Você está na página 1de 12

MEL-PIRATAS

Texto: Benício Júnior


Adaptado por Tiago gonçalves

Personagens:
Capitão Barbada
Pirata Salmão (Gordo)
Pirata Sardinha (Magro e Orelhudo)
Mel (Filha do Almirante Barba Branca)
Bruxa Mal
Bruxa Vada
Almirante Barba Branca

ATO ÚNICO
Início

Trovões e relâmpagos. A bordo em um navio velho e sombrio Capitão Barbada


e os piratas Salmão e Sardinha, todos eufóricos com a tempestade dentro de
movimentos simulando balançado do navio.

BARBADA – Baixem as velas, seus idiotas. Segure o leme. Grandes ondas a estibordo
segurem.

SALMÃO - Pelas barbas de netuno!

SARDINHA – Pelas barbas do Tubarão!

SALMÃO – Não sabia que tubarão tinha barba.


(Passado à tempestade) Música de Pirata

Chegando numa ilha deserta e misteriosa, com música de fundo, entram em cena o
Capitão Barbada. Ele carrega, com grande esforço, sobre os ombros, um baú.
Chegando ao centro do palco, o BARBADA coloca o baú no chão, sentando-se sobre
ele.

BARBADA (falando sozinho): Com quinhentos mil tubarões! Como pesa este baú!
Também, está cheio de tesouro... Pérolas, ouro, diamantes... A batalha foi grande contra o
barco do Almirante Barba Branca e roubei tudo, eu disse tudo (rir) inclusive a filha dele. E
agora, que tenho o baú cheio de coisas preciosas e sua filha, vou enterrá-lo nesta ilha
deserta (rir). Ninguém vai descobri-lo aqui (rir). Onde estão aqueles patetas (dirige a fala
para trás): Salmão! Sardinha! Venham cá!

Muito medrosos, aparecem Salmão e Sardinha.

SALMÃO – (Com medo) Capitão Barbada me chamou?

BARBADA (irritado): Chamei! E que tremedeira é essa?

SALMÃO – Capitão, essa ilha é muito assustadora.

SARDINHA - É mesmo Capitão, ela é muito estranha e negra.

BARBADA - Eu não falei com você! Falei com o Salmão. Salmão onde está a bela filha
do Almirante, Barba Branca a linda Mel?

SARDINHA – Ele a deixou no convés do navio. (Os dois sentando em cima do baú)

BARBADA – Droga! Prestem bem atenção. Eu vou procurar um lugar seguro para enterrar
o tesouro e vocês vão busca-la. (O BARBADA ‘explode’): EU FALEI COM OS DOIS!!!
DE PÉ!!! (num salto, ambos põe-se de pé, em posição de ‘sentido’): Esperem. Escutem.
Nós estamos numa ilha deserta, certo?

SALMÃO e SARDINHA – Certo!

BARBADA – Aqui, ninguém achará o meu tesouro, certo?

SALMÃO e SARDINHA – Certo!

BARBADA - Somente o Almirante Barba Branca poderá achá-lo, certo?

SALMÃO e SARDINHA – Certo!

BARBADA (irritado): Errado! Idiotas! Imbecis!

SALMÃO e SARDINHA – Errado! Idiotas!Imbecis!

BARBADA (enfurecido): Ora Bolas!

SALMÃO e SARDINHA – Ora Bolas!

BARBADA- Deixem de lorotas e vão buscar a menina Mel, (Gritando e tirando sua
espada da bainha) LIGEIRO!!! Râââ! (Os dois sai correndo buscar a menina) Enquanto
eles vão busca-la, eu procuro um lugar melhor para enterrar o meu tesouro. (Nesse
instante, gargalhadas e correrias de bruxas por trás da rotunda do teatro e o Capitão
olhando assustado, depois as vozes pára.) Não foi nada, deve ser imaginação. (Entra os
três, Salmão, Sardinha e menina Mel amarrada pelas mãos e amordaçada.)

SALMÃO – Pronto Capitão, aqui está ela, linda como sempre. Agora que está tudo em
ordem? Podemos tirar umas férias?

SARDINHA - O senhor disse que nos daria férias assim que roubássemos o tesouro e
raptasse a menina Mel...

BARBADA – O quê, aqui ninguém tem direito a férias. O Lugar é esse aqui (Aponta pro
chão) e tratem de cavar ou eu perco a cabeça... Seus Idiotas!!! Cabeças de Siri!

SARDINHA (para o Salmão): Se ele perder a cabeça, você é quem vai procurar.

Assustados, Salmão e Sardinha começam a cavar (mímica) com as mãos.

BARBADA- Minha linda Mel, quando terminarmos vamos velejar por muitos mares, e
roubaremos muitos tesouros. (Ri. Senta a menina em cima do baú)

SALMÃO – Além de não nos dar férias, não nos dá ferramentas.

SARDINHA - O Capitão Barbada é um mão-fechada.

BARBADA – Calem-se! E cavem depressa! Que já está quase escurecendo. E espero que
estejam com as lanternas. E você minha querida, vou tirar essa mordaça, mas promete que
não vai gritar? (Ela balança a cabeça dizendo que sim) Muito bem meu docinho ou
melhor melzinho.

(Enquanto os dois estão cavando, o BARBADA afasta-se, sem sair do palco, olhando
para os lados como que preocupado, com a possível chegada de alguém. Nisso barulho
de Bruxas de novo, está na luz azul penumbra)
(Assustados)

MEL – Aí, não! Vocês não podem cavar!

SALMÃO – (Assustado) Não?!

SARDINHA – (Morrendo de medo) E por que não?

MEL – Porque nenhum pirata nunca enterrou os seus tesouros aqui.

SALMÃO e SARDINHA – E como você sabe disso?!


MEL – Sim, eu sei porque o meu pai o Almirante Barba Branca me contou, que essa ilha é
amaldiçoada por bruxas que ficaram aprisionadas aqui e que nenhum pirata poderá enterrar
seu tesouro sem deixar alguém na ilha.

SALMÃO – Não, não sabíamos disso.

SARDINHA – Então vamos parar por aqui e vamos embora.

SALMÃO – E nossas férias...

MEL – Vocês nunca tiveram, férias?

SALMÃO – O nosso chefe, o Capitão Barbada, não quer.

SARDINHA – E quando ele não quer, não temos férias...

SALMÃO – E o pior é que ele nunca quer...

SARDINHA – E porque ele nunca quer, nunca temos férias. É triste!...

MEL – Puxa, como vocês são complicados!

SALMÃO – É porque nós nunca descansamos...

SARDINHA – Nem nos divertimos. Quer dizer, nos divertimos com outras coisas.

MEL – Pois eu vou falar com ele...

SALMÃO – Não! Não faça isso!

SARDINHA – Ele é muito zangado...

MEL – Que me importa! Depois, eu também estou zangada. Porque eu estava passeando de
férias com o meu pai e vocês nos atacaram. Ei, seu Capitão Barbada!

BARBADA (voltando-se, vê a MEL): O que é quer? Meu melzinho.

MEL –Pois fique sabendo, seu BARBADA de uma figa, que o senhor, com seus dois
piratas de meia tijela, estão estragando as minhas férias.

BARBADA (indignado): Até hoje, ninguém falou comigo desse jeito. Você sabe com
quem está falando?

MEL – Com quem? Por acaso, com o rei Napoleão bafo de leão. (rir)
BARBADA – E vejo que você é um fel em vez de Mel. Para seu governo, menina atrevida,
sou o primo do famoso Capitão Gancho!

MEL – Grande coisa! Pensa que eu tenho medo? O meu pai o Almirante Barba Branca
logo, logo virar me salvar.

BARBADA – Pois ele que venha, que dessa vez o jogarei aos tubarões.

(Barulho das Bruxas novamente com fundo musical, todos ficam assustados, nisso as
duas Bruxas aparecem)

BRUXA MAL – O que pensam que estão fazendo. A caso não sabem que não é permitido
estranhos aqui nessa ilha.

BRUXA VADA – São Piratas, logo estão com algum tesouro, não? (rir)

BRUXA MAL - Mas vejo que tem uma pedra muito preciosa com vocês. (Maquiavélica,
olhando pra menina)

BARBADA – Bruxas eu ordeno que desapareçam antes que eu degole as duas com a minha
espada. (Tirando sua espada)

BRUXA MAL – Vou lhe transformar em... rataplan, plan...

MEL – Calma senhoras bruxas... bruxas...

BRUXA VADA- Mal. (para outra)

BRUXA MAL – Vada. (Riem)

BARBADA (para as duas): Não estou achando graça! Calem-se! (ambas param de rir)
Ou irão sentir o gosto da minha espada perfurando as suas... (Faz gestos mostrando onde
vai ser no bumbum.) Quando percorrerem a minha linda prancha! Até os tubarões. E
vocês dois tratem de cavar!

MEL – Eles não podem cavar.

BRUXA MAL- Isso mesmo eles não podem cavar.

BARBADA - Como assim, eles não podem cavar! (imitando as Bruxas)

BRUXA VADA – Só com uma condição.


BRUXA MAL – Pra quebrar a maldição que nos prende nessa ilha amaldiçoada.

BRUXA VADA – Você agora capitão, terá que enterrar o tesouro na ilha de qualquer jeito,
se não ficarão presos aqui para sempre.

BRUXA MAL – Em troca deixara esse outro tesouro (Pra menina) em nossas mãos. Só
assim ficarão livres para partir.

BARBADA – Jamais, jamais um pirata abandona o seu tesouro. Sei muito bem que querem
a menina para se libertar da maldição que as prendem aqui. Suas bruxas enrugadas e
acabadas.

SALMÃO E SARDINHA – (Gaguejando) Não faça isso Capitão Barbada!!

MEL – É mesmo, não faça isso Capitão.

BARBADA - Ora, peguem a corda vamos amarrar essas bruxas... (Salmão e sardinha
pegam a corda que estava amarrada na menina Mel)

MEL – Não , o senhor pode se arrepender e elas podem fazer algum mal contra vocês.

BARBADA – Deixe de bobagem. (para os piratas) Façam o que eu mandei agora.

SARDINHA – (gaguejando) Agora Salmão. (os dois vão tentar amarrar as bruxas mas
elas lançam um feitiço que acabam todos amarrados)

BRUXA MAL – Corda rá corda ré enrole todos da cabeça ao pé.

BRUXA VADA – Pensavam que podiam nos enfrentar, não é? (gargalhada) Agora vou
transforma-los em pequeninos ratinhos... (Faz menção de feitiço)

BRUXA MAL – Espere, esqueceu da maldição do Mago, não podemos fazer isso. Vamos
soltar só a menina e leva-la para a Torre em cima da montanha esquecida.

BRUXA VADA - Corda rá, corda rá solte só a menina e outros fiquem como está.
(Desenrola do mesmo jeito que amarrou soltando a menina)

MEL – Esta ilha, poderia ser bem melhor se vocês em vez de fazer maldades cuidassem
dela. Vejam, o mar é bem verde... A água é limpinha... Deveriam usar seus poderes para
melhorar o aspecto da ilha.

BRUXA MAL – Cale-se menina, você acha que temos tempo pra isso? Vamos, quando
chegarmos na Torre faremos um feitiço para nos libertar da ilha, e percorrer o mundo e
você será...
AS DUAS – O nosso ingrediente principal. (Gargalhada)

BRUXA VADA – E você capitão Barata...

BARBADA – É Barbada, BAR-BA-DA!!!

BRUXA VADA - Pode enterrar seu tesouro, só depois que o feitiço acabar. Vamos menina.
(Saem, luz só penumbra quase escuro)

SALMÃO - É, eu gosto um bocado de praia...

SARDINHA – E eu de água de coco, mas não vejo nenhum por aqui.

SALMÃO – Já estou com fome, se não tem coco, o que vou comer?

BARBADA - Calem-se idiotas e arrumem um jeito de nos libertar. Temos que pegar a
menina Mel, e dar um jeito naquelas bruxas. Por que ninguém desafia o Capitão Barbada e
sai impune.

SALMÃO – As cordas estão se soltando.

BARBADA – Já escureceu peguem as lanternas. E vamos atrás delas.

SARDINHA –(Apavorado) Não senhor eu não vou sair daqui de jeito nenhum ta muito
escuro.

BARBADA – Deixe de ser medroso e vamos. (Saem por um lado e as bruxas e menina
entram pelo outro)

MEL – Me soltem, vocês vão se arrepender quando o meu pai Almirante Barba Branca
chegar para me salvar.

BRUXA MAL – Pois ele que se atreva que eu o transformo em barba roxa.

MEL – Vocês só pensam em maldade, não tenho culpa se estão aprisionadas nesta ilha.
Alguma coisa vocês fizeram para merecer isso, só colhemos aquilo que plantamos.

BRUXA VADA – Ora menina acha que sabe alguma coisa da vida, nem cresceu o bastante
pra saber como é a vida.

MEL – Eu sei que ela pode ser muito boa do jeitinho que agente sonha, basta fazermos um
pouquinho de boas ações todos os dias e logo, logo quando menos se espera crescemos
cheios de bons frutos.
BRUXA MAL – Que tolice! Pensa que me comove. Vamos ande depressa estamos quase
chegando.

MEL – Espere aí eu estou cansada. E pra que essas vassouras? Vocês são bruxas, não são?
Então porque vocês não voam em vez de caminhar tanto.

BRUXA VADA – Isso é a única coisa que não podemos fazer por causa do maldição do
mago, se voássemos poderíamos sair da ilha. Vamos caminhe garota.

MAL – E essas vassouras são pra você varrer toda a torre.

MEL – Vamos parar um pouco. Eu não agüento, estou muito cansada, com fome e com
sede. Além disso, está muito escuro e estou ficando com medo.

BRUXA MAL – Isso queridinha fique com medo, assim evitará que fuja. (Rir)

MEL – (Ar de cansaço) Vejo que não adiantou nada o meu pedido. Não vou dar mais
nenhum passo ficarei sentada aqui e não sairei enquanto não descansar o bastante.

BRUXA VADA – Está bem menina vou pegar um pouco d’água pra você no poço aqui
perto, mas não tente nenhuma gracinha. (sai)

MEL - E eu tenho escolha com essa outra aqui no meu pé.

BRUXA MAL – Estamos quase chegando. E você menina é tão linda... Eca!!!
Transformará-se em uma... (É cortada por um grito em Off da Bruxa Vada) Vada o que
foi? (sai correndo desesperada em direção da outra. Do outro lado entra os piratas)

BARBADA – Escutaram? Acho que estamos pertos.

SALMÃO – Eu não ouvi nada e você?

SARDINHA – Eu também não.

BARBADA – Psiu! Calem-se... (Outro grito, eles se assustam e correm do lado pro
outro e se separam do capitão) vamos por aqui, acho que é nessa direção. (sai sozinho)

SALMÃO – Capitão Barbada... capitão cadê o senhor.

SARDINHA – Ele sumiu, e agora pra onde vamos?

SALMÃO – Comer alguma coisa!


SARDINHA – Que comer o que! Só pensa nisso, por isso que é desse jeito.

SALMÃO – Fico com fome quando estou com muito medo.

SARDINHA – Então deixe de medo se não você morre de fome nessa ilha que não tem
nada. Vamos por aqui. (saem procurando e acaba se esbarrando de costas na menina,
ambos se assustam.)

SALMÃO – Encontramos a menina Mel.

SARDINHA – Vamos leva-la para o capitão. (A menina tenta fugir, eles a agarram)
Peguei!

MEL – Esperem! Vamos nos perder nessa ilha escura.

SALMÃO – Vamos voltar por onde nós viemos.

SARDINHA – Isso! Foi por ali.

SALMÃO – Não foi por ali. (confusão)

MEL – Calem-se! (grita)

O DOIS – Sim meu capitão! (os dois para e fica olhando pra ela, pausa) Você pareceu
com nosso capitão Barbada.

MEL – É que vocês são muito atrapalhados. Não sei como se tornaram piratas desse jeito.
Acho que deve ter sido milagre ou falta do que fazer, ou foram capturados também, sei lá.

SARDINHA – Nada disso. Conta pra ela Salmão. (com tom de tristeza)

SALMÃO – Quando era criança os meninos caçoavam de mim, não me deixavam em paz
sempre me chamavam daqueles apelidos horríveis que até hoje às vezes os escuto dizerem
– oi bolota! Barriu de vinho! Rolha de poço! Lá vem a Baleia assassina! - E me deixavam
sempre fora das brincadeiras. Eu não tinha amigos.

SARDINHA – Comigo não foi diferente. Me chamavam de orelha do elefante Dumbu,


orelha de papa-figo, orelha de abano, orelhão, topogiju e outros tantos. Isso dói na gente,
machuca. Foi então que encontrei Salmão que não reparava nos defeitos que temos por
passar pela mesma coisa e decidimos juntos um dia fugir de tudo e todos.

SALMÃO – Foi assim que encontramos o capitão Barbada, ancorado com seu navio perto
da praia e resolvemos viajar com ele percorrer esse lido mar azul. Por que ele não ligava
pra nossa aparência e foi assim que nos tornamos piratas.
MEL – Colocar apelidos, isso é muito errado. Devemos gostar das pessoas como elas são e
não como elas aparentam fisicamente. Mas essa escolha de vocês também é errada se
esconder atrás dos seus próprios defeitos e de um pirata que explora vocês o tempo todo.

OS DOIS – Como assim?

MEL – Vocês não descansam. Quem já viu isso trabalhar e não descansar. Se vocês me
ajudarem a sair daqui e encontrar o meu pai, prometo que pedirei a ele que fiquem
trabalhando no seu navio e pague um bom salário e lhe dê férias. (Entram as Bruxas)

BRUXA MAL – Aham! Você esta aí menina, pensei que tinha fugido, mas vejo que tem
companhia de novo.

BRUXA VADA – São aqueles dois piratas atrapalhados, abobados, abestalhados,


amedrontados... (Rir)

BRUXA MAL – Veja Vada, que gordinho tão bolo fofo, dará um ótimo caldeirão de sopa
de banha, pensando bem de osso e banha.

SALMÃO – Eu não dona bruxa, sou cheio de gases, (Peida) viu ! E tenho muito colesterol.

BRUXA VADA – O que?!! Meu querido, não chegamos nessa era moderna desse tal
colesterol, não!

BRUXA MAL – Isso não tem importância, com ou sem esse tal colesterol você ficará
delicioso, ou melhor, os dois. (Rir)

MEL – Parem! Deixe eles em paz. Se não... (O capitão barbada vai chegando por trás
com uma corda)

BRUXA VADA – Se não o que?

BARBADA – (Laça as duas) Peguei, vocês suas bruxas enrugadas e acabas! (começa a
girar com elas)

BRUXA MAL – Nos soltem seu Capitão Barata.

BARBADA – Já disse, Barbada, BAR-BA-DA! (Na confusão os piratas e a menina vão


saindo de fininho) Parem de rodar. (O pirata cai, e as bruxas se soltam da corda e
amarra o pirata que tenta se levantar, mas está tonto. E luz vai voltando aos poucos.)

BRUXA MAL – Seu idiota deixou a menina fugir, e agora não dará mais tempo de irmos
atrás dela.
BRUXA VADA – Porque já está amanhecendo, e não saímos durante o dia por causa da
maldição, seu imbecil.

BARBADA - Não tenho nada haver com a maldição de vocês. Soltem-me que eu vou atrás
dela.

BRUXA MAL – Pensa que somos burras. Se o soltarmos você não voltará mais e o nosso
feitiço não será feito.

BARBADA – Como assim não será feito?

BRUXA VADA – Não temos a menina, mas temos você meu queridinho. MAL...

BRUXA MAL – VADA... (gargalhadas)

BARBADA – Bruxas eu me soltarei e acabarei com as duas. Soltem-me suas... soltem-me...

BRUXA MAL – Vamos antes que amanheça. (Sai puxando o Capitão Barbada, Música,
depois saem todos. Entra Mel e os dois piratas o dia amanheceu e estão no local de
início.)

MEL – Ainda bem que escapamos das bruxas e do Capitão Barbada. Obrigado por terem
me ajudado. (dar um beijo no rosto dos dois, eles ficam sem jeito.)

SALMÃO – Ninguém nunca me beijou.

SARDINHA – Nem a mim! É, mas agora não temos para onde ir, o capitão deve ter sido
aprisionado pelas bruxas. (Entra o Almirante Barba Branca)

ALMIRANTE – Afastem-se dela seus piratas nojentos. Irão sentir a lâmina da minha
espada. Atacar!

MEL – Espere papai, não terá mais lutas.

ALMIRANTE – Não?! E esses piratas aí?

MEL – Eles me ajudaram a fugir do capitão Barbada e das Bruxas Mal e Vada que
acabaram capturando o capitão e eles não tem pra onde ir. Veja o seu tesouro está aqui.
(mostra o baú) Eles podem ir conosco. Pode ser seus marinheiros! Vocês querem?

OS DOIS – Queremos! Chega de maldades.

ALMIRANTE – Então que seja. Temos muito que fazer pela frente. Peguem o Baú.
OS DOIS – E nossas férias?

ALMIRANTE – Férias só daqui a um ano de trabalho. (dar uma risada. Os dois


desmaiam. MÚSICA para o final.)
FIM

Você também pode gostar