a filiação, tutela, curatela ou
responsabilidade, quando o pedido de inscrição se referir a incapaz.

· O cartão CPF será emitido eletronicamente e enviado para o


endereço da pessoa física cadastrada.

· No caso da pessoa física NÃO-RESIDENTE no País, o cartão


CPF será encaminhado para o endereço do seu representante legal no
Brasil.

Declarações de IRPF
São contribuintes do Imposto de Renda Pessoas Físicas os
domiciliados ou RESIDENTES no Brasil que se enquadram nos
critérios estabelecidos na legislação tributária. Assim, está obrigada a
apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda a
pessoa física que, regressando ao Brasil, passou à condição de
RESIDENTE no País no ano-calendário considerado (2004).

O prazo para a entrega encerra-se no dia 29 de abril de 2005 e o


contribuinte que passou à condição de RESIDENTE está obrigado a
apresentar a Declaração de Ajuste Anual - modelo completo ou
simplificado, disponível em formulário, CD-ROM e ou na Internet
(download). Neste caso não é permitida a utilização da Declaração por
Telefone ou por meio do formulário On Line.
Os formulários e os CD-ROM podem ser entregues nas unidades da
Receita Federal.

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A rede bancária autorizada receberá apenas as declarações


apresentadas em meio magnético.

O preenchimento da declaração tem, em linhas gerais, a seguinte


orientação:
· os rendimentos auferidos no exterior, ainda que não tenham
sido transferidos para o Brasil, devem ser declarados pelo
beneficiário. O tratamento tributário dos rendimentos provenientes
do exterior está subordinado ao fato de haver ou não ato
internacional firmado entre o Brasil e o país de origem dos ganhos.
Assim, preliminarmente, deve-se verificar se existe acordo entre o
Brasil e o país de origem dos ganhos, com o fim de evitar a dupla
tributação internacional da renda, ou legislação interna que permita
a reciprocidade de tratamento fiscal sobre os ganhos e o imposto.

· Os países com os quais o Brasil mantém acordo são os


seguintes:

Alemanha - Argentina - Áustria - Bélgica - Canadá - China - Coréia


- Dinamarca - Equador - Espanha - Filipinas - Finlândia - França -
Holanda - Hungria - Índia -Itália - Japão - Luxemburgo Noruega -
Portugal - República Tcheca - República Eslovaca - Suécia.

· na declaração de Bens e Direitos da Declaração de Ajuste


Anual devem ser relacionados na coluna ano de 2003,
pormenorizadamente, os bens móveis, imóveis, direitos e obrigações
que, no País e no exterior, constituíam o patrimônio da pessoa física
e o de seus dependentes na data em que se caracterizou a condição
de residente no Brasil.

· a pessoa física que passou à condição de residente no Brasil


deve declarar os bens e direitos pelo valor de aquisição convertido em
moeda nacional pela cotação cambial da venda da moeda em que o
bem foi adquirido, fixada pelo Banco Central do Brasil para a data da
aquisição e atualizados até 31 de dezembro de 1995, com base na
Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos, fornecida pela
Secretaria da Receita Federal (Instrução Normativa SRF n° 48/98).

O brasileiro regressado, se estivesse no exterior na condição de


RESIDENTE no Brasil, estava sujeito às normas vigentes para a
apresentação da declaração como se aqui estivesse. Se não o fez, deve
fazê-lo, sujeitando-se ao pagamento da multa por atraso na entrega
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da declaração, calculada em 1% ao mês ou fração de atraso sobre o


total do imposto devido apurado, observado o valor mínimo de R$
165,74(cento e sessenta e cinco reais e setenta e quatro centavos) e
como valor máximo, 20% do valor do imposto de renda devido. O
termo inicial para a contagem do prazo é o primeiro dia subseqüente
ao fixado para a entrega da declaração e o termo final, o mês da
entrega.

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ESTRANGEIROS NO BRASIL - VISTO

!O trânsito pelo território brasileiro é livre apenas aos


brasileiros;
!Para entrarem, ficarem e saírem do Brasil, estrangeiros
precisam providenciar visto;
!Existem diversos tipos de visto, cada um adequado a uma
situação diferente.
Em alguns casos, o visto é dispensado:

"Visto de negócios ou de turista em decorrência de acordo do


Brasil com outro país;
$Entre os que não precisam do visto de turista, nem do visto de
negócios, estão: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Chile,
Dinamarca, Espanha, França, Grã-Bretanha, Irlanda, Itália,
Noruega, Países Baixos, Paraguai, Portugal, Suécia, Suíça,
Uruguai.

A dispensa do visto está ligada à atividade que será


desenvolvida no Brasil:
"Turista: apenas viagens recreativas, de lazer, ou assuntos
estritamente pessoais, como procura de imóvel;
"Negócios: realização de reuniões, fechamento de negócios,
sempre em benefício da empresa no exterior; assuntos pessoais;
!Estando no Brasil como turista ou a negócios, com ou sem
visto (se ele for dispensado), o prazo máximo de estada é de 90
dias, prorrogável por outros 90 dias, por ano;
!O prazo de estada é determinado pela Polícia Federal no
aeroporto;
!Para as situações em que o estrangeiro vem ao Brasil
trabalhar por curto prazo, ou não pode aguardar o visto de
longo prazo ser providenciado, foi criado o visto de trabalho por
90 dias; (Resolução Normativa 53/2002).
!Este visto tem processamento rápido e simplificado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego; (até uma semana).

ESTRANGEIROS NO BRASIL - TRABALHO


!Os vistos para trabalho são, por excelência, o visto
permanente e o visto temporário item “V”;
!Visto permanente: para diretores, executivos,
administradores, enfim, estrangeiros que representarão
legalmente a empresa brasileira;
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"Aqueles que têm visto temporário estão expressamente


proibidos de representar legalmente uma empresa brasileira;
"O estrangeiro fica vinculado ao exercício do cargo inicial pelo
prazo de cinco anos;
$O exercício de outros cargos, ao mesmo tempo, em outras
empresas do grupo, está sujeito à obtenção de autorização
prévia do Ministério do Trabalho e Emprego;

!Visto temporário item “V”:


"As principais situações são a do expatriado, ou seja, aquele
que é transferido para a folha salarial brasileira, e a do
prestador de serviços (assistência técnica), que mantém seu
vínculo empregatício no exterior;
"O visto com contrato de trabalho é emitido por dois anos,
enquanto o de assistência técnica, por um ano;
"O estrangeiro com visto temporário também está vinculado à
empresa que o chamou. Autorização prévia do Ministério da
Justiça (mudança de empregador) é imprescindível para a
transferência para o outro empregador.
"Mesmo em situações de reorganização societária (cisões e
incorporações, por exemplo), a autorização pode ser necessária:
as situações devem ser analisadas caso a caso;
"Os dependentes do portador deste tipo de visto estão proibidos
de exercer atividade remunerada no Brasil;
"A prorrogação do visto deve começar a ser tratada com
bastante antecedência, pois o processo deve ser protocolado em
até 30 dias antes do vencimento do visto;
"O visto com contrato de trabalho pode ser transformado em
visto permanente, se o estrangeiro for indicado para cargo de
gestão, ou mediante a segunda prorrogação do contrato de
trabalho;
"O processo de transformação também deve ser protocolado no
máximo 30 dias antes do vencimento do visto;

ESTRANGEIROS NO BRASIL - ASPECTO PRÁTICOS


!A retirada do visto de trabalho (permanente ou temporário)
"Ocorre no consulado brasileiro no país de origem do
estrangeiro
"Em geral, é necessário apresentar atestado de antecedentes
criminais emitido pela polícia local para os maiores de 18 anos,
entre outros documentos;

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!Após a chegada no Brasil com o visto de trabalho;


(permanente ou temporário).
"RNE:
$O registro com a Polícia Federal do estrangeiro e sua família
deve ocorrer no prazo de 30 dias e é obrigatório;
$Primeiro é fornecido um protocolo de RNE e, posteriormente, o
número da identidade;
$O protocolo de RNE, sempre em conjunto com o passaporte,
são os documentos de identificação oficiais no Brasil;
$Posteriormente, é emitida uma cédula de identidade que pode
ser portada individualmente;
$A mudança de endereço deve sempre ser comunicada à Polícia
Federal;

ESTRANGEIROS NO BRASIL – INSCRIÇÃO NO CPF/MF


$A inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF/MF) é
obrigatória para o contratado e opcional para sua família;

$Ela feita, normalmente, logo após o registro na Polícia Federal;

$Para poder abrir conta bancária, é necessário ter CPF.


"Carteira de Trabalho e Tempo de Serviço; (CTPS).

$Obrigatória para os que tem visto temporário com contrato de


trabalho;

$Tem prazo de validade equivalente ao do visto e deve ser


prorrogada após a aprovação da prorrogação ou transformação
do visto;

$Pode ser obtida para os dependentes do portador de visto


permanente;

"Carteira de Motorista;
$Visto temporário, de turista ou de negócios: original da
carteira de motorista do país de origem ou da Carteira
Internacional de Habilitação, tradução juramentada e
documento de identidade;

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$Visto permanente: deve dirigir com carteira de motorista


provisória, válida por um ano. Após esse período, pode ser
solicitada a Carteira Nacional de Habilitação definitiva;

!A partir de março de 2002, nos processos de visto temporário,


é necessário apresentar ao Ministério do Trabalho e Emprego
comprovação, dentro de 90 dias da chegada no Brasil, da
inscrição no CPF/MF, PIS/PASEP e órgão fiscalizador de classe
(CREA, CORECON, OAB, por exemplo), quando for o caso;

!Nos processos de visto permanente, é preciso comprovar a


efetivação do estrangeiro no cargo dentro de 120 dias da
aprovação do visto;

Prorrogação e transformação
!Os processos de prorrogação e transformação são demorados e
muitas vezes ultrapassam o prazo do próprio visto;

!Nessa situação, o fato do processo estar em andamento


garante a estada no Brasil;

!É necessário, em todas as ocasiões, portar, além do RNE, o


protocolo do processo;

!O protocolo não garante a re-entrada no Brasil em caso de


viagem no exterior. É conveniente providenciar visto de turista
nesse caso;

ESTRANGEIROS NO BRASIL - TRIBUTAÇÃO


%Tributação: estrangeiros também se tornam residentes fiscais
no Brasil, o que sujeita não apenas seus rendimentos no Brasil,
mas também os do exterior ao Imposto de Renda brasileiro;

ESTRANGEIROS NO BRASIL - DECLARAÇÃO DE BENS


Os estrangeiros que residam há mais de 12 meses, ou que
ingressem no país com visto permanente, ou ainda ingressem
no país com visto temporário e tenham também vínculo
empregatício, são considerados residentes e domiciliados no
país. Dessa forma, ficam obrigados às mesmas regras impostas
pela Receita Federal a todos os contribuintes brasileiros. Esses
estrangeiros deverão possuir CPF (Cadastro de Pessoas Físicas)
e também fazer a declaração de ajuste anual. O estrangeiro
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deve relacionar na declaração os bens móveis, imóveis, direitos


e obrigações, situados no exterior e no Brasil, que formam seu
patrimônio e o dos seus dependentes no momento em que se
caracterizou a condição de residente e domiciliado no país.

ESTRANGEIROS NO BRASIL - SAÍDA DEFINITIVA


■Quando do retorno em definitivo ao seu país de origem, as
seguintes providências devem ser tomadas:
"Declaração de Saída Definitiva do País: caracteriza a condição
de não-residente para efeitos de Receita Federal e Imposto de
Renda;
"Cancelamento do Termo de Responsabilidade e repatriação da
mudança;
"Cancelamento do visto junto ao Ministério do Trabalho e
Emprego.

ESTRANGEIROS NO BRASIL - PESSOA FÍSICA NÃO-RESIDENTE QUE


INGRESSOU NO BRASIL
Está obrigada a declarar a pessoa física que ingressou no
Brasil e adquiriu a condição de residente. A declaração é
relativa ao ano-calendário em que se caracterizou essa
condição.
Considera-se residente no Brasil:
1. Quem ingresse no País com visto permanente, a partir de
sua chegada;
2. quem ingresse no País com visto temporário:
- para trabalhar com vínculo empregatício, a partir de sua
chegada;
- por qualquer outro motivo, e permanecer por período superior
a 183 dias, consecutivos ou não, contados dentro de um
intervalo de doze meses a partir do 184.º dia; ou
- que tenha obtido visto permanente ou trabalho com vínculo
empregatício antes de decorridos 184 dias de permanência no
Brasil consecutivos ou não, contados dentro de um período de
até 12 meses, a partir da data da concessão do visto ou da
obtenção do trabalho, respectivamente; e

3. o brasileiro que, após ser considerado não-residente no


Brasil, retorne ao País de forma definitiva, a partir da data de
sua chegada.

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Caso a pessoa física, dentro do intervalo de 12 meses, tenha


permanecido no Brasil por menos de 184 dias, nova contagem
inicia-se a partir da entrada seguinte àquela em que se iniciou
a contagem do período anterior.

A PESSOA FÍSICA QUE ADQUIRIU OU READQUIRIU A CONDIÇÃO DE


RESIDENTE NO BRASIL DECLARA DA SEGUINTE FORMA:

a) rendimentos recebidos no período em que era não-residente:


- de fonte situada no exterior, na ficha Rendimentos Isentos e
Não-Tributáveis do modelo completo ou na ficha Demais
Rendimentos e Imposto Pago do modelo simplificado;
- de fonte situada no Brasil, na ficha Rendimentos Sujeitos à
Tributação Exclusiva/Definitiva do modelo completo ou na
ficha Demais Rendimentos e Imposto Pago do modelo
simplificado;

b) rendimentos recebidos após a aquisição ou re-aquisição da


condição de residente:
- são tributados como os dos demais residentes no Brasil,
observados os acordos, tratados e convenções internacionais
firmados entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos ou
reciprocidade de tratamento.

SITUAÇÕES ESPECIAIS
RENDIMENTOS RECEBIDOS DE REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS E DE
ORGANISMOS INTERNACIONAIS LOCALIZADOS NO BRASIL

São isentos os rendimentos do trabalho recebidos por servidor:


1. diplomático de governo estrangeiro;

2. estrangeiro de organismos internacionais aos quais, por


tratado ou convenção, o Brasil tenha se obrigado a conceder a
isenção; e

3. não-brasileiro de embaixada, consulado e repartições


oficiais estrangeiras no Brasil, desde que no país de sua
nacionalidade seja assegurada reciprocidade de tratamento aos
brasileiros em função idêntica.

Os demais rendimentos recebidos no Brasil são tributados


exclusivamente na fonte ou, nos casos de ganho de capital e de
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ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, de forma


definitiva.

Observação:
A isenção não alcança os servidores brasileiros com residência
permanente no Brasil ou estrangeiros que adquiriram a
condição de residentes no Brasil, cujos rendimentos estão
sujeitos ao recolhimento mensal (carnê-leão) e devem ser
incluídos na declaração, observados os acordos, convenções e
tratados internacionais firmados entre o Brasil e o país ou
organismo de origem dos rendimentos, ou reciprocidade de
tratamento.
I - se adquiridos até 31/12/1999, pela cotação cambial de
venda, fixada pelo Banco Central do Brasil, para o dia da
transmissão da propriedade. Caso a moeda utilizada na
aquisição dos bens e direitos não tenha cotação no Brasil, o
valor de aquisição dos bens e direitos deve ser convertido em
dólar, mediante a cotação cambial fixada pela autoridade
monetária do país cuja moeda tenha sido utilizada na
aquisição, e, em seguida, para a moeda nacional;

II - se adquiridos a partir de 1º/01/2000, convertidos em


dólares dos Estados Unidos da América e, em seguida em reais
pela cotação do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central do
Brasil, para o dia da transmissão da propriedade.

Situados no Brasil adquiridos no período em que o contribuinte


se encontrava na situação de não-residente no País, o valor de
aquisição, quando adquiridos a partir de 01/01/96. Para bens
e direitos adquiridos até 31/12/95, o custo de aquisição
atualizado monetariamente até 31/12/1995 com base na
Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos, constante
na IN SRF nº 84, de 2001.

Na impossibilidade de comprovação do custo dos bens e


direitos por qualquer meio normal e usual, o custo de
aquisição é igual a zero.

Os saldos dos depósitos mantidos em bancos no exterior,


assim como as dívidas e ônus reais assumidos no exterior,
devem ser relacionados em reais, utilizando-se, para a
conversão do valor em moeda estrangeira, a cotação cambial de
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compra fixada pelo Banco Central do Brasil para o dia em que


se caracterizar a condição de residente no Brasil.

O estoque de moeda estrangeira em poder do contribuinte na


data em que o contribuinte passou à condição de residente é
informado em reais pelo resultado da multiplicação da
quantidade em estoque pela cotação fixada, para venda, pelo
Banco Central do Brasil, para esta data.

A moeda estrangeira adquirida a partir da data em que o


contribuinte passou à condição de residente é convertida em
dólares dos Estados Unidos da América, na data da aquisição
e, em seguida em reais pela cotação média mensal do dólar,
para venda, divulgada pela Secretaria da Receita Federal.

CONVERSÃO EM REAIS DOS RENDIMENTOS OU


PAGAMENTOS EM MOEDA ESTRANGEIRA

No caso de rendimentos ou pagamentos em moeda estrangeira,


esses valores devem ser convertidos para dólares dos Estados
Unidos da América, utilizando-se o valor deste fixado pela
autoridade monetária do país de origem, na data do
recebimento ou pagamento e, em seguida, para reais mediante
a utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América
fixado pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da
primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento ou
pagamento.

Para os rendimentos e o imposto pago deve ser utilizada a


cotação de compra do último dia útil da primeira quinzena do
mês anterior ao do recebimento do rendimento e para as
deduções, a cotação de venda do último dia útil da primeira
quinzena do mês anterior ao do pagamento.

ESTRANGEIRO NO BRASIL - REMESSA DE ORDENS DE PAGAMENTO


PARA O EXTERIOR

Documentos necessários para o envio de ordens de pagamento


ao exterior

1- Aluguel de Imóveis - Contrato de locação;

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2- Aposentadorias e Pensões - Comprovante de residência no


exterior, comprovante de recebimento de proventos.
Brasileiros: certidão negativa da SRF para fins de saída
definitiva do país ou declaração de que não é contribuinte;
Pensões: prova da sentença judicial ou de acordo e
comprovante de residência no exterior;

3- Aquisição de Medicamentos - Receita médica e declaração;

4- Compra de Imóvel - Contrato de compra e venda com o


valor e endereço completo do imóvel no exterior, cópia do
título de propriedade do imóvel e procuração e contratos de
financiamento (quando necessário);

5- Encomendas Internacionais - Limite estabelecido pela SRF,


catálogos, prospectos, faturas, conhecimento de transporte;

6- Fins Educacionais - Manutenção do Estudante no Exterior


- Atestado de matrícula;

7- Heranças e Legados - Formalidade de partilha dos bens


homologada por sentença ou carta de adjudicação ou alvará,
comprovante de residência no exterior, comprovante de
alienação dos bens;

8- Manutenção de Residentes - Boleto e declaração atestando


que a documentação comprobatória de renda para os fins e
efeitos fiscais encontra-se em seu poder;

9- Transferência de Patrimônio - Certidão negativa de


tributos da SRF informando estar ciente que o requerente
deixará o país definitivamente e certidão da declaração de
bens e rendimentos para fins de saída definitiva do país,
constando o valor do patrimônio que se pretende remeter;

10- Prêmios Auferidos no País - Comprovante de participação


no evento e o valor do prêmio ganho, comprovante de
residência no exterior;

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11- Tratamento de Saúde no Exterior - Comprovantes


diversos: atestado médico, nota de débito, fatura do hospital,
ou outros documentos que comprovem o tratamento;

12-Turismo no Exterior - Identidade, CPF e cadastro;

CARNÊ-LEÃO – RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR


O Carnê-leão é o recolhimento mensal obrigatório do imposto
de renda das pessoas físicas, a que está sujeito o contribuinte,
pessoa física, residente no Brasil, que recebe rendimentos de
outra pessoa física ou do exterior. O pagamento do Carnê-leão
é devido quando o rendimento recebido, depois das deduções
permitidas, for superior ao limite de isenção da tabela
progressiva mensal. O rendimento está sujeito ao Carnê-leão
no mês do seu efetivo recebimento. Considera-se recebimento a
entrega de recursos ao beneficiário, mesmo mediante depósito
em instituição financeira em seu nome.
O Carnê-leão deve ser pago até o último dia útil do mês
seguinte ao do recebimento do rendimento.
RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR
Como converter os valores expressos em moeda estrangeira
Rendimentos e imposto. Os rendimentos recebidos de fontes
situadas no exterior, bem como o imposto pago, devem ser
convertidos em dólar dos Estados Unidos da América, pelo seu
valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos
rendimentos na data do recebimento e em seguida em reais
mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da
América, fixado para compra pelo Banco Central do Brasil para
o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do
recebimento do rendimento.

DEDUÇÕES
As despesas dedutíveis pagas em moeda estrangeira devem ser
convertidas em dólar dos Estados Unidos da América, pelo seu
valor fixado pela autoridade monetária do país no qual as
despesas foram realizadas, na data do pagamento, e em
seguida, em reais mediante utilização do dólar dos Estados
Unidos da América, fixado para venda pelo Banco Central do
Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês
anterior ao do pagamento.

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COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR


No caso de existência de acordos, convenções ou tratados entre
o Brasil e o país de origem dos rendimentos ou tratamento de
reciprocidade, para evitar a dupla tributação, o imposto de
renda cobrado pelo país de origem póde ser compensado, desde
que não passível de restituição ou compensação naquele país.
O valor compensado não pode exceder a diferença entre o
imposto calculado com a inclusão dos rendimentos de fontes
no exterior e o imposto devido sem a inclusão dos mesmos.
Essa diferença é calculada pelo Programa Carnê-leão. A
compensação pode ser efetuada mensalmente no cálculo do
Carnê-leão e na declaração anual.
Se o valor a compensar do imposto pago no exterior for maior
do que o valor mensal a recolher, a diferença poderá ser
compensada nos meses subseqüentes até dezembro do ano-
calendário, respeitado o limite legal correspondente. Essa
compensação é realizada automaticamente pelo programa. A
compensação só é possível com a apresentação dos
comprovantes dos rendimentos e do impostos pagos no exterior
traduzidos para o português por tradutor juramentado.
PENSÃO ALIMENTÍCIA - SENTENÇA JUDICIAL DO EXTERIOR
Para que a pensão alimentícia possa ser deduzida, é necessário
que seja paga em face do Direito de Família, em cumprimento
de decisão judicial ou acordo homologado na Justiça. A pensão
alimentícia paga em cumprimento de sentença judicial no
exterior pode ser deduzida, desde que homologada no Brasil
pelo Supremo Tribunal Federal.

DEDUÇÕES NO CARNÊ-LEÃO 2004


* Dependentes
O valor mensal relativo a dependente pode ser dedutível no
cálculo do Carnê-leão R$ 106,00(cento e seis reais para cada
dependente).
Conseqüentemente, o programa só aceita na coluna
Dependentes múltiplo de R$ 106,00. Não há limite de número
de dependentes para a sua dedução.
Não pode ser considerada no cálculo do Carnê-leão a quantia
de dependente que já tiver sido deduzida de outros
rendimentos auferidos no mês, sujeitos à tributação na fonte.
* Quem pode ser dependente
Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 17
Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

1. Cônjuge (marido ou mulher);


2. Companheiro (a), desde que haja vida em comum por mais
de cinco anos ou se da união resultou filho;
3. Filho (a) ou enteado (a) até 21 anos ou até 24 anos
completos, se estiver cursando ensino superior ou escola
técnica de 2o grau, ou de qualquer idade quando incapacitado
física ou mentalmente para o trabalho;
4. Filho (a) de pais separados legalmente nas seguintes
condições:
Pode ser dependente o filho que ficar sob a guarda de um
dos pais, em cumprimento de decisão judicial ou acordo
homologado na Justiça. O contribuinte que paga pensão
alimentícia a ex-cônjuge e filhos não pode considerá-los
como dependentes;
5. Menor pobre, assim considerado o menor com idade de até
21 anos, abandonado, órfão ou aquele cujos pais não possam
sustentar, que vive sob o mesmo teto do contribuinte que o
cria, educa e do qual tem a guarda judicial;
6. Irmão, neto ou bisneto, cujos pais não possam sustentar,
com idade de até 21 anos ou até 24 anos completos, se estiver
cursando ensino superior ou escola técnica de 2o grau, desde
que o contribuinte tenha a sua guarda judicial, ou de qualquer
idade quando incapacitado física ou mentalmente para o
trabalho;
7. Pais, avós ou bisavós, desde que não recebam rendimentos
superiores ao limite de isenção, sujeitos ou não ao pagamento
do imposto;
8. O absolutamente incapaz: o louco, o surdo-mudo que não
possa exprimir sua vontade e o pródigo, assim declarado
judicialmente, dos quais o contribuinte seja tutor ou curador.
DEPENDENTE COM RENDIMENTOS E / OU BENS
O fato de o dependente possuir bens, ter rendimentos próprios,
ser emancipado ou ser sócio de empresa, não acarreta a perda
da qualidade de dependente, desde que reúna as condições
para ser considerado como tal. No caso de o dependente
receber rendimentos sujeitos ao Carnê-leão, esses rendimentos
devem ser somados aos rendimentos sujeitos ao Carnê-leão do
contribuinte que relacionar o dependente na sua declaração.

Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 18


Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA
Cônjuge - certidão de casamento.
Companheiro - prova de vida em comum.
Filho - certidão de nascimento.
Irmão, neto e bisneto - termo de guarda judicial ou prova de
incapacidade física ou mental para o trabalho, conforme o
caso.
Menor pobre - termo de guarda judicial.
Absolutamente incapaz - termo de tutela ou curatela.

DEDUÇÃO DE UM MESMO DEPENDENTE


Não é possível a dedução mensal de um mesmo dependente por
mais de um contribuinte.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Contribuição previdenciária oficial
A contribuição paga à Previdência Social da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em nome do
contribuinte, pode ser deduzida no cálculo do Carnê-leão.
Não há limite de valor para a sua dedução. O valor pago não
pode ser incluído como despesa no livro Caixa.
Contribuição previdenciária privada e FAPI
A contribuição previdenciária privada e para os Fundos de
Aposentadoria Programada Individual - FAPI, visando à
complementação de aposentadoria futura, pagas em nome do
contribuinte, não podem ser deduzidas no cálculo do Carnê-
leão. Não podem ser consideradas no cálculo do Carnê-leão as
contribuições para a Previdência Social da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios que já tiverem sido
deduzidas de outros rendimentos auferidos no mês, sujeitos à
tributação na fonte.

DUPLA TRIBUTAÇÃO -CONCEITO


A dupla tributação ocorre quando um Estado estrangeiro e um
ente nacional tributam o mesmo ato ou fato jurídico. O governo
brasileiro assinou vários tratados para evitar a dupla
tributação de brasileiros no exterior e de estrangeiros no país.

Atestado da Autoridade Fiscal Brasileira


O Atestado tem a finalidade de fornecer as informações sobre a
situação fiscal de contribuinte, de interesse da administração
Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 19
Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

fiscal de país com o qual o Brasil tenha firmado acordo


(Convenções) para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão
fiscal em matéria de impostos sobre a renda. O Atestado é
destinado a comprovar o rendimento e a condição de residente
ou domiciliado no Brasil, para fins de instrução de pedido de
redução ou isenção de impostos sobre a renda.

Quem pode Requerer


Se pessoa física:
Contribuinte ou Representante legal ou seu procurador
habilitado.
Se pessoa jurídica:
O titular de firma individual, o responsável perante o CNPJ, o
dirigente de sociedade, o sócio-gerente, o seu representante
legal ou procurador legalmente habilitado.
Condições para emissão do certificado
O certificado só será expedido se a empresa satisfizer as
condições para obtenção da Certidão de Quitação de Tributos e
Contribuições Federais.
Quem pode requerer
Se pessoa jurídica:
O titular de firma individual, o responsável perante o CNPJ, o
dirigente de sociedade, o sócio-gerente, seu representante legal
ou procurador legalmente habilitado.
Prazo de Validade
O certificado terá prazo validade de um ano.
Documentação Necessária
• Formulário Atestado da Autoridade Fiscal, Anexo Único da IN
SRF 244/2002, devidamente preenchido.
• Original
ou cópia simples de documento de identidade do
requerente que permita sua identificação e conferência de
assinatura.
Local de Apresentação
• O requerimento deverá ser apresentado na unidade da
Receita Federal que jurisdiciona o domicílio fiscal do
contribuinte ou da matriz da empresa.
Alíquotas do Imposto de Renda Retido na Fonte 2004

Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 20


Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

Rendimentos do Trabalho: 15% e 27,5% conforme tabela


progressiva mensal abaixo reproduzida, para fatos geradores
ocorridos em 2004:

Base de cálculo mensal Alíquota Parcela a deduzir do


em R$ % imposto em R$

Até 1.058,00 - -

De 1.058,01 até 15,0 158,70


2.115,00

Acima de 2.115,00 27,5 423,08

Dedução por 106,00


dependente

Remessas ao Exterior: 25% (rendimentos do trabalho, com ou


sem vínculo empregatício, aposentadoria, pensão por morte ou
invalidez e os da prestação de serviços, pagos, creditados,
entregues, empregados ou remetidos a não-residentes) e 15%
(demais rendimentos de fontes situadas no Brasil);
Alíquotas do Imposto de Renda Retido na Fonte 2005
Rendimentos do Trabalho: 15% e 27,5% conforme tabela
progressiva mensal abaixo reproduzida, para fatos geradores a
partir de 01/01/2005:

Base de cálculo mensal Alíquota Parcela a deduzir do


em R$ % imposto em R$

Até 1.164,00 - -

De 1.164,01 até 15,0 174,60


2.326,00

Acima de 2.326,00 27,5 465,35

Dedução por 117,00


dependente

Rendimentos de Capital:
Fundos de longo prazo e aplicações de renda fixa, em geral:
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Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;


- 20,0% para aplicações com prazo de 181 até 360 dias;
- 17,5% para aplicações com prazo de 361 até 720 dias;
- 15,0% para aplicações com prazo acima de 720 dias;

Fundos de curto prazo:


- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
- 20,0% para aplicações com prazo acima de 180 dias;
Fundos de ações:
- 15%;
Aplicações em renda variável:
- 0,005%;
Remessas ao Exterior: 25% (rendimentos do trabalho, com ou
sem vínculo empregatício, aposentadoria, pensão por morte ou
invalidez e os da prestação de serviços, pagos, creditados,
entregues, empregados ou remetidos a não-residentes) e 15%
(demais rendimentos de fontes situadas no Brasil); e,
Outros Rendimentos: 30% (prêmios e sorteios em dinheiro),
20% (prêmios e sorteios sob a forma de bens e serviços), 1,5%
(serviços de propaganda) e 1,5% (remuneração de serviços
profissionais).
CÓDIGO DE RECOLHIMENTO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE
RENDIMENTOS DE RESIDENTES OU DOMICILIADOS NO EXTERIOR
Royalties e Pagamentos de Assistência Técnica - 0422
Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos
- 0490

Juros e Comissões em Geral - 0481


Juros sobre o Capital Próprio - 9453
Aluguel e Arrendamento - 9478
Aplicações Financeiras / Entidades de Investimento
Coletivo - 5286
Renda e Proventos de Qualquer Natureza - 0473
Fretes Internacionais - 9412
Previdência Privada e Fapi - 9466
Remuneração de Direitos - 9427
Obras Audiovisuais – 5192

Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 22


Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

REGIME DE TRIBUTAÇÃO - RENDIMENTOS DE RESIDENTES OU


DOMICILIADOS NO EXTERIOR
" Exclusivo na fonte.
RESPONSABILIDADE DO RECOLHIMENTO
" Compete à fonte pagadora.
" Compete ao procurador quando este não der conhecimento
à fonte pagadora de que o beneficiário do rendimento é
residente ou domiciliado no exterior.
Fundamentação legal - RIR/99: -Arts. 717 e 721, II.
PRAZO DE RECOLHIMENTO
" Na data da ocorrência do fato gerador.
Fundamentação legal - RIR/99: -Art. 865, I.
PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA DE ESTRANGEIRO
Contrato social, assinado pelos sócios ou seus procuradores.
Neste último caso, deverá ser exigida a respectiva procuração
com poderes específicos para o ato; ou certidão de inteiro teor
do contrato social, quando revestir a FORMA PÚBLICA em três
vias;

Quando houver participação societária de:


a) sociedade estrangeira:
• Prova de existência legal da empresa e da legitimidade de
sua representação (representante legal ou procurador);
• Inteiro teor do contrato ou do estatuto;
• Procuração estabelecendo representante no Brasil com
poderes para receber citação;
• Tradução dos referidos atos, por tradutor matriculado em
qualquer Junta Comercial;
b) pessoa física residente e domiciliada no exterior:
procuração estabelecendo representante no País, com
poderes para receber citação;

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Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

tradução da procuração por tradutor matriculado em


qualquer Junta Comercial, caso passada em idioma
estrangeiro;
DOCUMENTOS REFERENTES À SÓCIA PESSOA FÍSICA
RESIDENTE E DOMICILIADA NO EXTERIOR OU PESSOA
JURÍDICA ESTRANGEIRA
Procurações e outros documentos oriundos do exterior
Procuração específica, estabelecendo representante no Brasil,
com poderes para receber citação judicial em ações contra o
sócio, com as assinaturas autenticadas, de acordo com as leis
nacionais, e visadas pelo consulado brasileiro no país
respectivo.
Os documentos oriundos do exterior (contratos, procurações
etc.) devem ser apresentados com as assinaturas reconhecidas
por notário, salvo se tal formalidade já tiver sido cumprida no
Consulado Brasileiro. Os instrumentos lavrados por notário
francês dispensam o visto pelo Consulado Brasileiro (Decreto
nº 91.207, de 29/4/85).
Além da referida formalidade, deverão ser apresentadas
traduções de tais documentos para o português, por tradutor
matriculado em qualquer Junta Comercial, quando estiverem
em idioma estrangeiro.
IMPEDIMENTOS PARA SER ADMINISTRADOR
b) impedida por norma constitucional ou por lei especial:
• brasileiro naturalizado há menos de 10 anos:
em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e
radiodifusão de sons e imagens;
• estrangeiro:
estrangeiro sem visto permanente;
A indicação de estrangeiro para cargo de administrador poderá
ser feita, sem ainda possuir “visto permanente”, desde que haja
ressalva expressa no contrato de que o exercício da função
depende da obtenção desse “visto”.
natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua
ao território nacional e que se encontre no Brasil;
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Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

em empresa jornalística de qualquer espécie, de


radiodifusão sonora e de sons e imagens;
em pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre
imóvel rural na Faixa de Fronteira (150 Km de largura ao longo
das fronteiras terrestres), salvo com assentimento prévio do
órgão competente;
• português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no
Estatuto da Igualdade, comprovado mediante Portaria do
Ministério da Justiça, pode ser administrador de sociedade
limitada, exceto na hipótese de empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens;
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
Administrador
A administração da sociedade será exercida por uma ou mais
pessoas designadas no contrato ou em ato separado.
Quando o administrador for nomeado em ato separado, este
deverá conter seus poderes e atribuições.
A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se
estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa
qualidade.
Não há obrigatoriedade de previsão de prazo do mandato de
administrador nomeado no contrato, que, não estando previsto,
entender-se-á ser de prazo indeterminado.
Não é exigível a apresentação do termo de posse de
administrador nomeado, quando do arquivamento do ato de
sua nomeação.
Administrador sócio designado em ato separado
O administrador sócio designado em ato separado investir-se-á
no cargo mediante termo de posse no livro de atas da
administração.
Se o termo de posse não for assinado nos 30 dias seguintes à
designação, esta se tornará sem efeito.
Administrador não sócio
A sociedade só poderá ser administrada por não sócio se
houver cláusula permissiva no contrato.
A designação do administrador dar-se-á no contrato ou em ato
separado.

Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 25


Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

A designação de administrador não sócio em ato separado (ata


de reunião ou assembléia de sócios ou documento de
nomeação do administrador) dependerá da aprovação da
unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a
integralização.
O administrador não sócio designado em ato separado investir-
se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da
administração.
Se o termo de posse não for assinado nos 30 dias seguintes à
designação, esta se tornará sem efeito.
Quando nomeado e devidamente qualificado no contrato, o
administrador não sócio considerar-se-á investido no cargo
mediante aposição de sua assinatura no próprio instrumento.
A declaração de inexistência de impedimento para o exercício
de administração da sociedade, se não constar do contrato,
deverá ser apresentada em ato separado, que instruirá o
processo.
Administrador – pessoa jurídica
A pessoa jurídica não pode ser administradora.
Administrador - estrangeiro
Administrador estrangeiro deverá ter visto permanente e não
estar enquadrado em caso de impedimento para o exercício da
administração.
Averbação da nomeação de administrador (sócio ou não)
designado em ato separado
Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador
requerer seja averbada na Junta Comercial sua nomeação,
utilizando o modelo abaixo ou outro, desde que contenha os
dados nele citados, o qual poderá conter a Declaração de
Inexistência de Impedimento para o Exercício de Administração
da Sociedade, caso não conste do documento de nomeação:
Ilmo. Senhor Presidente da Junta Comercial do Estado do
Ceará
____________________________________________________
(qualificação completa do administrador, compreendendo:
nome completo, nacionalidade, estado civil, endereço
residencial completo, identidade, CPF)
_____________________________________ requer a averbação de
sua nomeação em (indicar a data da nomeação) __ de _____ de
2____ como ADMINISTRADOR da empresa
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Tributação de Estrangeiros
Instrutora: Maria do Socorro Maciel Arraes

________________________- NIRE ____________, conforme (indicar


o ato de sua nomeação) ____________________________________
iniciando-se o prazo de gestão em _____/____/______ , que será
(indicar se será indeterminado ou, se determinado, o prazo ou
a data de seu término) ______________________.
Declaro, sob as penas da lei, que não estou impedido, por lei
especial, de exercer a administração da sociedade e nem
condenado ou sob efeitos de condenação, a pena que vede,
ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por
crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,
concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade.
(local e data):________________, ____ de _______________ de
______
assinatura do administrador: _______________________________
O requerimento deverá ser apresentado para arquivamento em
uma Capa de Processo, com os dados do campo destinado ao
Requerimento preenchido e indicando o ATO: 234 –
AVERBAÇÃO DE NOMEAÇÃO DE ADMINISTRADOR, porém
sem necessidade de assinatura, juntamente com:

a) cópia autenticada da identidade (se estrangeiro, identidade


com visto permanente e dentro do prazo de sua validade);

b) Declaração de Inexistência de Impedimento para o


Exercício de Administração da Sociedade, se não constar do ato
de nomeação ou do requerimento de averbação da nomeação;

Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará 27

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