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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Centro de Ciência e Tecnologia


Laboratório de Ciências Físicas

Caderno de roteiros dos experimentos

Laboratório de Física Geral II


(Bacharelados e Licenciaturas)

Profª Denise Ribeiro dos Santos


coordenadora da disciplina

Campos dos Goytacazes - RJ


2013
Orientações sobre o curso

As disciplinas experimentais têm como principais objetivos desenvolver no estudante ha-


bilidades e competências para a correta utilização de instrumentos simples de laboratório,
desenvolver o senso crítico para a interpretação de resultados experimentais, aprimorar a es-
crita científica na forma de relatórios, além de desenvolver o uso de ferramentas tecnológicas
tais como calculadoras científicas, computadores, internet, e outros. O nível dos experimen-
tos e a sequência de sua realização ao longo do curso obedece a um planejamento que visa
também contribuir para o entendimento de fundamentos teóricos apresentados nas discipli-
nas correspondentes. A tabela 1 indica esse planejamento, e poderá sofrer alterações com
base no conjunto de roteiros aqui disponíveis, caso o professor considere necessário.

Cronograma das aulas

Tabela 1: Cronograma de atividades para a disciplina


Data Experimento Data Experimento
20/09 Construção de tabela, gráfico e aná- 29/11 Resistência elétrica, código de cores
lise de dados e multímetro
27/09 Regressão linear e Correlação 06/12 Medidas de voltagem e corrente
04/10 Calorimetria 13/12 Carga de um capacitor: circuito RC
11/10 Calor específico Al, Cu e Pb 20/12 Segunda Avaliação
18/10 Dilatação térmica 10/01 O eletroímã
25/10 Primeira Avaliação 17/01 Força magnética num fio
01/11 Eficiência de uma lâmpada incandes- 24/01 Notas e vista de provas
cente
22/11 Lei de Ohm 31/01 Avaliação Final

Cada estudante deverá comparecer às aulas experimentais trazendo consigo este caderno
impresso e encadernado, com seu nome preenchido na página inicial, e nele realizar suas
anotações durante a realização de cada experimento. Este caderno será sua base de estudo
para as avaliações escritas.

ii
iii

Avaliações
Durante o curso serão aplicadas 2(duas) avaliações escritas. As avaliações serão prepa-
radas pelo coordenador da disciplina em conjunto com os demais professores que estiverem
ministrando a mesma.
Além das provas, cada aluno deverá entregar 4(quatro) relatórios individuais durante
o semestre. O prazo para a entrega de qualquer relatório é até a avaliação escrita seguinte,
sendo que após esse prazo será atribuída nota zero. Não será aceito relatório de experimentos
em que o estudante não tenha registrado sua assinatura na ata de presenças, o que poderá ser
feito apenas nos 10(dez) minutos iniciais de cada aula. Para orientar as análises estatísticas,
análise de propagação de erros, formatação de gráficos e toda a confecção dos relatórios, o
estudante pode consultar a Apostila Erros, disponível para download em www.uenf.br/
Uenf/Pages/CCT/Lcfis/.
A média será calculada por
7 × M P + 2 × M R + Apostila
M=
10
onde M P é a média das 2 provas escritas, M R é a média dos 4 relatórios e Apostila é a
média dos roteiros preenchidos durantes as aulas práticas. Em todas as aulas o aluno deverá
trazer a sua apostila. Em caso de falta será atribuída nota zero, ao roteiro e ao relatório. Não
haverá reposição de experimentos.
Serão aprovados os alunos que obtiverem nota superior ou igual a 6,0 (seis). Caso con-
trário o estudante que obtiver no mínimo de 75% de frequência poderá fazer a prova final,
cujo conteúdo será toda matéria ministrada durante o semestre. Nestes casos, a média final
será dada por:
MS + P F
MF =
2
Os relatórios entregues dentro do prazo serão corrigidos de acordo com os seguintes
critérios.
iv

Estrutura de Relatório e Pontuação

Tabela 2: Critérios de correção do relatório

Seção Descrição Pontos


1. Capa Nome da disciplina e turma; Título do experimento; Autor(es) (não 0,3
serão considerados autores que não estiveram presentes na aula prá-
tica); Cidade e data da realização do experimento.
2. Sumário Títulos das seções e números das páginas, contadas a partir da Intro- 0,2
dução.
3. Introdução Fazer uma discussão sucinta sobre o assunto. Três parágrafos são 1,5
suficientes: o primeiro parágrafo deve abordar o assunto de forma
geral e/ou aspectos históricos, o segundo parágrafo deve discutir a
importância do experimento e o terceiro parágrafo deve ressaltar os
objetivos e os resultados esperados do experimento.
4. Teoria Descrever a teoria, com os conceitos e fórmulas que realmente serão 1,0
utilizados no desenvolvimento do trabalho.
5.Procedimentos Materiais - Listar os materiais utilizados, incluindo marca do equi- 1,0
experimentais pamento e modelo. Usar a forma discursiva, por exemplo: "Nesse
experimento foram utilizados um fio de nylon de 30 cm de com-
primento, uma trena (erro 0,5 mm), um fotogate Pasco (erro 1 s)...".
Métodos - Descrever os procedimentos adotados para realizar as me-
didas, com os cuidados tomados em cada etapa; colocar os dados
fornecidos previamente para comparação ou para os cálculos. Deve
ser escrito de forma que o leitor tenha condição de reproduzir o ex-
perimento. Usar também a forma discursiva.
6. Resultados Apresentar os dados obtidos na forma de tabelas e gráficos. Mostrar 3,0
as contas realizadas. Colocar as unidades no final de cada conta.
7. Discussão Interpretar os dados obtidos e compará-los com os valores esperados 2,0
(valores de referência fornecidos). Descrever possíveis explicações
para concordâncias ou discrepâncias, considerando os erros experi-
mentais.
8. Conclusão Resumir as principais conclusões, considerando o objetivo e os re- 0,5
sultados obtidos. Não escrever “o experimento foi realizado com
sucesso...”, “os objetivos foram alcançados...” ou “pudemos aplicar
os conhecimentos adquiridos...”
9. Referências Listar corretamente todas as referências utilizadas, com todos os da- 0,5
Bibliográficas dos pertinentes à identificação das mesmas. Dê preferência aos livros
textos. Não use essa apostila como referência! Evite referências ge-
néricas de internet.
Outros itens Numeração de páginas, unidades, legendas de gráficos e tabelas (em 0,5
considerados na todas as seções). Todas as figuras e tabelas deverão ser numeradas e
correção acompanhadas de um texto explicativo.
Sumário

Sumário v

1 Construção de Tabela, Gráfico e Análise de dados 1

2 Regressão Linear e Correlação 4

3 Calorimetria 8
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.4 Dados Coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.5 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4 Calor específico Al, Cu e Pb 11


4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.4 Dados Coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.5 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.6 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

5 Dilatação Térmica 14
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.4 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

6 Eficiência de uma lâmpada incandescente 18


6.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
6.4 Dados coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
6.5 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

7 Lei de Ohm 22
7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

v
SUMÁRIO vi

7.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22


7.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7.4 Dados Coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7.5 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
7.6 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

8 Resistência Elétrica: Código de cores e multímetro 26


8.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
8.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
8.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
8.4 Dados coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
8.5 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
8.6 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

9 Medidas de Voltagem e Corrente 31


9.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
9.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
9.4 Dados coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
9.5 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

10 Processo de carga de um capacitor: circuito RC 35


10.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
10.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
10.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
10.4 Dados coletados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
10.5 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

11 O Eletroimã 41
11.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
11.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
11.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
11.4 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

12 Força Magnética sobre um fio conduzindo corrente 44


12.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
12.2 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
12.3 Procedimentos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
12.4 Discussão e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Experimento nº 1

Construção de Tabela, Gráfico e


Análise de dados

Existem evidências muito fortes de que o processo de transição da mortalidade de altos


para baixos níveis e o consequente aumento na esperança de vida ao nascer, parece ter sido
um fenômeno praticamente generalizado, em escala mundial, particularmente a partir da
Segunda Guerra. A revolução na saúde pública que se verificou após os anos 30, e principal-
mente após 1940, parecia fornecer a chave para a solução dos problemas da alta mortalidade
nos países subdesenvolvidos, sem depender do desenvolvimento econômico e melhoria dos
padrões de vida que acompanharam a transição demográfica nos países desenvolvidos.
Visualizando as tendências da mortalidade infantil entre as regiões brasileiras, podemos
afirmar que as diferenças não eram muito acentuadas no passado, agravando-se os diferenci-
ais à medida que se evolui ao longo do tempo. Há de se considerar que, entre 1965 e 1970,
a mortalidade infantil declinou proporcionalmente com menos intensidade, em todas as re-
giões brasileiras, observando-se, inclusive, estabilização nos níveis de mortalidade infantil.
A queda consistente da mortalidade que se observa, a partir da década de 70, parece
estar fortemente dependente do modelo de intervenção na área das políticas públicas, então
adotado principalmente no campo da medicina preventiva, curativa, de saneamento básico
e, mais recentemente, na ampliação dos programas de saúde materno-infantil, sobretudo
os voltados para o pré-natal, parto e puerpério; a ampliação da oferta de serviços médico-
hospitalares em áreas do País, até então bastante carentes, as campanhas de vacinação, os
programas de aleitamento materno e reidratação oral. Agreguem-se a estes fatores as grandes
mudanças nos padrões reprodutivos, com quedas acentuadas nos níveis de fecundidade e
teremos um quadro explicativo da evolução da queda da mortalidade, principalmente, a partir
dos anos 80, até o presente momento.
Os dados apresentados a seguir apresentam a taxa de mortalidade (TM) infantil no Brasil,
definida como o número de óbitos de recém nascidos por cada 1000 nascimentos e divulga-
dos em "Evolução e perspectivas da mortalidade infantil no Brasil"/ IBGE, Departamento da
População e Indicadores Sociais, - Rio de Janeiro : IBGE, 1999. Esses dados foram regis-
trados a intervalos de 5 anos a partir de 1930 até 1990. O valor da TM caiu sempre ao longo
desse intervalo de tempo.

Taxa de mortalidade infantil no Brasil

162 – 153 – 150 – 144 – 135 – 128 – 124 – 116 – 115 – 100 – 83 – 63 – 48

1
2

a) Monte a tabela que representa esses dados no intervalo de 1930-1990. Não esqueça de dar
um título à tabela, além de atribuir nomes e unidades às variáveis.
b) Trace um gráfico da taxa de mortalidade em função do tempo (não conecte os pontos).
Identifique a escala e as variáveis em cada eixo, com as suas respectivas unidades.
c) Compare o comportamento da TM nos intervalos abaixo. Há um único comportamento?

• 1930-1960 :

• 1970-1990 :

• 1965-1970 :

d) Qual seria a leitura neste gráfico em 2000?

e) Por interpolação obtenha o valor da TM em 1968.

f) Em que período os dados mostram que a taxa de mortalidade infantil está melhor? Justifi-
que.

Tabela 1.1: ....


3
Experimento nº 2

Regressão Linear e Correlação

Em sala: Na tabela 2.1 são apresentados dados fictícios sobre o consumo diário de refri-
gerante versus temperatura, coletados em uma certa amostra de população.

1. No papel milimetrado, trace o gráfico de consumo de refrigerante versus temperatura


(não conecte os pontos).

2. Utilizando as equações de ajuste linear abaixo (ver seção 5.5 da Apostila Erros, dispo-
nível em www.uenf.br/Uenf/Pages/CCT/Lcfis/) encontre os coeficientes a
e b da reta que melhor se ajusta aos aos pontos experimentais.

3. No mesmo gráfico dos pontos experimentais, trace em vermelho a reta ajustada y =


a + bx.

4. Utilizando a equação da reta, estime o consumo previsto para uma temperatura de


25ºC.

5. Calcule o coeficiente de correlação linear R, e interprete o seu resultado.

Em casa: Na tabela 2.3 são apresentados dados do deslocamento de um corpo descendo


uma rampa longa e sem atrito, a partir do repouso.

1. Utilizando um programa de computador, trace o gráfico do deslocamento versus o


tempo t.

2. Faça também o gráfico de deslocamento versus t2 .

3. Nos dois casos, calcule o coeficiente de correlação linear R, e interprete os seus resul-
tados.

4. Com relação aos gráficos pedidos em 1 e 2, responda: em qual caso podemos esperar
que o gráfico obedeça uma tendência linear? Justifique sua resposta, levando em conta
a expectativa da teoria e também os coeficientes de correlação linear calculados no
item 3.

5. Utilizando a equação da reta ajustada para o gráfico de deslocamento versus t2 , deter-


mine a aceleração do carrinho e a inclinação da rampa. Explique seu procedimento.

4
5

Parâmetros da regressão linear (ajuste de uma reta y = a + bx ):


1 �� � 2 � � �
a= yi xi − xi yi xi ou a = ȳ − bx̄


1 � � � � � ( xi yi ) − (N x̄ȳ)
b= N xi yi − xi yi ou b =
∆ (N − 1)Sx2
� �� �2
2
∆=N xi − xi
onde N é o número de pontos.

Coeficiente de correlação linear de Pearson:


� �
[(xi − x̄)(yi − ȳ)] ( xi yi ) − (N x̄ȳ)
R= ou R=
(N − 1)Sx Sy (N − 1)Sx Sy
Desvio padrão amostral:
�� ��
(xi − x̄)2 (yi − ȳ)2
Sx = e Sy =
N −1 N −1

Tabela 2.1: Consumo de refrigerante C

T(ºC) C(litros) xi yi (yi − ȳ)2 (xi − x̄)2


16 290
22 320
31 374
36 370
37 406
38 393
39
� 425
� � � �
xi yi xi yi (yi − ȳ)2 (xi − x̄)2

Tabela 2.2: Resultados do ajuste linear

a
b
R
6

Tabela 2.3: Deslocamento de um corpo descendo uma rampa sem atrito, a partir do repouso

t(s) d(m) t2 xi yi (yi − ȳ)2 (xi − x̄)2


1 0,342
2 1,367
3 3,076
5 8,545
10
� 34,181
� � � � �
xi yi xi xi yi (yi − ȳ)2 (xi − x̄)2

Observe, para os cálculos da tabela acima, que a variável x pode ser o tempo t ou o tempo
ao quadrado, t2 .
Se desejar reduzir a quantidade de cálculos, você pode usar o modo estatístico ou o modo
de regressão linear em sua calculadora para obter diretamente as somatórias e os coeficientes
abaixo, sem necessidade de preencher todos os cálculos intermediários da tabela 2.3.

Tabela 2.4: Resultados do ajuste linear para d versus t

a
b
R

Tabela 2.5: Resultados do ajuste linear para d versus t2

a
b
R
7
Experimento nº 3

Calorimetria

3.1 Introdução
Quando dois sistemas a temperaturas diferentes são colocados em contato, energia sob a
forma de calor é transferida do sistema quente para o sistema frio. Essa transferência de calor
eleva a temperatura do sistema frio e abaixa a temperatura do sistema quente. Finalmente,
os dois sistemas atingem a mesma temperatura, com valor intermediário, e o processo de
transferência de calor é terminado.
Uma unidade para medida do calor transferido é a caloria. A caloria é definida como a
quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 14,5ºC a
15,5ºC. Entretanto, para efeitos práticos neste experimento, podemos definir a caloria como
a quantidade de energia necessária para variar de 1ºC a temperatura de 1 g de água.
Neste experimento, serão misturadas duas massas conhecidas de água a temperaturas di-
ferentes. Usando a definição de caloria, será possível determinar a quantidade de energia, sob
a forma de calor, que é transferida para levar o sistema quente e o sistema frio ao equilíbrio
térmico.

3.2 Material Necessário


• Calorímetros

• Aquecedor

• Balanças

• Termômetros

• Água quente e água fria

8
9

3.3 Procedimentos experimentais


1. Determine as massas de dois calorímetros vazios e anote na tabela 3.1. Anote também
o erro dessa medida, e apresente a medida com todos os algarismos necessários para a
concordância com a precisão da balança.
2. Coloque água fria em um calorímetro ocupando aproximadamente 1/3 de sua capaci-
dade. Determine a massa do calorímetro com a água. Escreva o resultado na tabela
3.1, sempre lembrando de anotar também a imprecisão da medida.
3. Faça o mesmo procedimento do passo 2, mas agora, com água quente.
4. Determine as temperaturas das águas e escreva o resultado na tabela 3.1 (anote a me-
dida com todos os algarismos necessários para a concordância com a precisão do
termômetro).
5. Imediatamente após medir as temperaturas, misture a água quente à água fria. Mexa
um pouco a mistura com o termômetro, e aguarde até a temperatura se estabilizar.
Anote o resultado na tabela 3.1.
6. Repita esse procedimento com outras massas de água (experimente agora acrescentar
água fria à água quente).
7. Calcule as quantidades de calor transferidas pela água fria e pela água quente, que
denominamos respectivamente Qf ria e Qquente . Não se esqueça do sinal, e preencha a
tabela 3.2.
8. Calcule o erro ∆Q das quantidades de calor transferido.
9. Houve conservação da energia? Compare os módulos de Qf ria e Qquente , dentro dos
intervalos de precisão experimental. Para facilitar a comparação, verifique se a soma
Qf ria + Qquente é igual a zero.
10. Por fim, explique os resultados encontrados, e analise as possíveis fontes de erro.
Lembre-se, não valem respostas genéricas como "o experimento foi satisfatório"
ou "erros foram causados pela destreza dos operadores".

3.4 Dados Coletados

Tabela 3.1: Resultados das medidas e seus erros experimentais

Experimento 1 Experimento 2
M1cal
M2cal
M1cal+aguaf ria
M2cal+aguaquente
Tquente
Tf ria
Tf inal
10

Tabela 3.2: Resultados calculados e seus erros propagados

Experimento 1 Experimento 2
M1aguaf ria
M2aguaquente
∆Tf ria
∆Tquente
Qquente
Qf ria
Qf ria + Qquente

Para calcular as quantidades de calor transferidas pela água fria ou quente, use as expres-
sões

Qf ria = Mf ria c∆Tf ria


e
Qquente = Mquente c∆Tquente
Para calcular o erro do calor, utilize a propagação de erros (ver Apostila Erros, disponível
em www.uenf.br/Uenf/Pages/CCT/Lcfis/ equações da seção 5.3).
∆w ∆x ∆y ∆z
Verifique que se w = xyz então seu erro relativo será = + + .
w |x| |y| |z|

3.5 Discussão e conclusões


Experimento nº 4

Calor específico Al, Cu e Pb

4.1 Introdução
O calor específico de uma substância, indicado pelo símbolo c, é a quantidade de calor
necessária para variar de 1ºC a temperatura de um grama da substância. O calor específico
da água é 1 cal/gºC (este valor não possui erro, pois é obtido pela definição de uma caloria).
Se um objeto de massa m é feito de uma substância com calor específico igual a c, então o
calor necessário para variar a temperatura desse objeto em uma certa quantidade ∆T é dado
por Q = mc∆T . Quanto maior o calor específico menor será a variação de temperatura de
um material ao trocar energia na forma de calor.

4.2 Material Necessário


• 3 Calorímetros

• Aquecedor

• Balança

• Termômetro

• Água quente e água fria

• Amostras de alumínio, cobre e chumbo

4.3 Procedimentos experimentais


1. Determine a massa dos três calorímetros (secos) e dos objetos metálicos de alumínio,
cobre e chumbo (secos). Anote os resultados na tabela 4.1;

2. Coloque o objeto de alumínio no interior do calorímetro, suspenso pelo fio e sem tocar
o fundo do calorímetro; adicione água fria (misture um pouco de água gelada, para
obter água em torno de 15 graus). Quanto menos água melhor, mas o volume de água
deve encobrir totalmente o objeto;

11
12

3. Mergulhe o objeto na água fervendo, ainda suspenso pelo fio, e sem tocar o fundo do
aquecedor. Deixe-o mergulhado por alguns minutos, para que todo o metal esteja a
100°C;
4. Enquanto espera, determine a massa do calorímetro contendo água fria, e anote o
resultado;
5. Depois de medir a massa, determine a temperatura inicial da água fria. Após essa
medida, não retire mais o termômetro do calorímetro;
6. Rapidamente após medir a temperatura da água fria, remova a amostra de metal da
água fervendo e mergulhe-o no calorímetro. Mais uma vez, o objeto deve ficar com-
pletamente imerso na água, mas sem tocar o fundo do calorímetro;
7. Mexa a água cuidadosamente com o termômetro e observe a temperatura final de equi-
líbrio do sistema (água, metal e calorímetro). Escreva o resultado na tabela 4.1;
8. Repita os procedimentos 3. a 7. para os outros corpos; Tente usar aproximadamente a
mesma quantidade de água fria;
9. Calcule o calor específico de cada corpo metálico, com três algarismos significativos
(como os valores de referência);
magua ∆Tagua
c=
mobjeto |∆Tobjeto |
10. Calcule o erro experimental δc para o calor específico usando a relação:
δc δmagua δmobjeto δ∆Tagua δ∆Tobjeto
= + + +
c magua mobjeto ∆Tagua |∆Tobjeto |
11. Arredonde o erro δc para que fique com um algarismo significativo;
12. Arredonde c de acordo com o erro correspondente e escreva o intervalo c±δc na tabela
4.1.

4.4 Dados Coletados

Tabela 4.1: Medidas e seus erros experimentais

Alumínio Cobre Chumbo


mcalorimetro
mobjeto
Mcalorimetro+aguaf ria
Tinicial
Tf inal
magua
∆Tagua
∆Tobjeto
c
Valores de referência 0,215 cal/g.K 0,0923 cal/g.K 0,0305 cal/g.K
13

4.5 Questões
a) Compare os valores de calores específicos obtidos experimentalmente com os valores
de referência: são iguais ou diferentes? Justifique as diferenças, caso existam.

b) Coloque os três experimentos em ordem decrescente de variação de temperatura da


água, e compare a variação ∆Tobjeto correspondente. O que você observa?

c) Comparando os valores dos calores específicos dos corpos metálicos com o calor es-
pecífico da água, quais são os materiais mais fáceis de serem aquecidos ou resfriados?

4.6 Discussão e conclusões


Experimento nº 5

Dilatação Térmica

5.1 Introdução
Dilatação térmica ocorre em quase todos os materiais quando são aquecidos. Uma barra
possui comprimento L0 para uma dada temperatura T0 . Quando a temperatura varia de ∆T ,
o comprimento varia de ∆L. A experiência mostra que, se ∆T não for muito grande, a
variação de comprimento ∆L será diretamente proporcional a ∆T . Podemos expressar essa
dependência mediante a equação:

∆L = L0 α∆T

A constante α denomina-se coeficiente de dilatação linear de um material. Nesta aula


vamos medir experimentalmente os coeficientes de dilatação lineares de três metais.

5.2 Material Necessário


• Dilatômetro linear

• Aquecedor elétrico

• Água

• Termômetro

• Tubos de aço, cobre e latão

5.3 Procedimentos experimentais


1. Verifique a montagem sobre a sua bancada:

• A base do dilatômetro possui uma escala milimetrada de 0 até 500 mm.


• Sobre a base temos um medidor de dilatação ∆L com divisões de 0,01 mm.
Verifique que cada volta completa do ponteiro maior corresponde a uma dilatação
de 1 mm.
• A amostra metálica, em forma de tubo, pode ser de aço, cobre ou latão.

14
15

• Nas extremidades da amostra metálica estão conectados tubos flexíveis de sili-


cone, que conduzirão água quente para o interior da amostra.
• A água será aquecida no ebulidor tampado, até que a pressão a impulsione através
do tubo flexível, passando pelo interior da amostra metálica e saindo pela outra
extremidade, onde será coletada em um recipiente. Evite contato com a água
quente, o vapor ou as peças aquecidas.
• Um termômetro está próximo à extremidade final do tubo metálico, no interior
do duto de saída da água quente, deixando descoberta a sua escala a partir de
80ºC.
• Um par de guias posiciona o tubo metálico sobre a base. Uma guia está parafu-
sada sobre a marca de 500 mm. A outra extremidade não está presa e possui um
batente móvel que deve estar posicionado sobre o zero da escala milimetrada da
base. Juntas, estas extremidades definem o comprimento inicial L0 .
• A temperatura inicial Ti será a medida feita pelo termômetro antes de começar o
experimento.
• A temperatura final Tf será a medida do termômetro quando a água em ebulição
atravessar o tubo.

2. Antes de iniciar o aquecimento, ajuste o batente móvel que deve tocar na ponteira
do medidor de dilatação e empurrá-la até ficar posicionado sobre o zero da escala
milimetrada da base. Fixe o batente nessa posição e regule o zero do medidor de
dilatação girando o anel preto ao seu redor.
3. Anote os valores iniciais de temperatura na tabela 5.1, na coluna correspondente à sua
bancada.
4. Ligue o aquecedor e aguarde aproximadamente 5 minutos até que a temperatura má-
xima seja alcançada no termômetro. Atenção e cuidado, pois a água quente está circu-
lando no interior dos tubos, impulsionada pela pressão do vapor.
5. Anote o valor final da temperatura, e desligue o aquecedor.
6. Calcule o coeficiente de dilatação linear, e o seu erro experimental δα , usando:

∆L
α=
L0 ∆T
δα δL0 δ∆L δ∆T
= + +
α L0 |∆L| |∆T |
7. Discuta os resultados encontrados, e compare com os valores de referência:

αaco = 11 × 10−6 o
C −1
αcobre = 17 × 10−6 o
C −1
αlatao = 19 × 10−6 o
C −1

Obs.: o erro do termômetro é de 0,5ºC, enquanto que o multímetro digital tem imprecisão
de 1ºC.
16

Tabela 5.1: Dados experimentais e cálculos

Bancada 1 Bancada 2 Bancada 3 Bancada 4 Bancada 5


amostra
Ti (termômetro)
Tf (termômetro)
L0 (500±1) mm (500±1) mm (500±1) mm (500±1) mm (500±1) mm
∆L
∆T
α

5.4 Discussão e conclusões


Fonte Instrutemp

A fonte Instrutemp modelo ITFA 5000 produz tensões de até 30 V. Para utilização em
experimentos que suportem menos, é possível limitar o valor máximo da tensão de acordo
com a aplicação desejada. É recomendável que o PROFESSOR faça tal procedimento,
seguindo os passos enumerados abaixo.

1. Sem nenhuma carga ou qualquer cabo conectado nos terminais de saída da fonte, zerar
os botões de ajuste de tensão c.v. e corrente c.c.;

2. Ligar a fonte, apertando o botão power on (acende-se a luz amarela c.c.);

3. Aumentar a corrente no ajuste fino de c.c. até que o controlador passe automaticamente
para os botões de tensão (acende-se a luz vermelha c.v.);

4. Ajustar c.v. usando ajuste grosso e fino até atingir o valor máximo desejado de c.v.
(entre 0 V e 30 V);

5. Desligar a fonte (power off);

6. Conectar a resistência de carga.

7. Religar a fonte e observar que aparece 0 V e c.c. acende;

8. A partir deste ponto, não mexer mais nos botões de ajuste da tensão c.v. (a voltagem
será ajustada utilizando apenas o c.c.).

17
Experimento nº 6

Eficiência de uma lâmpada


incandescente

6.1 Introdução
A eficiência da lâmpada é definida como a fração da energia elétrica fornecida para a
lâmpada que é convertida em luz visível. Considerando que toda a energia que não contribui
para o calor Q é liberada na forma de luz visível, a eficiência pode ser calculada por:
E−Q
e= × 100%
E
onde E é a energia elétrica fornecida para a lâmpada e Q é a energia dissipada pelo filamento
na forma de calor.

6.2 Material Necessário


• Conjunto calorimétrico PASCO modelo 8552

• Fonte de tensão

• Dois multímetros (a fonte Instrutemp possui mostradores para tensão e corrente, neste
caso os multímetros são dispensáveis)

• Termômetro

• Cronômetro (podem ser usados relógio de pulso ou celular)

• Balança

• Água gelada

18
19

6.3 Procedimentos experimentais

13V Max!

Amperimetro
Fonte de Tensao

Para medir a eficiência utilizamos água límpida e o jarro sem o calorímetro de isopor, de
modo que a energia na forma de luz visível escapará do sistema. A água é boa absorvedora
de radiação infravermelha, logo, a maioria da radiação que não é emitida na forma de luz
visível contribuirá para o aquecimento da água.

1. Antes de iniciar o experimento, o PROFESSOR deve limitar a tensão fornecida pela


fonte Instrutemp em um máximo de 10V (vide instruções na página 16)
2. Meça e registre na Tabela 6.1 o valor da temperatura ambiente;
3. Meça e anote na Tabela 6.1 o valor da massa do jarro destampado e seco;
4. Preencha o jarro com água gelada (misture água da pia com água gelada do bebe-
douro). Cuidado para não ultrapassar o nível máximo de 200ml para preenchimento
do jarro. Para obter uma boa variação de temperatura, é importante que a temperatura
inicial da água seja aproximadamente 7ºC abaixo da temperatura ambiente.
5. Meça a massa do jarro destampado contendo água gelada, e depois tampe com a lâm-
pada;
6. Insira o termômetro no orifício da tampa e agite levemente a água com o termômetro;
7. Meça a temperatura inicial, e não retire mais o termômetro da água até o final do
experimento;
Atenção: Não alimente o circuito sem a prévia supervisão do seu professor.
8. Junto com seu professor, ligue a fonte e suba rapidamente a corrente c.c. até a ten-
são atingir o limite de 10 V. Obs.: mergulhada na água, a lâmpada do kit da Pasco
aguenta 35 W; quando submetida à tensão de 10 V passa uma alta corrente de 2,3 A
aproximadamente.
9. Simultaneamente, dispare o cronômetro;
10. Registre os valores de tensão e corrente;
11. Com o próprio termômetro, agite suavemente a água para homogeneizar sua tempera-
tura;
Atenção: Não permita que o termômetro entre em contato com a lâmpada acesa.
20

12. Durante todo o procedimento, observe a tensão e a corrente para se certificar de que
estes valores não variam muito durante o experimento. Caso variem, utilize valores
médios no cálculo;

13. Observe o termômetro. Quando a temperatura do sistema atingir aproximadamente


7ºC acima da temperatura ambiente, desligue a fonte e o cronômetro. Registre o valor
do intervalo de tempo t;

14. Continue agitando suavemente a água com o termômetro por mais algum tempo, até
que a temperatura final alcance um valor máximo, e registre esse valor para Tf ;

15. Desligue os aparelhos utilizados. Em seguida, descarte a água na pia, seque o termô-
metro e guarde-o na embalagem;

16. Calcule a quantidade de calor absorvida pela água,Q = mc∆T , em calorias.

Observação: Parte do calor produzido pela lâmpada é absorvida pelo jarro calori-
métrico. Para se obter resultados mais precisos, acrescenta-se 23g à massa de água
medida. Assim levamos em conta a capacidade térmica do jarro, que é equivalente à
de 23g de água, aproximadamente.

17. Converta o calor para Joules usando um 1cal = 4, 186J

18. Calcule a energia elétrica dissipada no filamento da lâmpada, E, em joules.

19. Calcule a eficiência da lâmpada, e;

20. Determine o intervalo de precisão experimental, e ± ∆e.

6.4 Dados coletados

Tabela 6.1: Dados experimentais e cálculos

Grandeza Símbolo Valor ± erro (unidade)


Temperatura ambiente Tamb
Massa do jarro destampado e seco mc
Massa do jarro destampado com água e tinta mt
Temperatura inicial da água Ti
Tensão aplicada à lâmpada V
Corrente aplicada à lâmpada i
Tempo de alimentação da lâmpada t
Temperatura final da água Tf
Calor absorvido pela água Q
Energia elétrica E
Eficiência da lâmpada e
21

6.5 Discussão e conclusões


Experimento nº 7

Lei de Ohm

7.1 Introdução
Neste experimento vamos observar o funcionamento de um circuito simples envolvendo
uma fonte de tensão e um resistor, e verificar a validade da Lei de Ohm, V = Ri, onde V é
a voltagem aplicada e i a corrente resultante através de um resistor de resistência elétrica R.
Resistores servem para limitar a intensidade de corrente elétrica através de determinados
componentes de um circuito elétrico. Os resistores são utilizados também para dirigir frações
da corrente elétrica para certas partes do circuito, ou para controlar o ganho de tensão em
amplificadores. Podemos também associar resistores em série com capacitores no intuito de
ajustar sua constante de tempo (tempo de carga ou descarga do capacitor).
Quando a corrente elétrica circula através de um resistor, esse se aquece, pois nele ocorre
a conversão de energia elétrica em energia térmica, que é dissipada para o ambiente na forma
de calor. Esse aquecimento devido à passagem de corrente elétrica ocorre com todos os
componentes eletrônicos, sem exceção, e é denominado efeito Joule. A parcela de energia
elétrica convertida em térmica depende de dois fatores: a resistência do componente e a
intensidade da corrente elétrica que o atravessa. Esses dois fatores são fundamentais para se
conhecer a rapidez com que a energia elétrica converte-se em térmica, denominada potência.
A potência elétrica informa quanto de energia elétrica, a cada segundo, foi convertida em
outra forma de energia. A potência elétrica é dada por P = V i (tensão elétrica x corrente),
logo a potência dissipada num resistor ôhmico pode também ser escrita na forma P = Ri2 ,
onde foi aplicada a Lei de Ohm: V = Ri.

7.2 Material Necessário


• Resistores de 10, 15, 20 ou 25 Ω. Os resistores de carga estão associados a fusíveis
de 1 A, ligados em cabos com conectores banana, e suportam no máximo 5 W de
potência.

• Fonte de tensão Instrutemp modelo ITFA 5000, regulada para tensão máxima de 5 V.

22
23

7.3 Procedimentos experimentais


• O PROFESSOR deve inicialmente seguir as instruções da página 16 para LIMITAR A
TENSÃO de saída da fonte Instrutemp no valor máximo de 5 V;

• Em seguida, os alunos darão prosseguimento: conecte a resistência de carga, e observe


que aparece 0 V e c.c. acende. Deste ponto em diante, apenas os botões de ajuste da
corrente c.c. serão utilizados.

• Usando c.c., ajuste lentamente a voltagem e anote na Tabela 7.1 o valor da corrente
elétrica que atravessa o resistor para cada voltagem aplicada.

• Utilizando seus conhecimentos de regressão linear, obtenha a equação da reta que


melhor se ajusta aos dados experimentais i versus V . Qual o coeficiente de correlação
linear para esta reta?

• Obtenha o valor da resistência elétrica a partir do coeficiente angular da reta ajustada.

• Na figura 7.1, trace o gráfico da corrente elétrica em função da voltagem aplicada(i


versus V ), com os pontos experimentais e a reta ajustada (não conecte os pontos).

• Complete a Tabela 7.1 calculando a potência dissipada no resistor e seu erro para cada
tensão aplicada.

7.4 Dados Coletados

Tabela 7.1: Dados experimentais e cálculos

V(V) i(A) P(W)


0, 0 ± 0, 1 0, 00±0, 01 0±0
0, 5 ± 0, 1
1, 0 ± 0, 1
1, 5 ± 0, 1
2, 0 ± 0, 1
2, 5 ± 0, 1
3, 0 ± 0, 1
3, 5 ± 0, 1
4, 0 ± 0, 1
4, 5 ± 0, 1
5, 0 ± 0, 1
24

Figura 7.1: ....

7.5 Questões
a) Uma máquina converte 1000 joules de energia térmica em energia elétrica a cada 2
segundos. Qual é a sua potência?

b) Um resistor submetido à tensão de 10 V é atravessado por corrente elétrica de intensi-


dade 0,5 A. Qual é a sua resistência? Que potência ele dissipa?

c) Um resistor de resistência 100 W é percorrido por corrente c.c. de 200 mA. Qual é a
sua tensão elétrica entre seus terminais? Que potência ele dissipa?
25

7.6 Discussão e conclusões


Experimento nº 8

Resistência Elétrica: Código de


cores e multímetro

8.1 Introdução
Resistores podem ser associados em série, em paralelo ou ainda em associação mista, que
é uma combinação das duas formas. Qualquer que seja o tipo da associação, esta resultará
numa resistência equivalente, Req .

Associação em Paralelo

R1 R2 Rn

• Há mais de um caminho para a corrente elétrica;


• A corrente total que circula na associação é a somatória das correntes de cada resistor;
• O funcionamento de cada resistor é independente dos demais;
• A diferença de potencial elétrico (tensão ou voltagem) é a mesma em todos os resisto-
res;
• A resistência equivalente para n resistores associados em paralelo é dada por:
� �−1
1 1 1 1
Req = + + + ... +
R1 R2 R3 Rn

26
27

Associação em série

R1 R2 R3 Rn

• Há apenas um caminho para a corrente elétrica;

• A mesma corrente elétrica percorre cada um dos resistores;

• A queda de tensão (d.d.p. ou voltagem) total é a somatória das tensões dos resistores;

• A resistência equivalente para n resistores associados em série é dada por:

Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

Código de cores
Um resistor pode apresentar faixas coloridas pintadas em seu corpo indicando o valor
nominal da resistência, isto é, a especificação dada pelo fabricante. As faixas iniciais indicam
os dígitos da resistência R, a penúltima faixa indica o expoente n do fator multiplicador 10n
e a última faixa indica a tolerância ∆R/R. A primeira faixa nunca será preta. A faixa da
tolerância só poderá ser dourada (5% ), prateada (10%), vermelha (2%) ou marrom (1%).

1. Se o resistor tiver 4 cores, teremos R = ab × 10n ± ∆R

1ª Cor: a
2ª Cor: b
3ª Cor: n(expoente)
4ª Cor: ∆R/R(valor percentual da tolerância)

2. Se o resistor tiver 5 ou 6 cores, teremos R = abc × 10n ± ∆R

1ª Cor: a
2ª Cor: b
3ª Cor: c
4ª Cor: n(expoente)
5ª Cor: ∆R/R(valor percentual da tolerância)
6ª Cor: Coeficiente de variação térmica da resistência

Para resistores de 6 faixas, a sexta faixa corresponde a um coeficiente de variação térmica


da resistência, e não altera a leitura do valor principal, dada pelas 5 faixas anteriores.
28

Figura 8.1: Código de cores e exemplos de leitura para resistores de 4, 5 e 6 faixas

8.2 Material Necessário


• Kit básico de eletrônica;
• Multímetro;
• 2 fios condutores.

8.3 Procedimentos experimentais


1. Na tabela 8.1, anote a cor das faixas dos resistores do kit de eletrônica. Usando o
código de cores, determine o valor nominal dos resistores e complete a tabela 8.1;
2. Calcule as resistências equivalentes de R1 e R3 em série e em paralelo, bem como seus
respectivos erros. Anote na tabela 8.1. Em casa, demonstre a expressão abaixo:
� �
R1 R3 ∆Req ∆R1 ∆R3 ∆R1 + ∆R3
Se Req = então o seu erro relativo será = + +
R1 + R3 Req R1 R3 R1 + R3
3. Com o multímetro, meça as resistências individuais e preencha a coluna multímetro
da tabela 8.2;
4. Associe os resistores R1 e R3 em série, meça a resistência equivalente e anote na
coluna multímetro da tabela 8.2;
5. Associe os resistores R1 e R3 em paralelo, meça a resistência equivalente e anote na
coluna multímetro da tabela 8.2;
6. Compare o valor nominal de cada resistência com o valor medido com o multíme-
tro (tabela 8.2). São iguais ou diferentes, considerando os respectivos intervalos de
variação?
7. Compare também os valores medidos da resistência equivalente com os valores calcu-
lados através das relações teóricas (tabela 8.2). São iguais ou diferentes, considerando
os respectivos intervalos de variação?
29

8.4 Dados coletados

Tabela 8.1: Valor nominal das resistências obtido pelo código de cores

1ª faixa 2ª faixa 3ª faixa 4ª faixa 5ª faixa R(Ω)


R1
R2
R3
R4
R5
R1 e R3 em série
R1 e R3 em paralelo

Tabela 8.2: Comparação entre valores nominais e valores medidos das resistências

Código de cores (kΩ) Multímetro (kΩ) Iguais ou diferentes?


R1
R2
R3
R4
R5
R1 e R3 em série
R1 e R3 em paralelo

8.5 Questões
1. Num experimento com um circuito elétrico contendo um resistor e uma fonte, um
aluno obteve os resultados V = 5, 0V e i = 10, 9mA. Indique o conjunto de faixas de
cores desse resistor, considerando que este possui 4 faixas e uma tolerância de 1%.

2. Dois resistores possuem as faixas coloridas conforme a sequência abaixo. Quais os


valores das suas resistências? Qual é o intervalo de tolerância?
R1 → verde, azul, preto, marrom e vermelho
R2 → azul, cinza, vermelho e ouro
30

8.6 Discussão e conclusões


Experimento nº 9

Medidas de Voltagem e Corrente

9.1 Introdução
Em eletrônica, os amperímetros medem intensidades de corrente, os voltímetros medem
a diferença de potencial entre dois pontos (d.d.p. ou tensão) e os ohmímetros medem a resis-
tência elétrica dos condutores. Um multímetro incorpora todas essas funções de medidores
num só equipamento.

Como cada medidor deve ser conectado a um circuito?

Figura 9.1: Circuito antes e depois de se ligar um voltímetro nos terminais do resistor R2 .

Figura 9.2: Circuito antes e depois de se ligar um amperímetro.

31
32

Observe a figura 9.1 e veja que, para a medida de uma diferença de potencial V ou de
resistência R entre dois pontos (no caso, os terminais do resistor R2 ) o circuito não precisa ser
interrompido, pois o voltímetro é conectado em paralelo. Para que a inclusão do voltímetro
não altere substancialmente o valor da resistência do trecho sob medição é preciso que a
resistência interna do medidor seja a mais alta possível. Em outras palavras, a corrente
através do voltímetro deve ser mínima. Por isso um bom voltímetro tem resistência interna
praticamente infinita.
Observe a figura 9.2 e veja que, para se medir a intensidade de corrente que circula
por um trecho de circuito, tal circuito deve ser aberto (cortado ou interrompido) para poder
introduzir o amperímetro em série. Toda a corrente que passa pelo trecho em questão deve
passar também através do amperímetro. A introdução do amperímetro no circuito implica
na introdução de uma nova resistência (a resistência interna o próprio aparelho) que afeta a
resistência total e consequentemente a intensidade de corrente. Assim, para que a leitura seja
acurada, resistência interna do medidor deve ser a mais baixa possível. Um bom amperímetro
deve ter resistência interna praticamente nula (o que torna o amperímetro muito sensível a
danos pela passagem de corrente excessiva).
Em multímetros digitais, a função é selecionada através de um grande botão no meio
do aparelho. A função V − indica tensão de polaridade fixa (como a fornecida por pilhas e
fontes d.c.). Para medir tensões alternadas (a.c.) o botão central deve apontar para o setor
V ∼ . Se o botão central apontar para a escala de 20V, essa é a tensão máxima que pode ser
medida (ou fundo de escala).

9.2 Material Necessário


• Kit básico de eletrônica;

• Multímetro;

• 2 pilhas AA de 1,5 V;

• 5 fios condutores, mais 2 fios com terminais jacaré;

9.3 Procedimentos experimentais


1. Meça a diferença de potencial (d.d.p., tensão ou voltagem) de cada pilha, usando o
voltímetro na escala de 20 V para tensão contínua. Anote o resultado na tabela 9.1.

2. Na mesma escala, meça a tensão para as duas pilhas em série. Anote os valores na
tabela 9.1.

3. Meça o valor das resistências individuais R1 e R3 e preencha as linhas correspondentes


nas tabelas 9.2 e 9.3.

4. Com os fios condutores feche o circuito em série com a fonte de alimentação e a chave
(ligando os terminais 1-23; 3-4; 22-26; 27-5). Chame o professor para verificar a
montagem do circuito .

5. Meça o valor da d.d.p. em R1 , em R3 e no resistor equivalente, usando a escala de


20V e preencha a tabela 9.2. Para isso você vai precisar apertar o interruptor.
33

6. Agora associe os resistores R1 e R3 em paralelo. Você vai precisar de mais um fio


(ligando os terminais 1-23; 3-4; 22-26; 26-5; 23-27).
7. Meça a resistência equivalente e anote o valor na tabela 9.3.
8. Feche o circuito com as pilhas e a chave interruptora. Chame o professor para verificar
a montagem do circuito.
9. Meça o valor da d.d.p., em cada resistor e no resistor equivalente, usando a escala de
20V e preencha a tabela 9.3.

Corrente elétrica

10. Ainda no circuito em paralelo: abra o circuito e conecte o amperímetro para medir
o valor da corrente em diferentes trechos: em R1 , em R3 e no resistor equivalente,
usando a escala de 20mA, e complete a tabela 9.3. Você pode utilizar as garras ja-
caré para melhor fixar o amperímetro. Somente aperte o interruptor após conferir as
conexões do amperímetro junto com o professor.
11. Por fim, monte novamente o circuito em série. Conecte o amperímetro e meça o valor
da corrente, em cada resistor e no resistor equivalente, usando a escala de 20mA e
complete a tabela 9.2.

9.4 Dados coletados

Tabela 9.1: Fonte de alimentação

d.d.p (V)
Pilha 1
Pilha 2
Pilhas em série

Tabela 9.2: Circuito em série

R1 (Ω)
R3 (Ω)
Req (Ω)
V1 (V )
V3 (V )
Veq (V )
i1 (A)
i3 (A)
ieq (A)
34

Tabela 9.3: Circuito em paralelo

R1 (Ω)
R3 (Ω)
Req (Ω)
V1 (V )
V3 (V )
Veq (V )
i1 (A)
i3 (A)
ieq (A)

9.5 Discussão e conclusões


Analisar o circuito em série, comparando os valores medidos com os valores previstos
por relações teóricas (comparar a resistência equivalente medida com a calculada; comparar
V1 com V3 e Veq para verificar a lei das malhas; comparar as correntes entre si: i1 com i3 e
ieq ):

Analisar o circuito em paralelo, comparando os valores medidos com os valores previstos


por relações teóricas (comparar a resistência equivalente medida com a calculada; comparar
as tensões entre si, V1 com V3 e Veq ; comparar as correntes i1 com i3 e ieq para verificar a lei
dos nós):
Experimento nº 10

Processo de carga de um capacitor:


circuito RC

10.1 Introdução
Em um experimento de carga de capacitor, o circuito é formado de uma associação em
série do capacitor (C) com um resistor (R), alimentado por uma fonte d.c. com um valor de
tensão V0 , como o circuito mostrado na figura 10.1.

Figura 10.1: Circuito RC

O capacitor deve estar inicialmente descarregado. No instante em que a fonte de tensão


V0 é ligada, o capacitor começa a ser carregado através da corrente i que circula pelo circuito.
Pela lei das malhas de Kirchoff, temos:

VR + VC = V0 (10.1)
Durante o processo de carga do capacitor, temos:

1. Tensão no capacitor:

VC = V0 (1 − e−t/RC ) (10.2)

2. Tensão no resistor:

VR = V0 e−t/RC (10.3)

35
36

3. Carga elétrica:

q = Q(1 − e−t/RC ) = CV0 (1 − e−t/RC ) (10.4)

4. Corrente no circuito:

V0 −t/RC
i= e (10.5)
R
A figura 10.2 mostra as tensões VR e VC em função do tempo t, durante este processo. Pelas
equações (10.2) e (10.3) acima, observamos que:

no instante inicial:

t=0 → VR = V0 e VC = 0 (10.6)
num instante intermediário:

t = RC → VR = 0, 37V0 e VC = 0, 63V0 (10.7)


ao fim do carregamento:

t=∞ → VR = 0 e VC = V0 (10.8)

Figura 10.2: Tensão no capacitor VC e no resistor VR durante o processo de carga do capaci-


tor. O instante correspondente a uma constante de tempo τ é indicado na figura

O instante t = RC é denominado constante de tempo capacitiva do circuito, e indicado


pela letra τ . De acordo com a equação (10.7), uma constante de tempo é igual ao tempo
necessário para carregar um capacitor até 63% de sua tensão máxima. Em geral, pode-se
considerar um capacitor completamente carregado após decorrido um tempo da ordem de
cinco constantes de tempo (t = 5τ ) pois neste caso VC = 99% de V0 .
37

10.2 Material Necessário


• Kit básico de eletrônica;
• Multímetro;
• Capacímetro;
• 2 pilhas AA de 1,5 V;
• Cronômetro (relógio de pulso digital ou celular)
• 6 fios condutores, sendo 2 com garras jacaré.

10.3 Procedimentos experimentais


1. Faça a montagem do circuito RC utilizando a chave interruptora, as pilhas, um capaci-
tor de 100 µF (C2 ou C3 ) e três resistores de 100 kΩ (R5 ,R6 e R7 ) em série. Preencha
a tabela 10.1 com os valores medidos para cada resistência, para a resistência equiva-
lente, para a capacitância e para a fonte de alimentação (pilhas).
2. Conecte o multímetro em paralelo com o capacitor, observando a sua polaridade.
3. Antes de iniciar as medidas de VC descarregue o capacitor. Para isso, conecte seus
terminais tocando-os com um fio, e observe que neste instante o multímetro mostra
VC = 0 V .
4. Pressione a chave interruptora para fechar o circuito e induzir a carga do capacitor.
Simultaneamente acione o cronômetro.
5. Anote na tabela 10.2 os valores de tensão VC no capacitor para intervalos sucessivos
de 5 s (até 2 min) mantendo o circuito fechado; continue carregando o capacitor até
completar 5 min.
6. Após 5 minutos anote o valor da tensão final na tabela 10.2. Este corresponderá ao
valor máximo de tensão, Vmax .
7. Repita os passos 3 a 6, e preencha novamente a tabela 10.2. Desta vez, porém, utilize
uma garrinha jacaré-jacaré no lugar da chave interruptora.
8. Descarregue o capacitor, conectando seus terminais.
9. Para medir VR conecte o multímetro em paralelo com o resistor equivalente.
10. Descarregue novamente o capacitor. Em seguida, feche o circuito e simultaneamente
acione o cronômetro. Anote os valores de tensão VR na tabela 10.3. Dica: você pode
repetir algumas vezes o primeiro ponto, no instante t = 0, para ter certeza de seu valor
antes de prosseguir.
11. Desligue o multímetro.
12. Calcule ln(VR /Vmax ) e complete a tabela 10.3.
13. Some VR + VC em todos os instantes t, e preencha a última coluna da tabela 10.3.
38

10.4 Dados coletados

Tabela 10.1: Componentes do circuito RC (medidas)

Componentes Resultados
R5 (kΩ)
R6 (kΩ)
R7 (kΩ)
Req (kΩ)
C (10−6 F )
V0 (V )

Tabela 10.2: Tensão no Capacitor

t (s) VC (V ) VC (V )
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
300 Vmax = Vmax =
39

Tabela 10.3: Tensão no Resistor

VR
t (s) VR (V ) ln VR + VC (V )
Vmax
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120

10.5 Discussão e conclusões


1. O valor esperado da constante de tempo é dado pelo produto RC e acordo com a
equação 10.7. Calcule o valor esperado de τ usando os dados da tabela 10.1.

2. Compare a soma VR + VC em todos os instantes com o valor da tensão Vmax registrado


na tabela 10.2 e com a tensão V0 registrado na tabela 10.1. Como você interpreta o
valor desta soma?

Gráfico 1
VR
3. Faça um gráfico de ln em função do tempo t.
Vmax
4. Através de regressão linear, determine os coeficientes da reta que melhor se ajusta aos
pontos.
40

5. Determine a constante τ através do coeficiente angular desta reta.

Gráfico 2

6. Faça o gráfico de VC em função do tempo t.

7. Determine a constante τ através deste gráfico, explicando o método.

Gráfico 3

8. Faça o gráfico de VR em função do tempo t.

9. Determine a constante τ através deste gráfico, explicando o método.

10. Compare os 3 resultados obtidos acima com o valor esperado, dado por τ = RC. Para
isso, calcule a diferença percentual entre τ e o produto RC:
τ − RC
dif erenca = × 100
RC
Experimento nº 11

O Eletroimã

11.1 Introdução
Vamos observar o campo magnético criado pela corrente elétrica, em um eletroímã.
Quando uma corrente elétrica percorre um fio condutor, cria um campo magnético que cir-
cunda o fio (figura 11.1). Este efeito foi verificado pela primeira vez por Hans Orsted em
abril de 1820. Ele observou que a agulha de uma bússola mudava sua posição quando havia
próximo a ela um fio conduzindo corrente elétrica.
Um fio condutor enrolado na forma helicoidal é denominado solenóide ou bobina. Quando
o fio é percorrido por uma corrente elétrica, gera-se um campo magnético praticamente uni-
forme no interior do solenóide, no sentido perpendicular à sua seção reta (figura 11.2). O
resultado é que o solenóide possui pólos norte e sul, tal como um ímã natural. O sentido do
campo magnético ao redor de cada espira é fornecido pela regra da mão direita.
Um solenóide com um núcleo de material ferromagnético (e.g. um prego) é também cha-
mado de eletroímã. O núcleo ferromagnético reforça o campo magnético gerado no interior
do solenóide.

(a) Linhas de campo magnético (b) Campo magnético de um


num fio solenóide

Figura 11.1: Campo magnético num solenóide e em um fio condutor

Os materiais ferromagnéticos são constituídos de um número muito grande de peque-


nos ímãs naturais, ou dipolos magnéticos elementares. Este número é da mesma ordem de
grandeza do número de átomos que constituem o material. Sem a influência de um campo

41
42

magnético externo, estes dipolos estão aleatoriamente orientados, de forma que a soma total
de seus campos magnéticos é nula. Quando um núcleo ferromagnético é inserido no inte-
rior do solenóide, o campo magnético do solenóide irá alinhar os dipolos elementares do
prego. Os campos se somam, e teremos um novo campo magnético total, dado pela soma
dos campos do solenóide e do prego.

Figura 11.2: Interação entre uma bússola e um eletroímã ligado.

11.2 Material Necessário


• Um prego grande no qual foi enrolado um fio de cobre;

• Preguinhos;

• Limalha de ferro e uma folha de papel branco;

• Ímã permanente cilíndrico (AlNiCo);

• 2 pilhas AA de 1,5V;

• 1 porta-pilhas com garras jacaré;

• Bússola.

11.3 Procedimentos experimentais


1. Antes de ligar o eletroímã, aproxime a cabeça do prego grande dos preguinhos no
interior do recipiente. Anote quantos preguinhos são atraídos.

2. Ligue o eletroímã ao porta-pilhas, utilizando as garras jacaré para fechar o circuito.

3. Torne a aproximar a cabeça do prego grande dos preguinhos. Quantos preguinhos são
atraídos?

4. Desconecte as pilhas e tente de novo pegar os preguinhos. Quantos preguinhos ele


atrai agora? Como você explica esse resultado1 ?
1
Enquanto a corrente elétrica estiver passando pelo fio de cobre, o enrolamento se torna um ímã. Ao se
desligar a corrente o prego continua levemente imantado, perdendo esta imantação aos poucos.
43

5. Coloque uma folha de papel branco sobre o eletroímã ligado, e lentamente vá deixando
cair limalha sobre a folha. Você observa alguma forma especial de organização da
limalha?

6. Desligue as pilhas, e desenhe as linhas de campo observadas.

7. Retorne a limalha para o recipiente.

8. Com o eletroímã ligado, aproxime a cabeça do prego ao pólo N (vermelho) do ímã


permanente. Sem aproximar demais, observe se ocorre atração ou repulsão entre eles.
O eletroímã possui polaridade norte-sul? A cabeça do prego é o pólo norte ou o pólo
sul?

9. Desconecte as pilhas e inverta a sua polaridade (+ -) invertendo assim o sentido da


corrente;

10. Tente novamente aproximar a cabeça do prego ao pólo N do ímã permanente, sem
encostar. O que mudou2 ?

11. Coloque a folha de papel branco sobre o ímã permanente e cuidadosamente vá dei-
xando cair limalha sobre a folha.

12. Desenhe e compare a forma das linhas de campo do ímã permanente com as do ele-
troímã;

13. Aonde o campo magnético é mais intenso? Localize os pólos N e S em seu desenho.

11.4 Discussão e conclusões


a) Quantos preguinhos foram atraídos pelo eletroímã desligado?

b) Quantos preguinhos foram atraídos pelo eletroímã ligado?

c) Quantos preguinhos após desligar o eletroímã novamente? Como você explica esse resul-
tado?

d) Foi observada alguma organização da limalha sobre o eletroímã?

e) Desenhe as linhas de campo do eletroímã.

f) O eletroímã possui polaridade norte-sul? A cabeça do prego é o pólo norte ou o pólo sul?

g) O que muda quando inverte-se o sentido da corrente elétrica?

h) Desenhe as linhas de campo do ímã permanente. Compare com as do eletroímã.

i) Aonde o campo magnético é mais intenso? Localize os pólos N e S em seu desenho.

2
Como os ímãs, os eletroímãs possuem pólos norte e sul, dependendo do sentido da corrente elétrica no fio
de cobre. Desta forma o pólo norte do ímã (vermelho) é atraído pelo pólo sul do eletroímã e repelido quando
este se torna um pólo norte.
Experimento nº 12

Força Magnética sobre um fio


conduzindo corrente

12.1 Introdução
Um fio retilíneo, percorrido por uma corrente, na presença de um campo magnético ex-
terno sofre uma força dada por:

F� = iL
� ×B

No caso de um campo magnético uniforme e perpendicular à direção da corrente, a in-


tensidade da força será máxima, e dada por F = iLB. Se a corrente varia em função do
tempo, então a força também tem uma variação temporal. Assim, se a corrente for uma
função senoidal, teremos:
i(t) = i0 sin(ωt)
logo,
F = i0 LB sin(ωt)
Nesse caso, o fio no interior do ímã executará um movimento senoidal, e em consequên-
cia o fio como um todo apresentará um movimento ondulatório.
A direção da força magnética deve ser analisada em termos das direções da corrente i e
� × B,
do campo magnético B, utilizando a regra da mão direita para o produto vetorial L � onde

L é um vetor que aponta no mesmo sentido da corrente.
Se as extremidades do fio estiverem fixas, surgirá uma onda do tipo estacionária. Numa
onda estacionária, a distância entre dois nós ou entre dois ventres consecutivos é igual à
metade do comprimento de onda l, conforme ilustra a figura 12.1.

Figura 12.1: Onda estacionária de comprimento de onda λ

44
45


A velocidade de propagação da onda em um fio é dada por v = T /µ, onde µ = m/L
é a densidade linear do fio e T é a força de tensão. A velocidade da onda é proporcional à
1�
frequência, dada por f = T /µ onde λ é o comprimento de onda. Como vemos na figura
λ
12.1, quando a onda apresenta apenas 1 ventre a distância entre os nós será o comprimento
L do fio, e seu comprimento de onda será λ1 = 2L. Para ondas com 2 e 3 ventres teremos
λ2 = L e λ3 = 2L/3 respectivamente. Neste experimento vamos medir as frequências f1 , f2
e f3 destas ondas, denominadas harmônicos da onda estacionária.

Figura 12.2: Arranjo experimental

12.2 Material Necessário


• Gerador de função (e um osciloscópio para mostrar as características das ondas gera-
das)

• Ímã permanente (ímã quadrado, de campo magnético uniforme)

• Balança

• Trena

• Gancho com pesos

• Fio condutor (fio amarelo de densidade linear µ = 2, 61g/m)

12.3 Procedimentos experimentais


1. O fio deve estar esticado horizontalmente, com uma extremidade presa a uma haste
e outra extremidade apoiada sobre a polia. Para que o fio fique esticado, pendure o
gancho com pesos na extremidade livre.
46

2. Ajuste a altura do fio e o imã de forma que o fio passe pelo centro dos polos do imã.

3. Meça o comprimento efetivo do fio e a massa total dependurada M .

4. Conecte as saídas do gerador desligado ao extremos do fio. As saídas devem ser a terra
(GND) e a de baixa impedância (LO).

5. Antes de ligar o gerador, certifique-se que o controle da amplitude esteja em zero. Li-
gue o gerador e ajuste a amplitude para 1/5 da amplitude máxima. Abaixe rapidamente
a frequência até 1,0 Hz. O que acontece com o fio?

6. Subindo lentamente a frequência, sempre no mesmo sentido, encontre a frequência f1


do primeiro harmônico (quando a onda possui apenas 1 ventre, como na figura abaixo).

Figura 12.3

7. Continue subindo a frequência, sempre no mesmo sentido, até encontrar as frequências


do segundo e do terceiro harmônico, f2 e f3 . Anote os resultados e desligue o gerador.

8. Calcule a frequência do terceiro harmônico e o erro da frequência, usando as expres-


sões
3 �
f3 = M g/µ
2L
e � �
∆L ∆M
∆f3 = f3 +
L 2M
9. Compare o resultado com a frequência observada experimentalmente.

10. O que você observou a respeito da intensidade e da direção da força exercida pelo
campo magnético sobre o fio?
� e a força F� num certo
11. Represente numa figura o fio condutor, a corrente i, o vetor B
instante.

12.4 Discussão e conclusões


a) Fio condutor amarelo:
Densidade linear µ = 2, 61g/m
Comprimento efetivo L =
Massa pendurada M =

b) O que aconteceu com o fio enquanto a corrente oscilava na frequência de 1, 0 Hz?

c) Medida da frequência do primeiro harmônico:f1 =


47

d) Medida da frequência do segundo harmônico:f2 =

e) Medida da frequência do terceiro harmônico:f3 =

f) Cálculo da frequência do terceiro harmônico:f3 =

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