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A Arca da Aliança
Dc. Edson Amorim
Introdução
Ao longo desse trimestre temos estudado a figura do Tabernáculo que, aliás
podemos dizer que foi o primeiro centro de adoração dos hebreus bem como cada um de
seus móveis que tinham uma função específica no contexto religioso daquela época, a fim
de traçarmos os paralelos com a figura e obra de Cristo Jesus. Tais paralelos encontram
base bíblica a partir da declaração contida em Hebreus 8.5 que declara; “Eles servem num
santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus, já que Moisés foi avisado
quando estava para construir o tabernáculo: "Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o
modelo que lhe foi mostrado no monte". Neste caso o autor demonstra que o tabernáculo
tinha um caráter simbólico que apontava para uma realidade futura e não somente isso,
mas, também, espiritual.
Nesta lição falaremos a respeito da mobília contida no Santo do Santos, a saber, a
Arca da Aliança (Êx. 25.10-16; 37.1-5). E com a descrição e o esquadrinhamento deste
móvel que é, sem sombra de dúvidas, o mais importante do Tabernáculo veremos quais
lições podemos retirar para nossa espiritualidade.
O modelo da arca foi dado diretamente por Deus. Nela Todo Poderoso definiu
basicamente duas matérias primas na sua composição, a saber; ouro e madeira de Acácia
(Sita ou Sitim - Cetim). A madeira utilizada é encontrada em todo o deserto do Sinai e
em volta do Mar Morto, ela é cientificamente conhecida como Acácia seyal e tortilis.
Essas árvores espinhosas, com cerca de 6,5 metros de altura, crescem em lugares secos
com extraordinário vigor. Ela é bastante dura, pesada e quase indestrutível pelos insetos.2
1
ARCHER, Gleason L. HARRIS, R. Laird. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo
Testamento. São Paulo: Edições Vida Nova, 1998. p.123
2
PFEIFFER, Charles F. VOS, Howard F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
p.1565
A seiva da Acácia fornece a chamada goma arábica muito utilizada na indústria e
medicina.
≅0,68 a 0,79m
A principal função da arca era guardar certos objetos, a saber; 1) um pote de ouro
contendo o maná que fora dado ao povo no deserto, 2) a vara de Arão que floresceu e 3)
as tábuas da Lei que foram dadas por Deus a Moisés. Tais objetos serviam como
memoriais das proezas e provisão de Deus ao longo da existência de seu povo.
Em outros termos temos que a Arca representava a presença de Deus com o seu
povo. Além disso, o formato do propiciatório, em dois querubins, um olhando para o
outro e os elementos existentes dentro dela realçavam a força da aliança de Deus para
com o seu povo.
Maná - Maná foi o pão do céu que Deus forneceu aos hebreus enquanto vagavam
pelo deserto (Êxodo 16). Cristo irá declarar em João 6.32-33 “...não foi Moisés quem vos
deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus
é o que desce do céu e dá vida ao mundo”.
Cristo na Arca
Podemos ainda ver Cristo na constituição da própria Arca. Cabral (2019) disserta
da seguinte forma sobre esse assunto.
3
SUANA, Samuel. Pentateuco: Os fundamentos éticos e religiosos de Israel no Antigo
Testamento. Pindamonhagaba: IBAD, 2006. p.124
testamento acerca do nosso salvador: ‘porque nele
habita corporalmente toda plenitude da divindade’
(Cl 2.9). Ou seja, Cristo é o Emanuel, isto é, o ‘Deus
Conosco’, o verbo que se fez carne e habitou entre
nós (Mt 1.23; Is 7.14; 9.6; Jo 1.14)”4
Cristo e o propiciatório
“Ao qual Deus propôs para propiciação (hilastérion) pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência
de Deus;” Rm 3:25
“Por fim convêm notar...que apenas o sumo sacerdote uma vez por ano, podia
entrar no recinto onde se encontrava o propiciatório, para fazer expiação pelos pecados
do povo. Na ocasião ele não podia se apresentar perante o Senhor sem o sangue a ser
aspergido sobre a tampa. Afinal, era o dia da expiação e, apesar de continuamente estarem
sendo oferecidos e ofertas sobre o altar de bronze no átrio, nesse dia era oferecido o
sacrifício que representava de modo específico a oferta de Cristo que morreu para livrar
a humanidade da pena de morte resultante do pecado original. O Senhor Jesus, nosso
Sumo Sacerdote, entrou na presença de Deus ‘uma única vez’, para satisfazer as
exigências de Deus em relação à natureza pecaminosa do mundo.”5
4
CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas: O Tabernáculo – Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Rio
de Janeiro: CPAD, 2019. p.64
5
GILBERT, Floyd Lee. A pessoa de Cristo no Tabernáculo. São José dos Campos/SP: Editora FIEL,
2001. pp.146,147
Conclusão