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ATI

VISMO I
DENTI
TÁRIO EO
CAPI
TALSUBALTERNO

1
Pa
uloEdga
rR. Re
sende
2
Pa
bloOrne
lasRosa

Res umo:Nobo jodoa tivismohodi ernoedosno vosenov íssi


mosmo vime ntos
sociais,a sl utasi de ntitáriast ê m g anha do pr oemi nê ncia epode rdea ção,
aprese ntandoa mpl or e pe rt
ó r
iot áti
c oedi scur s
ivo.Aquib uscamo spr obl ema t
izar
asa fi
r ma çõesi de nti
tá riasapa rt
irdo se nunc i
adosdea ti
vis
t a
sq uer econhe cem
l
e gi
timi dader evol ucioná riao us ub versiva,a ssi
mc o mooc ha ma do“ l
ug arde
fal
a”,ade tentore sdec o ndiçõe se s
pe cíficasdes uba l
ternidadee /oudee sti
gma .
Estepr ocedime nt odepr oduç ãoc o ntra-he gemô nicat ems i
doo b servadoc omo
resultadodeum a genc iame ntoquei mpl icanade s
legitima çãodedi scursose
militânc i
as pe rme ados po ri dent i
da de s do mi nante s.A i de ntif
ic açã
o de
opre s
s oreseo pr i
mi do s ,do mi nante sedo mi nados,ems eusma r
c osdi scursivos
l
he spe rmitemc riarc o ndi çõesdel utae mq ues emul tiplica
m oso pone nteses e
homog ei
nizama que l
e squepos suem oq uede nomi na mos“ capitals ubalterno”
.
Ne stema rcodi scur si
v o,mui tosde ss e
sg r uposs ev alem daa fi
rma ç ãoi dentit
á r
ia
basea dae m de termi na da sc ondiçõe sdec unho b iológ i
coo uc ulturalede
segme ntaçãob iná ri
a,t aisc o moho me m emul her,b r a
ncoene gro ,ho moe
heteros sexual,e tc.S epo rum l adoe sseb inarismof ortale
c eai nt ensidadedo
conf r
o ntodec ertosg r upo ss uba l
ternoso ue stigma t
izado sc ontraseuso ponent es
,
poro utro,r eproduzs oc iabil
ida dese xistente snos i
stemas ocialopr e ssoreque
func i
o nam e xata me nt ec omo má quina de o pressão,t aisc omo a pr ópria
afi
rma çãoi dentitár i
aes eub inarismoc erc eadordes i
ng ulari
da des. Adi scussãoé
basea da pr incipa lme nt e na c ríti
c a pó s -estr
uturali
s t
a dos da do se mpíricos
coletadospo rme iodee ntrevistas,gruposf oca i
seo bserv açõese t
nog r
áficas.

Pal
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s-cha
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oeoc
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ta
lsuba
lt
erno

1 CONTEXTUALI
ZANDO
De sdeof ina ldadé ca dade1 96 0al ut ape losdi reitosdemi no r
ia ss ocioc ultura i
s
vem pa utandoum c r es
cent enúme rodemo v ime ntoss oc i
ais,a mpl iandoo
conf ront opol íti
co ,quea ntess ec entr avama ise ml e i
sepo líti
ca se statais,pa rao
âmbi toc ult
ur al
-ide nt it
ário( MEL UCCI ,1 994).Po rde f i
niçã o,e st
ec ampo
també m pe rpa ssa pr ocessoss ubje t
ivose c og nitivos,e xpress ado po ruma
mul tiplicidadedef orma sdec omuni caç ãoer elaçõe spe ssoais.Ne steâ mb i
tode
lutasmi cropol í
ticas,q uepr oduzr e si
stênc i
a spo lí
ticasec ul tur ai
snav ida
cotidiana ,no vosmov ime ntosea ti
v is
most êmb us cadoda rvoz ,v i
sibilidadee
empode rame nt os ob res ua sc ondi çõe se stigma t
izantese / ous uba lterna s,
exigindomuda nç asna sinteraçõe ss ocia i
squee nv olvam osr e s
pe ctivosg ruposa
quepe rtenc em.Comodi scutimose mo ut r
aoc a sião( AUGUS TO,ROS AE
RES ENDE, 20 16),háumat endê nc iaq uev ems efo rtal
ec e
ndoa tua l
me nteq ueé
adoa t
iv i
s mode sa s
s oc i
adodei ns tituiçõe s,hierarqui aseda spa ut asre fénsdos
jogosde pode rda ma cr
o políti
c ae statal.Ne ste pr oce sso,f ac i
lit
a do pe las
comuni da de s di gi
ta is,t e mos v isto a s pa ut asi de ntit
á riasg a nha rem
proe mi nê nciaepode rdea çãoe ntrea sr e
de sdea ti
v is
mos .
Ca dag rupoo uo rganizaçãodemo vime nt oi dent i
táriode fines uaa genda
com ba s eàmi no rias ocia
lqueb us caráe mpode rar,a tr
a vésdepr oce ssosde
identificaç ãodes ua sc ondiçõesdes uba lternida de .A pe sq uisae tnog r áfica,de
par t
icipa çãoeobs erva çãodeg ruposor ganiz a
dosedoa tivismoe mr ede ss oc i
a i
s
digitais,c ombi na dac ome ntrevistaseg ruposf oc ais,nospe rmi ti
r amc o nstatar
umat endê nciaq uepa re c
ec rescent ee ntremo vime nt osemi l
itante sdemi nor i
a s
:
of ortale cime ntodopr ocessodes e gme nta çãoi de nti
tár i
ac oms uade corr ente
exclus ãodal eg i
ti
mi da dedemi l
itânc iadosquenã os ee nq uadr am no“ luga rde
fal
a ”dec adas eg me nt o,o udosq uenã odi spõe m doquea quide nomi namos
“capitals uba l
terno ”. Aque l
esc o m i de ntidade s bi ológ i
ca s,s oc iaiso u
compor t ame ntais pe r t
ence ntesaq ualque r uma da sc ate goriass oc i
a i
s
historica me ntepr ivil
e giadas–c o moho me ns,c is,he teros sexua is,b ra ncose
ricos–, aonã odis po rde“ capital suba lterno ”nã opos s
ue m“ luga rdef a l
a ”el og o
fic
a m,pe l
ami li
tâ ncia ,assoc i
adosài dent i
da deo presso r
a .Te ro unã oc api ta
l
suba lt
er noéoqueha bil
itaomi l
itant eat ero unã ol eg i
timi da dedef a lae
eng ajame nt onal utados egme nt oi dent i
tár i
os uba lternizado .Comoao p r
e ssão
sofridapo rmi l
itant esi dent i
táriose stáa treladaas uai de ntida de–s ej
ae l
a
biológ i
c a,s oc i
al ou c ompo r t
a me nt al –, t or na-se pa r
ae les na tur al
,
cog niti
v ame nt e,ma te rial
izaraf igur adoo pressornosde tent oresdei de ntida des
privilegiada s.

2
46
Re
sendeeRos
a

Isso oc orre por do is mo t


ivos .Pr ime irame nt e,de vido a ob ina rismo
sil
og ísti
c odac ondi çã odeo pr es
s oreo pr imi do: seai dentidadeXéo pressor ada
ident i
da deY eFul a nopos s uiai dentida deX,l og oFul anoéop ressordeY.
Qua ndos et ra
tades e gme nta ç
ã ob inária ,t all óg i
c al evaa oe ntendi me ntode
que m nã oéopr imido ,l ogoéop ressor.O s eg undomo tivoe stáa trel
a doa o
própr iof enô me nodaa firma çãoi dentitária,q uea pr esentapr inc i
pa lment edo i
s
desdob rame ntos. De um l ado de limi taef ront e
irizaa s pos si
b i
lida des
existenc iaisdos ujeit
oe ms uai dent i
da de ,c o moa l
e r
tam De l
euz eeGua t
ta ri
(199 6),But ler(2 015),Pr ec i
a do(2 014),e ntreout ros .Deo utro ,de fi
neepr oduz
um s abe rs obrea sopr ess õesq uer eproduzag o ver name nta l
iza çãodoEs t
a do
(FOUCAUL T,20 07),po isal ógicades eg me ntaç ãobi ná r
ia,co mode mo nstrado
po rDe leuz eeGua tta ri( 1 996 )
,éút ilpa r adi vidir,e s
t r
atif
icar,hi erarqui zare
cont rolaras oc i
e dade .El aéc ri
adape l
op ró pr i
oEs tado ,quede lade pendepa ra
reproduz ir nos i ndi víduos a r aci
ona l
ida de puni tivis
ta ne cessária pa raa
ma nut enç ã odes eua pa rator epressor,e m umal óg icaq ue Fouc ault( 2 006)
deno mi na f ascista po rc entrars eue mba te na e xpurgaçã o do ma lq ue
deter mi na dosi ndiv í
duosr epresent a
m.I ss oe nc ont ramost ant ona snoç õe sde
biopol íti
c ac omoder a cismodeEs tado .
Al utas ocialide nt itárias ea j
us t
aaumar e l
a çã odes omaz eroe mq ue
ati
v i
s tasc om c apit
a ls uba lternov isl
umb ram apos sibil
idadedeg anhare s paç o,
respe i
toea ceit
aç ãos oc ial,me di
a ntear etira dadee spa ço ,r
espe itoea ce
itaç ãode
gruposs oc i
a i
st i
dosc o mopr i
vilegiadoseo pr ess ores .O anta goni smoc ont rao
privilégioe x cl
ude nteeo pre ssors edi re cionaa ospr i
v i
legi
a dos ,me l
indr ando
aprio ri
stic ame ntea sr elaçõe si nt e
r grupa is,p roduz i
ndo uma t endênc iaa
desc onf i
a nçap ré vi
aas uasf alasepos tura s.At áticapodes erút ilatéc ertopo nto
paraaa ut opr ot
e çãodoss uba lt
ernos ,ma st a mbé m podea pr esenta ror isc ode
dimi nui rapo tênciadal utaa nti-
o pressãoa onã ol oc aliz
arnos upos toini mi go
um pos sívela liado,c o mos uge reNi etzs che( 1 99 8)aa ma roi nimi got a
nt o
qua ntopos sível.Ouc om ap ropos taa nt ropo fágic adeOs wa l
ddeAndr a de
(197 6),a pre endidadosTupi na mbá s,quede g lutina va m osma isf ortesgue rreiros
inimi gospa raob te
rpa ras i t
a ma nhaf o rça.
Ne stet raba l
hop r oble ma t
izamosospe rcur soses ignif
icadose mq uee ss e
s
mo v ime nt os de mi no rias i de ntit
á ri
a s b us cam r etif
ica r a s i ma gens
esti
g ma tiza dasq ue pos sue m a t
ra v
é sdo de sloc ame nto dosc o ntornosdos
sujeitosq ueoc upa m umac ondi çãodes uba l
ter nida de .Enq ua ntodi spos iti
vos ,
3
ou má qui na sdef a ze rv eref azerf al
a r ,a sa çõe sc ol
etiva sde s
sesno vos

3 Ne
ssade
fi
niç
ãoDe
leuz
etomae
mpr
est
adodeFouc
aul
tanoç
ãodedi
spos
it
ivo
,ent
ende
ndoq
uea
s

2
47
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

mo vime ntosea tivi


s t
asf orma m“ regi
me sdee nunc ia
dos ”( DELEUZE,2 0 12,
p.11)q uea fi
rma m al eg i
ti
ma çãodes e
upos i
cioname ntopol íti
coder es
istê
nc i
a
atra
vé sdode l
ineame ntoda sf o rma sdao pressãos o f
rida sedai dentif
icação
bináriadeo pr e
ssor eseopr i
mi dos.
Opr ocessopa rae mba rcarnal utac ontr aopres s
o resede i
xarac ondiçãode
oprimi dor equerde scolonizars ignoses ignifica
dosc om osqua i
sc adaa ti
v i
staé
obrigadoac onv i
ve rdiariame nte .Asl utasmi cropo l
ític
a sp roduz e
mc onsta
nt e
s
questiona mentoss ob r
eospr oc essosdes ubj eti
vaçãope l
osqua issãode fi
nidasas
caracterís
tic
asec ontornosdomundoe m quev ivem edosi ndi víduosc om
quemc onvivem.Rupt uras,di s
tanc i
ame ntosede st
e rr
itor i
ali
zaçõe sà sfo r
ma s
conhe cidasdee nt endime ntos oc i
al,dec onvivênc iac oti
dianaedapr áti
ca
po l
ít
icae stã
os ujeitas,e
ntreta nto, adisti
nt asintensida des. Name didae m quea s
luta
spol ít
icass uba lt
ernass edi st
anciam da sl inha sdur aspr ece dentesq ue
defi
ne m osc ont eúdosea sf orma sdaopr e
ssão,no v
oss abereseoe xercí
c i
ode
novospode resg a
nha m potênc iapa racre sceres ede senv olver.
Oa l
vodeg ruposhi sto ricame nteo primidost ems i
doae r
r adicaçãode
forma sdeopr e s
sã obe mp recisas,a que la
sda squa iss ãov íti
ma shi st
óricas.
Sendoa ssi
m,ai mpo r
tânciade ssaslutaséi negável,da daaur gênc iadec oloc a
r
fim adé cadas,s éculosoua témi lêniosdedi scr i
mi na ções,es t
igma t
izações,
segregaçõe s
,v iol
ê nciaset odas o r
tedei njusti
çass ocia i
sq uei mpe demq ue
desfrutem dosme smosdi reitosel iberda desdor estantedas ocie dade.Éna
buscapo rfor t
alecere ssaslut ases uaspot ênciass ub versivasquel ançamoso
olharpa raosa lcanc esdes uar adicali
da deer upturac o ma slógicasopr essoras.
4
Em o utraspa l
a vras,nosa tentamosài ntensidade com q ues ãoc apazesde
comba t
e raopr essãoede smo nt ar
,de slocandopa raf orat alqua lf az
ema s
5
má quina sdeg uerr a,os is
te mas ócio-cultur al
,eco nômi c o-polí
ti
c o,q ueopr ime
com oa utorit
arismo do Es tado ,as egr e
g açã
o ee xplor açãoc apitali
staea
representaçãodade moc racia.

“má quinasdef aze


rve refaze
rfal
a r
”e stãocompostasdelinhasdeluzquef o
r mamf i
gurasvari
ávei
se
própriasdeta louqua ldi
sposi
ti
vo( DELEUZE, 2012,p.
11).
4 Ape rspecti
v aanalí
ti
cadai nte
nsidadedaa ç
ão,quep r
opomos ,sebasei
a,princi
pa lmente,nasnoções
deDe leuzeeGua t
tar
is obrel
inhasd uras,habi
tuai
s,quepe r
correm pl
anose st
ri
a dos;li
nhasflex
ívei
s,
amb í
g uas,ci
r c
ulams ob r
eplanoslisos,com dest
erri
tori
aliz
açõesrela
ti
vaseos cilandoent r
easduas
outraslinhas;ea slinhasdef uga,quei mplicame m desterr
it
orial
izaç
õesa bsolutas(DELEUZEE
GUATTARI ,1996,p.5 8-
75).
5 Seguindoamé t
ricaconceit
ualdeleuziana,máquinadeg uerraseconsti
tuinac omb inaçãológi
cade
açõesq ueatuam nade str
uiçã
oede s co
ns t
ruçãodeum s i
stema.

2
48
Re
sendeeRos
a

2 I
NTENSIDADESEPOTÊNCI ASDESERTORAS
NA LUTACONTRA A OPRESSÃO
O de saf
ioques ec ol ocaa osa ti
v is
tasi denti
táriose stát antoe mr ompe rc om os
conteúdosdes ociab il
ida desa utoritária
squede fine m qua issujeit
oseg rupos
sociocultur ai
ss erãov í
tima sdeo press ã
o,comot ambé mc oma spr ópriasf ormas
autorit
ár iasdes oc i
a bili
da deq uepr oduz e
ms uba lt
e rnida deedo mina çõe sdas
ma isdive rsas.Ne stes entido,c abeac a
dag rupos epe rg unta rcomoe r r
a dicaro
patriar
ca li
smo ,or acismo ,ahe terono rmatividade ,oc l
a ssi
s mo ,at ransfobia,e
diversasout rasopr essõe s
, se
mr eco rreràse gme nta çãob inár i
aea opuni tivis
mo
quea li
me ntaef or talecequa lque rsistemas ocial opre ssor, comoF ouca ult(200 0
)
deixare splande cerc om anoç ã
oder acis
modeEs ta do .
Opr ob l
e maéc olocadoapa rti
rdav eri
ficaçãodeoc o rrênciashistóricase m
quehái nv ersãodac ondi ç
ã odeo pres
são ,to r
na ndooo primidoum nov o
opre s
sor.Ve j
a -
se,po re xe mplo ,oc asodosj ude use mI sra el
,q uea póss erem
l
ong ame nt ee st
igma tizadospo re uro peusedi zima dosnog e nocídiona zista,tem
dis
pe nsa doa ospa lestinost r
a t
a me ntosba stantes eme lha ntesa osq ueosne gr
os
sof
r era
m dur anteoApa r t
he i
ds ul-afri
cano .Ét ambé m oc a
s odaRe volução
Rus sa,
q ues ubs ti
tuiuao pressãodor e gi
mea bsolut i
stadosCz arespelao pr es
são
dadi ta
dur adoPa rtidoCo muni sta,quepr etendiar e pres entarac l
asseo per á
riae
i
nv erte
ra sc ondiç õe sdedomi na çãodec l
asses,c o l
oc andoac lasseo pe rári
ano
pode r.
Av iolênciac om quea slutaspe l
al i
bertaçã oéa come tidac ontraindi v í
duos
emc ondi çõe sdepr i
vilégioo ua téme smodedo mi na çãof oic rit
icadapo r
Bak unin,q ue,v islumbr andor evoluç õess ociais,l anç aa sl i
nha sme strasdo
abolici
o nismope na lec ons i
de rama isútilav i
o l
ê nc i
aa plicadaap ropr i
e dades,
i
nstituiçõe seoEs tado:

Todoso srevol
ucionári
os,oso pr
imidos,asv ít
imasdaa t
ualorganizaçãoda
socie
dade,cuj
osco r
açõesest
ão,porsuposto
,cheiosdeving
ançaeódi o,deve
m
l
e mbrar
-sedequeo sre
is,osopre
ssores
,ose xpl
o r
ador
esdetodot i
pos ãotão
culpado
squa nt
oosc r
iminosospr
ocedentesdasma ss
as:sã
ode l
inquentesmas
nãoc ul
pados,dadoquet a
mbé ms ã
oc omoosc r
imi
nososcomuns ,produt
os
invol
untár
iosdaatualor
ganizaç
ãodasociedade
. (
BAKUNI N,1868,s/
p)

At á
ti
cadeata
carasbasesdosi
st
emapolít
ico,e
conômic
o, s
oc i
alecul
tur
al
a
oinvé
sdeatac
arosindiv
íduosqueor e
produzem,par
aBa kunin,tr
ata
-sede
a
pre
ndiz
adohi
stór
icoapart
irdamaldenominadaRevol
uçã
oF rancesa
:

2
49
At
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smoi
dent
it
ári
oeoc
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ta
lsuba
lt
erno

(.
..
)at e
rrív
elguilhoti
nade1 793,quenãosepodea cusa
rne m depreguiç
osa,
nem delenti
dão,nãoteveêxit
oem destr
uiranobrezanaFrança.Aari
stocr
aci
a
nãofoicompletamentedestr
uída
,ma ssi
m prof
unda ment
ea ba
lada,s
enã opel
a
guil
hoti
na,ma spe l
oconfis
coev endadeseusbens.E,emg er
al,pode-
sedize
r
quea sma t
ançaspolít
icasnuncama t
aramo sparti
dos;r
esult
aramimpo t
ente
s
cont
raasclas
sesprivi
legi
adas.
(BAKUNI N,1868
,s/p)

Éc ert
oq uea sresi
stênci
as,porvezesviol
entadoso pri
midosnã odeveser
equiparada à v i
olênci
a dosopr e
ssores
,po isa os ere st
rut
ur alma i
sque
indi
v i
dua l
,estaoc orredef ormao niprese
ntees ist
emá t
ica,requer
endodos
subalt
ernosaçõe sóbviasdeautodef
esa.Aindaquec ompreensí
vei
s ,c
omv is
tasa
produzirt r
ansforma ç
õe sprofundasna srelaç
õess oc
iaisessasv i
olê
nciasse
demons tra
m pouc oe f
icazes
.Aa nar
cafeminist
aEmmaGol dma nsugereat
enção
paraa dequara sf orma sdal utaas eusob j
eti
vos.Umas ociedadeliv
rede
opress
ãoea utorit
aris
mos er
ác onst
ruídaapa rti
rdel utassoci
a i
ssem novas
opress
õe seautorit
aris
mos :

Os mé todos revoluci
onár
ios de vem e s
tare m ha rmo ni
ac om o sf ins
revol
uci
o nár
ios
.Osme i
osutil
iz
a dosparapromoverarev
ol uçã
ode veme s
tarem
harmoniac o
ms euspropós
itos.
Em r esumo,éprec
isoqueo sval
o re
sé t
icosquea
revol
uçãoprete
ndee st
abel
ecernano vasoci
edadesej
ama plic
ado sdesdeoi ní
cio
dasati
vi
da desr
evoluci
onár
iasdoa ssi
mc hamado“perí
ododet ransi
ção”,poi
se l
es
sópoderãoservi
rco moumav erdadeir
aes e
guraponteparaano vavidasefo r
em
const
ruídos com os me s
mos ma teri
ai
s da v i
da que s e que ra l
cançar
.
(GOLDMAN, 1977
, p.
148-149)

Important
e pontuar que revoluçõe
ss oci
ais,do pont o de vista de
ana r
quist
ascomoGol dma neBa kunin,vãomuitoa l
ém des i
mplesme lhori
as
na scondiç
õesdevidadasc l
ass
essuba l
ter
nasedefini
ti
vame nt
etransce
nde mà
l
e idoEs ta
doeàa dmi ni
st
raçãodes uaburocra
cia.Tr
ata-
sedet r
ansformações
fundame nta
isnasrel
açõeshuma nas,ta
lcomoe xpli
ci
taGo ldmana odiscor
rer
sobreof r
acass
odaRe vol
uçãoRus s
ae m pr
omo v
ermuda nçassubs
tanti
vas:

(..
.
)ag r a
ndemi s
sãodar evolução,dar evol
uçãos oc
ia,éumat
l rans
pos i
ção
fundame ntaldev a
lores
.Umat r a
ns pos
içã
onã oa penasdosvalo
ress oci
aisma s
dosv alo
r e
shuma no s
,est
esatéma isimpor t
antes
,jáques ãoabasedet odoso s
outros.No ssa
sinsti
tui
çõesea sc ondiç
õese m quev i
vemo se
stã
of undada sem
ideia
spr ofundamenteenrai
zada s
.Muda re ss
ascondições,de
ixa
ndoa ome smo
tempo i ntac
tasa sidei
asev alor
e ssubj
a c
entes
,s i
gnif
icaqueho uvea penas
transf
orma çõessuperf
ici
ai
squenã opode r
iams erpe r
ma ne
ntesne mt rari
am
qua l
querme lho
rar eal
.E ques eriama penasmuda nçasdef orma ,não de

2
50
Re
sendeeRos
a

s
ubs
tânc
ia,c
omof
ic
out
rag
ica
ment
epr
ova
donaRús
sia
”.(
GOLDMAN,1
977
,p.
1
45)
.

Osa na rq uista sins ist


emq ue“ pa r
af azerumar ev oluç ãor adica lde v e-se
atacara spos içõe sea sc oisas,de struirap ropr i
e dadeeoEs tado ”( BAKUNI N,
op.c it)
. Nã o épo ra caso.A di visãos ociale mc astas,g rupos ,c lassese
identidadesc ultura i
ss ervema oc ontroles ocia lintrínse coa oEs t a
do .Co mo
TratadodeWe st
pha l
ia ,nos é culoXVI I ,see stabelece uaf unda çãodoEs ta do
Na ção mode rno ,de termina ndo pa rac ada Es tado a s obe rani as obres eu
ter
r i
tório eo monopól io dav i
olênc ias ob res e
u po v o,de finido po ruma
identidadena cio nalho mog eneizanteee xclude nte.Pa rac o ntro l
a reg ov e rnar
seupov o,asi nstituiçõe sestataisde termi nam av ar
ieda deé tnic a,ling uíst
ic aeo
compor ta
me nt os ocia la deq uado pa r ao g oz o da c ida dani a que s erão
est
ipul adasnoss éc uloss ubse que ntes.O e ndur eci
me ntodadi v i
s ãos ocia le m
segme ntos i de ntitários pa r
aa lém da s mul t
iplic
ida de ss ocioc ulturais de
qua l
que rs oc ieda de ,se rvemà sa g ê
nc iasdee statísti
caedec ont ro l
es ocia ldo
Estado( cf.“Mi cr opo l
íticaeS e gme ntar i
da de”inDELEUZEeGUATTARI ,1 99 6;
DELEUZE,2 008 ).S impl i
fica-sea sdi versidade spa radome sticar,di sciplina r,
tornarosc o r posút eis,fazendodamul tidãooa lvoda st ec no log i
asdeg over no ,e
justi
ficando ,a ssim,as obe ranias obr eot erri
tório( cf.“AGo verna me ntalida de”
inFOUCAUL T, 20 07).
Todomov ime nt oder esistênciaques epro põeat ra nsfo rma rr adicalme nte
sej
aos is
temadeo rganizaç ãos oc i
alepol ít
ica,s ej
aa sr elaç õess ociaises eus
proc e
s s
oss ubj etivosde i dent i
ficaçã o doss ujei
tos,e s t
ás ujeitoa o“ viv e
r
perigosame nt e” ni et
z schiano .I stoé ,t ril
ha rc ami nhos nã o pe rcorr idos
anteriorme nt eebus carr espostaspa raosde sa f
iosepr ob lema sname didae m
quev ãos ur gindo .Re s i
sti
ràc oloniza ç
ã o,q uepodet ambé ms erc ha ma dade
sis
tema de c apt ura ,de do me stic
a ção ei mpos ição de pe rce pçõe ss oc iai
s
vali
da dasc omo c orre t
as,ou me smo t o l
erá vei
s,i mpl i
c ac er ta
me ntee m
que st
ionar, reje i
tarec o nfr
o ntar.
Oní vel dec riatividadedeum mo vime ntoo uame didae m ques er epr oduz
condut asha bitua isv ariamc onf ormeomo vime ntos ede ste rrit
o riali
z ades eus
ma rcosder e f
er ênc i
ac ognitivaes ea brepa r ao no vo ,s em de ixardes e
autoque sti
ona r.I nde pe ndenteda ss ituaçõe se nfrentada se mc adac ont e
x to,a s
expe r
iênc i
a s pr év i
a se a c ultura po lí
tica dos a tivistasi nf luenc ia
m o u
determi name mg randeme didaaf o rmac omoosmo vime ntosc o nduz ems uas
l
uta s(Mc ADAM, 19 9
4 ).

2
51
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

3 SINGULARI
DADESERESISTÊNCI
AS
MICROPOLÍ
TICASAO MARXISMO EAO
FASCI
SMO
Conj ec t
ur amosqueoma rx i
smo ,e me spe c i
a lsuat ra diçã og ra ms ci
a na,e xerce
sobr eosnov osmo v imentosdec o nfront os oc iocul tura ldae sque rdar adica luma
espe ci
a linfluê nc i
as obretaispostur asdel ut a
, ma rcada spe l
adi c otômi cadi sputa
por he ge moni a.Es sas disputas pe rpa ssam o pr oc esso de pr oduç ão de
inclusão/ exc l
us ãodemi li
tantesdal ut apo lít
ic a,dai de ntificaçã odoo pre ssore
doopr i
mi doedose nunciadosop res sore souder esistênc i
a.O pr oce ssode
produç ãodac ons ciênciadec l
asseédi fus oepodea ba rcara mpl ami rí
a dede
pos si
bilida de s.A pe rsi
st
ênc i
ader eferenc iaisma rxista ses ua sc onc epçõe sde
conf l
itonosnov osmov i
me ntossoc iai
st e ms idov erificadapo rdi versosa uto r
es
(Mc ADAM, 1 994;LARAÑA1 994;DAY, 20 05) .
Ar a dic ali
da dee mt ermosma rxistasi mpl icanaa çã or ev oluci
oná riaq ue
nãoe xtingueac entrali
dadeehi erarq uiza çãoda sr elaçõe sdepode r
,a si nv ert
e
levandooso primi dosat odav iolênciaec onc entr açãodepode rquej ulga-se
nec essáriapa r
ar esist
irec omba t
era oop resso r.Qua lque rs util
ezanaa ção
cont raoso press orese s
tásuj ei
taas eri de ntificadac o mor e formi sta,co nivente
oumi cro- opr essora ,name didae mq uenã oe mba rq uenal utade fl
ag radape l
as
vang ua r
da s.
Oi de al revo l
uc i
oná ri
os einicia,assim, co m ar otul açãoi de ntitáriada que l
es
com que m s ec ompa r
til
ha da l eg i
timi dade c o nfe ri
da pe lac ondi ção de
opr i
mi do ,ouc apit
a lsubal
te r
no ,epe lar otul açãodeo press oraat odaequa lquer
cont radiçãoami l
itantesouat áti
c a
sdel utae stabe l
ec idaspe lasv ang uarda s.Tal
proc esso,po rumaque st
ãoo ntol
óg ica,a ca bas e ndoma rcadopordoi sg r andes
perigosà sl utasa ntif
asci
stas:oe ssenc i
a l
ismoeopur ismo .O pr i
me i
r o,se
visua l
iza na i dent ifi
caçã
o de a l
guma sc ondi çõesp ré-de finida s bio lógica,
econô mi c aouc ultur a
lment e,eq uede termi na rãooq uec ha ma mosdec apita
l
suba lt
erno;o s egundo ,pe lae xigênc iadeq uee ssa sc ondi çõe ss ome ntes e
satisf
aç am me dianteumapur e
zadoi ndi víduoe ntrea sc ondi çõe spr eviame nte
admi tida sc omohi s t
or i
came nteestigma t i
z ada s,opr imi da ses uba lt
erna s.
O pr inc ipalpr obl e
maquet aislut asa prese nta m àb uscades upe raç ãodo
fascismona spr á t
icasdav idac otidianaedoa ut or i
tarismona slut associa i
s ,est
á
j
us tame nt enar eproduç ão do b i
na rismo edami cropol íticat ra
ns cende nte
produz i
dape loEs ta doepo rqua lqueri ndi víduoquej ulg aa oo utroc o m ba se

2
52
Re
sendeeRos
a

em uma pr é
- cons trução s imból ica do s ujeito,g e ralme nt ec a
rrega da de
preconc eit
osee stigma ssoc iais.Co moj áco me nta do ,a si dentificaçõesb iná rias
util
izada spe l
oEs tadopos sue m umai mpl í
c it
av oc aç ãodec ontrole
,po iss e
reduz a di ve rs
ificaç ãos oc ia l pa raq ue pos sas e rf acilme nter otul ada ,
categorizada,julga dae ,sob ret udo , contro l
ada .
Na ss ociedade sdec ontr ole( DELEUZE,2 008 ),de senv olvidasea mpl i
a das
pelasr edesdei nfor ma çãoedet e
c nolog iasdi gitai
s ,asc o nduta ssã ofacilme nte
controlada s
,v igi
a da s,categ oriz ada sej ul gadas .Seal ut aémi c ropolí
tica,t oda s
aspos s
íveismi cro-o pressõe ss erã oc o ndena da sec o mba ti
da s,s eto rna rãoo
própriof ocodal ut as ocial
. Adi ficuldadenab us cape l
omi cro, noe ntanto ,énã o
cairnac ondiçã ope rsecutó rias obr eac ondut aeaf aladequa lquerindi v íduo
quepr ovenhadeo utrasv i
v ê nc i
a so uq uec o mpa rtilhedeum s tat
uss oc ia
l
privi
legiado .
Es sacondi çãope rsecut ória ,aome smot empoq ues ec ompõec omoa rma ,é
apr i
nc ipalli
mi taçã ode s
sesmo vime ntos.Se usa tivistasa creditame st
arl ut ando
porl egiti
mi dadeepormi cr o trans for
ma çõe ss ociaisi nstantâ ne a
s.Ent re tant o
,
produz em ne g açõe sdea f
e tos ,r ej
e içõesee x clusõe s.S ua spo tênc iasdede vir, de
se me sti
çar,a feta re s era fetado s ãoi nte r
rompi da s,e nt recort
ada s pe l
a
desconf ia
nç ape rma ne ntee ms er elac i
ona r,oupi ora inda ,mi l
itarnac ompa nhi a
de um pos sí
v elopr essor.Em l ug arde c riars ing ul ari
da de ,ospr oc e ssos
subjeti
v osdec ri
a ção dee s tigma ss ãor epr oduz idos ,i mpe di ndo asf or ma s
autoritári
asdes oc iabili
da der uírem,j áq uee ncont r am nae sti
g matizaç ãoa
própriaf orçadea firma çãodeumas upos tas upe rio ri
da de( GOFFMAN,2 013 ).
O mo vime ntof unc ionanumadi nâ mi cac ent rí
pe tadea utoe xclusãodes eus
recursosma isv aliosos ,oc api talhuma no ,pa rav aler- sedes uaa rmadea ut o
aniquilação,ai dent i
ficaçãoc o ns tantedomi cro- opre sso r.
Nol i
mi te
, essabus cai nc es santee mc astra rodi fere ntepodee sta
rpa rtindo
deumapos t
ur aum t a
nt o na r cí
s icapo rpa rtedo a gente,umav ezquea
desvalor i
zação s ubj etiva da s c a r
a cte
rísticas do out r
o é pr oduz ida
conco mi t
anteme nt eàa fi
rma ç ãoda spró priasq ua l
ida de sepot ências.Enq uant o
Fouca ultincit
aal ibe rt
a r
-seda s“ velhasc a
teg oriasdoNe gati
vo( alei,olimi t
e ,a
castr
aç ão,af a
lta,al a cuna) ”( FOUCAUL T,2 00 6,p.3 2), pa raviv erumav i
danã o
fasci
sta,mui tos a t
ivistast em v isto ne s
s ase stratég ias,t ípic a
s de g r upos
domi na ntes
,umaf ormadee mpode r
arer ecupe raraa utoestimadoss uj eitos
subalternose s ti
gma tizadoss oc ialme nte .É s em dúv idai mpor t
anteq uea s
difer
enç ass i
ng ula res de s sesg r upos s ejam r e co nhe ci
da se v aloriz ada s
.
Entretanto,a sa firma çõesev a lorizaçõe sdes i
ng ul arida desq ua ndoe xc l
ue m

2
53
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

outr aspos s
ib i
li
da de sdee xi
stência ,flert
a ms everame nt ec om of ascismo ,a o
vislumb r arcertauni fic
a çãoeho mog eneiz
a çãos ocial(ide m) .
A mi c r
o polít
ic adai ma nênc ia,qua ndos ob r
epuj aadat ransce ndê ncia,se
apre sentadi spos t
aav eroout roc o nformee leser ev elee ms uana ture za,em
sua spa ixões,e ms ua spo tenciali
da de sdea fetoes ua sint ens i
da desdebus cade
aceitaçãoec o mpr ee nsãodoo ut r
o( DELEUZEeGUATTARI ,199 6).At e ntati
va
det râns it
oe ntreuni versosdi st
intosi mpl i
c adi s
pos içãoabe berdeo utrasá gua s
,
av estir
- s
edeout rasmoda s,e nfim,e xpe r
ime nt aro utrasv ivênc i
as.O s er
nô ma des eguee mf l
ux oc ontínuo ,s ejaha rmô nicoo udi sruptiv o,co mo us em
i
nt errupç õesquea lternam oc ong e l
ame ntodepl anoss ubjetivoss ing ulares
,
gera l
me ntee mt or nodea lgoquel he sconv enha ,q uel hesi nteressena que l
e
mo me nto.Bus caf azerno vasc one x õesdi st
intasda que lasq ue c artog raf
ou,
de s
e nho uer eproduz i
u,c oms eusr elevoses i
nuos ida des ,dosc a minhosj á
pe r
c orridos.
Richa rdDa y( 20 05)s ugereot ermo“ no v
íssimosmov ime ntoss oc i
a is
”pa ra
de s
ig narosno v osmo vime nt
osq uec onseguirams upe raral utaporhe g emoni a
ec ont ra he gemo ni a,r ejei
tando a pr oduç ão de no v as domi na çõe s
.Os
nov íssimoss er evela m det e
ndê nc iaa narq ui
s t
a,jus t
a me nt epo rpe rmi tires e
abriràmul tiplicida de,à sdiv ersi
da de sdeé ticasee stéticasdae xist
ênc ia.Os
ana rquistass ugere m ai mpl osãodoss ist
ema sdedo mi na çã oc omr epertó ri
osde
açãodi reta.Estápa ras erde f
inidoc omoe ssesrepe rtóriospode ms era da ptados
po rmov ime ntosc omba ti
vosc entradospr i
nc i
pa lme ntee me sti
g ma sepr ocessos
subj eti
vos .Nar e s
istê nciaa ohig i
eni smos oc ialea os egre gacionismof asc is
ta,as
l
ut asa na r
qui st
ass ea presentamc omoe s
ti
losdev idas ub ve r
s i
voss es ustentando
na smi cropol í
ticasdav idac oti
di ana( c f.BOOKCHI N,2 010 )
.Ag e m pe la
ne gaçãodet odaequa lquera utorida de.A de sobediênc iac ol
etivaear ej
eição
front alapr oc essosdedomi na ção,e nqua ntot áticasdel ut aef orma sdev i
da,
têms idor e
g is
trada spore scri
tosf ilosófi
c osde sdepe lome nosos éculoXVI ,
com LaBoé tie( 200 9).

4 DASCLASSESSOCI AI
SAO CAPI
TAL
SUBALTERNO:PERCURSOSTEÓRICOS
Anoçãodelut
adec l
ass
esl
ocal
iz
adaprinc
ipal
mentenose
scr
itosdeKarlMarx
quedata
m oséculoXIX,pas
soupo rumae s
péci
ededesdob r
ament
op rot
o-
cul
tur
ali
st
aref
inadocom aemergê
nc i
adosescr
it
osdeAnt ônioGra
ms c
ino
séc
uloXX,possi
bil
it
andoumaleit
urama i
s“abe
rta”eel
ást
icadoma rxi
smo,

2
54
Re
sendeeRos
a

conformemos trouHa ll(2 011 ).Aoa creditarq ueae strutur ag er aldat eo riade
Ma rxne cessitavadec ons t
ant esde se
nv olvime ntost eóricosa os era plicadaa
nov a
sc o ndi çõesc onte xtuaisehi s
tóricas,jáqueope nsame ntode ss
ea ut ors e
davaapa rti
rdaut il
izaçã odomé tododi al
ético,Gr a ms ci(1 999 ;2 011)a cabo u
colocandoe m pl enof unc iona me ntoco nceitosqueoma rxis
moa indanã oha via
fornecido,ma ss em osq uaisnã os er
iapos síveles sat radiçãot eór ic
ae xplicar
adequa dame nteac ompl e xi
da dedec e rt
osf enô me noss oc iai
shodi ernosq ue
ult
r a
pa ssam osl imi tesdeumac onstruç ãodec unhoe cono mi cista,a mpl iando
possibil
ida de sinter pretativasq uepa ss
a ram aa ba r
ca roc ampoc ultural.
Gr ams ci( 19 99 ;20 11)pr o pôsumanov al eit
uraa cercadanoç ã odel ut ade
cla
s s
es,a ba rcandoo ut r
oc ampoquea tée ntãoe r
ame nos prez adopo rg rande
partedosa utore st ri
but ár i
osdat radiçãoma rx i
sta.Embo ranã ot enhae scrito
sobrer aça,e t
ni ao ur acismo ,a cer
c a de s e uss ignifi
c adose /ou de s uas
ma nifest
a çõe sc ont empor âne as,a l
é m denã ot era nalisadopr o funda me ntea s
experiênc i
a sc olo niaiso ume smooc oloniali
s moq uer e velara me me rg entes
racis
mospr esent ese ms uaé poc a,Gr ams cidi r
e ci
ono us uaa tenç ãoa ose upa ís
,
centrandos uasa ná l
isespos ter i
o r
e sàc onstruç ãos oc ial
istat a ntodaEur opa
ocidental qua ntoor iental, a
of racassoda sr evoluçõe sna ss ocieda de scapi tal
istas
desenvo l
v ida snooc ide nte,aa me açadoe me rgent ef ascismo ,a ssimc omoa
impor tânciadopa rtidonac o nstruçãodahe ge mo nia,c onfo rmemos tr
o uHa l
l
(2011).
Aindaqueoa utornã ot enhae scrit
os ob rer acismo ,de ixa ndodea bo rdar
essea ssunt o de ma neira ma is dir
e ta,os c onc eitos c onstr uídos po re l
e
permi t
iram ode s
e nvol vime ntodede sdo brame ntose xtrema me ntei mpor tantes
paraout rast eo ri
a ss oc iais
,ae x e
mpl odose s t
udosc ulturaisp ro postospe la
chama daEs coladeBi rmi ng ha n,a ss
imc o mog ra ndepa r
teda st eori
a spós -
coloniali
sta s.Noe ntanto ,fo ia travésdec ert
apr o pos i
çã of unda me nta dana
ela
s t
ici
da dedoc onc eit
odec l
a ss
e ssoc iai
sa pr esenta daporGr ams ci( 1999;
201 1
),pa raa l
ém deumape rspe c t
ivar educionistaa oc ampodae c onomi a,que
essanoç ãos ea mpl ioua ting i
ndo um c ampo c ultur ales ua sr e
laçõe sde
domi na çãoporme ioda q uiloq ueoa uto rcha mo udec lassess uba lternas.

(..
.
)oque“ li
dera
”e m um perí
ododehe gemoni
anã oéma isa“cl
ass
edo minante”
da li
nguagem tradiciona
l,ma sum bl oco hist
órico
.Es setermo ser e fe
re
decis
iva
me nteà“cl
asse”comoum níveldete
rminantedaaná l
is
e;masnãot r
a duz
todasasc la
ssesdiretament
es obr
eo pa l
co pol
íti
co-i
deológi
coc o
mo a tores
hist
óri
cosunifi
cados.Os“ele
me nt
osdelider
ança”em um blocohis
tór
icopode m
serapenasumaf raçãodac la
sseeconômicado minant
e–po rexemplo,capita
l

2
55
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

financei
ro,emv ezdoc a
pit
alindust
rial
;oc apit
alna c
ional
,emv ezdoc api
tal
internaci
onal
.Juntocome st
es,dentr
odo“ bl
oco”
,e s
tar
ãoose xt
rat
osdasclas
ses
suba l
ter
nasedo minadasquef o r
amc onquis
tadosa tr
avésdec onc
essõese
co mpromiss
ose specí
fi
cosequef ormam pa rt
eda c ons
tel
açã
os oci
al
,ma s
oc upandoumaf unçã
os ubor
dinada.(HALL, 201
1, p.29
4)

Noe nt anto,f
oita mbém nos écul
oXX,s obret
udo,apa rtirdae mergênci
a
da cha ma dat eoria do ca pit
a lhuma no,a dvinda da escolae co nômica de
Chicago ,q uev i
mose me rgirc ertosujei
tohis
tóricodenossaé pocaq ueF oucault
(2008)c ha mo udeho moœc ono mi useque
c ,dea lg
umaf ormapa ssouai ncidir
nosmov ime nt
oss oci
a i
sa t
rav é
sdamob i
li
zaçãodec er
tasidentidade souclasses
quepa ssa ram ao perara quiloq uee st
amosc hama ndodec apitalsuba l
ter
no .A
eme r
gê nc ia dessa nov ar azãoe mpreendedo r
a,q ues es obrepôsa o pode r
soberanode corre
ntedes uac oerçãoatrav
ésdar azãodeEs t
ado ,passou a
incor
po ra rt ecnol
og i
asdi scipli
na resconcomitantement
eà q uil
oq ueF oucault
(2008)c ha moudebi opolít
ica,te ndocomoi nspiraç
ãoaforma çãodeum s ujeit
o
produtordes ime smoq uet ransformas e
uc orpoe m um ma t
erialhuma node
inves
time ntos v i
sando e xclusivamenteg anhos atrav
é s de um e sf
o rç
o
fundame ntadonoc ul
t i
vodof ortale
cimentodeum s efe
l mpre endedor .

Os el
fde veserum e ntesubjet
ivo,eledevea s
pira
raa ut
onomia
,luta
rpo r
re
ali
zaçãopess
oa lemsuav i
daterre
na,int
erpr
e t
arsuare
ali
dadeedesti
noco mo
umaque s
tãodere s
ponsa
b i
li
dadeindiv
idualeencont
rars
ignif
ica
donaexis
tênci
a
moldandosuavidaatr
avésdeatosdeescol
ha.(
ROS E,2011,p.
210)

Essemodoc omoanoç ãodes elfseins


erenac ulturaadmi nist
ra t
iva
, mos t
ra
dequef ormaa stécni
casps i
co l
óg icasforamint r
oduz i
dasco modi sposit
ivosque
observam,a na l
isam ea gems ob reas ubje
ti
v idade,alt
erandoog e
r e
nciame nto
do s uj
eitoe m de se
nv ol
vime nt o na me dida e m que i nce nti
va a pr ocura
cons t
antepe l
aê nfasenaa utono miaei nves
time nt
oe ms i.Ma s
,ne s
sepo ntoo
queme nosc hamaaa tenção éac onst
it
ui ção deumaf or mas ingularde
gerencia
me ntos obreoss uje
itos ,quenape rspe c
tiv
ados e
l,
f buscaintensif
icaras
responsabil
idades pr ovocada s pe l
a s aç ões i ndivi
dua i
s, s upostame nte
“autônoma s
”,ea ssi
m,pode ndoa g
irem dua sf r
entes:dir
eciona ndome t
aspa ra
alcançardetermi nadosob jeti
v osi ndivi
duaiser e
conhe c
e rfa l
haser e
sultados
(ROS AePUZI O, 2
0 13).
Essaeme rgenter a
c i
onalida dea dminis
trativ
ac ontempo râneadi s
cursa,cri
a,
proporcionaepr oduznosea oss ujei
tosum pode rde“ escolha”q uealimenta,
emt er
mosdeg anhos,um c o njunt odes oma tóri
asquepode rácompo ros eu

2
56
Re
sendeeRos
a

capitalhuma no ,a lém depo t


enc ializaroe x ercíc iodec ert oc api t
a lsubalterno
através da mobi liz
a ç
ã o de di sc ur s
os c unha dos e m p ráti
ca s di sc
ur sivas
ident i
tária spr esent esnosde nomi na dosnov osmo vime ntoss oc iai
s.De sse
modo ,ac onf igura çãodoe xe r
c íci
odopode rqueFouc a ult( 200 0;2 007;2 0 08)
apont ous ee nqua drane ssape rspe ctiva,name di dae mq uepa rae l
e,opode r
nãopodes erpe ns ador estrit
a me nt eapa rtirdes uaf unç ãoder epressãoe
nega çãodas ubj etividadedosq uee stã os obres uaa ç ã
o .
O pode rpa raF ouc ault( 200 0;2 0 07;2 00 8)épe nsadonaót i
c ane oliberal
estaduni de ns ee me r
g ent
eapa r t
irdosc amposa dmi nistrativos ,quev isam
apree nde ras ubje ti
vidadedec adas ujeit
oa t r
a v ésdes eug er enc i
ame ntoe
mode lage m,i nv esti
ndo s obree lesc arac t
e rísticas de uma pr odutivida de
inst
ituc iona l
.As si
m,ae me rgênc iadac ompr e ens ãodoss ujeitosc o modot ados
deum s elf,ous eja,deumas ub j
e tivi
da des i
ng ular,mo strac o moe ss
ano va
gove rna me nta l
idade e me rgent ea gee m f o rma de a pre e
ns ão de stee ,
poste ri
o rme nt e
, des uar egulaçã opo rme i
odal ibe r dade .
Essedi s
pos itivoa preendi dope loi ndivíduoq ueoi nduzape ns arsempr e
emt ermosdeg anhosdur antees ob res uav ida ,émobi lizadoc o mor e c
ursopa ra
asno v asf orma sdec álculosee stratégiasa dmi nistrativa sc o ntempo râ nea s
,
localizada s por Fouc a
ul t( 20 08) ne sta nov ar acio nalida de ne oliberal
estaduni de ns equepr eponde raà sde ma isre l
aç õe se co nô mi case nc o ntr
ada se m
no s
s aé poc a,r espo nsávei
spe l
apr oduç ãodeum s uj eitoc ha ma dope loautorde
homoœc ono mi cus .
ParaRos e( 2 011),e s
sast ecno log iasapre sent ada sporFo ucaul t( 2000;2 007;
2008 )a ge ma tr
a vésdef orma sa dmi nistrati
v asq uepa ssa m as ert ratadasc omo
umae spé c iedeo rque st
raçãoc alcul adada sa ti
v idade sdoss ujeitoss obc erta
raciona lida depr áticadi ri
g i
daac e rtoso bje t
ivos .S egundooa utor ,elasv isam
tanto ma x i
mi za rc ertasc apa cida des dos i ndi víduos qua nt or estring i
r
drasticame nt eout r asatravésdag ov erna ment aliza çãoda que l
est iposdes abe res
apres enta dosc omol egíti
mos .De nt ree les,oc ampoc ientífico, quea gepo rme io
dec e rtae c ono mi apol íti
cadal e gi
timi da deo pe ra dapo rc er t
osc apitais
,atr avés
deha bituse spec í
ficosquenã oa pena satua m ne ssec ampoa cadêmi coq ueb us ca
do mo nopól io pe lav er
da de,c onf ormeost e rmosa pre sentadosporPi erre
Bour di eu( 2 011 ),ma stambé mo pe ram noc ampodosmo vime ntoss oc i
a i
s
atravésdal egiti
ma çãodosdi scurs oshi e
rarq uica me ntea mpa radosnaf al
ae m
prime irape s
s oa.
Aoa pr esentarumac rí
ticaa oe struturalismo ,Bo ur die u( 20 04 )apres enta
um de ba tee pistemol ógico que que sti
o na v e eme nteme nte o pa radi gma

2
57
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

univer
salapresent
adopo ressat r
adiçã
odope nsame nto,quepodes ermui to
bem ut il
iz
ado no e nte
ndime nto do que e st
amos c hama ndo de c apita
l
subal
ternoedaf ormac om quee lepassaasermo bil
izado.Es sauniversal
ização
ée xata
me nte presumida atravésda a cei
taç
ão de uma c l
ass
e ou s ujei
to
subal
ternoqueoc upadame smaf ormaumame smac o ndiçãoe s
tabeleci
dape l
o
corpoqueha bi
taindisti
ntamenteosma isdif
ere
ntesmundoss oci
ais.
Dame smaf ormac om queGr a
ms ci(1
999;201 1
)–ede ma i
stri
b utá
r i
osda
tra
diçãoma rx
istainici
adac o
me sseautor–local
izouc ertalimitaçã
odanoç ão
dec l
assesoci
al,Bo urdi
eu( 2004)també ma pont
ouc rít
icasae ssac onstrução
ma rx
ist
anã oa pena squesti
ona ndooe nte
ndime ntos obreoc apitalsit
ua do
excl
usiv
a ment
ea oc ampoe conômi co,
ma stambém distinguindooq uee ntende
porclas
serealeclas
senop ape.
l

Porém,a ss
im c omo o s ubjet
ivis
mo pr edispõe a r eduz ira se str
uturasà s
int
e r
aç ões,oo b j
eti
vis
mot endeade duz i
ra sa çõesei nte raçõesdae strutura.
Assim, oe rroma ior
,oe rroteo r
icis
tae nc o
nt radoe m Ma rx,c ons i
stiri
ae mt ratar
asc l
assesnopa pelcomoc la
ssesr e
a i
s,e mc oncluir
,daho mog ene i
dadeobj etiv
a
dasco ndições,dosc o
ndi c
iona mentos,epo rtantoda sdispos i
çõe s,quede correda
identi
da dedepos i
çãonoe spaços ocial,ae xistênci
ae nqua ntog rupouni fic
a do,
enqua ntoc las
se.A noç ãodee spaços ocialpe rmi t
ee scapa ràa lter
na t
ivado
nomi na l
ismoedor eali
smoe m ma t
ériadec lass
ess ociai
s :ot raba l
hopol ític
o
desti
na do a pr oduzi
rc lassess ociaise nqua ntoc orporateb o di
es,g rupo s
perma nent e
s,do ta
dosdeó r
gã o
spe r
ma nentesder epresentação ,des igla
s,e tc
.,
tem mui toma ispo s
sibi
li
da dedes erbe m- suce di
doname didae mq ueosa gentes
ques epr e
tendem r eunir
,uni f
icar,c onstituirc omo g r upo,e stiv
erem ma is
próximo snoe spaços ocial(logo,pe rtencent esàme smac l
assenopa pel)
.As
cla
ssesnos enti
dodeMa r
xe stãopo rfaz er
-seme dianteum t raba l
hopo l
íti
coque
possuit antoma ispossibi
li
da desdes erbe m- sucedidoqua nt oma issemuni rde
umat e oriabemf unda danar ea
li
da de,logo ,ma isca pazdee xercerum e feit
oda
teori
a–t heorin,e
e mg r
ego,que rdi z
er“ v
e r”–,i st
oé ,dei mporumav is
ãoda s
divis
õe s.(BOURDI EU, 2004,p.155-156 )

Aov e
rif
ica
rapos s
ibi
li
da dedemo bilizardiferente
sr ecurs
osnoi ntui
tode
exer
cerpode rporme i
odec apit
aisco nstruídos,so br
etudo ,atr
avésdec er
tas
re
presenta
çõesq ueatrav
essam osc orposdoss ujei
tosqueo r ei
vindica
m,
Bourdi
e u( 2004) mostr
ou a e me r
g ência da sc hama da se st
ratégia
s de
condes
c e
ndência,naqualosa gentesseoc upa m deumapos i
çãos uperiorem
umada shierar
quiasc
onstruí
da snoe spaç oo bje
tivodoc a
mpoa nalisandoq ue
negams i
mbo li
cament
eadi stânciasocial,g a
r a
ntindoape rma nênciadec erto
exer
cíc
iodepode reasseg
ur a
ndoa svantagensdor econhecime nt
oe stabel
eci
do

2
58
Re
sendeeRos
a

aumade ne gaçã os imbó l


ica.A pa rtirde ssac ons tataçã o,pr esumi mosque“ os
agentese stã odi s t
r i
buí dosnoe spa ços oc ialg loba l,napr i
me i
r adi me ns ãode
acordo c o m ov o l
umeg loba ldec a
pi talquee l
e spos sue ms ob di fer ent e
s
espécies,e ,nas egundadi me ns ão,dea co r
doc om ae strut uradoc apital,istoé ,
dea cordoc om ope sor el
ativoda sdi fe
re ntese spé ciesdec api t
al”( BOURDI EU,
2004 ,p.15 4).
Aov isaras uperaç ãodac hama daopos i
çã oa rtif
ic i
alq uee me rgeda
rel
aç ãoe nt rea se struturasea sr epr e
se ntaçõe s,Bo ur die u( 2004 )pr opôsum
rompi me nt oc om um mododepe ns ame ntoq uec hamoudes ubs tanc iali
s ta,que
levaaum nã or ec onhe ci
me nt odeo utra sr ealidade sa lém da que lasq ues e
oferecem ài ntui çãodi retanae xpe riênc iac ot i
dianadoss ujeitoseg rupos .
Portanto, aoa f
irma rque“ asdi stânc iass ociaise stãoi ns critasnoc orpo ,o u, ma i
s
exatame nte ,nar e l
a çãoc o m oc or po,c om al i
ng ua ge m ec om ot empo ”
(BOURDI EU, 20 04 ,p. 155),oa uto re st
abe leceq ueae me rgênc iadec ertoc api tal
podes ermob i
lizadoc omor e cur soquer e
ivindi caoe xerc íciodepode ra t
ra vés
deum s upos toc apitaloc upa do e m de termi na do e spa ços oc iala trav ésde
mobi li
zaç õesdi s curs i
v asqueo pe rama tra vessandoosc orposeosdi scur sosque
ospe rpass am.Éapa rtirde s
sac o ndi çãoq ueoa utorpr esumi ráar e l
a çãoe ntre
domi nant esedomi nados .
Cont udo ,ne sset raba lho e stamospr opo ndoq uear elaçãoe ntre
domi nant esedomi na dos,bemc omoosde ma ise l
eme ntosq uec ompõe m oq ue
Bour dieu( 20 04 )c hamoudeha bitus ,depe nde ráe xclusiv ame ntedoc ampoedo
espaços oc ialoc upa dope l
os uj eito.S endoa ssi
m,e mbor ar e conhe çamosq uea
condição de ho me m, b r anc o, e urope u, i nt elec t
ua l, he teross exua l,
heterono rma tivo ,e tc.pr e
sumac ertac ondi ç ãodedo mi na çãoe mg randepa r t
e
dose spaçoss oc iai
sc ompa rti
lha dosc om de ma isi ndiv í
duos , estamospr o pondo
quee m out rosc a mpos ,como ,po re xempl o ,emc ertosmo v i
me ntoss ociaisque
operam apa rtirdal e
g i
timida dea tri
b uídaac e r
tac o ndi çãooc upa dape los
sujei
tos,s ob retudo ,a tr
a v
é sdes eusc o rpos ,es sasc a racte ríst
ica sr epr esent em
umac ondi çã odedomi na çãonã one cessariame ntenos e ntidoo nt ológic o,ma s
ems entidodi scur si
v o,pr i
nc ipa l
me ntenoq ues er efer eaf alae m pr ime ira
pessoa,j áquepa rtede ssesg ruposf unda me nta ms ua sr epre senta çõe se /ou
prática
sdi s
c ursiva snag ove rna me ntalização deum s uj eito uni versal,a lgo
repudiadope loa utor( BOURDI EU, 2 004 ).
Apr oc urapo rf or ma sinv ar i
a ntesdepe rcebe ro udec ons trui rar ealida de
socialac abapo rdi ssi
mul ardi ver sose le me ntospr e s
e nte sne ssasc onst ruç ões
discursi
v as,c o nfor mepo nde rouBo urdi eu( 20 0 4)a oc ompr eende rq uee s s
a

2
59
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

cons t
ruçã os oc ialnã oa pena sope rae m um v aziosocial,name didae m quee stá
subme tidaac oaç õese struturai
se stabelecidaspe losg ruposdosqua isf azem
partea que lesquer eivindic am oe xercíc i
ode ssec apita
l,c omot ambé ma gea
partirda se st rutur ase st
r uturantes,o us ej
a,da se s
truturasc ognitiv
a sque
també ms ãos oc ialme ntee str
utur ada s.
No e nt anto ,no c a
so do c apitals uba l
terno,v erifi
camosq ue há um
deslocame nt oc ons t
r uídohi erar
q uicame ntequee s
tabelececerta
sc ondi çõese m
queum de te rmi na doc ampoe /
oue spaços oc i
aldospr ivi
légiosapresentadospor
certosindiv íduosoug ruposs ãot ratadosc omoe le
me ntosde sl
egi
t i
ma ntes ,uma
vezquee ste ss ujeitosoc upa m ol ug ardedo mi nantes.Poro utrola do,a que l
as
caracterí
sticasquec onf ig
ur am ac o ndiç ãodedo mina dospode ma pa rece
rc omo
recursosas ere m mobi lizadosa travé sdej ustif
icati
v a
squeo peram noea través
do c orpo ,l eg i
tima ndo di scursosq uei nvertem al ógicadedo mi nant ese
domi nadoseop rópr i
oe xercí
ciodopode ratravésdodi scurs
oo peradope l
a
condiçãodes uba lterni dadeoue s t
igma ,po rexempl o.
Co mopa r aBo ur dieu( 20 0
4)ac onstruçãodar eali
dades oci
alnã oéa pe nas
um e mpr eendi me ntoi ndiv i
dua l,e l
at ambé m pode o perarc omo um
empr eendi me nt oc ole t
ivoe mq ue,e m nos soe ntendime nto,op r
ópr iog rupo
ques ee nc ont rae m umas upostac o ndiç ã
odes uba l
ternidadee /
o udee stigma
podea l
terars uai nt erpr e
ta çãoa cercada se st
ruturase st
ruturantespr ese
nt esna
reali
dades ocia l,inve rtendoar elaçã oe ntredo mi nantesedo minados , j
áq ue“ as
representaç õesdosa g entesv a
riams egundos uapos i
ção( eosi nte r
esse sq ue
estãoa ssociadosae l
a )es egundos euh abi
tusc omos ist
emadee squema sde
percepçã oea pr eciaçã o”(BOURDI EU, 20 0
4 ,p.15 8
).

5 A SAÍ
DA QUESEAPRESENTA
Asque stõesmi cropolí
ti
c a
sq uecompõe ma szonasdebatal
hadosmo vi
me ntos
soci
aisidentit
ár i
os–r acis
mo ,hete
ronorma t
ivi
dade,t
ransf
obia,c
las
sis
mo ,
entre
outras–t ems idoc omba t
idascom asme s
ma sarmasc om queprocessosde
domi naçãooc orreme mt odososme iossociai
s:coma fi
rmaçõesidentit
árias
,
est
igmatizaçõesee xcl
usõess oci
ai
s.De t
ectamosa sori
gensdesseprocessona
herançama rxista,part
icularmentedet endênciag r
amscia
na,na sre desde
ati
vist
asemo vime ntossocia
isqueatua
m noc enári
o.
Nesses pr ocess
os c ontra-
hegemônicos,a t
ivi
st
as e mi l
it
antest êm s e
legi
ti
ma do na l utaa t
ravésde um di s
positi
vo que denominamosc apit
al
subalt
erno.Fo rma dope lacompos i
çãodosr ecurs
osidenti
tári
osconsiderados

2
60
Re
sendeeRos
a

oprimi dos,estigma t
izados ,subalt
e r
ni z
ados ,e,po rtant
o,l e
g ít
imospa r
aal uta,
comopr i
nc i
palme ntea sq uest
õesdeg êne r
o ,orientaçãos exual,r aç
a,e t
nia,
cl
as ses ocial,dentremui toso utros.Opr ob l
e maq uel ocal
izamosne sseprocess
o
dei de ntif
icaçãoer otulaçãodea ti
vistasválidosénã osome nteodee xc
lusãode
poss ibili
dade sder econhe ci
me nto da ima nênciar evolucionáriae m o utras
si
ng ul ari
da deseout rosg ruposs ociai
s ,
ma sor i
scodepr esumi redi fundircert
o
essenc iali
smoepur i
smob a s
tantepró xi
mosdepos ici
ona ment osfascis
tasquese
uti
liz am dopuni ti
vis
moe ms uasp rá
t i
cascot i
dianas.
O de s
a f
io pos t
o pa raami lit
â nci
aél uta
rc ontraao pres
são nav i
da
quot idiana,s emg er
a rno v asop r
essões,a cabarc om oa utoritar
ismos e
ms er
autor it
á r
io.I st
oé ,supe rara sdisputaspo rhe ge
moni adepode rapa rt
irde
proc essoslibertadorest a
nt odas ub j
etivi
dadei ndividualqua ntodac o l
etiv
idade.
Is
soi mpl i
caum e sf
orçonã os omentedea lt
e r
idade, ouseja,umac apacidadede
soli
da ri
zar-sec om ado reo pressãos of
r i
dapo ro utros,c omot a mbé m não
busc arr epresentaroo utro.Ade s
c onfi
anç ae mr elaçãoaoo utrodei denti
dade
pote nc i
alme nteo pressora podes ers uavizada a pa rti
rdedi spos i
ti
vosde
deside ntif
icaçãodes iedoo utro.De s
identifi
car-
s enã os i
gni f
icaanular-seou
assumi ra i de nti
dade do mi nanteeo pressora.Ma ss im,nosdi zer
esda
psicana li
staS uelyRo l
ni k
:

O quesec oloc aparaa ssubje


ti
v i
dadeshojenãoéade f
esadei dent
idade slocai
s
contr
ai dentidade sglobais
,ne mt ampoucodai denti
dadee mg er
a lco ntr
aa
pulve
riz
a ç
ão;éapr ópriaref
erênci
aidenti
tári
aquedeveserc ombatida,nã oe m
nomedapul verizaç
ão( of as
cíni
oni il
is
tape l
ocaos)
,ma spa radarl ug araos
proce
ssosdes ingul
arização
,dec ri
açãoe xi
st
enc
ial
,mo vidospe l
ov entodo s
acont
eci
me ntos.Re col
oc a
doopr obl
emane s
test
ermos,reiv
indicarident i
dade
podeteros e ntidoc onser
vadorder esi
stênci
aae mbarca
re mt a
ispr oc e
ssos.
(ROLNI K,1 997, p.2
1 -
2 2)

Nestecampo ,as a
ídaéa presentadape l
ateoriaeoa ti
v i
smoQue er,c om
desta
quepa raJudithBut le
reBe atri
zPr eciado.Em umar ele
itur
adeS i
mo nede
Beauvoir
,But l
e r( 2 015)propõeumade sassociaç
ãodog êneroàa natomi a
biol
ógicadoc orpo,jáqueoc orpoéa pe nasumaf ol
hadepa pelondeac ult
ur a
pat
r i
arc
alimpr imea sidenti
dadesdeg êneroes exuali
dadecoms uasre
spec t
ivas
perfo
rma ti
vi
da des
.Al iber
taçã
odoc o
rpode st
esistemadeopr es
sãoma s
c ulina
impli
cane ces
saria
me nteorompi me nt
oc om oscódigosopresso
resma s
cul i
nos,
quaissejam,a sseg me nt
açõesi denti
táriase di sci
pli
nadorasda scondut as
sexuai
s.Preci
adoc olocaaque s
tãonoss egui
nt e
stermos :

2
61
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno

Ac ontra
ssex
ua l
idadeét ambé m umat eoriadoc orpoq ueses i
tuaf oradas
oposi
ções ho me m/ mul her
, ma s
culino/ f e
mi nino , he te
rossexual
idade
/
homossexual
idade. El
adefi
neas ex
ua l
idadec omotecnol ogia,econsideraqueos
dif
ere
ntese l
eme ntosdo sist
emas exo/gêne r
o denomi na dosho mem,mul her,
homossexual
,he te
ro s
sex
ual,tr
ansexual,be mc o
mos ua spr á
tica
sei dent
ida
des
sex
uais,nãopass a
m demá qui
nas,p r
odut os,i
nstr
ume ntos,aparel
ho s,tr
uques,
prót
eses,
redes,
aplicaçõe
s,progr
ama s[…] .(PRECIADO, 2014,p.22)

Osho me nsea smulhe r


essãoconst
ruçõesmetoní
mi c
asdos i
ste
mahe ter
ossexual
deproduç ãoeder eproduçãoqueauto
rizaasuj
eiçãodasmulheresc
omof orçade
tr
abalhos exualeco mome i
oder epr
odução.Essaexpl
oraçãoée s
trut
ural,eos
benefí
ciosse x
uaisqueo shomensea smulhere
she t
eross
exuaisextr
aem de l
a,
obrig
am ar eduziras uper

cieerót
icaa o
só rgãossexuai
sr epr
odutiv
osea
pri
v i
le
giaropê ni
sc o mooúni c
oc entr
ome cânicodepr oduçãodei mpul s
o
se
x ual
.(PRECI ADO, 2 014,
p.26)

Enqua ntoa narquiza ntedei dentidade sel iberado r


ades ingularidade s,a
pro pos t
aq ue rnosi
e nstigaae xpandiro de ba tes obrea t
éq uepo ntos ua
per spe c
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