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Características do casamento:
● Os impedimentos tornam o casamento NULO. Eles podem ser opostos, por qualquer
pessoa interessada ou pelo MP, até o momento da celebração. Valem como
impedimentos para a união estável também (art. 1723), com exceção do f) no caso
de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. A nulidade não
convalida nunca (mesmo que um ou ambos os cônjuges já tenha morrido).
a) o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros → evita confusão de patrimônios;
b) a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal →
turbatio sanguinis, confusão da prole;
c) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens
do casal;
d) o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
● Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam
aplicadas as causas suspensivas previstas em a), c) e d), provando-se a inexistência
de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa
tutelada ou curatelada; no caso da letra b), a nubente deverá provar nascimento de
filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Inexistência X Invalidade:
Nulidade e Anulabilidade:
● O menor que não atingiu a idade núbil (16 anos) poderá, depois de completá-la,
confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se
necessária, ou com suprimento judicial.
- Espécies:
a) separação-sanção → atribui culpa, deriva de grave violação dos deveres
do casamento. As sanções aplicáveis ao culpado são: perda do direito a
alimentos (exceto se indispensáveis à sobrevivência), perda do direito de
conservar o nome do outro.
b) separação falência → ocorre se provada a ruptura da vida em comum há
mais de 1 ano, e a impossibilidade da sua reconstituição (é, na verdade, um
tipo de separação-remédio). Não se distingue cônjuge inocente e cônjuge
culpado, o caso é puramente objetivo.
c) separação-remédio → se um dos cônjuges estiver acometido de doença
mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a
continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de 2 anos, a
enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
● Divórcio:
- Divórcio-remédio, visto que não se admite discussão sobre a culpa. O
divórcio não modifica os direitos dos pais em relação aos filhos, apenas os
direitos e deveres decorrentes do vínculo matrimonial.
- O divórcio se dá, hoje, pela forma direta, que se desdobra em: a) divórcio
judicial litigioso; b) divórcio judicial consensual; c) divórcio extrajudicial
consensual. É suficiente, em qualquer caso, a certidão de casamento, sem
se indagar a causa da dissolução. A utilização do sobrenome de casado pelo
cônjuge, culpado ou não pelo rompimento do casamento, constitui uma
faculdade deste, pois está incorporado à sua personalidade.
- Guarda unilateral:
➢ Art. 1583 → é aquela atribuída a um só dos genitores ou a alguém
que o substitua. O cônjuge que não tem a guarda possui direito de
visita, e a obrigação de supervisionar os interesses dos filhos (dever
genérico, visa evitar o abandono moral).
➢ Direito de visita → o regime de visitas se dá por acordo com o outro
cônjuge ou por fixação do juiz. Esse direito pode ser restringido ou
suprimido temporariamente se as visitas estiverem sendo nocivas aos
filhos (ele não é absoluto, nem definitivo), e pode se estender aos
avós. O pai não pode, entretanto, ser obrigado a visitar o filho.
- Guarda compartilhada:
➢ Art. 1583 → é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto (poder
familiar dos filhos comuns). Esse modelo de guarda não deve ser
imposto como solução para todos os casos, apesar de ter prioridade
caso não haja acordo entre os pais (o juiz determina que a guarda
seja compartilhada, exceto se um dos pais declarar que não deseja a
guarda ou se um deles não estiver apto para cuidar dos filhos).
➢ Na guarda compartilhada, a cidade base de moradia dos filhos será
aquela que melhor atender aos interesses deles. Pode ser
estabelecida mediante consenso ou determinação judicial (art. 1584),
e requerida por qualquer dos pais (em ação própria ou na ação de
separação, divórcio, ou dissolução da união estável).
Regimes de Bens:
● Conceitos básicos:
a) Imutabilidade do regime → não é absoluta, sendo permitida a sua alteração
mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, se
as razões invocadas forem válidas e se a alteração não prejudicar terceiros
(mutabilidade motivada). A modificação não é admitida na hipótese da
separação obrigatória de bens!
União Estável
● Direito intertemporal:
- A nova regulamentação da união estável destina-se aos companheiros com
vida em comum na data de início da vigência do CC/2002, não se aplicando
a situações de convivência já cessada antes dessa data (não retroage!).