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A PRÁTICA INCLUSIVA DO INDIVIDUO COM NECESSIDADES

ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO

Cleilza de Sousa Abreu Santo


Luena Braga Araújo
Stefany Silva Santos1
Prof. Neumara Maria dos Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia- Metodologia cientifica

RESUMO

Palavras-chave:

INTRODUÇÃO RESUMO

O presente trabalho mostra-se relevante pois traz para o debate a demanda de pessoas que
foram historicamente excluídas, exterminadas e reduzidas a condição de inferiores, a saber, as
pessoas com deficiência. E que só tiveram seus direitos reconhecidos através de muita luta, até
mesmo os direitos humanos. No que diz respeito aos direitos dessas pessoas, tem-se alguns avanços
legislativos, como a Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e o
Estatuto da Pessoa com Deficiência, que promovem a autonomia, a igualdade e a inclusão.
No que se refere a inclusão, pode-se dizer que ela é mais do que necessária, tendo em vista
discriminação, o preconceito, o estigma e a exclusão a que as pessoas com deficiência são
submetidas. Para tanto é preciso que existam políticas públicas e leis que tratem dessa temática. No
Brasil, há um bom escopo legislativo, isto é, diversas leis visam a inclusão, seja sobre
acessibilidade, educação e trabalho. Além da recente mudança sobre a capacidade civil das pessoas
com deficiências.
A inclusão é tema bastante trabalhado no Brasil, visto que já existem leis que preveem uma
educação inclusiva, inserção no mercado de trabalho, acessibilidade e capacidade legal. E são essas
práticas inclusivas que serão tratadas nessa pesquisa, ou seja, quais são os meios para inserir a
pessoa com deficiência na sociedade de forma plena. Ademais, é objetivo do estudo é abordar as
praticas de inclusão, especialmente no mercado de trabalho, visando a contribuição da educação
inclusiva.
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2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A prática inclusiva dos indivíduos com deficiências está diretamente ligada à educação inclusiva,
visto que esta tem como premissa que os alunos estudem e aprendam juntos desfrutando dos
mesmos espaços, sem nenhum tipo de discriminação. A ideia de inclusão é que sejam criadas
condições e oportunidades para que as pessoas com necessidades especiais possam realmente
usufruir da comunidade, ao mesmo tempo em que tenham suas singularidades respeitadas.

2.1 LUTA PELA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Até a educação inclusiva ser um direito reconhecido e regulamentado houve um longo


caminho. A pessoa com deficiência foi afastada da educação por muito tempo, pois a deficiência
estava ligada a noção de doença, de modo que a sociedade buscava apenas tratamento médico e
uma suposta proteção. Isso favoreceu a criação de estabelecimentos para que essas pessoas
fossem cuidadas, contudo o que houve de fato foi uma exclusão mascarada por argumentos
científicos e assistencialistas. Visto que as pessoas com deficiência foram historicamente excluídas
pela falta de conhecimento da sociedade, fazendo com que adotassem um mito social de que
deficientes eram incapazes, improdutivos e até mesmo aberrações, sendo assim, eram vistos como
inferiores.

Esses comportamentos foram mudando de acordo com transformações sociais, às descobertas


cientificas e tecnológicas e as mudanças culturais e econômicas ocorridas. E de fato, a educação
inclusiva só nasceu devido a ações políticas, culturais, sociais e pedagógicas dos grupos que
estavam inconformados com o processo de segregação. E, também ao processo de evolução dos
direitos humanos, onde assegura as pessoas com deficiência à liberdade, igualdade, uma vida
digna, educação fundamental, e à livre participação na vida em comunidade. Isto significa que a
educação inclusiva está alicerçada nos direitos humanos.
‘’ A sensibilidade da sociedade só começou a mudar quando a religião começou a
abordar a questão com mais humanidade. Mais tarde, estudos mostraram o
motivo das deficiências. A medicina colaborou e muito para que se iniciasse o
entendimento das deformidades. Só então é que aconteceu uma aproximação com
a educação para diminuir os efeitos de exclusão. Diversos foram os estudiosos que
contribuíram para termos uma significativa mudança nos padrões de
conhecimento e atendimento às pessoas com necessidades especiais. ‘’ (
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Na década de 90 surge o paradigma da “inclusão”, dando início à conscientização da sociedade da


necessidade de uma comunidade acessível em toda sua amplitude, permitindo assim, que todos
possam exercer seus direitos e deveres com a maior autonomia possível, transformando a vida das
pessoas com deficiência aumentando suas possibilidades

2.2 PAPEL DA EDUCAÇÃO NA INCLUSÃO DO DEFICIENTE NO MERCADO DE TRABALHO

A educação é o primeiro passo para afirmação do individuo como cidadão e como parte da
sociedade. E Somente a oportunidade e o acesso á educação podem garantir a formação e
educação profissional das pessoas e incluí- as no mundo do trabalho. Para a pessoa com
deficiência, isso se torna termômetro para uma vida profissional ativa e satisfatória.

Mais difícil que inserir a pessoa com deficiência na escola talvez seja inseri-lo no mercado de
trabalho. Para integrar uma pessoa com deficiência no mercado de trabalho, após a sua
profissionalização, é necessário apresentá-la como uma pessoa com capacidade para o trabalho
em virtude de um treinamento especializado, respeitadas as suas limitações.

A diversidade reina também entre os alunos deficiência. O instrumental pedagógico adequado é


importante. Mas, se o professor não conseguir perceber o potencial individual de cada aluno,
jamais conseguirá desenvolver as habilidades e os alcances de todos. Cabe ao professor, portanto,
a fina e delicada percepção das particularidades e dos detalhes humanos de cada aluno.

Por sua vez, as escolas conectadas ao mundo do trabalho são aquelas que estão em constante
dialogo com lideres empresariais, os quais são uma fonte de referência sobre as competências
exigidas no mercado de Trabalho. Bebendo com seriedade dessa fonte e descartando por
completo a atitude complacente para com os alunos com deficiência, elas poderão ensiná-los a
serem competentes e terem uma postura profissional. Mais do que isso, saberão orientar o aluno
paraplégico ou aquele que tem Síndrome de Down para atendimento das expectativas das
empresas e, assim, fazer deles seres humanos independentes, autônomos e verdadeiramente
sociais

3 O DEFICIENTE E O TRABALHO
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Quase 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de
deficiência. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45
milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs). E é indiscutível a importância das contratações de
profissionais com deficiência para economia do País. Ao incluí-las não estará apenas ofertando um
salário, mas também a oportunidade de se reabilitar socialmente e psicologicamente. Além de
enriquecer o ambiente corporativo com visões e experiências diversificadas.

O mercado de trabalho para pessoas com deficiência teve um avanço significativo nos últimos
anos, seja pela força das leis voltadas para esse segmento, pela fiscalização por parte do Ministério
do Trabalho ou pela visão mais inclusiva de empresas que enxergam uma oportunidade de
desenvolvimento tanto para o profissional com deficiência quanto para toda a organização.

“Ao contrário de antigamente, quando as pessoas com deficiência eram tidas


como peso morto para a sociedade ou, na melhor das hipóteses, uma mão-de-
obra barata, hoje estas pessoas representam um impacto considerável na
economia de qualquer país, quando estão trabalhando formalmente” (BAHIA,
2002).

De acordo com dados mais recentes da RAIS (Relação Anual de informações Sociais), o Brasil
tem aproximadamente 403, 2 mil trabalhadores com deficiência ocupando vagas formais. Ainda há
muito a ser conquistado, mas as leis existentes servem como um grande impulso para que os
candidatos encontrem uma oportunidade de emprego e sejam inseridos no mercado de trabalho.

3.1 POLITICAS PUBLICAS

Lei de Cotas

No que diz a empregabilidade, a Lei de Cotas é uma das leis mais importantes para inserção desta
parcela da população no mercado de trabalho. Foi implantada em 24 de julho de 1991 e teve sua
regulamentação nove anos depois.

Seu objetivo é promover a inclusão, estabelecendo a reserva de 2% a 5% das vagas de emprego


para pessoas com deficiência ou usuários reabilitados pela Previdência Social nas empresas com
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100 ou mais funcionários. A fiscalização da Lei de Cotas é feita por auditores ficais do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Publico do Trabalho (MPT). O seu não-cumprimento é
punível com multa.

Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência


Em 2 de janeiro de 2016, a Lei de Cotas ganha força com a aprovação da Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência, originalmente chamada de Estatuto da Pessoa com
Deficiência. A LBI beneficia milhares de brasileiros que possui algum tipo de deficiência. E tem
como destaque os seguintes itens para trabalhadores que possuem deficiência. Tem como
destaque os seguintes itens

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e
aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza
são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual
remuneração por trabalho de igual valor.
§ 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de
recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação
profissional, bem como exigência de aptidão plena.
§ 4o A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos,
treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções,
bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em
igualdade de oportunidades com os demais empregados.
§ 5o É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de
formação e de capacitação.
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego
promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com
deficiência no campo de trabalho.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo,
incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a participação da pessoa com
deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
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3.2 A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO PARA INCLUSÃO DO DEFICENTE NO TRABALHO

A família tem uma grande influência na vida dos deficientes e, tem como papel, incentivar
socialmente, culturalmente e economicamente. Pois, a família é base da formação de qualquer
individuo

‘’ É por meio do relacionamento familiar, que o individuo desde os primeiros


tempos de vida que começa a aprender até que ponto ele é um ser aceitável no
mundo, que tipo de concessões e ajustes necessita fazer, assim como a qualidade
das relações humanas que encontrará’’ (GLAT, 2003)

As pessoas com deficiência precisam de estímulos externos específicos para desenvolver seus
sentidos e personalidade. Quando a família busca inseri-lo no meio de convívio, fazendo com que
seja aceito e respeitado, será um incentivo para que ele se torne uma pessoa mais ativa. Além de
inseri-lo, é essencial que o motive a buscar se qualificar mais para conseguir uma melhor posição
no mercado de trabalho.

Além da família, o governo também tem seu papel de incentivo e é por isso que buscaram
meios de facilitar o acesso das pessoas com deficiência nas empresas, como os cursos
profissionalizantes. Temos alguns exemplos desses tipos de entidade que juntos são conhecidos
como Sistema S, os que seriam: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR),
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SNAT), Serviço Nacional de Cooperativismo
(SESCOOP. Todos esses oferecem cursos técnicos de nível médio que integram o programa federal
de capacitação técnica, que tem por prioridade a qualificação profissional.

3.3 VANTANGENS DA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Enquanto o foco está na desinformação e no conformismo de que contratar PcDs apenas para o
preenchimento das cotas é “mais do que o suficiente”, as vantagens de tê-los por perto passam
batido. Ignorar essas vantagens é um grande erro por parte das empresas, pois não contribui para
a atratividade dos melhores profissionais com deficiência nem para a criação de um ambiente de
trabalho rico que valoriza a diversidade.

Confira abaixo algumas das vantagens em se contratar PcD’s para a sua empresa.
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1. A inclusão torna a empresa mais produtiva

Quando são oferecidas as condições necessárias para que uma pessoa com deficiência possa
trabalhar e exercer por completo o que pode, seu esforço e rendimento podem impactar
positivamente o ambiente de trabalho. Se estende a uma força a mais para os companheiros de
trabalho que não possuem deficiências, que tomam essas pessoas e sua produtividade como um
exemplo, assim, há uma maior vontade de trabalhar em conjunto e fazer com que tudo siga em
constante crescimento. Mas não se engane: PcD’s não querem ser meros exemplos, o principal
objetivo é a inclusão por meio da igualdade de oportunidades.

2. Há uma maior valorização de todos os funcionários

Uma boa empresa para pessoas com deficiência é uma boa empresa para todos. A convivência
entre pessoas diferentes ajuda o ambiente de trabalho a se tornar mais rico, pois possibilita a troca
de experiências diversas, o que humaniza a empresa e permite crescimento profissional e pessoal.

Os funcionários sem deficiência tendem a valorizar mais a empresa que inclui, com qualidade,
profissionais com diferentes deficiências, já que enxergam a preocupação e cuidado com todos os
colaboradores. Esta valorização ajuda na criação de um sentimento de orgulho de pertencer a
empresa contribuindo para uma cultura organizacional positiva.

3. A acessibilidade para PcD’s é investimento, não custo

Algo que preocupa algumas empresas é justamente o valor desembolsado para deixar o ambiente
apto para a recepção de pessoas com deficiência, mas pensar nisso como uma espécie de
“dinheiro jogado fora” é errado. Um ambiente acessível está preparado para todas as situações e
ajuda a humanizar o ambiente e torná-lo muito mais funcional, não apenas aos funcionários, como
também para visitantes e/ou clientes.

4. Estabelecer um plano de carreira ajuda a reduzir os turn-overs

O principal objetivo de um programa de inclusão deve ser oferecer às pessoas com deficiência
igualdade de oportunidades com os demais colaboradores. E isso significa que as PcD’s devem
estar integradas ao plano de carreira da empresa e não estagnadas em seus cargos e funções
apenas para cumprimento de cota.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, pode-se perceber que a pessoa com deficiência foi por muito tempo, afastada da
dignidade humana, sem ter os seus direitos reconhecidos, sendo discriminada e excluída
socialmente. Além do fato da exclusão ter ocorrido da pior maneira possível, isolados em
manicômios em condições subumanas. Por isso que foi necessário a implementação de leis e
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políticas públicas de inclusão, que só ocorrem devido a luta dessas pessoas que ansiavam pelo
reconhecimento dos seus direitos.
Não restam dúvidas de que as mudanças ocorridas ao longo do temo são mais que
necessárias, pois buscam uma reparação e a efetiva inclusão social, seja no campo educacional,
laboral, de acessibilidade. Até mesmo para que se perceba que essas pessoas diferem das outras
apenas pela sua individualidade, peculiaridades, mas que são merecedores de respeito e de que deve
se ter expectativas em torno deles

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