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Motricidade © Fundação Técnica e Científica do Desporto

2014, vol. 10, n. 1, pp. 14-26 http://dx.doi.org/10.6063/motricidade.10(1).1517

Análise de jogo no Futebol: Métricas de avaliação do


comportamento coletivo
Match analysis on Football: Metrics to evaluate the collective behavior
Filipe Manuel Clemente,1,2* Micael Santos Couceiro,3,4 Fernando Manuel Martins,1,5
António José Figueiredo,2,6 Rui Sousa Mendes 1
ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE

RESUMO
O jogo de futebol, como realidade complexa, necessita de uma interpretação do comportamento coleti-
vo da equipa. Assim, o presente trabalho objetivou apresentar 4 métricas de avaliação coletiva baseadas
na relação espácio-temporal, procurando identificar diferenças nos comportamentos coletivos nos
momentos com e sem posse de bola. Para o efeito, analisou-se um jogo de futebol de sete do escalão de
formação sub-14. Os resultados evidenciaram diferenças significativas entre os momentos com e sem
posse de bola no que se refere ao espaço ocupado pelas equipas A (F(1, 1506)= 8.31, p= 0.004, η²= 0.005,
Power= 0.82) e B (F(1, 1506)= 37.66, p= 0.001, η²= 0.024, Power= 1.00), às triangulações efetivas entre
jogadores nas equipas A (F(1, 1506)= 1343.89, p= 0.001, η²= 0.472, Power= 1.000) e B (F(1, 1506)= 968.50,
p= 0.001, η²= 0.391; Power= 1.00) e à progressão do centroid nas equipas A (F(1. 1506)= 11.79, p= 0.001,
η²= 0.008, Power= 0.93) e B (F(1, 1506)= 9.43, p= 0.001, η²= 0.006, Power= 0.87). Conclui-se com o
presente trabalho que as métricas de avaliação coletiva possibilitam uma identificação de relações espá-
cio-temporais entre jogadores, identificando uma expansão maior das equipas na situação com posse
de bola, bem como, o avanço do ponto médio da equipa.
Palavras-chave: comportamento coletivo, futebol, análise de jogo, métricas de avaliação

ABSTRACT
In the last few years, the collective analysis in football teams has been focused on their complex reality.
This study aimed to propose 4 collective metrics based on the spatio-temporal relationship, trying to
identify differences between the moments with and without ball possession. A U14 7-a-side football
match was analysed. Significant differences were found between the moments with and without ball
possession regarding the space covered by team A (F(1, 1506)= 8.31, p= 0.004, η²= 0.005, Power= 0.82)
and B (F(1, 1506)= 37.66, p= 0.001, η²= 0.024, Power= 1.00), effective area of play on team A (F(1, 1506)=
1343.89, p= 0.001, η²= 0.472, Power= 1.000) and B (F(1, 1506)= 968.50, p= 0.001, η²= 0.391; Power=
1.00), as well as at centroid position for team A (F(1. 1506)= 11.79, p= 0.001, η²= 0.008, Power= 0.93)
and B (F(1, 1506)= 9.43, p= 0.001, η²= 0.006, Power= 0.87). As a conclusion, it was possible to analyse
the spatio-temporal relationship between teammates, identifying expansion behaviour with ball pos-
session, as well as a centroid progression at the field with the collective metrics selected.
Keywords: collective behavior, football, match analysis, metrics

Artigo recebido a 20.12.2012; 1ª Revisão 19.06.2013; Aceite 31.07.2013


1
Instituto Politécnico de Coimbra, ESEC, DE, Portugal
2
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, Portugal
3
RoboCorp, Instituto Politécnico de Coimbra, ISEC, DEE, Portugal
4
Ingeniarius, Lda., Portugal
5
Instituto de Telecomunicações, Delegação da Covilhã, Portugal
6
CIDAF, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, Portugal
* Autor correspondente: Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, Estádio
Universitário, Pavilhão 3, 3040-156 Coimbra, Portugal; E-mail: filipe.clemente5@gmail.com
Análise de jogo no Futebol | 15

INTRODUÇÃO O centroid baseia-se no cálculo do ponto


Os desportos de equipa caracterizam-se médio ponderado relativamente à distribuição
pela sua realidade dinâmica e complexa resul- de todos os jogadores da equipa (Frencken et
tante da interação permanente entre os seus al., 2011). Recorrendo ao conceito de centroid,
constituintes (Gréhaigne, Godbout, & Bou- o índice de dispersão desenvolve-se a partir da
thier, 1999). Nessa perspetiva, uma das princi- soma das distâncias dos jogadores em relação
pais missões dos técnicos desportivos relacio- ao ponto médio da equipa (Bourbousson et al.,
na-se com a capacidade de sistematizar a 2010). Semelhante conceito é apresentado por
dinâmica funcional da sua equipa, procurando Moura et al (2012) através da métrica de índice
potenciar as relações entre jogadores no senti- de extensão. Quanto à área coberta baseia-se
do de melhorar a performance coletiva (Davids, na determinação das triangulações dos jogado-
Button, & Bennett, 2008). Assim, a análise de res da equipa (excluindo o guarda-redes),
jogo tem vindo a desenvolver o seu potencial computando a soma das áreas das mesmas
integrador no sentido de dotar os treinadores (Frencken et al., 2011). A área efetiva de jogo
de informações pertinentes que fundamentem fundamenta-se na área coberta, mas determi-
as opções de treino e adoção de estratégias de nando um distanciamento máximo entre joga-
jogo (Carling, Williams, & Reilly, 2005). dores na fase defensiva para formar os triângu-
Comummente a análise de jogo tem vindo a los eficazes (Clemente et al., 2013). Refira-se
basear-se na análise notacional de jogo, regis- que as métricas de avaliação do comportamen-
tando as ações técnicas predominantes, bem to coletivo não substituem a análise notacional
como, na análise sequencial procurando anali- e/ou sequencial. No entanto, conseguem men-
sar os comportamentos táticos dos jogadores surar com elevado grau de validade e fiabilida-
(Costa, Garganta, Greco, Mesquita, & Seabra, de o distanciamento dos jogadores no campo,
2010). Ambas as análises são indubitavelmente determinando indiretamente alguns compor-
pertinentes para a constituição de um enten- tamentos de auto-organização incorporados
dimento holístico sobre a realidade do jogo. numa visão integrada dos sistemas dinâmicos
Complementarmente, novos sistemas de (Duarte, Araújo, Correia, & Davids, 2012).
deteção automática de jogadores, que identifi- No futebol, bem como, em modalidades
cam o posicionamento do jogador num plano coletivas existem fatores contextuais como o
cartesiano, têm possibilitado a inspeção cine- resultado de jogo, o local de jogo, a classifica-
mática da ação dos jogadores (Carling, Bloom- ção geral das equipas no campeonato ou o
field, Nelsen, & Reilly, 2008). Apesar de todos estado de posse de bola que determinam a
os sistemas enunciados, novas métricas de alteração de comportamentos técnico-táticos
avaliação complementares aos registos obser- (Lago & Martín, 2007). De entre todos os fato-
vacionais têm surgido nos últimos anos, recor- res possíveis, o estado de posse de bola deter-
rendo aos avanços na deteção automática de mina o comportamento entre jogadores da
jogadores (Bartlett, Button, Robins, Dutt- própria equipa no sentido de se autorregula-
Mazumder, & Kennedy, 2012). rem em função de um objetivo comum. No
De entre as métricas baseadas no posicio- estado de não posse de bola o objetivo dos
namento cartesiano dos jogadores, as mais jogadores passa por se auto-organizarem pro-
utilizadas são: i) centroid (Frencken, Lemmink, curando reduzir espaços possíveis de penetra-
Delleman, & Visscher, 2011); ii) índice de ção e visando a recuperação da bola no menor
dispersão (Bourbousson, Sève, & McGarry, período de tempo possível evitando o ataque
2010); iii) índice de extensão (Moura, Martins, adversário (Costa, Garganta, Greco, & Mesqui-
Anido, Barros, & Cunha, 2012); iv) área cober- ta, 2009). Pelo contrário, no estado de posse de
ta (Okihara et al., 2004); v) área efetiva de jogo bola, o objetivo passa por facultar ao portador
(Clemente, Couceiro, & Martins, 2012). de bola opções para prosseguir o processo
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ofensivo com eficácia, objetivando a finalização ofensivo, bem como, a área efetiva de jogo com
(Castelo, 1996). Apesar da literatura no âmbito o objetivo de analisar a cobertura ofensiva e
da análise notacional e sequencial ter desen- defensiva.
volvido investigações no sentido de identificar Para diferenciar o momento ofensivo e
diferenças de comportamentos técnico-táticos defensivo das equipas, considerar-se-á o estado
a partir do estado de posse de bola (Lago, de posse de bola em cada instante. Será expec-
2009), o facto é que até agora nenhuma métri- tável, considerando os pressupostos de cada
ca de avaliação espácio-temporal considerou princípio de jogo que, na fase defensiva (i.e.,
este fator para a sua análise. De facto, a maio- sem posse de bola), a equipa se aproxime da
ria dos estudos reportados enfatizam o relacio- sua baliza, reduzindo a dispersão no campo e
namento espácio-temporal no âmbito da análi- aumentando a proximidade entre jogadores.
se sistémica, não considerando o estado de Inversamente, no processo ofensivo (i.e., com
posse de bola. Diferenciadamente da análise posse de bola), será expectável a maior apro-
notacional ou observacional, a maioria das ximação da equipa da baliza adversária,
métricas desenvolvidas atualmente no âmbito aumentando a dispersão dos jogadores pelo
da análise de jogo não consideram a posse de terreno de jogo, bem como, a área ocupada.
bola, apenas consideram o posicionamento
bidimensional dos jogadores e analisam os MÉTODO
golos sofridos ou marcados em função de uma Participantes
análise fragmentada do jogo e não contínua ao Analisou-se um jogo oficial de sub-14 refe-
contrário do proposto no presente trabalho. rente à final da competição distrital. Os joga-
Desta forma, não considerando a posse de dores das equipas “A” e “B” foram alvos de
bola, o conhecimento sobre o relacionamento filmagem durante todo o jogo para posterior
espácio-temporal entre jogadores encontra-se rastreamento posicional. O estudo foi conduzi-
ainda em fase de evolução pelo que afigura-se do cumprindo as normas éticas de tratamento
pertinente atualizar algumas métricas compu- de humanos e animais ao abrigo do protocolo
tacionais de análise para propiciar aos técnicos de Helsínquia.
desportivos uma possibilidade de interpretação
sobre as diferenças de comportamento entre os Procedimentos de Recolha de Dados
estados de posse e sem posse de bola ao longo A filmagem do jogo concretizou-se através
do jogo e de forma contínua e não fragmenta- da utilização da câmara de filmagem Gopro
da. Este afigura-se portanto como o caráter Hero com resolução de 1280×960, com capa-
inovador do presente artigo, não se pretendo cidade de processamento de imagem em 30 Hz
fazer uma comparação com os resultados pro- (30 frames por segundo). A câmara foi coloca-
veniente de outros métodos de análise, pois na da num patamar superior, de forma a abranger
realidade, os mesmos não são passíveis de todo o campo sem necessidade de a movimen-
serem comparadas pelas suas diferenças con- tar. O campo foi alvo de calibração, utilizando
textuais de base. marcadores espaciais que possibilitassem a
É a partir desta oportunidade que se pre- compatibilização com métodos de conversão
tende com o presente estudo analisar a organi- posicional.
zação coletiva dos jogadores nos momentos O primeiro passo para a coleta dos dados
com e sem posse de bola, utilizando métricas consistiu na gravação do comportamento dos
de avaliação. Para o efeito utilizar-se-ão os jogadores usando a câmara de filmagem GoPro
métodos de centroid ponderado para verificar a Hero (descrita anteriormente). No estudo da
localização média no terreno de jogo, o índice situação de jogo de 7×7 a câmara de filmagem
de dispersão ponderado e área coberta para foi colocada numa plataforma centrada e eleva-
análise da concentração defensiva e espaço da 10 metros de altura e 5 metros de
Análise de jogo no Futebol | 17

Figura 1. Calibração inicial para extração dos coeficientes DLT com base nas referências reais da Tabela 1

afastamento em relação à linha de fundo do cientes DLT 1 provenientes do mapeamento


campo. Esta centralidade da câmara e conside- entre 19 pontos bidimensionais no espaço
rando que a mesma filma com uma angulação virtual (pixéis) para o espaço físico real
de 180º permitiu capturar todo o espaço de (metros) seguindo a correspondência entre a
prático sem necessidade de alterar o seu posi- Figura 1 e a Tabela 1.
cionamento ao longo do jogo. O espaço de
prática foi calibrado com 19 pontos de identifi- Tabela 1
cação nas linhas conhecidas do campo regula- Correspondência entre espaço virtual (pixéis) representado
mentar. Esses pontos de calibração foram iden- na Figura 1 e espaço físico (metros) para efeitos de calibra-
ção inicial
tificados metricamente a partir do ponto zero
Espaço físico real [metros]
de referência que se encontrava no centro do Ponto
campo de jogo. Desta forma, valores positivos y x

e negativos foram considerados em função do 1 34.15 −52


posicionamento do referencial. No presente 2 34.15 0
estudo, os valores negativos no eixo longitudi- 3 34.15 52
nal (x) referiam-se à metade do campo de jogo 4 20.25 52
mais próxima na filmagem, sendo que a meta- 5 3.75 52
de oposta do campo se referia a valores positi- 6 −3.75 52
vos. Quanto ao eixo lateral (y) os valores nega- 7 −20.25 52
tivos relacionavam-se com a metade do espaço 8 −34.15 52
do lado esquerdo do campo de jogo e os valo- 9 −34.15 0
res positivos referiam-se ao lado direito do
10 −34.15 −52
campo.
11 −20.25 −52
Após a filmagem, o espaço físico foi calibra-
do usando a técnica das transformadas diretas
De seguida, desenvolveu-se um interface
lineares, Direct Linear Transformation (DLT),
gráfico permitindo visualizar uma frame do jogo
consistindo na equivalência proporcional do
a cada segundo. Durante cada frame era exigido
espaço virtual para o espaço físico real (Abdel-
ao utilizador identificar as localizações de
Aziz, & Karara, 1971). Esta calibração baseia-
todos os jogadores e da bola seguindo a abor-
se na identificação dos marcadores do campo
dagem típica do point and click. Essa identifica-
(coordenadas reais) na imagem virtual (coor-
ção correspondia a um ponto na imagem cen-
denadas virtuais) (Fernandes et al., 2010). Para
trado com o posicionamento dos pés dos joga-
efetuar este procedimento recorreu-se ao soft-
dores. Por sua vez, cada ponto no espaço vir-
ware informático MatLab. Numa primeira fase
efetuou-se a calibração com base na primeira
1
O script que permite o cálculo dos coeficientes
frame de cada jogo. O processo de calibração
DLT encontra-se disponível em http://isbweb.
inicial teve como objetivo a extração dos coefi- org/software/movanal/dltfu2d.m
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Figura 2. Centroid da equipa

tido algoritmicamente 2 em função da relação Analisando a progressão no terreno de jogo


entre as coordenadas virtuais e as coordenadas A noção de homogeneidade de relaciona-
reais definidas na Figura 1 e Tabela 1. mento dos jogadores no que se refere ao jogo e
De forma a garantir a fiabilidade da conver- posicionamento da bola é substancialmente
são definiram-se testes de experiência com importante. Para o efeito, considera-se perti-
pontos aleatórios no campo previamente reco- nente analisar o centro médio dos jogadores o
lhidos no campo com coordenadas reais e qual designar-se-á por centroid ponderado
medidos metricamente no espaço. Posterior- (Clemente et al., 2013). Este método permite
mente, na plataforma desenvolvida computa- verificar o “centro de massa ponderado da
cionalmente identificaram-se os pontos de equipa”, i.e., ponderará o posicionamento dos
teste e os resultados permitiram identificar que jogadores em função da bola e atribuirá pesos a
o maior desvio de erro foi de 5 cm em relação cada um dos jogadores, contribuindo assim
às coordenadas reais. Esta margem de 5 cm foi para o cálculo do centroid da equipa (Figura 2).
considerada viável para efetuar o estudo, no A posição the ith jogador é definido por (xi,
sentido em que não comprometia o principal yi). A relevância de cada jogador para o centroid
fundamento do estudo, i.e., identificar o rela- da equipa será ponderado, i.e., wi ponderação,
cionamento espácio-temporal entre jogadores poderá basear-se na distância euclidiana (Cle-
nos momentos com e sem posse de bola. Para mente et al., 2013):
uma descrição detalhada da técnica DLT suge-
re-se a consulta de Woltring e Huiskes (1990). 2
�(xi −xb )2 +�y −y �
i b
wi =1 - (1)
dmax
Desenvolvimento das Métricas de Avaliação
Coletiva
onde (xb, yb) corresponde à posição da bola e
Com a finalidade de desenvolver as métricas
dmax é a distância euclidiana do jogador mais
de análise, optou-se por adaptar algumas parti-
afastado em relação à bola, em cada iteração.
cularidades dos métodos anteriormente estu-
dados (e.g., centroid, índice de dispersão, área
Analisando o princípio da concentração defensiva
coberta e área efetiva de jogo) visando ajustá-
e espaço ofensivo
los aos objetivos de avaliação coletiva.
Os princípios da concentração defensiva e
espaço ofensivo definem-se intrinsecamente
2
O script que permite o remapeamento das coor- como uma relação inversa em função do estado
denadas virtuais em reais, tendo como input os de posse de bola, designando-se de relação
coeficientes DLT, encontra-se disponível em “expansão-contração” (Bartlett et al., 2012).
http://isbweb.org/software/movanal/reconfu2.m
Análise de jogo no Futebol | 19

Uma forma de analisar esta relação será através ou contração em função dos momentos com e
da mensuração da distância entre jogadores da sem posse de bola.
mesma equipa, bem como, da área abrangida No entanto, poderá não ser suficiente a aná-
coletivamente (Moura et al., 2012). Assim, o lise da dispersão. Assim, propõem-se neste
índice de dispersão ponderado possibilita uma artigo a análise da área ocupada pelos jogado-
compreensão da dispersão dos jogadores em res (Figura 3).
torno do seu ponto médio coletivo ponderado A área coberta poderá ser computada atra-
(i.e., centroid) (Clemente et al., 2013): vés da soma das triangulações existentes e
analisadas na área efetiva, resultando assim, no
∑𝑁
𝑖=1 𝑤𝑖 𝑑𝑖 valor da cobertura total do polígono formado
𝑠𝑖𝑛𝑑 = ∑𝑁
(2)
𝑖=1 𝑤𝑖 pela equipa (Moura et al., 2012).

onde di é a distância euclidiana entre o jogador Analisando o potencial de cobertura: Triangula-


i e o centroid da equipa: ções efetivas de jogo
A área efetiva de jogo constitui-se como um
di =�(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )2 + (𝑦𝑖 − 𝑦�)2 (3) método de avaliação baseado nas triangulações
constituídas pelos jogadores da equipa (Cle-
Através do índice de dispersão será possível mente et al., 2012). O futebol é composto por
verificar a maior ou menor dispersão dos joga- múltiplas triangulações que objetivam conferir
dores em função do seu centro, resultando apoio ofensivo ou defensivo ao jogador que
assim, na interpretação sobre a sua expansão intervém de forma direta junto da bola, tanto

Figura 3. Área coberta por cada equipa

Figura 4. Exemplo de constituição de triangulações eficazes


20 | FM Clemente, MS Couceiro, FM Martins, AJ Figueiredo, RM Mendes

como portador da mesma, tanto como defensor Análise Estatística


direto (Lucchesi, 2001). Assim, importa anali- Para a análise estatística dos momentos
sar as triangulações geradas nos momentos com e sem posse de bola, utilizou-se o teste
com e sem posse de bola (Figura 4). No entan- estatístico ANOVA one-way, cumpridos os
to, as triangulações apenas se tornam efetivas pressupostos de normalidade e homogeneidade
se conferirem potencial à ação (Dooley & Titz, da amostra (Maroco, 2010). Adicionalmente,
2011). verificou-se a dimensão do efeito dos resulta-
Exemplificando, uma triangulação defensiva dos estatísticos, bem como, o seu poder (Pal-
apenas se constituirá se os jogadores se mante- lant, 2011). Todo o processo estatístico foi
rem próximos entre si, impedindo a reduzindo concretizado através do software estatístico
as possibilidades de penetração adversária SPSS, para um nível de significância de 5%.
(Trapattoni, 1999). Importa salientar que este
distanciamento é variável em função das pre- RESULTADOS
tensões do treinador, no entanto, alguma lite- Os resultados obtidos comparam o estado
ratura aponta o perímetro máximo de 36 com e sem posse de bola para cada equipa (i.e.,
metros resultante da soma de 12 metros entre A e B). Através de tal procedimento será possí-
cada membro (Dooley & Titz, 2011). Assim, vel comparar os valores entre os estados de
nos momentos em que triangulações ofensivas posse de bola para cada equipa, i.e., preservan-
e defensivas se sobreponham, apenas serão do a essência do modelo comportamental de
consideradas triangulações defensivas eficazes jogo das mesmas (Tabela 2).
as que possuírem um perímetro inferior a 36
metros (Clemente et al., 2012). No caso de não Centroid no eixo do x (baliza-a-baliza)
interceção entre triangulações defensivas e Existem diferenças estatisticamente signifi-
ofensivas todas serão consideradas eficazes. cativas entre os estados de posse de bola na
Para o efeito de análise serão considerados equipa A (F(1, 1506)= 11.79, p= 0.001, η²=
todos os segundos de jogo útil, atendendo 0.008, Power= 0.93) e na equipa B (F(1, 1506)=
sempre à equipa com posse de bola. 9.43, p= 0.001, η²= 0.006; Power= 0.87). Em
Importa enaltecer que as triangulações, per ambos os casos aproximam-se da sua zona
se, não garantem a concretização dos princípios defensiva, no momento sem bola.
táticos de cobertura ofensiva e defensiva. Per-
mite sim, analisar o potencial para o efeito, i.e., Centroid no eixo do y (lateral-a-lateral)
a proximidade entre jogadores na fase defensi- Existem diferenças estatisticamente signifi-
va permitirá uma maior possibilidade de apoiar cativas entre os estados de posse de bola na
o jogador em contenção. equipa A (F(1, 1506)= 19.70, p= 0.001, η²=
0.013, Power= 0.99) e na equipa B (F(1, 1506)=
25.11, p= 0.001, η²= 0.016, Power= 1.00).

Tabela 2
Análise descritiva dos métodos aplicados para a análise do comportamento tático
Posse de Bola Centroid Centroid eixo-y Índice de Área Efetiva
Equipa Área Coberta [m2]
[BP] eixo-x [m] [m] Dispersão [m] de Jogo [m2]

Com BP −0.63 ± 15.93 0.26 ± 10.11 8.19 ± 2.27 3783.65 ± 1489.63 3511.82 ± 930.91
A
Sem BP −3.39 ± 13.92 −2.06 ± 9.48 8.29 ± 2.22 3551.41 ± 1571.74 1023.63 ± 1458.40

Com BP 1.79 ± 14.71 −2.58 ± 8.96 9.01 ± 2.42 4170.17 ± 1818.05 3943.03 ± 1836.41
B
Sem BP 4.27 ± 15.53 −0.22 ± 8.81 8.36 ± 2.68 3589.61 ± 1766.91 1457.72 ± 1261.45
Análise de jogo no Futebol | 21

Índice de Dispersão Utilizando a métrica da área efetiva de jogo,


Existem diferenças estatisticamente signifi- que analisa as triangulações realizadas entre
cativas entre os estados de posse de bola na jogadores (Clemente et al., 2012), bem como o
equipa B (F(1, 1506)= 22.78, p= 0.001, η²= potencial para a cobertura, foi possível consta-
0.015, Power= 1.00). Não existem diferenças tar que no momento defensivo a equipa redu-
estatisticamente significativas entre os estados ziu os espaços interpessoais, ocupando uma
de posse de bola na equipa A (F(1, 1506)= 0.60, área inferior efetiva. Este comportamento
p= 0.441, η²= 0.001, Power= 0.12). poderá relacionar-se com a necessidade de
reduzir os espaços possíveis de penetração e,
Área Coberta sobretudo, formar triangulações defensivas
Existem diferenças estatisticamente signifi- eficazes o que, ao serem cumpridas, irá reduzir
cativas entre momentos com e sem posse de necessariamente o espaço ocupado (Dooley &
bola na equipa A (F(1, 1506)= 8.31, p= 0.004, Titz, 2011). Inversamente, no momento ofen-
η²= 0.005, Power= 0.82) e equipa B (F(1, 1506)= sivo, o maior espaço ocupado poderá relacio-
37.66, p= 0.001, η²= 0.024, Power= 1.00). nar-se com a possibilidade de as triangulações
ofensivas serem mais dispersas considerando o
Área Efetiva de Jogo espaço existente em campo devido ao encur-
Existem diferenças estatisticamente signifi- tamento de distâncias da equipa adversária
cativas entre momentos com e sem posse de (Castelo, 1996).
bola na equipa A (F(1, 1506)= 1343.89, p= 0.001, Esta noção de afastamento ou redução dos
η²= 0.472, Power= 1.00) e B (F(1, 1506)= 968.50, espaços interpessoais poderão ser interpreta-
p= 0.001, η²= 0.391, Power= 1.00). dos considerando a relação contração-expansão
entre as equipas ao longo do jogo (Moura et
DISCUSSÃO al., 2012). Pressupondo que tal facto poderá
O treinador necessita de uma interpretação ser analisado através da dispersão dos jogado-
da realidade da equipa e do seu comportamen- res em torno do seu ponto médio, o índice de
to ao longo do jogo de forma a percecionar os dispersão surge como métrica natural para
pontos de organização e necessidades de avaliar o cumprimento do princípio tático de
melhoria, permitindo transferir esta avaliação concentração defensiva e espaço ofensivo (Bar-
para o treino e reduzir as desregulações com- tlett et al., 2012). Desta forma, através do pre-
portamentais coletivas (Costa et al., 2010). sente trabalho foi possível verificar diferenças
Desta forma, métricas de avaliação coletiva são estatisticamente significativas na equipa B,
uma ferramenta necessariamente importante denotando-se uma maior dispersão entre joga-
para o treinador, auxiliando na sua tomada de dores no momento defensivo e redução da
decisão ao longo do jogo e, fundamentalmente, mesma no momento defensivo. No entanto,
após o jogo (Clemente et al., 2013). esta relação poderá encontrar-se dependente de
Assim, este trabalho propôs-se a apresentar subprincípios da própria equipa, i.e., padrões
métricas de avaliação do comportamento cole- de comportamento próprios e específicos da
tivo baseadas no relacionamento espacial entre equipa (Clemente et al., 2013). Tal facto pode-
jogadores, procurando através dos resultados rá justificar a não diferenciação significativa do
providenciados, analisar diferenças entre os índice de dispersão da equipa A nos momentos
momentos com e sem posse de bola. Conside- defensivos e ofensivos. Assim, desta análise
rando que o estado de posse de bola se relacio- emerge uma margem de trabalho futuro para
na diretamente com os momentos defensivos e que analistas interpretem os resultados aten-
ofensivos (Lago-Peñas & Dellal, 2010), foi dendo às especificidades próprias da equipa.
objetivo do trabalho caracterizar os comporta- Efetivamente, tal já acontece com a análise
mentos coletivos em ambos os momentos. notacional e sequencial, recorrendo a indicado-
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res de posse de bola, número de remates ou Adicionalmente, a conciliação das métricas


número de passes para relacioná-los com ações com indicadores diferenciadores (e.g., resulta-
táticas da equipa (Hughes & Franks, 2004). do do jogo, estado de posse de bola) possibili-
Assim, é compreensível que o centroid no tam uma identificação específica das relações
eixo do y (lateral-a-lateral) apresente tendên- entre membros da equipa em função de cons-
cias diferentes para cada equipa (Frencken et trangimentos distintos.
al., 2011). Este ponto médio ponderado dos
jogadores da equipa (i.e., centroid) representa CONCLUSÕES
uma possibilidade de identificar eventuais O presente trabalhou objetivou apresentar
padrões para a equipa atacar com maior regula- quatro métricas de avaliação coletiva que visam
ridade numa das laterais. Tal facto poderá analisar a relação espacial entre jogadores de
caracterizar a compreensão de como a equipa futebol da mesma equipa. As métricas coletivas
se organiza para a construção ofensiva (Bour- delinearam-se para a identificação dos seguin-
bousson et al., 2010). A reduzida oscilação no tes comportamentos: progressão coletiva; rela-
eixo do x (baliza-a-baliza) em função dos ção expansão-contração; e triangulações efeti-
momentos ofensivos e defensivos, poderá indi- vas entre jogadores. Considerando os momen-
car a capacidade de a equipa manter uma preo- tos com e sem posse de bola, foi possível veri-
cupação permanente em preparar os estados de ficar que as equipas na fase ofensiva avançam o
transição defensiva ou ofensiva (Castelo, seu centroid no campo, aproximando-se da bali-
1996). No entanto, tais evidências apenas za adversária. Foi igualmente possível verificar
poderão ser confirmadas recorrendo a métodos que as equipas aumentaram a sua dispersão
complementares, tais como a análise sequen- nos momentos ofensivos e reduziram o espaço
cial (Costa et al., 2010). No fundo, pretende-se entre jogadores nos momentos sem posse de
enfatizar que apesar do grande potencial das bola. Quanto à área efetiva de jogo foi possível
métricas de avaliação coletiva, o presente verificar uma maior ocupação nos momentos
desenvolvimento tecnológico ainda não possi- com bola. Em suma, o presente trabalho
bilita identificar determinados comportamen- demonstrou as potencialidades das métricas de
tos específicos apenas analisados através de avaliação coletiva para a análise de jogo no
métodos observacionais. De facto, estudos futebol, possibilitando um complemento à
futuros deverão conciliar diferentes métodos regular análise notacional e sequencial.
de análise, possibilitando um sistema integra-
do de informação quantitativa e qualitativa que IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
potenciem a interpretação dos comportamen- As métricas analisadas no presente artigo
tos individuais e coletivos. poderão servir como um contributo de infor-
Apesar do exposto, poder-se-á enfatizar a mação para os técnicos desportivos, bem como,
pertinência das presentes métricas para o para o conhecimento científico na área de
conhecimento científico na análise de jogo. estudo da análise de jogo (Clemente et al.,
Comparativamente com outros métodos de 2013). De facto, as limitações inerentes aos
análise (notacional e sequencial), as métricas registos observacionais (e.g., análise notacional
de avaliação coletiva permitem uma identifica- e modelos observacionais), apesar de reconhe-
ção automática e exata da relação espácio- cidamente úteis e pertinentes para a análise de
temporal entre jogadores, garantindo, assim, jogo, não possibilitam o reconhecimento
um instrumento de análise direta ou pós-jogo automatizado e computorizado de relações
(dependente do tipo de tracking utilizado). No espácio-temporais entre jogadores. Consequen-
fundo, constitui-se como um potencial de temente, a adoção de métricas computacionais
informação célere e fiável de interpretação da possibilitam um maior contributo das Ciências
relação entre jogadores ao longo do tempo. Exatas no campo das Ciências do Desporto,
Análise de jogo no Futebol | 23

Figura 5. Duas situações de ataque da equipa que defende a baliza do lado esquerdo

conferindo-lhe um valor acrescentado no âmbi- Uma possível interpretação das duas situa-
to científico e aplicado. ções de jogo poderá relacionar-se imediata-
Face à complexidade e potencialidade das mente com o alinhamento e proximidade dos
métricas apresentadas neste artigo considera- centroids ponderados (representados pelo ponto
se pertinente apresentar alguns exemplos prá- central das circunferências). De facto, é possí-
ticos expostos na Figura 5. Nesta figura, os vel identificar que na situação a), o centroid
triângulos não preenchidos representam as ponderado da equipa B (a defender a baliza da
triangulações não-efetivas, os triângulos preen- direita na figura) encontra-se mais localizado
chidos com tonalidade cinza menos escura no centro de terreno e não orientado longitu-
representam as triangulações efetivas da equi- dinalmente em função do centroid ponderado
pa A (nesta situação em posse de bola), sendo adversário (equipa A) com posse de bola. No
os mais escuros referentes à equipa B (nesta entanto, existe um maior espaçamento (distân-
situação sem posse de bola). Ainda na figura é cia longitudinal) entre centroids ponderados,
possível verificar duas circunferências que i.e., indicando que a equipa em fase ofensiva
representam individualmente o centroid ponde- encontrar-se-ia em construção do momento
rado e o índice dispersão ponderado sendo ofensivo e com o bloco ofensivo recuado. Na
que, quanto maior a circunferência, maior será situação b) os centroids ponderados encontram-
a dispersão da equipa. Quanto ao centroid pon- se deslocados para a região direita da equipa B
derado é representado pelo ponto central da em fase defensiva. Neste caso, a proximidade
circunferência. dos centroids ponderados das equipas poder-se-
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á associar à maior proximidade entre os blocos sobre a não constituição regular de triangula-
ofensivo e defensivo. Ao longo do jogo, a exis- ções efetivas, principalmente, entre os jogado-
tência de situações de ultrapassagem regular res com maior preponderância na fase defensi-
do centroid ponderado atacante sobre o defensi- va. Por exemplo, no caso da triangulação dos
vo poderá indiciar um nível elevado de perigo jogadores do meio-campo, a não proximidade
para a equipa em fase defensiva. De facto, entre os jogadores poderá resultar no não
estudos recentes indicam que esta situação de cumprimento de princípios de jogo como a
ultrapassagem do centroid ofensivo sobre o cobertura defensiva, reduzindo as possibilida-
defensivo encontra-se significativamente rela- des de eficácia da intervenção defensiva.
cionado com os golos sofridos em jogadas cor- Assim, esta métrica possui o potencial de aler-
ridas (Frencken et al., 2011). tar os analistas para sucessivos afastamentos
No que se refere à dispersão dos jogadores interpessoais que possam comprometer o
sobre o centroid ponderado é possível identificar sucesso do bloco defensivo.
a relação expansão-contração relatada na litera- A análise das implicações práticas procura
tura (e.g., Moura et al., 2012). De facto, identi- não só justificar a pertinência e diferenciação
fica-se graficamente o aumento da dispersão da das métricas propostas no presente artigo, mas
equipa A em fase ofensiva relativamente à também, enfatizar o potencial prático das
equipa em fase defensiva. No entanto, even- mesmas no âmbito do treino desportivo. Utili-
tuais dispersões exageradas em situações zando tais ferramentas, serão possibilitados
defensivas poderão indiciar o incremento das aos treinadores e analistas sistemas inteligen-
possibilidades de penetração da equipa em tes que reconhecem padrões de comportamen-
posse de bola. Assim, o índice de dispersão tos desviantes em função do comportamento
ponderado possibilitará, para além da identifi- tipo da própria equipa, alertando os observado-
cação da dispersão entre jogadores, a utilização res para eventuais necessidades de correção.
de um identificador automático da dispersão Adicionalmente, o facto de serem sistemas que
fora de parâmetro normais (próprios da equi- apenas dependem do rastreamento automático,
pa). Este sistema de alerta informará os analis- poderão servir de plataformas online de traba-
tas sobre situações sucessivas de dispersão lho bastando para tal conectar as informações
exagerada na fase defensiva que poderá com- das coordenadas posicionais dos jogadores com
prometer a concentração defensiva e, por con- os algoritmos associados às métricas de avalia-
seguinte, permitir penetrações ofensivas e ção coletiva. Esta informação automática pode-
exposição ao perigo. rá ser vital para uma maior celeridade na iden-
Culminando a análise das implicações práti- tificação de eventuais relacionamentos espácio-
cas das presentes métricas é possível identifi- temporais entre jogadores, nomeadamente,
car nas figuras 5 a) e b) que a equipa B (em para observadores com menor experiência na
estado defensivo) reduz o número de triangu- perceção de comportamentos coletivos.
lações defensivas efetivas na figura 5 b). Esta
redução das triangulações defensivas efetivas Agradecimentos:
(e consequentemente da área efetiva) indica Nada a declarar.
um aumento do espaço entre jogadores que
potenciará o aumento da exploração dos seus
espaços intersectoriais por parte da equipa Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
adversária com bola. É baseado no conceito da
área efetiva (dependente das triangulações
efetivas) que, à semelhança do proposto para o
Financiamento:
índice de dispersão, se poderão desenvolver Nada a declarar.
sistemas automáticos de alarme, informando
Análise de jogo no Futebol | 25

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