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PUC MINAS - Campus Poços de Caldas

Estela Cristina da Silva Ramos

Resenha: Aos homens que cultivam as artes

“Acredito sim que nossos edifícios deveriam ser poemas; deveriam despertar
em nós sentimentos análogos ao uso para o qual foram consagrados”. Com esta
afirmação, Boullée demonstra seu ideal de Arquitetura Falante, aquela que deve-se
mostrar em sua forma a função que o edifício abriga. E, partindo dessa premissa,
julga que não se deve apenas copiar e “aprimorar” aquilo que já foi inventado pelos
mestres antigos, mas sim buscar inspiração na natureza.
Assim como os primeiros habitantes do planeta terra, que apenas
conceberam a imagem da cabana e depois a construíram, essa é a produção do
espírito que constitui a arquitetura, que ele definiu como a arte de produzir e levar à
perfeição todo e qualquer edifício.
É fato de que uma pessoa instruída pode produzir excelentes obras, assim
como Vitrúvio propôs os conhecimentos necessários para a formação do arquiteto;
mas para que essas obras sejam realmente excelentes, não basta apenas o amor e
dedicação a profissão, não deve haver impedimentos para que tal obra seja elevada
em seu potencial máximo.
Assim como os pintores e escritores são independentes em suas criações,
também deveria ser o arquiteto , para que, como os anteriores, produzisse obras de
grande destaque. Boullée afirma “Eu não devo a mim toda a minha notoriedade”.
O arquiteto sofre privações para que seja reconhecido ao invés de ter mais
repertório. É necessário que, para obedecer às ordens superiores, o arquiteto
renuncie as brilhantes ideias que sua criatividade desenvolve, privando sua
imaginação. Essa relutância em se opor ao superior, levará o arquiteto a não
produzir uma obra boa.
“Se a arquitetura tivesse atingido a perfeição alcançada por outras artes e
nos oferecido exemplos tão belos quanto aqueles que elas nos oferecem, não
estaríamos hoje constrangidos a indagar se essa arte pertence à natureza ou se ela
é pura invenção”.
“As outras artes atingiram, tendo a vantagem de estar mais perto da
natureza, elas são por conseguinte mais adequadas a agir sobre nossa alma”.
“Eu entendo por ‘arte’ tudo o que tem por objeto a imitação da natureza”.

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