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SÃO PAULO – SP
Editora Instituto Água Sustentável
Julho/2018
COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO BRASIL
VOLUME 3: REGIÃO CENTRO-OESTE
1ª Edição
COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO BRASIL
VOLUME 3: REGIÃO CENTRO-OESTE
SÃO PAULO – SP
Editora Instituto Água Sustentável
Julho/2018
Autores: Luciana Cordeiro de Souza Fernandes e Everton de Oliveira
_________________________________________
SOUZA-FERNANDES, Luciana Cordeiro de. OLIVEIRA, Everton
de. (Organizadores)
ISBN: 978-85-94189-12-7
1.Legislação Ambiental.
2. Águas subterrâneas
CDD -
1
Everton de Oliveira
2
AGRADECIMENTOS
Todo trabalho para ter êxito precisa de uma equipe e da colaboração de mãos
amigas:
À HIDROPLAN, nas pessoas dos seus sócios, por prover recursos para o
patrocínio dos trabalhos técnicos executados na diagramação e divulgação
desta Coletânea.
À Reitoria da Unicamp que apoiou este projeto chancelando o resultado final com
as inserções da logomarca UNICAMP, do IG e da FCA neste trabalho.
3
PRÓLOGO
4
Assim, de forma didática, apresentamos as leis das 27 UF, em 5 volumes
compreendendo as cinco regiões geográficas brasileiras, e, ao final, pudemos
perceber o quão desprotegidos estão nossos aquíferos em algumas localidades,
o quão necessário se faz integrar a gestão da água superficial à subterrânea, e
uma gestão adequada do solo para proteção dos aquíferos, mananciais
subterrâneos presentes em quase todo o território do país.
Desejamos que este material seja útil aos diversos profissionais da área,
e que esta publicização da informação de forma organizada, alcance a finalidade
da lei: oferecer proteção às águas subterrâneas do Brasil.
Luciana e Everton
5
PREFÁCIO
1 Kritik der reinen Vernunf, 1ª ed. (1781), p. 832 – apud Claus-Wilhelm CANARIS, Pensamento
sistemático e conceito de sistema na ciência do Direito, trad. port. de Antonio Menezes Cordeiro,
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989, p. 10.
2 Noberto BOBBIO, Teoria dell´Ordinamento Giuridico, Turim: G. Giappichelli Editore, 1960, p.
74 e ss.
3 Fabio Siebeneichler de ANDRADE, Da codificação – crônica de um conceito, Porto Alegre:
Livraria do Advogado Editora, 1997, p. 30. “O vocábulo código especializou-se como nome
de uma nova forma jurídico-organizatória concreta destinada a criar uma equilibrada ordem
de convivência encorajada pela afirmação do pensamento racionalista” (Mário Reis
MARQUES, Codificação e paradigmas da modernidade, Coimbra: Coimbra Editora, 2003, p. 5).
6
Além disso, apesar de vivermos época em que as informações estão
mais disponíveis, e até são excessivas, causando estresse, não é incomum que
a informação da qual se precisa é aquela que não sabemos que existe ou é a
que não se encontra disponível. Há normas que parecem se esconder. Esta
situação nos faz lembrar conhecido texto de Graciliano Ramos.
Este famoso escritor exerceu –- de forma dedicada e íntegra -- o cargo
de Prefeito do Município de Palmeira dos Índios, e, com a maestria de sua pena,
cumpriu a tarefa que, a princípio, seria apenas burocrática: elaborou famosos
Relatórios:
7
inutilizar para o uso ordinário, a água de poço ou fonte alheia, a elas
preexistentes” (art. 584).
O Código de Águas de 1934, que revogou os dispositivos dedicados às
águas do Código Civil, foi mais incisivo: “O dono de qualquer terreno poderá
apropriar-se por meio de poços, galerias, etc, das águas que existam debaixo da
superfície de seu prédio (...)” (art. 96), prevendo também condicionantes, como
a para evitar que o aproveitamento de águas subterrâneas prejudique ou diminua
as águas públicas, ou inutilize o uso ordinário da água alheia, aos moldes da
mencionada previsão do Código Civil de 1916.
Com a Constituição de 1988, os recursos hídricos foram todos
estatizados, sendo do domínio da União ou dos Estados.5 Importante entender
que recurso hídrico se distingue de água. O recurso hídrico é perene, alimentado
por correntes ou fontes de água, o que não acontece com a água que, muitas
vezes, foi dele extraída. Por isso que se inserem nos conceitos de recursos
hídricos os rios, lagos e as águas subterrâneas, mas não os integra a água que
compõe o corpo de uma pessoa ou, ainda, a água de lagos ou reservatórios
“situados e cercados por um só prédio particular que não sejam alimentados por
correntes públicas”.6
Em especial, a Constituição de 1988 atribuiu ao domínio dos Estados-
membros ou do Distrito Federal as águas subterrâneas (art. 26). Evidente que
as águas subterrâneas podem integrar aquíferos que se situam até para além
das divisas de um Estado, ou mesmo das fronteiras do país, mas o legislador
constitucional foi expresso em atribuir o seu domínio aos Estados-membros ou
ao Distrito Federal. Por mais estranho que possa parecer.
Disso deriva que a legislação sobre as águas subterrâneas é complexa,
porque deve atender as normas gerais fixadas pela Lei federal nº 9.433, de 8 de
5 Apesar de ser entendimento pacífico entre todos os que atuam na área ambiental e de recursos
hídricos, importante dizer que a atribuição do domínio dos recursos hídricos, pela Constituição
Federal de 1988, à União ou aos Estados ainda não foi bem compreendida por uma parte da
doutrina. Veja-se o caso de Marçal JUSTEN FILHO, que defende a existência de rios municipais no
Parecer que emitiu sobre o Projeto de Lei nº 5.296, de 2005, o qual deu origem à Lei federal nº
11.445, de 5 de janeiro de 2007 – Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB), parecer publicado
na Revista Jurídica da Presidência da República, vol. 7, nº 72 (2005), acessível em
https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/issue/view/50/showToc (acesso em
30.3.2018), o trecho em que se defende a existência dos rios municipais se encontra na página 24
do Parecer.
6 Celso Antonio Bandeira de MELLO, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., S. Paulo: Malheiros,
2011, p. 926.
8
janeiro de 1997 – Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos e, ainda, a
disciplina específica, estabelecida por lei estadual.7
Pela importância da matéria, pode ocorrer que também na Constituição
Estadual existam dispositivos sobre as águas subterrâneas, pelo que devem ser
lidas as leis estaduais com muito cuidado, porque as normas constitucionais
estaduais sobre elas prevalecem. Afora isso, há as normas subalternas, como
as portarias, as resoluções e outras, não raro de difícil acesso, e que não são
compreendidas quando fora de seu contexto.
Conhecer a norma subalterna pode fazer toda a diferença, porque é
comum que esta norma seja a de domínio do técnico que irá apreciar o pleito
efetuado pelo cidadão ou pela empresa, sendo que, para tal técnico, muitas
vezes são desconhecidos os graves e pomposos princípios e conceitos
constitucionais ou legais que, teoricamente, seriam superiores e aos quais, em
um Estado de Direito, a Administração deve a mais estreita fidelidade. Por isso,
de nenhuma valia é a Constituição cujas normas e valores não se irradiem nas
prosaicas e fundamentais rotinas administrativas.
Foi necessário escavar profundamente, e nem sempre as profundezas
eram suficientemente iluminadas. Mas eis que brota esta coletânea de legislação
das águas subterrâneas, onde as normas sobre o tema estão reunidas e
organizadas. É um material rico, como as águas das quais fala!
7
No federalismo norte-americano uma determinada matéria ou é competência da União ou do
Estado-membro. Contudo, o sistema brasileiro é muito diferente, existindo hipóteses de
“condomínio legislativo”, em que uma matéria é disciplinada por lei federal nos aspectos de
normas gerais, que podem ser complementadas por normas suplementares editadas pelo Estado-
membro ou pelo Distrito Federal. No caso dos recursos hídricos, a Lei federal nº 9.433/97 possui
dispositivos que são normas gerais, que incidem sobre todos os recursos hídricos do país, e normas
específicas, que incidem apenas sobre os recursos hídricos de domínio da União – no caso de
recursos hídricos dos Estados-membros ou Distrito Federal, serão leis editadas por eles que irão
instituir as normas específicas. É um sistema complexo, de competência legislativa concorrente,
sendo a competência da União limitada às “normas gerais”, com nítida inspiração no texto
original da Grundgesetz alemã de 1949 – sobre o tema, v. Andreas KRELL, Leis de normas gerais,
regulamentação do Poder Executivo e cooperação intergovernamental em tempos de Reforma Federativa,
Belo Horizonte: Editora Fórum, 2008.
9
___________________________________
10
SUMÁRIO
ORGANIZADORES ............................................................................................ 1
AGRADECIMENTOS .......................................................................................... 3
PRÓLOGO.......................................................................................................... 4
PREFÁCIO ......................................................................................................... 6
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
3. GOIÁS ........................................................................................................ 68
3.1. Lei n. 13.123, de 16 de julho de 1997.................................................. 68
3.2. Lei n. 13.583, de 11 de janeiro de 2000 .............................................. 91
11
1. INTRODUÇÃO
8
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm, acesso em
24/12/2017.
12
(...)
9
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm, acesso em 24/02/2017.
10
Dispostos no artigo 1.º da Lei 9433/1997.
11
Dispostos no artigo 2º da Lei 9433/1997.
12
Dispostas nos artigos 3º e 4º da Lei 9433/1997.
13
Em nossa ultima pesquisa eram somente 10 UF que possuíam regulamentações especificas.
13
Cabe anotar ainda, que há dispositivos legais de amplitude nacional que
disciplinam sobre o tema, devendo ser observados na gestão da água
subterrânea dos estados e DF, como a Resolução CONAMA 396/200814 que
dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das
águas subterrâneas e dá outras providências; e a Portaria 2914, de 12/12/201115
do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
14
Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562, acesso em 24/02/2017.
15
Disponível em http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/Portaria_MS_2914-11.pdf , acesso em 24/02/2017.
16
Projeto Sistema Aquífero Guarani – PSAG – para mais informações consulte:
http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/arquivos/20100223172711_PEA_GUARANI_Port_Esp.pdf
17
Disponível em http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/acordo-sobre-o-aquifero-guarani
e/ou http://www.internationalwaterlaw.org/documents/regionaldocs/Guarani_Aquifer_Agreement-Portuguese.pdf ,
acesso em 20/02/2017.
18
Disponível em
http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=17688744&id=17688749&idBinario=17688753
&mime=application/rtf, acesso em 20/02/2017.
14
Figura 1: Mapa de localização do Aquífero Guarani
Fonte: Agência Nacional de Águas.
15
Após esta breve introdução, apresentaremos o arcabouço legal existente
sobre águas subterrâneas, a partir das regiões brasileiras, a seguir a região
Centro-Oeste.
16
2. DISTRITO FEDERAL
Art. 1º - Qualquer instalação de bomba hidráulica que tenha como fim a utilização
de águas subterrâneas na área geográfica do Distrito Federal deve ter a licença
prévia do Governo do Distrito Federal.
§ 1º - Até que esta Lei seja regulamentada pelo Governo do Distrito Federal, a
utilização das águas subterrâneas reger-se-á pelo Código de Mineração, pelo
Código de Águas e, no que couber, pelo Código Sanitário do Distrito Federal.
19
Disponível em:http://www.tc.df.gov.br/SINJ/Arquivo.ashx?id_norma_consolidado=18262
17
Outorga e cobrança água subterrânea
TÍTULO I
DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS DO DISTRITO FEDERAL
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS
18
VI – todas as ações relacionadas com o gerenciamento dos recursos hídricos
devem utilizar conhecimentos científicos e tecnológicos atualizados, com o
objetivo de garantir o uso sustentável dos recursos hídricos;
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
19
CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO
20
§ 2º A implementação das medidas governamentais e privadas pertinentes às
diretrizes estabelecidas neste artigo deverão observar:
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
21
SEÇÃO I
Dos Planos de Recursos Hídricos
VII – diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
VIII – delimitação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos
recursos hídricos;
22
XI – participação da sociedade civil na formulação e implantação dos planos,
programas e projetos de recursos hídricos.
SEÇÃO II
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes, segundo os Usos
Preponderantes da Água
SEÇÃO III
Da Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos
Art. 11. A outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos
básicos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o
efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 12. Estão obrigatoriamente sujeitos à outorga pelo Poder Público os direitos
dos seguintes usos de recursos hídricos:
23
IV – outros usos que quantitativa ou qualitativamente alterem o regime hídrico
de um corpo de água.
I – (VETADO);
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa,
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
circunstâncias:
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo
não excedente a vinte e cinco anos.
24
Art. 17. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são
inalienáveis, mas o simples direito de seu uso pelo concessionário.
SEÇÃO IV
Da Cobrança do Uso de Recursos Hídricos
III – obter recursos financeiros para realização dos Planos de Recursos Hídricos.
Art. 19. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos à outorga, nos
termos da Seção III desta Lei.
Art. 20. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos
devem ser observados, entre outros:
Art. 21. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos
serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e
serão utilizados:
25
coletividade, a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de
água.
SEÇÃO V
Do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Distrito Federal
26
CAPÍTULO V
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE INTERESSE
COMUM OU COLETIVO
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
CAPÍTULO VI
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
20
Texto revogado: § 1º Caberá à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal o
papel de órgão gestor de recursos hídricos do Distrito Federal, a qual terá caráter deliberativo, normativo e
executivo.
27
§ 2º A autoridade responsável pela efetivação de outorgas de direito de uso dos
recursos hídricos sob o domínio do Distrito Federal é o titular do órgão gestor do
Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
TÍTULO II
DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO
IV – as Agências de Bacia.
28
CAPÍTULO II
DO CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOS
VII – estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos e cobrança pelo uso
de recursos hídricos.
29
II – um Secretário-Executivo, que será o titular de órgão integrante da estrutura
do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA
II – sub-bacia hidrográfica;
Art. 35. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de
atuação:
VII – estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo,
de interesse comum ou coletivo.
30
§ 2º Na inexistência de Comitê de Bacia Hidrográfica, suas atribuições serão
exercidas pelo Conselho de Recursos Hídricos.
CAPÍTULO IV
DAS AGÊNCIAS DE BACIA
Parágrafo único. A criação das Agências de Bacia será autorizada pelo Conselho
de Recursos Hídricos, mediante a solicitação de um ou mais Comitês de Bacia
Hidrográfica.
31
Art. 41. Compete às Agências de Bacia, no âmbito de sua área de atuação:
32
CAPÍTULO V
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO VI
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 44. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de
recursos hídricos:
33
TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
a) nas infrações leves, de R$100,00 (cem reais) a R$10.000,00 (dez mil reais);
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b) nas infrações graves, de R$10.001,00 (dez mil e um reais) a R$ 100.000,00
(cem mil reais);
§ 2º Nos casos dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão
cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tornar
efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56
e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos
danos a que der causa.
TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 48. Até que sejam criadas as Agências de Bacia, o órgão gestor do Sistema
de Gerenciamento de Recursos Hídricos exercerá as atribuições previstas nesta
Lei.
35
Art. 49. A implantação da cobrança pelo uso da água será feita de forma
gradativa, atendidas as seguintes providências:
Art. 50. Os serviços prestados aos órgãos colegiados referidos nesta Lei pelos
seus titulares e suplentes são considerados múnus público, não cabendo
remuneração de qualquer espécie ou a qualquer título.
Art. 51. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta
dias, contados da data de sua publicação.
21
Disponível em: http://legislacao.cl.df.gov.br/Legislacao/consultaTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR-
66916!buscarTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR.action
36
2.3. Decreto n. 22.358, de 03 de setembro de 200122
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DAS DEFINIÇÕES
SEÇÃO I
Das Disposições Preliminares
Art. 2º A água subterrânea de que trata o caput do art. 1º deste Decreto está
localizada no subsolo ou dele se origina em forma de exutório natural.
Parágrafo único. Não será considerada, para fins deste Decreto, como água
subterrânea aquela que, mesmo originária de exutório natural, escoa na
superfície constituindo a drenagem superficial como rio, riacho, córrego, ou se
acumula em forma de lagoa, lago e espécie similar.
SEÇÃO II
Das Definições
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Disponível em: http://legislacao.cl.df.gov.br/Legislacao/consultaTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR-
103638!buscarTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR.action
37
II – aquífero: meio sedimentar poroso ou rocha fraturada, dotada de
permeabilidade, capaz de liberar água naturalmente ou através de captação
artificial:
38
XI – administração ou gestão: conjunto de ações, definidas em normas,
destinadas ao controle do uso da água subterrânea, relacionadas a:
XII – outorga de direito de uso de recursos hídricos: ato administrativo, pelo qual
o poder público outorgante concede ao outorgado o direito de uso de recursos
hídricos, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressos no
respectivo ato;
39
CAPÍTULO II
DA NORMALIZAÇÃO, DELIBERAÇÃO E DA GESTÃO
SEÇÃO I
Da Normalização e Deliberação
SEÇÃO II
Da Gestão
CAPÍTULO III
DA OUTORGA, CAPTAÇÃO E TIPOS DE USOS
SEÇÃO I
Da Outorga, e das Exigências para a sua Concessão
40
de cada subsistema aquífero, observando o grau de ocupação da área e seu
grau de favorabilidade ao uso da água subterrânea.
§ 2º Se, durante 3 (três) anos, o outorgado deixar de fazer uso exclusivo da água,
sua concessão ou autorização perderá a validade.
41
§ 3º Antes de conceder a outorga, total ou parcialmente, da água subterrânea
pretendida, será formulado o pedido no âmbito da Secretaria de Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, sendo objeto de analise por intermédio da Subsecretaria
de Recursos Hídricos por meio de formulário próprio e instruído da seguinte
forma:
I – identificação do requerente;
VII – volume mensal a ser lançado no corpo hídrico receptor e regime de variação
do lançamento, bem como as concentrações e cargas de poluentes físicos,
químicos e biológicos;
SEÇÃO II
Dos Tipos de Usos Outorgáveis
42
I – irrigação de áreas com superfície superior a 5.000m² (cinco mil metros
quadrados);
II – usos comerciais;
Art. 12. Em áreas não assistidas pela rede pública de abastecimento de água,
caberá à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos decidir quanto à
concessão da autorização para perfuração de poço tubular e/ou a outorga de
direito de uso de água subterrânea, independente do uso pretendido.
43
II – atender à fiscalização, permitindo o livre acesso aos locais de captação,
planos, projetos, contratos, relatórios, registros e quaisquer documentos
referentes à concessão ou à autorização;
V – não ceder a água captada a terceiros, com ou sem ônus, sem a prévia
anuência da autoridade outorgante;
Parágrafo único. Cada poço terá o uso da água controlado por hidrômetro e,
caso haja impedimento para hidrometração ou de acesso ao medidor de vazão
extraída para leitura e fiscalização, o poço será interditado.
Art. 14. Os atos de outorga para o direito de uso de água subterrânea deverão
coibir mudanças físicas, químicas ou bacteriológicas que possam prejudicar as
condições naturais do aquífero, bem como direitos de terceiros.
44
II – qualquer situação em que se verificar alteração química, física ou
bacteriológica da água, mesmo que o outorgado não tenha contribuído para tal
ocorrência;
CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO SANITÁRIA E DA CONSERVAÇÃO
SEÇÃO I
Da Proteção Sanitária
Art. 16. Os poços tubulares com mais de 30m (trinta metros) de profundidade,
em aquífero intersticial, deverão ter o espaço anelar entre a parede do poço e o
revestimento cimentado, pelo menos até 20m (vinte metros) de profundidade e,
na superfície, uma área circular em torno do poço com diâmetro mínimo de 1m
(um metro), devendo ser concretada com selo de segurança contra a entrada no
poço de águas superficiais ou sub-superficiais rasas indesejáveis.
Art. 17. Nas áreas de Proteção de Poços e Outras Captações será instituído
Perímetro Imediato de Proteção Sanitária, abrangendo um raio de 30m (trinta
metros), a partir do ponto de captação, cercado e protegido, devendo o seu
interior ficar resguardado da entrada de animais ou penetração de poluentes.
45
Parágrafo único. Os poços abandonados, perfurados em aquíferos de rochas
fraturadas, deverão ser lacrados com pasta ou argamassa de cimento, colocada
a partir da primeira entrada de água, até a superfície.
Art. 19. Os poços tubulares rasos de até 30m (trinta metros) de profundidade, os
poços amazonas/cisternas/poços escavados/cacimbas, construídos em área
urbana ou rural, só deverão ser utilizados para consumo humano após
tratamento simplificado ou comprovação através de laudo técnico e análise
bacteriológica da potabilidade da água, a fim de evitar risco de contaminação.
SEÇÃO II
Da Conservação
46
§ 1º As áreas destinadas aos depósitos de resíduos no solo deverão ser dotadas
de monitoramento de água subterrânea, efetuado pelo responsável do
empreendimento, conforme projeto técnico a ser aprovado pela Secretaria de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, assim como conter:
CAPÍTULO V
MONITORAMENTO DOS POÇOS TUBULARES
SEÇÃO I
Da Operação e Manutenção
Art. 23. Os usuários deverão efetuar anotações mensais de dados sobre o uso
da água, conforme instruções e formulários padronizados pela Secretaria de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
47
Art. 24. Nas instalações de captação de água subterrânea destinada ao consumo
humano, deverão ser efetuadas análises físico-químicas e bacteriológicas da
qualidade da água, nos termos da legislação sanitária vigente.
§ 1º Nos casos de que trata o caput deste artigo, deverão ser seguidos os
parâmetros de potabilidade constantes da legislação sanitária vigente, além das
seguintes exigências para efeito de destinação da água:
SEÇÃO II
Do Controle da Quantidade Explotável
48
III – revogar a concessão ou a autorização para uso de água subterrânea;
Art. 26. Os poços tubulares deverão ser dotados dos seguintes equipamentos
para monitoramento da água subterrânea:
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CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
I – projeto técnico;
50
2.4. Decreto n. 22.359, de 03 de setembro de 2001
DECRETA:
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS
51
IV – garantir a disponibilidade de água, em todo o território do Distrito Federal,
aos usuários atuais e às futuras gerações.
VII – curso d'água: canais naturais para drenagem de uma bacia, tais como:
boqueirão, rio, riacho, ribeirão, córrego ou vereda;
52
XII – lançamento de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos em um
corpo hídrico: é todo lançamento de líquidos ou gases em cursos d'água;
XIV – obra hidráulica: qualquer obra capaz de alterar o regime natural das águas
ou, também, as condições qualitativas ou quantitativas;
53
XXIV – serviços de limpeza e desassoreamento de cursos d'água, serviços que
objetivam a desobstrução do corpo hídrico para melhoria das condições de
navegabilidade, captação e lançamento, bem como o escoamento superficial
das águas;
XXXI – usuário: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que faça
uso de recursos hídricos que dependem ou independem de outorga;
54
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
Art. 4º Sem prejuízo de outros critérios legais, a outorga de direito de uso dos
recursos hídricos será embasada pelos seguintes princípios:
IV – é dever de todos zelar pela preservação dos recursos hídricos nos seus
aspectos de qualidade e quantidade;
CAPÍTULO III
DA OUTORGA DO DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS
55
necessidade do projeto a ser implantado, emitida na fase de licenciamento
ambiental, sem, no entanto, conferir direito de uso do recurso hídrico;
a) outorga com vazão fixa, em que o usuário passa a ter direito a uma retirada
de água com vazão máxima especificada durante todo o ano, por prazo
estabelecido e renovável;
III – qualquer outro tipo de uso que altere o regime, a quantidade ou a qualidade
da água existente em um corpo d'água.
56
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, os quantitativos de acumulações,
derivações e captações considerados insignificantes, poderão ser revistos
quando da aprovação dos Planos de Recursos Hídricos, pelos respectivos
Comitês de Bacias, ou por proposta destes, se existentes, ou pelo Conselho de
Recursos Hídricos, em caráter geral.
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO DE OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS
HÍDRICOS
I – identificação do requerente;
VII – volume mensal a ser lançado no corpo hídrico receptor e regime de variação
do lançamento, bem como as concentrações e cargas de poluentes físicos,
químicos e biológicos;
57
IX – quaisquer outras informações adicionais, em conformidade com as
peculiaridades do objeto do pedido apresentado, a critério da Subsecretaria de
Recursos Hídricos, consideradas imprescindíveis para a aprovação dos pedidos.
§ 1º Não poderá ser outorgada a um único usuário, vazão superior a 20% (vinte
por cento) da vazão total outorgável do respectivo curso d'água, até que haja um
Plano de Recursos Hídricos, aprovado pelo respectivo Comitê de Bacia.
58
Art. 11. Do indeferimento do pedido de outorga de direito de uso de recursos
hídricos, caberá recurso administrativo em última instância para o Conselho de
Recursos Hídricos, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da data da
publicação da decisão da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
III – para fins agrícolas, mediante captação direta para uso individual;
Art. 15. Serão fixados os seguintes prazos nas outorgas de direito de uso de
recursos hídricos, contados da publicação dos respectivos atos administrativos:
59
§ 2º A outorga prévia terá duração pelo prazo máximo de 2 (dois) anos, podendo
ser prorrogada por igual período, cujo transcurso será considerado para efeito
de fixação do período de que trata o inciso I deste artigo.
I – disponibilidade hídrica;
III – garantia de que o uso da água não cause poluição ou desperdício dos
recursos hídricos.
a) vazões instantâneas medidas pelo usuário pelo menos nos meses de junho,
julho, agosto e setembro;
60
a) será fixada de forma compatível com a carga poluente, podendo variar ao
longo do prazo estabelecido, em função da concentração máxima de cada
indicador de poluição;
Art. 18. Ficam estabelecidos, para o somatório das vazões a serem outorgadas
num mesmo curso d'água, os seguintes limites máximos:
I – até 80% (oitenta por cento) das vazões de referência das quais trata o art. 17,
inciso I, quando não houver barramento;
II – até 80% (oitenta por cento) das vazões regularizadas, dos lagos naturais ou
de barramentos implantados em mananciais perenes.
CAPÍTULO V
DO REGIME DE RACIONAMENTO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS
61
II – garantir o princípio que assegura o uso prioritário de recursos hídricos para
consumo humano e dessedentação de animais;
CAPÍTULO VI
DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE USO
Art. 21. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
situações:
62
Art. 23. Os atuais usuários, que não disponham da outorga de direito de uso de
recursos hídricos, deverão obtê-la na forma estabelecida por este Decreto, em
prazos a serem fixados pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
CAPÍTULO VII
DA TRANSFERÊNCIA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO VIII
DA FISCALIZAÇÃO
63
Art. 26. No exercício da ação fiscalizadora ficam asseguradas aos servidores
públicos fiscalizadores a entrada e a permanência em estabelecimentos públicos
ou privados, pelo tempo que se tornar necessário.
Art. 27. Para permitir o controle do uso de recursos hídricos, a Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos poderá exigir que o outorgado instale e opere
equipamentos hidrométricos.
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES
CAPÍTULO X
DAS PENALIDADES
64
Art. 30. Sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis, as infrações às
normas indicadas neste Decreto, serão punidas isolada ou cumulativamente,
com as seguintes penalidades:
65
Art. 33. Além das penalidades previstas neste Decreto, o infrator responderá
ainda, quando cabível, penal e civilmente, por ações ou omissões envolvendo
recursos hídricos do domínio do Distrito Federal.
CAPÍTULO XI
DA FORMALIZAÇÃO DAS PENALIDADES
Art. 34. O autuado poderá apresentar defesa por escrito, no prazo máximo, de
10 (dez) dias contados a partir da data do recebimento do citado auto de infração,
feito na forma do art. 35.
CAPÍTULO XII
DOS RECURSOS
Art. 37. O recolhimento dos valores previstos no art. 29 será efetuado em favor
do Fundo Único do Meio Ambiente do Distrito Federal – FUNAM.
66
Art. 39. Revogam-se o Decreto nº 21.007, de 18 de fevereiro de 2000, e
disposições em contrário.
23
Disponível em: http://legislacao.cl.df.gov.br/Legislacao/consultaTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR-
103641!buscarTextoLeiParaNormaJuridicaNJUR.action
67
3. GOIÁS
TÍTULO I
DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
SEÇÃO I
Das Disposições Preliminares
Art. 2º - A política estadual de recursos hídricos tem por objetivo assegurar que
a água, recurso natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao
bem estar social, possa ser controlada e utilizada, em quantidade e em padrões
de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras, em
todo território do Estado de Goiás.
68
III - reconhecimento do recurso hídrico como um bem público vital e de valor
econômico, cuja utilização deve ser cobrada, observados os aspectos de
quantidade, qualidade e as peculiaridades das bacias hidrográficas;
SEÇÃO II
Das Diretrizes da Política
III - proteção das águas contra contaminações físicas, químicas e biológicas que
possam comprometer sua quantidade e qualidade e seu uso atual e futuro;
69
VI - desenvolvimento de programas permanentes de conservação e proteção
das águas subterrâneas contra poluição e super exploração;
VII - prevenção da erosão do solo nas áreas urbanas e rurais, com vistas à
proteção contra a poluição física e o assoreamento dos corpos d’águas;
70
Art. 8º - O Estado realizará programas conjuntos com os municípios, mediante
convênios de mútua cooperação, assistência técnica e econômico-financeira,
com vistas ao seguinte:
III - zoneamento das áreas inundáveis, com restrições a usos incompatíveis nas
áreas sujeitas a inundações freqüentes e manutenção da capacidade de
infiltração do solo;
71
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS
HÍDRICOS
SEÇÃO I
Da Outorga de Direitos de Uso dos Recursos Hídricos
III - permissão, quando a utilização dos recursos hídricos não for de utilidade
pública e demande vazão insignificante, observadas as condições atuais e
futuras do uso na bacia hidrográfica.
Parágrafo único - O órgão gestor estabelecerá diretrizes quanto aos prazos para
o cadastramento e a outorga mencionados no “caput” deste artigo.
72
§ 2º - As permissões, por envolverem pequenos volumes de água e usos para
as primeiras necessidades de vida, são isentas da taxa de vistoria e análise.
SEÇÃO II
Das Infrações e Penalidades
III - deixar expirar o prazo de validade das outorgas sem solicitar a devida
prorrogação ou revalidação;
73
competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente da sua
ordem de enumeração:
§ 1º - Nos casos dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão
cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tornar
efetiva as medidas ali previstas, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de
Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.
a) a inexistência de má fé;
74
II - os antecedentes do infrator.
b) acima de R$ 900,00 (novecentos reais) até 9.000,00 (nove mil reais), nas
infrações graves;
c) acima de R$ 9.000,00 (nove mil reais) até 90.000,00 (noventa mil reais), nas
infrações gravíssimas.
SEÇÃO III
Da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
75
§ 2º - No caso do uso de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica aplicar-se-á a legislação federal específica.
SEÇÃO IV
Do Rateio de Custos Das Obras
Parágrafo único - O rateio de custos das obras de que trata este artigo será
efetuado segundo critério social e pessoal, graduado de acordo com a
capacidade econômica do contribuinte, facultado aos órgãos e entidades
competentes identificar, respeitados os direitos individuais, a origem de seu
patrimônio e de seus rendimentos, de modo que sua participação no rateio não
implique a disposição de seus bens.
CAPÍTULO III
DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 18 - O Estado, através de seu órgão gestor, conforme os arts. 132 e 140 da
Constituição Estadual, instituirá e manterá atualizado, por lei, o plano estadual
76
de recursos hídricos, tomando por base os planos de bacias hidrográficas, o
sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, as normas relativas à
proteção do meio ambiente, as diretrizes do planejamento e gerenciamento
ambientais e assegurará recursos financeiros e mecanismos institucionais para
garantir:
III - a proteção das águas contra ações que possam comprometer seu uso, atual
e futuro;
77
I - diretrizes gerais, a nível regional, capazes de orientar os planos diretores
municipais, notadamente nos setores de crescimento urbano, localização
industrial, proteção dos mananciais, exploração mineral, irrigação e saneamento
segundo as necessidades de recuperação, proteção e conservação dos recursos
hídricos das bacias hidrográficas;
Art. 21 - O plano estadual de recursos hídricos será aprovado por lei cujo projeto
será encaminhado à Assembleia Legislativa até o final do primeiro ano do
mandato do Governador do Estado, com prazo de vigência de quatro anos.
78
II - o balanço entre disponibilidade e demanda;
79
TÍTULO II
DA POLÍTICA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DO SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
SEÇÃO I
Dos Objetivos
SEÇÃO II
Dos Órgãos de Coordenação e de Integração Participativa
80
§ 1º - O CERHI será presidido pelo Secretário de Estado em cujo âmbito se dá
a outorga do direito de uso dos recursos hídricos, diretamente ou por meio de
entidades a ela vinculada.
81
§ 5º - Os Comitês de Bacias Hidrográficas poderão criar Câmaras Técnicas, de
caráter consultivo, para o tratamento das questões específicas de interesse para
o gerenciamento dos recursos hídricos.
82
VI - apreciar, a cada dois anos, relatório sobre a situação dos recursos hídricos
da Bacia Hidrográfica.
83
Art. 32 - Nas bacias hidrográficas, onde os problemas relacionados aos recursos
hídricos assim o justificarem, por decisão do respectivo Comitê de Bacia
Hidrográfica e aprovação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, poderá
ser criada uma entidade jurídica, com estrutura administrativa e financeira
própria, denominada Agência de Bacia.
II - elaborar relatórios anuais sobre a situação dos recursos hídricos das bacias
hidrográficas, submetendo-os ao Comitê de Bacia;
SEÇÃO III
Dos Órgãos de Outorga de Direito de Uso das Águas, de Licenciamento de
Atividades Poluidoras e demais Órgãos Estaduais Participantes
§ 1º - A execução das atividades a que se refere este artigo deverá ser feita de
acordo com as diretrizes estabelecidas no plano estadual de recursos hídricos e
mediante a compatibilização e integração dos procedimentos técnicos e
administrativos dos órgãos e entidades intervenientes.
84
§ 2º - Os demais órgãos da administração direta ou indireta do Estado integrarão
o sistema integrado de gerenciamento de recursos hídricos, exercendo as
atribuições que lhes são determinadas por lei e participação da elaboração e
implantação dos planos e programas relacionados com as respectivas áreas de
atuação.
CAPÍTULO II
DOS DIVERSOS TIPOS DE PARTICIPAÇÃO
SEÇÃO I
Participação dos Municípios
SEÇÃO II
Da Associação de Usuários dos Recursos Hídricos
85
SEÇÃO III
Da Participação das Universidades, de Institutos de Ensino Superior e de
Entidades de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico
CAPÍTULO III
DA CONTA ESPECIAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO FUNDO ESTADUAL
DO MEIO AMBIENTE - FEMA
SEÇÃO I
Da Conta Especial do FEMA
SEÇÃO II
Dos Recursos da Conta Especial de Recursos Hídricos
86
III - compensação financeira que o Estado receber em decorrência dos
aproveitamentos hidroenergéticos em seu território;
SEÇÃO III
Das Aplicações da Conta Especial de Recursos Hídricos
87
II - o produto decorrente da cobrança pela utilização dos recursos hídricos será
aplicado em serviços e obras hidráulicas e de saneamento, de interesse comum,
previstos no plano estadual de recursos hídricos e nos planos estaduais de
saneamento, neles incluídos os planos de proteção de controle de poluição das
águas, observando-se:
b) que até 50% (cinquenta por cento) do valor arrecadado em uma bacia
hidrográfica poderá ser aplicado em outra, desde que esta aplicação beneficie a
bacia onde foi feita a arrecadação e haja aprovação pelo Comitê de Bacia
Hidrográfica respectivo;
Art. 44 - Fica desde já criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte,
cuja organização será proposta pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos
em até 120 (cento e vinte) dias da publicação desta lei.
88
Parágrafo único - Na primeira reunião do Comitê referido neste artigo será
aprovado o seu regimento interno pelos representantes do Estado e dos
municípios, atendido o estabelecido nos Arts. 26, 28 e 29 desta lei.
III - efetuar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, nas condições
estabelecidas no art. 15 desta lei.
89
Art. 49 - A implantação da cobrança pelo uso da água será feita a partir da
publicação desta lei.
(D.O. de 22-07-1997)
24
Disponível em: http://www.gabinetecivil.go.gov.br/leis_ordinarias/1997/lei_13123.htm
90
3.2. Lei n. 13.583, de 11 de janeiro de 2000
CAPÍTULO I
DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, SUA CONSERVAÇÃO E PROTEÇÃO
AMBIENTAL
SEÇÃO I
Das Disposições Preliminares
Art. 2° - Nos regulamentos e normas decorrentes desta lei, serão sempre levadas
em conta a interconexão entre as águas subterrâneas e superficiais e as
interações observadas no ciclo hidrológico.
91
bem como comprometer o seu uso para fins agropecuários, industriais,
comerciais, recreativos e causar danos à fauna e à flora.
a) revestimento interno;
b) filtro;
c) pré-filtro;
d) proteção sanitária;
e) tampão;
92
f) sistema de operação;
g) selo;
93
ou representem riscos, deverão ser adequadamente desativados e lacrados, de
forma a evitar acidentes, contaminações ou poluição dos aquíferos.
SEÇÃO II
Da Outorga Administrativa
Art. 10. A outorga administrativa do uso das águas subterrâneas levará em conta
as características hidrogeológicas dos diversos aquíferos susceptíveis de
aproveitamento no Estado de Goiás.
Art. 11 - O proprietário de qualquer terreno poderá, nos termos desta lei, realizar
o aproveitamento das águas subterrâneas subjacentes, desde que não venha a
acarretar prejuízos às captações existentes na área.
94
II - atender à fiscalização, permitindo o livre acesso aos planos, projetos, obras,
contratos, relatórios, registros e quaisquer documentos referentes à concessão
ou à autorização;
V - não ceder, com ônus, a água captada sem a prévia anuência da autoridade
outorgante;
SEÇÃO III
Do Licenciamento para Execução
95
Art. 16 - Aprovados os estudos e projetos relativos à captação de água
subterrânea, o órgão gestor expedirá a respectiva outorga de uso de água e
credenciará os seus agentes para acompanharem a perfuração do poço,
realizarem ou exigirem os testes do bombeamento e as análises recomendáveis.
SEÇÃO IV
Da Outorga de Uso da Produção
Parágrafo único - Para que o órgão gestor possa fiscalizar a produção, obriga-
se o outorgado a instalar e manter um hidrômetro na tubulação de saída do poço.
96
CAPÍTULO II
DA GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
SEÇÃO I
Do Órgão Gestor
SEÇÃO II
Do Cadastramento de Poços
97
Art. 24 - As obras de captação de águas subterrâneas, já existentes ou em
andamento, deverão ser cadastradas no prazo de 180 (cento e oitenta) dias
contados da publicação desta lei.
SEÇÃO III
Da Fiscalização
98
VI - aplicar as sanções previstas nesta lei.
SEÇÃO IV
Das Sanções
II - multa;
IV - interdição;
V - revogação da outorga;
VII - embargo;
VIII - demolição;
IX - obstrução do poço.
Parágrafo único - As sanções previstas nos incisos III e IV poderão ser aplicadas
sem prejuízo daquela constante do inciso II.
99
Art. 31 - As multas serão aplicadas em consonância com os valores definidos
pela Lei n°. 13.123, de 16 de junho de 1997.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 36 - Fica criado no Fundo Estadual do Meio Ambiente uma conta especial
para atender as despesas de gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos.
Art. 37 - Serão depositadas na conta que trata o artigo anterior as taxas oriundas
da cobrança do licenciamento das obras de captação, das multas aplicadas e de
qualquer outro tipo de receita destinada àquele fim.
100
Art. 38 - A conta especial de recursos hídricos subterrâneos do Fundo Estadual
do Meio Ambiente - FEMA, reger-se-á pelas normas estabelecidas na Lei
Complementar nº 20, de 10 de dezembro de 1996.
Art. 41 - Esta lei será regulamentada pelo Poder Executivo no prazo máximo de
90 (noventa) dias contados da data de sua publicação, inclusive no tocante à
expedição, pelo órgão gestor, da Licença de Execução e da Outorga da
Produção.
Art. 42 - Para os efeitos desta lei, o órgão gestor, nela referido, será a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Habitação.
Giuseppe Vecci
(D.O. de 14-01-2000)
25
Este texto não substitui o publicado no D.A. de 14.01.2000
26
Disponível em: http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/leis_ordinarias/2000/lei_13583.htm
101
Resolução CERH n. 09, de 04 de maio de 2005.
CAPÍTULO I
DA OUTORGA, USOS, CARACTERÍSTICAS, PRAZOS E RENOVAÇÃO
102
I - a derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo de água,
para consumo final, inclusive abastecimento público ou insumo de processo
produtivo;
Art. 05. As concessões serão outorgadas pelo prazo máximo de 12 (doze) anos,
a partir da emissão da portaria de outorga.
103
§ 2º - Se ao final de 02 (dois) anos a partir da emissão não se iniciou o uso
efetivo, este prazo poderá ser prorrogado por igual período, desde que
comprovada a adoção de providências.
Art. 06. As autorizações serão outorgadas pelo prazo máximo de 06 (seis) anos,
a partir da emissão da portaria de outorga, à exceção das acumulações em
barramentos.
§ 1º - Poderá ser concedido prazo de até 01 (um) ano para a conclusão das
obras necessárias e início do uso efetivo das águas, prorrogado por igual
período, desde que comprovada a adoção das providências.
104
§ 1º – A contagem do prazo definido no inciso II deste artigo fica suspensa no
caso de existirem pendências, técnicas e/ou documentais, e será reiniciada no
momento em que as mesmas forem sanadas pelo usuário ou responsável
técnico.
I – o interesse público;
105
em vigor, desde que o curso ou corpo d’água não tenha alterado para menos as
vazões médias e mínimas ao longo do período já outorgado.
CAPÍTULO II
DOS CRITÉRIOS, DAS SOLICITAÇÕES, ANÁLISES, EFLUENTES,
SUSPENSÕES E EXTINÇÕES
Art. 12. A vazão adotada como referência para a outorga do direito de uso das
águas de domínio do Estado de Goiás é a vazão com garantia de permanência
em 95% (noventa e cinco por cento) do tempo (Q95), considerando a bacia de
contribuição no ponto de captação, onde esta informação estiver disponível.
§ 3º - O critério adotado no caput deste artigo será válido enquanto não forem
estabelecidos novos critérios com base nos resultados dos planos de recursos
hídricos.
Art. 13. A outorga será expedida pela Secretaria do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos do Estado de Goiás, através de portaria específica, mediante
requerimento do interessado, instruído com projetos, estudos e demais
documentos e informações pertinentes ao assunto, conforme regulamento da
SEMARH.
106
§ 3º - Os atos de outorga determinarão prazo para o início e conclusão das obras
propostas pelo interessado, sob pena de caducidade.
Art. 14. A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, na análise dos
requerimentos de outorga, deverá considerar:
Art. 16. A outorga de direito de uso da água para o lançamento de efluentes será
dada em quantidade de água necessária para a diluição da carga poluente, que
pode variar ao longo do prazo de validade da outorga, com base nos padrões de
qualidade da água correspondentes à classe de enquadramento do respectivo
corpo receptor e/ou em critérios específicos definidos no correspondente plano
de recursos hídricos ou pelos órgãos competentes.
Art. 17. A outorga de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa pela
autoridade outorgante, parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo
determinado, sem qualquer direito de indenização ao usuário, nas seguintes
circunstâncias:
107
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade,
inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;
III - término do prazo de validade de outorga sem que tenha havido tempestivo
pedido de renovação.
108
originais, quando da definição do(s) legítimo(s) herdeiro(s), sendo emitida nova
portaria, em nome deste(s), sendo que esta observação deverá constar na
portaria de outorga.
CAPÍTULO III
DA OUTORGA PREVENTIVA, EVENTOS CRÍTICOS E DISPOSIÇÕES
GERAIS
109
Art. 22. A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de
Goiás definirá a periodicidade com que serão realizados testes de vazão das
águas subterrâneas e as medições de vazões nos cursos d’água.
Art. 25. Deverão ser adotadas, pelo órgão outorgante, medidas que incentivem
a adoção de sistemas mais eficientes no uso dos recursos hídricos.
Art. 29. A taxa de vistoria técnica e análise processual, a ser recolhida ao Fundo
Estadual do Meio Ambiente – FEMA, será cobrada para cada período de 06
(seis) anos ou fração que exceder a este período.
Parágrafo único – A taxa deverá ser paga de forma individual para cada processo
e anexado o comprovante de pagamento original, não sendo aceito qualquer tipo
de cópia ou fotocópia.
110
Parágrafo único. Os detentores de outorgas a montante das captações de
água para abastecimento público, deverão executar imediatamente,
medidas de proteção aos respectivos mananciais e afluentes e, a critério do
órgão outorgante, poderá ser solicitada a instalação de sistemas de controle da
vazão outorgada.
Art. 32. Fica vedado a profissionais que tenham vínculo empregatício com o
Estado de Goiás, excetuando-se os casos previstos em lei relativa a acumulação
de cargos ou funções, atuar como responsáveis técnicos nos processos de
solicitação de outorga, salvo se o empreendimento for de iniciativa ou mediação
de Instituição Pública.
Art. 36. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário.
111
Aldo Silva Arantes
Presidente do CERH
Publicado no DOE n.º 19.653, de 02/06/200527
27
Disponível em: http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/9/docs/resolucao_no_09_
_cerh_regulamento_de_outorga_04-05-_05.pdf
112
4. MATO GROSSO
TÍTULO I
DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICO
CAPÍTULO I
FUNÇÕES DA ÁGUA
a) abastecimento humano;
113
b) qualquer atividade produtiva com fins de subsistência, conceito a ser definido
no regulamento desta lei para cada região hidrográfica do Estado, levando-se
em conta suas peculiaridades climatológicas, fisiográficas e socioeconômicas.
III - função econômica, que se refere a todos os demais usos da água não
explicitados nos incisos I e II deste artigo.
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS DO SETOR
I - usos múltiplos: todos os tipos de uso terão acesso aos recursos hídricos,
devendo a prioridade de uso obedecer a critérios sociais, ambientais e
econômicos;
CAPÍTULO III
DIRETRIZES DA POLÍTICA ESTADUAL
114
III - estabelecimento da parcela dos recursos hídricos que terá utilização
econômica, assegurando os padrões mínimos de preservação ambiental;
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS
HÍDRICOS
115
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
SEÇÃO I
Do Plano Estadual de Recursos Hídricos
116
IX - programas anuais e plurianuais de recuperação, conservação, proteção e
utilização dos recursos hídricos definidos mediante articulação técnica e
financeira institucional com a União, estados, países vizinhos, municípios e
entidades internacionais e cooperação e fomento;
SEÇÃO II
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes
II - fornecer elementos para a fixação do valor para efeito de cobrança pelo uso
dos recursos hídricos.
117
SEÇÃO III
Da Outorga de Direito de Uso da Água
§ 2° A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis,
mas o simples direito de seu uso.
Art. 11 Estão sujeitos à outorga pelo Poder Público os seguintes usos dos
recursos hídricos:
118
Parágrafo único Caracterizado risco de dano iminente ou atual aos recursos
hídricos, ou a necessidade premente de água para atender situação de
calamidade, a autoridade outorgante poderá, através de despacho motivado,
suspender a outorga concedida pelo prazo necessário.
SEÇÃO IV
Cobrança pelo Uso da Água
III - incentivar a melhoria dos níveis de qualidade dos efluentes lançados nos
mananciais; e
IV - tipo de consumo;
119
§ 1° No caso de utilização dos corpos d'água para diluição, transporte e
assimilação de efluente, os responsáveis pelos lançamentos ficam obrigados ao
cumprimento das normas e padrões legalmente estabelecidos, relativos ao
controle da poluição das águas;
SEÇÃO IV
Do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos
TÍTULO II
DO SISTEMA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICO
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES
CAPÍTULO II
DO CONSELHO ESTADUAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
120
Art. 20 Ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos compete:
121
CAPÍTULO III
DOS COMITÊS ESTADUAIS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
VIII - examinar o relatório técnico anual sobre a situação dos recursos hídricos
na região hidrográfica;
122
CAPÍTULO IV
DO ÓRGÃO COORDENADOR/GESTOR DO SISTEMA
XII - participar das reuniões dos Comitês de Bacias, com direito a voto nas
decisões, orientando os seus membros na busca das soluções para os
problemas;
123
CAPÍTULO V
DAS ASSOCIAÇÕES DE USUÁRIOS
TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADE
CAPÍTULO I
DAS INFRAÇÕES
Parágrafo único - A apuração das infrações a que se refere o caput deste artigo
obedecerá ao procedimento previsto na Lei Complementar n° 38, de 21 de
novembro de 1995.
124
CAPÍTULO II
DAS PENALIDADES
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das
irregularidades;
II - os antecedentes do infrator.
125
I - de 100 (cem) a 1.000 (mil) UPF/MT, nas infrações leves;
III - de 5.000 (cinco mil) a 10.000 (dez mil) UPF/MT, nas infrações gravíssimas.
TÍTULO IV
DO FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICO
CAPÍTULO I
RECURSOS DO FUNDO
VIII - produto das operações de crédito e das rendas procedentes das aplicações
de seus recursos;
126
IX - resultado da cobrança de multas, decorrente da aplicação de legislação de
águas e de controle de poluição das mesmas;
CAPÍTULO II
APLICAÇÕES DOS RECURSOS
Art. 31 O produto da cobrança pela utilização dos recursos hídricos será aplicado
em serviços e obras hidráulicas previstas no Plano Estadual de Recursos
Hídricos, nas respectivas bacias hidrográficas em que foram arrecadados os
recursos.
Parágrafo único Até 20% (vinte por cento) do valor arrecadado a título de
cobrança pelo uso da água poderão ser aplicados em outra bacia hidrográfica.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
127
I - programas de desenvolvimento nos municípios com áreas inundadas pelos
reservatórios de propriedade do Estado, assim como aqueles que sofram
restrições determinadas pelas leis de proteção de mananciais ou de implantação
de áreas de preservação ambiental.
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
128
Parágrafo único -Para implantação das Diretorias previstas no caput deste artigo,
ficam criados na estrutura da FEMA os seguintes cargos:
Governador do Estado
28
Disponível em: http://www.al.mt.gov.br/storage/webdisco/leis/lei_1736.pdf
129
4.2. Lei n. 9.612, de 12 de setembro de 2011
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º Na aplicação desta lei e das normas dela decorrentes será considerada a
interconexão hidráulica existente entre as águas subterrâneas, as superficiais e
águas meteóricas condicionadas à evolução temporal do ciclo hidrológico.
CAPÍTULO II
DAS AÇÕES DE GESTÃO
130
Art. 4º A Secretaria de Estado do Meio Ambiente –SEMA desenvolverá ações,
visando a promoção do gerenciamento eficaz das águas subterrâneas,
mediante:
CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE
SEÇÃO I
Da Defesa da Qualidade
Art. 7º Para os efeitos desta lei considera-se poluição qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas das águas subterrâneas que possa
ocasionar prejuízos à saúde, à segurança e ao bem-estar da população e
comprometer o seu uso para fins de abastecimento humano e outros.
131
Parágrafo único - Os estudos citados no caput deverão ser contemplados nos
Estudos de Impactos Ambientais – EIA, quando do processo de licenciamento
da atividade a ser implantada e/ou implementada.
SEÇÃO II
Das Áreas de Proteção
Art. 14 O órgão gestor de recursos hídricos poderá instituir, com aprovação dos
Comitês de Bacias, onde houver, e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos,
áreas de restrição e controle de uso de águas subterrâneas, desde que
tecnicamente justificadas, com ênfase na proteção, conservação e recuperação
de:
132
II - ecossistemas, ameaçados pela superexplotação, poluição ou contaminação
das águas subterrâneas;
Art. 15 Para fins desta lei, as áreas de proteção dos aquíferos subterrâneos
classifica-se em:
133
III - controlar as fontes de poluição existentes, mediante programa específico de
monitoramento;
CAPÍTULO IV
DOS ESTUDOS, PROJETOS, PESQUISAS E OBRAS
CAPÍTULO V
DA OUTORGA DE DIREITO DE USO
134
Art. 23. Aquele que pretender perfurar poço tubular no Estado de Mato Grosso,
deverá protocolar na SEMA projeto de perfuração que conterá obrigatoriamente
os dados solicitados conforme formulário específico disponibilizado pela SEMA.
Art. 24 - O projeto de obra de captação passará por uma análise técnica com
vistas à autorização da perfuração.
Art. 28 Para que a SEMA possa monitorar a vazão outorgada das águas
subterrâneas, fica o outorgado obrigado a instalar e manter dispositivo de
medição de vazão na saída da tubulação edutora do poço tubular.
135
III - necessidade de se prevenir ou reverter situações de degradação ambiental;
Art. 31 Ao término do prazo da outorga, caso a mesma não seja renovada, por
vontade do proprietário ou por determinação da SEMA, o poço deverá ser
adequadamente lacrado por seu responsável técnico, de acordo com as normas
técnicas vigentes.
CAPITULO VI
DOS USOS QUE INDEPENDEM DE OUTORGA
136
de bacia hidrográfica e aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos
– CEHIDRO.
Parágrafo único. Poderá ser objeto de outorga os usos dos recursos hídricos que
trata este artigo quando ocorrerem em regiões hidrogeológicas consideradas
críticas do ponto de vista de disponibilidade ou qualidade hídrica.
CAPÍTULO VII
DA FISCALIZAÇÃO, DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES
SEÇÃO I
Da Fiscalização
SEÇÃO II
Das Infrações
137
VI - descumprimento da medida preconizada para Áreas de Proteção ou de
Restrição e Controle;
SEÇÃO III
Das Sanções
Parágrafo único Responderá pela infração quem, por qualquer modo, cometê-la,
concorrer para sua prática ou dela beneficiar-se.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
138
Art. 43 Fica revogada a Lei nº 8.097, de 24 de março de 2004.
Governador do Estado
29
Disponível em: http://www.al.mt.gov.br/storage/webdisco/leis/lei_5560.pdf
139
4.3. DECRETO n. 336, de 06 de junho de 2007
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º A outorga não implica alienação total ou parcial das águas, que são
inalienáveis, mas o simples direito de uso.
140
termos do parágrafo 1º do artigo 14 da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de
1997.
CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS
CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO
Art. 5º A outorga de direitos de uso dos recursos hídricos tem como objetivos
assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo
exercício dos direitos de acesso à água, vinculando-se aos seguintes objetivos
da Política Nacional de Recursos Hídricos:
141
I – assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água,
em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
CAPÍTULO IV
DOS USOS SUJEITOS À OUTORGA
142
Art. 8° Para efeito deste decreto consideram-se as seguintes definições:
VI - Ciclo Hidrológico: Sistema pelo qual a natureza faz a água circular do oceano
para a atmosfera e daí para os continentes, de onde retorna, superficial e
subterraneamente, ao oceano;
VII - Derivação: qualquer utilização dos recursos hídricos, com ou sem retirada
de água, com ou sem bombeamento e com ou sem lançamento de efluentes;
XII - Lançamento em
143
XIII - Monitoramento: Acompanhamento periódico através de observações
sistemáticas de um atributo, de um problema ou situação através da
quantificação das variáveis que o caracterizam. O monitoramento determina os
desvios entre normas preestabelecidas (referenciais) e as variáveis medidas;
XIV - Obra Hidráulica: qualquer obra capaz de alterar o regimento natural das
águas ou as suas condições qualitativas ou quantitativas;
XVII - Usuário: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que faça
o uso dos recursos hídricos e responda legalmente por todas as obrigações
decorrentes do ato de outorga, bem como aquele que faz uso dos recursos
hídricos independentemente de outorga;
XIX - Volume Outorgado: volume não disponível para novas outorgas em função
de outorgas já emitidas no corpo hídrico, devendo ser sempre igual ou inferior
ao volume outorgável;
CAPÍTULO V
DOS USOS INDEPENDENTES DE OUTORGA
144
I – para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
§ 3º - Poderão ser objeto de outorga os usos dos recursos hídricos que trata este
artigo quando ocorrerem em bacias hidrográficas consideradas críticas do ponto
de vista de disponibilidade ou qualidade hídrica ou quando o somatório dos usos
citados nos incisos I, II ou III representarem percentual elevado de consumo em
relação à vazão do respectivo corpo d’água.
CAPÍTULO VI
DOS PROCEDIMENTOS DE OUTORGA
145
III - agilizar a tramitação e análise dos processos, com a introdução de
mecanismos de acompanhamento e controles administrativos, voltados ao
atendimento das necessidades dos requerentes, de forma que o exercício
dessas funções se vincule à estratégia de modernização da administração
pública.
Art. 11. A SEMA poderá emitir outorgas preventivas de uso de recursos hídricos,
com a finalidade de declarar a disponibilidade de água para os usos requeridos,
observado o disposto no artigo 13 da Lei Federal nº 9.433/97.
Art. 12. Nas outorgas de direito de uso de recursos hídricos, serão respeitados
os seguintes limites de prazos, contados da data de publicação dos respectivos
atos administrativos de autorização:
§ 3º O prazo de que trata o inciso III poderá ser prorrogado, pela SEMA,
respeitando-se as prioridades estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos.
146
Art. 13. Para licitar a concessão ou autorizar o uso de potencial de energia
hidráulica, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL deverá promover,
junto à SEMA, a prévia obtenção de Declaração de Reserva de Disponibilidade
Hídrica, observando-se o parágrafo 1º do artigo 7º da Lei Federal nº 9.984, de
17 de julho de 2000.
Art. 14. A SEMA dará publicidade aos pedidos de outorga, bem como aos atos
administrativos que deles resultarem, por meio de publicação no Diário Oficial do
Estado do Mato Grosso.
Art. 16. A análise técnica dos requerimentos de outorga de direitos de uso está
condicionada aos seguintes critérios:
147
Art. 18. A outorga de direitos de uso dos recursos hídricos poderá ser suspensa
pela SEMA, de forma parcial ou total, por prazo determinado ou indeterminado,
sem qualquer direito de indenização ao usuário, nas seguintes circunstâncias:
VII - não pagamento dos valores fixados para cobrança pelo uso de recursos
hídricos.
Art. 19. A outorga de direito de uso dos recursos hídricos se extingue, sem
qualquer direito de indenização ao usuário, nas seguintes circunstâncias:
III - término do prazo de validade de outorga sem que tenha havido tempestivo
pedido de renovação; e
Art. 20. Na ocorrência dos eventos mencionados nos incisos III a VI do artigo 18
deste regulamento, definidos como eventos que resultem em demandas
superiores à oferta de recursos hídricos, numa bacia, sub-bacia ou seção de
148
corpo hídrico, a SEMA poderá, utilizando-se o mecanismo da suspensão da
outorga de direitos de uso, instituir regime de controle especial do uso de
recursos hídricos pelo período que se fizer necessário.
149
V - instalar e operar, quando preconizados no ato de outorga, estações e
equipamentos de monitoramento hidrométrico e de qualidade da água, nas
condições especificadas pela SEMA, encaminhando-lhe os dados medidos e os
resultados de análises laboratoriais;
VII - cumprir os prazos fixados pela SEMA para o início e a conclusão das obras
e serviços, e os demais prazos estipulados em regulamentos e disposições
legais;
Art. 22. A SEMA poderá exigir, a seu critério, no ato de autorização de direitos
de uso de recursos hídricos, que o usuário, às suas expensas, providencie a
implantação de dispositivos, instalações e procedimentos para o monitoramento
dos usos outorgados.
Art. 23. Os critérios e valores dos emolumentos referentes aos custos de análise,
publicação e vistoria dos processos de outorga serão instituídos por meio de
Instrução Normativa da SEMA.
150
e) lavratura de Autos de Infração.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 25. A SEMA, no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, contados a partir
da data de publicação deste regulamento, deverá estar apta a proceder à
tramitação e a análise dos requerimentos de outorga.
Art. 26. A SEMA, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da
data de publicação deste regulamento, deverá publicar Instrução Normativa
disciplinando os procedimentos administrativos e emolumentos a serem
aplicados para os processos de solicitação de outorgas.
Governador do Estado
30
Disponível em: http://oads.org.br/leis/2912.pdf
31
Procedimento de outorga: http://www.sema.mt.gov.br/index.php?option=com_docman&Itemid=260
151
5. MATO GROSSO DO SUL
TÍTULO I
DA POLÍTICA ESTADUAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES
32
Publicada no Diário Oficial nº 5.907, de 30 de dezembro de 2002.
152
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES
153
III - a compatibilização da gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental
realizada em conformidade com o ZEE/MS; (redação dada pela Lei nº 3.839, de
28 de dezembro de 2009, art. 20)
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
154
SEÇÃO I
Do Plano Estadual dos Recursos Hídricos
Art. 7º O Plano Estadual dos Recursos Hídricos tem por objetivo fundamentar e
orientar a implementação da Política Estadual dos recursos hídricos,
contemplando os seguintes aspectos:
VIII - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
155
XIII - programas de desenvolvimento institucional, tecnológico e gerencial de
valorização profissional e de comunicação social no campo dos recursos
hídricos;
Art. 8º O Plano Estadual dos Recursos Hídricos será elaborado por bacia
hidrográfica pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo e
aprovado pelo Conselho Estadual dos Recursos Hídricos.
SEÇÃO II
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes
III - fornecer elementos para a fixação do valor da outorga e cobrança pelo uso
das águas.
156
SEÇÃO III
Da Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos
Art. 10. O regime de outorga de direito ao uso dos recursos hídricos tem por
objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos das águas e o
efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 11. Estão sujeitos a outorga pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
Cultura e Turismo, dentre outros estabelecidos pelo Conselho Estadual dos
Recursos Hídricos, os seguintes usos do recurso:
Art. 13. A outorga e a utilização dos recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica e transporte hidroviário observará o disposto no § 2º do artigo 12
da Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
157
de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao
transporte aquaviário, quando for o caso.
Art. 16. A outorga de direito de uso dos recursos hídricos poderá ser suspensa
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
circunstâncias:
Art. 17. A outorga de direitos de uso dos recursos hídricos far-se-á por prazo de
até 35 (trinta e cinco) anos, renovável.
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas que são inalienáveis,
mas o simples direito de uso.
SEÇÃO IV
Da Cobrança pelo Uso dos recursos hídricos
Art. 19. A cobrança pelo uso da água é um instrumento gerencial a ser aplicado
pela sua utilização e tem por objetivo:
158
III - disciplinar a localização dos usuários, visando à conservação dos recursos
hídricos de acordo com sua classe de uso preponderante;
Art. 20. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos deverá ser implantada por
bacia hidrográfica, a partir de proposta dos correspondentes comitês, cujos
valores serão definidos, ouvidos os comitês locais, pelo Conselho Estadual dos
Recursos Hídricos.
Art. 21. Estão sujeitos à cobrança todos aqueles que utilizam os recursos
hídricos.
159
§ 3º Serão enquadrados na tarifa social todos os usuários domésticos, mediante
cadastro efetuado pelo serviço público de distribuição de água e critérios por
estes definidos.
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos
serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e
serão utilizados.
160
Art. 24. Os produtores rurais que mantiverem sistema de irrigação de lavouras
estarão isentos da cobrança pelo direito do uso da água, desde que comprovado
o aumento da produtividade agrícola do beneficiário e a não poluição da água.
SEÇÃO V
Do Sistema Estadual de Informações dos Recursos Hídricos
TÍTULO II
DO SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E DA COMPOSIÇÃO
Art. 28. Fica criado o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
com a finalidade de promover a execução da Política Estadual dos Recursos
161
Hídricos e a formulação, atualização e aplicação do Plano Estadual dos
Recursos Hídricos, congregando órgãos estaduais, municipais e a sociedade
civil, devendo atender aos princípios constantes da Constituição do Estado de
Mato Grosso do Sul; da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 e legislações
decorrentes e complementares, bem como desta Lei.
IV - as Agências de Águas.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
SEÇÃO I
Do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos
Art. 30. Fica instituído o Conselho Estadual dos Recursos Hídricos, órgão de
instância superior do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos.
Art. 31. O Conselho Estadual dos Recursos Hídricos terá sua composição
definida no regulamento, assegurada a participação de 33% (trinta e três por
cento) de membros do Poder Público, 33% (trinta e três por cento) de
representantes das Organizações Civis dos recursos hídricos e 34% (trinta e
quatro por cento) de representantes dos usuários dos recursos hídricos.
Art. 32. O Conselho Estadual dos Recursos Hídricos será gerido por:
Art. 32. O Conselho Estadual dos Recursos Hídricos será gerido: (redação dada
pela Lei nº 2.995, de 19 de maio de 2005)
162
I - pelo Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, na
qualidade de Presidente; (redação dada pela Lei nº 2.995, de 19 de maio de
2005)
VIII - atuar como instância recursal nas decisões dos Comitês de Bacia
Hidrográfica;
163
XI - deliberar sobre projetos de aproveitamento dos recursos hídricos que
extrapolem o âmbito do Comitê de Bacia Hidrográfica no território de Mato
Grosso do Sul;
SEÇÃO II
Dos Comitês de Bacia Hidrográfica
164
IV - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular
a atuação das entidades intervenientes;
VIII - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo,
de interesse comum e coletivo;
165
do Índio - FUNAI, e das comunidades indígenas residentes naqueles comitês
cujo território abranja terras indígenas.
SEÇÃO III
Da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo
166
XI - participar das reuniões dos Comitês de Bacias Hidrográficas, com direito a
voto nas decisões, orientando na busca de soluções aos conflitos e problemas;
SEÇÃO IV
Das Agências de Águas
167
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados
com recursos gerados pela cobrança pelo uso da água, encaminhando-os à
instituição financeira responsável pela administração desse recursos;
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos;
CAPÍTULO III
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DOS RECURSOS HÍDRICOS
Art. 43. Para os efeitos desta Lei, são consideradas organizações civis dos
recursos hídricos:
168
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área dos
recursos hídricos;
TÍTULO III
DO FUNDO ESTADUAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
Art. 45. Fica criado o Fundo Estadual dos Recursos Hídricos com o objetivo de
dar suporte financeiro à execução da Política Estadual dos Recursos Hídricos e
ações correspondentes, regendo-se pelas disposições desta Lei e seus
regulamentos.
169
b) organizações governamentais e não-governamentais, nacionais ou
internacionais;
Art. 48. O Fundo Estadual dos Recursos Hídricos será administrado pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo, que observará as
normas da legislação orçamentária, contábil e financeira pertinentes.
TÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização dos recursos hídricos
superficiais ou subterrâneos:
170
prévia outorga e licenciamento ambiental da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente, Cultura e Turismo;
171
§ 1º Sempre que a infração cometida resultar em prejuízo a serviço público de
abastecimento de água, risco à saúde ou à vida, perecimento de bens ou
animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada
nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.
TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 52. O Poder Executivo deverá estimular e desenvolver ações que visem à
educação ambiental no tocante ao uso dos recursos naturais e a divulgação
ampla do sistema de gerenciamento dos Recursos Hídricos.
Art. 54. Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Contrato de Gestão com
associação civil de usuários dos recursos hídricos, que se revestir das exigências
e condições estabelecidas nesta Lei, a qual vincular-se-á à Administração
Pública Estadual, por cooperação, no gerenciamento dos recursos hídricos da
172
bacia hidrográfica de domínio do Estado e em sub-bacias de rios de domínio da
União cuja gestão a ele tenha sido delegada.
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 55. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, contados da data de sua publicação.
Governador
33
Disponível em: http://aacpdappls.net.ms.gov.br/appls/legislacao/secoge/govato.nsf/448b683bce4ca8470
4256c0b00651e9d/3682da1a63abd78904256cda006399ed?OpenDocument
173
5.2. DECRETO n. 13.990, de 02 de julho de 201434
DECRETA:
34
Publicado no Diário Oficial nº 8.707, de 3 de julho de 2014, páginas 4 a 6.
174
IV - barramento/barragem/represa: estrutura construída transversalmente em um
corpo de água, dotada de mecanismos de controle, com a finalidade de obter a
elevação do seu nível de água ou de criar um reservatório de acumulação de
água ou de regularização de vazões;
§ 2º A outorga não implica alienação total ou parcial das águas, que são
inalienáveis, mas o simples direito de uso.
Art. 4º O regime de outorga de direito ao uso dos recursos hídricos tem por
objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo do uso das águas
superficiais e subterrâneas, e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
175
§ 1º O direito de uso de recursos hídricos é condicionado à disponibilidade
hídrica e ao uso racional da água, garantindo o uso múltiplo e a preservação dos
ecossistemas.
176
§ 1º As acumulações, derivações/regos d’água, captações e lançamentos serão
considerados insignificantes conforme proposição dos Comitês de Bacia
Hidrográfica, de acordo com o domínio destes, aprovados pelo Conselho
Estadual de Recursos Hídricos.
§ 3º Poderão ser objeto de outorga o uso dos recursos hídricos de que trata este
artigo, quando ocorrer em bacias hidrográficas consideradas críticas do ponto de
vista de disponibilidade ou de qualidade hídrica, ou quando o somatório do uso
insignificante representar percentual elevado de consumo, em relação à vazão
do respectivo corpo de água.
177
Parágrafo único. A Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica será
transformada em outorga de direito de uso de recursos hídricos à instituição ou
à empresa que receber da ANEEL a concessão ou a autorização de uso do
potencial de energia hidráulica, mediante solicitação formal, respeitado o
disposto no § 4º do art. 7º deste Decreto.
I - até três anos, para a outorga preventiva, podendo ser renovada, até o prazo
máximo de seis anos;
§ 3º O prazo a que se refere o inciso I do caput deste artigo, poderá ser ampliado
quando o porte e a importância social e econômica do empreendimento o
justificar, aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
178
Art. 11. O ato administrativo das outorgas concedidas será publicado na
Imprensa Oficial do Estado no qual deverão constar, no mínimo:
I - identificação do outorgado;
Art. 14. Toda empresa que execute perfuração de poço tubular profundo deverá
ser cadastrada no IMASUL e registrada no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia, conforme Decisão Normativa nº 59, de 9 de maio de 1997, do
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).
Art. 15. A outorga de direito de uso poderá ser suspensa parcial ou totalmente,
em definitivo ou por prazo determinado, sem qualquer direito de indenização ao
usuário, nas seguintes circunstâncias:
179
V - necessidade de atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os
quais não se disponha de fontes alternativas;
III - prazo de validade da outorga expirado, sem que tenha havido solicitação de
renovação.
180
III - garantir condições de estabilidade e de segurança para as obras e serviços
decorrentes dos usos outorgados;
V - cumprir os prazos fixados pelo IMASUL para o início e a conclusão das obras
e serviços, e os demais prazos estipulados em regulamentos e disposições
legais;
VII - comunicar ao IMASUL a não utilização dos recursos hídricos por um período
superior a três anos e as ocorrências de qualquer alteração na Razão Social
(titularidade) do outorgado.
Art. 18. A renovação da outorga deverá ser solicitada com antecedência mínima
de 120 (cento e vinte) dias da data limite de sua vigência.
Art. 20. A transferência da outorga a terceiros, poderá ser requerida, desde que
conservadas as mesmas condições da outorga original, e quando aprovada, será
objeto de novo ato administrativo indicando o novo titular.
181
Art. 22. O processo de requerimento de outorga será arquivado quando o
requerente deixar de apresentar as informações ou os documentos solicitados
pelo IMASUL, após noventa dias contados da notificação.
Art. 23. Os critérios e valores dos emolumentos referentes aos custos de análise,
publicação e vistoria dos processos de outorga serão instituídos por regulamento
especifico para este fim.
Art. 24. Constitui infração das normas de utilização dos recursos hídricos
superficiais ou subterrâneos:
182
solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito
às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:
183
III - medições hidrométricas, coleta de amostras e análises de qualidade de água;
André Puccinelli
Governador do Estado
35
Disponível em: http://aacpdappls.net.ms.gov.br/appls/legislacao/secoge/govato.nsf/1b758e65922af3e9
04256b220050342a/a50ea25df2c6ac0304257d0a0049e625?OpenDocument
184
5.3. Lei n. 3.183, de 21 de fevereiro de 200636
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º Na aplicação desta lei e das normas dela decorrentes será considerada a
interconexão hidráulica existente entre as águas subterrâneas e as superficiais,
condicionada à evolução temporal do ciclo hidrológico.
36
Publicada no Diário Oficial nº 6.676, de 22 de fevereiro de 2006.
185
CAPÍTULO II
DAS AÇÕES DE GESTÃO
CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE
SEÇÃO I
Da Defesa da Qualidade
Art. 6º Para os efeitos desta lei, considera-se poluição qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas das águas subterrâneas que possa
ocasionar prejuízos à saúde, à segurança e ao bem-estar da população e
comprometer o seu uso para fins de abastecimento humano e outros.
186
radiológicos, ou qualquer outra fonte potencial de contaminação das águas
subterrâneas que tragam periculosidade e risco para a saúde do público em
geral, deverão conter caracterização detalhada da hidrogeologia local, incluindo
avaliação da vulnerabilidade dos aquíferos potencialmente afetados, assim
como proposta para as medidas de proteção e controle a serem adotadas.
187
SEÇÃO II
Das Áreas de Proteção
Art. 13. Para fins desta lei, as áreas de proteção dos aquíferos subterrâneos
classificam-se em:
Art. 15. Nos casos de escassez de água subterrânea ou prejuízo sensível aos
aproveitamentos existentes nas Áreas de Proteção Máxima, a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) poderá:
188
II - restringir e regular a captação de água subterrânea, estabelecendo volume
máximo a ser extraído em cada captação e o seu regime de operação;
Art. 16. Nas áreas de proteção de poços e de outras captações, serão instituídos
perímetros de proteção sanitária e de alerta contra a poluição.
CAPÍTULO IV
DOS ESTUDOS, PROJETOS, PESQUISAS E OBRAS
CAPÍTULO V
DA OUTORGA DE DIREITO DE USO
SEÇÃO I
Da Licença de Execução
Parágrafo único. Aquele que tiver perfurado ou pretender perfurar poço tubular
fica sujeito ao licenciamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (SEMA), renovável a cada 5 anos.
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Art. 19. Os estudos hidrogeológicos e projetos de obras de captação deverão ser
protocolizados na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SEMA) para análise detalhada, com vista à concessão ou não de licença.
Art. 21. A execução das obras destinadas à captação de água subterrânea e sua
operação obedecerão à seguinte ordem:
SEÇÃO II
Das Concessões e Autorizações
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I - concessão administrativa, quando a água se destinar a uso de utilidade
pública;
CAPÍTULO VI
DO CADASTRO
Art. 24. Para a perfuração de novas obras de captação de água subterrânea com
profundidade inferior a 50 m e diâmetro de até 6 polegadas, fica obrigatório o
seu cadastramento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (SEMA) imediatamente após a conclusão da obra.
CAPÍTULO VII
DA FISCALIZAÇÃO, DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES
SEÇÃO I
Da Fiscalização
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SEÇÃO II
Das Infrações
SEÇÃO III
Das Sanções
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das
irregularidades;
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III - embargo administrativo, até que sejam executados os serviços e obras
necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou cumprimento
de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos
hídricos;
§ 2° Nos casos dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão
cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração Pública para
tornar efetivas as medidas neles previstas.
Art. 28. As infrações às disposições desta lei e das normas dela decorrentes
serão, a critério da autoridade impositora, classificadas como leves, graves e
gravíssimas, levando em conta:
II - os antecedentes do infrator.
III - de 5.000 (cinco mil) a 10.000 (dez mil) UFERMS, nas infrações gravíssimas.
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CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 33. Os poços abandonados e aqueles que representem riscos aos aquíferos
serão adequadamente tamponados e deverão seguir normas técnicas, de forma
a evitar acidentes, contaminação ou poluição.
Art. 34. Os poços jorrantes deverão ser revestidos de acordo com as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e dotados de fechamento
hermético para evitar o desperdício de água.
Art. 35. As escavações, sondagens, obras para pesquisa, lavra mineral ou para
outros fins que atingirem águas subterrâneas terão tratamento idêntico ao de
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captações ou ao de poços abandonados que tenha cessado a atividade
minerária, de forma a preservar e conservar os aquíferos.
Art. 37. Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar convênio com outros
Estados e a União, relativamente aos aquíferos também a eles subjacentes e
transfronteiriços, objetivando estabelecer normas critérios que permitam o uso
harmônico e sustentado das águas.
Art. 38. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário37 38.
Presidente
37
Disponível em: http://www.imasul.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/74/2015/11/LEI-N%C2%BA-3183-
2006.pdf
38
MANUAL DE OUTORGA: http://www.imasul.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/74/2015/06/Manual_
outorga_dezembro.pdf
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