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Passeios pedestres na serra de Ossa

(concelho do Redondo - Alentejo)

A Serra d’ Ossa, com uns escassos 650 m de altitude, é a principal elevação


do Alentejo Central. Tem uma orientação NW – SE e o seu núcleo central
junta os concelhos de Estremoz, Borba e Redondo. Pelas suas vertentes
escorrem as águas que alimentam, de um lado, a bacia do Guadiana, do
outro a bacia do Tejo. Contrastando com este relevo, essencialmente
xistoso, estende-se a chamada Zona dos Mármores, num eixo que liga
Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal.

Entre os concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Alandroal e Redondo,


ergue-se majestosamente na paisagem alentejana a Serra d'Ossa.

Apesar de uma grande área do coberto vegetal da Serra estar dominado


pelo eucalipto, os montados de sobro e azinho e os extensos estevais
constituem por excelência os habitats seminaturais resultantes da
intervenção humana na paisagem ao longo dos tempos.

A flora da Serra D'Ossa oferece muitas características do elenco florístico


das regiões mediterrâneas. A vegetação é constituída por espécies de
folha pequena, dura e muitas vezes espinhosa, como rotecção às elevadas
temperaturas e, sobretudo, à falta de água. Dominam as árvores de folha
persistente, como o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Q. rotundifolia),
o zambujeiro (Olea europaea ssp. Sylvestri), o pinheiro-bravo (Pinus
pinaster) e pinheiro-manso (Pinus pinea), não esquecendo a enorme
mancha de eucaliptocomum (Eucalyptus globulus). No estrato arbustivo
o elenco é composto por medronheiro (Arbustus unedo), urze (Erica
australis), rosmaninho (Lavandula lusitanica) e alecrim (Rosmarinus
officinalis), entre muitas outras espécies aromáticas.

Do ponto de vista florístico, destaquese ainda a presença de plantas


de elevado interesse patrimonial, como é o caso de codeço
(Adenocarpus telonensis), do tojo (Ulex eriocladus) e do orvalho do sol,
planta insectívora (Drosera lusitanica). Existe nesta serra uma grande
diversidade de seres vivos, alguns raros e de grande interesse de
conservação, destacando-se em termos avifaunísticos a águia-calçada,
bem como a ocorrência de peneireiro-cinzento e do mocho-de-orelhas,
espécie pouco comum e mal conhecida em Portugal. De entre os
corvídeos destaque para o corvo (Corvus corax) e para o gaio (Garrulus
glandarius), muito frequentes na serra. A serra abriga ainda espécies tão
importantes para a conservação como a águia de Bonelli
(Hieraaetus fasciatus), o bufo real (Bubo bubo), algumas espécies de
morcegos e a víbora cornuda (Vipera latasti). Na proximidade de linhas de
água é frequente encontrar alguns anfíbios como a salamandra
(Salamandra salamandra), o sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasii),
a rela (Hyla arborea), entre outros. Em termos de espécies cinegéticas,
destaque para a caça maior, com presença do javali (Susscrofa).
PROGRAMA:

29 de Março (6ª feira):


Partida para a Aldeia da Serra (concelho do Redondo) em carros
particulares e alojamento no Hotel no Hotel Convento de São
Paulo****.

30 de Março (Sábado):
8h: Pequeno-almoço.

9h: Partida do alojamento para a aldeia de Freixo em carros


particulares.

9h30m: Início do percurso pedestre “da aldeia do Freixo à serra


d’Ossa”.
A freguesia de Redondo é particularmente rica em vestígios de ocupações passadas, que
podemos remontar a vários milhares de anos atrás. Destas, as construções megalíticas, mais
conhecidas por Antas, constituem, Hoje como Ontem, uma das mais expressivas marcas
humanas na paisagem local e regional.

Na freguesia de Redondo, a área envolvente à aldeia do Freixo é a que apresenta um maior


número de monumentos conhecidos, tendo sido identificado um número menor entre a vila do
Redondo e a Aldeia da Serra. Foram identificados cerca de 50 monumentos deste tipo em toda
a freguesia, a maioria dos quais conhecidos das populações locais, que os povoa de mitos e
lendas, integrando-os na paisagem humana actual.

Na realidade, as antas são construções humanas, dos IV e IIIº milénio antes de Cristo,
destinadas a sepultar os mortos; eram normalmente constituídas por uma edificação em pedra,
com um corredor e uma câmara sepulcral, que hoje se conserva de modo diverso, que eram
cobertos com uma grande camada de terra e pedra, formando uma pequena elevação,
raramente conservada hoje em dia. Desde o século XVI que são conhecidos relatos destes
monumentos no Redondo, destacando-se de entre todos a Anta da Candeeira, que viria a ser
visitada no final século XIX pelo ilustre arqueólogo francês Émile Cartailhac, após ter sido dada
a conhecer por Gabriel Pereira, que também noticiou a existência da Antas da Vidigueira e do
Colmeeiro.
Em 1910, estes três Monumentos foram classificados como Monumento Nacional.

Distância: 17 km; Grau de dificuldade: Médio +. Percurso circular.

Trazer botas de caminhada, vestuário confortável adequado ao


tempo, bastão, água e farnel para almoço.

Haverá pausas para almoço e descanso.

16h: Fim do percurso pedestre e regresso ao Hotel em carros


particulares.

18h: Visita guiada ao Convento de São Paulo.


Erguido em 1182 por eremitas desejosos de oração e bem-estar, a meia encosta da Serra
d’Ossa, entre Estremoz e Redondo, em pleno Alentejo, o Convento de São Paulo é agora
um confortável e requintado hotel. Testemunham várias crónicas que o Convento de São
Paulo acolheu, ao longo dos séculos, importantes figuras como D. Sebastião, D. João IV e
D. Catarina de Bragança que, em 1661, casou com Carlos II de Inglaterra. Aliás, na
biblioteca do Convento existe ainda uma tela restaurada pelo Museu Nacional de Arte
Antiga de Lisboa que atesta a passagem de D. Sebastião pelo Convento de São Paulo, em
finais de 1577, quando viajava para o Norte de África, onde morreu em combate na
batalha de Alcácer Quibir. São histórias como esta que fazem do Convento de São Paulo
um destino ímpar.

A preservação da impressionante coleção de azulejaria impõe uma nova forma de


utilização da ala museológica. As antigas celas dos monges, os seus corredores e
fontanários constituem um autêntico museu vivo. Estes espaços apenas serão
disponibilizados proporcionando a oportunidade de não só visitar o museu como poder
ainda usufruir desta experiência única. Com uma preciosa coleção de cerca de 54 mil
azulejos, o Convento de São Paulo tem a maior coleção privada do país. A requintada
azulejaria azul-cobalto data dos reinados de D. João V, bem como de D. José I, e configura
um conjunto monumental produzido nas melhores oficinas de Lisboa. Algumas das
encomendas de azulejaria destinaram-se a espaços específicos e devem ter tido patronos
individualizados, como os da Capela do Bispo onde se vê a assinatura de António de
Oliveira Bernardes ou os da Capela de Nossa Senhora da Conceição, cuja autoria é
atribuída a Gabriel del Barco. A maioria dos painéis, contudo, é da autoria de um mestre
que usa o monograma P.M.P. e constituem um caso notável de azulejaria.

Fontes florentinas decoram vários espaços interiores e exteriores do Convento. A Fonte do


Leão, junto à entrada do Convento, foi destino de romarias durante vários anos. No Jardim
das Quatro Estações, encontra-se a Fonte do Dragão, classificada como Monumento
Nacional. Passeando pelo Convento, na Portaria Nova, encontra-se ainda a Fonte dos
Golfinhos, datada da segunda metade do século XVIII. Os Claustros e os Jardins dos
Noviços estão igualmente adornados com outras duas fontes. As terracotas, esculturas que
poderá encontrar nos nichos do Claustro ou no Jardim dos Noviços, são datadas do séc.
XVIII. De salientar a magnificência do Jardim dos Noviços, quer de dia, quer de noite.

20h: Jantar de grupo no Hotel.

31 de Março (Domingo):
8h: Pequeno-almoço.

9h: Início do percurso pedestre “Eremitas da Serra d’Ossa” (do


Convento de São Paulo á serra d’Ossa).
Do Redondo avista-se a Serra d’Ossa que, na sua vertente sudoeste, apresenta boas manchas
de floresta de sobreiros e azinheiras que se estendem para os campos na sua base, dando
uma excelente alternativa aos muitos eucaliptos que a povoam. É também por aqui que se
encontram os monumentos religiosos que caracterizaram a vocação eremítica deste local.
Os monges eremitas terão chegado à Serra d’Ossa no século IV, mas com maiores certezas
sabe-se que se estabeleceram definitivamente durante o período da reconquista. Foram eles,
primeiro em pequenas cavernas ou aproveitando o que encontravam, e mais tarde em
conventos, que moldaram a região.

A Anta da Candeeira, junto à Aldeia da Serra, conta-nos o que pode ter sido a história deste
território. Lugar de enterro do neolítico, a anta tem no esteio da cabeceira um buraco redondo.
Conhecem-no as gentes como o “buraco da alma”. Rui Mataloto, arqueólogo da Câmara
Municipal de Redondo, coloca a hipótese de ter sido feito por um eremita que utilizou a anta
como retiro.

Os monges eremitas fundaram vários mosteiros na serra, o último dos quais – o de São Paulo
– é hoje um hotel rural e também museu. Mas há vestígios de pelo menos um outro e os
historiadores acreditam que a comunidade tenha construído dois outros anteriores. O que se
sabe é que já no século XIV foram alvo de vários privilégios reais e papais.
Foi já no século XVI, mais concretamente em 1578, que o Papa aprova a Congregação dos
Monges de Jesus Cristo da Pobre Vida e foi a partir de então que começou a construção do
convento que chegou aos nossos dias.

Este sempre foi um convento acarinhado pelos reis portugueses. D. Sebastião passou por aqui
na sua última viagem que terminaria em Alcácer Quibir. D. Catarina de Bragança também para
aqui veio depois de enviuvar do rei inglês Carlos II e o mosteiro serviu também como colónia
para os chamados meninos de Palhavã, os filhos bastardos de D. João V.

Foram os cerca de 70 monges que viviam no convento que moldaram a serra. Aos jardins,
horta e socalcos de xisto que existem na vertente sul da serra, juntam-se os laranjais que
plantaram, as várias fontes que se encontram e os muros conventuais.

A última grande intervenção no convento deu-se já no século XVIII, mas foi sobretudo ao nível
da decoração e é deste período que datam os painéis de azulejo que constituem a maior
coleção in situ de Portugal e de tão grande qualidade que se chegou a equacionar que o
Museu do Azulejo aqui fosse aberto. Aqui existem painéis dos principais mestres portugueses
do século XVIII: Gabriel del Barco, P.M.P e António de Oliveira Bernardes.

A vida dos monges manteve-se igual ao longo dos séculos, em silêncio no interior do edifício.
Até que em 1834 as ordens religiosas são extintas a mando de Mouzinho da Silveira.

Ao extinguir as ordens, pretendia o governo dotar de meios as autarquias. Mas Redondo e


Estremoz não se entendiam quanto aos seus limites e a qual se deveria dotar a imensa
propriedade do mosteiro.

Distância: 15 km; Grau de dificuldade: Médio +. Percurso circular.

Trazer botas de caminhada, vestuário confortável adequado ao


tempo, bastão, água e farnel para almoço.

Haverá pausas para almoço e descanso.

16h: Fim do percurso pedestre.

Preço do programa por pessoa:


 Com dormida em Quarto Cruzeiro (situado fora do edifício
principal): 140 € ocupação para 2 pessoas ou 203 € para
ocupação individual.
 Com dormida em Suíte Fonte (situado fora do edifício
principal): 160 € ocupação para 2 pessoas ou 240 € para
ocupação individual.
 Com dormida em Quarto São Paulo (situado dentro do
edifício principal): 175 € ocupação para 2 pessoas ou 260 €
para ocupação individual.
 Com dormida em Quarto Standard (Quarto situado dentro
do Edifício Principal, nas Antigas Celas): 175 € ocupação
para 2 pessoas ou 260 € para ocupação individual.
O preço inclui 2 noites de alojamento na Aldeia da Serra no
Hotel Convento de São Paulo****, 2 pequenos almoços, 1
jantar e as atividades referidas no programa.
Apostado na valorização da sua singularidade, o Convento de São Paulo investe numa
nova forma de posicionamento perante a sua localização. Inserido numa herdade de 600
hectares, a sua primeira aposta é na ruralidade que o envolve. O Convento está rodeado
por uma série de diferentes jardins. As quatro estações do ano dão-nos ambientes
absolutamente únicos. As cores de cada estação permitem descobrir sempre algo de novo
em cada um destes espaços. Um pequeno passeio à volta do Convento através do Olival e
do Laranjal leva-nos a encontrar pequenos recantos simplesmente mágicos. Os cursos de
água, a fonte de Nossa Senhora da Saúde, os aromas e os sons da natureza sentidos ao
longo destes passeios conferem a estes espaços um misticismo sem igual. A preservação
da impressionante coleção de azulejaria impõe uma nova forma de utilização da ala
museológica. As antigas celas dos monges, os seus corredores e fontanários constituem
um autêntico museu vivo. Estes espaços apenas serão disponibilizados proporcionando a
oportunidade de não só visitar o museu como poder ainda usufruir desta experiência
única.

Erguido em 1182 por eremitas desejosos de oração e bem-estar, a meia encosta da Serra
d’Ossa, entre Estremoz e Redondo, em pleno Alentejo, o Convento de São Paulo é agora
um confortável e requintado hotel. Testemunham várias crónicas que o Convento de São
Paulo acolheu, ao longo dos séculos, importantes figuras como D. Sebastião, D. João IV e
D. Catarina de Bragança que, em 1661, casou com Carlos II de Inglaterra. Aliás, na
biblioteca do Convento existe ainda uma tela restaurada pelo Museu Nacional de Arte
Antiga de Lisboa que atesta a passagem de D. Sebastião pelo Convento de São Paulo, em
finais de 1577, quando viajava para o Norte de África, onde morreu em combate na
batalha de Alcácer Quibir. São histórias como esta que fazem do Convento de São Paulo
um destino ímpar.

Com uma preciosa colecção de cerca de 54 mil azulejos, o Convento de São Paulo tem a
maior colecção privada do país. A requintada azulejaria azul-cobalto data dos reinados de
D. João V, bem como de D. José I, e configura um conjunto monumental produzido nas
melhores oficinas de Lisboa. Algumas das encomendas de azulejaria destinaram-se a
espaços específicos e devem ter tido patronos individualizados, como os da Capela do
Bispo onde se vê a assinatura de António de Oliveira Bernardes ou os da Capela de Nossa
Senhora da Conceição, cuja autoria é atribuída a Gabriel del Barco. A maioria dos painéis,
contudo, é da autoria de um mestre que usa o monograma P.M.P. e constituem um caso
notável de azulejaria.

Fontes florentinas decoram vários espaços interiores e exteriores do Convento. A Fonte do


Leão, junto à entrada do Convento, foi destino de romarias durante vários anos. No Jardim
das Quatro Estações, encontra-se a Fonte do Dragão, classificada como Monumento
Nacional. Passeando pelo Convento, na Portaria Nova, encontra-se ainda a Fonte dos
Golfinhos, datada da segunda metade do século XVIII. Os Claustros e os Jardins dos
Noviços estão igualmente adornados com outras duas fontes. As terracotas, esculturas que
poderá encontrar nos nichos do Claustro ou no Jardim dos Noviços, são datadas do séc.
XVIII. De salientar a magnificência do Jardim dos Noviços, quer de dia, quer de noite.
A actividade está coberta por seguro.

Para inscrição enviar mail para caminhoscomcarisma@gmail.com


Este evento é realizado em conjunto com a We Go Adventures

Saudações caminheiras,

Miguel Pereira

Caminhos com Carisma


RNAT nº 86/2016
RNAVT Registo n.º 7159
Rua Raul Mesnier du Ponsard, nº 4, 3º esqº - 1750-243 Lisboa
914907446 / 967055233.

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