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1. Introdução
2. Influência da forma da pá
w4 w4 w4
c4 c4
c4
α4
α4 α4 β4
β4 β4
u4
Figura 1 – Triângulo de velocidades na entrada de rotor radial para diferentes valores do
ângulo α 4
1º caso: α 4 = 90º
É a solução mais barata, uma vez que corresponde à construção de uma máquina de
fluxo geradora sem pás diretrizes na entrada. A energia teoricamente fornecida pelo rotor ao
fluido aumenta, porque se reduz a zero o termo negativo da equação fundamental ( cu 4 = 0 ). A
equação fundamental assume a forma simplificada Y pa∞ = u 5 cu 5 , o triângulo de velocidades na
entrada torna-se retângulo e o ângulo β 4 , pode ser calculado pela relação:
c
β 4 = arctg 4 (1)
u4
É uma solução mais cara que a primeira, por implicar na construção de uma coroa de
pás diretrizes. Estas, além de representarem perdas adicionais à passagem do fluido,
conduzem a um valor positivo da componente cu 4 , o que traz como conseqüência uma
diminuição da energia teórica fornecida pelo rotor, conforme a equação fundamental:
Y pa∞ = u 5 cu 5 − u 4 cu 4 (2)
É uma solução mais cara que a primeira, também pela existência das pás diretrizes. E,
como a componente cu 4 apresenta valor negativo neste caso, por ter sentido contrário ao de
u 4 a energia teoricamente cedida pelo rotor ao fluido passa a ser maior, de acordo com a
equação:
Y pa∞ = u 5 cu 5 + u 4 cu 4 (3)
4
Entretanto, este aumento poderá não acontecer para a energia realmente cedida Y, por
causa das perdas nas pás diretrizes e pelo estrangulamento causado na entrada do rotor pelo
valor menor do ângulo β 4 .
Uma vantagem adicional apresentada pela existência de um ângulo α 4 = 90º , é que,
para uma vazão determinada, a velocidade absoluta será mínima, o que diminuirá a depressão
na entrada do rotor e representará uma diminuição do risco de cavitação para o caso das
bombas hidráulicas.
Pesquisas experimentais mostram que o ângulo de entrada β 4 , não deve ser tomado
menor que 15°, sendo usual a faixa de 15 a 20° para bombas e até o dobro destes valores para
ventiladores.
Uma vez que, como vimos, o ângulo de entrada das pás do rotor é definido pela
condição de entrada sem choque, surge a pergunta com relação a inclinação das pás na saída
do rotor: o ângulo β 5 deve ser menor do que 90° (pás curvadas para trás), maior do que 90°
(pás curvadas para frente) ou igual a 90° (pás de saída radial)?
As formas de pás correspondentes a estes três casos foram representadas na Figura 2,
mantendo-se invariável o ângulo de entrada β 4 . Os canais entre pás resultantes são bastante
diferentes e encontram-se desenhados ao pé da Figura, a partir da retificação da linha média
de cada canal, sobre a qual traçam-se simetricamente segmentos proporcionais às seções do
canal. Esta representação nos indica que ângulos β 5 < 90 o correspondem a difusores
(escoamento da direita para a esquerda) mais compridos e que se alargam mais suavemente,
conduzindo a uma difusão gradual e conseqüentemente a menores perdas hidráulicas no
escoamento de fluido real, já que são evitados os descolamentos da corrente fluida das
paredes, embora o aumento das perdas por atrito devido ao maior comprimento dos condutos.
Os ângulos β 5 ≥ 90 o conduzem a formas de canais que são mais indicadas para um sentido
de corrente inverso (escoamento da esquerda para a direita), como no caso dos rotores de
turbinas hidráulicas, onde um estreitamento rápido significa inclusive uma melhoria no
rendimento pela redução das perdas por atrito, devido à redução no comprimento dos
condutos, neste caso constituindo-se em injetores e não mais em difusores. Nas bombas, as
pós curvadas para trás ( β 5 < 90 o ) dão melhores rendimentos que as outras duas formas.
β4
β5
β4
β5 β4
β5
Figura 2 – Diferentes formas do canal entre pás do rotor correspondendo a diferentes valores
do ângulo β 5 de inclinação das pás
5
w5
w5 w5
w5 c5 c5
w5 w5
c5
α5 α5 β5
α5 β5 β5
u5
u5
ρ t∞ Ventiladores Y pa∞
1.0 Bombas
2u 52
0.5
Ydin
0.0 Yest
β5min β5max c u5
u5 u5
caso poderemos utilizar, para a análise, a equação fundamental simplificada Y pa∞ = u 5 cu 5 . Por
esta fórmula vemos que a energia específica teórica depende apenas da velocidade tangencial
u 5 e da componente tangencial da velocidade absoluta cu 5 . Como a relação cu 5 / u 5 pode
variar entre limites bastante amplos, faremos nossa análise para a faixa compreendida entre
cu 5 / u 5 = 0 e cu 5 / u 5 = 2 . Como veremos, esta relação determina a proporção de energia
mecânica transformada em energia de pressão estática e energia de velocidade ou pressão
dinâmica.
Ydin c 2 − c 42
ρ t∞ = 1 − , onde Ydin = 5 (4)
Y pa∞ 2
c m2 5 + cu25 − c m2 5 cu25
Ydin = = (5)
2 2
cu25 c 1 c
ρ t∞ = 1− = 1 − u 5 = 1 − 1 − m 5 ctgβ 5 (6)
2 ⋅ u 5 ⋅ cu 5 2u 5 2 u5
Y pa∞ = u 5 ⋅ 0 = 0
ρ t∞ = 1 − 0 = 1 ⇒ β 5 min = ctg −1 ( u 5 / c m 5 ) (7)
u 52 Y pa∞
Y pa∞ = u 5 ⋅ u 5 = u e Ydin
2
5 = = (8)
2 2
1
ρ t∞ = 1 − = 0 ,5
2
Y pa∞ = u 5 ⋅ 2u 5 = 2u 52 (9)
2
4u
Ydin = = 2u 52 = Y pa∞ e ρ t∞ = 1 − 1 = 0 ⇒ β 5 max = ctg −1 ( −u 5 / c m 5 )
5
(10)
2
7
À primeira vista, pelo exame dos diagramas da Figura 3, parece ser mais vantajoso a
utilização de maiores valores para a relação cu 5 / u 5 . Mas isto e válido ate um certo limite,
principalmente para os líquidos, porque o fluido não pode seguir as superfícies fortemente
curvadas e descola das paredes. Além disso a transformação de uma grande velocidade de
saída c5 em pressão no difusor ou caixa espiral virá acompanhada de perdas consideráveis.
Estes dois fatores conduzirão a uma diminuição do rendimento da máquina.
Por isto, quase todas as bombas são construídas com pás curvadas para trás,
utilizando-se na prática ângulos β 5 na faixa de 14 a 50°, sendo ainda mais favorável a gama
de valores compreendidos entre 20 e 30°.
Para o caso de fluidos gasosos pode-se utilizar relações cu 5 / u 5 mais elevadas, mas os
rendimentos não atingem jamais os valores tão favoráveis como aqueles conseguidos com pás
curvadas para trás. Para pressões médias e altas se empregam pás moderadamente curvadas
para trás com β 5 = 40 a 60º . Nos turbocompressores para motor de aviação, onde
considerações de tamanho e peso muitas vezes preponderam sobre o rendimento e as
velocidades tangenciais são muito elevadas, utilizam-se ângulos β 5 = 90 o , por razões
puramente mecânicas. Nos ventiladores, onde muitas vezes a produção de pressão dinâmica
prepondera sobre a pressão estática, onde muitas vezes se deseja reduzir tamanho e peso ou
onde muitas vezes se quer simplificar o processo de fabricação para reduzir custos, são muito
utilizados os rotores construídos com pás radiais ( β 5 = 90 o ) e mesmo com pás curvadas para
frente ( β 5 > 90 o ). Nos ventiladores destinados ao transporte de materiais, que devem passar
pelo interior do mesmo, freqüentemente são utilizados pás com β 5 = β 4 = 90º . Enquanto
que, em aplicações onde o espaço disponível é limitado e o nível de ruído deve ser mantido
baixo, como nas instalações de ar condicionado, ventiladores do tipo SIROCCO, com
β 5 = 1 60º , representam uma solução muitas vezes insuperável. Nenhum outro ventilador
trabalha tão silenciosamente em pressões comparáveis.
Voltando ao diagrama da Figura 3, vemos que, enquanto a energia específica teórica
total Y pa∞ cresce linearmente com um aumento do ângulo β 5 , a energia específica de pressão
dinâmica Ydin cresce segundo uma parábola e o grau de reação teórico ρ t∞ decresce
linearmente, desde um valor igual a 1 correspondente a um valor de β 5 min para o qual
nenhuma energia é transmitida ao fluido até um valor igual a zero correspondente a um valor
de β 5 max para o qual todo o aumento de energia se expressa em forma da velocidade. Valores
menores que β 5 min conduzem a ρ t∞ > 1 , com Y pa∞ tornando-se negativa e a máquina passa a
atuar como uma turbina centrífuga de admissão interior. Valores maiores que β 5 max
conduzem a ρ t∞ < 0 e a velocidade de saída é tão grande que a energia de pressão estática é
menor na saída do rotor do que na entrada, embora o fluido tenha aumentada sua energia
como um todo.
Uma análise similar poderia ser feita para um rotor radial com fluxo centrípeto,
fazendo variar o valor do ângulo de entrada das pás.
Com relação à influência do grau de reação sobre o rendimento, podemos dizer que
um grau de reação elevado é seguidamente sinônimo de um bom rendimento hidráulico, já
que um ângulo β 5 agudo produz um pequeno desvio da corrente fluida no interior das pás
móveis, enquanto que um ângulo β 5 obtuso, correspondente a um pequeno grau de reação,
aumenta os riscos de descolamento e obriga o emprego de um difusor para transformar em
8
pressão a energia obtida sob forma cinética. No que concerne às perdas por fugas, vê-se
facilmente que um acréscimo do grau de reação aumenta a diferença de pressão p5 − p 4 e,
em conseqüência, aumenta as fugas através das folgas existentes entre a parte rotativa e a
parte fixa da máquina. O mesmo pode ser dito sobre as perdas por atrito fluido devido ao
aumento da velocidade tangencial do rotor. O crescimento do grau de reação é igualmente
desfavorável.
Resumindo, tanto para máquinas geradoras como motoras, um grande grau de reação é
favorável quanto ao rendimento hidráulico, mas desfavorável quanto às perdas por fugas e por
atrito fluido. Existe então, considerando o rendimento total, um grau de reação ótimo que
depende essencialmente da importância relativa das perdas hidráulicas e das perdas por fugas
e por atrito fluido.
Finalmente, é importante ressaltar, como vimos anteriormente, que a escolha do
ângulo β 5 tem uma influência decisiva sobre a forma das curvas características de uma
máquina de fluxo e conseqüentemente sobre seu funcionamento.
Para um rotor radial de máquina de fluxo geradora com número finito de pás, a
consideração de um escoamento sem atrito (fluido isento de viscosidade) dá origem a um
movimento que é conhecido como "vórtice relativo". A Figura 4 serve para explicar esta
ocorrência. A reta AB representa a orientação das partículas fluidas, no instante I situadas na
entrada do canal entre pás. Um instante após as mesmas partículas sobre a influência do
movimento radial e rotacional aparecem como em II na Figura. E finalmente no instante III as
partículas se encontram na saída do canal. Devido a sua inércia, as partículas tendem a manter
sua orientação com relação a eixos fixos, resultando um movimento circulatório com relação
ao canal, conhecido como "vórtice relativo".
B B
ω ω A
B A ω
A
I II III
Figura 4 – Origem do vórtice relativo no canal entre pás de um rotor radial.
9
Desta maneira o fluxo através do rotor pode ser considerado como a superposição da
corrente de passagem das partículas fluidas através do rotor com a corrente de circulação
proveniente do vórtice relativo (Figura 5).
+ =
Figura 5 – Distribuição das velocidades relativas num rotor radial como conseqüência da
superposição da corrente de passagem com o vórtice relativo.
cu5 cu5
cu6
cu5 cu6
cu6
β6
β6 β β5 β5 180-β6
5
Y pa∞ = u 5 cu 5 − u 4 cu 4 (11)
de modo que podemos escrever de maneira análoga para um rotor com número finito de pás:
Y pa = u 5 cu 6 − u 4 cu 3 (12)
onde:
Y pa∞ = energia específica fornecida pelo rotor suposto com número infinito de pás;
Y pa < Y pa∞
Isto nos leva a definir o que chamamos de Fator de Deficiência de Potência " µ ".
Y pa Ppa
µ= = (13)
Y pa∞ Ppa∞
1
µ= (14)
π ⋅ r52
1+ K p sen β 5
N ⋅Sf
onde:
β
1 + 5
60º
K p = 0 ,6 (15)
π ⋅ sen β 5
β
1 + 5
60º
K p = ( 0 ,65 a 0 ,85 ) (16)
π ⋅ sen β 5
β
1 + 5
60º
K p = ( 0 ,85 a 1,0 ) (17)
π ⋅ sen β 5
e:
r5
S f = ∫ r ⋅ ds = momento estático do filete médio da corrente com relação ao eixo de
r4
rotação (Figura7)
r5 r5 r52 − r42
S f = ∫ r ⋅ ds = S f = ∫ r ⋅ dr = (18)
r4 r4 2
b5
dS t5
dr
r5
dL
b
r et5
r4 b4 r dr
1
µ= (19)
D ⋅ b5
2
β
1+ 5
( 1,5 + 1,1 5 )
8⋅ S ⋅ N 90º
onde:
r5
S = ∫ b ⋅ r ⋅ dr = momento estático da seção meridiana do canal em relação ao eixo do
r4
b5 2 r4
2
S = D5 1 − (20)
8 r5
r − r 2 ⋅ b4 + b5 b4 + b5
S = r5 + 5 4 ( r5 − r4 ) (21)
3 b4 + b5 2
onde:
r4 = raio de entrada do rotor;
b4 = largura de entrada do rotor.
Segundo SEDILLE (1973) todas estas fórmulas são válidas apenas para o ponto de
projeto de uma máquina, isto é, unicamente na zona onde os coeficientes numéricos que elas
contém podem ser confrontados com a experiência. Isto porque, enquanto a fórmula de
STODOLA (1945) dá origem a uma curva característica Y pa = f ( Q ) que é uma reta paralela
à reta Y pa∞ = f ( Q ) , as fórmulas de PFLEIDERER (1960) e ECK (1973) dão origem a uma
reta Y pa = f ( Q ) que corta a reta Y pa∞ = f ( Q ) sobre o eixo da vazões, ou seja, para valor
nulo das energias (Figura 7.3). Qualquer destas hipóteses não apresenta uma confirmação
experimental, enquanto KOVATS (1962) contribui para um aumento da discussão,
apresentando um método de cálculo para as curvas de rotores radiais em que Y pa = f ( Q ) não
é uma reta e sim uma curva.
rotor de uma máquina de fluxo geradora radial com largura b, bem como um desenvolvimento
retilíneo da região de entrada (Figura 8).
e4
β4 e4
β4
4
et4 t4
et4 3 t4
Q = π ⋅ D4 ⋅ b4 ⋅ c m 3 = ( t 4 − et 4 ) ⋅ b4 ⋅ N ⋅ c m 4 (22)
πD 4 πD4
Como t 4 = ∴N = (23)
N t4
t 4 − et 4
πD4 b4 c m 3 = πD4 b4 cm4 (24)
t4
e4
et 4 = (25)
sen β 4
sendo:
15
Logo:
t 4 − et 4
cm3 = cm4 (26)
t4
t − et 4
Onde f e 4 = 4 (27)
t4
é chamado de “fator de estrangulamento” para a entrada do rotor, podemos escrever:
cm3 = f e 4 cm 4 (26’)
β5
t5
6 5
et5
cm 6 = f e5 c m5 (28)
onde:
c m 6 = componente meridiana da velocidade absoluta para um ponto imediatamente após a
saída do rotor;
c m 5 = componente meridiana da velocidade absoluta para um ponto imediatamente antes da
saída do rotor.
t − et 5
f e5 = 5 = fator de estrangulamento para a saída do rotor. (29)
t5
Onde:
πD5
t5 = = passo na saída do rotor e, (30)
N
16
e5
et 5 = = espessura tangencial das pás na saída do rotor. (31)
sen β 5
Como o fator de estrangulamento possui um valor sempre menor que 1 (um), vemos
que as componentes meridianas da velocidade absoluta situadas fora do canal entre pás
apresentam valores inferiores aos das situadas dentro do canal entre pás do rotor, o que se
traduz numa modificação dos triângulos de velocidade tanto para a entrada como para a saída
do rotor das máquinas de fluxo, conforme podemos apresentar na Figura 10.
w4
c4
cm4
c3 w3
c m3
α3 β3
α4
β4
u4
cu3 = cu4
c5 w5
cm5
c6
w6
cm6
α6 β6 β5
α5
cm6 = cm5
w4
c4
w3
c3
β3 β4
α 3 = α 4 = 90o
u4
c5
w5
cm5
c6
w6
cm6
β6
α6 β5
α5
u5
cu6
cu5
I - Dados de Projeto:
a) Vazão "Q" a ser recalcada, normalmente fornecida em m3/s tanto para bombas
como para ventiladores.
b) Energia específica disponível "Y" a ser fornecida ao fluido recalcado, indicada em
J/kg. No caso de bombas esta energia está vinculada com a altura manométrica "H" a ser
desenvolvida, em metros de coluna líquida, através da expressão: Y = g . H, onde g é a
aceleração da gravidade, expressa em m/s2.
∆pt
Y= (32)
ρ
onde "ρ" é a massa específica do fluido a ser recalcado e que depende das condições de
pressão e temperatura em que ele se encontra.
Q1 / 2 Q1 / 2 Q1 / 2
nqA = 10 3 n ou n q = 333n ou n qt = n (33)
Y 3/ 4 Y 3/ 4 H 3/ 4
onde:
n é expresso em rps, Q em m3/s, Y em J/kg e nqA , nq são adimensionais. nqt dá um
valor idêntico a nq , mas no cálculo de nqt a rotação é expressa em rpm.
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Embora estes rendimentos possam variar numa faixa muito ampla de valores,
dependendo das dimensões da máquina, do tipo de construção adotado e outros fatores, vamos
sugerir alguns valores como orientação inicial de cálculo.
Para bombas os valores deste rendimento variam normalmente desde 0,70 para
bombas pequenas, sem grandes cuidados de fabricação até 0,96 para bombas de dimensões
grandes, bem projetadas e com muito bom acabamento. Contribuem fundamentalmente para a
melhoria deste rendimento um aumento na qualidade de projeto e dos processos de
fabricação. Segundo STEPANOFF (1957), para bombas, o rendimento hidráulico permanece
invariável com a variação da velocidade de rotação específica.
Para os ventiladores os valores do rendimento hidráulico ficam praticamente dentro da
mesma faixa indicada para as bombas. Como referência podemos indicar o valor de 0,85 para
ventiladores com pás curvadas para trás ( β 5 ≤ 30º ), o valor de 0,75 para ventiladores
industriais com β 5 ≅ 30º e o valor de 0,70 para ventiladores de saída radial ( β 5 = 90º ) e
ventiladores do tipo SIROCCO ( β 5 = 160º ). Deve ser salientado que as dimensões influem
decisivamente sobre os valores deste rendimento, tornando-o tanto maior quanto maior for o
diâmetro de saída D5 do rotor do ventilador.
Para bombas comuns o rendimento volumétrico varia de 0,83 até 0,98, devendo-se
adotar os valores mais baixos para bombas de alta pressão e os mais altos para as de baixa
pressão. O processo de fabricação tem grande importância sobre este rendimento, pois quanto
maior a folga deixada entre o rotor e a carcaça menor será o seu valor.
Para ventiladores este rendimento é muitas vezes considerado como uma função da
relação de diâmetros D4 / D5 , variando desde 0,70 para uma relação D4 / D5 = 0,3 até um
valor de 0,95 para uma relação D4 / D5 = 0,9 .
Nos ventiladores o rendimento de atrito fluido costuma ficar compreendido entre 0,98
e 0,99, diminuindo para rotores de velocidade de rotação específica muito baixa.
Tanto para bombas como para ventiladores o rendimento mecânico diminui no caso de
transmissão por polias e correias. Normalmente se atribuem às perdas oriundas deste tipo de
transmissão valores que variam de 5% a 10% da potência transmitida; respectivamente nas
correias trapezoidais (em V) ou planas de elastômero com tela, de pequena espessura, e nas de
couro.
Testes com uma grande quantidade de bombas mostram que o rendimento total para
uma dada velocidade de rotação específica cresce com o aumento da vazão e para uma dada
vazão o melhor rendimento total corresponde à faixa de velocidade específica nqA
compreendida entre 100 e 150, podendo chegar ate 93%.
Para ventiladores, o rendimento total para uma dada velocidade de rotação específica
cresce com o aumento do diâmetro D5 e para uma dada vazão o seu maior valor corresponde
a velocidade de rotação específica nqA compreendida entre 150 e 250, podendo chegar até
90%.
ρQY
Pe = (35)
η
onde:
Pe = potência no eixo, em W;
ρ = massa específica do fluido recalcado, em kg/m3:
Q = vazão, em m3/s;
Y = energia específica fornecida ao fluido, em J/kg;
η rendimento total, adimensional.
torção, considerando tensão admissível de cisalhamento τ adm com valor subestimado para
compensar possíveis imprecisões de cálculo. Desta maneira o diâmetro do eixo das bombas
será calculado pela fórmula:
Pe
de = Ke 3 (36)
n
onde:
Embora o diâmetro do eixo de ventiladores possa ser calculado pela fórmula anterior,
baseada no momento torçor, TEDESCHI (1969) recomenda neste caso o uso das seguintes
expressões, baseadas no momento de flexão, para uma primeira aproximação:
Uma vez projetado o rotor, tanto para bombas como para ventiladores, deve-se
proceder ao cálculo dos esforços reais, levando em consideração torção e flexão, o cálculo da
flecha máxima e a determinação da velocidade de rotação crítica. O diâmetro definitivo do
eixo deve levar em conta todos estes fatores.
O diâmetro do cubo " d c " pode ser adotado normalmente de l0 a 30 mm maior que o
diâmetro do eixo, no caso de fixação por chaveta.
c a = K ca 2Y (37)
22
onde:
K ca = 6,84 ⋅ 10 −3 (nqA )
2/3
(38)
K ca = 0,082(nqA )
2/3
(39)
4Q
Da = + d c2 (40)
η vπc a
4Q
Da = (41)
η v πc a
pb pv c a2
hs max = ( hsg + h ps )max = − − σ min H − (42)
γ γ 2g
O ângulo de inclinação das pós na saída do rotor β 5 será fixado em função dos
critérios discutidos no item 2, com as seguintes faixas de valores recomendadas:
β 5 = 20 a 30 o
β 5 = 12 a 30 o
β 5 = 45 a 90 o
- Para ventiladores de alta vazão, pequena pressão, carga ilimitada, do tipo SIROCCO:
β 5 = 150 a 170 o
2
763
Ψ = (45)
850 − 1,9 β 5
2Y u5
u5 = D5 = (46)
Ψ πn
= 0 ,044(n qA )
D4 1/ 2
(47)
D5
D4
≥ 1,194φ 1 / 3 (48)
D5
onde " φ " é o denominado coeficiente de vazão, adimensional, definido pela equação:
4Q
φ= (49)
πD52 u 5
Já para ventiladores com rotor do tipo SIROCCO, β 5 = 150 a 170 o nqA = 200 a 280 ,
φ ≅ 1 e Ψ = 2 a 3 , pode se considerar:
D4
= 0 ,9
D5
D4
Conhecida a relação , o diâmetro de entrada D4 , será calculado por:
D5
D4
D4 = D5 (50)
D5
Q
b4 = (51)
η v πD 4 c m 3
25
1/ 6
300
cm3 = 0 ,5 ca (53)
n
qA
XIV - Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás na entrada " β 4 "
c4 c
tgβ 4 = ou β 4 = arctg 4 (54)
u4 u4
c m3
c4 = cm 4 = (55)
f e4
u 4 = πD4 n (56)
Para bombas, uma das fórmulas mais utilizadas para o cálculo do número de pás do
rotor é a devida a PFLEIDERER (1960).
D5 + D4 β + β4
N = KN sen 5 (57)
D5 − D4 2
onde:
26
O valor de N assim calculado deverá ser arredondado para número inteiro mais
próximo.
1 + D4 / D5
N = 10 para rotores com β 5 ≤ 100 o e (58)
1 − D4 / D5
1 + D4 / D5
N = 0 ,7 D5 para rotores β 5 ≅ 160 o . (59)
1 − D4 / D5
c m 5 = 0,0135u 5 (nqA )
1/ 2
(60)
cm5 = cm3
Q
b5 = (61)
η vπD5 c m5 f e5
Na fixação da espessura das pás são utilizados critérios de resistência dos materiais,
rigidez estrutural e processos de fabricação. Para uma primeira orientação, no entanto,
TEDESCHI (1969) propõe as seguintes fórmulas empíricas:
e ≅ 0 ,3(D5 b5 )
1/ 3
(62)
e = 0,045D51 / 2 , com pás fixadas por rebites e e = 0 ,09 D51 / 2 , com pás soldadas.
Uma vez conhecida a espessura das pás e o seu número, poderemos fazer a
comprovação do valor do fator de estrangulamento para a entrada do rotor, inicialmente
estimado:
t 4 − et 4
f e4 =
t4
onde:
πD4
t4 = = passo na entrada do rotor, em mm;
N
e
et 4 = = espessura tangencial das pás na entrada do rotor, em mm.
sen β 4
Y
Y pa = (64)
ηh
Y pa
Y pa∞ = (65)
µ
onde o fator de deficiência de potência " µ " será determinado por uma das expressões
sugeridas anteriormente, a de PFLEIDERER (1960) para bombas e a de ECK (1973) para
ventiladores.
A equação fundamental para máquinas de fluxo radiais com número infinito de pás e
α 4 = 90 o , é:
Y pa∞ = u 5 cu 5
Pelo triângulo de velocidades para a saída do rotor (Figura 12) vemos que:
cu 5 = u 5 − c m5 / tgβ 5 .
cm5 c5 w5
β5
α5
u5
cu5
Figura 12 – Triângulo de velocidades para a saída de rotor radial com número infinito
c c
Y pa∞ = u 5 u 5 − m5 = u 52 − m 5 u 5 (66)
tgβ 5 tgβ 5
2
c c
u 5 = m 5 ± m 5 + Y pa∞
2tgβ 5 2tgβ 5
29
Como o sinal negativo antes do radical pode ser desconsiderado pois implicaria em u 5
negativa, ficamos com:
2
c c
u 5 = m 5 + m 5 + Y pa∞ (67)
2tgβ 5 2tg β 5
Esta é a expressão utilizada para a correção do valor da velocidade tangencial u 5
quando a entrada do fluido no rotor se verifica de maneira radial ( α 4 = 90 o ). Caso isto não
aconteça, o termo u 4 cu 4 deve ser levado em consideração.
u5
D5 =
πn
Q
b5 =
η vπD5 c m5 f e5
quando temos agora condições de efetuar o cálculo do valor real do fator de estrangulamento
f e5 .
t 5 − et 5
f e5 =
t5
onde:
πD5
t5 = passo na saída do rotor, em mm;
N
e
et 5 = espessura tangencial das pás na saída do rotor, em mm.
sen β 5
c m 6 = c m 5 f e5
Y pa u 5 c u 6 cu 6
µ= = = , ou ainda:
Y pa∞ u 5 cu 5 cu 5
c u 6 = µc u 5
cm6 c6 w6
α6 β6
cu6 u5
Figura 13 – Triângulo de saída do rotor radial com número finito de pás de espessura finita
Normalmente, para bombas, o valor deste ângulo está compreendido nas faixas:
Pela equação fundamental das máquinas de fluxo vemos que a energia teoricamente a
ser fornecida pelo rotor ao fluido depende exclusivamente das condições de entrada e saída do
rotor, ou seja, dos ângulos β 4 e β 5 de inclinação das pás na entrada e saída do rotor. No
entanto um mau traçado das pás, com mudanças bruscas de direção afeta diretamente o
31
r52 − r42
RC = (68)
2(r5 cos β 5 − r4 cos β 4 )
δ
β5
Rc B
β4 + β5
C
O β4
r4
r5
A mesma construção serve para pás curvadas para frente, permutando os pontos B e C
e caindo o ponto D no outro lado de AC.
32
(a)
(b)
Figura 15 – Projeção meridiana (a) e normal (b) do rotor de uma bomba centrífuga radial.
33
REFERÊNCIAS
BRAN, R.; SOUZA, Z. Máquinas de Fluxo, Ao Livro Técnico S/A, Rio de Janeiro, 1969,
262p.
COSTA, E.C. Compressores, Editora Edgar Blucher Ltda, São Paulo, 1978.
HENN, E.A.L. Máquinas de Fluxo, manuscrito a ser submetido para publicação, UFSM,
1996. 183p
MACINTYRE, A.,J. Máquinas Motrizes Hidráulicas, Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1983,
649p.
PFLEIDERER, C.; PETERMANN, H. Máquinas de Fluxo, LTC Editora S/A, Rio de Janeiro,
1979, 454p.
STODOLA, A. Steam and Gas Turbines, Peter Smith, New York, 1945.
VARLEY, F.A. Effects of Impeller Design and Surface Roughness of the Performance of
Centrifugal Pumps. Proceedings Institution of Mechanical Engineers, 175, London, 1975.
WIESNER, F.J. A Review of Slip Factors for Centrifugal Impellers. Transaction of the
ASME – Journal of Engineering for Powers, October, 1967, p558-572.