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Branca de neve 


 
Em uma tarde fria de inverno no Rio de Janeiro, Lauren estava se 
arrumando para a faculdade. Todo dia era a mesma coisa, acordar, se 
espreguiçar, fazer um pouco de saudação ao sol, realizar suas higienes 
matinais e se entupir de protetor solar. Essa era a parte de seu dia que 
mais desgostava mas era necessário, pois sua pele era tão clara como 
a neve, seus olhos tinham um tom lilás como um campo de lavanda em 
um fim de tarde, seus cabelos eram platinados e cacheados 
naturalmente, como todos diziam, uma albina perfeita. 

Colocou seus óculos escuros, pegou sua mochila e saiu em direção a 


faculdade. Onde a garota passava chamada toda atenção para si. 
Chegando lá todos os olhares se voltaram para a mesma, ficando 
envergonhada como de natural e seguiu seu caminho em lentos 
passos, uma pessoa parou em sua frente e ela encarou-a, deu meia 
volta e seguiu seu caminho, a pessoa ficou lá parada como uma 
estátua. 
 
Seu celular tocou de um forma estridente como se gritasse, era um de 
seus sete irmãos: 
 
-oi irmãozinho, eu já cheguei sim, desculpa...sim é esqueci de avisar 
ok...até mais tarde. 
 
Desligou o telefone e deu de frente com uma negra de olhos ônix, 
cabelos negros longos e cacheados, o sorriso era uma das coisas mais 
amava nesse universo, se aproximou da garota e a abraçou 
entrelaçando seus braços na cintura, puxando-a para perto de seu 
corpo, concomitantemente um doce perfume se instalou naquela bolha 
de amor delas, ambas sorriram e selaram seus lábios em um beijo 
calmo. 
 
--Oi laur, estava com saudades já, essas nossas férias pareciam não ter 
fim isso me mata, ter que toda hora voltar para aquela ilha, no meio do 
nada, porque meus pais insistem em falar “Ana, você é uma princesa 
blá blá blá, seu povo não pode ficar sem você blá blá, se não o Deus do 
fogo pode voltar.” É difícil essa vida, sou princesa lá...aqui sou só eu. 
-Ana ria enquanto olhava para a menina a sua frente. 
 
--Gente meu Deus minha namorada é uma princesa, desculpa senhorita 
Moana, posso por favor unir meus lábios aos teus para um beijo? 
-Lauren recebeu um tapa em seu braço e logo após um beijo. 
 
--Amor...Moana não, é Ana fora da ilha é assim, mas vamos para aula? 
Tenho prova de biologia.- Ambas deram as mãos e caminharam para 
aula. 
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2
 
 
Estava indo tudo bem como de costume, o casal feliz, todos felizes com 
ela era um grupo relativamente alegre, mas isso é o que elas achavam. 
Havia uma pessoa no meio delas que não gostava nem um pouco de 
seu amor, achava aquilo de outro com a alegria delas, quem seria esse 
monstro? A mãe de Moana. 
 
Um dia a mesma convidou as meninas para passar o dia em sua casa. 
Elas foram felizes, pensando que finalmente ela havia as aceitado, a 
mãe preparou um banquete com carnes, massas e frutas, Lauren ficou 
meio com medo de negar essa parte, mas teve pois era extremamente 
alérgica a maçãs, mesmo achando que elas deviam ter um sabor dos 
deuses. 
 
--Vamos minha querida, prove esta torta maravilhosa que fiz 
especialmente para você, não há maçãs, pois sei que é alérgica, mas é 
de frutas vermelhas.- A mãe de Moana sorri meio forçado. 
 
A menina engoliu no seco e por fim aceitou um pedaço da torta, ao 
tirar um primeiro pedaço, se sentiu maravilhosa, pois era melhor torta 
de todas, mas alguns poucos segundos depois veio a falta de ar, 
tonteira, tudo começou a girar e aí veio uma escuridão. 
 
Meses se passaram e nada da menina acordar, não importa o que 
fizessem, ela não acordava, havia entrado em coma por ter ingerido 
maçãs em excesso. Sua alergia era tão séria que ela estava entre a vida 
e a morte. Moana tentou de tudo para fazê-la acordar, mas nada que 
fez funcionou, ela estava já desistindo mas tentou uma última vez ter 
sua menina de volta. Foi até aquele quarto frio de hospital, viu ali 
deitada seu amor, se aproximou em lentos passos e proferiu palavras 
carinhosas em seu ouvido e então por fim uniu seus lábios aos dela 
que já estavam gelados, por conta do lugar, se preparou para se 
afastar quando ouviu uma voz rouca sussurrar: 
 
--Amor?- Sua paixão havia acordado. 
 
Moana sorriu vitoriosa e correu para chamar os médicos do local. 
Todos chegaram de forma rápida, fizeram exames e mais exames para 
que tudo ali em diante tudo desse certo. 
 
  
 

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