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Ações afirmativas

Para tentar superar os problemas sociais e promover a inclusão e a justiça, a


partir dos anos 1990, o Brasil tem realizado programas de ações afirmativas que
visam reconhecer e corrigir situações de direitos negados socialmente ao longo
da história.

Ação afirmativa é um conjunto de políticas que compreendem que, na prática,


as pessoas não são tratadas igualmente e, consequentemente, não possuem as
mesmas oportunidades, o que impede o acesso destas a locais de produção de
conhecimento e de negociação de poder. Esse processo discriminatório atinge
de forma negativa pessoas que são marcadas por estereótipos que as consolidam
socialmente como inferiores, incapazes, degeneradas etc.

O sistema de cotas é um modelo de política de ações afirmativas que visa


garantir desigualdades socioeconômicas e educacionais menores entre os
membros pertencentes de uma sociedade, principalmente no que se refere ao
ingresso em instituições de ensino superior públicas e empregos públicos. Essas
pretendem:

 Concretizar a igualdade de oportunidades;


 Transformar cultural, psicológica e pedagogicamente;
 Implantar o pluralismo e a diversidade de representatividade dos grupos
minoritários;
 Eliminar barreiras artificiais e invisíveis que emperram os avanços dos
negros, das mulheres e de outras minorias;
 Aumentar a qualificação; promover melhoria de acesso ao mercado de
trabalho, entre outros.

Em 1988, com a abertura política e a implantação da Constituição Federativa,


por meio do artigo 37, inciso VIII, foi estabelecido um percentual dos cargos
públicos para os portadores de deficiência.

A Lei 8.213/1991, em seu artigo 93, determina que as empresas com mais de
cem funcionários preencham entre 2% e 5% de suas vagas com trabalhadores
que possuem alguma necessidade especial. Aqui, o cidadão que possui alguma
desvantagem decorrente de necessidade física especial, tem garantido acesso
a postos de trabalho pela construção de uma política pública na qual participa
a empresa.

É a partir de então que começam as primeiras deliberações em torno da política


de ações afirmativas. Em 1995, foi adotada nacionalmente a primeira política
de cotas correspondendo à reserva de 30% das vagas para as mulheres
exercerem atividade em cargo político.

A Lei nº 12.711/2012 garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno
nas 59 Universidades Federais e 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos
regulares ou da educação de jovens e adultos. As vagas reservadas às cotas (50%
do total de vagas da instituição) são subdivididas da seguinte maneira: metade
para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior
a um salário mínimo e meio per capita e a outra metade para estudantes de
escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em
ambos os casos, também é levado em conta um percentual para negros (pretos
e pardos) e indígenas, conforme o mais recente Censo Demográfico do IBGE.

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