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RESENDE e ROSA - Ativismo Identitário e Capital Subalterno - GAVAGAI
RESENDE e ROSA - Ativismo Identitário e Capital Subalterno - GAVAGAI
VISMO I
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1 CONTEXTUALI
ZANDO
De sdeof ina ldadé ca dade1 96 0al ut ape losdi reitosdemi no r
ia ss ocioc ultura i
s
vem pa utandoum c r es
cent enúme rodemo v ime ntoss oc i
ais,a mpl iandoo
conf ront opol íti
co ,quea ntess ec entr avama ise ml e i
sepo líti
ca se statais,pa rao
âmbi toc ult
ur al
-ide nt it
ário( MEL UCCI ,1 994).Po rde f i
niçã o,e st
ec ampo
també m pe rpa ssa pr ocessoss ubje t
ivose c og nitivos,e xpress ado po ruma
mul tiplicidadedef orma sdec omuni caç ãoer elaçõe spe ssoais.Ne steâ mb i
tode
lutasmi cropol í
ticas,q uepr oduzr e si
stênc i
a spo lí
ticasec ul tur ai
snav ida
cotidiana ,no vosmov ime ntosea ti
v is
most êmb us cadoda rvoz ,v i
sibilidadee
empode rame nt os ob res ua sc ondi çõe se stigma t
izantese / ous uba lterna s,
exigindomuda nç asna sinteraçõe ss ocia i
squee nv olvam osr e s
pe ctivosg ruposa
quepe rtenc em.Comodi scutimose mo ut r
aoc a sião( AUGUS TO,ROS AE
RES ENDE, 20 16),háumat endê nc iaq uev ems efo rtal
ec e
ndoa tua l
me nteq ueé
adoa t
iv i
s mode sa s
s oc i
adodei ns tituiçõe s,hierarqui aseda spa ut asre fénsdos
jogosde pode rda ma cr
o políti
c ae statal.Ne ste pr oce sso,f ac i
lit
a do pe las
comuni da de s di gi
ta is,t e mos v isto a s pa ut asi de ntit
á riasg a nha rem
proe mi nê nciaepode rdea çãoe ntrea sr e
de sdea ti
v is
mos .
Ca dag rupoo uo rganizaçãodemo vime nt oi dent i
táriode fines uaa genda
com ba s eàmi no rias ocia
lqueb us caráe mpode rar,a tr
a vésdepr oce ssosde
identificaç ãodes ua sc ondiçõesdes uba lternida de .A pe sq uisae tnog r áfica,de
par t
icipa çãoeobs erva çãodeg ruposor ganiz a
dosedoa tivismoe mr ede ss oc i
a i
s
digitais,c ombi na dac ome ntrevistaseg ruposf oc ais,nospe rmi ti
r amc o nstatar
umat endê nciaq uepa re c
ec rescent ee ntremo vime nt osemi l
itante sdemi nor i
a s
:
of ortale cime ntodopr ocessodes e gme nta çãoi de nti
tár i
ac oms uade corr ente
exclus ãodal eg i
ti
mi da dedemi l
itânc iadosquenã os ee nq uadr am no“ luga rde
fal
a ”dec adas eg me nt o,o udosq uenã odi spõe m doquea quide nomi namos
“capitals uba l
terno ”. Aque l
esc o m i de ntidade s bi ológ i
ca s,s oc iaiso u
compor t ame ntais pe r t
ence ntesaq ualque r uma da sc ate goriass oc i
a i
s
historica me ntepr ivil
e giadas–c o moho me ns,c is,he teros sexua is,b ra ncose
ricos–, aonã odis po rde“ capital suba lterno ”nã opos s
ue m“ luga rdef a l
a ”el og o
fic
a m,pe l
ami li
tâ ncia ,assoc i
adosài dent i
da deo presso r
a .Te ro unã oc api ta
l
suba lt
er noéoqueha bil
itaomi l
itant eat ero unã ol eg i
timi da dedef a lae
eng ajame nt onal utados egme nt oi dent i
tár i
os uba lternizado .Comoao p r
e ssão
sofridapo rmi l
itant esi dent i
táriose stáa treladaas uai de ntida de–s ej
ae l
a
biológ i
c a,s oc i
al ou c ompo r t
a me nt al –, t or na-se pa r
ae les na tur al
,
cog niti
v ame nt e,ma te rial
izaraf igur adoo pressornosde tent oresdei de ntida des
privilegiada s.
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46
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2
48
Re
sendeeRos
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NTENSIDADESEPOTÊNCI ASDESERTORAS
NA LUTACONTRA A OPRESSÃO
O de saf
ioques ec ol ocaa osa ti
v is
tasi denti
táriose stát antoe mr ompe rc om os
conteúdosdes ociab il
ida desa utoritária
squede fine m qua issujeit
oseg rupos
sociocultur ai
ss erãov í
tima sdeo press ã
o,comot ambé mc oma spr ópriasf ormas
autorit
ár iasdes oc i
a bili
da deq uepr oduz e
ms uba lt
e rnida deedo mina çõe sdas
ma isdive rsas.Ne stes entido,c abeac a
dag rupos epe rg unta rcomoe r r
a dicaro
patriar
ca li
smo ,or acismo ,ahe terono rmatividade ,oc l
a ssi
s mo ,at ransfobia,e
diversasout rasopr essõe s
, se
mr eco rreràse gme nta çãob inár i
aea opuni tivis
mo
quea li
me ntaef or talecequa lque rsistemas ocial opre ssor, comoF ouca ult(200 0
)
deixare splande cerc om anoç ã
oder acis
modeEs ta do .
Opr ob l
e maéc olocadoapa rti
rdav eri
ficaçãodeoc o rrênciashistóricase m
quehái nv ersãodac ondi ç
ã odeo pres
são ,to r
na ndooo primidoum nov o
opre s
sor.Ve j
a -
se,po re xe mplo ,oc asodosj ude use mI sra el
,q uea póss erem
l
ong ame nt ee st
igma tizadospo re uro peusedi zima dosnog e nocídiona zista,tem
dis
pe nsa doa ospa lestinost r
a t
a me ntosba stantes eme lha ntesa osq ueosne gr
os
sof
r era
m dur anteoApa r t
he i
ds ul-afri
cano .Ét ambé m oc a
s odaRe volução
Rus sa,
q ues ubs ti
tuiuao pressãodor e gi
mea bsolut i
stadosCz arespelao pr es
são
dadi ta
dur adoPa rtidoCo muni sta,quepr etendiar e pres entarac l
asseo per á
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nv erte
ra sc ondiç õe sdedomi na çãodec l
asses,c o l
oc andoac lasseo pe rári
ano
pode r.
Av iolênciac om quea slutaspe l
al i
bertaçã oéa come tidac ontraindi v í
duos
emc ondi çõe sdepr i
vilégioo ua téme smodedo mi na çãof oic rit
icadapo r
Bak unin,q ue,v islumbr andor evoluç õess ociais,l anç aa sl i
nha sme strasdo
abolici
o nismope na lec ons i
de rama isútilav i
o l
ê nc i
aa plicadaap ropr i
e dades,
i
nstituiçõe seoEs tado:
Todoso srevol
ucionári
os,oso pr
imidos,asv ít
imasdaa t
ualorganizaçãoda
socie
dade,cuj
osco r
açõesest
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,cheiosdeving
ançaeódi o,deve
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e mbrar
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BAKUNI N,1868,s/
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(BAKUNI N,1868
,s/p)
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(GOLDMAN, 1977
, p.
148-149)
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GOLDMAN,1
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a lsuat ra diçã og ra ms ci
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sobr eosnov osmo v imentosdec o nfront os oc iocul tura ldae sque rdar adica luma
espe ci
a linfluê nc i
as obretaispostur asdel ut a
, ma rcada spe l
adi c otômi cadi sputa
por he ge moni a.Es sas disputas pe rpa ssam o pr oc esso de pr oduç ão de
inclusão/ exc l
us ãodemi li
tantesdal ut apo lít
ic a,dai de ntificaçã odoo pre ssore
doopr i
mi doedose nunciadosop res sore souder esistênc i
a.O pr oce ssode
produç ãodac ons ciênciadec l
asseédi fus oepodea ba rcara mpl ami rí
a dede
pos si
bilida de s.A pe rsi
st
ênc i
ader eferenc iaisma rxista ses ua sc onc epçõe sde
conf l
itonosnov osmov i
me ntossoc iai
st e ms idov erificadapo rdi versosa uto r
es
(Mc ADAM, 1 994;LARAÑA1 994;DAY, 20 05) .
Ar a dic ali
da dee mt ermosma rxistasi mpl icanaa çã or ev oluci
oná riaq ue
nãoe xtingueac entrali
dadeehi erarq uiza çãoda sr elaçõe sdepode r
,a si nv ert
e
levandooso primi dosat odav iolênciaec onc entr açãodepode rquej ulga-se
nec essáriapa r
ar esist
irec omba t
era oop resso r.Qua lque rs util
ezanaa ção
cont raoso press orese s
tásuj ei
taas eri de ntificadac o mor e formi sta,co nivente
oumi cro- opr essora ,name didae mq uenã oe mba rq uenal utade fl
ag radape l
as
vang ua r
da s.
Oi de al revo l
uc i
oná ri
os einicia,assim, co m ar otul açãoi de ntitáriada que l
es
com que m s ec ompa r
til
ha da l eg i
timi dade c o nfe ri
da pe lac ondi ção de
opr i
mi do ,ouc apit
a lsubal
te r
no ,epe lar otul açãodeo press oraat odaequa lquer
cont radiçãoami l
itantesouat áti
c a
sdel utae stabe l
ec idaspe lasv ang uarda s.Tal
proc esso,po rumaque st
ãoo ntol
óg ica,a ca bas e ndoma rcadopordoi sg r andes
perigosà sl utasa ntif
asci
stas:oe ssenc i
a l
ismoeopur ismo .O pr i
me i
r o,se
visua l
iza na i dent ifi
caçã
o de a l
guma sc ondi çõesp ré-de finida s bio lógica,
econô mi c aouc ultur a
lment e,eq uede termi na rãooq uec ha ma mosdec apita
l
suba lt
erno;o s egundo ,pe lae xigênc iadeq uee ssa sc ondi çõe ss ome ntes e
satisf
aç am me dianteumapur e
zadoi ndi víduoe ntrea sc ondi çõe spr eviame nte
admi tida sc omohi s t
or i
came nteestigma t i
z ada s,opr imi da ses uba lt
erna s.
O pr inc ipalpr obl e
maquet aislut asa prese nta m àb uscades upe raç ãodo
fascismona spr á t
icasdav idac otidianaedoa ut or i
tarismona slut associa i
s ,est
á
j
us tame nt enar eproduç ão do b i
na rismo edami cropol íticat ra
ns cende nte
produz i
dape loEs ta doepo rqua lqueri ndi víduoquej ulg aa oo utroc o m ba se
2
52
Re
sendeeRos
a
em uma pr é
- cons trução s imból ica do s ujeito,g e ralme nt ec a
rrega da de
preconc eit
osee stigma ssoc iais.Co moj áco me nta do ,a si dentificaçõesb iná rias
util
izada spe l
oEs tadopos sue m umai mpl í
c it
av oc aç ãodec ontrole
,po iss e
reduz a di ve rs
ificaç ãos oc ia l pa raq ue pos sas e rf acilme nter otul ada ,
categorizada,julga dae ,sob ret udo , contro l
ada .
Na ss ociedade sdec ontr ole( DELEUZE,2 008 ),de senv olvidasea mpl i
a das
pelasr edesdei nfor ma çãoedet e
c nolog iasdi gitai
s ,asc o nduta ssã ofacilme nte
controlada s
,v igi
a da s,categ oriz ada sej ul gadas .Seal ut aémi c ropolí
tica,t oda s
aspos s
íveismi cro-o pressõe ss erã oc o ndena da sec o mba ti
da s,s eto rna rãoo
própriof ocodal ut as ocial
. Adi ficuldadenab us cape l
omi cro, noe ntanto ,énã o
cairnac ondiçã ope rsecutó rias obr eac ondut aeaf aladequa lquerindi v íduo
quepr ovenhadeo utrasv i
v ê nc i
a so uq uec o mpa rtilhedeum s tat
uss oc ia
l
privi
legiado .
Es sacondi çãope rsecut ória ,aome smot empoq ues ec ompõec omoa rma ,é
apr i
nc ipalli
mi taçã ode s
sesmo vime ntos.Se usa tivistasa creditame st
arl ut ando
porl egiti
mi dadeepormi cr o trans for
ma çõe ss ociaisi nstantâ ne a
s.Ent re tant o
,
produz em ne g açõe sdea f
e tos ,r ej
e içõesee x clusõe s.S ua spo tênc iasdede vir, de
se me sti
çar,a feta re s era fetado s ãoi nte r
rompi da s,e nt recort
ada s pe l
a
desconf ia
nç ape rma ne ntee ms er elac i
ona r,oupi ora inda ,mi l
itarnac ompa nhi a
de um pos sí
v elopr essor.Em l ug arde c riars ing ul ari
da de ,ospr oc e ssos
subjeti
v osdec ri
a ção dee s tigma ss ãor epr oduz idos ,i mpe di ndo asf or ma s
autoritári
asdes oc iabili
da der uírem,j áq uee ncont r am nae sti
g matizaç ãoa
própriaf orçadea firma çãodeumas upos tas upe rio ri
da de( GOFFMAN,2 013 ).
O mo vime ntof unc ionanumadi nâ mi cac ent rí
pe tadea utoe xclusãodes eus
recursosma isv aliosos ,oc api talhuma no ,pa rav aler- sedes uaa rmadea ut o
aniquilação,ai dent i
ficaçãoc o ns tantedomi cro- opre sso r.
Nol i
mi te
, essabus cai nc es santee mc astra rodi fere ntepodee sta
rpa rtindo
deumapos t
ur aum t a
nt o na r cí
s icapo rpa rtedo a gente,umav ezquea
desvalor i
zação s ubj etiva da s c a r
a cte
rísticas do out r
o é pr oduz ida
conco mi t
anteme nt eàa fi
rma ç ãoda spró priasq ua l
ida de sepot ências.Enq uant o
Fouca ultincit
aal ibe rt
a r
-seda s“ velhasc a
teg oriasdoNe gati
vo( alei,olimi t
e ,a
castr
aç ão,af a
lta,al a cuna) ”( FOUCAUL T,2 00 6,p.3 2), pa raviv erumav i
danã o
fasci
sta,mui tos a t
ivistast em v isto ne s
s ase stratég ias,t ípic a
s de g r upos
domi na ntes
,umaf ormadee mpode r
arer ecupe raraa utoestimadoss uj eitos
subalternose s ti
gma tizadoss oc ialme nte .É s em dúv idai mpor t
anteq uea s
difer
enç ass i
ng ula res de s sesg r upos s ejam r e co nhe ci
da se v aloriz ada s
.
Entretanto,a sa firma çõesev a lorizaçõe sdes i
ng ul arida desq ua ndoe xc l
ue m
2
53
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outr aspos s
ib i
li
da de sdee xi
stência ,flert
a ms everame nt ec om of ascismo ,a o
vislumb r arcertauni fic
a çãoeho mog eneiz
a çãos ocial(ide m) .
A mi c r
o polít
ic adai ma nênc ia,qua ndos ob r
epuj aadat ransce ndê ncia,se
apre sentadi spos t
aav eroout roc o nformee leser ev elee ms uana ture za,em
sua spa ixões,e ms ua spo tenciali
da de sdea fetoes ua sint ens i
da desdebus cade
aceitaçãoec o mpr ee nsãodoo ut r
o( DELEUZEeGUATTARI ,199 6).At e ntati
va
det râns it
oe ntreuni versosdi st
intosi mpl i
c adi s
pos içãoabe berdeo utrasá gua s
,
av estir
- s
edeout rasmoda s,e nfim,e xpe r
ime nt aro utrasv ivênc i
as.O s er
nô ma des eguee mf l
ux oc ontínuo ,s ejaha rmô nicoo udi sruptiv o,co mo us em
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nt errupç õesquea lternam oc ong e l
ame ntodepl anoss ubjetivoss ing ulares
,
gera l
me ntee mt or nodea lgoquel he sconv enha ,q uel hesi nteressena que l
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mo me nto.Bus caf azerno vasc one x õesdi st
intasda que lasq ue c artog raf
ou,
de s
e nho uer eproduz i
u,c oms eusr elevoses i
nuos ida des ,dosc a minhosj á
pe r
c orridos.
Richa rdDa y( 20 05)s ugereot ermo“ no v
íssimosmov ime ntoss oc i
a is
”pa ra
de s
ig narosno v osmo vime nt
osq uec onseguirams upe raral utaporhe g emoni a
ec ont ra he gemo ni a,r ejei
tando a pr oduç ão de no v as domi na çõe s
.Os
nov íssimoss er evela m det e
ndê nc iaa narq ui
s t
a,jus t
a me nt epo rpe rmi tires e
abriràmul tiplicida de,à sdiv ersi
da de sdeé ticasee stéticasdae xist
ênc ia.Os
ana rquistass ugere m ai mpl osãodoss ist
ema sdedo mi na çã oc omr epertó ri
osde
açãodi reta.Estápa ras erde f
inidoc omoe ssesrepe rtóriospode ms era da ptados
po rmov ime ntosc omba ti
vosc entradospr i
nc i
pa lme ntee me sti
g ma sepr ocessos
subj eti
vos .Nar e s
istê nciaa ohig i
eni smos oc ialea os egre gacionismof asc is
ta,as
l
ut asa na r
qui st
ass ea presentamc omoe s
ti
losdev idas ub ve r
s i
voss es ustentando
na smi cropol í
ticasdav idac oti
di ana( c f.BOOKCHI N,2 010 )
.Ag e m pe la
ne gaçãodet odaequa lquera utorida de.A de sobediênc iac ol
etivaear ej
eição
front alapr oc essosdedomi na ção,e nqua ntot áticasdel ut aef orma sdev i
da,
têms idor e
g is
trada spore scri
tosf ilosófi
c osde sdepe lome nosos éculoXVI ,
com LaBoé tie( 200 9).
4 DASCLASSESSOCI AI
SAO CAPI
TAL
SUBALTERNO:PERCURSOSTEÓRICOS
Anoçãodelut
adec l
ass
esl
ocal
iz
adaprinc
ipal
mentenose
scr
itosdeKarlMarx
quedata
m oséculoXIX,pas
soupo rumae s
péci
ededesdob r
ament
op rot
o-
cul
tur
ali
st
aref
inadocom aemergê
nc i
adosescr
it
osdeAnt ônioGra
ms c
ino
séc
uloXX,possi
bil
it
andoumaleit
urama i
s“abe
rta”eel
ást
icadoma rxi
smo,
2
54
Re
sendeeRos
a
conformemos trouHa ll(2 011 ).Aoa creditarq ueae strutur ag er aldat eo riade
Ma rxne cessitavadec ons t
ant esde se
nv olvime ntost eóricosa os era plicadaa
nov a
sc o ndi çõesc onte xtuaisehi s
tóricas,jáqueope nsame ntode ss
ea ut ors e
davaapa rti
rdaut il
izaçã odomé tododi al
ético,Gr a ms ci(1 999 ;2 011)a cabo u
colocandoe m pl enof unc iona me ntoco nceitosqueoma rxis
moa indanã oha via
fornecido,ma ss em osq uaisnã os er
iapos síveles sat radiçãot eór ic
ae xplicar
adequa dame nteac ompl e xi
da dedec e rt
osf enô me noss oc iai
shodi ernosq ue
ult
r a
pa ssam osl imi tesdeumac onstruç ãodec unhoe cono mi cista,a mpl iando
possibil
ida de sinter pretativasq uepa ss
a ram aa ba r
ca roc ampoc ultural.
Gr ams ci( 19 99 ;20 11)pr o pôsumanov al eit
uraa cercadanoç ã odel ut ade
cla
s s
es,a ba rcandoo ut r
oc ampoquea tée ntãoe r
ame nos prez adopo rg rande
partedosa utore st ri
but ár i
osdat radiçãoma rx i
sta.Embo ranã ot enhae scrito
sobrer aça,e t
ni ao ur acismo ,a cer
c a de s e uss ignifi
c adose /ou de s uas
ma nifest
a çõe sc ont empor âne as,a l
é m denã ot era nalisadopr o funda me ntea s
experiênc i
a sc olo niaiso ume smooc oloniali
s moq uer e velara me me rg entes
racis
mospr esent ese ms uaé poc a,Gr ams cidi r
e ci
ono us uaa tenç ãoa ose upa ís
,
centrandos uasa ná l
isespos ter i
o r
e sàc onstruç ãos oc ial
istat a ntodaEur opa
ocidental qua ntoor iental, a
of racassoda sr evoluçõe sna ss ocieda de scapi tal
istas
desenvo l
v ida snooc ide nte,aa me açadoe me rgent ef ascismo ,a ssimc omoa
impor tânciadopa rtidonac o nstruçãodahe ge mo nia,c onfo rmemos tr
o uHa l
l
(2011).
Aindaqueoa utornã ot enhae scrit
os ob rer acismo ,de ixa ndodea bo rdar
essea ssunt o de ma neira ma is dir
e ta,os c onc eitos c onstr uídos po re l
e
permi t
iram ode s
e nvol vime ntodede sdo brame ntose xtrema me ntei mpor tantes
paraout rast eo ri
a ss oc iais
,ae x e
mpl odose s t
udosc ulturaisp ro postospe la
chama daEs coladeBi rmi ng ha n,a ss
imc o mog ra ndepa r
teda st eori
a spós -
coloniali
sta s.Noe ntanto ,fo ia travésdec ert
apr o pos i
çã of unda me nta dana
ela
s t
ici
da dedoc onc eit
odec l
a ss
e ssoc iai
sa pr esenta daporGr ams ci( 1999;
201 1
),pa raa l
ém deumape rspe c t
ivar educionistaa oc ampodae c onomi a,que
essanoç ãos ea mpl ioua ting i
ndo um c ampo c ultur ales ua sr e
laçõe sde
domi na çãoporme ioda q uiloq ueoa uto rcha mo udec lassess uba lternas.
(..
.
)oque“ li
dera
”e m um perí
ododehe gemoni
anã oéma isa“cl
ass
edo minante”
da li
nguagem tradiciona
l,ma sum bl oco hist
órico
.Es setermo ser e fe
re
decis
iva
me nteà“cl
asse”comoum níveldete
rminantedaaná l
is
e;masnãot r
a duz
todasasc la
ssesdiretament
es obr
eo pa l
co pol
íti
co-i
deológi
coc o
mo a tores
hist
óri
cosunifi
cados.Os“ele
me nt
osdelider
ança”em um blocohis
tór
icopode m
serapenasumaf raçãodac la
sseeconômicado minant
e–po rexemplo,capita
l
2
55
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno
financei
ro,emv ezdoc a
pit
alindust
rial
;oc apit
alna c
ional
,emv ezdoc api
tal
internaci
onal
.Juntocome st
es,dentr
odo“ bl
oco”
,e s
tar
ãoose xt
rat
osdasclas
ses
suba l
ter
nasedo minadasquef o r
amc onquis
tadosa tr
avésdec onc
essõese
co mpromiss
ose specí
fi
cosequef ormam pa rt
eda c ons
tel
açã
os oci
al
,ma s
oc upandoumaf unçã
os ubor
dinada.(HALL, 201
1, p.29
4)
Noe nt anto,f
oita mbém nos écul
oXX,s obret
udo,apa rtirdae mergênci
a
da cha ma dat eoria do ca pit
a lhuma no,a dvinda da escolae co nômica de
Chicago ,q uev i
mose me rgirc ertosujei
tohis
tóricodenossaé pocaq ueF oucault
(2008)c ha mo udeho moœc ono mi useque
c ,dea lg
umaf ormapa ssouai ncidir
nosmov ime nt
oss oci
a i
sa t
rav é
sdamob i
li
zaçãodec er
tasidentidade souclasses
quepa ssa ram ao perara quiloq uee st
amosc hama ndodec apitalsuba l
ter
no .A
eme r
gê nc ia dessa nov ar azãoe mpreendedo r
a,q ues es obrepôsa o pode r
soberanode corre
ntedes uac oerçãoatrav
ésdar azãodeEs t
ado ,passou a
incor
po ra rt ecnol
og i
asdi scipli
na resconcomitantement
eà q uil
oq ueF oucault
(2008)c ha moudebi opolít
ica,te ndocomoi nspiraç
ãoaforma çãodeum s ujeit
o
produtordes ime smoq uet ransformas e
uc orpoe m um ma t
erialhuma node
inves
time ntos v i
sando e xclusivamenteg anhos atrav
é s de um e sf
o rç
o
fundame ntadonoc ul
t i
vodof ortale
cimentodeum s efe
l mpre endedor .
Os el
fde veserum e ntesubjet
ivo,eledevea s
pira
raa ut
onomia
,luta
rpo r
re
ali
zaçãopess
oa lemsuav i
daterre
na,int
erpr
e t
arsuare
ali
dadeedesti
noco mo
umaque s
tãodere s
ponsa
b i
li
dadeindiv
idualeencont
rars
ignif
ica
donaexis
tênci
a
moldandosuavidaatr
avésdeatosdeescol
ha.(
ROS E,2011,p.
210)
2
56
Re
sendeeRos
a
2
57
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno
univer
salapresent
adopo ressat r
adiçã
odope nsame nto,quepodes ermui to
bem ut il
iz
ado no e nte
ndime nto do que e st
amos c hama ndo de c apita
l
subal
ternoedaf ormac om quee lepassaasermo bil
izado.Es sauniversal
ização
ée xata
me nte presumida atravésda a cei
taç
ão de uma c l
ass
e ou s ujei
to
subal
ternoqueoc upadame smaf ormaumame smac o ndiçãoe s
tabeleci
dape l
o
corpoqueha bi
taindisti
ntamenteosma isdif
ere
ntesmundoss oci
ais.
Dame smaf ormac om queGr a
ms ci(1
999;201 1
)–ede ma i
stri
b utá
r i
osda
tra
diçãoma rx
istainici
adac o
me sseautor–local
izouc ertalimitaçã
odanoç ão
dec l
assesoci
al,Bo urdi
eu( 2004)també ma pont
ouc rít
icasae ssac onstrução
ma rx
ist
anã oa pena squesti
ona ndooe nte
ndime ntos obreoc apitalsit
ua do
excl
usiv
a ment
ea oc ampoe conômi co,
ma stambém distinguindooq uee ntende
porclas
serealeclas
senop ape.
l
Porém,a ss
im c omo o s ubjet
ivis
mo pr edispõe a r eduz ira se str
uturasà s
int
e r
aç ões,oo b j
eti
vis
mot endeade duz i
ra sa çõesei nte raçõesdae strutura.
Assim, oe rroma ior
,oe rroteo r
icis
tae nc o
nt radoe m Ma rx,c ons i
stiri
ae mt ratar
asc l
assesnopa pelcomoc la
ssesr e
a i
s,e mc oncluir
,daho mog ene i
dadeobj etiv
a
dasco ndições,dosc o
ndi c
iona mentos,epo rtantoda sdispos i
çõe s,quede correda
identi
da dedepos i
çãonoe spaços ocial,ae xistênci
ae nqua ntog rupouni fic
a do,
enqua ntoc las
se.A noç ãodee spaços ocialpe rmi t
ee scapa ràa lter
na t
ivado
nomi na l
ismoedor eali
smoe m ma t
ériadec lass
ess ociai
s :ot raba l
hopol ític
o
desti
na do a pr oduzi
rc lassess ociaise nqua ntoc orporateb o di
es,g rupo s
perma nent e
s,do ta
dosdeó r
gã o
spe r
ma nentesder epresentação ,des igla
s,e tc
.,
tem mui toma ispo s
sibi
li
da dedes erbe m- suce di
doname didae mq ueosa gentes
ques epr e
tendem r eunir
,uni f
icar,c onstituirc omo g r upo,e stiv
erem ma is
próximo snoe spaços ocial(logo,pe rtencent esàme smac l
assenopa pel)
.As
cla
ssesnos enti
dodeMa r
xe stãopo rfaz er
-seme dianteum t raba l
hopo l
íti
coque
possuit antoma ispossibi
li
da desdes erbe m- sucedidoqua nt oma issemuni rde
umat e oriabemf unda danar ea
li
da de,logo ,ma isca pazdee xercerum e feit
oda
teori
a–t heorin,e
e mg r
ego,que rdi z
er“ v
e r”–,i st
oé ,dei mporumav is
ãoda s
divis
õe s.(BOURDI EU, 2004,p.155-156 )
Aov e
rif
ica
rapos s
ibi
li
da dedemo bilizardiferente
sr ecurs
osnoi ntui
tode
exer
cerpode rporme i
odec apit
aisco nstruídos,so br
etudo ,atr
avésdec er
tas
re
presenta
çõesq ueatrav
essam osc orposdoss ujei
tosqueo r ei
vindica
m,
Bourdi
e u( 2004) mostr
ou a e me r
g ência da sc hama da se st
ratégia
s de
condes
c e
ndência,naqualosa gentesseoc upa m deumapos i
çãos uperiorem
umada shierar
quiasc
onstruí
da snoe spaç oo bje
tivodoc a
mpoa nalisandoq ue
negams i
mbo li
cament
eadi stânciasocial,g a
r a
ntindoape rma nênciadec erto
exer
cíc
iodepode reasseg
ur a
ndoa svantagensdor econhecime nt
oe stabel
eci
do
2
58
Re
sendeeRos
a
2
59
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno
cons t
ruçã os oc ialnã oa pena sope rae m um v aziosocial,name didae m quee stá
subme tidaac oaç õese struturai
se stabelecidaspe losg ruposdosqua isf azem
partea que lesquer eivindic am oe xercíc i
ode ssec apita
l,c omot ambé ma gea
partirda se st rutur ase st
r uturantes,o us ej
a,da se s
truturasc ognitiv
a sque
també ms ãos oc ialme ntee str
utur ada s.
No e nt anto ,no c a
so do c apitals uba l
terno,v erifi
camosq ue há um
deslocame nt oc ons t
r uídohi erar
q uicame ntequee s
tabelececerta
sc ondi çõese m
queum de te rmi na doc ampoe /
oue spaços oc i
aldospr ivi
légiosapresentadospor
certosindiv íduosoug ruposs ãot ratadosc omoe le
me ntosde sl
egi
t i
ma ntes ,uma
vezquee ste ss ujeitosoc upa m ol ug ardedo mi nantes.Poro utrola do,a que l
as
caracterí
sticasquec onf ig
ur am ac o ndiç ãodedo mina dospode ma pa rece
rc omo
recursosas ere m mobi lizadosa travé sdej ustif
icati
v a
squeo peram noea través
do c orpo ,l eg i
tima ndo di scursosq uei nvertem al ógicadedo mi nant ese
domi nadoseop rópr i
oe xercí
ciodopode ratravésdodi scurs
oo peradope l
a
condiçãodes uba lterni dadeoue s t
igma ,po rexempl o.
Co mopa r aBo ur dieu( 20 0
4)ac onstruçãodar eali
dades oci
alnã oéa pe nas
um e mpr eendi me ntoi ndiv i
dua l,e l
at ambé m pode o perarc omo um
empr eendi me nt oc ole t
ivoe mq ue,e m nos soe ntendime nto,op r
ópr iog rupo
ques ee nc ont rae m umas upostac o ndiç ã
odes uba l
ternidadee /
o udee stigma
podea l
terars uai nt erpr e
ta çãoa cercada se st
ruturase st
ruturantespr ese
nt esna
reali
dades ocia l,inve rtendoar elaçã oe ntredo mi nantesedo minados , j
áq ue“ as
representaç õesdosa g entesv a
riams egundos uapos i
ção( eosi nte r
esse sq ue
estãoa ssociadosae l
a )es egundos euh abi
tusc omos ist
emadee squema sde
percepçã oea pr eciaçã o”(BOURDI EU, 20 0
4 ,p.15 8
).
5 A SAÍ
DA QUESEAPRESENTA
Asque stõesmi cropolí
ti
c a
sq uecompõe ma szonasdebatal
hadosmo vi
me ntos
soci
aisidentit
ár i
os–r acis
mo ,hete
ronorma t
ivi
dade,t
ransf
obia,c
las
sis
mo ,
entre
outras–t ems idoc omba t
idascom asme s
ma sarmasc om queprocessosde
domi naçãooc orreme mt odososme iossociai
s:coma fi
rmaçõesidentit
árias
,
est
igmatizaçõesee xcl
usõess oci
ai
s.De t
ectamosa sori
gensdesseprocessona
herançama rxista,part
icularmentedet endênciag r
amscia
na,na sre desde
ati
vist
asemo vime ntossocia
isqueatua
m noc enári
o.
Nesses pr ocess
os c ontra-
hegemônicos,a t
ivi
st
as e mi l
it
antest êm s e
legi
ti
ma do na l utaa t
ravésde um di s
positi
vo que denominamosc apit
al
subalt
erno.Fo rma dope lacompos i
çãodosr ecurs
osidenti
tári
osconsiderados
2
60
Re
sendeeRos
a
oprimi dos,estigma t
izados ,subalt
e r
ni z
ados ,e,po rtant
o,l e
g ít
imospa r
aal uta,
comopr i
nc i
palme ntea sq uest
õesdeg êne r
o ,orientaçãos exual,r aç
a,e t
nia,
cl
as ses ocial,dentremui toso utros.Opr ob l
e maq uel ocal
izamosne sseprocess
o
dei de ntif
icaçãoer otulaçãodea ti
vistasválidosénã osome nteodee xc
lusãode
poss ibili
dade sder econhe ci
me nto da ima nênciar evolucionáriae m o utras
si
ng ul ari
da deseout rosg ruposs ociai
s ,
ma sor i
scodepr esumi redi fundircert
o
essenc iali
smoepur i
smob a s
tantepró xi
mosdepos ici
ona ment osfascis
tasquese
uti
liz am dopuni ti
vis
moe ms uasp rá
t i
cascot i
dianas.
O de s
a f
io pos t
o pa raami lit
â nci
aél uta
rc ontraao pres
são nav i
da
quot idiana,s emg er
a rno v asop r
essões,a cabarc om oa utoritar
ismos e
ms er
autor it
á r
io.I st
oé ,supe rara sdisputaspo rhe ge
moni adepode rapa rt
irde
proc essoslibertadorest a
nt odas ub j
etivi
dadei ndividualqua ntodac o l
etiv
idade.
Is
soi mpl i
caum e sf
orçonã os omentedea lt
e r
idade, ouseja,umac apacidadede
soli
da ri
zar-sec om ado reo pressãos of
r i
dapo ro utros,c omot a mbé m não
busc arr epresentaroo utro.Ade s
c onfi
anç ae mr elaçãoaoo utrodei denti
dade
pote nc i
alme nteo pressora podes ers uavizada a pa rti
rdedi spos i
ti
vosde
deside ntif
icaçãodes iedoo utro.De s
identifi
car-
s enã os i
gni f
icaanular-seou
assumi ra i de nti
dade do mi nanteeo pressora.Ma ss im,nosdi zer
esda
psicana li
staS uelyRo l
ni k
:
Nestecampo ,as a
ídaéa presentadape l
ateoriaeoa ti
v i
smoQue er,c om
desta
quepa raJudithBut le
reBe atri
zPr eciado.Em umar ele
itur
adeS i
mo nede
Beauvoir
,But l
e r( 2 015)propõeumade sassociaç
ãodog êneroàa natomi a
biol
ógicadoc orpo,jáqueoc orpoéa pe nasumaf ol
hadepa pelondeac ult
ur a
pat
r i
arc
alimpr imea sidenti
dadesdeg êneroes exuali
dadecoms uasre
spec t
ivas
perfo
rma ti
vi
da des
.Al iber
taçã
odoc o
rpode st
esistemadeopr es
sãoma s
c ulina
impli
cane ces
saria
me nteorompi me nt
oc om oscódigosopresso
resma s
cul i
nos,
quaissejam,a sseg me nt
açõesi denti
táriase di sci
pli
nadorasda scondut as
sexuai
s.Preci
adoc olocaaque s
tãonoss egui
nt e
stermos :
2
61
At
ivi
smoi
dent
it
ári
oeoc
api
ta
lsuba
lt
erno
Ac ontra
ssex
ua l
idadeét ambé m umat eoriadoc orpoq ueses i
tuaf oradas
oposi
ções ho me m/ mul her
, ma s
culino/ f e
mi nino , he te
rossexual
idade
/
homossexual
idade. El
adefi
neas ex
ua l
idadec omotecnol ogia,econsideraqueos
dif
ere
ntese l
eme ntosdo sist
emas exo/gêne r
o denomi na dosho mem,mul her,
homossexual
,he te
ro s
sex
ual,tr
ansexual,be mc o
mos ua spr á
tica
sei dent
ida
des
sex
uais,nãopass a
m demá qui
nas,p r
odut os,i
nstr
ume ntos,aparel
ho s,tr
uques,
prót
eses,
redes,
aplicaçõe
s,progr
ama s[…] .(PRECIADO, 2014,p.22)
2
62
Re
sendeeRos
a
REFERÊNCI
AS
ANDRADE, Oswal
dde .
Oma nife
stoant
ropófa
g o
.In:TELES ,Gi
lber
to
Mendonça.Vanguardaeur
opéiaemodernismobr as
ile
iro:apre
sent
açãoe
cr
ít
icadospri
ncipa
ismanif
est
osvanguar
dist
as.Pet
rópol
is:Vozes
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li
a:I
NL,
1976
.
AUGUS TO,A.
;ROS A,P.
O.ERESENDE, P
.E.
R.Capturasere
sist
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iasna
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democr
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obreapart
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çã odosjo
vensnos
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oci
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sinEst
udosdeSoci
ologi
a.Araraquar
a,v.
21,
n.
40,p.
21-
37,201
6.
BAKUNI N, Mikhail
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Progra
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1868
. Disponívele
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2012/02/
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