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RURAIS DO BRASIL
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dade de que o “agronegócio” é o melhor (e o pior) espelho altera por exemplo, os pesqui-
sadores que se dedicam
estruturas sociais de poder, de apropriação de espaços de vida, aos estudos dos sistemas
religiosos de tradição
trabalho e produção. Altera – às vezes depressa demais – espaços, afro-brasileira e, em es-
terras, territórios, cenários, tempos e paisagens. Movida pelo pe- pecial, o candomblé, ou
do catolicismo popular,
so do capital, pela racionalidade capitalista e por uma tecnologia em geral “desestorificam”
o seu olhar e aprofundam
industrializada que em poucos meses transforma biomas de cer- muito uma etnografia de
mitos, símbolos e sig-
rado no norte de Minas em milhares de alqueires do deserto ver- nificados profundos. Já
de dos eucaliptais e que faz os círculos de plantio de soja em la- aqueles que investigam o
protestantismo ou a Igre-
vouras irrigadas chegarem até nas portas de Brasília, além de ja Católica, como uma
instituição social com-
alterar a vida de paisagens e de pessoas, das beiras do Chuí às do plexa, “desculturalizam”
o olhar e se dedicam a
Oiapoque. questões sociopolíticas
Por toda a parte estamos envolvidos com novos termos en- relacionadas a organiza-
ções formais da Igreja, a
tre a terra e o trabalho, novos conflitos, ou o aguçar dos velhos situações de conflito e
a relações de poder.
conflitos entre antigos e novos personagens rurais ou “no cam-
po”. Uma racionalidade centrada no lucro, na competência espe-
cializada e na competição legitimada como uma forma quase úni-
ca de realização do “progresso” quebra o que resta ainda de visões
e vivências tradicionais de tempo-espaço rural e de modos de vi-
da a que se aferram ainda os índios e os camponeses.
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