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• †
J — fator de proporcionalidade que depende das unidades utilizadas para
trabalho e calor (como sabemos J @ 4,186 KJ/Kcal).
Uma forma elegante de expressar esses mesmos resultados é supor que, após o
recebimento de trabalho (adiabaticamente), o corpo retorna ao seu estado inicial
através da rejeição do calor equivalente ao trabalho recebido, completando desta
forma um ciclo (estado inicial = estado final). O resultado de Joule afirma, nesse caso,
que esse calor rejeitado é (a menos de uma constante de proporcionalidade)
numericamente igual ao trabalho recebido. Isso pode ser expresso por:
J Ú dQ = Ú dW (2)
Note que o sinal de menos não mais se aplica, pois o calor transferido (cedido)
pelo corpo é também negativo (como o trabalho recebido).
Ú dQ = Ú dW (3)
Ú (dQ - dW ) = 0 (4)
†
2. A Propriedade Termodinâmica Energia
Vamos agora verificar que o resultado (4) permite definir uma propriedade
termodinâmica, a qual chamaremos Energia.
Propriedade 2
2
C
A
1
Propriedade 1
2 2
Ú (dQ - dW )= 0 = Ú (dQ - dW ) + Ú (dQ - dW )
A+ C
1 A 1 C (5a)
2 2
Ú (dQ - dW )= 0 = Ú (dQ - dW ) + Ú (dQ - dW )
B +C
1 B 1 C
(5b)
De modo que:
2 2
Ú1 (dQ - dW )A = Ú1 (dQ - dW )B (6)
dE = dQ - dW (7)
Portanto, a variação de energia em um processo qualquer DE12 é dada por:
2 2
DE12 = E 2 - E1 = Ú dQ - Ú dW = Q12 - W12 (8)
1 1
Note-se que está implícita aqui a convenção de que o calor recebido pelo
sistema é positivo enquanto que o trabalho realizado sobre o sistema é negativo.
3. O Princípio da Conservação de Energia
Observemos agora que a 1ª. Lei é equivalente ao Princípio de Conservação da
Energia, o qual afirma que a energia do universo (sistema + meio) é constante e não
pode ser alterada por nenhum processo conhecido. Para tanto, basta verificar que as
transferências de calor e trabalho têm sinais opostos e mesmo módulo para o sistema e
para o meio (ou seja, o calor recebido ou cedido pelo meio; o mesmo ocorrendo com o
trabalho):
Note-se, por fim, que a energia de um sistema isolado (não há troca de calor ou
trabalho) é, conseqüentemente, constante.
4. A Energia Total de um Sistema
A energia E inclui todas as formas de energia de um sistema. Estas podem ser
divididas genericamente em três parcelas:
1 r2
EC = m v (11)
2
• A Energia Potencial (EP) é a energia que o sistema tem em virtude de
sua posição em um campo de forças. Usualmente, os campos de forças
que podem ser de interesse são campos conservativos tais como o
gravitacional, o elétrico e o magnético. Forças de mola, hidrostáticas e de
tensão superficial também dão origem à Energia Potencial. O valor desta
parcela deve também ser calculado em relação a um referencial comum.
E = U + EC + EP (12)
1
2
2 2
(
DE12 = U 2 - U1 + m v 2 - v1 + mg( z2 - z1 ) ) (13)
Desta forma, a equação genérica da variação de energia (8) pode ser escrita
como:
1
† 2 2
(
Q12 = U 2 - U1 + m v 2 - v1 + mg( z2 - z1 ) + W12
2
) (14)
que é a forma usual que toma a 1ª. Lei para um sistema termodinâmico no qual a
Energia Potencial é apenas de origem gravitacional.
†
Note-se que a atribuição de valores para a Energia Interna, para a Energia
Cinética e para a Energia Potencial depende da adoção de um referencial e de uma
origem arbitrária nele. Porém, desde que o referencial e a origem adotados sejam usados
consistentemente, as variações da Energia Interna, da Energia Cinética e da Energia
Potencial são sempre as mesmas. Isto é essencial para a correta aplicação da equação
(14), uma vez que o calor e o trabalho trocados não dependem de referenciais
arbitrários externos ao sistema.