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1. Apresentação da disciplina:
1.2 Introdução:
2.5. Justiça
1.6 Moral
CIDADANIA NA ESCOLA:
DESAFIO E COMPROMISSO
João Reis*
1. Introdução
A educação para a cidadania constitui, no nosso tempo, um desafio e um
compromisso para todos os responsáveis na formação dos públicos escolares.
Um desafio, que embora apareça como uma questão consensual na sociedade
portuguesa, está longe de se tornar uma realidade. A considerável
unanimidade em torno da importância da educação para a cidadania e do
reconhecimento da escola como lugar privilegiado para o seu desenrolar,
parece não ter ainda equivalência nas práticas de trabalho e de relação que se
estabelecem nas comunidades escolares. Estamos perante um desafio que
consiste em tornar realidade uma questão que surge como consensual na
sociedade portuguesa. Justifica-se assim, a centralidade que a educação para
a cidadania assume no diploma legal da reorganização curricular, em curso,
nos diferentes ciclos do ensino básico (Decreto-lei 6/2001). Esta situação
comporta novas exigências, em particular, ao trabalho dos professores.
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Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.
De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.
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Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão, Supervisão e Orientação Escolar
Prof. LUCIANE MARA DA SILVA MENEGAZ
socialização faz-se cada vez mais pela escola e pelos meios de comunicação
de massas. Neste quadro, deve ainda acentuar-se que os jovens de hoje estão
sujeitos a um processo de crescente marginalização das estruturas produtivas
e simultaneamente a uma forte integração através dos mecanismos de
consumo, fomentadores da passividade receptiva e da evasão diversiva (Cruz,
1995).
Assim se justifica a importância de uma educação para a cidadania que
mobilize os mais jovens, para a tarefa de encontro de sentido, num mundo livre
e com as maiores possibilidades, mas que reclama, para se aperfeiçoar,
solidariedades voluntárias e responsabilidades individuais (Martins, 1991).
Trata-se de enfrentar o declínio da coesão social ditado pelo individualismo
crescente e pela fragmentação da sociedade que ameaçam a cooperação e
confiança que estão na base de qualquer comunidade.
4. A perspectiva pedagógica
A problemática da educação para a cidadania, mormente nas sociedades
democráticas ocidentais, coloca-nos perante uma matéria que, ao nível da
educação formal, tem sido objecto de designações e intencionalidades
diversas.
É frequente a utilização mais ou menos indiferenciada das designações:
“educação cívica” ou “formação cívica”. Sucede igualmente, nesta matéria, uma
natural conotação com as questões éticas e morais bem como com a formação
política e o desenvolvimento pessoal e social.
De facto, esta situação traduz bem a complexidade do universo conceptual da
educação para a cidadania e a intencionalidade, nem sempre convergente, das
propostas educativas por ela suscitada. Contudo, quer na literatura sobre esta
matéria, quer nas configurações escolares de diferentes contextos sobressaem
preocupações educativas que, no essencial, se situam em dois níveis
associados: o da formação ética ou moral e o da formação cívica ou
sociopolítica. Embora a formação cívica não seja o mesmo que formação
moral, torna-se fundamental superar a ideia de um civismo exterior ao sujeito e
desligado do sentimento de integração na comunidade. Sem uma componente
ética, a integração social e política resultaria em mera adaptação às tendências
dominantes.
Podemos afirmar que existe na expressão “educação para a cidadania” um
reconhecimento implícito do paralelismo, salientado por Renaud (1991), entre
formação ética e formação cívica, na medida em que os comportamentos
cívicos (sociopolíticos) implicam a interiorização de valores morais. Isto
significa uma abertura pessoal aos valores, de modo a que estes passem a
fazer parte da existência individual e, assim, estejamos dispostos a defendê--
los. Os valores da cidadania são aqueles que desencadeiam uma participação
responsável, ou seja, orientada para a procura do bem comum e da justiça.
A aceitação do desenvolvimento moral e cívico dos públicos escolares, como
horizonte da educação para a cidadania, justifica a associação com a
expressão “formação moral e cívica”. Com efeito, as expressões “educação
para a cidadania” e “formação moral e cívica” podem ser tomadas como
equivalentes, como sucede em grande parte da literatura sobre a matéria.
5. As competências de cidadania
Na identificação e clarificação de competências de cidadania, é possível
considerar duas componentes – ético-moral e sociopolítica – que, embora
fortemente interligadas, aglutinam conhecimentos, capacidades e atitudes
essenciais ao acolhimento escolar da formação para a cidadania. Assim, na
componente ético-moral, consideram-se competências relacionadas com o
desenvolvimento da responsabilidade social e moral e que enfatizam a
formação do cidadão como agente moral. Na componente sociopolítica,
incluem-se competências relacionadas com a participação na comunidade e a
literacia política.
A ausência de um completo acordo, a variação consoante as culturas e as
novas situações com que as sociedades actuais se confrontam, justificam o
contínuo debate em torno dos valores nas sociedades democráticas. Esse
debate e a descoberta activa dos valores não pode deixar de constituir uma
metodologia essencial da componente ético-moral da educação para a
cidadania.
A dificuldade em inventariar os valores nas sociedades livres do nosso tempo
não invalida a possibilidade de apontar aqueles que surgem como
fundamentais numa formação para a cidadania democrática. Assim, Cunha
(1993) aponta como valores consensuais na comunidade portuguesa, os
seguintes: justiça, honestidade, lealdade, solidariedade, verdade nas relações
interpessoais e pluralismo entendido como tolerância e respeito pelas
diferenças.
Relativamente aos valores inerentes à própria educação, sobre os quais
reflecte Reboul (1992), podem apontar-se como fundamentais: a obediência, o
respeito pelos mais velhos, o espírito de disciplina, a iniciativa, a criatividade e
a cooperação. Resulta daí, que incluir nos conteúdos da educação para a
cidadania a transmissão dos valores nacionais constitui uma referência, não
uma crispação da identidade, que ganha sentido na exigência de
universalidade que os anima.
A componente ético-moral oferece igualmente uma ampla justificação para o
lugar que os Direitos Humanos devem ocupar na formação dos cidadãos.
Não apenas porque os Direitos Humanos constituem um dos temas maiores do
debate ético e político, mas porque fornecem um critério, quer para a
elaboração de programas políticos, quer para a organização da comunidade.
Os valores fundamentais do Estado moderno referem-se aos Direitos Humanos
consagrados nos documentos internacionais e considerados fontes de Direito
nas democracias modernas.
Os Direitos Humanos são os direitos fundamentais, que repousam na
universalidade de certos princípios éticos como a liberdade, a igualdade e o
respeito pela pessoa. Em termos educativos, estamos perante uma noção que
convoca a abertura a outras culturas e o respeito pelas diferenças, sem
conduzir à negação das identidades. Enquanto universais, os Direitos
Humanos, sem negar a riqueza da diversidade, definem princípios que
permitem julgar as culturas (começando pela nossa), funcionando como um
antídoto para o relativismo.
As bases éticas da convivência comunitária não podem também ser
negligenciadas na preparação das futuras gerações para o aperfeiçoamento
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A Constituição Federal (1988), no Cap. III, Seção I art. 205, estabelece que: "A
educação ... será promovida ... visando o ... preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho."
Educar para a cidadania tem sido a preocupação que tem centralizado as discussões
sobre os valores inerentes a essa formação. Porém pode permanecer a dúvida sobre o
que vem a ser educar para a cidadania.
Sob esse ponto de vista a cidadania traz uma certa ambigüidade para a identidade do
homem, pois se na esfera individual cada um é único e inigualável, na esfera pública cada
um é cidadão e pelo menos em teoria, igual a todos os outros, quanto aos seus deveres,
direitos e privilégios decorrentes do correto exercício de sua cidadania.
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Conforme FERNANDES (1996), a concessão de direitos que tem ocorrido em nosso país,
configura uma cidadania passiva e excludente, predominante principalmente nas
sociedades autoritárias. Para a autora, o conceito mínimo de democracia pressupõe que
os cidadãos estejam preparados para usar as regras de participação democrática. É
necessário portanto, que os indivíduos tenham ao menos noções de cidadania para que
se tornem realmente cidadãos.
Fernandes demonstra não ser suficiente atribuir aos cidadãos o direito de participar direta
ou indiretamente das tomadas de decisões coletivas, mas antes, é indispensável que os
que são chamados a eleger, sejam colocados diante de alternativas reais e postos em
condição de escolher aqueles que realmente julguem ser os melhores.
Para DA MATTA (1983:189), a sociedade tem se tornado cada vez mais complexa e
dessa complexidade nascem as imposições arbitrárias, alienantes e autoritárias, gerando
nas pessoas uma crise de identidade, trazendo uma grande dificuldade de se
visualizarem internamente enquanto tais. A esse respeito o autor descreve que a violência
tem servido como um modo de reintegração ao sistema, pois é a possibilidade de
transformação do indivíduo, elemento indiferenciado, em pessoa, com nome, honra e
consideração. Também para CHAUI (1994:54) a sociedade brasileira é autoritária e isso
se deve ao fato da cidadania ser mantida como "privilégio de classe", e colocada numa
posição de concessão da classe dominante às demais. Nessa sociedade as diferenças e
assimetrias sociais e pessoais são transformadas em desigualdades e estas, em relações
de "hierarquia, mando e obediência". As relações acabam tornando-se uma forma de
dependência, tutela, concessão, autoridade e favor, "fazendo da violência simbólica a
regra de vida social e cultural. Violência tanto maior porque invisível sob o paternalismo e
o clientelismo, considerados naturais e por vezes, exaltados como qualidades positivas do
'caráter nacional'."
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Percebemos que ainda hoje é fortemente valorizado um ensino elitista que privilegia o
aspecto formal da educação, à qual os pertencentes às classes menos favorecidas
têmum acesso apenas parcial.
É nesse momento que o jovem pode vir a se utilizar do que Chaui denomina de
"contraviolência" (assim considerada por ela como um tipo de reivindicação de direitos),
para garantir que seja considerado um sujeito, ou melhor, alguém dotado de direitos,
podendo no mínimo, desfrutar de certa condição que lhe deveria ser assegurada e não o
é. O cotidiano escolar tem sido marcado por todo tipo de atitudes chamadas de violentas.
Desde uma simples agressão verbal a um colega ou professor, passando pela
depredação do prédio público culminando muitas vezes em casos de assassinato de
aluno ou professor.
Áurea GUIMARÃES (1996:25), faz uma análise da violência escolar e relata o fato de que
tanto pobres, quanto ricos, depredam o patrimônio público, porém "cada classe social faz
uma apropriação diferente dessas ações".
Na percepção da autora, existem os que são vândalos, e depredam por simples diversão
e existem os que quebram, por não sentirem o público como algo que lhes pertença.
Nesse sentido, a escola é um dos alvos prediletos pois vai contra tudo o que diz defender.
"Se diz democrática, mas não o é; diz que prepara para a vida, mas não o faz; é lugar do
novo, mas propaga o velho." (GUIMARÃES, 1996:25)
As questões elementares que precisam ser transmitidas pela escola ao indivíduo para que
este se torne um cidadão consciente muitas vezes são deixadas de lado. A democracia
pressupõe que os indivíduos que dela participam tenham condições de fazê-lo
conscientemente e esse tem sido o grande desafio da escola.
Considerando tais fatos, realizamos uma pesquisa de campo em uma escola pública de
5a a 8a séries do Ensino Fundamental no período diurno. No referido estudo foram
aplicados questionários aos alunos, porém serviram também como fontes de dados as
informações fornecidas de maneira verbal por todos os envolvidos no cotidiano escolar
(professores, alunos, direção e funcionários da escola), por meio de entrevistas. Nosso
objetivo foi a princípio, compreender qual a relação que a instituição escolar mantém com
os alunos, se essa relação se dá por meio de repressão à suas reivindicações e
preocupações, ou por meio de negociação que pode vir a se concretizar por intermédio de
abertura ao diálogo e participação dos alunos na vida escolar. E ainda verificar, se este
modo de ação tem influenciado ou não o problema da violência na escola.
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Na referida pesquisa verificamos que entre 234 alunos entrevistados, 26,5% admitem ter
praticado algum ato violento, concentrando-se tal ato essencialmente em agressão física
à colega em primeiro lugar e danificação de equipamento da escola em segundo (Tabela
5).
Quando questionados sobre o que fazer para melhorar sua escola, a maioria acredita que
deveria participar mais das decisões, tanto individualmente enquanto aluno, quanto por
intermédio de seus pais. (Tabela 1)
Conforme relato dos alunos, nunca houve nenhum tipo de debate na tentativa de lhes dar
oportunidade de expor suas opiniões a respeito de qualquer tipo de assunto referente à
escola, e eles se ressentem com isso.
Esses dados nos levam a pensar que o universo escolar não tem proporcionado
possibilidades de relações sociais significativas ou um espaço para construção de
identidades coletivas.
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Para que haja uma educação de cidadãos, é preciso que acima de tudo os indivíduos,
vistos como iguais, tenham a oportunidade de dialogar, expor seus anseios, necessidades
e opiniões para que a escola passe a ser vista como local de troca, de relacionamento
interativo, e não de imposições e regras, que muitas vezes não condizem com sua
realidade.
Uma vez que a cidadania só adquire forma própria quando provém do indivíduo, é
primordial a existência dele para que ela deixe de ser algo apenas teórico ou privilégio de
alguns, e passe a permear as relações sociais e políticas. O relacionamento que o
indivíduo mantém com o espaço público nos permite exatamente perceber se esse
espaço tem correspondido àquilo que se esperava dele ou não. Assim, existe a
possibilidade de que esta violência, compreendida simplesmente como agressividade,
seja um meio encontrado pelos indivíduos para reivindicar esse espaço público que lhes
vem sendo segregado.
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‘Do que adiantam? Placas, bulas, instruções... Do que adiantam? Letras impressas das
anções... Do que adiantam? Gestos educados, convenções... Do que adiantam?
Emendas, constituições se o teto da escola caiu se a parede da escola sumiu.” Herbert
Vianna
O direito do cidadão vem ampliando-se ao longo dos anos, podemos exemplificar com a
criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA e o Estatuto do Idoso e Leis
como a Lei Maria da Penha e outras conquistas almejadas.pela grande parcela da
sociedade brasileira.. esses direitos que antes não eram institucionalizados, hoje estão
amparados legalmente .
A cidadania é um elemento histórico que vai além do judiciário, é uma questão politíca
que implica a conquista da legitimidade social para um conjunto de direitos e de relações
sócio-culturais. Cidadania não se harmoniza com a exclusão social, ela esta sintonizada
com o respeito, com o acesso aos direitos sociais, materiais,culturais, aos valores. Diante
disso, o espaço da escola publica é uma dimensão importante, uma referência de prática
concreta da construção de uma escola democratica, participativa é consequentemente de
conquistas para a cidadania.
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Em princípio, toda escola pode ser cidadã, no momento em que possua uma educação
orientada para a formação da cidadania ativa. A educação básica é o bem muito precioso
e de maior valor para o desenvolvimento da cidadania , porém é necessária que seja de
qualidade, para podermos superar o nosso appartheid social, preparando os nossos
jovens para o trabalho.
Neste sentido é importante afirmar, que a educação para a cidadania constitui dimensões
fundamentais para a efetivaçõ dos direitos , tanto na educação formal, quanto na informal.
Não se trata só de “aprender” um conteúdo, de estudar uma “disciplina”, mas de promover
uma formação ética-politica que requer metodologia própria.
Romper com o mito simplificador “menor” é retornar o eixo democrático, buscando uma
modificação na correlação de forças atual. Trocar o estereótipo negativo por uma visão
positiva desse meninos e meninas significa tirá-los do campo impessoal das páginas
policiais e trazê-los para o cerne da discussão política enquanto pessoas cujos os direitos
fundamentais de existência não estão sendo garantidos. Nestas condições, a escola
deverá ser um dos mecanismo provedores desta socialização tomando como ponto de
partida o Estatuto, icluindo nos princípios e finalidades educacionais.
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Pode-se assinalar o que afirmava Illich(1976), que a escola deve ser reavaliada e medida
para que não se acabe, sua realidade e o seu papel na sociedade. A mudança da
realidade brasileira segundo ele, passa pela compreensão dessa realidade, em
detrimento da ignorância, pelo exercício da cidadania, em lugar da alienação, pelo
planejamento solidário em oposição ao solitário, passa necessariamente, pelo exercício
da democracia.
Diante disso Vizzoto (1987), diz que a escola deve ter um objetivo principal, advertir as
crianças e seus jovens quanto à dominação, a opressão e a violência, provar-lhes que
podem através de seu comportamento crítico , participativo e sabedor de seus deveres e
direitos mudar a sua realidade com consciência, podendo, portanto, reinvidicar a
assunção ao papel que é seu por direito , o de cidadão.
E com isso mudar a sua história, mudar a sua vida, mudar a educação, contudo é
necessário que haja um projeto pedagogico que realmente atenda ao aluno,valorizando e
dando importância à cultura da comunidade em que ele esteja inserido com participação
de todos, para que a escola cidadã realmente aconteça.
Pois o que vemos atualmente sâo escolas (particulares) com currículos e uma proposta
pedagogica que são bem aplicadas, portanto, sempre classificadas como excelentes
pelos números de alunos aprovados em vestibulares para as melhores faculdades,
enquanto as esolas (públicas em sua maioria) nem seguer alfabetiza a grande parte de
seus alunos, contribuindo, portanto, para o fracasso escolar e tirando-os a oportunidade
de exercer a sua cidadania com segurança em uma sociedade tão preconceituosa.
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Diante disso, devemos defender uma escola que leve o aluno a participar da sua
cidadania, a partir de uma visão crítica e consciente de seu papel social dentro e fora
dela. Porém esta participação só se constrói através do conhecimento, acumulado
historicamente, determinados pelas relações sociais. Como Paulo Freire sempre
defendeu, que os alunos não deveriam ter uma “educação bancária”, enchendo-os de
conteúdos de forma mecânica e de reprodução e sim de uma educação pautada no
diálogo, de incentivo, na humanização abrindo caminho que busque a construção de uma
vida social mais digna livre e justa partindo da realidade do aluno, levando-o a
ação/reflexão/ação através de um trabalho de forma consciente e de uma postura
dialógica e dialética do professor, permitindo ao aluno, não apenas conhecer as letras,
palavras e frases sem sentidos que não os levem a reflexão e sim, um trabalho que
contribua para a transformação da sua realidade, portanto, uma didática onde a
participação do aluno seja eficaz para a construção do conhecimento rumo a cidadania.
Termino com uma citação do nosso grande mestre, Paulo Freire (1987): “ Ninguém
caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, sem
aprender a refazer, a retocar o sonho, por causa do qual a gente se pôs a caminhar”.
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¹Pedagoga, especialista em Psicopedagogia, Gestão Educacional e Gestão Prisional
(http://vlj.spaceblog.com.br/58106/UMA-ESCOLA-PARA-A-CIDADANIA/)
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