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Inst - Elétricas Senai ENGENHARIA PDF
Inst - Elétricas Senai ENGENHARIA PDF
Instalações elétricas
SENAI-SP, 2005
Trabalho organizado e atualizado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais da
Gerência de Educação e CFPs 1.01, 1.13, 1.18, 2.01, 3.02, 6.02 e 6.03 da Diretoria Técnica do SENAI-
SP.
Equipe responsável
Coordenação Airton Almeida de Moraes
Seleção de conteúdos Antônio Moreno Neto
Revisão técnica Rogério Aparecido Pereira
Capa José Joaquim Pecegueiro
E-mail senai@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br
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Instalações elétricas
Sumário
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
Geração de corrente
alternada
Veremos como a tensão alternada monofásica é gerada, a forma de onda senoidal por
ela fornecida e a potência dissipada nesses sistemas.
Para estudar esse assunto com mais facilidade é necessário ter conhecimentos
anteriores sobre corrente e tensão elétrica alternadas.
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Instalações elétricas
Funcionamento do gerador
Para mostrar o funcionamento do gerador, vamos imaginar um gerador cujas pontas
das espiras estejam ligadas a um galvanômetro.
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Instalações elétricas
À medida que a espira se desloca, aumenta seu ângulo em relação às linhas de força
do campo. Ao atingir o ângulo de 90º, o gerador atingirá a geração máxima da força
eletromotriz, pois os condutores estarão cortando as linhas de força
perpendicularmente.
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Instalações elétricas
Girando-se a espira até a posição de 135º, nota-se que a fem gerada começa a
diminuir.
Quando a espira atinge os 180º do ponto inicial, seus condutores não mais cortam as
linhas de força e, portanto, não há indução de fem e o galvanômetro marca zero.
Formou-se assim o primeiro semiciclo (positivo).
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Instalações elétricas
Observe que o gráfico resultou em uma curva senoidal (ou senóide) que representa a
forma de onda da corrente de saída do gerador e que corresponde à rotação completa
da espira. Nesse gráfico, o eixo horizontal representa o movimento circular da espira,
daí suas subdivisões em graus. O eixo vertical representa a corrente elétrica gerada,
medida pelo galvanômetro.
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Instalações elétricas
Tensão de pico é o valor máximo que a tensão atinge em cada semiciclo. A tensão de
pico é representada pela notação Vp.
tensão de + Vp
pico positivo
tensão de
pico negativo
- Vp
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Instalações elétricas
Observação
Essas medições e conseqüente visualização da forma de onda da tensão CA são
feitas com um instrumento de medição denominado de osciloscópio.
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Instalações elétricas
Quando se aplica uma tensão contínua sobre um resistor, a corrente que circula por
ele possui um valor constante.
Por outro lado, aplicando-se uma tensão alternada senoidal a um resistor, estabelece-
se a circulação de uma corrente alternada senoidal.
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Instalações elétricas
Nos momentos em que a tensão é zero, não há corrente e também não há produção
de calor (P = 0).
Nos momentos em que a tensão atinge o valor máximo (VP), a corrente também atinge
o valor máximo (IP) e a potência dissipada é o produto da tensão máxima pela corrente
máxima (PP = VP . IP).
Assim, pode-se concluir que a tensão eficaz de uma CA senoidal é um valor que indica
a tensão (ou corrente) contínua correspondente a essa CA em termos de produção de
trabalho.
Existe uma relação constante entre o valor eficaz (ou valor RMS) de uma CA senoidal
e seu valor de pico. Essa relação auxilia no cálculo da tensão/corrente eficazes e é
expressa como é mostrado a seguir.
Tensão eficaz:
V
p
V =
ef 2
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Instalações elétricas
Corrente eficaz:
I
p
I =
ef 2
Exemplo de cálculo
Para um valor de pico de 14,14 V, a tensão eficaz será:
V
p 14,14
V = = = 10V
ef 2 1,414
Observação
Quando se mede sinais alternados (senoidais) com um multímetro, ele deve ser aferido
em 60Hz que é a freqüência da rede da concessionária de energia elétrica. Assim, os
valores eficazes medidos com multímetro são válidos apenas para essa freqüência.
O valor médio de uma grandeza senoidal quando se refere a um ciclo completo é nulo.
Isso acontece porque a soma dos valores instantâneos relativa ao semiciclo positivo é
igual à soma do semiciclo negativo e sua resultante é constantemente nula.
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Instalações elétricas
Esta equação é válida não só para CC, mas também para CA, quando os circuitos são
puramente resistivos.
Potência aparente
A potência aparente (S) é o resultado da multiplicação da tensão pela corrente. Em
circuitos não resistivos em CA, essa potência não é real, pois não considera a
defasagem que existe entre tensão e corrente.
Exemplo de cálculo
Determinar a potência aparente do circuito a seguir.
S = U . I = 100 . 5 = 500
S = 500VA
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Instalações elétricas
Potência ativa
A potência ativa, também chamada de potência real, é a potência verdadeira do
circuito, ou seja, a potência que realmente produz trabalho. Ela é representada pela
notação P.
A potência ativa pode ser medida diretamente através de um wattímetro e sua unidade
de medida é o watt (W).
Exemplo de cálculo
Determinar a potência ativa do circuito a seguir, considerando cos ϕ = 0,8.
P = U . I . cos ϕ = 100 . 5 . 0,8 = 400
P = 400W
Observação
O fator cos ϕ (coseno do ângulo de fase) é chamado de fator de potência do circuito,
pois determina qual a porcentagem de potência aparente que é empregada para
produzir trabalho.
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Instalações elétricas
P 400
cos ϕ = = = 0,8
S 500
A concessionária de energia elétrica especifica o valor mínimo do fator de potência em
0,92 , medido junto ao medidor de energia.
O fator de potência deve ser o mais alto possível, isto é, próximo da unidade
(cos ϕ = 1). Assim, com a mesma corrente e tensão, consegue-se maior potência ativa
que é a que produz trabalho no circuito.
Potência reativa
Potência reativa é a porção da potência aparente que é fornecida ao circuito. Sua
função é constituir o circuito magnético nas bobinas e um campo elétrico nos
capacitores.
Exemplo de cálculo
Determinar a potência reativa do circuito a seguir.
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Instalações elétricas
Assim, se duas das três potências são conhecidas, a terceira pode ser determinada
pelo teorema de Pitágoras.
Exemplo
Determinar as potências aparente, ativa e reativa de um motor monofásico alimentado
por uma tensão de 220 V, com uma corrente de 3,41 A circulando, e tendo
um cos ϕ = 0,8.
Potência aparente
S = V . I = 220 V . 3,41
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Instalações elétricas
S ≅ 750 VA
Potência ativa
P = V . I . cos ϕ = 220 x 3,41 x 0,8
P = 600 W
Potência reativa
Q = S 2 − P 2 = 750 2 - 600 2 = 202500
Q = 450 VAr
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Instalações elétricas
Sistemas de transmissão
Para estudar esse assunto com mais facilidade, é necessário ter conhecimentos
anteriores sobre aterramento, sistemas monofásicos e trifásicos
Sistemas de transmissão
A transmissão da energia elétrica é feita em alta tensão ou ultra alta tensão e pode ser
feita em linhas de CC e CA, sendo que a transmissão em CA é predominante.
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Instalações elétricas
E1 I2 I1 . E 1 100.6
= I2 = = I 2 = 3 kA
E 2 I1 E2 200
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
Sistemas de distribuição
Toda energia elétrica gerada ou transformada por meio de transformadores, deve ser
transportada e distribuída de alguma forma. Para efetuar, no gerador ou
transformador, as ligações necessárias ao transporte e distribuição da energia, alguns
detalhes devem ser observados.
Tipos de sistemas
Neste capítulo serão estudados somente sistemas de baixas tensões. Por definição da
NBR 5473, são considerados como sendo de baixa tensão em CA, os sistemas cujos
valores de tensão não ultrapassem 1.000V.
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
O sistema trifásico com quatro condutores apresenta além dos condutores das fases,
o condutor neutro. Este sistema com ligação estrela, fornece tensões iguais entre as
fases, porém a tensão entre o neutro e uma das fases é obtida com o auxílio da
equação:
VFF
VFN =
3
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Instalações elétricas
Nessa igualdade, VFN é a tensão entre fase e neutro, e VFF é a tensão entre fases.
Dizer VFF é o mesmo que dizer: VRS, ou VRT, ou VST.
Na ligação triângulo (ou delta) com quatro fios, as tensões entre as fases são iguais
porém, obtém-se o fio neutro a partir da derivação do enrolamento de uma das fases,
conforme ilustração que segue.
A utilização do fio neutro nesta ligação deve ser feito com alguns cuidados, pois, entre
o fio neutro e as fases de onde ele derivou, a tensão obtida é a metade da tensão
entre as fases.
VFF
2
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Instalações elétricas
VFF
VFN = = VRN = VSN
2
VFN é a tensão derivada entre fase e neutro e VFF é a tensão entre as duas fases.
Porém entre o neutro e a fase não-derivada , normalmente chamada de terceira fase
ou quarto fio (fase T), a tensão será 1,73 vezes maior que a VFN prevista na instalação.
Logo, se esta fase for usada com o neutro na instalação para alimentações de
equipamentos, eles provavelmente serão danificados por excesso de tensão.
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
Sistema trifásico
Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, é necessário ter conhecimentos
anteriores sobre corrente alternada, funcionamento do gerador monofásico e
defasagem.
A geração de tensão e corrente alternadas é feita pelo gerador. Como já foi visto,
gerador é uma máquina elétrica que transforma energia mecânica em energia elétrica
com a ajuda da força magnética.
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Instalações elétricas
A corrente alternada, por sua vez, permite aumentar ou diminuir os valores de corrente
o que é feito por meio de transformadores. Além disso, a corrente alternada facilita
bastante a transmissão e a distribuição de energia elétrica desde a usina geradora até
os consumidores.
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Instalações elétricas
Na prática, porém, é possível diminuir esse número de condutores para apenas três ou
quatro. Para isso, o gerador pode ser ligado de duas formas diferentes:
• Por meio da ligação em estrela, representada simbolicamente pela letra Y;
• Por meio da ligação em triângulo (ou delta), representada pela letra grega ∆ (delta).
Ligação em estrela
Tem-se uma ligação em estrela quando as extremidades de cada uma das fases ou
bobinas geradoras são ligadas entre si. Essa ligação pode ser feita com condutor
neutro (4 fios) ou sem condutor neutro (3 fios).
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Instalações elétricas
A ligação em estrela com condutor neutro é chamada ainda de sistema a quatro fios.
Nesse tipo de ligação, os três fios por onde retornam as correntes podem ser reunidos
para formar um só condutor ou fio neutro. Esse condutor recolhe as três correntes das
cargas e as conduz ao centro das fases geradoras.
A figura que segue mostra a representação esquemática desse tipo de ligação, bem
como as respectivas curvas de tensões.
Outro dado a ser lembrado é que a soma das três tensões, num mesmo instante,
eqüivale a zero. Isso acontece porque a tensão na fase I assume seu valor máximo
positivo. Enquanto isso, as tensões nas fases II e III apresentam, respectivamente e no
mesmo instante, um valor máximo negativo. Matematicamente, esses valores se
anulam.
Isso significa que a soma das correntes de cada carga é nula no fio neutro. Por esse
motivo, ele pode ser retirado. Disso resulta a ligação em estrela sem condutor neutro
ou sistema a três fios.
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Instalações elétricas
A tensão entre duas fases, seja entre a fase I e a fase II, entre a fase I e a fase III, ou
ainda entre a fase II e a fase III, é chamada de tensão de linha (EL).
EL EL
Ef = ou E f =
3 1,73
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Instalações elétricas
A tensão de linha deveria ser calculada por meio da soma das tensões Ef1 e Ef3.
Todavia, por causa da defasagem de 120o já citada, não é possível fazer a soma
aritmética das duas tensões. Portanto, deduzindo a fórmula, temos:
EL = Ef . 1,73
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Instalações elétricas
Por exemplo, num sistema trifásico ligado em estrela, a corrente de linha é igual à
corrente de fase, isto é, IL = If. Isso acontece porque a corrente flui em série através da
fase e da carga. Como não há ramificação da corrente, a intensidade de I na fase If é
exatamente igual à corrente de linha (IL).
Como as fases estão deslocadas 120o, não é possível fazer uma soma aritmética.
Assim, a potência aparente é calculada através da seguinte equação:
S = EL . If . 3
Observação
O cos ϕ é o coseno do ângulo de defasagem entre tensão e corrente e corresponde ao
fator de potência usado para cálculo da potência real.
Como:
E
Ef = L , EL = EF. 3
3
Temos:
S = EL . IL . 3
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Instalações elétricas
Sendo:
IL = If e If = IL . 3
S = EL . If . 3 . 3
Logo:
S = E f . If . 3
O resultado desse cálculo é multiplicado pelo cos ϕ (fator de potência), o que dará a
potência ativa ou real. Se multiplicado por sen ϕ, dará a potência reativa.
Exemplo
Calcular a potência de um gerador ligado em estrela, com uma tensão de linha de
440 V, uma corrente de 300 A por linha e um fator de potência de 0,8.
Potência aparente
S = E L . If . 3
S = 440 . 300 . 1,73 = 228,36kVA
Potência ativa
P = S . Cos ϕ
P = 228,36 . 0,8 = 182,69kW
Ligação em triângulo
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Instalações elétricas
Esse tipo de ligação forma um circuito fechado. Todavia, a corrente não circula por
esse circuito, pois a tensão resultante é a soma das tensões geradas em cada fase.
Como a tensão de uma fase é igual e oposta à soma das outras duas, elas se anulam.
Por sua vez, a tensão entre qualquer dos pares de fases é chamada de tensão de linha
(EL).
Num sistema trifásico ligado em triângulo, a tensão de linha é igual à tensão de fase.
Portanto: EL = Ef
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Instalações elétricas
Com os três condutores externos podemos formar três circuitos elétricos. Quando, num
instante qualquer, a corrente entra por um dos condutores, esse será o condutor de
entrada, e os outros dois, os condutores de retorno. No instante seguinte, um segundo
condutor será o de entrada, enquanto o primeiro e o terceiro serão os condutores de
retorno e assim por diante.
Como as correntes estão defasadas 120o, a corrente de linha é igual à corrente de fase
multiplicada por 1,73, ou seja:
IL = If . 1,73
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Instalações elétricas
Análise de redes em CA
Rede elétrica é o circuito distribuidor de corrente elétrica que faz a ligação entre uma
fonte geradora de tensão e diversas unidades de consumo. Também se diz apenas
rede. No caso, rede em CA.
Número complexo é o número que exprime uma grandeza medida em unidades que
não guardam entre si relações decimais, como, por exemplo, horas, minutos e
segundos.
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Instalações elétricas
j= −1
j2 = -1
Forma Retangular
Z = a + bj
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Instalações elétricas
Exemplos
Representar os números complexos a seguir, no plano cartesiano.
Z1 = 4 + 3j
Z2 = 5
Z3 = 3j
Z4 = -3 + 2j
Z5 = -4 - 3j
Z6 = -2j
Z7 = 3 – 4j
Observação
Um numero complexo pode representar , U ou I
Z1=U= 4 + 3 j ou Z1= I = 4 + 3 j, para t = 0
Forma Polar
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Instalações elétricas
Exemplo
Converter 30° para radianos e π/2 rd para graus.
π ! 180°
ϕ (rd) ! 30°
∴ϕ = 30 . π / 180 = π / 6 rd
π ! 180°
π/2 ! ϕ (°)
π / 2.180°
∴ϕ =
π
ϕ = 90º
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Instalações elétricas
No ciclo trigonométrico:
• Anti-horário (positivo)
• Horário (negativo)
Exemplos
Segmento 0Z no 2º quadrante:
ϕ' = arc tg 3/4 = 37º
logo: ϕ = 180 - ϕ' = 180 - 37 =143º
Segmento 0Z no 3º quadrante:
ϕ' = arc tg 3/4 = 37º
logo: ϕ = 180 + ϕ' = 180 + 37 = 217º
ϕ = ϕ' - 180 = 37 - 180 = -143º
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Instalações elétricas
Segmento 0Ζ no 4º quadrante:
ϕ' = arc tg 3/4 = 37º
logo: ϕ = 360 - ϕ' = 360 - 37 =323º
ϕ = -ϕ' = -37º
Exemplos
Transformar os números complexos a seguir, da forma retangular para polar,
representando-os no plano cartesiano:
Z1= 4 + 3j
Z 1= 4²+3² = 5
ϕ1 = arc tg 3/4 = 37º
∴ Z 1= 5 37º
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Instalações elétricas
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Instalações elétricas
Z 4 = -4 + 3j
Z4 = (-4²) + 3² = 5
ϕ 4 = arc tg 3/4 ≅ 37º
logo; ϕ 4= 180 - 37= 143º
∴ Z 4= 5 143º
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Instalações elétricas
Estas expressões podem ser utilizadas para a transformação da forma polar para a
retangular. Portanto, um número complexo pode também ser representado na forma
trigonométrica, como segue:
Z= Z.(Cos ϕ + j Sen ϕ)
Exemplos
Transformar os números complexos a seguir, da forma polar para a forma retangular
representando-os no plano cartesiano.
Z1= 5 30º
a = 5.cos 30º = 5 . 0,87 = 4,33
b = 5.sen 30º = 5 . 0,5 = 2,5
∴ Z1= 4,33 + 2,5j
SENAI-SP - INTRANET 49
Instalações elétricas
Z3 = 10 30º
a = 10.cos -30º = 8,66
b = 10.sen -30º = -5
∴ Z 3 = 8,66 - 5 j
Ζ3= 15 45º
a = 15.cos -45º = 15 . 0,707=10,61
b = 15.sen -45º = 15 . 0,707=10,61
∴ Z 4= 10,61 + 10,61j
Forma exponencial
Z =|Z|e jφ
A forma trigonométrica é também obtida da forma exponencial.
Exemplo: seja o número: Z = 5 e j36,87
Z =5 (cos 36,87º + 0,6 j) ou 4+3j
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Instalações elétricas
Assim, podemos obter a forma polar através da forma de onda polar através da forma
trigonométrica.
Z = |Z| e j. arc (b/a)
Adição
Z = (a1+ a2 + a3) + (b1+ b2 + b3) j
Subtração
Z = [(a1-a2)-a3] + [b1-b2)-b3] j
Nota
Faz-se, a adição ou subtração da parte real de um número com o real do outro e a
parte imaginária com imaginária.
Exemplos
Sejam os números complexos:
Z1= 5+8j; Z 2= 4+3j e Z 3= -5-4j
Obter:
Z1 + Z2 = (5+4) + (8+3)j = 9 + 11j
Z1 - Z2 = (5-4) + (8-3)j = 1 + 5j
Z2 + Z3 = [4 + (-5)] + [3 + (-4)] j = -1 -1j
Z3 - Z2 = [(-5) -4] + [(-4) -3] j = -9 -7j
Z1 - Z3 = [5 - (-5)] + [8 - (-4)] j = 10 +12j
Z2 - Z3 = [4 - (-5)] + [3 - (-4)]j = 9 +7j
Para multiplicar ou dividir, a forma polar é mais prática. Sejam os números complexos:
Z1 = Z1 ϕ1 e Z2= Z2 ϕ2
Multiplicação
Z1 . Z 2 = Z1 . Z2 ϕ1 + ϕ 2
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Instalações elétricas
Divisão
Z1
∠ ϕ1 - ϕ2
Z2
Nota
Produto
• Multiplicam-se os módulos.
• Somam-se os ângulos
Divisão
• Dividem-se os módulos.
• Subtraem-se os ângulos.
Exemplos
Considere os seguintes números complexos;
Z 1 = 4 + 4j = 4 2 45º ; Z2 = - 4j = 4 - 90º ou Z2 = 4 270º
Z 3 = - 5 + 8,66j = 10 120º
Obter:
10 < 120º 10
c. Z2/Z1 = = < 120º - 45º = 1,8< 75º
4 2 < 45º 4 2
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Instalações elétricas
Multiplicação
Aplica-se a propriedade distributiva e soma-se as partes reais e imaginárias
resultantes:
Temos
Z1 . Z2= ( 4 + 4j ) . ( -4j )
Z1 . Z2 = -16j - 16j² onde: j² = -1
Z1 . Z2 = -16j - 16 .(-1)
Z1 . Z2 = -16 + 16j
Representação cartesiana
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Instalações elétricas
Assim, a divisão entre dois números complexos na forma retangular pode ser realizada
da seguinte maneira.
Divisão
determina-se o conjugado (Z*) do denominador, multiplicando o numerador pelo
denominador, e realiza-se, em seguida, a simplificação das expressões matemáticas
resultantes.
54 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Obter:
Divisão:
Z 1= (-5 + 8,66) . (5 - 8,66) !
Z 2 (5 + 8,66 ) . (5 - 8,66)
Corrente Alternada
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Instalações elétricas
Portanto, a forma de onda da tensão será a função da posição relativa da espira com
relação ao campo magnético, ou seja, a amplitude da tensão varia segundo essa
posição.
Considerando-se uma bobina com N espiras, que gira em torno de seu eixo com
velocidade angular ωπ (rd/s), imersa num campo magnético uniforme de indução B,
seria φ o fluxo através de cada espira da bobina.
56 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
onde:
Emáx = ωNBa;
e = tensão instantânea, em volt;
Emáx = o valor de pico;
ϕ = fluxo magnético, em weber;
B = densidade de fluxo, em Wb/m²;
N = número de espiras;
ω = velocidade angular;
t = tempo, em segundo.
2
Portanto, Emáx é igual a Vp e Ef = Emáx 0,707 , ou Ef = Emáx -e
2
2 Emáx
Tensão Média (Eméd) =
π
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Instalações elétricas
Uma tensão senoidal pode ser representada de duas formas: na base de tempo e
angular, como mostram os gráficos abaixo.
Base de tempo
Forma Angular
Nota
Os gráficos acima representam uma tensão senoidal.
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Instalações elétricas
Onde:
v(t) = v (θ) = valor da tensão t ou para o ângulo θ (em V);
Vp = valor de pico ou amplitude máxima da tensão (em V);
ωt = frequência angular (em rd/s);
θ = angulo (em rd).
Velocidade Angular
Analisando os gráficos acima percebemos a seguinte relação:
θ = ωt
Desta forma a velocidade angular, ou freqüência angular pode ser calculada por:
2π
ω= ou ω = 2 π.f
T
Período e Freqüência
O tempo que a função leva para completar um ciclo é chamado de período (T) e o
número de vezes que o ciclo se repete por segundo é chamado de freqüência (f),
portanto:
1
f=
T
onde:
(T) = s e (f ) = Hz ou c/s.
Nos circuitos elétricos, é importante observar que nem sempre um sinal senoidal inicia
o seu ciclo no instante t = 0s. Nesse caso, dizemos que o sinal possui uma fase inicial
θ 0.
SENAI-SP - INTRANET 59
Instalações elétricas
Se o sinal inicia o seu ciclo adiantado, θ 0 é positivo. Se o sinal inicia o seu ciclo
atrasado, θ 0 é negativo, como mostra os gráficos abaixo:
Sinal Adiantado
Sinal Atrasado
Exemplo
Representar graficamente os seguintes sinais senoidais:
V1(t)= 10.sen (20Kπt + π / 3) (V)
V2(t)= 15.sen (8Kπt - 30º) (V)
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Instalações elétricas
ϖ 20Kπ
A freqüência de V1 (t) vale: f = = = 10KHz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 0,1ms = 100us
f 10K
ϖ 8Kπ
A freqüência de V2 (t) vale: f = = = 4KHz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 0,25ms = 250us
f 4K
O sinal inicia o seu ciclo atrasado de 30º (ou π/6 rd ), e para t = 0, têm-se:
V2(0) = 15.sen (- 30º) = - 7,5V
SENAI-SP - INTRANET 61
Instalações elétricas
Defasagem
Num circuito elétrico, é muito comum a análise de mais de um sinal Senoidal, sendo
necessário, às vezes, conhecer a diferença de fase entre eles.
Exemplo
Qual a defasagem entre os seguintes sinais:
V1(t) = 10.sen (ωt + π / 2) (V)
V1(t) = 5.sen ωt (V)
Graficamente, têm-se
62 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Graficamente, têm-se
Portanto, V1 e V2 iniciam o ciclo juntos, e a defasagem entre eles é nula (∆θ = 0), isto
é, os sinais estão em fase ou em sincronismo.
Graficamente têm-se:
SENAI-SP - INTRANET 63
Instalações elétricas
π π 3π
Em relação a V1, têm-se: ∆θ = θ 02 - θ01 = − − =− rd
2 4 4
π π 3π
Em relação a V2, têm-se: ∆θ = θ01- θ02= − (− ) = rd
4 2 4
Diagrama Fasorial
64 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Exemplo
Representar as tensões v1(t) e v2(t) a seguir na forma de números complexos:
Observação
No caso de tensões, correntes e potências elétricas representadas por números
complexos, os módulos podem ser dados tanto por valores de pico quanto por valores
eficazes, sendo que esse último conceito será estudado mais adiante.
Forma de Onda
Representa visualmente o sinal, tal como ele é e como aparece no osciloscópio,
durante a análise de um circuito. Ele pode estar no domínio temporal v(t) ou angular
v(θ).
Diagrama Fasorial
Representa o fenômeno graficamente de forma mais simplificada que a forma de onda,
permitindo, inclusive, operações de soma e subtração de vários sinais.
Expressão Trigonométrica
Representa matematicamente a função com todos os seus detalhes, como amplitude,
frequência angular e fase inicial, além de permitir o cálculo de valores instantâneos.
SENAI-SP - INTRANET 65
Instalações elétricas
Número Complexo
Representa matematicamente a função de forma mais simplificada que a expressão
trigonométrica, informando apenas a amplitude e a fase inicial, facilitando, porém,
operações de soma, subtração, multiplicação e divisão de vários sinais.
Diagrama Fasorial
Expressão Trigonométrica
v(t) = 12 . sen ( ωt + 60º ) (v)
Número complexo
v = 12 60º V
66 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Potência
U =U < 0º
I=I<-ϕ
Portanto, P = U . I = U . I ∠ 0° + ϕ = UI ∠ ϕ
e ϕ é o ângulo entre a tensão U e a corrente I.
Onde o módulo (UI) é a potência aparente. A parte real (UI cosϕ) do produto é a
potência ativa e a parte imaginária ( jUI senϕ ) a potência reativa; portanto:
• S = UI potência aparente (VA)
• Pa = UI cosϕ potência ativa (W)
• Q = UI senϕ potência reativa (VAr)
SENAI-SP - INTRANET 67
Instalações elétricas
Resistivo
eI
R = (Ω)
ϑ
Sendo: v(t) = Vp.sen (ωt + θ 0).
68 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
V = Vp θº e R = R θ°
v Vp ≤ θ Vp
i= = = ≤ θº θº = i = Ip ≤ θº
R R ≤θ R
Representação complexa
U U ≤ U Oj
= = +
I I≤ I Oj
U U ≤ 0º U ≤ 0º
R= = = = R ≤ 0º = R
I I ≤ 0º I
Forma polar
R = R 0° = R;
Forma retangular
R = R + Oj
Indutor L
Nesse caso:
v(t) = Vp. sen ωt ou v = Vp 0°
XL = 2π f L ( Ω ) = ωL
i(t) = Ip. sen (ωt -90º) ou i = Ip -90º
SENAI-SP - INTRANET 69
Instalações elétricas
U = U 0° = U + Oj
U = I 90° = O - jl
U
XL = + 90° = XL 90° = jXL
I
XL = O + j XL
Capacitor
1
XC = (Ω ) ou XC = 1
2π f C ϖ.C
70 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
U = U < 0º = U + 0j
I = I< 90º = 0 + jI
U U 0º
XC = = <
I I 90º
U
XC = < - 90º
I
1 1
XC = < -90º = -j =
ϖ.C j.ϖ.C
XC = 0 - jXC
SENAI-SP - INTRANET 71
Instalações elétricas
Exemplos
1. No circuito, R1 = 100Ω, C = 10/2 π µF, f = 1000Hz, Uo = 200V. Calcular:
a. A impedância da associação;
b. Calcular I e a defasagem entre corrente e a tensão;
c. Fazer diagrama de vetores girantes.
R = 100Ω
10
C= µF
2π
Solução
A associação de dois ou mais componentes em CA não mais será chamada de R
equivalente, como em CC, e sim de impedância (Z) e a unidade continua sendo (Ω).
R = R + 0j
XC = 0 - 100j
Z = 100 - 100j Ω
Im - 100
Z= 100 2 - 100 2 = 141,42 = arc tg = arc tg = - 45º
real 100
Z = 100 - 100j representação angular
Z = Z < 0º representação polar
Z= real 2 + Im 2 módulo
72 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
d. I = U / Z
Poderemos supor que o ângulo de U com relação ao eixo real seja 0º, uma vez que a
cada instante a posição desses vetores (U e I) muda, não alterando assim a nossa
seqüência de desenvolvimento.
Portanto:
U 200 < 0º 2
I= = = + 45º
Z 100. 2 < - 45º 2
U 200 2
I= = =
Z 100 2 2
A defasagem entre a tensão (U) e a corrente (I) pode ser facilmente visualizada pela
solução acima, pois U está a 0º e I a +45º, portanto a defasagem ou a diferença de
fase ϕ é igual ao 45º.
Não é coincidência ter sido esse ângulo igual ao ângulo que Z forma com o eixo real
(45º), pois sempre a defasagem entre a tensão e a corrente é igual ao ângulo que Z
forma com o eixo real.
SENAI-SP - INTRANET 73
Instalações elétricas
74 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Im 200 2
tgϕ = = =
real 100 2 2
Im real
Z= =
sen ϕ cos ϕ
XL ϖL
tg 62º = =
R R
tg60º.100 3.100
ϖ= =
1,0 1
Solução vetorial
U R
e. i= ;Z=
Z cos ϕ
I= 0,05A
SENAI-SP - INTRANET 75
Instalações elétricas
U
f. Se ω, XL = aumenta, Z = R + jxl aumenta e i = diminui.
Z
g. Diagramas de vetores girantes.
3. No circuito abaixo, que Capacitor deve ser colocado em série para se ter:
cos ϕ = 0,8?
Solução:
R = R + 0j
XC 0 - jXC
=
Z R + J ( XL - XC )
Im
tgϕ=
real
Im = real x t g ϕ
(XL - XC) = R x t g ϕ
XC = XL - R x t g ϕ
XC = ωL - R x t g ϕ
cos γ = 0,8 - t g ϕ = 0,75
XC = 100 x 1 - 10 x 0,75 = 92,5 Ω
1 1
C= = = 108.10− 6 F
ϖXC 100 x 92,5
C = 108uF
76 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Interpretação:
Cos ϕ = 0 ϕ = 90º
Cos ϕ = 1 ϕ = 0º
Determinação de I:
U U 100
I= = = x 0.8 = 8A
Z R 10
cosϕ
I = 8A
Geração
dϕ
e=-
dt
SENAI-SP - INTRANET 77
Instalações elétricas
Tensões de fase
As Fases são numeradas seguindo a ordem dos atrasos, ou seja, no sentido horário de
rotação. Se ligarmos as bobinas do gerador e respectivas cargas em um modo
particular, o número de conexão entre elas pode ser reduzido. Isso é conhecido como
interconexão de fases. Se interligarmos aos terminais x, y e z do gerador, a carga será
também automaticamente ligada. Essa montagem é conhecida como estrela.
Montagem
78 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Montagem e Relações
Montagem estrela
Montagem Triângulo
As características de cada uma das montagens, como pode ser observado nas figuras,
são:
Y 1 3
UCN = UF < + 120º = U (- + j)
IL = IF 2 2
UL ≠ UF ∆
UAN = UF < 0º = U (1+0j) UL = UF
1 3 IL ≠ IF
UBN = UF < - 120º = U (- - j)
2 2
SENAI-SP - INTRANET 79
Instalações elétricas
A relação entre tensão de linha e tensão de fase que pode ser assim entendida:
Portanto:
U12 = UL = 3 U1N<30º = 3 uF <30º
= U13 = 3 UF < - 90º
= U31 = 3 UF< + 150º
80 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
SENAI-SP - INTRANET 81
Instalações elétricas
Tensão de linha
Verifica-se que o que distingue uma seqüência de fase de outra é que uma pega a
seqüência positiva de fases enquanto a outra a negativa, o que resulta numa
defasagem de 180º entre uma seqüência de fase a outra.
Ligação ( ∆ )
Q = 3UL . IL sen φ
82 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
As expressões são validas tanto para a montagem estrela como para a triângulo, pois
( )
a relação das tensões de linha e de fase 3 de uma montagem é a mesma para
ambas. Observamos ainda que ϕ não é o ângulo de defasagem entre UL e IL, mas
entre UF e IF.
O fator de potência, como sabemos (ABNT) , deve ser maior ou igual a 0,85.
Para o colocarmos dentro desse valor, devemos verificar se a tensão com relação à
corrente se encontra atrasada ou adiantada.
Fator de potência:
U2 U2 U2
Q= = = ϖ CU2
Z XC 1
ϖC
Q = ptg ϕ
SENAI-SP - INTRANET 83
Instalações elétricas
Assim:
Q1 - Q2 = ϖ CUF2
ω CUF2 = P (tg ϕ 1 = tg ϕ 2) ou
( tgϕ1 - tgϕ2 UF. IF cos ϕ1 (tgϕ1 - tgϕ2
C=P 2
= ou
ϖ UF ϖ U2 F
IL/ 3 cos ϕ1 (tgϕ1 - tgϕ2)
C∆ = ou
ϖUL
IL cos ϕ (tgϕ1 - tgϕ2)
Cy =
UL
ϖ
3
Exemplo
Uma linha trifásica de 380 volts alimenta um motor trifásico de potência
P =15KW com fator de potência cos ϕ = 0,75 e um forno elétrico de potência P = 10KW
(cos ϕ = 1).
Determinar
A corrente de linha
O fator de potência resultante
P = P1 + 15 + 10 = 25KW
Q = Q1 + Q2 = P1 tg ϕ + 0 = 15.tg (arc cos 0,75) = 15.0,85
q = 13KAr
84 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Neste capítulo você estudará noções básicas sobre o sistema tarifário industrial. Esse
conhecimento é muito importante, pois esse sistema é utilizado para cálculos das
contas de energia elétrica de industrias.
Para aprender esses conteúdo com mais facilidade, é necessário ter conhecimentos
anteriores sobre energia elétrica.
Demanda mensal
Para entender o que é demanda mensal vamos ver uma definição de demanda pela
empresa concessionária fornecedora de energia. Segundo a Eletropaulo, por exemplo,
“demanda mensal é o maior valor da potência média solicitada em cada intervalo de 15
minutos em que foi dividido o período de tempo entre duas leituras consecutivas, no
período de um mês”.
Sistema tarifário
Nosso sistema tarifário é dividido em diversos grupos e subgrupos, de acordo com
suas características específicas.
SENAI-SP - INTRANET 85
Instalações elétricas
O custo da energia para cada tipo de consumidor é estabelecido pelo governo federal
por meio do DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica.
Tarifação do grupo B
Essa tarifação leva em consideração apenas a energia consumida no período, medida
em kWh (kilowatt/hora), mais o imposto (ICMS).
O custo da energia (de “a” a “e”) tem valores diferentes para cada kW consumido, ou
seja, o custo da energia de b é maior que o custo da energia a, e assim
sucessivamente.
86 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Com relação à demanda (kW), a legislação estabelece que seja considerado, para
efeito de faturamento, o maior valor entre:
• A demanda verificada por medição (instrumento RDTD);
• 85 % da maior demanda verificada em qualquer um dos 11 meses anteriores à
medição.
• A demanda fixada em contrato de fornecimento.
Por exemplo, uma empresa teve demanda mensal (medida) de 100kW, demanda
contratada de 90 kW e nos últimos 11 meses a maior média de demanda foi
de 150 kW.
SENAI-SP - INTRANET 87
Instalações elétricas
Fator de carga
Quando a concessionária de energia elétrica estabelece um contrato com uma
empresa, fica implícito que a concessionária está colocando à disposição do
consumidor a demanda contratada no período de 24 horas por dia, durante 30 dias.
FC = 0,49
Fator de potência
O fator de potência é a relação entre as potências ativa e aparente.
kW
FP =
kVA
Quando este valor é baixo, causa uma série de inconvenientes na rede elétrica da
industria e da concessionária. Por este motivo, é cobrada uma taxa de ajuste na conta
do consumidor se o valor do fator de potência for menor que 0,92.
88 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Nestes aspectos são estudados onde ocorre um maior ou menor consumo de energia
em determinada região em determinados horários.
A concessionária que fornece energia elétrica no estado de São Paulo trabalha com
dois modelos tarifários: tarifa azul e tarifa verde.
SENAI-SP - INTRANET 89
Instalações elétricas
Demanda Consumo
Sistema R$/kW R$/MWh
Horo-sazonal
Ultrapassagem PS ou PU 41,13
90 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
SENAI-SP - INTRANET 91
Instalações elétricas
92 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Normas técnicas
Isso se tornou ainda mais necessário quando a Revolução Industrial, que começou no
fim do século XVIII, fez surgir a produção em massa, ou seja, a fabricação de um
mesmo produto em grandes quantidades. Para racionalizar custos de produção e
facilitar o uso e manutenção dos produtos fabricados, começaram a surgir critérios de
padronização que reduziram a variedade de tamanhos e formatos das peças,
diminuindo a quantidade de itens de estoque e facilitando a vida do consumidor.
O que é normalização
A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é do que um
conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos,
engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições, para padronizar produtos,
simplificar processos produtivos e garantir um produto confiável que atenda às
necessidades de seu usuário.
SENAI-SP - INTRANET 93
Instalações elétricas
O CNN tem a função de estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada
ONS tem como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores.
Para que os ONS passem a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se
credenciar e ser supervisionados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
94 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos e a ela compete coordenar,
orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como
elaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR).
Observação
A simbologia facilita a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos
normalizados, cada fabricante teria que escrever extensos manuais para informar as
características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas
de seus produtos.
SENAI-SP - INTRANET 95
Instalações elétricas
Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de eletricidade, ela é
discutida inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de Eletricidade. O COBEI tem
diversas comissões de estudos formada por técnicos que se dedicam a cada um dos
assuntos específicos, que fazem parte de uma norma.
Estes profissionais, muitas vezes partem de um documento básico sobre o tema a ser
normalizado, produzido pelo IEC. Como este documento é feito por uma comissão
internacional, ele precisa, como já foi dito, ser adaptado para ser aplicado no Brasil.
Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a torna obrigatória; uma NBR2, obrigatória
para órgãos públicos e chamada de referendada; ou uma NBR3, chamada de
registrada e que pode ou não ser seguida. O organograma simplificado da ABNT,
mostrado a seguir, representa o trajeto seguido por uma norma até que ela seja
aprovada.
96 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve ocorrer
em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que
algumas normas sejam revistas em intervalos menores de tempo.
O consumidor e a norma
Mesmo não sendo sócio, qualquer cidadão pode fazer consultas ou adquirir normas no
seguinte endereço:
Rua Marquês de Itu, 88 - 4o andar
São Paulo - CEP 01223-000
Tel: (011) 222-0966
e. mail: http://www.abnt.org.br
SENAI-SP - INTRANET 97
Instalações elétricas
98 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Noções de ergonomia
Quase tudo que está à nossa volta é fruto do trabalho dos homens, desde a sua
criação até a sua execução. De manhã, ao tomarmos café com leite e comermos pão
com manteiga, nem sempre somos capazes de imaginar quantas pessoas colaboraram
com seu trabalho físico e intelectual para termos esses produtos. Graças ao trabalho e
à capacidade dessas pessoas, conseguimos viver com maior conforto e saúde.
Também não somos capazes de imaginar sob que condições esse trabalho foi
realizado. Porém, isso é muito importante porque condições inseguras, insalubres ou
perigosas podem trazer ao trabalhador doenças profissionais que o tornarão incapaz
para uma vida produtiva.
O que é ergonomia
SENAI-SP - INTRANET 99
Instalações elétricas
Por exemplo:
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar chapas de
aço?
Norma Regulamentadora 17
• Mobiliário dos postos de trabalho que exige, por exemplo, que “Para trabalho
manual sentado ou que tenha de ser feito de pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação...” (NR17, item 17.3.2.);
• Equipamentos dos postos de trabalho que estabelece que “Todos os equipamentos
que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho a ser executado”
(NR17, item 17.4.1.);
• Condições ambientais do trabalho que exige, entre outras coisas, que “Nos locais
de trabalho onde são executados atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes”... “são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
b. índice de temperatura efetiva entre 20 e 23o C;
c. velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
d. umidade relativa ao ar não inferior a 40%.( NR17, item 17.5.2.)”
• Organização do trabalho, que “para efeito da NR, deve levar em conta, no mínimo:
a. as normas de produção;
b. modo operatório;
c. a exigência de tempo;
d. a determinação do conteúdo do tempo;
e. o ritmo do trabalho;
f. o conteúdo das tarefas. (NR17, item 17.6.2.)”
Organização do trabalho
Como vimos, organização do trabalho é um dos itens da NR-17 que trata da ergonomia
com vistas a proporcionar conforto e segurança ao trabalhador na realização de seu
trabalho.
Quando fazemos, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir
no trabalho e reunimos o que é necessário para a sua execução, estamos organizando
o trabalho para alcançar bons resultados.
Posto de trabalho
Posto de trabalho é o local definido e delimitado para a realização de uma atividade
qualquer. Esse local deve ter tudo o que é necessário para o trabalho: máquinas,
bancadas, material, ferramentas, instalações etc. Num posto de trabalho, podem
trabalhar uma ou mais pessoas.
Essa quantidade de músculos deve ser usada de acordo com a necessidade: nem
mais, o que seria desperdício de energia; nem menos, porque a sobrecarga de um
só músculo pode causar problemas sérios ao trabalhador.
Por exemplo:
Quando um pintor usa um pincel médio para pintar uma porta numa determinada
altura, ele deve usar os músculos dos dedos mais os músculos dos punhos. Se
utilizasse também o antebraço, estaria fazendo esforço desnecessário.
2. Mãos e braços;
As mãos e os braços devem trabalhar juntos. Sempre que possível, deve-se
organizar o trabalho de modo que ele possa ser realizado com as duas mãos ou os
dois braços num mesmo momento e em atividades iguais.
Se, por exemplo, temos de colocar uma porca num parafuso, dar meia-volta na
porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, devemos fazer esse trabalho
com as duas mãos e os dois braços. Numa empresa, esse tipo de trabalho pode
ser feito de modo rápido e eficiente pelo trabalhador, desde que se façam as
adaptações necessárias no posto de trabalho e que o trabalhador passe por um
treinamento.
3. Movimentos curvos
Os movimentos dos braços e das mãos devem ser feitos em curvas contínuas, isto
é, sem paradas e, se possível, de forma combinada. Um exemplo de movimento
em curvas é o de encerar que, em vez de vaivém, deve ser feito em círculos
contínuos.
4. Lançamentos
Quando necessitamos transportar coisas, poderemos lançá-las em vez de carregá-
las, se a distância assim o permitir. Esse lançamento deve seguir uma trajetória
chamada balística porque descreve uma curva igual ao caminho que faz uma bala
disparada de uma arma de fogo. É o que fazem os pedreiros ao usarem pás para
lançar areia de um local para outro.
5. Ritmo
O trabalho deve ser feito com ritmo, ou seja, cadência. Quando andamos uma
longa distância, devemos manter um ritmo constante, de modo que não nos
cansemos andando muito rápido, nem demoremos andando muito devagar.
Mas é preciso lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio. Assim, o trabalhador
deve seguir o seu próprio ritmo e mantê-lo constantemente.
Ao serrar uma barra de aço de bitola fina, por exemplo, com uma serra manual, o
movimento de vaivém deve ter um ritmo normal. Um movimento excessivamente
rápido, além de cansar quem está serrando, pode resultar num corte malfeito, sem
boa qualidade. Também pode causar redução da produção pois o trabalhador, após
excessivo esforço, vê-se obrigado a parar por muito cansaço.
6. Zonas de trabalho
É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a área da extensão das mãos
do trabalhador quando ele movimenta os braços, sem precisar movimentar o corpo.
Essas áreas também existem no plano A área de trabalho pode, ainda, estar em
vertical, que fica paralelo à frente da pleno perpendicular à frente do corpo,
pessoa como é o caso do professor, ao como é o caso do músico que toca
escrever na lousa. harpa.
108 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Em cadeira alta, o trabalhador precisa ter um apoio para os pés, de modo que haja
facilidade de circulação do sangue pelas coxas, pelas pernas e pelos pés.
9. Objetos em ordem
Objetos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa seqüência de operações, você
usa ferramentas ou outros objetos, procure colocá-los na mesma ordem da
seqüência de uso e na zona em que vai trabalhar. Os objetos de uso mais
freqüente devem ficar mais próximos de você.
11. Ferramentas
As ferramentas devem ser adequadas ao trabalho, tanto no tipo quanto no
tamanho. Por exemplo, para pregar pregos pequenos, devemos usar martelos
pequenos e para pregos grandes, martelos grandes. Devemos apertar uma porca
com chave de boca com tamanho e tipo apropriados, pois o uso da ferramenta
inadequada pode causar acidentes.
Fatores ambientais
Fatores como iluminação, barulho, temperatura etc., devem ser considerados para
aumentar a produtividade, assegurar a qualidade do produto ou serviço que está sendo
feito e garantir o conforto e a saúde ocupacional do trabalhador.
Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por controle
remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras de solo e
registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras erupções. Os
cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros. Nas linhas de montagem, os
robôs se encarregam de atividades repetitivas e perigosas.
Riscos físicos
Ruído
Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.
Você sabia?
Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido pela norma
regulamentadora do Ministério do Trabalho é de 85 decibéis. O ruído emitido por uma
britadeira é equivalente a 100 decibéis. Pela mesma norma, o limite máximo de
exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem protetor auditivo, é de 1 hora.
Temperatura
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um
ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo
de material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas
ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode
gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.
Radiação
As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor através
do espaço, em ondas eletromagnéticas.
1. Raios infravermelhos
Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e
vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta
e material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em trabalhos
a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora
de raios infravermelhos.
2. Raios ultravioleta
Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização do ar e
da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos
usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com o
emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emitem raios ultravioleta.
114 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
3. Microondas
As microondas são encontradas em formas domésticas ou industriais: fornos de
microondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação,
equipamentos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento em
produção de plásticos e cerâmica. A medição ou avaliação das microondas pode
ser por sistema elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não existem limites
nacionais de tolerância definidos.
4. Laser
Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation”, que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por
emissão estimulada de radiação.
Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos e
experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais
aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo
causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns
casos irreversíveis, podendo provocar cegueira.
Radiações ionizantes
Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de
maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial
são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento de onda λ.
Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos radioativos,
tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas vindas do
espaço celeste.
Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo
chama-se gamagrafia.
Cuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo
este símbolo em materiais abandonados ou mal acondicionados, informe aos órgãos
especializados.
Riscos químicos
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são
lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias
podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, essas substâncias são representadas por poeiras de origem animal,
mineral e vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes
de fundição. No estado gasoso pode-se citar, por exemplo, o GLP (gás liqüefeito de
petróleo), usado como combustível nos fogões residenciais. Os ácidos, os solventes,
as tintas e os inseticidas domésticos são exemplos de substâncias químicas no estado
líquido.
• Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas
será ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios
riscos à saúde.
A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com
os produtos perigosos, como arsênico, álcool,
• Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos
olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode se
dar também pela vista.
Riscos biológicos
Os riscos biológicos são causados por agentes biológicos na forma de microrganismos,
ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu, presentes em alguns
ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, coleta de lixo,
indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria incluem-se os vírus, as bactérias, os
protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos.
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são
responsáveis por algumas doenças profissionais.
Descarte de materiais
Numa rua do Parque Palmas do Tremembé, São Paulo, um caminhão despeja entulho
e terra num terreno baldio. A sujeira é grande e ocupa um pedaço da calçada. Um
carro da Polícia Militar chega ao local e interrompe a operação, mas momentos depois
vai embora.
(...) O sistema de coleta seletiva de lixo, inaugurado em São Paulo na gestão Luiza
Erundina, só não foi extinto porque existe uma lei municipal que o torna obrigatório. Os
sacos de lixo se amontoam ao lado dos contêineres coloridos, não há divulgação e a
coleta domiciliar é deficiente. Das 12 mil toneladas de lixo recolhidas por dia, apenas
10 toneladas vão para a reciclagem - menos de 0,09%. Agora a Prefeitura promete,
por meio de dois novos projetos, retomar e ampliar o programa.
O Estado de S. Paulo, 26/06/95.
Não se pode falar de descarte de materiais sem lembrar do problema maior que é o
acúmulo de lixo. Neste capítulo, você vai estudar o que acontece com o lixo das
grandes cidades e o impacto que o descarte de cada tipo de material causa no
ambiente.
Nos terrenos das casas que abrigavam quatro ou cinco pessoas, foram construídos
prédios de vinte andares, com dezenas de apartamentos, abrigando centenas de
pessoas. Isso fez com que aumentasse o número de carros, piorasse o trânsito,
houvesse mais barulho e mais... lixo!
O acúmulo de lixo polui o ambiente. Mas há soluções para o problema do lixo, como
você verá a seguir.
Tratamento do lixo
O Brasil produz cerca de 90 mil toneladas de lixo por dia, o que corresponde a 30 mil
caminhões cheios de lixo. A grande quantidade de embalagens e produtos
descartáveis agrava ainda mais o problema. Boa parte desse lixo é constituída de
materiais que podem ser reciclados; outra parte é constituída de material orgânico que
pode ser decomposto por microrganismos.
No Brasil, quase todo o lixo ainda é jogado em lixões. O quadro abaixo mostra os
principais destinos do lixo no Brasil.
Lixões
São terrenos comuns, onde o lixo é depositado diariamente a céu aberto, o que
provoca contaminação da água, do solo e do ar.
Aterros sanitários
São áreas escolhidas com critério, geralmente terrenos não produtivos e que não estão
localizados em áreas de preservação ambiental. O fundo do aterro deve ser preparado
com camadas plastificadas resistentes, prevendo o escoamento do "chorume" e o seu
tratamento.
Nos aterros sanitários, o lixo é disposto em camadas, cobertas com terra ou argila e
compactadas por tratores de esteiras. Após algum tempo, esse lixo é parcialmente
decomposto pelos microrganismos que se alimentam dele. Os resíduos de lixo vão se
acumulando, até lotar a capacidade do terreno. Em São Paulo existem, atualmente,
cinco aterros sanitários. Um deles é só para entulho da construção civil. Dos outros
quatro, dois já estão esgotados.
Usinas de tratamento
Incineração
O lixo incinerado é proveniente de hospitais, clínicas veterinárias, materiais tóxicos etc.
Os gases contidos na fumaça do lixo queimado podem ser poluentes, se não forem
corretamente tratados.
Reciclagem do lixo
Para podermos aumentar a vida útil dos aterros, precisamos aprender a reutilizar e
reciclar parte do lixo. Separar vidros, papéis, plásticos etc...
Pense um pouco
Será que você está colaborando para diminuir o lixo na sua cidade? Que sugestões
você faria para um programa de melhor aproveitamento do lixo? Vamos conhecer os
processos de reciclagem de alguns produtos mais comuns.
Papel
Inventado na China, por volta de 200 anos antes de Cristo, o papel chegou à Europa
somente no século XI da nossa era.
O papel é desfibrado, formando uma pasta. Essa pasta passa por uma máquina que
retira as impurezas. Depois de limpa, a pasta é imersa em água e colocada em uma
superfície plana, sobre uma tela, que dará forma ao papel.
No Brasil, cerca de 30% do papel produzido vai para a reciclagem. O papel reciclado é
utilizado, principalmente, na fabricação de caixas de papelão.
Vidro
O vidro foi criado há cerca de 4000 anos antes de Cristo. É feito de matérias-primas
naturais, como areia, barrilha, feldspato, alumina etc. Algumas dessas jazidas já estão
se esgotando.
O vidro não é degradável, mas é 100% reciclável. Com 1.000 kg de vidro triturado são
produzidos praticamente 1.000 kg de vidro novo.
Um objeto de vidro pode ser usado infinitamente, desde que não se quebre. Por isso,
as indústrias alimentícias e de refrigerantes reutilizam os vidros, depois de lavados e
desinfetados. Uma tonelada de vidro reutilizado economiza cerca de 290 kg de
petróleo e 1.200 kg de matéria-prima que seriam gastos em sua fundição.
Metal
Os metais têm sido utilizados pelo homem desde a Idade do Ferro, na confecção de
armas e ferramentas. A partir do final do século XIX, iniciou-se a fabricação de
embalagens para conservar alimentos, feitas de ligas metálicas como folha-de-
flandres, aço e alumínio.
O aço é uma liga de ferro com teor de carbono que varia entre 0,06% e 1,7%. Ele é
obtido do beneficiamento siderúrgico do ferro-gusa com adição de metais diversos
para a produção de ligas especiais. Atualmente, no Brasil, são consumidas 650 mil
toneladas de aço laminado, por ano, e 25% delas são destinadas à fabricação de
latas para a indústria alimentícia.
O Brasil consegue reciclar 27% do aço produzido e 50% das latas de alumínio. A
reciclagem é simples. A sucata é separada conforme o material predominante, lavada,
prensada e fundida novamente. A reciclagem do aço possibilita 74% de economia de
energia, e a do alumínio possibilita 95%. Uma latinha de alumínio reciclada poupa meia
latinha de gasolina.
Plástico
Cada cidadão brasileiro joga no lixo, anualmente, uma média de 10 quilos de plástico.
Só na cidade de São Paulo são recolhidas 670 toneladas de plástico diariamente!
O plástico pode ser reciclado na própria indústria que o fabrica. As peças defeituosas
ou as aparas são trituradas, derretidas e novamente colocadas na linha de produção.
Embalagens e outros plásticos usados também podem ser reciclados. Na reciclagem
do plástico a economia de energia chega a 90%.
Veja no quadro a seguir alguns tipos de resina, seus usos principais e os produtos
obtidos de sua reciclagem.
Você viu como é simples diminuir o volume de lixo de uma cidade, tornando nosso
ambiente mais saudável.
Para terminar esta lição, veja se as sugestões que você pensou para um programa de
melhor aproveitamento do lixo são parecidas com alguma destas:
• Sempre que possível, comprar bebidas em garrafas retornáveis.
• Separar o papel (branco, jornal, papelão) e os recipientes de vidro usados, para
vender ou doar para entidades assistenciais.
• Reutilizar embalagens. Por exemplo:
As latinhas de cerveja ou refrigerante podem guardar lápis e canetas.
• Quem mora em casa com quintal de terra pode separar as cascas de frutas e as
folhas de verduras para serem transformadas em adubo orgânico.
Planejamento de uma
instalação elétrica
Verá que o planejamento da instalação deverá ser feito de acordo com as norma
previstas pela NB-3, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que orientam a
padronização das instalações elétricas e que garante que elas sejam realizadas dentro
dos padrões de segurança previstos pelas empresas concessionárias de fornecimento
de energia elétrica.
Para realizar com sucesso o estudo deste capítulo, você deverá ter conhecimento do
funcionamento e aplicações dos componentes utilizados nos ensaios até agora.
Sistemas de instalação
Os circuitos de distribuição devem ter capacidade nominal para 15, 20 e 30A. neles,
usam-se condutores de 1,5, 2,5 e 4mm2, respectivamente.
Observação
Nesses dois tipos de distribuição, os circuitos ramais são alimentados na caixa geral
de distribuição.
2. Para cada ramal que deriva de uma caixa de distribuição, deve existir um
dispositivo de manobra e outro de proteção contra sobrecarga, além dos sistemas
gerais de manobra a proteção do circuito de distribuição.
4. Os condutores devem ser isolados para 600V. as emendas e derivações devem ser
soldadas ou feitas com conectores e isoladas. Os condutores de seção igual ou
maior que 2,5mm2 só podem ser ligados a bornes através de terminais.
Projeto de uma instalação elétrica é o plano de uma instalação elétrica com todos os
seus detalhes de modo que se possa realizar um trabalho racionalizado, ou seja,
seguro, rápido e estético.
Ponto
Ponto é o termo que identifica a localização de aparelhos fixos de consumo como
centros de luz e tomadas de corrente.
A tomada de uso geral é aquela na qual podem ser ligados os aparelhos portáteis que
funcionam algum tempo e depois são removidos.
Cada ponto da instalação deve receber um valor estimado da área e do tipo de carga a
ser instalada.
Assim, por exemplo, em cômodos com área igual ou inferior a 6m2 deve ser prevista
uma carga mínima de 100VA.
Por sua vez, nos cômodos com área superior a 6m2 deve ser prevista uma carga
mínima de 100VA para os primeiros 6m2, acrescentando-se 60VA para cada acréscimo
de 4m2 inteiros.
Observação
Essas orientações fazem parte da norma 5410 citada anteriormente.
Planta baixa
Para iniciar o projeto de instalação, determina-se a partir da planta baixa, a localização
da caixa de distribuição, dos pontos de iluminação e das tomadas e a posição dos
eletrodutos de acordo com a norma da ABNT.
Para o quarto 3, com área de 9m2 e perímetro de 12m, a carga de iluminação será de
100VA e o número de tomadas será com 100VA cada.
Além das tomadas de uso geral, devem ser previstas algumas de uso específico que
solicitam cargas maiores:
• Cozinha-1 tomada para torneira elétrica: 2.800W
• Banheiro social-1 tomada para chuveiro: 4.000W
• Banheiro externo-1 tomada para chuveiro: 4.000W
Divisão em circuitos
A instalação, seja ela residencial ou industrial, deve ser dividida em circuitos menores
chamados circuitos terminais.
Os circuitos terminais devem ser projetados para correntes de, no máximo 15A.
As cargas com corrente nominal superior a 10A devem ter tomadas de energia
independentes.
Nas instalações alimentadas com duas ou três fases, as cargas devem ser distribuídas
entre as fases de modo que se obtenha o melhor equilíbrio possível.
Observação
Cada circuito terminal deve ter um fio neutro independente.
A figura a seguir mostra a planta baixa após a divisão em circuitos menores, com os
pontos de luz e tomadas.
Quadro de carga
O quadro a seguir é um quadro de carga referente ao projeto de instalação fornecido
como exemplo.
Diagrama de distribuição
Após feito o quadro de carga, faz-se o diagrama de distribuição. Este reúne todos os
circuitos em paralelo, suas respectivas cargas, a bitola do fio da rede de cada circuito e
o valor da corrente do elemento de proteção.
Exemplo
Carga de iluminação: 1.240 VA
Carga de tomadas: 4.900 VA
Total: 6.140 VA
Carga demandada: 6.140 x 0,4 = 2.456VA
P 2.456
I= = = 19,33 A
V 127
Como devemos dividir a carga nas duas fases, no exemplo dado podemos considerar
um consumo aproximado de 10A por fase para alimentação de iluminação e tomadas.
Exemplo
Chuveiro 1 - 4.000W
Chuveiro 1 - 4.000W
Comum 3.000W
11.000W
Potência demandada: 11000 x 0,84 = 9.240W
P 9.240
I= = = 42A
V 220
Para o fio neutro da rede de entrada corrente máxima deve ser de 20A, pois são 10A
para cada fase no circuito de 127V, retornando 20A pelo fio neutro.
Ao longo do circuito até pontos de utilização, ocorre uma queda de tensão que, para
instalações alimentadas diretamente em rede de alta tensão, é de seguinte ordem:
• Iluminação e tomada: 3%
• Motores, fornos, etc.:5%
Para qualquer dos dois casos, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o
dispositivo ou equipamento consumidor de energia deve ser de, no máximo, 2%. Veja
figura a seguir.
A tabela a seguir mostra as quedas de tensões unitárias que devem ser consideradas
na escolha do condutor.
Eletroduto ou calha de
Eletroduto ou calha de material não-magnético
material magnético
Seção Circuito monofásico
Circuito monofásico Circuito trifásico
nominal ou trifásico
2
(mm )
Cos φ = Cos φ =
Cos φ = 0,8 Cos φ = 1 Cos φ = 1 Cos φ = 1
0,8 (V/A x 0,8 (V/A
(V/A x Km) (V/A x Km) (V/A x Km) (V/A x Km)
Km) x Km)
1,5 23,0 27,6 20,0 24,0 23,0 27,6
2,5 14,0 16,8 12,0 14,4 14,0 16,8
4 8,7 10,4 7,5 19,0 8,7 10,4
6 5,8 7,0 5,1 6,1 5,8 7,0
10 3,5 4,2 3,0 3,6 3,5 4,2
16 2,3 2,5 1,95 2,1 2,3 2,5
25 1,5 1,7 1,27 1,4 1,5 1,7
35 1,1 1,2 0,95 1,0 1,1 1,2
50 0,63 0,83 0,72 0,72 0,83 0,75
70 0,61 0,55 0,53 0,48 0,61 0,55
95 0,47 0,42 0,41 0,37 0,47 0,42
120 0,39 0,31 0,34 0,27 0,40 0,32
150 0,34 0,27 0,30 0,24 0,35 0,28
185 0,30 0,24 0,26 0,21 0,31 0,25
240 0,25 0,18 0,22 0,15 0,26 0,21
Exemplo de cálculo
A residência do exemplo fica a 40m de distância da rede de entrada.
Que tipo de condutor deve ser selecionado, considerando-se a queda de tensão?
Condutor fase:
1 = 40m
I = 52A
Material do eletroduto: PVC
Porcentagem da queda de tensão: 3%
U = 220V
cos 0 = 0,8
U = 0,03 . 220 = 6,6V
U 6,6
U= = = 3,17VA/Km
IP . 1 52 . 0,04
Condutor neutro:
! = 20m
I = 20A
Material do eletroduto: PVC
Porcentagem da queda de tensão: 3%
U = 127V
cos 0 = 0,8
U = 0,03 . 127 = 0,36
U 3,81
Queda de tensão (VA x Km): = = 4,76
IP . 0,04 20 . 0,04
Distribuição da fiação
Após a seleção dos condutores, realiza-se a distribuição da fiação com respectiva
bitola na planta baixa, marcando a que circuitos pertencem.
Para facilitar a marcação, deixamos sem cortas os fios e eletrodutos mais utilizados.
Isso é feito por meio de legenda.
Legenda
Todo condutor não cotado: # 1,5mm2
Todo eletroduto não cotado: 0,19mm2
Técnicas de manutenção e
inspeção em instalações
elétricas de baixa tensão
Neste capitulo, você verificará que uma instalação elétrica de baixa tensão antes de
ser entregue ao uso, necessita de uma verificação final. Isto é válido tanto para
reforma ou para instalação nova, é o que prescreve a norma NBR 5410, incluindo
nestas instalações, manutenções periódicas durante sua vida útil.
A NBR 5410 exige que o projeto de instalações elétricas de baixa tensão seja
constituído, no mínimo por:
• Planta baixa;
• Esquemas;
• Detalhes de montagem, quando necessário;
• Memorial descritivo; e
• Especificação dos componentes.
Por fim, a especificação dos componentes deve indicar, para cada componente,
uma descrição sucinta, suas características nominais e norma ou as normas que
devem atender.
Inspeção visual
A inspeção visual tem por objetivo confirmar se os componentes elétricos ligados
permanentemente à instalação estão:
• em conformidade com as respectivas normas;
• dimensionados e instalados de acordo com a NBR 5410; e
• sem danos visíveis e capazes de comprometer seu funcionamento e a segurança.
Execução
Para que possam ser verificados os pontos anteriormente indicados, devem, em
princípio, ser adotados os procedimentos descritos a seguir:
1. Análise, em escritório, de todos os documentos do projeto as built, objetivando
verificar:
• Se a documentação fornecida está completa (quanto à quantidade de
documentos); e
• Se dados fornecidos são suficientes para a realização da verificação final.
Instalação em esquema TT
• c1: medição da resistência do(s) eletrodo(s) de aterramento;
• c2: verificação das características dos dispositivos DR; e
• c3: verificação da continuidade dos condutores de proteção.
Instalação em esquema TN
• c4: medição de impedância do percurso da corrente de falta ou, como alternativa,
• c5: medição da resistência dos condutores de proteção;
• c6: verificação da continuidade dos condutores de proteção, como alternativa aos
ensaios descritos em c4 ec5; e
• c7: verificação das características dos dispositivos de proteção (dispositivo a
sobrecorrente ou dispositivo DR).
• Em piscinas, entre cada elemento condutivo estranho dos volumes 0,1 e 2 (ver item
9.2.2.1 da NBR 5410) e o contato de aterramento mais próximo (em geral, de uma
tomada de corrente).
Quando necessário, a continuidade pode ser verificada por trechos sucessivos – por
exemplo:
• Terminal de aterramento principal
• Terminal de aterramento do quadro terminal
• Contato de aterramento da tomada de corrente, etc.
O equipamento mais utilizado exatamente, sua fonte CC– deve ser capaz de fornecer
corrente de 1mA ao circuito de carga, apresentando, entre seus terminais,
determinados valores de tensão contínua de ensaio, também indicados na tabela
abaixo.
Planejamento de uma
instalação elétrica predial
Planejando em cada pavimento, quadros de força e luz que atendam a instalação de:
• Ar condicionado;
• Monta carga;
• Bomba de recalque d’água;
• Bomba de incêndio;
• No-break;
• Gerador;
• Iluminação;
• Iluminação de emergência;
• Iluminação vigia;
• Alarme contra incêndio;
• Prevendo também tubulações para rede de informática, alarme, telefonia.
Carga da instalação
A norma NBR 5410; exige que o projeto de instalações elétricas de baixa tensão seja
constituído, no mínimo por:
• Planta baixa;
• Esquemas;
• Detalhes de montagem, quando necessário;
• Memorial descritivo; e
• Especificação dos componentes.
Suprimento de energia
elétrica
Nesta unidade, você vai conhecer um pouco do modelo de políticas públicas para o
setor elétrico brasileiro. Políticas públicas são regras que o Governo estabelece para
orientar os negócios públicos.
No nosso caso, trata-se de como gerar energia elétrica e fornecê-la aos consumidores.
São apresentados, a seguir, os componentes principais do sistema de geração,
distribuição e administração de energia elétrica no país
O Ministério de Minas e Energia também faz parte do ONS e tem poder de veto em
questões conflitantes com as diretrizes e políticas governamentais para o setor. O ONS
coordena e controla as atividades de geração e transmissão, e acompanha as
condições energéticas do país.
Várias empresas com essas características foram habilitadas pela ANEEL. Também
podem atuar como agentes comercializadores, os importadores e exportadores de
energia e os produtores independentes.
Consumidor livre
Com evolução da legislação, hoje, todos os consumidores com carga superior a 3MW -
20% do mercado nacional têm liberdade de escolher seu fornecedor. Esse processo de
flexibilização deve prosseguir até 2005.
Espera-se que até lá, todos os consumidores, inclusive os residenciais, passem a ser
livres para adquirir energia elétrica do fornecedor que desejarem.
Sistema Argos
Esse sistema foi denominado Sistema Argos. Ele faz o acompanhamento, em tempo
real, das ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica nas unidades
consumidoras.
Como funciona durante 24 horas por dia, o Sistema Argos também informa à ANEEL
sobre o restabelecimento do serviço de energia elétrica em unidades consumidoras.
No primeiro caso, até 2.000 kW, os dados a serem fornecidos para o estudo são os
seguintes:
• Data prevista para início do fornecimento. Se for o caso de fornecimento provisório,
deve ser informado o prazo estimado de sua duração;
• Regime de trabalho ( dias da semana e horário );
• Potência instalada, inicial e final, discriminando cargas de luz, cargas resistivas -
relativas a aparelhos e equipamentos - e cargas indutivas:
Caso a execução não seja efetuada dentro do prazo previsto, o projeto deverá, ser
submetido novamente a análise da Concessionária.
Caso sejam utilizados conjuntos blindados, deve ser apresentada planta fornecida pelo
fabricante, em escala 1:10, que deve conter formalmente os seguintes elementos:
• Diagrama unifilar da entrada consumidora, indicando os circuitos de controle e
proteção;
• Memorial descritivo dos equipamentos elétricos, acompanhado de catálogos e
folhetos, quando solicitados pela Concessionária.
Após analise do projeto e sua aprovação, com ou sem ressalvas, uma via é devolvida
ao interessado do em que consta, carimbo da Concessionária, confirmando a
liberação.
Início
Recomenda-se que materiais e equipamentos necessários à montagem das
instalações sejam adquiridos após a aprovação do projeto pela Concessionária.
Sistema de geração de
energia elétrica
Geração
Esse processo ocorre em duas etapas. Na 1ª etapa, uma máquina primária transforma
qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou térmica, em energia cinética de
rotação.
Cogeração
O Sistema de Geração
Máquina primária
Faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia cinética de rotação, para
ser aproveitada pelo gerador.
Exemplos:
A máquina que transforma a energia liberada pela combustão do gás em energia
cinética e a turbina a gás.
Geradores
São máquinas que transformam energia cinética de rotação das máquinas primárias
em energia elétrica, produzindo corrente contínua ou alternada.
Transformadores
São aparelhos estáticos de indução eletromagnética, destinados a transformar um
sistema de correntes variáveis em um ou em vários outros sistemas de correntes
variáveis, de intensidade e tensão, em geral, diferentes, e de freqüência igual.
Dessa forma, um grupo gerador que produz energia a uma tensão de 13.8 kV pode ser
ligado a uma linha de transmissão de 69 kV desde que o transformador de 13.8/69 kV
faça o ajuste de tensão.
Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar mais que 10% para
cima ou para baixo. O controle de tensão é feito pelo próprio gerador. No entanto, não
basta apenas compatibilizar a tensão. É necessário fazer o sincronismo com a rede
antes de fazer ligação da linha.
Para isso, são necessários vários equipamentos de manobra e proteção, tais como:
• TC - transformadores de corrente
• TP - transformador de potência, relés e disjuntores.
Ao se escolher o no break para a carga, deve-se refletir sobre a tensão que é exigida
pelo equipamento, ou seja, se há necessidade de onda senoidal na entrada do
equipamento a ser alimentado ou não.
Na saída de no breaks:
Não há, portanto, necessidade de uma onda senoidal na entrada desse tipo de carga.
Essa configuração é muito utilizada em equipamentos de eletrônica, como
computadores e impressoras.
Os no breaks de onda quadrada têm um circuito interno muito mais simples. Isso
ocasiona em equipamentos de menor custo, mais volume e peso. Sua aplicação típica
é em alimentação de cargas compostas por computadores e seus periféricos
(impressoras, scanners, etc.)
A potência do no break
A escolha da potência do no break para a carga ser alimentada, deve ser feita com
critério.
Caso o no break utilizado tenha potência menor que a necessária, isso leva a mau
funcionamento do sistema. Pode haver destruição de alguns componentes do sistema.
O cálculo da potência adequada ao no break é feito por meio de fórmula que envolve:
a potência ativa (P) de um equipamento e a potência aparente (S), relacionadas pela
seguinte equação (1):
P
S= (1)
fP
O fator de potência - fp na equação (1), número que varia entre zero e um - é definido
do seguinte modo:
cos ϕ
FP = (3)
1 + TDH 2
Exemplo 1:
Moto de indução de 2CV, fator de potência de 0,8.
Cálculo:
2CV equivalem a 1.472W (potência ativa). Como se tem o fator de potência, calcula-se
então a potência aparente do sistema com a equação (1):
P 1472
S= = = 1.840VA
fP 0,8
Exemplo 2:
3 computadores de 200W, fator de deslocamento de 0,9.
Cálculo:
Como não se tem disponível o valor de TDH, ele é estimado como 2. Calcula-se, então
o fator de potência:
cos ϕ 0,9
fP = = = 0,4
2
1 + TDH 1 + 22
Como já vimos no início deste texto, esse processo ocorre em duas etapas. Na 1ª
delas, uma máquina primária transforma qualquer tipo de energia, normalmente
hidraúlica ou térmica, em energia cinética de rotação. Na 2ª etapa, um gerador elétrico
acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de rotação em energia
elétrica.
Características
As vantagens da conversão de freqüência com máquinas girantes sobre conversão
estática de estados sólido, são:
• Melhor forma de onda de tensão;
• Pouca influência nas variações de tensão da rede;
• Manutenção da tensão no gerador durante breve falha na rede, com o uso de um
volante de inércia no eixo;
• Monstância de freqüência equivalente à da rede de alimentação, quando usado um
motor síncrono;
• Pouca influência dos consumidores na rede de alimentação.
Aplicações:
• Equipamentos militares;
• Equipamentos portuários em geral;
• Laboratório de ensaio de máquinas;
• Acionamento de equipamentos importa
Conversão de corrente
Observe o diagrama do acoplamento com conversor de corrente CC/CA:
Possibilidades:
a. Acoplamento direto de motor CC com gerador síncrono;
b. Acoplamento direto de motor CC com gerador síncrono, mais um volante de
inércia, opcional.
SENAI-SP - INTRANET 183
Instalações elétricas
Características:
• A freqüência do gerador varia em função da carga, pois o motor CC apresenta
variações na rotação. Para uma rotação constante, o sistema de regulagem é mais
complexo;
• Acoplamento mantém a tensão gerada durante breve interrupção da rede CC
(ex: nas comutações) quando usado um volante de inércia no eixo;
• Pode-se obter tensão gerada com distorção harmônica menor que 3%;
• É ideal para o uso em no breaks, pois o motor pode ser alimentado pela rede CA
por intermédio de um conversor estático. Na falta de rede, a alimentação é
fornecida pelo banco de baterias.
Aplicações:
• Navios com rede de alimentação em CC;
• Laboratórios;
• Clínicas/hospitais;
• Subestações de grande porte;
• Centrais de energia elétrica;
• Refinarias;
• Sistemas no breaks, etc.
No Break
• Diesel:
conhecido como no break diesel - como no caso anterior funciona como sistema de
energia ininterrupta, composta basicamente de gerador síncrono, volante de
inércia, acoplamento eletromagnético, motor diesel e base comum.
A ele, pode ser associada, a rede um grupo diesel de emergência, para assegurar o
tempo de operação ilimitado. Observe essa configuração no diagrama a seguir:
Suas principais aplicações são em: controle de tráfico de ruas, vias férreas, salas
operatórias, etc.
Como geradores de linha industrial, são considerados geradores tipo standart tipo
básico difundido e apresentam as seguintes características básicas para o tipo GTA:
• Tensão nominal 220/380/440, 220/440 ou 380V;
• Comportamento estacionário da tensão entre vazio e plena carga e para o fator de
potência entre 0,8 e 1 de 0,5%;
• Queda de tensão admissível igual a 5%;
• Ajuste do valor de referência de 5%;
• Comportamento dinâmico da tensão: tempo de regulagem em média de 200 a
700ms na ligação da carga nominal, com uma queda de tensão de 12 a 20%
dependendo da máquina;
• Distorção harmônica entre fases menor que 5%;
• Carga assimétrica máxima igual a 30%;
• Sobrecargas momentâneas igual a 2,0xIN durante 20s;
• Corrente de curto-circuito permanente de 3xIN;
• Normas aplicáveis VDE, ABNT e IEC.
Vantagens:
• Não utilizam escovas, conseguindo-se com isso manutenção reduzida,
necessitando cuidados apenas na lubrificação dos rolamentos;
• Não introduzem rádio-interferência pelo mau contato das escovas;
• Não há interferência de deformações da onda gerada, provocadas pelas cargas.
Não interferem na regulação perue o regulador é alimentado por uma excitatriz
auxiliar, independente da tensão de saída;
• Admitem, facilmente o controle manual da tensão;
Características Técnicas:
• Normas aplicáveis: VDE, ABNT, IEC e Telebrás;
• Forma construtiva B5/B3T;
• Reatância subtransitória de eixo direto (Xd) menor que 12%;
• Distorção harmônica total menor que 3% para carga linear;
• Precisão de regulação de tensão ± 0,5% para qualquer valor de carga com fator de
potência entre 0,8 e 1;
• Transitório de tensão para degrau de 100% da carga igual a ± 10% da tensão
nominal;
• Tempo de reposta para recuperar a tensão menor que 0,5s;
• Variações de ± 0,5% na rotação do motor diesel e não prejudicam a regulação da
tensão;
• Faixa de ajuste da tensão nominal pelos potenciômetros: ajuste normal + ou –
15%, ajuste fino + ou – 5%;
• Sobrecarga admissível: 10% durante 1 hora a cada 6 horas, 200% por 15s a cada
1 hora.
Outros ensaios aqui não relacionados poderão ser realizados quando necessário.
Ensaios de Rotina:
• Resistência Ôhmica dos Enrolamentos;
• Resistência do Isolamento;
• Tensão Elétrica Aplicada do Dielétrico;
• Seqüência e Equilíbrio das Fases;
• Saturação em Vazio;
• Em Vazio Com Excitação Própria (Regulador de Tensão);
• Curto-Circuito Trifásico Permanente.
Ensaio De Tipo:
• Ensaios de Rotina;
• Elevação de Temperatura;
• Sobrevelocidade;
• Reatância Subtransitória do Eixo Direto.
SENAI-SP - INTRANET 189
Instalações elétricas
Ensaios Especiais:
• Relação de Curto-Circuito Trifásico Permanente;
• Manutenção da Corrente em Curto-Circuito;
• Desempenho do Regulador de Tensão;
• Distorção Harmônica;
• Rendimento;
• Vibração;
• Nível de Ruído;
• Determinação do Fator de Interferência Telefônica (Para Teleco);
• Determinação das Características Em “V” de Máquinas Síncronas.
Coletânea de Fórmulas
As fórmulas mais utilizadas nos ensaios são as seguintes:
Fem induzida e = B.l.v.sem(B∧v) [V]
120.f
Rotação síncrona n= [rpm]
P
Ligação Triângulo 1l = 1f. 3 [A]
Vf = Ul [V]
Ligação Estrela 1l = 1f [A]
Ul = Uf. 3 [V]
Potência S = Ul. 1l. 3 [VA]
m.E 0 . Uf m.Uf 2 1
Potência Eletromagnética P= senδ + . sen 2δ [W]
xd 2 xq
Pg (KW).100
Potência de acionamento Pn = [Kw]
n(g)
Ip
x * d.
In
Queda de tensão ∆U%= .100 [pu]
Ip
1 + [ X * d.
In
2
f 2 Sn2 Un1
Conversão de reatâncias X2 = X1. . . [pu]
f1 Sn1 Un2
If
Corrente de curto-circuito Icceff = .x100 [A]
x" d
2,55 xIf
IccM’X = .x 100 x” d em% [A]
x" d
190 SENAI-SP - INTRANET
Instalações elétricas
Automação predial e
residencial
Os projetos das edificações residenciais no Brasil até o presente momento não são
orientados, na sua maioria, para a melhoria de eficiência energética, da segurança, do
conforto e principalmente para o pleno emprego das possibilidades que a Automação
Residencial pode proporcionar. Tal fato se deve a muitos fatores e os principais são
listados a seguir:
• Desinformação do consumidor em relação a preços, benefícios e configurações
possíveis;
• Falta de ferramentas de engenharia que auxiliem no projeto e na análise técnica
econômica;
• Uma maior integração entre as grandes empresas produtoras de tecnologia da
respectiva área e os profissionais.
No final dos anos 80, os computadores pessoais passaram a ser uma realidade e a
sua crescente capacidade de processamento e de velocidade, e também o seu
barateamento, auxiliaram o emprego dos mesmos em aplicações de automação
doméstica.
O crescimento anual até o ano de 2002 ficou em torno de 19% ao ano. De 2002 ao
final de 2003, os especialistas crêem que o mercado dobrará novamente, crescendo
para US$ 3.2 bilhões de dólares. E em 2008 para US$ 10.5 bilhões de dólares, o que
se traduzirá em aumento de US$ 7.3 bilhões, num período de 5 anos, ou seja, um
crescimento anual de aproximadamente 27% para o novo período. Veja figura
ilustrativa:
Analisando um pouco mais as razões das dificuldades para o pleno emprego das
possibilidades que a Automação Residencial pode proporcionar, constata-se, além dos
já citados, outros fatores:
• As grandes companhias se especializam na manufatura dos produtos, mas sua
inércia operacional dificulta que cheguem ao projeto final de um pequeno
consumidor de Automação Residencial, aonde normalmente as soluções devem
ser customizadas às necessidades dos usuários;
• Os pequenos integradores (profissionais) têm um contato mais próximo com o
usuário e são capazes de especificar as soluções por eles desejadas, no entanto,
para que isso ocorra, estes profissionais necessitam conhecer em detalhes os
produtos e saibam como utilizar ao máximo suas características originais.
Normalmente torna-se complicado efetuar adaptações ou alterar as propriedades
de um produto fabricado em série;
Automação Residencial por definição ainda não é um mercado de massa, devido aos
estágios de desenvolvimento do mercado de produtos de alta tecnologia.
Veja a seguir a classificação dos estágios de desenvolvimento do mercado de produtos
de alta tecnologia segundo Geoffrey Moore.
Geoffrey Moore, em 1991, popularizou uma tese até hoje válida que delineava os
estágios de desenvolvimento do mercado de produtos de alta tecnologia. Ao longo do
tempo, ele define, o mercado destes produtos se compõem de consumidores com as
seguintes características, em ordem cronológica:
• Os inovadores (entusiastas da tecnologia);
• Os pioneiros (visionários);
• A maioria imediata (pragmáticos);
• A maioria posterior (conservadores);
• Os retardatários (céticos).
Para cada grupo deve existir uma abordagem especifica de marketing.
É neste “abismo”, diz ele, que a maioria das empresas falham por não dispor do
instrumental de marketing ou de engenharia para lidar com a situação. A figura a
seguir ilustra os estágios de desenvolvimento do mercado de produtos de alta
tecnologia segundo Geoffrey Moore:
Teoria do “Abismo”
O tamanho deste mercado e a sua taxa de crescimento serão definidos na razão direta
na competência dos profissionais e empenho ao enfrentar os desafios.
Esta situação lembra a de uma jogada de boliche, quando se precisa derrubar um pino
para a seguir derrubar os adjacentes. A evolução da telefonia celular, pode obter-se
um exemplo ideal desta tática.
Estes “nichos” devem ser escolhidos através de certos critérios. Podem ser puramente
geográficos (concentrados nas áreas de maior densidade de novas construções), de
modismos (atualmente comenta-se bastante em home offices) tecnológicos (por meio
de inovações) ou ainda por meio de eventos que auxiliem a estimular o mercado de
Automação Residencial. Certos produtos emergentes podem ser eleitos para
concentrar as ações de mercado, como aconteceu com o lançamento dos DVD’s
(através de um único produto, estimulou-se a reformular todo o conceito dos home
theaters) e, pode-se como outro exemplo citar o acesso ultra-rápido à Internet.
E são para estes consumidores que as empresas devem realmente se voltar, pois é
nesta fase que os lucros são maximizados.
Para que se consiga isto, por raciocínio lógico, os consumidores de um mesmo nicho
estão em busca de uma solução tecnológica comum. Ao se introduzir com sucesso
produtos e serviços neste determinado nicho, poderá estar-se beneficiando o valioso
efeito da propagação boca-a-boca.
Mas isso não basta isso é preciso convencer os consumidores relutantes. Além da
exposição de todos os benefícios citados, devem ser combatidos os três aspectos que
criam a resistência às novidades, a saber; medo, incerteza e a dúvida.
Portanto, não basta um produto doméstico ser sofisticado; o mesmo deve ser de fácil
operação e manutenção. Por isso este mercado proporciona tantas e tão estimulantes
alternativas de serviços compartilhados, como projeto, programação, instalação e
assistência técnica, por exemplo.
Por isso, ao se escolher um nicho, o mesmo deve ter potencial suficiente para atender
aos objetivos, mas deve ser adequadamente planejado para poder se ter o domínio
sobre o assunto e aproveitar deste beneficio.
• Ar condicionado e aquecimento;
• Persianas e cortinas automáticas;
• Eletrodomésticos comandados à distância;
• Utilidades, (irrigação, bombas, aspiração central, gás, energia alternativa, etc.);
• Gerenciamento da energia elétrica, etc.
Um outro fator importante dos sistemas de Automação Residencial que pode ser
utilizado é o serviço de apoio às metodologias recentes de acompanhamento
energético, pois se houver um gerenciamento da energia, esta em comunicação com
as técnicas de monitoração utilizadas pelas concessionárias atualmente, Sistema
Argos exigido pela ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, por exemplo, será
de grande utilidade.
O que se confirma portanto, é que uma das dificuldades de se implantar, com sucesso
técnico e comercial, sistemas de automação residencial não está somente no custo ou
no momento correto da decisão da implantação, mas também na análise
individualizada da edificação e no perfil do consumidor.
Existem outras opiniões a respeito, mas Piaget tem definido algo que pode ser
estendido para entender como pessoas trabalham ou moram em edificações e
interagem com seus micro-climas, na construção do edifício e no ambiente externo.
Sem discutir profundamente no argumento sobre a validade da inteligência artificial,
existe atualmente um sistema denominado, em inglês, knowledge-based systems que
são utilizados para realizar tarefas que requerem perícia, mas não demandando
introspecção ou originalidade próprias do ser humano.
Mesmo que o proprietário queira instalar apenas um subsistema, como segurança, por
exemplo, deve ser uma preocupação do projetista de deixar alguma interface pronta
para prováveis integrações futuras. Assim, o proprietário do imóvel poderá agregar
novas tecnologias em sua residência.
Neste item será apresentado os macros conceitos para a classificação dos diversos
níveis que as automações industrial, predial ou residencial podem ter. Segundo
Moraes; Castrucci (2001) a Automação Industrial pode ser classificada em cinco níveis
conforme é mostrado na figura seguinte:
Nesta figura cada nível está associado a uma determinada classificação de operação
de equipamentos:
• Nível 1
É o nível das máquinas, dispositivos e componentes (chão de fabrica), onde a
automação é realizada pelo controlador programável. Para exemplificar pode-se
mencionar máquinas de embalagem, linha de montagem ou manufatura;
• Nível 2
Sua característica é ter algum tipo de supervisão associada ao processo. É o nível
onde se encontram os concentradores de informações sobre o Nível 1 e as
Interfaces Homem-Máquina (IHM)
Para exemplificar pode-se mencionar uma sala de supervisão de um laminador de
tiras a fio;
• Nível 3
Permite o controle do processo produtivo da planta; normalmente é constituído por
banco de dados com informações dos índices da qualidade da produção, relatórios
e estatísticas de processo, índice de produtividade, algoritmos de otimização da
operação produtiva;
Para exemplificar pode-se mencionar a avaliação e controle da qualidade em
processo químico ou alimentício;
• Nível 4
É o nível responsável pela programação e planejamento da produção realizando o
controle e a logística dos suprimentos.
Para exemplificar pode-se mencionar o controle de suprimentos e estoques em
função da sazonalidade e da distribuição geográfica;
• Nível 5
É o nível responsável pela administração dos recursos da empresa, em que se
encontram os softwares para gestão de vendas e gestão financeira; é também
onde se realizam a decisão e o gerenciamento de todo o sistema.
Alguns dados, em média, operacionais do edifício, fornecidos pela própria editora são:
• 3.800 partidas de elevadores por dia;
• 12.000 pessoas circulam diariamente;
• Consumo total de energia elétrica equivalente a uma cidade com 55.000
habitantes;
• Sistema de controle de acesso em todas as dependências do edifício, etc.
A partir da figura acima, é possível fazer uma breve descrição de cada nível:
• Nível 1 – Sistema de Automação Independente:
É o nível o qual se aplica equipamentos individuais ou subsistemas que provêem
funções independentes que não se relacionam diretamente com outros
equipamentos ou subsistemas.
Para exemplificar pode-se mencionar a utilização de um sensor de presença para o
controle automático da iluminação de um ambiente;
• Nível 2 – Sistemas Integrados:
Este é o nível de aplicação quando existem múltiplos sistemas de automação
integrados entre si utilizando-se um único controle. Entretanto cada sistema ou
equipamento opera de acordo com sua fabricação.
Os sensores com tecnologia por raios infravermelhos passivos (PIR), reagem somente
a determinadas fontes de energia, como o corpo humano. Eles detectam presença
através da diferença entre o calor emitido pelo corpo humano e o espaço ao redor.
Os sensores PIR utilizam uma lente Fresnel que distribui os raios infravermelhos em
diferentes zonas, obtendo assim uma melhor área de cobertura a controlar.
O movimento de uma pessoa na área faz com que as ondas ultra-sônicas retornem
com uma freqüência diferente da omitida, o que é interpretado como detecção de
presença.
Esta freqüência é tão alta que não pode ser percebida pelos seres humanos.
A cobertura ultra-sônica não necessita “visão direta” da área de cobertura, podendo
estar sensível através de portas e divisórias.
Este tipo de problema pode ser resolvido com a tecnologia dual, já que, para o
acendimento das luzes, na configuração padrão, é necessária detecção de presença
das duas tecnologias (podendo-se entender como “confirmação” de presença na área),
e, para manter as luzes acesas, é necessário que apenas uma das duas tecnologias
detecte o movimento, por menor que este seja.
Cabe citar ainda um dispositivo que se utiliza da tecnologia sensível à variação da luz,
(LDR) Lighting Dependent Resistor, para em conjunto com outros componentes
controlar a função liga e desliga da iluminação, é comum este dispositivo também ser
denominado de fotocélula. Sistema muito utilizado em iluminação pública, que liga
automaticamente a lâmpada ao anoitecer e desliga ao amanhecer.
E enfim com a função dimerização, que controla a intensidade luminosa com modelos
tanto para lâmpadas incandescentes como para fluorescentes.
Ao se utilizar a rede elétrica da residência, não se torna necessário novos cabos para
conectar os dispositivos. Esta tecnologia também é conhecida como PLC – Power Line
Carrier.
O protocolo X-10 em si, não é proprietário, ou seja, qualquer fabricante pode produzir
dispositivos X-10 e oferecê-los ao consumidor.
O protocolo X-10 utiliza uma modulação muito simples quando comparado com outros.
O transmissor/receptor do X-10 se utiliza de um instante depois da senóide da rede
elétrica cruzar o zero (60 Hz no Brasil), para introduzir o dado, sendo este um sinal
muito curto mas com freqüência fixa.
Pode-se introduzir este sinal nos ciclos positivo ou negativo da onda senoidal. A
codificação de um bit 1 ou de um bit 0, depende de como este sinal é emitido nos
semiciclos. O 1 binário é representado por um impulso de 120KHz durante 1
milisegundo e o 0 binário é representado pela ausência desse impulso de 120KHz.
Como tal, o tempo de 1 bit coincide com os 16,67 milisegundos que dura o ciclo do
sinal, de forma que a velocidade binária de 60 bps é imposta pela freqüência da rede
que se tem no Brasil, ou 50 bps que se tem na Europa.
Existem três tipos de dispositivos X-10: os que só podem transmitir ordens, os que só
podem receber e os que podem receber e enviar.
Numa mesma instalação pode haver vários receptores configurados com a mesma
direção, todos realizam a função pré-designada, desde que um transmissor envie um
telegrama com esta direção. Evidentemente qualquer receptor pode receber ordens de
diferentes transmissores.
No Brasil os módulos podem ser adquiridos pela Internet e também atualmente existe
uma vasta gama de possibilidade de sistemas, como por exemplo na área de
segurança (câmeras, etc.) com o mesmo princípio de funcionamento.
Conta também com função temporizador diferenciada, ou seja pode repetir exatamente
a mesma iluminação utilizada na última semana ou no último mês na casa inteira,
simulando a presença dos moradores.
O nível para a classificação da tecnologia Creston está em nível 2, pois assim como a
tecnologia AMX, integra sistemas e subsistemas entre si utilizando-se um único
controle que é a própria central Creston. Entretanto cada sistema ou equipamento
opera de acordo com sua fabricação.
Seu princípio básico de funcionamento é aquele em que após ter sido realizado as
leituras das entradas e enviado ao programa do usuário, confrontado as informações,
são atualizadas as saídas, fechando assim um ciclo de máquina (microprocessador).
No Home Net Center Package está previsto a otimização, integrando por exemplo os
seguintes sistemas:
A mesma tem sede em Bruxelas e seus membros cobrem cerca de 90% do negócio
dos materiais elétricos na Europa.
Este link de transmissão seriada compartilhada, o BUS, permite que os sistemas BUS
conectados troquem informações uns com os outros. A comunicação de dados deve
ocorrer de acordo com as regras definidas no protocolo BUS. A informação dada é
adicionada a um padrão de transmissão standard, chamado telegrama, a qual o sensor
(emissor) distribui para um ou mais participantes (receptor).
Após a transmissão ter sucesso o receptor confirma que recebeu o telegrama. No caso
de não reconhecimento a transmissão é repetida até três vezes. Então, se ainda não
for possível confirmar o recebimento, o processo de envio é abortado e o problema
gravado na memória de envio de esquema.
O instabus EIB usa o protocolo CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access with
Colilision Avoidance), semelhante à Ethernet, que utiliza o CSMA-CD, mas evitando
colisões. Este protocolo garante um acesso aleatório ao BUS livre de colisões sem ter
que reduzir a taxa de transmissão ao mesmo tempo.
Quando o sistema protocolo EIB está em serviço normal, a lógica usual é usada para
comunicação por telegrama. Ao recebê-lo, o equipamento do barramento aceita-o se o
telegrama contiver o grupo de endereço do equipamento (transmissão com sucesso).
Mas pode também rejeitá-lo, e este ser entendido por equipamento qualquer.
O elemento básico do sistema instabus EIB é a linha. Até 64 dispositivos podem ser
usados em uma linha única através de um “acoplador de linha”. Através da adição de
“acopladores de linha” às chamadas “linhas principais”, até 12 linhas podem ser
combinadas a uma área.
Mesmo quando se considera os mais de 12.000 esquemas BUS possíveis que podem
ser usados num sistema único, a confiabilidade do sistema de BUS não é perdida.
O endereço físico deriva do layout topológico do sistema: cada dispositivo BUS pode
ser unicamente identificado por sua área, linha e número de esquema. Grupos de
endereços são divididos em grupos e subgrupos com o objetivo de alocar aplicações
específicas.
Cada grupo principal pode consistir de até de 2.048 subgrupos, de acordo com os
requerimentos dos projetos.
Por fim a velocidade de transmissão dos telegramas é de 9.600 bits/seg., ou 104 µs.
Cada informação de um telegrama totaliza o período de 13 bits para ser transmitida
(pausa/8bits/pausa), que consistem em 1,35 ms.
Tecnologia Lonworks
É uma topologia de rede criada pela Echelon em 1992. Criada com o intuito de
solucionar os problemas de controle tem tido mais êxito nas implantações em edifícios
administrativos, hotéis e indústrias.
Enfim assim como o instabus EIB, o nível de Automação Residencial considerado para
o Lonworks é o 3, pois possibilita a integração total dos sistemas a serem
automatizados.
Tecnologia Heading
Os módulos dedicados, são módulos que contem hardware e software específicos para
determinada aplicação como, por exemplo, o módulo de controle de bombas.
O software de controle da linha Install está presente nos módulos de controle, nos
módulos concentradores e nos computadores de gerenciamento da instalação.
A tecnologia Heading permite classificá-la em nível 1 e nível 3 de Automação
Residencial.
Tecnologia Batibus
Tem uma velocidade binária única de 4800 bps a qual é mais que suficiente para a
maioria das aplicações de controle distribuído. Utiliza cabo blindado do tipo telefônico e
admite as topologias em BUS, estrela, anel ou árvore.
O nível de acesso, assim como o EIB utiliza a técnica CSMA-CA (Carrier Sense
Multiple Access with Collision Avoidance). Isto é, se dois dispositivos enviam um dado
ao mesmo tempo ao BUS, ambos detectam a possibilidade de colisão, então só aquele
que tiver mais prioridade continua a transmitir retomando-o no instante seguinte.
Desde o seu início envolveu-se nessa tecnologia a maior parte dos fabricantes de
eletrodomésticos, de áudio e de vídeo, empresas distribuidoras de eletricidade, água e
gás, operadoras de telecomunicações e fabricantes de equipamentos elétricos e
eletrônicos. O conceito base foi criar um protocolo aberto que permitisse atender as
necessidades de conectividade dos produtos de todos os fabricantes, utilidades e
fornecedores de serviços.
O EHS vem atender, com funções e objetivos, o mercado que tem o CEbus nos
Estados Unidos da América e o HBS no Japão.
Tecnologia KONNEX
Essa convergência de tecnologia denominada KONNEX visa também de que esta seja
capaz de competir em qualidade, prestações de serviço e preços, com outros sistemas
como o Lonworks ou o CEbus.
Pode-se afirmar que o novo padrão (standard) terá o melhor do EIB, do EHS e do
Batibus e que aumentará consideravelmente a oferta de produtos para o mercado
residencial.
Sendo assim pode-se deduzir que os conceitos desta última tecnologia, diante da
necessidade de se atacar nichos do mercado de Automação Residencial, levam a crer,
ser esta teoricamente, uma solução tecnologicamente inteligente e apropriada.
Para ilustrar uma aplicação real de forma mais abrangente veja o interessante exemplo
das variadas funções da edificação residencial intitulada “CASA INTELIGENTE”.
Implementada no evento denominado Habitar 2002 em uma exposição realizada em
2002 em São Paulo, teve na ocasião, como objetivo geral o de divulgar e estimular a
adoção de tecnologias de Automação Residencial no país.
Fica evidenciado que eventos como este também são ótimas formas para atacar
nichos do mercado de Automação Residencial a fim de combater o “abismo” Com
relação aos sistemas de automação implementados nesta Casa devido serem
múltiplos sistemas integrados entre si mas que entretanto determinados sistemas ou
equipamentos operavam de acordo com sua fabricação, melhor enquadra-se no nível 2
de Automação, segundo a HAA – Home Automation Association.
Cabe salientar ainda que pode haver situações mesmo de aplicações residenciais ou
prediais, um condomínio residencial de alto padrão por exemplo, que do ponto de vista
do incorporador os níveis de classificação se enquadrem em algum dos respectivos da
Automação Industrial, devido a possibilidade de surgir certa complexidade do
planejamento sistêmico e da busca contínua de se otimizar processos, almejando uma
maior qualidade seguida de maior lucratividade.
Referências bibliográficas
XIE, C. et al. A case study on the development of intelligent actuador components for
distributed control systems using Lonworks neuron chips. Mechatronis Elsevier
Sciense LTD. v. 8, p. 103-119, 1998.