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Sidney Dale Crode PDF
Sidney Dale Crode PDF
Maringá-PR
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA
Maringá-PR
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca Setorial BSE-DMA-UEM, Maringá, PR, Brasil)
COMISSAOJULGADORA:
Profa.Dra. RosaliBrusamarello
DMA/Universidade Estadualde Maringá (Presidente)
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Prof. Dr. Ivan Chestakov
Universidadede São Paulo
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Prof.Dr. EdneiAfarecido Santul$Júnior
DMAÂJniversidade Estadualde Maringá
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Introdução 9
1 Preliminares 11
1.1 Anéis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Ideais e anéis primos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.4 Álgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.5 Conjuntos parcialmente ordenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Homomorfismos de Jordan 21
2.1 Definição e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Ideais de Jordan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 Relação entre homomorfismos de Jordan e (anti-) homomorfismos . . . . 27
Bibliografia 62
INTRODUÇÃO
PRELIMINARES
Este capítulo é dedicado a alguns conceitos essenciais para o estudo dos homo-
morfismos de Jordan, como anéis, idempotentes, homomorfismos, módulos e algumas
propriedades dos mesmos.
1.1 Anéis
Definição 1.1. Um anel é um conjunto não vazio R com duas operações binárias
+:R×R→R e ·:R×R→R
(a, b) 7→ a + b (a, b) 7→ ab
Exemplo 1.13. Seja R um anel comutativo com unidade. O conjunto I = {f (x) ∈ R[x] :
f (0) = 0} é um ideal de R[x].
Exemplo 1.15. Todo anel com divisão é simples. De fato, se D é um anel com divisão e
I 6= {0} é um ideal de D, então existe 0 6= x ∈ I. Assim, 1 = xx−1 ∈ I, implicando que
r = r1 ∈ I, para todo r ∈ D. Portanto, I = D.
Exemplo 1.16. Se R é um anel não nulo e n ≥ 2, então Tn (R) não é simples, pois o
conjuto I formado por todas as matrizes (aij ) ∈ Tn (R) tais que aij = 0 se j < n, é um
ideal de Tn (R), que é não nulo e diferente de Tn (R).
Definição 1.17. Um domínio de integridade é um anel R comutativo com unidade tal que
para todos x, y ∈ R tais que xy = 0 implique que x = 0 ou y = 0.
Exemplo 1.30. Seja R um anel comutativo com unidade. Então φ : R[x] → R, definida
por φ(f ) = f (1) é um homomorfismo de anéis.
a = 0, pois f é injetora. Assim ker f = {0}. Reciprocamente, suponha que ker f = {0}.
Se f (a) = f (b), então f (a − b) = 0, isto é, a − b ∈ ker f = 0. Logo a = b, mostrando que
f é injetora.
Exemplo 1.35. Considere f : Mn (R) → Mn (R) definida por f (A) = At , onde At re-
presenta a matriz transposta de A. Note que para todos A, B ∈ Mn (R) temos que
f (A + B) = (A + B)t = At + B t = f (A) + f (B) e f (AB) = (AB)t = B t At = f (B)f (A).
Portanto, f é um anti-homomorfismo de anéis.
que a ∈
/ P . Para todo b ∈ J, temos aRb ⊂ IJ ⊂ P donde b ∈ P , uma vez que a ∈
/ P.
Portanto, J ⊂ P .
(4) ⇒ (1) Imediato.
Definição 1.39. Seja R um anel. Dizemos que R é primo se R 6= {0} e {0} for um ideal
primo de R.
Proposição 1.40. Seja R um anel e seja I um ideal de R tal que I 6= R. Então, R/I é primo
se, e somente se, I é um ideal primo.
Demonstração. De fato, suponhamos que R/I seja primo. Sejam J, K ideais de R tais
que JK ⊂ I e considere os ideais J+I
I
e K+I
I
de RI . Então
J +I K +I JK + JI + IK + I 2
⊂ = {0 + I},
I I I
Exemplo 1.42. Todo anel simples também é primo. Se R é um anel simples, então
R 6= {0} e seus únicos ideais são {0} e R. Sejam I, J ideais de R tais que IJ = {0}. Se
I 6= {0} e J 6= {0}, então I = J = R e daí {0} = IJ = RR, o que é uma contradição,
pois R é simples. Logo, I = {0} ou J = {0} implicando que {0} é um ideal primo.
Proposição 1.45. Seja R um anel com unidade. O anel de matrizes Mn (R) é primo se, e
somente se, R é um anel primo.
Suponhamos que R não seja primo. Logo existem ideais não nulos I, J de R tais que
IJ = {0}. Então Mn (I) e Mn (J) são ideais não nulos de Mn (R) tais que Mn (I)Mn (J) =
{0}. Logo, Mn (R) não é primo.
Para provar a recíproca, denote por eij a matriz de Mn (R) com 1R na entrada ij
e 0 nas demais entradas. Se Mn (R) não é primo, então existem ideais não nulos A
e B de Mn (R) tais que AB = {0}. Agora, A = Mn (I) e B = Mn (J), para alguns
ideais I e J de R. Além disso, I 6= {0}, J 6= {0} e IJ = {0}, pois caso contrário,
existiriam x ∈ I e y ∈ J tais que xy 6= 0. Daí xe11 ∈ Mn (I) = A e ye11 ∈ Mn (J) = B e
(xe11 )(ye11 ) = xye11 6= 0, implicando que AB 6= {0}, o que é uma contradição. Portanto,
o anel R não é primo.
1.3 Módulos
Definição 1.46. Seja R um anel com unidade. Um R-módulo à direita é um grupo abeli-
ano aditivo M com uma função
M ×R → M
(m, r) 7→ mr
para todos m, n ∈ M e r ∈ R.
Exemplo 1.52. Seja R um anel comutativo com unidade e seja M um R-módulo à di-
reita. Considere r ∈ R fixo. A aplicação ϕr : M → M definida por ϕr (m) = mr é um
homomorfismo de R-módulos.
Definição 1.53. Seja R um anel com unidade e seja M um R-módulo à direita. O con-
junto Ann(M ) := {r ∈ R : M r = {0}} é chamado anulador de M . Em particular, se
Ann(M ) = {0}, dizemos que M é um R-módulo fiel.
Exemplo 1.54. O anulador do módulo M do Exemplo 1.48 é igual a R.
( ! )
0 y
Exemplo 1.55. Considere o grupo aditivo M = : y ∈ R e o anel R =
0 0
( ! ) ! ! !
0 0 0 y 0 0 0 yx
: x ∈ R . Com a operação mr := = ,M é
0 x 0 0 0 x 0 0
um R-módulo à direita. Observe que Ann(M ) = {0}, portanto M é um R-módulo fiel.
Definição 1.56. Sejam R e S anéis com unidade e seja M um grupo abeliano aditivo. Di-
zemos que M é um (R, S)-bimódulo se M for um R-módulo à esquerda, um S-módulo
à direita e r(ms) = (rm)s para todos r ∈ R, s ∈ S e m ∈ M .
Exemplo 1.57. Se R é um anel com unidade e I é um ideal de R, então I é um (R, R)-
bimódulo.
1.4 Álgebras
Definição 1.58. Seja K um anel comutativo com unidade. Um anel A com uma estru-
tura de K-módulo satisfazendo
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d), (a, b)(c, d) = (ac, bd), a(c, d) = (ac, ad),
para todos a, b, c, d ∈ Z.
Exemplo 1.61. Seja K um anel comutativo com unidade e seja X um conjunto não
vazio. A álgebra livre sobre K gerada por X é
( )
X
KhXi := λi1 i2 ...in xi1 xi2 · · · xin : n ∈ N, λi1 i2 ...in ∈ K, xij ∈ X ,
finita
1.5 Conjuntos parcialmente ordenados 19
1. x x, para todo x ∈ X;
2. Se x y e y x, então x = y;
3. Se x y e y z, então x z.
Definição 1.65. Uma quase ordem é uma relação que é reflexiva e transitiva. E um con-
junto quase ordenado é um conjunto que possui uma relação de quase ordem.
Exemplo 1.66. Os conjuntos dos números naturais N, dos inteiros Z, dos racionais Q e
dos números reais R com suas ordens usuais são posets.
Exemplo 1.69. Note que se tomarmos o conjunto dos números inteiros Z no lugar do
conjunto N no Exemplo 1.68, teremos que (Z, |) será um conjunto quase ordenado, pois
a relação | é reflexiva e transitiva. Tal relação não é antissimétrica já que 3| − 3 e −3|3,
porém 3 6= −3.
1.5 Conjuntos parcialmente ordenados 20
e é formado
Exemplo 1.70. Dado um poset (X, ), o poset dual de X, denotado por X,
pelos mesmos elementos de X com a ordem ∗ dada por: x ∗ y ⇔ y x.
Proposição 1.71. Todo conjunto finito parcialmente ordenado X = {x1 , . . . , xn } pode ser
renomeado de forma que xi xj implique que i ≤ j (ordem dos naturais).
HOMOMORFISMOS DE JORDAN
Logo, comparando essas duas últimas equações, temos a equação desejada. Suponha
agora que ψ(a)θ(b) + θ(a)ψ(b) + ψ(b)θ(a) + θ(b)ψ(a) = 0, para todos a, b ∈ R. Como
Logo
ϕ:A → B
αe + βf + γg 7→ αe0 + βf 0 + γg 0 ,
2.1 Definição e propriedades 23
segue que ϕ(e)ϕ(f ) 6= ϕ(ef ) 6= ϕ(f )ϕ(e), ou seja, ϕ não é um homomorfismo nem um
anti-homomorfismo.
Observação 2.5. O exemplo anterior nos mostra que existem homomorfismos de Jor-
dan que não são homomorfismos e nem anti-homomorfismos. Nesta dissertação ire-
mos estudar a relação que existe entre homomorfismos de Jordan, homomorfismos e
anti-homomorfismos de certos anéis de matrizes.
Ao longo deste capítulo, assumimos que o anel R possui unidade 1R e que o anel S
é livre de torção 2 ( isto é, x ∈ S e 2x = 0 implica que x = 0).
Demonstração. Por hipótese temos que [e, a] = 0, assim [[e, a], e] = 0. Logo
Note também que de [e, a] = 0, segue que ea = ae, assim ea = eae. Aplicando ϕ
obtemos que
ϕ(ea) = ϕ(e)ϕ(a)ϕ(e). (2.3)
x(ab + ba) − (ab + ba)x = [a(xb − bx) + (xb − bx)a] + [b(xa − ax) + (xa − ax)b]
Antes de expor o próximo resultado, observe que, se R é um anel que não possui
ideais nilpotentes não nulos, então R não possui ideais laterais nilpotentes não nulos.
Para ver isso, suponha sem perda de generalidade, que I seja um ideal à direita de
R tal que I n = 0. Então, o conjunto RI é um ideal de R tal que (RI)n+1 = 0, pois se
a1 , . . . , an+1 ∈ R e x1 , . . . , xn+1 ∈ I, então
(a1 x1 )(a2 x2 ) · · · (an xn )(an+1 xn+1 ) = a1 (x1 a2 )(x2 a3 ) · · · (xn an+1 )xn+1 = 0
já que (x1 a2 )(x2 a3 ) · · · (xn an+1 )xn+1 ∈ I n = 0. Logo devemos ter I = 0, pois caso
contrário teríamos um ideal não nulo nilpotente RI.
Proposição 2.15. Seja R um anel com unidade, livre de torção 2. Se R não possui ideais
nilpotentes não nulos, então todo ideal de Jordan não nulo de R contém um ideal não nulo de
R.
donde (
ϕ(a)ϕ(b) + ϕ(a)ϕ(d) ou
ϕ(a)ϕ(b) + ϕ(d)ϕ(a) =
ϕ(b)ϕ(a) + ϕ(d)ϕ(a),
isto é, ϕ(d)ϕ(a) = ϕ(a)ϕ(d) ou ϕ(a)ϕ(b) = ϕ(b)ϕ(a), o que é uma contradição. Portanto,
ϕ(ad) = ϕ(a)ϕ(d), para todo d ∈ R. De modo análago, mostra-se que ϕ(db) = ϕ(d)ϕ(b),
para todo d ∈ R.
Agora, se por absurdo existissem elementos x, y ∈ R tais que ϕ(xy) = ϕ(y)ϕ(x) =
6
ϕ(x)ϕ(y), então de modo análago ao que foi feito acima, obteríamos que ϕ(dy) =
ϕ(y)ϕ(d) e ϕ(xd) = ϕ(d)ϕ(x), para todo d ∈ R. Mas, observe que
ou
ϕ((a + x)(b + y)) = (ϕ(b) + ϕ(y))(ϕ(a) + ϕ(x)).
No primeiro caso, chega-se que ϕ(xy) = ϕ(x)ϕ(y) e no segundo, chega-se que ϕ(ab) =
ϕ(b)ϕ(a), que é uma contradição. Logo se existem a, b ∈ R tais que ϕ(ab) = ϕ(a)ϕ(b) 6=
ϕ(b)ϕ(a), então não existem x, y ∈ R tais que ϕ(xy) = ϕ(y)ϕ(x) 6= ϕ(x)ϕ(y), em outras
palavras, devemos ter ϕ(xy) = ϕ(x)ϕ(y) para todos x, y ∈ R.
De modo análago, se supusermos que existem a, b ∈ R tais que ϕ(ab) = ϕ(b)ϕ(a) 6=
ϕ(a)ϕ(b) obtemos que ϕ é um anti-homomorfismo.
Y X = XY + Z [X, Z] = [Y, Z] = Z 2 = 0.
Y l X = Y (Y l−1 X)
= Y (XY l−1 + (l − 1)Y l−2 Z)
= (Y X)Y l−1 + (l − 1)Y l−1 Z
= (XY + Z)Y l−1 + (l − 1)Y l−1 Z
= XY l + lY l−1 Z.
2.3 Relação entre homomorfismos de Jordan e (anti-) homomorfismos 30
Y l X k = (Y l X k−1 )X
= (X k−1 Y l + (k − 1)lX k−2 Y l−1 Z)X
= X k−1 (Y l X) + (k − 1)lX k−2 (Y l−1 X)Z
= X k−1 (XY l + lY l−1 Z) + (k − 1)lX k−2 (XY l−1 + (l − 1)Y l−2 Z)Z
= X k Y l + lX k−1 Y l−1 Z + (k − 1)lX k−1 Y l−1 Z
= X k Y l + klX k−1 Y l−1 Z.
1 k 1 k l
(X ◦ Y l ) = (X Y + Y l X k )
2 2
1 k l
= (X Y + X k Y l + klX k−1 Y l−1 Z)
2
kl
= X k Y l + X k−1 Y l−1 Z.
2
1 k 1
(X ◦ Y l ) ◦ (X m ◦ Y n ) = X k+m ◦ Y l+n .
2 2
Com efeito,
1 k 1
(X ◦ Y l ) ◦ (X m ◦ Y n )
2 2
kl mn m−1 n−1
= (X k Y l + X k−1 Y l−1 Z) ◦ (X m Y n + X Y Z)
2 2
kl mn m−1 n−1
= (X k Y l + X k−1 Y l−1 Z)(X m Y n + X Y Z)
2 2
mn m−1 n−1 kl
+(X m Y n + X Y Z)(X k Y l + X k−1 Y l−1 Z)
2 2
mn kl
= X k (Y l X m )Y n + X k (Y l X m−1 )Y n−1 Z + X k−1 (Y l−1 X m )Y n Z
2 2
kl mn
+X m (Y n X k )Y l + X m (Y n X k−1 )Y l−1 Z + X m−1 (Y n−1 X k )Y l Z
2 2
mn k m−1 l
= X k (X m Y l + mlX m−1 Y l−1 Z)Y n + X (X Y + (m − 1)lX m−2 Y l−1 Z)Y n−1 Z
2
kl
+ X k−1 (X m Y l−1 + m(l − 1)X m−1 Y l−2 Z)Y n Z + X m (X k Y n + knX k−1 Y n−1 Z)Y l
2
kl m k−1 n
+ X (X Y + (k − 1)nX k−2 Y n−1 Z)Y l−1 Z
2
2.3 Relação entre homomorfismos de Jordan e (anti-) homomorfismos 31
mn m−1 k n−1
+ X (X Y + k(n − 1)X k−1 Y n−2 Z)Y l Z
2
mn k+m−1 l+n−1 kl
= X k+m Y l+n + mlX k+m−1 Y l+n−1 Z + X Y Z + X m+k−1 Y l+n−1 Z
2 2
kl mn
+X k+m Y l+n + knX k+m−1 Y l+n−1 Z + X m+k−1 Y n+l−1 Z + X m+k−1 Y n+l−1 Z
2 2
= 2X k+m Y l+n + (kn + mn + kl + ml)X m+k−1 Y n+l−1 Z
= X k+m Y l+n + X k+m Y l+n + (l + n)(k + m)X m+k−1 Y n+l−1 Z
= X k+m Y l+n + Y l+n X k+m
= X k+m ◦ Y l+n .
Neste capítulo apresentamos dois teoremas que nos dão condições suficientes para
que homomorfismos de Jordan sejam homomorfismos ou anti-homomorfismos de ané-
is. O primeiro resultado, Teorema 3.7, envolve anéis de matrizes triangulares supe-
riores sobre anéis primos e pode ser encontrado em [8]. O segundo resultado, Teo-
rema 3.10, pode ser encontrado em [16] e os anéis de matrizes são considerados sobre
um anel cujos únicos idempotentes são 0 e 1.
Definição 3.1. Sejam A e B anéis com unidade e seja M um (A, B)-bimódulo que é fiel
como A-módulo à esquerda e também como B-módulo à direita. O anel
( ! )
a m
T ri(A, M, B) := : a ∈ A, m ∈ M, b ∈ B
0 b
T ri(A, M, B) = A ⊕ M ⊕ B.
AB = BA = M A = BM = M 2 = 0.
33
Exemplo 3.2. Seja R um anel com unidade e seja Tn (R) o anel das matrizes triangulares
superiores de ordem n com entradas em R, n ≥ 2. Observe que podemos ver Tn (R)
como um anel triangular !
A M
,
0 B
onde A = Tn−1 (R), B = R e M = M(n−1)×1 (R).
Seja R um anel com unidade e considere Tn (R). Vamos denotar por eij a matriz de
Tn (R) que possui 1 na entrada ij e zero nas demais, para 1 ≤ i ≤ j ≤ n. Note que
Lema 3.3. Seja R um anel primo com unidade. Suponha que g e f sejam idempotentes não
triviais em Tn (R) tais que g + f = 1Tn (R) e
Demonstração. Escreva
a = a1 + m1 + b1 e f = a2 + m 2 + b 2 ,
onde a1 , a2 ∈ A, b1 , b2 ∈ B e m1 , m2 ∈ M .
Se b2 = 0, então f = a2 + m2 . Assim, de g + f = 1Tn (R) , obtemos que g = 1A − a2 +
1B − m2 . Multiplicando por 1B à esquerda em ambos os lados, segue que 1B g = 1B .
Logo, como bTn (R)g = 0 temos bTn (R)1B g = 0 donde bTn (R)1B = 0. Em particular,
b1B = 0 e bM 1B = 0. Assim bM = 0 e, consequentemente,
Mas, como b ∈ Tn (R), segue que b1A ∈ A e dessa maneira b1A = 0, pois M é um
A-módulo à esquerda fiel. Portanto b = b1Tn (R) = b(1A + 1B ) = b1A + b1B = 0 e da
igualdade gTn (R)(f − b) = 0, segue que gTn (R)f = 0.
Suponha que b2 6= 0. Segue de aTn (R)f = 0 que aBf = 0 donde 0 = aBf =
(a1 + m1 + b1 )B(a2 + m2 + b2 ) = m1 Bb2 + b1 Bb2 , implicando que m1 Bb2 = 0 e b1 Bb2 = 0.
34
0 = f B(g − a)
= (a2 + m2 + b2 )B(1Tn (R) − f − a)
= (a2 + m2 + b2 )B(1A − a2 − a1 + 1B − b2 − m1 − m2 )
= m2 B(1B − b2 ) + b2 B(1B − b2 ),
Lema 3.4. Seja R um anel primo com unidade e seja n ≥ 2 um inteiro. Suponha que g e f
sejam idempotentes não triviais em Tn (R) tais que g + f = 1Tn (R) . Se gTn (R)f = 0, então
1B g = 1B e ge11 = 0.
Assim aM (1B −b) = 0 e aA(1A −a)+aA(−m) = 0, donde aM (1B −b) = 0, aA(1A −a) = 0
e aA(−m) = 0. Mas como M = A = R é um anel primo e a 6= 0, segue que b = 1B ,
a = 1A e m = 0. Desta forma f = 1Tn (R) − g = 1Tn (R) − a − b − m = −m = 0 e isto é uma
contradição, pois f é um idempotente não trivial. Portanto a = 0.
Temos que g = b + m e, como g é um idempotente não trivial, segue que b 6= 0 (pois
se g = m, teríamos g = g 2 = m2 = 0, que é um absurdo). Como gT2 (R)f = 0, em
particular
Lema 3.5. Seja R um anel primo com unidade e sejam g e f idempotentes não triviais em
Tn (R) tais que g + f = 1Tn (R) e gTn (R)f = 0.
0, obtemos que f (e11 Tn (R))v = 0, ou seja, e11 Tn (R)v = 0. Em particular, e11 e1i v = 0,
isto é, e1i v = 0 para todo i = 1, 2, . . . , n, o que nos fornece v = 0.
Lema 3.6. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros e sejam R um anel com unidade e R0 um anel com unidade,
primo, livre de torção 2. Suponha que ϕ : Tn (R) → Tn0 (R0 ) seja um homomorfismo de Jordan
sobrejetor tal que ϕ(enn ) 6= 0, 1Tn0 (R0 ) . Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-homomorfismo
de anéis.
Tn0 (R0 ) = gTn0 (R0 )g ⊕ gTn0 (R0 )f ⊕ f Tn0 (R0 )g ⊕ f Tn0 (R0 )f. (3.1)
e, como
Logo (ϕ(a) − y) + ϕ(m) + ϕ(b) = 0 e, consequentemente, ϕ(a) = y, uma vez que a soma
em (3.1) é direta. Isto mostra que ϕ(A) = gTn0 (R0 )g. As outras igualdades são análogas.
Considere M1 = ϕ−1 (gTn0 (R0 )f ) ∩ M e M2 = ϕ−1 (f Tn0 (R0 )g) ∩ M .
Afirmação 2: ϕ(M1 ) = gTn0 (R0 )f e ϕ(M2 ) = f Tn0 (R0 )g.
De fato, ϕ(M1 ) = ϕ(ϕ−1 (gTn0 (R0 )f ) ∩ M ) ⊆ gTn0 (R0 )f ∩ ϕ(M ) ⊆ gTn0 (R0 )f . Por outro
lado, se x ∈ gTn0 (R0 )f , então pela sobrejetividade de ϕ, existe a + m + b ∈ Tn (R) tal que
ϕ(a + m + b) = ϕ(a) + ϕ(m) + ϕ(b) = x ∈ gTn0 (R0 )f implicando que ϕ(a) = 0, ϕ(b) = 0 e
ϕ(m) = x ∈ gTn0 (R0 )f , ou seja, m ∈ ϕ−1 (gTn0 (R0 )f ) ∩ M = M1 . Logo x = ϕ(m) ∈ ϕ(M1 ).
A outra igualdade é análoga.
Afirmação 3: M = M1 + M2 .
37
Das igualdades (3.2) e (3.4) segue que ϕ(am1 ), ϕ(m1 b) ∈ gTn0 (R0 )f e com isso am1 , m1 b ∈
ϕ−1 (gTn0 (R0 )f ) ∩ M = M1 . Portanto M1 é um (A, B)-bimódulo. Analogamente, con-
cluímos de (3.3) e (3.5) que M2 é um (A, B)-bimódulo.
Note também que de (3.2),
De (3.3), ϕ(m2 )ϕ(a1 a2 ) = ϕ(a1 a2 m2 ) = ϕ(a2 m2 )ϕ(a1 ) = ϕ(m2 )ϕ(a2 )ϕ(a1 ), para todos
a1 , a2 ∈ A e m2 ∈ M2 . Assim para todos a1 , a2 ∈ A,
n−1
X
αm = (αein )(enn min ) ∈ M1
i=1
e
n−1
X n−1
X
mα = (min eii )(ein α) = (min eii )(αein ) ∈ M1 ,
i=1 i=1
Observe também que ϕ(M α) ⊆ gTn0 (R0 )f , ϕ(B) = f Tn0 (R0 )f e ϕ(M2 ) = f Tn0 (R0 )g.
Desta forma, para todo m2 ∈ M2 ,
Portanto ϕ é um anti-homomorfismo.
Suponhamos agora que f Tn0 (R0 )g = 0, isto é, ϕ(M2 ) = 0, pela Afirmação 2. De ma-
neira análoga, aplicando o Lema 3.5 juntamente com as equações (3.6) e (3.9), obtemos
Teorema 3.7. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros e sejam R um anel com unidade e R0 um anel com
unidade, primo, livre de torção 2. Suponha que ϕ : Tn (R) → Tn0 (R0 ) seja um homomorfismo
de Jordan sobrejetor tal que ϕ(R1Tn (R) ) 6= Tn0 (R0 ). Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-
40
homomorfismo.
Logo, ϕ(A) = ϕ(M ) = 0 e ϕ(B) = Tn0 (R0 ), pois ϕ é sobrejetora. Mas ϕ(R1T2 (R) ) =
ϕ(R1B ) = ϕ(B) = Tn0 (R0 ), o que é uma contradição. Portanto ϕ(e22 ) 6= 1Tn0 (R0 ) .
Se ϕ(e22 ) = 0, então ϕ(1B ) = 0 e, de modo análogo, obtemos ϕ(B) = 0 = ϕ(M ).
Assim ϕ(A) = Tn0 (R0 ), donde ϕ(R1T2 (R) ) = Tn0 (R0 ), o que é uma contradição. Desta
forma ϕ(e22 ) 6= 0.
Como ϕ(e22 ) 6= 0, 1Tn0 (R0 ) , o resultado para n = 2 segue do Lema 3.6.
Suponhamos n > 2 e que o resultado seja válido para r < n. Vamos mostrar que
vale para n.
Suponha, inicialmente, que ϕ(enn ) = 1Tn0 (R0 ) . Assim ϕ(1A ) = 0 e de forma análoga
ao que foi feito anteriormente, temos que ϕ(B) = Tn0 (R0 ), donde ϕ(R1Tn (R) ) = Tn0 (R0 ),
o que é um absurdo. Logo ϕ(enn ) 6= 1Tn0 (R0 ) .
Suponha, agora, que ϕ(enn ) = 0, isto é, ϕ(1B ) = 0. De modo análago obtemos que
ϕ(B) = 0 = ϕ(M ). Desta forma, ϕ(A) = Tn0 (R0 ) e como Tn0 (R0 ) 6= ϕ(R1Tn0 (R0 ) ) =
ϕ(R1A ), segue, pela hipótese de indução, que ϕ|A é um homomorfismo ou um anti-
homomorfismo e, portanto, ϕ é um homomorfismo ou um anti-homomorfismo.
Se ϕ(enn ) 6= 0, o resultado segue pelo Lema 3.6.
Corolário 3.8. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros, C um anel comutativo com unidade e R um anel com
unidade, primo, livre de torção 2. Suponha que ϕ : Tn (C) → Tn0 (R) seja um homomorfismo de
Jordan sobrejetor. Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-homomorfismo.
Demonstração. Suponha que ϕ(C1Tn (C) ) = Tn0 (R). Assim, ϕ induz um homomorfismo
de Jordan sobrejetor de C em Tn0 (R). Como
pois C é comutativo e ϕ é sobrejetora. Mas isto é um absurdo, já que [[e12 , e11 ], e11 ] 6=
0. Portanto, devemos ter que ϕ(C1Tn (C) ) 6= Tn0 (R) e com isso o resultado segue do
41
Teorema 3.7.
Corolário 3.9. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros, S um anel simples com unidade e R um anel primo
com unidade livre de torção 2. Suponha que ϕ : Tn (S) → Tn0 (R) seja um homomorfismo de
Jordan sobrejetor. Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-homomorfismo.
Demonstração. Suponha que ϕ(S1Tn (S) ) = Tn0 (R). Assim ϕ induz um homomorfismo
de Jordan sobrejetor ϕ0 = ϕ ◦ i : S → Tn0 (R) onde i : S → S1Tn (S) é definida por
i(s) = s1Tn (S) .
Afirmação: S é livre de torção 2.
Seja a ∈ S tal que 2a = 0. Assim 0 = ϕ0 (2a) = 2ϕ0 (a) e, portanto, ϕ0 (a) = 0. Como S
é simples e SaS é um ideal de S, devemos ter que SaS = S ou SaS = {0}.
Se a 6= 0, então 1S a1S 6= 0 e assim SaS = S. Logo
Teorema 3.10. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros e seja R um anel com unidade livre de torção 2 e cujos
únicos idempotentes são 0 e 1R . Suponha que ϕ : Tn (R) → Tn0 (R) seja um homomorfismo
de Jordan sobrejetor tal que ϕ(R1Tn (R) ) 6= Tn0 (R). Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-
homomorfismo.
Demonstração. Pela sobrejetividade de ϕ temos ϕ(1Tn (R) ) = 1Tn0 (R) , assim ϕ(eii ) 6= 0
para algum i com 1 ≤ i ≤ n. Escolha i0 tal que ϕ(ei0 i0 ) 6= 0 e de modo que, se i0 6= 1,
então ϕ(eii ) = 0 para todo i < i0 . Desta forma,
para todo a ∈ R. Logo ϕ(R1Tn (R) ) = ϕ(Renn ). Agora vamos mostrar que ϕ(Renn ) =
Tn0 (R) e para isso, basta verificarmos que ϕ(Renn ) ⊇ Tn0 (R). Seja y ∈ Tn0 (R) e seja
x = (xij ) ∈ Tn (R) tal que ϕ(x) = y. Note que
2ϕ(xij eij ) = ϕ((xij 1Tn (R) ) ◦ eij ) = ϕ(xij 1Tn (R) ) ◦ ϕ(eij ) = 0,
P
para todo i < n = i0 . Logo y = ϕ(x) = 1≤i≤j≤n ϕ(xij eij ) = ϕ(xnn enn ) implicando que
ϕ(Renn ) ⊇ Tn0 (R). Daí ϕ(Renn ) = Tn0 (R) e, portanto, ϕ(R1Tn (R) ) = ϕ(Renn ) = Tn0 (R), o
que é uma contradição. Deste modo i0 6= n.
Se n = 2, então ϕ(e11 ) 6= 0. Se n > 2, escreva A = Ti0 −1 (R), M = M(i0 −1)×(n−i0 +1) (R)
e B = Tn−i0 +1 (R). Deste modo Tn (R) pode ser visto como um anel triangular
!
A M
.
0 B
Note que ϕ(1A ) = 0 e com isso temos que ϕ(A) = 0 e ϕ(M ) = 0, pois ϕ(a) =
ϕ(1A a1A ) = ϕ(1A )ϕ(a)ϕ(1A ) = 0 e ϕ(m) = ϕ(1A ◦ m) = ϕ(1A ) ◦ ϕ(m) = 0. Assim,
ϕ induz um homomorfismo de Jordan sobrejetor ϕi0 : B → Tn0 (R), onde n − (i0 −
1) = n − i0 + 1 ≥ 2, visto que i0 ≤ n − 1. Observe também que, se ϕi0 for um ho-
momorfismo ou um anti-homomorfismo, ϕ também será um homomorfismo ou um
anti-homomorfismo. Desta forma, podemos assumir, sem perda de generalidade, que
i0 = 1, isto é, ϕ(e11 ) 6= 0.
Como e11 é um idempotente, então ϕ(e11 ) também é. Vamos mostrar que ϕ(e11 ) 6=
1Tn0 (R) . Suponha que ϕ(e11 ) = 1Tn0 (R) . Assim, para todo x = (xij ) ∈ Tn (R), temos que
e também
Logo ϕ(R1Tn (R) ) = Tn0 (R), já que ϕ é sobrejetora, mas isso contradiz a hipótese. Por-
tanto ϕ(e11 ) 6= 1Tn0 (R) e, desta forma, ϕ(e11 ) é um idempotente não trivial de Tn0 (R).
P
Escreva A = R, M = Rn−1 e B = Tn−1 (R). Considere g = e11 e f = ni=2 eii , as
unidades de A e B, respectivamente. Tome g 0 = ϕ(g) e f 0 = ϕ(f ) e observe que tais
elementos são idempotentes não triviais de Tn0 (R) (uma vez que g e f são idempotentes
não triviais de Tn (R)) e g 0 + f 0 = 1Tn0 (R) . Assim,
Tn0 (R) = g 0 Tn0 (R)g 0 + g 0 Tn0 (R)f 0 + f 0 Tn0 (R)g 0 + f 0 Tn0 (R)f 0 .
para todos a1 , a2 ∈ A e b1 , b2 ∈ B.
44
e12 = e11 e12 e22 = e11 (u + v)e22 = e11 ue22 + e11 ve22 ,
com e11 ue22 ∈ M1 e e11 ve22 ∈ M2 . Logo e11 ue22 = αe12 e e11 ve22 = βe12 , onde α, β ∈ R
e α + β = 1R . Com isso, segue que
Observe também que ϕ(M α) ⊆ g 0 Tn0 (R)f 0 , ϕ(B) = f 0 Tn0 (R)f 0 e ϕ(M2 ) = f 0 Tn0 (R)g 0 .
Desta forma
Escreva
X
g0 = aij eij ,
1≤i≤j≤n0
onde aij ∈ R. Como g 0 é um idempotente em Tn0 (R), segue facilmente que aii é um
idempotente em R, para todo i = 1, . . . , n0 . Logo aii = 0 ou aii = 1, pois R não contém
idempotentes não triviais. Do fato que g 0 + f 0 = 1Tn0 (R) temos que
n 0
X X
0
f = (1 − aii )eii − aij eij .
i=1 1≤i<j≤n0
0 = ϕ(βg)g 0 Tn0 (R)f 0 = (ϕ(g) − ϕ(αg))g 0 Tn0 (R)f 0 = g 0 Tn0 (R)f 0 = ϕ(M1 ).
Afirmação: an0 n0 = 1.
Se an0 n0 = 0, então 1 − an0 n0 = 1. Como g 0 Tn0 (R)f 0 = 0, temos que g 0 ejn0 f 0 = 0. Logo
0 = g 0 ejn0 f 0 en0 n0
n 0 !
X X
= g 0 ejn0 (1 − aii )eii − aij eij e n0 n0
i=1 1≤i<j≤n0
!
X
= g 0 ejn0 (1 − an0 n0 )en0 n0 − g 0 ejn0 ain0 ein0
1≤i<n0
= g 0 ejn0 (1 − an0 n0 )en0 n0 = g 0 ejn0 en0 n0 = g 0 ejn0
1, . . . , n0 e quaisquer a1 , a2 ∈ A. Assim
para todos b1 , b2 ∈ B.
Sejam x = a + m + b, y = a0 + b0 + m0 ∈ Tn (R). Como ϕ(M1 ) = 0 e M = M1 + M2 ,
obtemos das equações (3.19), (3.21), (3.30) e (3.31) que
portanto ϕ é um anti-homomorfismo.
Suponha agora que a11 = 1. Da equação (3.29), temos que g 0 e1i f 0 ϕ(βf ) = 0, e como
ϕ(βf ) ∈ f 0 Tn0 (R)f 0 , então g 0 e1i ϕ(βf ) = 0. Multiplicando por e11 à esquerda, segue que
0 = e11 g 0 e1i ϕ(βf ) = e1i ϕ(βf ), para todo i = 1, . . . , n0 . Logo ϕ(βf ) = 0, e de α + β = 1
temos f 0 = ϕ(f ) = ϕ(αf )+ϕ(βf ) = ϕ(αf ). Desta forma, da equação (3.27), concluímos
que f 0 Tn0 (R)g 0 = 0.
Afirmação: an0 n0 = 0.
Suponha que an0 n0 = 1. De f 0 Tn0 (R)g 0 = 0 segue que f 0 ein0 g 0 = 0 e, portanto, f 0 ein0 =
0, para i = 1, . . . , n0 . Logo f 0 = 0, o que é uma contradição. Desta forma an0 n0 = 0 e
1 − an0 n0 = 1.
Agora, da equação (3.22) temos que (ϕ(a1 a2 ) − ϕ(a1 )ϕ(a2 ))g 0 ejn0 f 0 = 0 para todo
47
para todos b1 , b2 ∈ B. Do fato que ϕ(M2 ) = f 0 Tn0 (R)g 0 = 0, M = M1 +M2 e das equações
(3.18), (3.20), (3.32) e (3.33), temos para todos x = a + m + b, y = a0 + b0 + m0 ∈ Tn (R)
que
Portanto ϕ é um homomorfismo.
Corolário 3.11. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros e seja R um anel simples com unidade livre de
torção 2, cujos únicos idempotentes são 0 e 1R . Suponha que ϕ : Tn (R) → Tn0 (R) seja um
homomorfismo de Jordan sobrejetor. Então ϕ é um homomorfismo ou um anti-homomorfismo.
Corolário 3.12. Sejam n, n0 ≥ 2 inteiros e seja D um anel com divisão livre de torção 2.
Suponha que ϕ : Tn (D) → Tn0 (D) seja um homomorfismo de Jordan sobrejetor. Então ϕ é um
homomorfismo ou um anti-homomorfismo.
Exemplo 4.1. Seja C um anel comutativo com unidade e seja B a subálgebra da álgebra
Mn (C) × Mn (C), n ≥ 2, consistindo de todos os elementos (a, b), onde a é uma matriz
triangular superior e b é uma matriz triangular inferior, com a e b tendo a mesma dia-
gonal. Defina
ϕ : Tn (C) → B (4.1)
a 7→ (a, at )
Observe que ϕ(e11 e12 ) 6= ϕ(e11 )ϕ(e12 ) e ϕ(e11 e12 ) 6= ϕ(e12 )ϕ(e11 ). Logo ϕ não é um
homomorfismo nem um anti-homomorfismo.
Também temos que ϕ não é uma soma de um homomorfismo com um anti-homo-
morfismo. De fato, suponha que exista um homomorfismo ψ : Tn (C) → B e um anti-
homomorfismo θ : Tn (C) → B tais que ϕ = ψ + θ. Denote por 1 a matriz identidade de
Tn (C), assim 10 = (1, 1) é a unidade da álgebra B e ϕ(1) = 10 .
Tome g = ψ(1) e f = θ(1). Desta forma, g e f são idempotentes de B com g + f = 10 .
Logo, para todo a ∈ Tn (C) temos que
implicando que ψ(a)f + θ(a)g = 0. Agora, multiplicando esta última equação por
g = 10 − f à direita, obtemos ψ(a)f = θ(a)g = 0. E, de modo análago, chega-se que
f ψ(a) = gθ(a) = 0. Como f θ(a) = θ(1)θ(a) = θ(1a) = θ(a1) = θ(a)θ(1) = θ(a)f e
gψ(a) = ψ(a)g, segue que g e f comutam com todos os elementos da forma ψ(a) +
θ(a) = (a, at ). Mas os elementos de B que comutam com todos os elementos (a, at ),
com a ∈ Tn (C), são da forma λ10 , com λ ∈ C.
Portanto, existe um idempotente ε ∈ C tal que g = ε10 e f = (1 − ε)10 . Logo
ε(e12 , e21 ) = ψ(e11 e12 ) = ψ(e11 )ψ(e12 ) = εϕ(e11 )εϕ(e12 ) = ε(e12 , 0).
e ϕ = ψ + θ − α, onde α = ψπ = θπ.
Defina ψ, θ : Tn (C) → B por ψ(a) = (a, π(a)) e θ(a) = (π(a), at ). Como π é um
homomorfismo e um anti-homomorfismo, é fácil ver que ψ é um homomorfismo e θ é
um anti-homomorfismo.
Para todos x, y ∈ Sn (C) e d ∈ Dn (C) temos que
e
ψ(x)θ(y) = (x, 0)(0, y t ) = (0, 0) = (0, y t )(x, 0) = θ(y)ψ(x).
e, portanto, ϕ = ψ + θ − α.
Mostremos agora que existe uma álgebra B e ⊃ B e uma extensão ϕ e : Tn (C) → Be de
e = ψe + θ,
ϕ tal que ϕ e onde ψe : Tn (C) → B
e é um homomorfismo e θe : Tn (C) → B e é um
anti-homomorfismo.
e a subálgebra de Mn (C) × Mn (C) constituída de todos os elementos da forma
Seja B
(a, b), onde a é uma matriz triangular superior e b uma matriz triangular inferior. Ob-
viamente, B ⊂ B. e Temos também que ψ(a) e e
= (a, 0) e θ(a) = (0, at ) definem um
homomorfismo e um anti-homomorfismo de Tn (C) em B e = ψe + θ.
e tal que ϕ e
4.1 Soma próxima 51
Note que o homomorfismo de Jordan ϕ do Exemplo 4.1 é uma soma próxima (com
relação a Dn (C) e Sn (C)) do homomorfismo ψ e do anti-homomorfismo θ.
Observação 4.3. Se ϕ é uma soma próxima de ψ e θ, então para todo a = a0 + a1 ∈ A
temos que ϕ(a0 ) = ψ(a0 ) = θ(a0 ) = α(a0 ) e
ϕ(a) ◦ ϕ(b) = [(ψ(a) − α(a)) + (θ(a) − α(a)) + α(a)][(ψ(b) − α(b)) + (θ(b) − α(b)) + α(b)]
+ [(ψ(b) − α(b)) + (θ(b) − α(b)) + α(b)][(ψ(a) − α(a)) + (θ(a) − α(a)) + α(a)]
= (ψ(a) − α(a))(ψ(b) − α(b)) + (ψ(a) − α(a))α(b) + (θ(a) − α(a))(θ(b) − α(b))
+ (θ(a) − α(a))α(b) + α(a)(ψ(b) + θ(b) − α(b)) + (ψ(b) − α(b))(ψ(a) − α(a))
+ (ψ(b) − α(b))α(a) + (θ(b) − α(b))(θ(a) − α(a)) + (θ(b) − α(b))α(a)
+ α(b)(ψ(a) + θ(a) − α(a))
= (ψ(a) − α(a))ψ(b) + (θ(a) − α(a))θ(b) + α(a)ψ(b) + α(a)θ(b) − α(a)α(b)
+ (ψ(b) − α(b))ψ(a) + (θ(b) − α(b))θ(a) + α(b)ψ(a) + α(b)θ(a) − α(b)α(a)
= ψ(a)ψ(b) + θ(a)θ(b) − α(a)α(b) + ψ(b)ψ(a) + θ(b)θ(a) − α(b)α(a)
= ψ(ab + ba) + θ(ab + ba) − α(ab + ba)
= ϕ(a ◦ b).
Demonstração. Como γ é C-linear, basta mostrar que γ(A0 )∩γ(A1 ) = {0}. Sejam a0 ∈ A0
e a1 ∈ A1 tais que γ(a0 ) = γ(a1 ). Então a0 − a1 ∈ ker γ, mas como ker γ é um ideal de A,
segue, por hipótese, que a0 = π(a0 − a1 ) ∈ ker γ, isto é, γ(a0 ) = γ(a1 ) = 0.
Proposição 4.6. Seja ϕ : A → B uma soma próxima de um homomorfismo ψ e um anti-ho-
momorfismo θ. Suponha que as seguintes condições sejam satisfeitas:
e, portanto, λu + v ∈ ϕ(A0 ) + ψ(A1 ) + θ(A1 ). Agora, ϕ(A0 )ϕ(A0 ) ⊆ ϕ(A0 ), pois ϕ(A0 ) =
ψ(A0 ) é uma subágebra de ϕ(A). Mais ainda, ϕ(A0 )ψ(A1 ), ψ(A1 )ϕ(A0 ), ψ(A1 )ψ(A1 ) ⊆
ψ(A1 ), pois ϕ|A0 = ψ|A0 e ψ(A1 ) é um ideal de ψ(A). Analogamente, ϕ(A0 )θ(A1 ),
θ(A1 )ϕ(A0 ), θ(A1 )θ(A1 ) ⊆ θ(A1 ), pois ϕ|A0 = θ|A0 e θ(A1 ) é ideal de θ(A). Assim, como
ψ(A1 )θ(A1 ) = θ(A1 )ψ(A1 ) = 0, segue que uv ∈ ϕ(A0 ) + ψ(A1 ) + θ(A1 ), mostrando que
tal conjunto é de fato uma subálgebra de B.
Pela Observação 4.3 vemos que ϕ(A) ⊂ ϕ(A0 ) + ψ(A1 ) + θ(A1 ). Desta forma, pode-
mos concluir de (iii) que B = ϕ(A0 ) + ψ(A1 ) + θ(A1 ). Vamos mostrar que essa soma é
direta.
Tome x ∈ A0 e y, z ∈ A1 , tais que ϕ(x) + ψ(y) + θ(z) = 0. Pela Observação 4.3,
ϕ(x) = ψ(x). Logo ψ(x + y) = −θ(z) e, por (ii), ψ(x) + ψ(y) = ψ(x + y) = 0 e θ(z) = 0.
Pela Proposição 4.5, ψ(x) = ψ(y) = 0. Assim, B = ϕ(A0 ) ⊕ ψ(A1 ) ⊕ θ(A1 ).
Considere Be = ψ(A) × θ(A) e defina i : B → B e por
i(ϕ(a0 ) + ψ(a1 ) + θ(a01 )) = (ϕ(a0 ) + ψ(a1 ), ϕ(a0 ) + θ(a01 )) = (ψ(a0 + a1 ), θ(a0 + a01 )),
e
ψ(a) = (ψ(a), 0) e e = (0, θ(a)).
θ(a)
que
e + θ(a)
ψ(a) e = (ψ(π(a) + (1 − π)(a)), θ(π(a) + (1 − π)(a)))
= i(ϕπ(a) + ψ(1 − π)(a) + θ(1 − π)(a))
= i(ϕ(a0 ) + ψ(a1 ) + θ(a1 ))
= iϕ(a) = ϕ(a),
e
provando a proposição.
Demonstração. Seja {eij : i j} o conjunto das matrizes unitárias de Tn (C, ), onde eij
é a matriz que tem 1 na posição i, j e zero nas demais. Para cada i j, defina
Uma vez que cada eii é um idempotente, segue que ϕ(eii ) é um idempotente e por (4.2)
temos que
ϕ(eii ) = fii = gii . (4.3)
ϕ(eij ) = ϕ(eii eij ejj + ejj eij eii ) = ϕ(eii )ϕ(eij )ϕ(ejj ) + ϕ(ejj )ϕ(eij )ϕ(eii ) = fij + gji
ou seja, para i ≺ j
ϕ(eij ) = fij + gji . (4.4)
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 55
fij = ϕ(eii )fij = fij ϕ(ejj ) e gji = ϕ(ejj )gji = gji ϕ(eii )
Desta forma, multiplicando a equação (4.4) por ϕ(eii ) à esquerda e por ϕ(ejj ) à direita
e depois por ϕ(eii ) à direita e por ϕ(ejj ) à esquerda, deduzimos, para i ≺ j, que
fij = ϕ(eii )ϕ(eij ) = ϕ(eij )ϕ(ejj ) e gji = ϕ(ejj )ϕ(eij ) = ϕ(eij )ϕ(eii ). (4.8)
Caso (b): j = k.
Se i = j = l, então fii fii = fii . Se i j ≺ l, então ϕ(eii )ϕ(ell ) = 0. Aplicando (4.8),
obtemos que
fij fjl = ϕ(eii )ϕ(eij )ϕ(ejl )ϕ(ell ) = ϕ(eii eij ejl + ejl eij eii )ϕ(ell ) = ϕ(eil )ϕ(ell ) = fil .
Claramente, ψ e θ são aplicações C-lineares. Agora, para todos eij , ekl ∈ Tn (C, ),
temos que
ψ(eij ekl ) = ψ(δjk eil ) = δjk fil = fij fkl = ψ(eij )ψ(ekl )
e
θ(eij ekl ) = θ(δjk eil ) = δjk gli = δkj gli = glk gji = θ(ekl )θ(eij ).
Teorema 4.11. Seja uma ordem parcial sobre {1, . . . , n} e seja ϕ : Tn (C, ) → B, n ≥ 2,
um homomorfismo de Jordan tal que a álgebra B é gerada por ϕ(Tn (C, )). Então existe uma
álgebra B e e um homomorfismo injetor i : B → B e tal que ϕ
e = iϕ é da forma ϕe = ψe + θ,
e onde
ψe : Tn (C, ) → Be é um homomorfismo e θe : Tn (C, ) → B e é um anti-homomorfismo.
Demonstração. Em vista do Teorema 4.9, nós precisamos apenas mostrar que as condi-
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 57
ções (i), (ii) e (iii) da Proposição 4.6 são cumpridas. Observe que
para todo a ∈ Tn (C, ). Desta forma, se I é um ideal de Tn (C, ), segue que π(I) ⊆ I.
Logo (i) está satisfeita.
Suponha agora que
X X
λij fij = αkl glk ,
ij k≺l
onde λij , αkl ∈ C. Multiplicando esta equação por frr à esquerda e por fss à direita
(com r s), e aplicando as equações (4.3), (4.5), (4.6) e (4.7) obtemos que
X X
λij frr fij fss = αkl grr glk gss
ij k≺l
X X
λij δri frj fss = αkl δrl grk gss
ij k≺l
X X
λrj frj fss = αkr grk gss
rj k≺r
X X
λrj δjs frs = αkr δks grs
rj k≺r
λrs frs = 0,
Teorema 4.12. Seja uma quase-ordem sobre {1, . . . , n} tal que, para cada i, existe j 6= i tal
que i j e j i. Se ϕ : Mn (C, ) → B é um homomorfismo de Jordan, então ϕ é a soma de
um homomorfismo e um anti-homomorfismo.
Demonstração. Seja {eij : i j} o conjunto das matrizes unitárias de Mn (C, ). Para
cada i ≺ j, defina
Observe que se j i, então gij e fji não estão definidos, pois eji não pertece a Mn (C, ).
Note que ejj eij eii = 0 para i 6= j, assim
ϕ(eij ) = ϕ(eii eij ejj + ejj eij eii ) = ϕ(eii )ϕ(eij )ϕ(ejj ) + ϕ(ejj )ϕ(eij )ϕ(eii ) = fij + gji ,
ou seja, se i 6= j
ϕ(eij ) = fij + gji . (4.10)
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 58
Como ϕ(eii ) é um idempotente, por (4.9) e pela Proposição 2.9, vemos para i 6= j que
fij = ϕ(eii )fij = fij ϕ(ejj ) e gji = ϕ(ejj )gji = gji ϕ(eii ).
para i 6= j. Desta forma, multiplicando a equação (4.10) por ϕ(eii ) à esquerda e por
ϕ(ejj ) à direita e depois por ϕ(eii ) à direita e por ϕ(ejj ) à esquerda, deduzimos que
fij = ϕ(eii )ϕ(eij ) = ϕ(eij )ϕ(ejj ) e gji = ϕ(ejj )ϕ(eij ) = ϕ(eij )ϕ(eii ), (4.11)
para i 6= j.
Mostremos, agora, que para todos i j e k l temos
fij fjl = fij ϕ(ejj )ϕ(ejl ) = fij ϕ(ejl ) = ϕ(eii )ϕ(eij )ϕ(ejl ).
Mas eii ejl = 0 = ejl eii , assim ϕ(eii )ϕ(ejl ) = 0 donde ϕ(eii )ϕ(ejl )ϕ(eij ) = 0. Logo
fij fjl = ϕ(eii )(ϕ(eij )ϕ(ejl ) + ϕ(ejl )ϕ(eij )) = ϕ(eii )(ϕ(eij ejl + ejl eij )) = ϕ(eii )ϕ(eil ) = fil .
glj gji = glj ϕ(ejj )ϕ(eij ) = glj ϕ(eij ) = ϕ(ell )ϕ(ejl )ϕ(eij )
e, como ell eij = 0 = eij ell , então ϕ(ell )ϕ(eij ) = 0, implicando que ϕ(ell )ϕ(eij )ϕ(ejl ) = 0.
Logo
glj gji = ϕ(ell )(ϕ(ejl )ϕ(eij ) + ϕ(eij )ϕ(ejl )) = ϕ(ell )(ϕ(ejl eij + eij ejl )) = ϕ(ell )ϕ(eil ) = gli .
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 59
Agora, vamos definir os fii e gii . Por hipótese, para cada i, podemos escolher j 6= i tal
que i j e j i. Defina
fii := fij fji e gii := gij gji .
fii = fij fji = ϕ(eij )ϕ(ejj )ϕ(eji )ϕ(eii ) = ϕ(eij )fji = ϕ(eij )ϕ(eji )ϕ(eii ),
e
gii = gij gji = ϕ(eji )ϕ(ejj )ϕ(eij )ϕ(eii ) = ϕ(eji )gji = ϕ(eji )ϕ(eij )ϕ(eii ).
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 60
Logo,
E, por fim, se j = k e i = l, fij gji = ϕ(eij )ϕ(ejj )ϕ(eij ) = ϕ(eij ejj eij ) = 0.
Analogamente, temos que gkl fij = 0.
Queremos agora, decompor ϕ através de uma soma de um homomorfismo ϕ1 e um
anti-homomorfismo ϕ2 . Para isso, tomemos f = f11 + f22 + · · · + fnn e g = g11 +
P
g22 + · · · + gnn . Denote por 1 a unidade de ϕ(Mn (C, )), assim 1 = ni=1 ϕ(eii ) e, como
ϕ(eii ) = fii + gii , segue que 1 = f + g. Logo f 2 = f , g 2 = g e f g = gf = 0.
Note que, para k 6= i, j
f ϕ(eij ) = fii ϕ(eij ) + fjj ϕ(eij ) = fii (fij + gji ) + fjj (fij + gji ) = fij ,
ϕ(eij )f = ϕ(eij )fii + ϕ(eij )fjj = (fij + gji )fii + (fij + gji )fjj = fij ,
4.2 Álgebra de matrizes estruturais 61
ou seja, f comuta com todos ϕ(eij ). De modo análogo mostra-se que g também comuta
com todos ϕ(eij ).
Agora, defina as aplicações ϕ1 , ϕ2 : Mn (C, ) → B por
X X
ϕ1 (x) = αij ϕ(eij )f = αij fij ,
ij ij
X X
ϕ2 (x) = αij ϕ(eij )g = αij gji .
ij ij
ϕ1 (eij ekl ) = ϕ1 (δjk eil ) = δjk fil = fij fkl = ϕ(eij )f ϕ(ekl )f = ϕ1 (eij )ϕ1 (ekl )
ϕ2 (eij ekl ) = ϕ2 (δjk eil ) = δjk gli = δkj gli = glk gji = ϕ(ekl )gϕ(eij )g = ϕ2 (ekl )ϕ2 (eij ).
Observação 4.13. Note que a hipótese de que para cada i ∈ {1, . . . , n} existir j 6= i
tal que i j e j i é necessária no Teorema 4.12, pois sem ela teríamos o primeiro
exemplo deste capítulo como contra-exemplo de um homomorfismo de Jordan que
não é a soma de um homomorfismo com um anti-homomorfismo.
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