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02/04/2017 Entenda a realidade aumentada, recurso por trás do sucesso de Pokémon Go ­ Notícias ­ Tecnologia

Entenda a realidade aumentada,


recurso por trás do sucesso de
Pokémon Go
Márcio Padrão
Do UOL, em São Paulo 05/08/2016 06h00

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O "Pokémon Go" é a nova febre do mundo e do Brasil


(http://jogos.uol.com.br/ultimas-noticias/2016/08/03/finalmente-pokemon-go-e-
lancado-no-brasil-para-ios-e-android.htm). O atraso de sua chegada às terras
tupiniquins em relação a outros países não o impediu de dominar as atenções por
seu inovador modo de jogo, no qual o jogador caça monstrinhos em locais públicos
(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/08/1793785-apos-um-mes-pokemon-
go-chega-ao-brasil-veja-dicas-de-como-jogar.shtml) usando a câmera e o GPS do
celular.

Embalada pelo jogo, a imprensa de games e tecnologia retomou com força o termo


"realidade aumentada". É um conceito que ganhou o mundo há alguns anos, com o
surgimento de apps capazes de mesclar conteúdo virtual com as imagens do
mundo real.

No entanto, Ken Perlin, professor de ciência da computação e fundador da New


York University Media Research Lab, afirmou que o "Pokémon Go" não é baseado
em realidade aumentada em uma entrevista à "Scientific American".

Argumenta ele: "Jogos como 'Pokémon Go' são muito mais entretenimento
baseados em localização do que realidade aumentada. Há uma diferença entre
apenas atacar uma imagem na frente de alguma coisa porque eu estou ali e alterar
realmente nossa percepção da realidade. Se vemos uma criatura por um dispositivo
em nossos olhos --em vez de vê-lo pelas telas de telefone--, então a criatura tornou-
se uma extensão da nossa percepção comum da realidade".

O UOL conversou com Álvaro José Rodrigues de Lima, professor do departamento


de Técnicas de Representação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e
Romero Tori, do Centro Universitário Senac, sobre essa tecnologia.

Os dois especialistas discordam de Perlin e consideram que "Pokémon Go" é sim


baseado em realidade aumentada e explicam o conceito.

Afinal, o que é realidade aumentada?

Álvaro: "Temos um ambiente de realidade aumentada Quando filmamos um local,


em tempo real, e inserimos objetos virtuais e as cenas formadas dão a impressão
de que os objetos virtuais pertencem ao mundo real, temos um ambiente de
realidade aumentada."

Romero: "É a criação de ilusão de que elementos virtuais fazem parte do ambiente
real."

Como funciona a realidade aumentada?

Álvaro: "Geralmente, a realidade aumentada funciona com um programa preparado


para identificar marcadores previamente colocados no mundo real e, assim, inserir
na imagem capturada em tempo real objetos virtuais. Antigamente, o mais usual era

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a realidade aumentada baseada em PCs, com o uso de webcams. Atualmente, o


uso de smartphones está cada vez mais popularizado."

Romero: "Até mesmo aquela atração antiga de parques de diversão, em que uma


mulher se transforma em gorila, seria um tipo de realidade aumentada sem o uso de
tecnologia sofisticada. Hoje, existem quatro formas principais. No primeiro, a
câmera captura o mundo real, e o software inclui elementos virtuais sobre o vídeo
(como no 'Pokémon Go'); no segundo, com óculos de realidade virtual e câmeras
acopladas, o usuário vê o ambiente à frente com elementos virtuais; no terceiro,
óculos com lentes semi-transparentes misturam o ambiente com imagens (como a
Hololens (http://jogos.uol.com.br/ultimas-noticias/2015/06/16/brasileiro-que-criou-o-
kinect-e-responsavel-por-oculos-holograficos-do-xbox.htm), da Microsoft); 4.
técnicas de videomapping projetam imagens sobre fachadas de prédios".

Para que serve e servirá a realidade aumentada nas nossas


vidas?

Álvaro: "Já foram realizadas diversas experiências em áreas como: medicina,


entretenimento e educação. No MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o
cirurgião utilizava um capacete e conseguia ver diretamente na cabeça da paciente
a localização exata do tumor cerebral. No entretenimento, muito antes do "Pokémon
Go", na Austrália foi realizada uma experiência chamada 'AR Quake', onde o
usuário jogava esse jogo de tiro em primeira pessoa nas ruas, utilizando capacete,
GPS e computador portátil."

Romero: "São infinitas as possibilidades. Essa técnica surgiu numa fabricante de


aviões para que os engenheiros pudessem observar informações projetadas sobre
as peças durante procedimentos de manutenção de suas aeronaves. Hoje existem
aplicativos que permitem ao dono de um automóvel ver instruções visuais sobre
como trocar uma peça apontando o celular para essa parte do carro. Há aplicativos
que sobrepõem informações sobre as obras de arte. É possível manipular objetos
virtuais de estudo como se esses estivessem sobre a mesa."

Quais são os próximos passos desta tecnologia?

Álvaro: "Hoje há diversos aplicativos comerciais disponíveis no mercado com


finalidades deferentes. Alguns programas servem para designers, arquitetos e
engenheiros desenvolverem seus projetos. Acredito que a realidade aumentada fará
cada vez mais parte das nossas vidas. Por exemplo, com o desenvolvimento de
óculos especiais para o motorista visualizar as instruções do GPS diretamente na
lente, sem precisar desviar o olhar para o painel, significando melhoria na
segurança no trânsito."

Romero: "Até pouco tempo seu uso era restrito a laboratórios de pesquisa e
algumas empresas. Agora está se popularizando graças aos dispositivos móveis,
que possuem todos os recursos necessários para se produzir o efeito. Trata-se de
uma mídia já bastante evoluída. O que faltam são aplicações que façam da
realidade aumentada uma necessidade, e não apenas uma curiosidade. Outros
desafios: barateamento dos equipamentos e acessórios específicos, como os
visores."

Veja abaixo algumas sugestões em apps que trabalham com realidade


aumentada:

Divulgação

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Flightradar24 (iOS, Android)

O objetivo deste app é identificar e trazer dados sobre os aviões que estão
passando naquele momento no céu. Para isso, basta apontar a câmera do seu
celular. Embora em nossos testes tenha apresentado pouca sincronia entre o voo e
os dados, não deixa de ser interessante.

Divulgação

Ingress (iOS, Android)

Produzido pela mesma Ninatic que criou o "Pokémon Go", o Ingress é um jogo de


ficção científica na qual você é envolvido em uma trama sobre uma energia
misteriosa e portais que ela está abrindo no nosso mundo. Com o GPS ligado,
o game reconhece as ruas onde você está e mostra os exatos pontos onde os
portais se abrem; você deve ir lá e combater as fontes de energia.

Divulgação

Wikitude (iOS, Android)

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O Wikitude permite escanear imagens de revistas que foram criadas


especificamente para o app e mostrar mais recursos multimídia, como fotos, textos
e vídeos. Usado nas ruas, ele também acrescenta informações extras sobre locais
públicos.

Divulgação

Toy Car RC (iOS, Android)

Esse é simples e eficiente: baixe o app em um celular, imprima ou baixe em outro


dispositivo a imagem marcadora aqui (http://toywheel.com/wp-
content/uploads/2014/02/Toy-Car-Marker.pdf) e depois é só soltar o carrinho em
cima da imagem marcadora. Você pode dirigi-lo pela sala e também pelos cenários
virtuais. Ótimo para crianças.

Divulgação

Layar (iOS, Android)

Mais voltado para a publicidade, o Layar permite usar imagens estáticas para criar


experiências em realidade aumentada. A câmera do app reconhece a imagem e
apresenta imagens em 3D ou conteúdos extras como mensagens de vídeo, música
e apresentações de fotos.

Reprodução

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Augment (iOS, Android)

Com o Augment você põe modelos 3D de diversas aplicações no mundo real. Dá


para mudar de lugar, girar e até alterar o tamanho. Se uma loja de móveis
disponibilizar pelo sistema do app um modelo de uma cadeira, você pode ver como
ela ficaria em sua sala de estar antes de comprá-la de verdade.

Divulgação

Skyview (iOS, Android)

Apps de astronomia são relativamente comuns, e eles usam os sensores de


movimento dos celulares para mostrar onde está cada estrela do céu. A diferença
no Skyview é que ele abre a câmera e mescla o ambiente em que você está com as
imagens das constelações, seja dia ou noite.

Divulgação

Aurasma (iOS, Android)

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O Aurasma é praticamente uma comunidade de efeitos em realidade aumentada,


pois ele oferece a chance de você criar a sua própria camada para sobrepor no alvo
escolhido por você. Pode ser um modelo 3D, foto ou vídeo. E você pode brincar
com as das outras pessoas e empresas que criaram seus modelos.

https://www.youtube.com/watch?v=_R9LWa1Zlcg

Zookazam (iOS, Android)

App educativo que cria bichos e objetos em 3D quando combinados com imagens


impressas no papel ou na tela do computador. Serve mais para as crianças
entenderem como é a fisionomia de um tubarão sem ter que encostar nele, por
exemplo.

Divulgação

Anatomy 4D (iOS, Android)

Outro voltado para o aprendizado. Imprima ou baixe em um tablet essas (https://s-


media-cache-
ak0.pinimg.com/736x/a9/a1/64/a9a1645d6571918d708454f1b91ff8af.jpg) imagens
(http://3.bp.blogspot.com/-
O8ZVYq5NQYE/VopgjKApN1I/AAAAAAAAALA/Q1eDkpxuhmw/s1600/anatomy4D-
body.jpg) para servirem de marcadores. Daí com o app você consegue moldes em
3D do corpo humano e pode fracioná-lo em todos os seus sistemas: circulatório,
muscular, ósseo, etc. Há ainda um modelo específico do coração humano.

Veja também

Tecnologia de Pokémon Go pode ajudar até a


escolher o novo sofá da sua casa

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