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DA SOJA ¹
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é um dos cultivos agrícolas mais importantes da
economia mundial, tendo também grande importância no cenário econômico nacional. A sua
produção está concentrada, principalmente, em três países, Estados Unidos, Brasil e
Argentina, que atualmente respondem por 71,5% da área cultivada e 81,5% da produção
mundial (HIRAKURI, 2011).
Diversos fatores afetam a produtividade da soja. Os insetos-praga ocupam lugar de
destaque nesse cenário devido ao seu alto potencial destrutivo e a sua capacidade de
reduzir significativamente a produtividade. A principal estratégia de controle dos insetos-
praga é através do controle químico, com o uso de inseticidas, eventualmente associados à
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adjuvantes. Uma das principais pragas da cultura da soja é a lagarta da espécie Anticarsia
gemmatalis. O dano da espécie caracteriza-se pela desfolha, consumindo tanto as nervuras
quanto o limbo foliar (LOURENÇÃO et al., 2010).
A aplicação de inseticidas é uma prática comum no manejo de pragas da cultura da
soja e seu uso normalmente está ligado ao controle das lagartas desfolhadoras e de
percevejos sugadores de grãos. Existe uma variedade de inseticidas registrados para o
controle das principais espécies de lagartas e percevejos que atacam a cultura, porém
pouco se conhece sobre o efeito da adição de adjuvantes a estes inseticidas.
A utilização de adjuvantes na agricultura teve inicio no século XIX, quando alguns
materiais, tais como: breu, resinas, farinha, melaço, açúcar e leite em pó eram adicionados
com o objetivo de prolongar a proteção oferecida principalmente por inseticidas e fungicidas
(AZEVEDO, 2011). Com o passar dos anos e o surgimento de novos produtos, a sua
utilização passou a visar também à melhora da eficácia dos produtos fitossanitários
(SARUBBI, 2010).
Os adjuvantes podem influenciar diversos fatores da aplicação de defensivos
agrícolas, aumentando a eficiência biológica ou modificando determinadas propriedades da
solução. Podem influenciar ainda, o desempenho da aplicação, através da diminuição da
deriva, melhorando o molhamento e o espalhamento sobre a superfície foliar (CUNHA et al.,
2003), a eficiência de absorção do ingrediente ativo e a velocidade de absorção do produto
(MARTINS, 2009; XU, 2010).
A adição de adjuvantes às caldas de pulverização é um tema que desperta interesse,
porém, também gera dúvidas e controvérsias pelo seu uso inadequado e a falta de
conhecimento de sua interação com alguns ingredientes ativos. Os benefícios obtidos estão
cada vez mais difundidos no meio agrícola, com um aumento considerável desses produtos
disponíveis comercialmente (ARAÚJO; RAETANO, 2011). Entre os grupos de adjuvantes
disponíveis atualmente, destacam-se os óleos vegetais, os óleos minerais, os organo-
siliconados e os nitrogenados.
O conhecimento sobre o efeito da adição de adjuvantes na eficiência biológica dos
inseticidas é de suma importância, para que as recomendações de uso destes produtos
sejam feitas com embasamento técnico e científico. A melhoria na qualidade das
pulverizações, no sentido de deposição de gotas, absorção e retenção de produtos e
molhabilidade, assim como a melhora na eficácia dos inseticidas, ocasionada pelos
adjuvantes, necessita ser melhor avaliada e discutida, especialmente sob condições de
campo.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da associação de diferentes
adjuvantes com o inseticida tiamethoxam + lambda-cialotrina, no controle de lagartas
pequenas, grandes e total de lagartas de A. gemmatalis na cultura da soja.
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2. METODOLOGIA
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Para a análise dos dados, foi realizada a analise de variância e o teste de separação
de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Para isso, foi utilizado o
software ASSISTAT.
3. RESULTADOS
Tabela 1 Média do número de lagartas e eficiência de controle dos tratamentos, para lagartas
pequenas de A. gemmatalis na cultura da soja. Santa Maria, RS. Safra 2010/11.
Anticarsia gemmatalis
Tratamentos 0 DAT 7 DAT 14 DAT
N1 E%2 N E% N E%
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Silwet 7,0 a - 3,0 ab 50,0 0,3 b 87,5
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Nitrol LL 7,3 a - 0,8 b 87,5 0,3 b 87,5
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Li 700 10,3 a - 2,0 ab 66,7 0,3 b 87,5
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Naturo’il 8,5 a - 1,5 b 75,0 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Assist 6,5 a - 0,3 b 95,8 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina 6,8 a - 0,8 b 87,5 0,3 b 87,5
Testemunha 7,8 a - 6,0 a - 2,0 a -
Média 7,7 - 2,0 0,4
CV(%) 21,2 - 34,4 25,1
* Médias não ligadas pela mesma letra na coluna, diferem pelo teste de Tukey (5%).
1 2
Número de lagartas por m .
2
Eficiência de controle calculada pela fórmula de Abbott (1925).
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Os resultados de lagartas grandes aos 7 DAT mostraram que houve diferença
estatística entre os tratamentos e a testemunha (Tabela 2). A adição de adjuvante ao
inseticida resultou numa melhora da eficiência do inseticida, sendo que, os melhores
resultados foram encontrados com Assist® e Naturo’il®. Os dados da avaliação aos 14 DAT,
ratificaram o que foi relatado na primeira avaliação, demonstrando que a associação do
inseticida Tiamethoxam e Lambda−cialotrina com adjuvante melhorou a eficiência no
controle de lagartas grandes de A. gemmatalis.
Tabela 2 Média do número de lagartas e eficiência de controle dos tratamentos, para lagartas
grandes de A. gemmatalis na cultura da soja. Santa Maria, RS. Safra 2010/11.
Anticarsia gemmatalis
Tratamentos 0 DAT 7 DAT 14 DAT
N1 E%2 N E% N E%
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Silwet 0,8 a - 0,3 b 92,9 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Nitrol LL 4,0 a - 0,3 b 92,9 0,3 b 80,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Li 700 2,3 a - 0,3 b 92,9 0,3 b 80,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Naturo’il 3,3 a - 0,0 b 100,0 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Assist 2,8 a - 0,0 b 100,0 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina 2,5 a - 0,8 b 78,6 0,3 b 80,0
Testemunha 3,5 a - 3,5 a - 1,3 a -
Média 2,7 2,0 0,3
CV(%) 33 33,1 21,8
* Médias não ligadas pela mesma letra na coluna, diferem pelo teste de Tukey (5%).
1 2
Número de lagartas por m .
2
Eficiência de controle calculada pela fórmula de Abbott (1925).
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Tabela 3 Média do número de lagartas e seus respectivos percentuais de eficiência de controle dos
tratamentos, para total de lagartas de A. gemmatalis na cultura da soja. Santa Maria, RS. Safra
2010/11.
Anticarsia gemmatalis
Tratamentos 0 DAT 7 DAT 14 DAT
1 2
N E% N E% N E%
3,3
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Silwet 7,8 a - 65,8 0,3 b 92,3
ab
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Nitrol LL 11,3 a - 1,0 b 89,5 0,5 b 84,6
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Li 700 12,5 a - 2,3 b 76,3 0,5 b 84,6
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Naturo’il 11,8 a - 1,5 b 84,2 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina + Assist 9,3 a - 0,3 b 97,4 0,0 b 100,0
Tiamethoxam + Lambda−cialotrina 9,3 a - 1,8 b 84,2 0,5 b 84,6
Testemunha 11,3 a - 9,5 a 3,3 a -
Média 10,4 2,8 0,8
CV(%) 22,7 33,0 22,4
* Médias não ligadas pela mesma letra na coluna, diferem pelo teste de Tukey (5%).
1 2
Número de lagartas por m .
2
Eficiência de controle calculada pela fórmula de Abbott (1925).
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
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HIRAKURI, M. H. Evolução e perspectiva de desempenho econômico associados com a
produção de soja nos contextos mundial e brasileiro. 3. ed. – Londrina: Embrapa Soja, 2011. –
(Documentos / Embrapa Soja, ISSN 2176-2937; n. 319)
RITCHIE, S. W.; HANWAY, J. J.; THOMPSON, H. E. How a soybean plant develops. Lowa
State University of Science and Technology Cooperative Extension Service, 1982. 20 p. (Special
Report, 53)
XU, L. et al. Adjuvant effects on evaporation time and wetted area of droplets on waxy leaves.
American Society of Agricultural and Biological Engineers v. 53, p. 13-20, 2010.