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DEBRET – NEOCLASSICISMO E A ESCRAVIDÃO

44/45 – Leitura sobre Debret como documentarista.

Mas como esses artistas – incluindo-se aí também Debret –, com raríssimas exceções, foram sempre
apreciados como documentaristas, a análise do aspecto propriamente estético de suas obras ficaram
à margem, e a ênfase nas cenas e nos objetos representados colocou-os num pé de igualdade pouco
esclarecedor. Serviam de material a etnólogos, historiadores e antropólogos, sem que os próprios
merecessem uma análise adequada.

59 – Sem muitas alternativas, Debret passa a

se envolver na decoração das festas reais.

64 – A verdade é que Debret parecia querer ocupar todos os espaços…

…para a aclamação de D João VI.

69 – Interesse pela escravidão ao artista neoclássico.

Mas dentre todos os aspectos da vida fluminense, o que certamente mais a diferenciava de uma
cidade europeia era a existência generalizada da escravidão. De um total de 79.321 pessoas,
45,6%, trabalhavam como escravos no Rio de Janeiro. John Luccock, que aqui viveu entre 1808 e
1818, relata que quase todos os serviços urbanos eram executados por escravos, e que ‘[…] a um
estrangeiro que acontecesse atravessa a cidade pelo meio do dia quase que poderia supor-se
transplantado para o coração da África’. O próprio Debret assinalava que ‘tudo se assenta, pois,
nesse país, no escravo negro; na roça ele rega com o seu suor as plantações do agricultor ; na cidade
o comerciante fá-lo carregar pesados fardos; se pertence ao capitalista é como operário ou na
qualidade de moço de recados que aumenta a venda do senhor’.

71 – Modelos morais.

Onde encontrar virtudes exemplares numa sociedade toda assentada no trabalho escravo, a não ser
por um inaceitável falseamento? E o que pensar dos corpos maltratados circunscritos por uma linha
elegante, a transformá-los em romanos idealizados? Tampouco a cidade do Rio de Janeiro poderia
fornecer uma ambiente propício para a elaboração de um cenário restaurador das virtudes da cidade
antiga.

72 – Natureza do desenho como retrato as dilemas brasileiros.

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