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3.

FONTE DONA LEOPOLDINA

3.1. LEVANTAMENTO CADASTRAL


A representação gráfica detalhada do bem cultural será apresentada em 1 prancha em anexo.

Responsável Técnico:
Artur Moreira Dias | Arquiteto e Urbanista, CAU 162.397-4
Desenho:
Artur Moreira Dias
Michelle Xavier Correia
Equipe Levantamento Arquitetônico
Artur Moreira Dias
Karine Adriane Santos da Fé
Michelle Xavier Correia
Equipamentos Utilizados
Trena de fita;
Trena eletrônica;

1
3.2. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Observações:
Bem Cultural Fonte Dona Leopoldina
Data Novembro a Dezembro de 2016 | Janeiro a Fevereiro de 2017
Fotógrafo Artur Moreira Dias e Michelle Xavier Correia
Equipamento Utilizado Nikon Coolpix L120 14.1 Megapixel Digital Camera

FOTOS DO ENTORNO IMEDIATO, EXTERNAS E INTERNAS

Figura 3.1 – Entorno Imediato da Fonte Dona Leopoldina.

3.2

Figura 3.2 – Cúpula sobre a cobertura da Fonte Dona


Figura 3.3 – Mapa chave
Leopoldina.
2
Figura 3.3 – Entorno Imediato da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

3
Figura 3.4 – Fachada da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.
4
Figura 3.5 – Fachada da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

5
Figura 3.6 – Fachada da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

6
Figura 3.7 – Cúpula Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

7
Figura 3.8 – Estrutura da cobertura Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

8
Figura 3.9 – Cobertura Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

9
Figura 3.10 – Estrutura sob a cobertura da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

10
Figura 3.11 – Configuração do teto e pinturas ornamentais da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

11
Figura 3.12 – Pilar Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

12
Figura 3.13 – Base do pilar Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

13
Figura 3.14 – Guarda corpo e escada da Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.
14
Figura 3.15 – Parte interna do pavilhão, piso em ladrilho hidráulico e no centro envolto por um gradil a bica da
Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

15
Figura 3.16 – Saída de água da Fonte Dona Leopoldina

Mapa Chave.
16
Figura 3.17 – Bica Fonte Dona Leopoldina.

Mapa Chave.

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3.3. DIAGNÓSTICO

3.3.1. Histórico do Bem Cultural

No início da segunda metade do século XIX, a fonte D. Leopoldina foi descoberta por
Joaquim Teixeira Leal, um dos fundadores do arraial das “Águas Virtuosas de Baependi”
(antigo nome de Caxambu). Ele havia comprado uma lojinha de “gêneros do país e
molhados”, que pertencia a José Batista, pois pretendia construir uma casa no local. Ao
demolir a pequena edificação, percebeu que uma água minava sobre a superfície, a partir
deste momento uma nova fonte foi descoberta. A fonte se localizava na alameda das tesouras,
bem próxima à entrada do parque e sua denominação foi em homenagem a família imperial.
Dona Leopoldina era filha do imperador D. Pedro II e casada com o duque de Saxe.1

Já Monat em seu livro, Caxambu, atribui a descoberta da fonte Dona Leopoldina à Feliciano
Germano de Oliveira Mafra. Por volta de 1844, um fazendeiro de Barra Mansa denominado
Antonio de Oliveira Arruda, acompanhado de sua mulher enferma, desejou visitar a fonte da
fazenda de Caxambú da qual ouviu histórias de curas maravilhosas. Embora não ter
encontrado a fonte da qual se ouviu falar, realizou algumas benfeitorias no local e acabou por
encontrar uma outra fonte. Grato ao lugar em que sua esposa obtivera melhoras decidiu fazer
outras melhorias. Porém retirou-se do município após a cura de sua mulher e entregou ao
negociante português, João Constantino Pereira Guimarães o dinheiro que havia restado de
sua arrecadação para promover as benfeitorias e o encarregou de dar continuidade a sua obra.
Mas João Constantino não podia ir a Caxambu frequentemente fiscalizar os trabalhos, então
por sua vez confiou esta tarefa a seu amigo Feliciano Germano de Oliveira Mafra. Este depois
de muitos esforços conseguiu produzir melhorias para o local e descobrir outras fontes. 2

Em 1891, atingiu-se a nove metros de profundidade a rocha da fonte dona Leopoldina. A água
que desta emanava era conduzida em manilhas de barro, mas ao chegar quase ao solo, o
encanamento de manilhas era substituído por tubos de ferro. 3

1
Dossiê de tombamento Parque das Águas Lysandro Carneiro Guimarães. ICMS Cultural Ano2002/Ex.2003.Pág
103.
2
MONAT, Henrique. Caxambu. Indiana University Library. Rio de janeiro. Ano 1894.Págs.6 a 9.
3
MONAT, Henrique. Caxambu. Indiana University Library. Rio de janeiro. Ano 1894.Págs.128 a 129.
18
Figura 3.18 – Rocha em que foi captada a fonte d. Leopoldina
Fonte: MONAT, Henrique. Caxambu. Indiana University Library. Rio de janeiro. Ano 1894

As características químicas da água da fonte dona Leopoldina são: água mineral, carbogasosa,
bicabornatada, alcalina terrosa, alcalina terrosa cálcica, fluoretada e radioativa. E sua ação e
efeitos são de atuar estimulando a digestão, normalizar as funções hepatobiliares e indicada
para problemas hepáticos, de vesícula biliar e alterações do intestino grosso.

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3.3.2. Descrição e Análise Tipológica

A estrutura da edificação da Fonte Dona Leopoldina já passou por várias modificações, como
se pode ver nas imagens a seguir, até ser instalado o pavilhão metálico atual em 1917, com
projeto Belga datado de 1913.

Antes, a fonte localizava-se no centro de um chalé de alvenaria e suas águas jorravam de uma
urna de cimento por um tubo de madeira. Foram realizados trabalhos de aterro nas áreas
entorno de todas as fontes, para evitar as constantes inundações no Parque Desde então, elas
passaram a ser acessadas por escadaria no interior dos pavilhões, devido ao fato de terem
ficado em nível mais baixo que suas áreas externas.4

Figura 3.19 – Chalé da Fonte Dona Leopoldina Figura 3.20 – Bica da Fonte Dona Leopoldina
Fonte: MONAT, Henrique. Caxambu. Indiana Fonte: MONAT, Henrique. Caxambu. Indiana
University Library. Rio de janeiro. Ano 1894 University Library. Rio de janeiro. Ano 1894

Em outra época, a edificação na qual localizava a Fonte D. Leopoldina apresentou outras


configurações. As águas do telhado já não estavam à mostra como anteriormente, foi inserida
uma platibanda e outros vãos foram abertos em sua alvenaria.

Desde de sua última reconstrução até o presente momento, o pavilhão da Fonte Dona
Leopoldina possui uma cobertura hexagonal sustentada por seis pilares de ferro. O telhado é
arrematado por uma cúpula facetada, de forma bulbóide, com tambor octogonal e nas laterais
há placas metálicas com relevos e pinturas. O teto possui uma forma radial subdividida em
doze partes e nestas há uma pintura decorativa padrão. Os pilares são decorados com pinturas
e possui capitéis com ornamentos florais e folhas. Arcos de ferro ligam os pilares ao centro da

4
Dossiê de tombamento Parque das Águas Lysandro Carneiro Guimarães. ICMS Cultural Ano2002/Ex.2003.Pág
104.
20
estrutura. Não possui fechamento a seu redor, possibilitando assim o acesso por todos os
lados. A bica está envolta por uma grade de ferro e o piso é em ladrilho hidráulico.

Figura 3.22 – Fonte Dona Leopoldina


Figura 3.21 – Ao centro, edificação da Fonte Dona Leopoldina
Fonte: Acervo pessoal de José Perez
Fonte: Acervo pessoal de José Perez Gonzalez - Pepe
Gonzalez - Pepe

“O estilo dos pavilhões das fontes D. Leopoldina, Duque de Saxe,


Beleza e do Coreto da Música, reproduzem aquele usado para os
pavilhões das fontes de águas minerais dos parques franceses,
muito em voga no final do século XIX. Mas os desenhos e os
materiais empregados para as fontes e o Coreto da Música são de
origem belga. O projeto para a fonte D. Leopoldina data de 1912 e
tem carimbo da “Societé Anonyme des Aciéries d’Angleur” –
Tilleur, Belgique”5

5
LEMOS, Maria de Lourdes. Fonte Floriano Lemos – Volume 1. O parque das águas de Caxambu. Rio de
Janeiro: 2001. Pág.11. E Dossiê de tombamento Parque das Águas Lysandro Carneiro Guimarães. ICMS
Cultural Ano2002/Ex.2003.Pág 104.
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3.3.3. Análise do estado de Conservação

A classificação dos componentes da edificação foi feita baseada nos critérios da LEI N.º
18.030/2009 – Distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS
pertencente aos municípios de minas gerais critério patrimônio cultural, deliberação
normativa do conselho estadual do patrimônio cultural (CONEP) nº 01/2016, anexo III quadro
III – salvaguarda e promoção a. Laudos do estado de conservação dos bens protegidos por
tombamento.

1.9. Para efeito de pontuação, o IEPHA/MG adota os seguintes


parâmetros para classificação do estado de conservação dos bens
no quadro conclusivo dos laudos:

1.9.1. BOM: o bem encontra-se íntegro. Os danos encontrados não


comprometem suas qualidades físicas ou estéticas, nem tampouco
sua integridade física. Podem, no entanto, necessitar de reparos de
manutenção e limpeza.

1.9.2. REGULAR: o bem apresenta problemas que não


comprometem sua integridade, mas que degradam suas qualidades
físicas e/ou estéticas que podem levar à perda de suas
características, necessitando de recuperação. Bens que sofreram
descaracterizações reversíveis serão classificados em estado
regular.

1.9.3. PRECÁRIO: o bem apresenta problemas que comprometem


sua integridade. São necessárias obras de contenção/estabilização
e restauração. a) O bem cujo laudo apresentar estado de
conservação precário durante dois anos consecutivos não será
considerado para efeito de pontuação no terceiro ano. Admite-se
no terceiro ano a apresentação da RRT e da ata do Conselho que
aprova o projeto de restauração ou a comprovação de
obra/intervenção em andamento. b) A partir do quarto ano, apenas
a comprovação de obra/intervenção em andamento será aceita.

22
Pede-se que o laudo venha acompanhado da ata do Conselho que
aprova a intervenção. c) Se não for comprovada obra de
restauração ou apresentada ata de aprovação do projeto
acompanhada da RRT (no 3º ano), será aplicado o desconto
proporcional descrito no item 1.4 acima.

Estrutura
Conforme será detalhado de forma mais precisa na prospecção estrutural, os elementos
estruturais possuem várias patologias decorrentes das águas da chuva, entretanto não há nada
que comprometa a sua estabilidade. Além dos problemas citados, são encontrados outros
danos menores como esmaecimento da camada de pintura dos pilares, sujidade e crescimento
de vegetação.

Avaliação do estado de conservação BOM REGULAR PRECÁRIO

Figura 3.23 – Esmaecimento da camada de pintura dos Pilares.

23
Figura 3.24 – Manchas esverdeadas e oxidação da estrutura metálica que liga o pilar ao centro do pavilhão.

3.24 3.23

Mapa chave.

24
Figura 3.25 – Crescimento de vegetação na estrutura metálica existente nos pilares.

Mapa chave.

25
Figura 3.26 – Manchas esverdeadas e sujidade nos capitéis dos pilares.

Mapa chave.

26
Figura 3.27 – Craquelamento da camada de pintura dos ornamentos dos capteis.

Mapa chave.

27
Figura 3.28 – Manchas esverdeadas e oxidação dos pilares.

Mapa chave.

28
Figura 3.29 – Sujidade e destacamento da camada de pintura da base dos pilares.

Mapa chave.

29
Figura 3.30 – Oxidação das treliças que sustenta a cobertura.

Mapa Chave.

30
Cobertura
Em toda a cobertura observa-se manchas esverdeadas de umidade e bolor. As placas de zinco
que cobrem o pavilhão passaram por diversos reparos, mas ainda há pontos de infiltração de
água.

Avaliação do estado de conservação BOM REGULAR PRECÁRIO

Figura 3.31 – Manchas escuras na junção das peças metálicas.

31
Figura 3.32 – A cúpula apresenta manchas escuras de umidade e bolor

3.32

3.31

Mapa Chave.

32
Figura 3.33 – O beiral apresenta manchas escuras de umidade e manchas esverdeadas.

Mapa Chave.

33
Figura 3.34 – Manchas escuras de umidade causada por infiltração da água pelo telhado, manchas esverdeadas e
deterioração do revestimento.

Mapa Chave.

34
Figura 3.35 – Ruptura das peças de madeira da cobertura.

Mapa Chave.

35
Figura 3.36 – Deslocamento da camada de pintura do teto.

Mapa Chave.

36
Figura 3.37 – Deslocamento da camada de pintura e crescimento de vegetação no teto.

Mapa Chave.

37
Piso
Há uma forte mancha de umidade próximo à fonte. O desnível entre o piso onde se encontra a
fonte e o piso do entorno faz com que esta mancha não se espalhe, deixando o restante do
ladrilho em bom estado de conservação. Nota-se também perdas de materiais nos pisos dos
degraus, entretanto, por terem um caráter rústicos, estes danos não comprometem a estética do
edifício.

Avaliação do estado de conservação BOM REGULAR PRECÁRIO

Figura 3.38 – Sujidade e destacamento da camada de pintura da base dos pilares.

38
Figura 3.39 – Quebra e perda de material do piso de concreto.

3.23

3.23

Mapa Chave.

39
Figura 3.40 – Manchas escuras de umidade nos degraus.

Mapa Chave.

40
Figura 3.41 – Manchas escuras no piso hidráulico próximo a bica.

Mapa Chave.

41
Elementos Compositivos
Há poucos elementos compositivos no pavilhão que apresentam os danos relatados nas
imagens abaixo.

Avaliação do estado de conservação BOM REGULAR PRECÁRIO

Figura 3.42 – A estrutura de plástico do lustre está ressecada e quebrada.

42
Figura 3.43 – Desgaste e deslocamento da camada de pintura do gradil e da madeira do corrimão.

3.23

3.23

Mapa Chave.

43
Conclusão
O fontanário Dona Leopoldina apresenta-se em estado regular de conservação, necessitando
de intervenções que visam conter o efeito das águas, principalmente pluviais, em sua
estrutura. Nesta fonte, é necessário uma atenção maior com a cobertura que possui variados
tipos de danos como demonstrado acima. O pavilhão belga possui estimado valor artístico e
histórico, por este motivo recomenda-se intervenções que mantenham o estilo arquitetônico
atual.

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3.3.4. Mapeamento de Danos
O Mapeamento de Danos do bem será apresentado em 1 prancha em anexo.

Responsável Técnico:
Artur Moreira Dias | Arquiteto e Urbanista, CAU 162.397-4
Desenho:
Artur Moreira Dias
Michelle Xavier Correia
Equipe Levantamento Arquitetônico
Artur Moreira Dias
Karine Adriane Santos da Fé
Michelle Xavier Correia
Equipamentos Utilizados
Trena de fita;
Trena eletrônica;

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