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Apendice D PDF
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Para o método do tempo equivalente, são necessários os seguintes dados adicionais do projeto
arquitetônico: a área total do pavimento, excluindo-se a área de antecâmaras e recintos
fechados de escadas e rampas é igual a Af = 253,8 m²; a área total de aberturas verticais
(portas, janelas e quaisquer aberturas para o exterior) é igual Av = 48,8 m²; a área total de
aberturas horizontais (lanternim, shed, passagens, etc.) é igual a Ah = 0.
O hall social e hall de serviço não possuem portas corta-fogo e, portanto, não é garantida a
compartimentação entre os dois apartamentos. Assim, será considerado todo o pavimento
como sendo um único compartimento de incêndio no dimensionamento.
A altura da edificação é medida entre as cotas do piso térreo e do piso do último pavimento
(eq. D.1); portanto, exclui-se desse cálculo a altura do último pavimento até o telhado.
1
Este edifício-exemplo foi apresentado para ilustrar o dimensionamento de estruturas de concreto em situação de
incêndio conforme a legislação em São Paulo, em palestra proferida pela Enga Wanda Vaz, na ABECE
(Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), São Paulo capital, em 03 abr. 2007.
700 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
pé-direitopavimentos = 2,80 m;
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 701
n° pt = n° pavimentos-tipo = 18.
Da tabela B1 da NBR 14432:2001 (vide Tabela 3.2, Cap. 3), o edifício pertence ao grupo “A”
(residencial), subgrupo “A2” (habitações multifamiliares). Da tabela A1 da NBR 14432:2001
ou da tabela A do Anexo A da IT 08/04 (vide Cap. 3, Tabela 3.1), os edifícios do grupo “A”
com altura h ≥ 30 m pertencem à classe “P5” de resistência ao fogo e devem atender ao
TRRF = 120 min.
Ressalta-se que método tabular da NBR 14432:2001 foi idealizado para cobrir a pior situação,
i.e., o elemento submetido ao incêndio padronizado, desprezando-se a presença de algum
meio de proteção ativa (sprinklers, brigadas de incêndio) ou passiva (características térmicas
da compartimentação).
t e = q fi,k ⋅ γ n ⋅ γ s ⋅ κ ⋅ W ⋅ M (D.2)
2
COSTA (2007) apresenta exemplos de cálculo do TRRF via método do tempo equivalente para edifícios
comerciais, residenciais e hotéis, com uma aplicação ao projeto de lajes nervuradas de concreto em situação de
incêndio conforme o método tabular da NBR 15200:2004.
702 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
da IT 08/04);
γ n = γ n1 ⋅ γ n2 ⋅ γ n3 (D.3)
onde: γn1, γn2 e γn3 = coeficientes relacionados às medidas de segurança contra incêndio
(tabela C2 da IT 08/04).
γ s = γ s1 ⋅ γ s2 (D.4)
⎡ ⎛ Av ⎞
4
⎤
⎢ 90 ⋅⎜⎜ 0,4 − ⎟ ⎥
⎛6⎞
0,3
⎢ ⎝ A f ⎟⎠ ⎥ (D.5)
W= ⎜ ⎟ ⋅ ⎢0,62 + ⎥ ≥ 0,5
⎝H⎠ ⎢ ⎛ A ⎞ A ⎥
1 + 12,5 ⋅ ⎜⎜1 + 10 ⋅ v ⎟⎟ ⋅ h
⎢ ⎝ Af ⎠ Af ⎥
⎣ ⎦
Para os edifícios residenciais, a carga de incêndio qfi,k = 300 MJ/m² (tabela C1 da NBR
14432:2001).
onde: γn1, γn2 e γn3 = coeficientes relacionados às medidas de segurança contra incêndio
(tabela C2 da IT 08/04).
Para o cálculo da ventilação do ambiente W (eq. D.5), os dados do projeto arquitetônico são:
Ah = 0 (aberturas horizontais), Av = 48,8 m² (aberturas verticais), Af = 253,8 m² (área do
pavimento, assumido como o compartimento) e a altura do compartimento H = 2,64 m,
medida entre a superfície do piso e a superfície inferior do teto, i.e, o pé-direito “líquido” (eq.
D.8), desprezando-se as espessuras das lajes.
A ventilação W é calculada:
704 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
⎡ ⎛ 48,8 ⎞
4
⎤
0,3 ⎢ 90 ⋅⎜ 0,4 − ⎟ ⎥
⎛ 6 ⎞ ⎢ ⎝ 253,8 ⎠ ⎥ ≥ 0,5 (D.9)
W= ⎜ ⎟ ⋅ 0,62 +
⎝ 2,64 ⎠ ⎢ ⎛ 48,8 ⎞ 0 ⎥
⎢ 1 + 12,5 ⋅ ⎜1 + 10 ⋅ ⎟⋅ ⎥
⎣⎢ ⎝ 253,8 ⎠ 253,8 ⎦⎥
∴ W = 1,01
Usando-se a eq. (D.11) proposta nesta tese (Cap. 3, item 3.4.10), o valor do coeficiente γs1 é
1,14 (eq. D.12) e, por conseguinte, γs = 1,14.
A ⋅ (h + 3)
γ s1 = 1 +
10 5 (D.11)
1 ≤ γ s1 ≤ 3
253,8 ⋅ (50,9 + 3)
γ s1 = 1 + ∴ γ s1 = 1,14
10 5 (D.12)
1 ≤ γ s1 ≤3
Comparando-se o TRRF via método tabular e via eq. (D.10) ou eq. (D.14), é notável a
influência dos meios de proteção ativa ou passiva sobre a redução das exigências de
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 705
A primeira vista, poder-se-ía assumir o TRRF = 22 min (do cálculo indicado na legislação
vigente); mas, a IT 08/04 (item 5.3.2) limita a redução do TRRF tabular ao máximo de 30
min, i.e.:
Tabela D.1: Comparação entre os métodos de determinação do TRRF das estruturas de concreto.
TRRF (min)
Método do tempo equivalente
Método tabular IT 08/04 com γs1 calculado pela
IT 08/04
proposta desta tese
120 22 (90) 17 (90)
c1 ≈ c + Δc (D.15)
∆c = 5 mm (lajes) ou 10 mm (vigas).
D.2.1.1 Lajes
Para TRRF = 90 min, as lajes lisas devem ter espessura h ≥ 200 mm e c1 ≥ 25 mm (Tabela 5
706 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
da NBR 15200:2004).
D.2.1.2 Vigas
Para TRRF = 90 min, as vigas contínuas ou de pórticos de concreto armado devem a largura
e a distância c1 dentro da combinação possível da Tabela D.2.
Tabela D.2: Combinações possíveis de dimensões mínimas de vigas contínuas ou de pórticos (Tabela 9 da NBR
15200:2004).
TRRF (min) Combinações entre bmín (mm) e c1 (mm)
bw,min (mm)
bmín (mm) c1 (mm) bmín (mm) c1 (mm) bmín (mm) c1 (mm)
90 140 35 250 25 400 25 100
Para vigas internas sem revestimento, é usual adotar bw = 140 mm no projeto à temperatura
ambiente. Para a classe de agressividade ambiental II, a distância c1 pode ser estimada:
c 1 ≈ 30 + 10 ∴ c 1 ≈ 40 mm → Ok! Portanto, bw = 140 mm e c1 = 40 mm → Ok!
Para vigas externas sem revestimento, é usual adotar bw = 140 mm no projeto à temperatura
ambiente. Portanto, bw = 190 mm (é maior que 140 mm) e c1 = 40 mm → Ok!
D.2.1.3 Pilares
■ valor de cálculo do esforço normal atuante para a combinação normal de ações: NSd =
3300 kN;
Trata-se de um pilar de canto (Figura D.1), com apenas 1 face exposta ao calor. Para TRRF =
90 min, a largura, a distância c1 e o nível de carregamento (μfi) devem atender às
combinações da Tabela D.3.
Tabela D.3: Combinações possíveis de dimensões mínimas de pilares (Tabela 10 da NBR 15200:2004).
Mais de 1 face exposta 1 face exposta
TRRF (min) μfi = 0,2 μfi = 0,5 μfi = 0,7 μfi = 0,7
bmín bmín bmín bmín
c1 (mm) c1 (mm) c1 (mm) c1 (mm)
(mm) (mm) (mm) (mm)
90 190 30 300 45 450 40 155 25
Nota: μ = N Sd , fi , onde: NSd,fi = valor de cálculo do esforço normal atuante para a combinação excepcional de
fi
N Rd
ações;
NRd = valor de cálculo do esforço normal resistente do projeto à temperatura
ambiente, levando-se em conta os efeitos de 2ª ordem.
μfi = 0,7 corresponde à solicitação máxima possível dentro dos critérios de segurança
adotados no projeto à temperatura ambiente.
■ valor de cálculo do esforço normal atuante para a combinação normal de ações: NSd =
8680 kN;
■ valor de cálculo do momento fletor atuante para a combinação normal de ações: MSd =
364 kN.m (incluindo-se o efeito do vento);
Trata-se de um pilar interno (Figura D.1), com as 4 faces expostas ao calor. Para TRRF = 90
min, a largura, a distância c1 e o nível de carregamento (μfi) devem atender às combinações da
Tabela D.3.
Mesmo com a inclusão de revestimento de argamassa de cimento Portland & areia, a largura
“b” resultante continuará inferior aos mínimos da NBR 15200:2004.
■ Considerar o cálculo mais preciso do nível de carregamento (μfi); mesmo assim, para 0,6 ≤
μfi ≤ 0,7, as dimensões finais continuarão inferiores aos mínimos da NBR 15200:2004,
após a interpolação dos valores da Tabela D.3. As dimensões adotadas no projeto à
temperatura ambiente podem atender aos mínimos da NBR 15200:2004 para 0,5 < μfi ≤
0,6, desde que incluso o revestimento.
Tabela D.4: Fatores de redução para a resistência κc,θ Tabela D.5: Coeficientes de minoração da resistência
(concreto) e κs,θ (aço) (NBR 15200:2004). dos materiais (NBR 8681:2003; NBR 15200:2004).
Materiais Materiais
concreto aço CA 50 Situação concreto aço
Temperatura
θ (°C) (agregado γc γs
compressão
silicoso) normal 1,4 1,15
κc,θ κs,θ excepcional 1,2 1,00
20 1 1,00
100 1 1,00
200 0,95 0,89
300 0,85 0,78
400 0,75 0,67
500 0,6 0,56
600 0,45 0,33
700 0,3 0,10
800 0,15 0,08
900 0,08 0,06
1000 0,04 0,04
1100 0,01 0,02
1200 0 0
Duas lajes de piso, contíguas, apoiadas sobre vigas de largura bw = 15 cm (Figura D.2), de
uma planta baixa de um edifício para fins escolares, de 8 pavimentos (incluindo o térreo) com
pé-direito igual a 3 m. A região possui classe de agressividade ambiental II. As características
do concreto estrutural e do aço estão apresentadas na Tabela D.6.
Para essas condições, o valor característico da ação acidental, para escolas, é 3 kN/m² (NBR
6120:1980); o cobrimento da armadura dos elementos internos é c = 25 mm; a altura do
edifício é h = 21 m (altura medida entre o pavimento térreo e a laje de piso do último
710 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
h = 9 cm
L2 4,8 m
6m
sem escala
Tabela D.7: Combinação de ações e coeficientes de ponderação recomendados pelas normas européias e
brasileiras.
Combinação de ações Coeficientes de ponderação Situação Norma
Ações Materiais
Fd = γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ Fq1k γg = γq = 1,4 γc = 1,4 normal NBR 6118:2003 e
γs = 1,15 NBR 8681:2003
Fd ,i ≅ 0,7 ⋅ Fd = 0,7 ⋅ (γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ Fq1k ) γg = γq = 1,4 γc = 1,2 excepcional# NBR 15200:2004
γs = 1,0
∴ Fd ,i ≅ 0,98 ⋅ Fd
#
As ações excepcionais em situação de incêndio são estimadas em 70% das ações normais.
As lajes foram dimensionadas à flexão no ELU, com base na formulação de placas da Teoria
da Elasticidade para o cálculo dos momentos fletores solicitantes e nos procedimentos de
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 711
cálculo dos momentos fletores resistentes para a situação normal de uso da NBR 6118:2003.
Largura “w” para a laje com 1 face exposta ao calor é calculada por (Cap. 7, Tabela 7.16):
w = h = 10 mm = 0,1 m (D.16)
Quantidade de faixas das divisões da seção ao longo da largura efetiva “w”: n = 4. Quanto
mais divisões, maior é a precisão dos cálculos (n ≥ 3).
⎛ κ c, m ⎞ (D.18)
a z = w ⋅ ⎜1 − ⎟ = 0,10 ⋅ ⎡1 − 0,7 ⎤ = 0,03 m = 30 mm
⎜ κ c ,θ ⎟ ⎢ 1 ⎥⎦
⎝ M ⎠ ⎣
na Tabela D.9. As Tabela D.10 a Tabela D.12 apresentam o resumo dos cálculos.
Valor de cálculo da resistência dos materiais para a situação de incêndio: concreto (eq. D.19)
e aço das armaduras positiva (eq. D.20) e negativa (eq. D.21).
κ cθ , M ⋅ f ck 1 ⋅ 30 (D.19)
f cd ,θM = κ c ,θM ⋅ f cd = = = 25 MPa
γc 1,2
Tabela D.9: Redução da resistência dos materiais para lajes maciças deste exemplo.
TRRF = 90 min.
Método das Faixas
Fatores de redução da resistência
Armaduras característica dos materiais Espessura desprezável
c1 (mm) θs (°C)
κc,θM
κs,θ (aço)* az (mm)
(concreto)
29 502 0,56 1 30
Positiva
37 420 0,65
Negativa 71 < 200 1
Nota: Usado o κs,θ definido pela tensão de prova estabelecida pela deformação residual 0,2%.
κ s ,θ ⋅ f yk 1 ⋅ 500 (D.21)
f yd,θ = κ s ,θ ⋅ f yk = = = 500 MPa
γs 1
Lajes
mRdx,fi mRdy,fi
h (mm)
ℓx ℓy Fd momento solicitante c1 dx Asx arranjo c1 dy Asy arranjo
(kN/m²) (kN.m/m) (kN.m/m)
(m) (m) mdx (mm) (mm) (mm) (cm)
Acidental
αx* αy* mdy (cm²/m) (cm²/m) mSdx,fi mSdy,fi
Peso
Fqk (kN/m²)
Total
própr
revest
(kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m)
L1 100 4,8 6 2,5 1 3,5 3 9,1 21,4 9,80 35,2 9,3 29 71 3,52 ø8mm 37 63 4,02 ø8mm 6,86 6,51 6,77 6,83
c/17cm c/14cm
L2 100 4,8 6 2,5 1 3,5 3 9,1 21,4 9,80 35,2 9,3 29 71 3,52 ø8mm 37 63 4,02 ø8mm 6,86 6,51 6,77 6,83
c/17cm c/14cm
APÊNDICE D - Exemplos de cálculo
Notas: * αx, αy e α2 são coeficientes de Czerny para análise estrutural de placas com base na Teoria da Elasticidade.
4
Fd ⋅ l x
2
l x ; para α = 23,8, w = 5mm < 9,6mm → Ok!
máx
** verificação da flecha máxima: w = ≤
máx 3
E cs ⋅ h ⋅ α 2 500
*** TRRF = 90 min.
Tabela D.11: Valor de cálculo dos momentos resistentes positivos reais nos vãos das lajes maciças.
Lajes direção x direção y
Arranjo x (mm) mRdx (kN.m/m) Arranjo x (mm) mRdy (kN.m/m)
L1 ø8mm c/17cm 10,5 10,22 ø8mm c/14cm 12 10,18
L2 ø8mm c/17cm 10,5 10,22 ø8mm c/14cm 12 10,18
Tabela D.12: Valor de cálculo dos momentos fletores negativos na região dos apoios das lajes maciças.
Situação normal (NBR 6118:2003)
Situação de incêndio** (NBR 15200:2004)
NBR 6118:2003
x ℓ mRd,real
Aresta (m) momento solicitante Armadura adotada x (mm) momento resistente x_fi
(kN.m/m) md_,fi = 0,7*md_
mRd_,fi (kN*m/m) az (mm) d_fi (mm) (mm)***
βx* md_ (kN.m/m) c1 (mm) d_ (mm) As_ (cm²/m) arranjo
L1 – L1 4,8
9,9 21,18 29 mm 71 9,55 ø8mm c/7cm 28,5 21,47 14,83 14,21 30 41 28
Notas: * βx é o coeficiente de Czerny para análise estrutural de placas com base na Teoria da Elasticidade.
** TRRF = 90 min.
*** linha neutra em situação de incêndio da seção reduzida.
713
714 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
Cálculo da capacidade resistente das seções de momento positivo (não precisa reduzir a
espessura da seção):
⎧ (D.23)
3 ⎛ 4,64 ⋅10 −3 ⎞
⎪3 ,52 ⋅ 10 −4
⋅ 280 ⋅ 10 ⋅ ⎜
⎜ 71 ⋅ 10 −3
− ⎟
⎟ = 6, 77 kN ⋅ m/m
⎛ a fi ⎞ ⎪ ⎝ 2 ⎠
M R ,fi =A s ⋅f yd,θ ⋅⎜d − ⎟ = ⎨
⎝ 2 ⎠ ⎪ 3 ⎛ 6,15 ⋅ 10 −3 ⎞
4, 02 ⋅ 10 −4
⋅ 325 ⋅ 10 ⋅ ⎜⎜ 63 ⋅10 −3 − ⎟⎟ = 7,83 kN ⋅ m/m
⎪ 2
⎩ ⎝ ⎠
A segurança em situação de incêndio não se verifica nas seções de momento positivo para
TRRF = 90 min, pois:
⎧6,77 kN ⋅ m/m < 6,86 kN ⋅ m/m → direção x → a segurança não se verifica! (D.24)
∴ M R ,fi = ⎨
⎩6,83 kN ⋅ m/m > 4,17 kN ⋅ m/m → direção y → Ok!
d fi = d − a z = 71 − 30 = 41 mm = 41 ⋅10 -3 m (D.26)
MRd,fi = 14,21 kN*m/m < MSd,fi = 14,83 kN*m/m; portanto, a segurança em situação de
incêndio não se verifica!
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 715
Possíveis soluções:
■ trocar o método por outro mais preciso, por ex., o método gráfico proposto nesta tese.
f ck 30
Sendo f cd = = = 25 MPa e a500 = az = 30 mm, o Método dos 500 °C apresenta o
γc 1,2
mesmo resultado do Método das Faixas (fcd = fcd, θM) para este exemplo.
⎧ 6,86 (D.28)
M Rd ,fi M Sd ,fi ⎪⎪10,22 = 0,67 → direção x
μ fi = = =⎨
M Rd M Rd ⎪ 6,51 = 0,64 → direção y
⎪⎩10,18
Da Figura C.1 (Apêndice C) para κs,θ (coeficiente redutor do aço) definido pela tensão de
prova estabelecida pela deformação residual à temperatura elevada εs,θ = 2%:
■ Classe de agressividade ambiental II: µfi = 0,67 (direção x) → TRF = 114 min > TRRF =
90 min. Ok!
■ Classe de agressividade ambiental II: µfi = 0,64 (direção y) → TRF = 117 min > TRRF =
90 min. Ok!
716 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
Da Figura C.22 (Apêndice C) para o aço com tensão de prova definida a εs,θ = 0,2% à
temperatura elevada:
■ Classe de agressividade ambiental II: µfi = 0,67 (direção x) → TRF = 88 min < TRRF =
90 min. A segurança não se verifica!
■ Classe de agressividade ambiental II: µfi = 0,64 (direção y) → TRF = 93 min > TRRF =
90 min. Ok!
Para as seções de momento negativo, cálculo de µfi (eq. E) e taxa de armadura ρs (eq. E)
A s 8,04 ⋅ 10 −4 (D.30)
ρs = = = 0,8%
Ac 0,1 ⋅ 1
Da Figura C.24 (Apêndice C) para o aço com tensão de prova definida a εs,θ = 2% à
temperatura elevada:
■ Classe de agressividade ambiental II, ρs = 0,8%: µfi = 0,69 → TRF = 70 min < TRRF = 90
min. Portanto, a segurança não se verifica!
Da Figura C.25 (Apêndice C) para o aço com tensão de prova definida a εs,θ = 0,2% à
temperatura elevada:
■ Classe de agressividade ambiental II ρs = 0,8%: µfi = 0,69 → TRF = 70 min < TRRF = 90
min. Portanto, a segurança não se verifica!
Para o cálculo da capacidade resistente que a seção de momentos negativos deve ter, é
necessário calcular o carregamento total em situação de incêndio, com base na combinação
excepcional de ações:
Para a seção de momentos positivos, o TRF = 90 min corresponde ao µfi = 0,92 da seção de
momentos positivos. Para esse TRF, a capacidade resistente total da seção de momentos
positivos é calculada com base no equilíbrio do corpo livre (Figura D.3):
x2 (D.32)
M (x ) = 15,39 ⋅ x − 7,7 ⋅
2
V(x ) = 15,39 − 7,7 ⋅ x
RA = 15,39 kN RB = 21,57 kN
ℓ = 4,80 m
Figura D.3: Esquema do corpo livre, i.e., do vão em análise para a redistribuição de momentos.
O momento positivo máximo do vão está localizado na coordenada “x” onde o esforço
cortante é zero. Para V(x) = 0 (eq. D.31), x = 2 m e M(2) = 15,38 kN*m/m. Portanto, o
momento positivo a ser suportado pela seção do vão após a redistribuição é M(2) = 15,38
kN*m/m; comparando-o à capacidade resistente disponível para a situação de incêndio (eq. D.
28), tem-se:
O momento necessário a ser suportado é maior do que o momento resistente disponível; logo,
a laje não atende ao TRRF = 90 min.
D.2.2.2 Pilares
■ valor de cálculo do esforço normal atuante para a combinação excepcional de ações: NSd,fi
= 5208 kN;
■ valor de cálculo do momento fletor atuante para a combinação excepcional de ações: MSd
= 220 kN.m (excluindo-se o efeito do vento);
218,4
■ excentricidade total de 1ª ordem: e1 = = 0,042 m (incluindo-se a excentricidade
5208
acidental e excluindo-se o efeito do vento);
■ armadura: 24 ø25 mm
■ materiais: aço CA 50 – fyk = 500 MPa, Es = 210 GPa; concreto fck = 30 MPa.
Para a seção armada, é necessário construir o diagrama de interação MRd x NRd para a situação
de incêndio, considerando os efeitos da temperatura elevada sobre os materiais. Para tanto, é
necessário conhecer a distribuição de temperaturas na seção para o TRRF = 90 min (Figura
D.4).
Para a posição da armadura principal na seção, i.e., distância entre o CG da barra e a face
exposta ao calor mais próxima, c1 = 48,8 mm → θs ≈ 500 °C (Figura D.4).
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 719
0.4
500
0.2
300
0
600
700
800
100
300
200
-0.2
900600
900
100
700
800
-0.4
400
500
2
40000 300
-0.6 600500
700
900
800
-0.1 0 0.1
Figura D.4: Isotermas na seção 30
cm x 130 cm aquecida nas 4 faces
para t = 90 min de aquecimento ISO
834:1975.
Espessura na isoterma 500 °C (Figura D.4): a500 = 30 mm. Raio de giração da seção
retangular reduzida:
b fi 300 − 2 ⋅ 30 (D.36)
i= = = 69,28 mm
12 12
Para pilares do térreo e pavimentos intermediários, admite-se que os pavimentos frios sito
abaixo ou acima do compartimento de incêndio oferecem uma rigidez relativa similar ao
engastamento. Dessa forma, o pilar é considerado biengastado para a situação de incêndio.
l 3300 (D.37)
l 0,fi = = = 1650 mm
2 2
1650 (D.38)
λfi = = 22
69,28
Índice de esbeltez-limite calculado conforme a NBR 6118:2003 (eq. D.19). Por falta de dados,
foi admitida a pior situação de carregamento, i.e., αb = 1; na prática, αb < 1.
O pilar pode ser considerado curto para a situação de incêndio, pois: λfi = 22 < λlim = 27 . Não
é necessário considerar efeitos de 2ª ordem.
f ck 30 (D.40)
f cd = = = 25 MPa
γc 1,2
( ) 4
2 .10
α cc⋅ fcd
tensão (kPa)
tensão (kPa)
σs εs , θ s
(
σsc εs , θ sc
.
) 2 10
5
( )
σc εc
4
aço tracionado 1 .10
aço comprimido concreto
0 0
0 0.05 0 0.001 0.002 0.003
εs εc
Figura D.5: Relações tensão-deformação dos materiais para o Método dos 500 °C.
Para NRd,fi = NSd,fi = 5280 kN, o valor máximo do momento resistente é MRd,fi = 303 kN.m >
MSd,fi = 220 kN.m → Ok!
Largura “w” para pilar com 4 faces expostas ao calor é calculada por (Cap. 7, Tabela 7.16):
b 0,3 (D.41)
w= = = 0,15 m
2 2
Quantidade de faixas das divisões da seção ao longo da largura efetiva “w”: n = 3. Quanto
mais divisões, maior é a precisão dos cálculos (n ≥ 3).
⎡ ⎛κ 1, 3
⎞ ⎤ ⎡ 1, 3
⎤ (D.43)
a z = w ⋅ ⎢1 − ⎜ c , m ⎟ ⎥ = 0,15 ⋅ ⎢1 − ⎛⎜ 0,756 ⎞⎟ ⎥ = 0,0457 m = 45,7 mm
⎢ ⎜⎝ κ c ,θ M ⎟
⎠ ⎥ ⎣⎢ ⎝ 1 ⎠ ⎦⎥
⎣ ⎦
1650 (D.45)
λfi = = 27,41
60,2
Índice de esbeltez-limite calculado conforme a NBR 6118:2003 (eq. D.19). Por falta de dados,
foi admitida a pior situação de carregamento, i.e., αb = 1; na prática, αb < 1.
APÊNDICE D – Exemplos de cálculo 723
A construção do diagrama de interação MRd,fi x NRd,fi para a seção reduzida é análoga àquela
usando o Método dos 500 °C. Para o concreto, o valor de cálculo da resistência é:
κ c,θ ⋅ f ck 1 ⋅ 30 (D.47)
f cd ,θ M = κ c,θ M ⋅ f cd = M
= = 25 MPa
γc 1,2
O Método das Faixas considera a ductilidade do concreto a temperaturas elevadas, por meio
do aumento da deformação última do concreto para a relação tensão-deformação parábola-
retângulo. O valor da deformação última do concreto é calculado por:
ε cu 0,35% (D.48)
ε c,θM = = = 0,35%
κ c,θM 1
Para NRd,fi = NSd,fi = 5280 kN, o valor máximo do momento resistente é MRd,fi = 228 kN.m >
MSd,fi = 220 kN.m → Ok!
Devido à espessura desprezável az ser maior que a500, o Método das Faixas mostrou-se mais
conservador que o Método dos 500 °C para este estudo de caso.
724 Dimensionamento de elementos de concreto armado em situação de incêndio
14000
20 °C - situação normal
(γc=1,4 e γs=1,15)
12000 Método dos 500 °C
(γc=1,2 e γs=1,0)
10000 Método das Faixas
(γc=1,2 e γs=1,0)
carregamento aplicado
8000
NRd (kN)
(MSd,fi; NSd,fi)
6000
4000
2000
0
0 200 400 600 800
MRd (kN.m)
Figura D.6: Diagrama de iteração MRd,fi x NRd,fi da seção de concreto armado sob flexão composta normal.