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IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 14, NO.

12, DECEMBER 2016 4781

Load Balance and User Association on HetNets


A. T. Hirata, E. C. Xavier and J. F. Borin
1
Abstract— Heterogeneous Networks (HetNets) come as a células menores incentivando, dessa forma, a migração de
clever approach to increase the capacity and the coverage of usuários da macrocélula [1]. Siomina e Yuan [4] propuseram
cellular networks in which low power base stations can share the um framework para otimização do balanceamento de carga em
load of high power ones. However, it also brought new HetNets LTE que atribui valores de propensão específicos
challenges. For instance, user association strategies used on
homogeneous networks are no longer so efficient. In this work,
para cada célula com o objetivo de ajustar o alcance das
the user association problem is modeled as an integer linear células. Contudo, escolher o fator de propensão ótimo não é
programming (ILP) problem aiming to balance loads among trivial [2] e esta técnica não consegue adaptar-se
macro and small cells. A greedy heuristic based on it, called dinamicamente à distribuição de tráfego entre diferentes
LP_GREEDY, is presented. In addition, a distributed one, categorias de células em tempo real.
PROB_MIN_LOAD, is also introduced. These heuristics produce Fooladivanda, Daoud e Rosenberg [5] apresentam uma
good solutions in terms of number of accepted users and load
balancing among base stations in comparison with the optimal
formulação conjunta para os problemas de associação de
solution and with some strategies presented in the literature. usuários, alocação de canal e gerenciamento de interferência
entre células como um problema NP-difícil não-linear e o
Keywords— HetNet, Load Balance, User Association. compararam com estratégias baseadas em Signal to
Interference plus Noise Ratio (SINR). Fooladivanda e
I. INTRODUÇÃO Rosenberg [6] também propuseram uma regra de associação

R EDES Heterogêneas (HetNets) foram propostas com o


intuito de aumentar a capacidade das redes Long Term
que combina alocação de usuários e de recursos obtendo
ganhos significativos de desempenho em termos de vazão. Ye
et al [2] apresentaram um algoritmo distribuído para associação
Evolution (LTE) introduzindo células menores como, por
exemplo, picocélulas e femtocélulas dentro da área de de células e alocação de recursos que é linear no número de
cobertura das macrocélulas [1]. Essas células menores diferem UEs e no número de BSs. O principal objetivo desses
das macrocélulas principalmente em termos de capacidade, trabalhos é a associação de usuários sendo o balanceamento de
área de cobertura, potência de transmissão, força do sinal e carga analisado apenas como um efeito colateral.
custo de instalação [2]. Prasad, Arslan e Rangarajan [7] consideraram o problema
Macrocélulas criadas por estações rádio-base chamadas de maximizar a justiça proporcional (do inglês, proportional
eNodeBs, são normalmente instaladas pelas operadoras de fairness) em HetNets explorando células em estado dormente
modo a maximizar a área de cobertura. Células menores são em conjunto com o balanceamento de carga. Foram
colocadas em áreas de alta densidade para ou compartilharem apresentados um algoritmo guloso de baixa complexidade
a carga da macrocélula ou estender sua área de cobertura. A para o subproblema de balanceamento de carga e um
instalação tanto de pico como de femtocélulas não é algoritmo para o problema de otimização em conjunto e foram
necessariamente planejada [3]. obtidos resultados próximos ao ótimo. Entretanto, os
Em redes homogêneas, equipamentos de usuários (UEs) se algoritmos exigem a presença de um controle central para
conectam com a estação rádio-base (BS) que possui a maior prover todas as informações necessárias.
força de sinal com o intuito de prover uma melhor experiência Mishra, Rangineni, and Murthy [8] formularam o
para o usuário. Em HetNets, entretanto, esta estratégia faria problenma de otimização conjunta da associação de usuários e
com que todos os UEs se conectassem às macrocélulas da densidade de Almost Blank Subframes (ABS) como um
enquanto as pico e femtocélulas receberiam pouca ou mesmo problema NP-Difícil. Uma versão relaxada do problema foi
nenhuma carga. Consequentemente, é de suma importância reduzida ao problema de emparelhamento de peso mínimo e
desenvolver estratégias para a associação de usuários que foi resolvida utilizando o algoritmo Húngaro para uma dada
promovam o balanceamento de carga em HetNets. densidade ABS. Esta abordagem é usada iterativamente no
Considerando tanto a força do sinal quanto a carga da célula, a conjunto de densidades ABS candidatas para identificar a
política de associação é capaz de alocar UEs para BSs que densidade ótima e minimizar o número de usuários
ofereçam a melhor taxa de transmissão. bloqueados. Ela tenta aumentar o número de usuários
A técnica conhecida como cell range expansion é parte dos associados mas o balanceamento de carga não é considerado e
esforços de padronização da 3rd Generation Partnership também necessita de um controle centralizado.
Project (3GPP) e utiliza um fator de propensão na associação A principal contribuição deste trabalho é um modelo no
de UEs para estender artificialmente a área de cobertura de qual o balanceamento de carga é o objetivo e não uma
consequência de uma política de associação de usuários.
1 Adicionalmente, são apresentados uma estratégia gulosa e
A. T. Hirata, Institute of Computing, University of Campinas, e-mail:
ahirata@lrc.ic.unicamp.br um algoritmo probabilístico distribuído que alcançam não só
E. C. Xavier, Institute of Computing, University of Campinas, e-mail: um melhor balanceamento de carga como também uma maior
eduardo@ic.unicamp.br taxa de associação de usuários em relação a outras estratégias
J. F. Borin, Institute of Computing, University of Campinas, e-mail:
juliana@ic.unicamp.br propostas na literatura. Além disso, o algoritmo probabilístico
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é independente de um controle central, o que o torna entre b e m considerando o nível de interferência sofrida pela
interessante para ser utilizado pela indústria. conexão entre ambos.
O restante deste artigo está organizado da seguinte forma: a Pela equação de Shannon, a taxa de transmissão máxima do
Seção II descreve o modelo do sistema considerado, a Seção sinal, denotada por Cmb, depende da largura de banda W e do
III apresenta as soluções propostas para o problema de SINR da conexão, e é dada por:
associação de usuários e balanceamento de carga em HetNets,
a Seção IV descreve os cenários de simulação utilizados na = ∙ lg 1 (1)
avaliação de desempenho das soluções propostas, a Seção V Pela equação 1, é necessário calcular o SINRmb que pode
discute os resultados obtidos e a Seção VI conclui o artigo. ser definido como a razão entre a potência do sinal e a
somatória da interferência média das outras células com ruído
II. MODELO DO SISTEMA de fundo (background noise) [10] [11] [12]:
Considera-se uma rede celular de 2 níveis que possui um
conjunto de pico e macro BSs distribuídas como mostrado na ∙ ,
Fig. 1. Os valores nessa figura indicam a porcentagem do total = (2)
∑ ∙ ∙ ,
de UEs cujas posições são uniformemente distribuídas dentro
de cada célula.
Onde Pb é a potência de transmissão da BS b, ϴb é o ângulo
de inclinação para baixo (downtilt) das antenas da rede, o qual
é constante neste trabalho. Amb é a atenuação de propagação
sofrida por m se conectado a b; é a posição de m; N é o
ruído termal; Pb’ é a máxima potência de transmissão de cada
uma das outras BSs e ρb’ é a disponibilidade da célula, ou seja,
a fração de PRBs disponíveis em b’.
Com o SINRmb calculado, é possível computar a taxa de
transmissão de dados máxima Cmb que o enlace entre m e b
pode prover considerando a interferência sofrida. O número de
PRBs em um timeframe da rede LTE é NW para cada largura
de banda W. Desse modo, a taxa de transmissão efetiva
suportada por um PRB no enlace entre m e b é Cmb/NW. Dado
que o usuário m requer uma taxa de transmissão de l Mbps,
calcula-se o número de PRBs necessários para alcançar tal
taxa. LTE suporta picos de velocidade no downlink de até 300
Mbps com uma largura de banda máxima de 20 MHz o que
Figura 1.Cenário de simulação [9].
corresponde a 100 PRBs. Um frame corresponde a 10 ms e é
composto de 10 subframes de 1 ms [13] [14].
A capacidade total de uma dada BS se dá pelo número de Considera-se que todos os UEs tem a mesma potência
blocos de recurso físico (Physical Resource Blocks – PRBs) nominal de transmissão mas requisitam serviços diferentes,
que estão disponíveis para transportar dados em uma janela de isto é, taxas mínimas de transmissão de dados diferentes.
1 segundo considerando a modulação Orthogonal Frequency- Apesar de terem a mesma potência de transmissão de dados,
Division Multiple Access (OFDMA) e 20 MHz de largura de os UEs não estão suscetíveis exatamente à mesma
banda. Os PRBs usados para controlar a comunicação não são interferência, o que afeta o número mínimo de PRBs
levados em consideração. Por simplicidade, este trabalho foca requeridos.
somente no sentido downlink, visto que apesar do uplink Embora os serviços requisitados pelos usuários se
provavelmente poder ser tratado de maneira similar, o fato diferenciem pela taxa mínima de transmissão demandada, a
deste utilizar um controle de potência que muda a prioridade entre eles não está sendo considerada neste
interferência dependendo da associação eleva a complexidade trabalho. Além disso, supõe-se que a interferência, a posição
do problema [3]. dos UEs e o número mínimo de PRBs requisitados por um UE
Cada UE pode se conectar a somente uma única BS e são constantes no timeframe considerado.
requer uma taxa mínima de transmissão de dados em bits por
segundo. Entretanto, o mesmo número de PRBs não III. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
necessariamente entrega a mesma taxa para dois UEs distintos Existem várias estratégias de associação de usuários que
devido a diferença de nível de interferência que cada UE pode tem como objetivo associar UEs com BSs para maximizar o
sofrer. número de UEs aceitos. Entretanto, o balanceamento de carga
Para calcular o número de PRBs necessários que uma BS b é considerado apenas como um outro parâmetro de qualidade
deve provisionar para satisfazer a taxa de transmissão de um para estas estratégias e não o objetivo final [2] [5] [6].
dado UE m utiliza-se a equação de Shannon, que computa a Esta seção introduz um modelo de Programação Linear
máxima taxa de transmissão de dados suportada no enlace Inteira (ILP), uma heurística gulosa sobre o resultado relaxado
TOSHIO HIRATA et al.: LOAD BALANCE AND USER 4783

do ILP (LP_GREEDY), e uma estratégia distribuída e UEs atendidos e, para este em particular, obtem-se também
probabilística (PROB_MIN_LOAD) para o problema de o melhor balanceamento de carga possível.
associação de UEs considerando o balanceamento de carga Uma simples implementação deste método resulta em um
como objetivo. O intuito de tais estratégias é realizar a algoritmo que, no pior caso, deve resolver 100 ILPs. Nesta
associação de usuários levando em consideração a taxa implementação, ao invés da busca linear pelo maior valor de
mínima de transmissão de dados requerida por cada UE assim induzindo a um ILP válido, utilizou-se uma busca binária no
como a capacidade disponível no sentido downlink das BSs de conjunto finito {1.00, 0.99,0.98, … ,0.00} o que resulta em no
tal forma que a carga total é igualmente distribuída entre máximo 7 ILPs a serem resolvidos.
macrocélulas e células menores.
B. Heurística Gulosa sobre Programção Linear
A. Modelo de Programação Linear Inteira O modelo ILP descrito anteriormente obtém uma solução
Seja M o conjunto de UEs, B o conjunto de BSs e para cada ótima, mas resolvê-lo é computacionalmente caro. Assim, para
∈ , seja obter uma solução possivelmente boa (próxima do ótimo) em
= { ∈ ; tal que está na área de cobertura de }. tempo polinomial, a integralidade das variáveis xmb foi
Denote por cb a capacidade b ϵ B em PRBs e por lmb o relaxada e uma estratégia gulosa foi aplicada sobre a solução
número mínimo de PRBs que ∈ demanda de ∈ do problema relaxado.
(este número inclui as perdas causadas pela interferência).
Além disso, seja a porcentagem mínima de UEs que Algoritimo 1 Estratégia Gulosa sobre a Solução do LP
devem ser associados na solução. 1: procedure LP_GREEDY(LP_SOL)
As variáveis de decisão são xmb, Lmax e Lmin. A variável 2: Seja x = (x11 , x12 , … , x|M||B|) a solução fracionária de LP_SOL
∈ {0,1} indica se ∈ deveria ser associada ou não a 3: Ordene x em ordem decrescente
∈ ; ∈ ℝ é a fração de PRBs usados pela BS mais 4: for each xmb nesta ordem do
sobrecarregada na solução encontrada, enquanto ∈ ℝ é 5: if m não está associado then
a fração de PRBs utilizados pela BS menos sobrecarregada. 6: associe m com b se b tem capacidade suficiente
Com isso, tem-se o modelo ILP P.1. 7: end if
8: end for
min − (P.1)
9: end procedure
∑ ∈
s.a. ≥ , ∀ ∈ (3) No Algoritmo 1, dada a solução da versão relaxada do
programa linear (LP_SOL), todas as variáveis de decisão xmb
∑ ∈ são enfileiradas em ordem decrescente. Esta fila é consumida
≤ , ∀ ∈ (4)
nesta ordem e, para cada xmb, se o UE m não estava
previamente associado, ele é então associado ao BS b
≤ 1,∀ ∈ (5) correspondente se este, por sua vez, tem capacidade para
∈ servir m. Se b está sobrecarregado, o UE não é associado a
≤ ,∀ ∈ qualquer BS nesta iteração mas este será possivelmente
(6) associado em uma futura iteração enquanto a fila estiver sendo

consumida.
≥ | | (7)
∈ ∈
C. Heurística Distribuída e Prababilística de Carga Mínima
∈ {0,1} , ∀ ∈ , ∀ ∈ (8) A heurística LP_GREEDY é rápida mas relativamente
A função objetivo minimiza a diferença entre a BS mais complexa de ser implementada uma vez que requer a solução
sobrecarregada e a menos sobrecarregada (balanceamento de de um programa LP e, além disso, demanda um controlador
carga). As restrições (3) e (4) forçam a corretude na central com estado (stateful). Para superar tais limitações, uma
computação de Lmax e Lmin, respectivamente. Cada UE pode heurística distribuída e probabilística é proposta neste
ser aceito por no máximo uma BS (5). A soma das cargas de artigo. Cada UE precisa receber a informação sobre a carga de
todos os UEs aceitos em uma BS não pode ser maior que a sua cada uma das BSs alcançáveis por ele, o que pode ser
capacidade (6). Além disso, o número total de UEs aceitos facilmente realizado se cada BS transmitir tal informação. Em
deve ser maior ou igual que % de todos os UEs (7). seguida, o UE decide probabilisticamente com qual BS ele irá
Para cada valor fixo de na sequência finita se conectar em função das cargas recebidas. Supôs-se que
{1.00, 0.99,0.98, … ,0.00}, resolve-se, nesta ordem, o ILP P.1 cada UE executa o Algoritmo 2 de forma independente uns
e verifica-se se uma solução factível pode ser encontrada para dos outros. Cada UE calcula de forma independente a
um dado . A condição de parada é justamente o primeiro porcentagem de capacidade disponível para cada uma das BSs
valor de que produz uma solução factível para o ILP. Dessa alcançáveis. Esses valores são usados para definir a
forma, tenta-se encontrar a solução com o maior número de probabilidade de conexão com cada BS. Note que quanto
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maior a capacidade disponível de uma BS, maior a foram comparadas com as seguintes estratégias que foram
probabilidade que um UE se conecte a ela, entretanto, como a apresentadas em [5] e [2]:
associação é feita de maneira aleatória, a carga tende a ser • Best Downlink: UEs são associados com a BS que
igualmente distribuída entre as BSs. apresenta a melhor taxa transmissão no downlink;
• Best SINR: UEs são associados com as BSs que
Algoritimo 2 Estratégia Probabilística de Carga Mínima apresentam o melhor SINR;
1: procedure UE.PROB_MIN_LOAD(ReachableBS) • Pico Cell First: UEs são associados com picocélulas
2: total = 0.0 caso seu SINR seja melhor por um dado fator em
3: for each b em ReachableBS do comparação com as macro células;
4: availableb = (capacityb - loadb ) / capacityb • Range Expansion: é similar ao Best SINR mas um fator
5: total = total + availableb multiplicativo ao SINR é associado a cada tipo de BS;
6: end for • Rate Bias: parecido com o Range Expansion mas o
7: for each b em ReachableBS do fator é aplicado ao termo exponencial do SINR.
8: Pr (b) = availableb / total
9: end for Nossos algoritmos são denotados por
10: Associe m para uma das BSs alcançáveis considerando a probabilidade ILP_SIMPLE_MODEL (Seção III-A), LP_GREEDY (Seção
computada III-B) e PROB_MIN_LOAD (Seção III-C).
11: end procedure

V. RESULTADOS
IV. SIMULAÇÃO
Para avaliar o desempenho dos algoritmos propostos, o
cenário descrito em [9] e ilustrado na Fig. 1 foi utilizado, pois
este exemplifica uma das situações mais comuns em HetNets
[3]: a instalação de picocélulas em áreas de alta demanda de
serviço para que estas possam dividir a carga das
macrocélulas. Além disso, um simulador foi implementado e
os parâmetros de simulação adotados são baseados na
recomendação da 3GPP [15] e são apresentados na TABELA
I.

TABELA I
PARÂMETROS USADOS NOS CENÁRIOS DE SIMULAÇÃO

Parâmetros Valores / suposições


Número total de UEs ativos 100, 200, 300, ..., 1000
(|M|)
Número de células 7 macrocélulas e 3 picocélulas Figura 2. Usuários aceitos.
carregadas
Disposição das células 7 macrocélulas hexagonais e vizinhas entre
carregadas (Fig. 1) si. 3 picocélulas instaladas na fronteira da
macrocélula central.
Distância entre macro BSs 500m
Disposição dos UEs (Fig. Cada picocélula possui 20% dos jMj UEs
1) em sua área de cobertura. Cada
macrocélula (exceto a central) possui 6%
dos |M| UEs exclusivamente em sua área
de cobertura. 4% dos |M| UEs estão na área
de cobertura exclusiva da macrocélula
central.
Potência de transmissão das 46 dBm
macrocélulas no downlink
Potência de transmissão das 30 dBm
picocélulas no downlink

Para criar um cenário de teste, as posições dos UEs foram


calculadas aleatoriamente mas respeitando a distribuição
ilustrada na Fig. 1. Para cada valor fixo do número total de
UEs, 30 cenários de testes diferentes foram aleatoriamente Figura 3. Balanceamento de Carga.
gerados. Os resultados apresentados possuem intervalo de A Fig. 3 apresenta o balanceamento de carga das soluções
confiança de 95%. O modelo ILP e as heurísticas propostas obtidas pelos algoritmos. Note que ambos LP_GREEDY e
TOSHIO HIRATA et al.: LOAD BALANCE AND USER 4785

ILP_SIMPLE_MODEL equilibram a carga de forma mais heurísticas foram propostas: uma baseada numa estratégia
balanceada que as outras estratégias. Além disso, gulosa sobre uma versão relaxada deste modelo e uma
PROB_MIN_LOAD é também a melhor estratégia dentre distribuída e probabilística que privilegiam BSs com maiores
todas as que não utilizam programação linear. Observa-se disponibilidades. De acordo com os resultados apresentados,
também que todas as outras estratégias deixam pelo menos as estratégias propostas obtiveram melhores resultados que
uma célula (que possui UEs em sua área de cobertura) sem outras heurísticas da literatura, principalmente em cenários de
atender nenhum UE, ou seja, com 0% de carga pois estas não células sobrecarregadas, por aceitarem mais UEs e
levam em consideração a carga das células quando decidem a distribuirem a carga de maneira mais equalitária.
associação de UEs. Assim, para UEs na fronteira da área de
cobertura de uma célula carregada, a chance de escolher uma AGRADECIMENTOS
célula carregada ou não é praticamente a mesma.
Esta pesquisa foi amparada pelo CNPq e pela FAPESP.

REFERÊNCIAS
[1] J. Andrews, S. Singh, Q. Ye, X. Lin, and H. Dhillon, “An overview of
load balancing in hetnets: old myths and open problems,” Wireless
Communications, IEEE, vol. 21, no. 2, pp. 18–25, April 2014.
[2] Q. Ye, B. Rong, Y. Chen, M. Al-Shalash, C. Caramanis, and J. Andrews,
“User Association for Load Balancing in Heterogeneous Cellular
Networks,” Wireless Communications, IEEE Transactions on, vol. 12,
no. 6, pp. 2706–2716, June 2013.
[3] J. Andrews, “Seven ways that hetnets are a cellular paradigm shift,”
Communications Magazine, IEEE, vol. 51, no. 3, pp. 136–144, March
2013.
[4] I. Siomina and D. Yuan, “Load balancing in heterogeneous LTE: Range
optimization via cell offset and load-coupling characterization,” 2012
IEEE International Conference on Communications (ICC), pp. 1357–
1361, Jun. 2012. [Online]. Available:
http://ieeexplore.ieee.org/lpdocs/epic03/wrapper.htm?arnumber=6364075
[5] D. Fooladivanda, “Joint channel allocation and user association for
heterogeneous wireless cellular networks,” 2011 IEEE 22nd International
Symposium on Personal, Indoor and Mobile Radio Communications, pp.
Figura 4. Carga Média. 384–390, Sep. 2011. [Online]. Available:
http://ieeexplore.ieee.org/lpdocs/epic03/wrapper.htm?arnumber=6139988
A Fig. 4 apresenta a carga média das BSs. As estratégias http://ieeexplore.ieee.org/xpls/abs\_all.jsp?arnumber=6139988
propostas neste trabalho usam efetivamente mais recursos que [6] D. Fooladivanda and C. Rosenberg, “Joint resource allocation and user
as outras estratégias e PROB_MIN_LOAD é a que usa a association for heterogeneous wireless cellular networks.” IEEE
Transactions on Wireless Communications, vol. 12, no. 1, pp. 248–257,
maior quantidade. Isto pode ser parcialmente explicado pelo 2013. [Online]. Available: http://dblp.uni-
fato dos algoritmos propostos conseguirem atender mais UEs trier.de/db/journals/twc/twc12.html#FooladivandaR13
do que as outras estratégias. Assim como os resultados [7] N. Prasad, M. Y. Arslan, and S. Rangarajan, “Exploiting cell dormancy
and load balancing in LTE hetnets: Optimizing the proportional fairness
apresentados na Fig. 3, isso acontece porque os UEs na utility,” in IEEE International Conference on Communications, ICC
fronteira da células carregadas escolhem as células não- 2014, Sydney, Australia, June 10-14, 2014, 2014, pp. 1916–1921.
carregadas ao invés das carregadas por estarem cientes das [Online]. Available: http://dx.doi.org/10.1109/ICC.2014.6883603
[8] S. Mishra, S. Rangineni, and C. Murthy, “Exploiting an optimal user
cargas das BSs. association strategy for interference management in hetnets,”
Considerando a métrica de balanceamento de carga, nota-se Communications Letters, IEEE, vol. 18, no. 10, pp. 1799–1802, Oct
que LP_GREEDY e PROB_MIN_LOAD produzem 2014.
resultados tão bons quanto as outras estratégias da literatura [9] S.-Y. Lien, T.-H. Liau, C.-Y. Kao, and K.-C. Chen, “Cooperative access
class barring for machine-to-machine communications,” Wireless
para cenários de células não-sobrecarregadas e apresentam Communications, IEEE Transactions on, vol. 11, no. 1, pp. 27–32,
melhores resultados em cenários com células sobrecarregadas. January 2012.
É também interessante ressaltar que enquanto o objetivo [10] F. Afroz, R. Subramanian, R. Heidary, K. Sandrasegaran, and S. Ahmed,
“SINR, RSRP, RSSI and RSRQ Measurements in Long Term Evolution
principal do nosso algoritmo é melhorar o balanceamento de Networks,” International Journal of Wireless & Mobile Networks, vol. 7,
carga, LP_GREEDY e PROB_MIN_LOAD não só no. 4, pp. 113–123, 2015. [Online]. Available:
alcançaram melhores resultados no balanceamento de carga http://www.airccse.org/journal/jwmn/7415ijwmn09.pdf
[11] I. Viering, M. Dottling, and A. Lobinger, “A mathematical perspective of
mas também aceitaram mais usuários mesmo em comparação self-optimizing wireless networks,” in Communications, 2009. ICC ’09.
com estratégias que tem como objetivo a associação de IEEE International Conference on, June 2009, pp. 1–6.
usuários. [12] D. Pernes, D. Neves, and P. Vieira, “Análise de cobertura e capacidade
em redes móveis lte de quarta geração (4g),” in URSI Seminar of the
Portuguese Committee, vol. 1, November 2012, pp. 1–1.
VI. CONCLUSÕES [13] J. Zyren, “Overview of the 3GPP Long Term Evolution Physical Layer,”
Evolution, vol. 07/, pp. 2–22, 2007. [Online]. Available:
Neste trabalho, os problemas de associação de usuários e http://www.freescale.com/files/wireless{\_}comm/doc/white{\_}paper/3
de balanceamento de carga em HetNets foram formulados GPPEVOLUTIONWP.pdf
como um problema de programação linear inteira e duas [14] A. Sibille, C. Oestges, and A. Zanella, MIMO: From Theory to
Implementation, 1st ed. Academic Press, 2010.
4786 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 14, NO. 12, DECEMBER 2016

[15] 3GPP, “Study on ran improvements for machine-type communications,”


3GPP, TR 37.868, 2011. [Online]. Available: http://www.3gpp.org.

Alexandre T. Hirata graduou-se tanto em Engenharia de


Computação como em Matemática Aplicada pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2009.
Atualmente é estudante de mestrado em Ciência da
Computação na Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e atua como Engenheiro de Software na Daitan
Group. Trabalhou como Estagiário Técnico em
Telecomunicações no Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS). Suas
áreas de interesse incluem algoritmos, pesquisa operacional e sistemas de
telecomunicações.

Eduardo C. Xavier obteve o Doutorado em Ciência da


Computação pela Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) em 2006 e o bacharelado em Ciência da
Computação pela Universidade Federal do Paraná em 2000.
Atualmente é professor no Instituto de Computação da
Unicamp. Suas áreas de pesquisa incluem algoritmos,
pesquisa operacional e sistemas computacionais.

Juliana F. Borin é professora do Instituto de Computação da


Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora
(2010) e Mestre (2004) em Ciência da Computação pela
UNICAMP e Bacharel em Informática (2002) pela
Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Seus interesses de
pesquisa incluem comunicação sem fio (Wifi, WiMAX,
LTE), protocolos de controle de acesso, modelagem e
avaliação de desempenho de redes de computadores e Internet das Coisas.

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