Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mozart mostrou uma habilidade prodigiosa desde sua infância em Salzburgo. Já competente
nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e
passou a se apresentar para a realeza da Europa; aos dezessete anos foi contratado como
músico da corte em Salzburgo, porém sua inquietação o fez viajar em busca de um novo cargo,
sempre compondo profusivamente. Ao visitar Viena em 1781 foi afastado de seu cargo em
Salzburgo, e optou por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama,
porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos na cidade produziram algumas de suas
sinfonias, concertos e óperas mais conhecidas, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua
morte prematura foram assunto de diversas histórias e lendas; deixou uma esposa, Constanze,
e dois filhos.
Nascimento
Os dois primeiros nomes de batismo recordam que o seu dia de nascimento, 27 de Janeiro,
que era o dia de São João Crisóstomo. "Wolfgangus" era o nome do seu avô materno.
"Theophilus" era o nome do seu padrinho, o negociante Johannes Theophilus Pergmayr.
Mozart continuou, mais tarde, a fazer modificações ao seu nome, em especial o nome do
meio, "Theophilus" (Teófilo) que significa, em grego, "Amigo de Deus". Só em raras ocasiões
usou a versão latina deste nome, "Amadeus", que hoje tornou-se a mais vulgar. Preferia a
versão francesa Amadé ou Amadè. Usou também as formas italiana "Amadeo" e alemã
"Gottlieb".
Infância
Mozart foi uma criança prodígio. Filho de uma família musical burguesa, começou a compor
minuetos para cravo com a idade de cinco anos. O seu pai Leopold Mozart foi também
compositor, embora de menor relevo. Algumas das primeiras obras que Mozart escreveu
enquanto criança foram duetos e pequenas composições para dois pianos, destinadas a serem
interpretadas conjuntamente com sua irmã, Maria Anna Mozart, conhecida por Nannerl. Em
1763 seu pai o levou, junto com a sua irmã Nannerl, então com 12 anos, numa viagem pela
França e Inglaterra. Em Londres, Mozart conheceu Johann Christian Bach, último filho de
Johann Sebastian Bach, que exerceria grande influência em suas primeiras obras.
Entre 1770 e 1773 visitou a Itália por três vezes. Lá, compôs a ópera Mitridate, re di Ponto que
obteve um êxito apreciável. A eleição, em 1772, do conde Hieronymus Colloredo como
arcebispo de Salzburgo mudaria esta situação.
Em 1781, Colloredo ordena a Mozart que se junte a ele e sua comitiva em Viena. Insatisfeito
por ser colocado entre os criados, pediu a demissão. A partir daí passa a viver da renda de
concertos, da publicação de suas obras e de aulas particulares, sendo pioneiro nessa tentativa
autônoma de comercialização de sua obra. Inicialmente tem sucesso, e o período entre 1781 e
1786 é um dos mais prolíficos de sua carreira, com óperas (Idomeneo - 1781, O Rapto do
Serralho - 1782), as sonatas para piano, música de câmara (especialmente os seis quartetos de
cordas dedicados a Haydn) e principalmente com uma deslumbrante seqüência de concertos
para piano. Em 1782 casa, contra a vontade do pai, com Constanze Weber. Constanze era irmã
mais jovem de Aloisia Weber Lange, cantora lírica por quem Mozart se apaixonara poucos anos
antes.
Em 1786, compõe a primeira ópera em que contou com a colaboração de Lorenzo da Ponte: As
bodas de Fígaro. A ópera fracassa em Viena, mas faz um sucesso tão grande em Praga que
Mozart recebe uma encomenda de uma nova ópera. Esta seria Don Giovanni, considerada por
muitos a sua obra-prima. Mais uma vez, a obra não foi bem recebida em Viena. Mozart ainda
escreveria Così fan tutte, com libreto de Da Ponte, em 1789 (que seria a última colaboração de
Lorenzo da Ponte).
A partir de 1786 sua popularidade começou a diminuir junto do público vienense, o que
agravaria a sua condição financeira. Isso não o impediu de continuar compondo obras-primas,
como Quintetos de cordas (K.515 em Dó maior, K.516 em Sol menor em 1787), Sinfonias
(K.543 em Mi bemol maior (nº39); K.550 em Sol menor (nº40), que é a sua música mais
importante e famosa; K.551 em Dó maior (nº41) em 1788), e um Divertimento para Trio de
Cordas (K.563 em 1788), mas nos seus últimos anos a sua produção declinou devido a
problemas financeiros, à precariedade da sua saúde e da sua esposa Constanze; aliados a uma
crescente preocupação do compositor em relação à sinceridade do amor que esta o dedicava e
à crescente frustração com o não reconhecimento.
Em 1791 compõe suas duas últimas óperas: A Flauta Mágica e A Clemência de Tito, seu último
concerto para piano (K.595 em si bemol maior) e o belo Concerto para clarinete em lá maior
(K.622). Na primavera desse ano, recebe a encomenda de um Requiem (K.626).
Mozart não tinha ainda 35 anos quando adoeceu, a 22 de Novembro, em Viena, dois dias
depois da sua última actuação em público.
Contudo, trabalhando em outros projetos e com a saúde cada vez mais enfraquecida, morre à
uma hora da manhã, da madrugada de 4 para 5 de Dezembro, deixando a obra inacabada (há
uma lenda que diz que o Requiem estaria sendo composto para tocar em sua própria missa de
sétimo dia). Será completada por Franz Süssmayr, seu discípulo. Segundo alguns estudos a
morte deveu-se a uma infecção bacteriana desencadeada por uma simples inflamação de
garganta.
No dia 6 de dezembro, às 15 horas, o seu corpo é levado para a Igreja de Santo Estevão para
uma cerimônia sem pompa nem música. Süssmayr, Salieri e mais três pessoas acompanham o
cortejo até às portas de Viena, porém o mau tempo os faz retornar.
Constanze Weber, sua esposa, não quis acompanhar o cortejo pois estava deveras abalada,
não saindo sequer de casa naquele dia. Mozart foi enterrado numa vala comum, no Cemitério
de São Marcos, em Viena. Não se sabe ao certo o local exato de seu sepultamento.