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1- O que é linguística
A tarefa da linguística
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O objeto da linguística
2- ANÁLISE TEÓRICA
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instrumento de transformação social, através da educação. Para Soares
(1980), a transformação social através da educação será conseguido com uma
escola que leve a um bidialetalismo funcional, porém não com o objetivo de
substituir a variedade linguística do aluno pela variedade privilegiada, mas para
que o educando compreenda as relações de força que se estabelecem
socialmente e qual a posição de sua variedade na economia dessas relações.
Propondo-se ao aluno, assim, “um bidialetalismo não para sua adaptação, mas
para a transformação de suas condições de marginalidade” (SOARES,
1980:78).
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sociais, culturais, políticos, ideológicos – de que a escola e as variedades
linguísticas são produto.
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originalmente concebidos em linguística, e que
atingem hoje qualquer um dos campos das
ciências humanas”(LEPARGNEUR, 1973, p. 4)
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sendo possível, por exemplo, explicar as formas de uma língua pelas formas de
outra. Essa última fase, a da Gramática Comparada, desenvolvida por Franz
Bopp, descobriu aspectos importantes para o desenvolvimento dos estudos
das línguas, como por exemplo, a existência de uma relação entre os
paradigmas gregos e latinos. Ele percebeu, também, que o paradigma
sânscrito deixa clara a noção de radical, elemento determinável e fixo numa
série de palavras da mesma família. Assim, o sânscrito ajudou muito as
pesquisas linguísticas, pois acabou esclarecendo outras línguas.
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documentos permitiam acompanhar a evolução dos idiomas, em especial do
latim, protótipo das línguas românicas; e do germânico, protótipo das línguas
indo-européias. Logo após, formou-se uma nova escola, a dos neogramáticos,
fundada por alemães. Essa escola consistiu em colocar numa perspectiva
histórica todos os resultados do método comparativo. Graças a esses estudos,
não se considerou mais a língua como um organismo autônomo, mas sim
como um produto coletivo de grupos linguísticos. Esse fato acabou se
transformando em algo de grande importância para o campo da Linguística
Geral, embora esta ainda tenha algumas questões a serem esclarecidas. Sem
dúvida, esse campo é por demais abrangente, o que impede de se encerrarem
ou de se concluírem seus estudos.
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No livro Mudança Linguística em Tempo Real, de Maria da conceição de
Paiva e Mª Eugenia Lamoglia Duarte, as autoras afirmam que:"A forma mais
adequada de solucionar os problemas ligados à mudança linguística é através
da compreensão dos padrões de variação que caracterizam uma comunidade
de fala em um dado momento ser e dos padrões sócias a ela correlacionados"
Destaca-se o termo compreensão utilizado pelas autoras, porque acreditamos
que compreensão o que está faltando para trilhar um caminho que nos faça
perceber, que é absurdo crer no conceito de se é necessário ter poder
aquisitivo para estar enquadrado no meio gramaticalmente correto. Aceitar e
respeitar a forma que cada um tem de se expressar, está sendo muito mais
difícil, do que, aprender e saber lidar com todas as regras impostas pela
gramática. Regras essas, que são interpretadas por uma boa parte dos
brasileiros como "muito difícil aprender português".
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que não são da realidade do seu dia-dia, para se enquadrar em um patamar de
conhecimento gramatical social elevado.
Para Bagno (1999), não é a grande extensão territorial do país que gera as
diferenças regionais e sim, as graves diferenças de “status” social que explicam
a existência, em nosso país, de um real abismo linguístico entre os falantes das
variedades não-padrão do português brasileiro e os falantes da variedade culta.
A escola geralmente não reconhece a verdadeira diversidade do português
falado no Brasil, impondo assim, sua linguística como se ela fosse, de fato, a
língua comum a todos 160 milhões de brasileiros, independentemente de sua
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idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de grau de
escolarização. (BAGNO, 1999: 15).
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“ a língua é um sistema de valores que se opõem
uns aos outros e que está depositado como produto
social na mente de cada falante de uma
comunidade, possui homogeneidade e por isto é o
objeto da linguística propriamente dita. Diferente da
fala que é um ato individual e estão sujeito a fatores
externos, muitos desses não linguísticos e,
portanto, não passíveis de análise”. (SAUSSURE,
1999, p.27).
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se saberia mais onde começaria a linguagem popular comum. PDF created
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6- VARIEDADES LINGUÍSTICA
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incluem em seu grupo um enorme caudal de possibilidades, desde variações
regionais de fala (sotaque), de uso e de escolha vocabular e sintática, por
exemplo, até os jargões e as gírias… todas estas formas se configuram,
de maneira genérica, como variedades não padrão.
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Variação linguística... revelação de sua personalidade sócio-cultural.
Expressão: mostra de seu "eu"...
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aprender a se comunicar através da fala. Quando esse sujeito é inserido no
ambiente escolar, inicia-se o processo de aprendizagem da língua padrão,
ensinada através das Gramáticas Tradicionais, a qual muitas vezes é
divergente da língua natural apreendida até então. Esse aluno ingressante, que
já possuía sua “própria língua”, na escola descobre que tudo o que aprendeu é
considerado errado e dessa forma, sua personalidade se perde abrindo espaço
para o preconceito em relação a outros modos de se falar.
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ocorre por meio dela, aquele que não teve acesso, dificilmente ascenderá
socialmente, ou seja, permanecerá excluído ao acesso à cultura e à sociedade
de maneira geral.
O papel das instituições escolares deveria ser o de ensinar o aluno que
existe uma norma padrão, mas que também existem suas variações e que
todos nós devemos identificar as situações nas quais utilizaremos uma em
detrimento da outra, o aluno deve saber que não existe certo e errado, apenas
siituações de uso, para que o aluno não ache que o dialeto caipira, por
exemplo é errado, ou que o jeito como seus pais se comunicam em casa
(provavelmente informalmente) também é errado. O aluno como indivíduo
inserido na sociedade deve sabe refletir, não só sobre o uso da língua, mas
sobre todas as questões que afetam a relação entre os seres humanos de
maneira geral.
O objetivo principal da linguagem é a comunicacão, o aluno deve saber
disso. Segundo Marcuschi “o principal não parece apenas dizer as coisas
adequadamente, como se os sentidos estivessem prontos em algum lugar
cabendo aos falantes identificá-los.(...) [a escola] deveria fazer o aluno exercitar
o espírito crítico e a capacidade de raciocínio desenvolvendo sua habilidade de
interagir criticamente com o meio e os indivíduos”. Até o próximo encontro.
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(...) A Linguística nasceu da Filologia e dela não
pode prescindir. Só agora, depois dos
estruturalismos, vem reivindicando lugar à parte e
superior. Mas aqui e noutros países já se entendeu
por Filologia o estudo científico da língua, ficando o
texto em segundo plano. E filólogo era o
especialista que tratava da língua, um como
gramático mais categorizado, menos severo, mais
arejado, com nível, atitude e métodos científicos.
Hoje isto é matéria do linguista, quando maneja a
Linguística Aplicada. (MELO, 1981: p.10).
Saussure deixa clara a diferença entre língua e fala, sendo esta de caráter
individual e aquela, social. Ele também defende a idéia de que existe a ciência
da língua e a ciência da linguagem, esta denominada de Linguística. Os
elementos que se referem à fala subordinam-se à ciência da língua, como o
aparelho fonador, já que os órgãos vocais são exteriores à língua. O autor, para
argumentar, compara a língua a uma sinfonia. Se um músico errar, não estará
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comprometendo a realidade em que ela está inserida. O mesmo acontece com
a língua e o falante. Separando-se a fonação da língua, percebe-se que as
alterações fonéticas exercem influência profunda nos destinos da própria
língua. Essa é a função da ciência da língua Já a atividade do falante deve ser
estudada pela ciência da linguagem. Assim, Saussure afirma que o estudo da
linguagem é composto de duas partes: uma essencial e outra secundária.
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Não se pode estudar uma língua sem considerarem-se seus elementos
externos. Estes são muito importantes nos estudos linguísticos. Consideram-se
como elementos externos a história e os costumes de uma nação, pois esta é
constituída pela língua. Há de se ressaltarem as relações existentes entre a
língua e a história política. Grandes acontecimentos históricos, com as
conquistas e as colonizações, têm importância incalculável nos estudos dos
fatos de uma língua, uma vez que acarretam transformações nela. É também
de grande importância as relações da língua com as instituições, como a Igreja
e a escola. Nesta última, estuda-se, por exemplo, a língua literária, fenômeno
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11- REPRESENTAÇÃO DA LÍNGUA PELA ESCRITA
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impressões acústicas, que são ligadas ao som. A língua literária também
contribuiu para essa visão, pois, nesse caso, a língua aparece regulada por um
código, já que é um registro histórico e fixo, é a ortografia que confere esse
valor à escrita. Saussure observa, de forma bastante interessante, que muitos
estudiosos conferem maior importância à escrita porque se esquecem de que
primeiro aprendemos a falar, depois a escrever. Por fim, quando há
divergências entre a fala e a escrita, há uma tendência natural de prevalecer a
escrita. Ela se dá, nesse caso, uma importância a que não tem direito.
Os sistemas de escrita
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emprestadas de outros idiomas e não têm um sistema gráfico para representar
a nova palavra, recorrendo, assim, a outros expedientes. Há, ainda, a
preocupação com a etimologia. Em alguns casos, como no francês, um erro
etimológico impõe uma determinada grafia. Por fim, há casos que acabam por
escapar de uma análise devido à sua excentricidade.
A mudança de kwat para what foi gráfica ou fonética? Ele aponta para o
fato de que tudo isso obscurece a visão que se tem de língua, é como um
disfarce. Os gramáticos valorizam apenas a forma escrita, reforçando a
tendência a tomá-la como base de uma língua, pois define como a palavra
deve ser pronunciada. Na verdade, tudo o que se relaciona á escrita é como se
fosse norma. Saussure afirma que o que fixa a pronúncia de uma palavra não é
sua grafia, mas sua história.
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histórico primordial. O autor conclui chamando esses problemas de
“deformações fônicas” e que elas não resultam de um funcionamento natural,
mas pertencem verdadeiramente à língua, por isso a Linguística deve colocá-
las em destaque.
REFERÊNCIAS
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Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa,
Linguística e Literatura - Ano 01- n.01 - 2º Semestre de 2004
ORLANDI, Eni. Língua e conhecimento linguístico; para uma historia das Idéias
no Brasil.
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