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Redes de campo (Fieldbus)

1. Redes de campo

As redes de campo são sistemas de comunicação industrial que usam uma ampla
variedades de meios físicos.

As redes de campo têm a sua origem nos finais dos anos 60, na altura do domínio da
instrumentação nuclear, com o standard CAMAC (Computer Automated Measurement
and Control) e no início dos anos 70, nas aplicações aeronáuticas e aeroespaciais, com
o standard MIL-STD-1553 (Military Standard). No entanto, foi a área da automação
industrial a responsável pela maior parte dos desenvolvimentos das redes de campo.

1.1. Característica das redes de campo

 Devem haver vários instrumentos suportados pelo mesmo cabo de rede;


 Os cabos de rede deverão servir simultaneamente para efectuar a alimentação
dos instrumentos e para a transmissão da informação;
 Não deverá haver equipamento intermediário entre a operação e o campo.
 Os sinais na rede devem ser exclusivamente digitais;
 A comunicação deverá ser bidireccional;
 O sistema deverá poder funcionar mesmo na situação anómala de não ter o
sistema de operação a funcionar.

1.2. Tipos de redes de campo

Existem 5 tipos de redes de campos, mas para esse trabalho focaremo-nós apenas
num tipo de rede que é rede Fieldbus.

 Fieldbus Foundation
 Asi - actuador sensor interface

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 Devicenet
 Profibus
 Hart

1.2.1. Redes de campo ‘Fieldbus’

As redes de campo, ‘Fieldbus’ é um sistema de comunicação digital bidireccional, que


interliga equipamentos inteligentes de campo com o sistema de controle ou com
equipamentos localizados na sala de controle, ou por outra são redes locais de
comunicação, bidireccionais, projectadas e utilizadas para interligar entre se
instrumentação industrial de medida, dispositivos de controlo e sistemas de operação
industriais. Como mostra a figura abaixo:

Figura: Rede Fieldbus


Fonte: serviço nacional de aprendizagem industrial. br./ prof. Álvaro

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Redes de campo (Fieldbus)

O termo Fieldbus refere-se a um protocolo de comunicaçõe digital, bidirecional usado


para comunicações entre instrumentos de campo e sistema de controle em processo,
manufatura.
Cada dispositivo de campo pode possuir uma "inteligência" (microprocessador), o que
o torna capaz de executar funções simples em si mesmo, tais como:
 Diagnóstico,
 Controle
 Funções de manutenção,
 Possibilitar a comunicação entre dispositivos de campo (não apenas entre o
engenheiro e o dispositivo de campo).
Em outras palavras, o fieldbus veio para substituir o controle centralizado pelo
distribuidor.

1.2.2. Vantagens das redes de campo fieldbus

 Redução no custo de fiação, instalação, operação e manutenção de plantas


industriais;
 Informação imediata sobre diagnóstico de falhas nos equipamentos de campo.
Os problemas podem ser detectados antes deles se tornarem sérios, reduzindo
assim o tempo de inactividade da planta;
 Aumento da robustez do sistema, visto que dados digitais são mais confiáveis
que analógicos;
 Melhoria na precisão do sistema de controle, visto que conversões D/A e A/D
não são mais necessárias. Consequentemente a eficiência da planta será
aperfeiçoada;
 Uma das grandes vantagens dessa rede é a redução do número de cabos do
controlador aos instrumentos de campo. Apenas um par de fios é suficiente para
a interligação de uma rede fieldbus
 O cabo usado no Fieldbus possui função dupla: fornecer energia eléctrica para
todos os dispositivos e transmitir dados pela rede.

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1.2.3. Desvantagens das redes de campo fieldbus


 Falta de consistência de dados e de senso de tempo entre os dispositivos de
uma rede;
 A vulnerabilidade a falha nos barramentos;
 Uma vez que o único canal de comunicação é compartilhado por todos
dispositivos e deve ser utilizado tanto para transmissão de variáveis críticas de
processo como de informações de baixas prioridades e de monitoramento.

1.2.4. Características das redes de campo fieldbus

 Comunicação bidirecional, permitindo configuração e calibração dos dispositivos;


 Integração com diversos fabricantes;
 Normalmente possível conexão com até 1 centena de dispositivos;
 Integração do controlador ao sistema de actuação do equipamento;
 Cabo Par-trançado com 2 fios e uma blindagem, trafegando sinal e alimentação;
 Até 32 dispositivos sem alimentação e 12 com alimentação;
 Velocidades de 31,25 Kbits / s;
 Máxima distância de 1900 m conforme número de dispositivos;
 Permite várias topologias;
 Interoperabilidade (fabricantes diferentes), ou seja, a possibilidade de os
instrumentos de um fabricante poderem ser substituídos por outro de qualquer
fabricante, com conservação de todas as características funcionais.

1.2.5. Estrutura do Protocolo Foundation Fieldbus

A estrutura do Foundation Fieldbus consiste de três partes:


 Camada Física
 Pilha de Comunicação
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 Aplicação do Usuário

1.2.5.1. Descrição de cada estrutura

Camada Física

A camada física é definida por padrões aprovados pela IEC e pela (ISA-- International
Society for Measurement and Control). A camada física recebe mensagens da pilha de
comunicação e as converte em sinais físicos para transmissões fieldbus. Esta tarefa de
conversão inclui adicionar e remover preâmbulos, O preâmbulo é usado pelo receptor
para sincronizar seu clock interno com os sinais fieldbus que estão chegando.

Pilha de Comunicação

Nesta secção descreveremos a operação das camadas DLL, FAS e FMS da pilha de
Comunicação DLL (Data Link Layer), a camada DLL controla as transmissões de todas
as mensagens no fieldbus. O acesso ao barramento é controlado por uma agendador
de barramento centralizado e determinístico denominado LAS (Link Active Scheculer).
A transmissão de dados no fieldbus ocorre de maneira cíclica, vale dizer, dentro de um
intervalo pré-definido de tempo (ciclo) os dispositivos terão um período de tempo para
transmitir seus dados.
Aplicação de usuário:

Esta camada interage com o usuário do serviço fieldbus de modo a prover todas as
funcionalidades fornecidas por esta tecnologia. Da interacção com o usuário do serviço,
a camada de aplicação de usuário se comunica com as camadas inferiores para prover
os serviços solicitados, desde que os mesmos estejam previstos na especificação do
protocolo.

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O Fieldbus Foundation definiu um padrão para a camada de aplicação de usuário


baseada em blocos, onde estes blocos são representações dos diferentes tipos de
funções de aplicação. Esta camada se utiliza três tipos de blocos:
 Bloco de Recursos (Resource Block): descreve as características dos
dispositivos fieldbus, tais como o nome do dispositivo, fabricante e numero
serial.
 Bloco de Função (Function Block): fornece o funcionamento do sistema de
controle.
 Bloco de transformação (Tranducer Block): desassocia do bloco de função as
funções de entrada e saída local requeridas para leitura de sensores e dos
comandos saída de hardware.

1.2.6. A rede Fieldbus Foundation é composta por:

 Transmissores de: Pressão; vazão; temperatura e nível


 Instrumentação analítica
 Cartões de Interface para PLC’s
As redes fieldbus são utilizada principalmente em automação de processos com
controle complexo, onde trafega dados no formato de pacotes de mensagens a rede
fieldbus interliga os equipamentos de I/O mais inteligentes e pode cobrir distâncias
maiores Os equipamentos acoplados à rede possuem inteligência para desempenhar
funções específicas de controle.

1.2.7. Os principais elementos na rede fieldbus são:

 A fonte de alimentação;
 O módulo condicionador de potência;
 O terminador de barramento.

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A fonte de alimentação é um equipamento de segurança não-intrínsica com uma


entrada AC universal e uma saída de 24Vdc, isolada, com protecção contra
sobrecorrente e curto-circuito,

O módulo condicionador de potência é um equipamento de controle de impedância


activo, não isolado, de acordo com o padrão IEC 1158-2. Este equipamento apresenta
uma impedância de saída que, em paralelo com os dois terminadores de barramento
(um resistor de 100ohms em série com um capacitor de 1μF) atendendo ao padrão,
resulta em uma impedância de linha puramente resistiva para uma ampla faixa de
frequência. Estes módulos não podem ser utilizados em áreas que exigem
especificações de segurança intrínseca

O terminador de barramento é um elemento passivo formado por um resistor de 100


ohms em série com um capacitor de 1μF acondicionado em um invólucro vedado

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