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Título do projeto: Conscientização Sobre Os Resíduos Sólidos Urbanos E Uso Da

Compostagem Como Alternativa De Baixo Custo Para Redução Do Lixo Orgânico.

Área temática da extensão: Meio Ambiente

Subárea: Resíduos Sólidos

Introdução

Os resíduos sólidos urbanos são produzidos em larga escala resultantes da atividade doméstica,
comercial, hospitalar, agrícola e industrial. Pesquisas apontam para essa problemática do lixo e
os impactos que são gerados ao planeta Terra em consequência da lenta decomposição desses
materiais. Busca-se descobrir medidas que minimizem a produção do lixo e de como acelerar
o processo de decomposição desses resíduos, porem algumas atividades já fazem grande
diferença como a coleta seletiva.

O lixo orgânico se refere à materiais de origem tanto vegetal quanto animal, esse tipo de
material se decompõe a curto prazo podendo ser utilizado na compostagem, uma técnica antiga
que transforma a matéria orgânica em biofertilizante. A coleta seletiva separa os resíduos
sólidos urbanos de acordo com sua classificação: matéria orgânica, plástico, papel e papelão,
vidro, metal, outros. Essa diferenciação facilita a reutilização e reciclagem facilitando a redução
de lixo urbano.

A compostagem tornou-se uma ferramenta que ajuda a reduzir quantidade de lixo orgânico
dando um destino ecologicamente correto, é uma prática de baixo custo e que não ocupa muito
espaço, podendo ser feita até mesmo em apartamentos. Os bolsistas do PIBID através do estágio
na Escola De Ensino Médio Barão De Aracati, na disciplina de química, desenvolvem uma
horta orgânica e para complementação foi pensado o projeto de compostagem com intuito de
contribuir na comunidade escolar.

Objetivos

 Gerais
Apresentar o conceito sobre resíduos sólidos urbanos, sua classificação e suas
destinações mais utilizadas e adequadas. Alertando para o reaproveitamento de
materiais orgânicos para o uso da compostagem.

 Específicos
1. Conceituar os resíduos sólidos urbanos
2. Destinação do lixo urbano
3. Explicar a coleta seletiva
4. Uso da compostagem e seus benefícios
5. Manusear de forma correta a composteira
6. Contribuir na implantação da horta orgânica da escola barão de Aracati
7. Fazer a associação do conteúdo da disciplina de química aplicado com a
realidade
Fundamentação Teórica
1. Definição de Resíduos Sólidos

O processo de globalização implementa novos produtos no mercado de modo a favorecer


o consumismo. Essa dinâmica tem provocado grandes problemas ao planeta em razão de se
produzir muitos resíduos sólidos. As matérias do lixo apresentam propriedades físicas e químicas
que permite o desenvolvimento de tecnologias adequadas para o tratamento do
lixo, além do que contribui para que as pessoas sejam esclarecidas a respeito de como se fazer o
descarte correto do lixo de acordo com as matérias-primas, insumos e o processo que lhe deu
origem.

Resíduos Sólidos, segundo a definição da ABNT NBR 10004, resíduos nos estados sólido
e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia disponível.

2. Classificação dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são classificados de acordo com os riscos potenciais de


contaminação do meio ambiente e quanto a natureza de origem.

2.1. Quanto aos Riscos Potenciais de Contaminação do Meio Ambiente.

a) Classe I - Perigosos: apresentam riscos a saúde devido a suas propriedades físicas e


químicas ou infectocontagiosas.

b) Classe II- Não perigosos: não-inertes, os resíduos que não se apresentam como
inflamáveis, corrosivos, tóxicos, patogênicos, e nem possuem tendência a sofrer uma
reação química. E os inertes que são os resíduos dessa classificação não tem nenhuma
das características dos resíduos de classe I., porém, se mostram indiferentes ao contato
com a água destilada ou desionizada, quando expostos à temperatura média dos espaços
exteriores dos locais onde foram produzidos.

2.2. Quanto a Classificação dos Resíduos Quanto a Origem

a) Domiciliares: originário das atividades domesticas das residências.

b) Limpeza urbana: originário de serviços de limpeza urbana como varrição de ruas.

c) Sólidos urbanos: são todos os resíduos originários das atividades domiciliares e da limpeza
urbana.

d) Comerciais e de prestação de serviços: são resíduos originados de acordo com atividade o


empreendimento desenvolve.

e) Serviços públicos de saneamento básico: São todos os resíduos originários das atividades
domiciliares e da limpeza urbana.

f) Industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

g) Serviços de saúde: originários de atividades hospitalares

h) Construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de


Obras de construção civil.
i) Agrossilvopastoris: Originados das atividades agropecuárias.

2.3 Outros Tipos de Classificação de Sólidos Dependendo da Finalidade

Composição Química:

a) orgânico
b) inorgânico
Degradabilidade:

a) facilmente degradável
b) degradável
c) pouco degradável
d) dificilmente degradável
e) não degradável.
Riscos de contaminação ao meio ambiente:

a) grupo A – risco biológico


b) grupo B – risco químico
c) grupo C – rejeito radioativo
d) grupo D – resíduo comum

3. Destino Final e Tratamento dos Resíduos Sólidos

3.1 Tipos De Disposição Final Dos Resíduos Sólidos

a) lixões: caracteriza pela descarga dos resíduos sobre o solo a céu aberto sem medidas de
proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.
b) aterros controlados: caracteriza pela descarga dos resíduos sobre depressões ou escavações
que são recobertos com camadas de solo sem medidas de proteção ao meio ambiente.
c) aterros sanitários: caracteriza pelo preparo do solo antes da deposição dos resíduos sólidos.
Deste modo, o chorume é drenado e conduzido a uma estação de tratamento de efluentes e os
gases produzidos (especialmente metano e sulfídrico) são coletados em extravasores e,
posteriormente, queimados ou utilizados como combustível no próprio aterro existindo
compartimentos determinados a cada produto decomposto produzido pelos resíduos.

3.2 Tratamentos De Resíduos Sólidos

a) Usina de compostagem: É uma técnica que transformar resíduos orgânicos em


biofertilizante. O processo de compostagem segue três passos principais: caracterizarão da
matéria-prima, do material-base e o estudo dos processos de produção; análise dos compostos
do ponto de vista físico e químico, realizando análises estatísticas para controle de qualidade e
produção de formulações.
Vantagens:
 Redução do lixo destinado ao aterro, com a consequente economia com os custos
de aterro e aumento de sua vida útil
 Revalorização e aproveitamento agrícola da matéria orgânica
 Reciclagem de nutrientes para o solo
 É um processo ambientalmente seguro
 Eliminação de patógenos devido à alta temperatura atingida no processamento
 Economia de tratamento de efluentes
Desvantagens:
 Falta de mão de obra qualificada
 Maquinários caros
 Falta de investimentos públicos

b) Usina de Incineração: uma técnica que utiliza altas temperaturas para a queima dos resíduos
sólidos.

Vantagens:
 Aproveitar o calor gerado para produzir energia elétrica.
 Os gases produzidos são purificados sendo lançados na atmosfera sem nenhum
contaminante nocivo ao meio ambiente.
 As cinzas podem ser transformadas em tijolos ou pisos para pavimentação.
 Geração de empregos pois necessita de pessoas para fazer a catação dos resíduos

Desvantagens:
 Auto custo para implantação
 Falta de investimentos públicos

4. A Coleta Seletiva como Ferramenta para Reutilização e Reciclagem de Materiais

A coleta seletiva contribui a redução dos impactos ambientais facilita o tratamento do


lixo evitando a contaminação de materiais que poderão ser reutilizados (dar uma nova função
para um material ou reciclados) ou reciclados (é transformação de um material em algo novo).
Primeiramente começa pela separação dos resíduos pelo seu produtor e acondicionando nos
locais adequados de acordo com as propriedades.

Segundo a Resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) N.º 275/2001, foi
estabelecido um código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Os resíduos
são armazenados em lixeiras de acordo com as características do material.

 Azul: papéis e papelões;


 Verde: vidros;
 Vermelho: plásticos;
 Amarelo: metais;
 Marrom: resíduos orgânicos;
 Preto: madeiras;
 Cinza: materiais não reciclados;
 Branco: lixos hospitalares;
 Laranja: resíduos perigosos;
 Roxo: resíduos radioativos.

5. Sistema da Compostagem

A compostagem é um método que transforma os resíduos orgânicos, seja de origem


urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal em húmus. A modificação desse resíduo
orgânico em adubo se dá por intermédio de microrganismos, como fungos e bactérias que
degradam a matéria orgânica, originando um fertilizante natural. Esse sistema pode ser
desenvolvido em ambiente escolar, pois ocupa pouco espaço e o material que pode ser utilizado
para confeccionar a composteira é de fácil acesso.

A qualidade e quantidade do composto está diretamente ligada a fatores como a temperatura,


aeração, umidade e a relação carbono e nitrogênio (C/N), essas variáveis precisam ser
controladas, através da observação e verificação do processo de compostagem, esse controle
permite corrigir possíveis erros que venha acontecer auxiliando no manejo da composteira.

6. Fatores que interferem na qualidade do biofertilizante

Temperatura: influencia na produção de bactérias e fungos que são necessários para que
aconteça alteração da matéria orgânica em húmus.

● A taxa de decomposição máxima nas temperaturas entre 45°C e 55°C;


● Acima de 70°C muitos microrganismos morrem.
● Faixa considerável ideal entre 50°C a 70°C.
Correção: deve-se verificar a temperatura com o termômetro para o controle.

Aeração: fundamental para a formação de oxigênio acelerando o processo de decomposição


do material, além de que evita a produção de gases que causam o mau cheiro e a presença de
insetos.
Correção: deve-se fazer o relevamento (agitação). Reduzir a altura da composteira.

Umidade: a presença de água é fundamental para garantir a atividade microbiológica, já que é


necessária para que se produza novas células.

● A umidade inicial deve ser entre 55 a 60%, sendo a ideal 55% e mínima de 40%.
Correção: se estiver em excesso acrescentasse matéria seca, como serragem ou folhas secas.
Se estiver abaixo de 40% deve-se adicionar água.

Relação carbono/nitrogênio: o nitrogênio e carbono ajuda no crescimento e atividade dos


microrganismos que são responsáveis pelo processo de decomposição, acelerando a produção
do adubo.

● Ideal: 25 a 30/1
Correção: (C/N>35/1) deve-se acrescentar, materiais ricos em nitrogênio, como folhas de
árvores, gramíneas e legumes frescos. (C/N<26/1) recomenda-se juntar restos de vegetais
celulósicos como serragem de madeira, sabugo, palha de milho e cachos de banana.

7. Produtos finais do sistema da compostagem

Os húmus são uma matéria orgânica homogênea, totalmente bioestabilizada, de cor


escura e rica em partículas coloidais que, quando aplicada ao solo, melhora suas características
físicas para uso agrícola. Os húmus tornam o solo poroso, permitindo a aeração das raízes,
retenção de água e dos nutrientes. Os nutrientes minerais podem chegar a 6% em peso do
composto e incluem o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e ferro, que são absorvidos
pelas raízes das plantas.

O chorume orgânico é um composto líquido de aparência escura, onde é extremamente


nutritivo para o solo e para as plantas já que é produzido através da composteira, onde é
selecionado a matéria orgânica utilizada, diminuindo a presença de metais pesados que agridem
o meio ambiente. O biofertilizante pode substituir agrotóxicos e fertilizantes sintetizados
quimicamente, melhorando substancialmente a qualidade dos alimentos, além de evitar a
contaminação do solo e das águas. Para fazer o uso do biofertilizante é necessário diluí-lo em
água numa proporção de 1/10 L, pois é muito concentrado e pode matar as plantas em vez de
ajudá-las.
8. Funções do biofertilizante para o solo

 Fornece nutrientes para as plantas;


 Regula as populações de microrganismos e torna os solos férteis;
 É fonte de carbono, nitrogênio, fósforo, cálcio, ferro, manganês, que são essenciais para
o crescimento saudável dos vegetais;
 Define a cor, textura, estrutura, retenção de umidade e a aeração do solo;
 É capaz de impedir a penetração de substâncias tóxicas do solo nas plantas;
 Retém umidade e mantém a temperatura do solo equilibrada.

9. Problemas que podem ocorrer durante a compostagem

10. Vantagens da composteira

 Redução de cerca de 50% do lixo destinado ao aterro;

 Economia do aterro;

 Aproveitamento agrícola da matéria orgânica;

 Reciclagem de nutrientes para o solo;

 Processo ambiental seguro;


 Eliminação de patógenos;

 Economia de tratamento de efluentes.

Metodologia

O projeto será desenvolvido na escola de ensino médio barão de Aracati com os


estudantes da segunda serie juntamente com os bolsistas do programa PIBID, ocorrendo por
etapas que serão ofertados aos discentes nas seguintes formas: seminários onde será explanado
para os alunos a problemática dos resíduos sólidos urbanos (RSUs), compreendendo que através
de simples ações como a coleta seletiva e o uso a compostagem é possível reduzir a quantidade
de lixo e aproveitá-lo.

Logo depois de debater o assunto, os educandos serão encaminhados para aula pratica,
onde aprenderão a confeccionar e manusear uma composteira. Os discentes serão instigados,
nas aulas práticas, sobre a importância da sustentabilidade, ao mesmo tempo os bolsistas do
PIBID os ajudarão a fazer a ligação de conhecimento da disciplina de química com o
processamento de decomposição do lixo orgânico que acontecerá posteriormente quando os
mesmos forem fazer a coleta e em seguida as análises dos dados.

Materiais

 Três tambores de margarina


 Uma torneira de filtro
 Pá de jardinagem
 Húmus de minhoca
 Lixo orgânico
 Folhas secas ou serragem (sem a presença de verniz)

Descrição e estimativa de público-alvo a ser beneficiado

A instituição de ensino médio Barão de Aracati utilizará o projeto compostagem da


equipe do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) ao qual ensinará
aos discentes dos segundos anos, o correto descarte do lixo orgânico onde aprenderão aproveitar
o húmus, produto final da compostagem, para adubação das plantas da escola, além de
contribuir para que o estudante aprenda na pratica o que é sustentabilidade através de atitudes
que compreendem a importância do cuidado com o lixo para a preservação do meio ambiente.
Relevância e Resultados esperados

A composteira na escola produzirá muitos benefícios como a pratica de atitudes


sustentáveis que possibilitará o discente a adquirir conhecimentos básicos relacionados aos
processos químicos e biológicos. A partir de práticas como esta é possível ter um novo olhar
sobre como utilizamos os materiais e como os descartamos, tendo consciência sobre como o
lixo mal descartado.

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Adolfo Plínio; GONÇALVES, Mônica Maria. Compostagem doméstica de resíduos


alimentares. Pensamento Plural: Revista Científica do UNIFAE, São João da Boa Vista, v.5,
n.2, 2011.

WANGEN, Dalcimar Regina Batista; FREITAS, Isabel Cristina Vinhal. Compostagem


doméstica: alternativa de aproveitamento de resíduos sólidos orgânicos. Revista Brasileira de
Agroecologia, 2010.

Compostagem: o que é, para que serve e como fazer. Ecycle. Disponível em:<
https://www.ecycle.com.br/2368-compostagem>. Acessado em: 20 set. 2018.

Resíduos Sólidos e a Atual Política Ambiental Brasileira. Sandra Tedde Santaella et al.
Fortaleza: UFC/LABOMAR/NAVE, 2014.

Classificação de Resíduos Sólidos Norma ABNT NBR 10.004:2004. Associação brasileira de


empresas de tratamento de resíduos, 2006.

ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2017.

Entenda a diferença entre resíduos inertes e não inertes. VGRESIDUOS. Disponível em:<
https://www.vgresiduos.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-residuos-inertes-e-nao-
inertes/>. Acessado em: 20 set. 2018.
Plano de aplicação

Natureza da despesa Descrição da despesa Valor total


---------- Orçamento para composteira R$ 30

Cronograma

Atividade Local Data


Seminário EEM Barão de Aracati 07/11/2018
Início do projeto composteira EEM Barão de Aracati 10/11/2018
Olhar técnico da composteira EEM Barão de Aracati 13/11/2018
Medir e verificar a umidade e EEM Barão de Aracati 19/11/2018
temperatura da composteira

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