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Administrativo III

Tema 01 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO


ESTADO

1.1 Considerações Gerais:


Vai analisar como o Estado age quando seus agentes causam danos a terceiros, ou seja,
a maneira com a qual ele irá se responsabilizar.
1.2 Responsabilidade Contratual X Responsabilidade Extracontratual:
Responsabilidade contratual: é aquela que advém do contrato, portanto surgi quando o
Estado fizer um contrato com um particular e esse descumprir algum termo deste
contrato.
Responsabilidade extracontratual: seria a responsabilidade civil do Estado. O que se
estuda aqui é a indenização patrimonial que o Estado faz as vítimas dos seus
comportamentos.
Advém do ordenamento jurídico notadamente a CF.
Obrigação que tem o Estado de indenizar os danos lesivos a terceiros.
Obs: Os danos lesivos a terceiros podem ser tanto morais quanto patrimonial, podendo
até ser cumulativo.
É a obrigação que tem o Estado de indenizar os danos lesivos a terceiros, causados por
seus agentes públicos, em comportamentos lícitos e ilícitos, comissivos ou omissivos.
Obs: Comportamentos lícitos do Estado também geram o dever de indenizar (ex.: uma
construção que causa danos a terceiros)

1.3 Evolução da Responsabilidade do Estado: Hoje a teoria que vigora é a


teoria do risco, mas para se chegar nesse estagio houve um processo evolutivo.

a) Irresponsabilidade do Estado: durante muitos anos o Estado não


respondia pelos danos que porventura causavam a terceiros
Essa teoria vigorou na época dos Estados Absolutistas. Era inconcebível
nessa época a ideia que os reis podiam causar danos a seus súditos, caso
causassem é porque assim seria melhor, portanto, os súditos teriam que
arca com aquilo.
A parti do momento que se consagrou o Estado de Direito essa ideia
acabou.
b) Responsabilidade com culpa civil do Estado: é a ideia de culpa
individual do agente, ou seja, se a vítima demostrasse que o agente
causador do dano agiu com culpa ampla (dolo ou culpa estrita) a vítima
teria direito a indenização.
Obs: a vitima tinha que identificar quem foi e provar a culpa.
Responsabilidade subjetiva, pois ainda se precisa comprovar culpa.
c) Teoria da culpa administrativa – ou culpa do serviço (faute du
servisse): Considerada teoria publicista ... houve a total desvinculação da

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culpa do Estado com a culpa individual do agente público. Com isso não era
necessário provar o agente causador do dano, agora ela precisava provar o
dano.
A vítima precisava demonstrar que:
 O serviço não funcionou.
 O serviço funcionou mal.
 O serviço funcionou atrasado.
Também conhecida como culpa anônima.
Responsabilidade subjetiva, pois ainda se precisa comprovar culpa.
d) Teoria do Risco (o caso “Agnes Blanco” - 1873): leva em
consideração as atividades de risco da administração pública.
Gerou a responsabilidade objetiva do estado, então hoje o estado responde
com base na teoria do risco. A vitima não precisa mais comprovar a culpa.
Se entendeu de maneira logica que a atividade administrativa é arriscada.
A doutrina divide essa teoria em dois riscos: administrativo (admite causa
excludentes de responsabilidade) e integral (não admite causas excludentes
de responsabilidade).
Obs: A teoria adotada pelo Estado brasileiro é a do risco administrativo.
1.4 Responsabilidade do Estado no Direito Brasileiro:
Ira se analisar como de fato o Estado se responsabiliza.
1.5.1 Estado Responsável (o Direito pátrio sempre concebeu um
Estado responsável. Entretanto, a responsabilidade objetiva só foi
consagrada com a CF/1946):
A parti de 1946 o Estado adotou a responsabilidade objetiva.

1.5.2 Responsabilidade Objetiva (art. 37, § 6º - institui a


responsabilidade objetiva, mas assegura ao Estado o direito de
reaver do seu agente o que pagou, nos casos de dolo ou culpa –
responsabilidade subjetiva)
Está lastreada em um único dispositivo no ordenamento que trata
especificamente da responsabilidade estatal no Brasil.
A doutrina e jurisprudência é muito mais relevante do que a norma.
1.5.3 Entidades privadas prestadoras de serviço públicos:
Durante muito tempo vigorou na doutrina a ideia que as empresas privadas só
responderiam objetivamente se o dano fosse provocado naquela relação de
usuário fornecedor.
Portanto durante muito tempo se houvesse um outro fato em que um veiculo da
Coelba tenha se chocado com um veiculo isso seria uma responsabilidade
subjetiva, pois não tem a relação usuário fornecedor.
Esse entendimento vigorou por muito tempo até que em meados dos anos 2000,
houve uma mudança jurisprudencial e o Lindcase...
O STF passou a entender que os danos provocados pelas empresas privadas de
serviço público hoje não devem ser levados em consideração se for relação
usuário-fornecedor, portanto, causando dano a empresa privada responde como
Estado. Logo as empresas privadas respondem objetivamente e subjetivamente.

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1.5.4 Agente no exercício de suas funções (Não se cogitará de
responsabilidade da Administração nos casos em que a atuação do
causador for independente de sua condição de agente público):

1.5.5 a CF criou duas relações de responsabilidade


Estado -> Vitima (objetiva)
Agente causador do dano-> Estado (subjetiva)

1.5 Responsabilidade por Ação (ou por atos comissivos)

1.6.1 Responsabilidade Objetiva (Se o Estado causar o dano, ou seja,


se o dano decorreu de um comportamento comissivo seu, ele
responde independentemente de dolo ou culpa)

1.6.2 Decorre de comportamentos lícitos e ilícitos

1.6.3 Obra pública executada por terceiros (mesmo que a obra seja
realizada por empreiteiros, a responsabilidade pelos danos oriundos
da obra é sempre do Estado, que ordena a sua execução e é o dono
do serviço)

1.6 Responsabilidade por Omissão (ou por atos omissivos)

1.7.1 Responsabilidade Subjetiva

1.7.2 Culpa da Administração

1.7.3 Omissão Genérica e Omissão Específica

1.7.4 Danos nucleares (a União responde, independentemente de


culpa, pelos danos nucleares, tanto por comportamentos comissivos
ou omissivos. Art. 21, XXIII, alínea d da CF)

1.7 O dano Indenizável (O dano para ser indenizável precisa ser jurídico)

1.8 Causas Excludentes da Responsabilidade (Como a responsabilidade


objetiva está fundada na relação entre o comportamento estatal e o
dano, é evidente que se houver uma outra causa que concorra ou
que seja a única causadora do dano, ela irá quebrar o nexo de
causalidade e irá excluir a responsabilidade do Estado)

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1.9.1 Espécies
a) culpa exclusiva da vítima
b) caso fortuito
c) força maior

1.9.2 As concausas atribuídas ao Estado desqualificam as causas


excludentes (ou seja, se houver uma causa paralela atribuída ao Estado,
mesmo que haja força maior, não mais pode-se falar em excludentes)

1.10 Direito de Regresso (o art. 37, § 6º, assegurou ao Estado o direito de


agir regressivamente contra o agente culpado para cobrar dele o que
pagou à vítima)
1.10.1 Pressupostos

1.10.2 (im)Possibilidade de acionar diretamente o agente causador


do dano

1.10.3 (im)Possibilidade de denunciação da lide

1.10.4 Prazo de prescrição

1.10.5 Obrigatoriedade na propositura

1.11 Responsabilidade do Estado por atos legislativos

1.12 Responsabilidade do Estado por atos judiciais

1.12.1 Hipótese de responsabilização (CF - art. 5º, LXXV)

1.12.2 Só alcança a esfera penal

1.12.3 Não se aplica às prisões provisórias

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