08/10/2017 Computação entra em uma nova era

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Ciência+Tecnologia

Computação entra em uma

nova era
Golfinhos prestativos estão
ameaçados
POR DOUG CLARK

Uma grande mudança no

treinamento robótico
POR CADE METZ

A busca pela razão no caos da

natureza
POR HENRY FOUNTAIN

Multimídia

O computador está evoluindo outra vez, levando os cientistas a buscar parâmetros na biologia (Minh Uong/The
New York Times)  

POR CADE METZ SAN FRANCISCO — Temos a expectativa de que

OUTUBRO 3, 2017 nossos computadores falem conosco, reconheçam todo
tipo de coisa, identificando a diferença entre um rosto e
uma flor, e também que assumam em breve o volante.
Toda essa inteligência artificial exige um imenso poder CIÊNCIA+TECNOLOGIA
de processamento, testando os limites das máquinas As coisas que o iPhone ajudou a destruir
modernas.

Agora, as empresas de tecnologia estão buscando ideias

na biologia para responder a essas demandas. Estão
repensando a própria natureza dos computadores e
construindo máquinas mais parecidas com o cérebro
humano, com um tronco encefálico supervisionando o
sistema nervoso e delegando determinadas tarefas,
como escutar e enxergar, para o córtex ao seu redor.
CIÊNCIA+TECNOLOGIA
Essa migração para outro tipo de máquina também Meu voo (surpreendentemente calmo)
através do furacão Irma
pode diminuir o poder da Intel, gigante do
desenvolvimento e manufatura de chips, e reformar a
indústria de semicondutores que movimenta US$ 445
bilhões ao ano e está no coração de todas as principais Mais em International Weekly
tecnologias, desde as centrais de dados de abastecem a
TENDÊNCIAS MUNDIAIS
internet até o iPhone.
China usa leis para calar os
críticos no exterior
“A abordagem existente perdeu o gás, e as pessoas
tentam agora reinventar a arquitetura do sistema”,
ESTILO DE VIDA
disse John Hennessy, que escreveu um importante livro
a respeito do design para computadores nos anos 1990 e Entre a cozinha e a política
internacional
é membro do conselho da Alphabet empresa que é
http://internacional.estadao.com.br/nytiw?url=/estadao/story/content/view/full/73429 1/4
08/10/2017 Computação entra em uma nova era
é membro do conselho da Alphabet, empresa que é
dona do Google. DINHEIRO+NEGÓCIOS

Foxconn luta para expandir

Durante meio século, os fabricantes de computadores
modelo de sucesso
construíram sistemas em torno de um chip capaz de
todas as funções (a unidade de processamento central, BUSCA
CPU) desenvolvido por uma empresa como a Intel, uma
das maiores fabricantes de semicondutores. Agora,
Seções
máquinas mais novas estão dividindo o trabalho em
pedaços menores para distribuí-los por vastos TENDÊNCIAS MUNDIAIS ARTE+DESIGN

conjuntos de chips especializados e mais simples que OPINIÃO+COMENTÁRIO ESTILO DE VIDA

consomem menos energia. DINHEIRO+NEGÓCIOS MULTIMÍDIA
CIÊNCIA+TECNOLOGIA
As mudanças dentro das gigantescas centrais de dados
do Google são uma amostra do que está por vir. Dentro Sobre
da maioria dos servidores do Google, ainda há um O New York Times International Weekly é produzido em
processador central. Mas há também enormes bancos parceria com Estadão Jornal Digital.
de chips trabalhando com eles, rodando os algoritmos MAIS
que cuidam do reconhecimento vocal e outras formas
de inteligência artificial.
Fale conosco
Empresas como Google, Apple e Samsung vão construir nytweekly@nytimes.com
celulares com chips especializados para IA. A Microsoft
está criando um chip para um visor de realidade © 2017 THE NEW YORK TIMES COMPANY

aumentada. E os carros autônomos vão precisar de

chips parecidos.

Essa tendência de criação de chips especializados e

uma nova arquitetura de computador podem levar a
uma “explosão cambriana” na inteligência artificial,
disse Gill Pratt, que trabalha no desenvolvimento de
carros autônomos na Toyota. Segundo ele, as máquinas
que distribuem a computação entre um grande número
de pequenos chips de baixo consumo de energia podem
funcionar de modo mais parecido com o cérebro, que
usa de maneira eficiente a energia que está à
disposição. “No cérebro, a eficiência energética é a
chave”, explicou.

No segundo semestre de 2016, uma equipe de

pesquisadores da Microsoft construiu uma rede neural
capaz de reconhecer palavras faladas com mais
precisão que o ser humano médio.

Xuedong Huang, especialista em reconhecimento da

fala, e outros colegas de pesquisa da Microsoft
treinaram seu serviço de reconhecimento vocal usando
chips especializados fornecidos pela Nvidia, em vez de
depender dos chips da Intel. Tal revolução não teria
sido possível sem essa mudança.

Como os sistemas que empregam redes neurais podem

aprender basicamente sozinhos, eles evoluem mais
rapidamente que os serviços tradicionais. Não
dependem tanto de engenheiros que programam
intermináveis linhas de código explicando como deve
ser seu comportamento.

As principais empresas de tecnologia estão agora

treinando suas redes neurais com a ajuda de uma
unidade de processamento gráfico, ou GPU. Esses chips
de baixo consumo elétrico podem processar os cálculos
necessários para as redes neurais de maneira muito
mais eficiente que as CPUs.
INTERNACIONAL NYTIW 
O Google construiu seu próprio chip especializado, a
Unidade de Processamento de Tensor, ou TPU. A
Nvidia trabalha num chip parecido. E a Microsoft
reprogramou os chips da Altera, comprada pela Intel,

http://internacional.estadao.com.br/nytiw?url=/estadao/story/content/view/full/73429 2/4
08/10/2017 Computação entra em uma nova era
para também poder usar com mais facilidade as redes
neurais.

A esperança é que novos chips possam ajudar os

dispositivos a trabalhar com mais tarefas
independentemente: celulares capazes de reconhecer
comandos de voz sem acessar a internet, carros
autônomos reconhecendo o mundo ao seu redor com
uma precisão que ainda não é possível.

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