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1|Fiat justitia, et pereat mundus .

- Constitucional- João Padoan

Constitucional 2

Federalismo e organização dos Estados


► Federalismo: O brasil é uma federação, não qual participam da organização
político-administrativa a União, os Estados, DF e os Municípios Art.18. A
federação resulta de um pacto e pode ser vista como um critério de
distribuição de COMPETENCIAS públicas entre as unidades politicas
AUTONOMAS.
A Federação distribui os poderes em 3 (Legislativo, Executivo e
Judiciário), gerando a pratica da democracia, porem para a federação ser
instrumento da democracia é necessário que as duas estejam em constante
aperfeiçoamento, para que não haja concentração do poder em pequenas
cúpulas.
► Distinção entre Federação e Confederação

Federação Confederação
Ligado por uma constituição Ligado por um tratado
Os membros possuem autonomia Os membros possuem soberania
O Estado pode intervir em seus É vedada a intervenção estatal
membros
Não se admite a retirada de um O membro pode se retirar quando
membro desejar
A decisão do órgão estatal é A decisão estatal não obriga
obrigatória
Única nacionalidade Preservasse a nacionalidade do
estado parte

Basicamente, na confederação, um grupo de países se juntam por meio de


tratado, mantendo sua soberania. E na Federação os países abrem mão da sua
soberania para se tornarem uno, um só Estado, com uma só lei.
► Tipos de Federalismo:
● Federalismo por agregação ou por segregação: Por agregação os
Estados (países) unem-se para formar a federação. O poder se aproxima do
centro. Ex: EUA, Alemanha e Suíça.
Por segregação ocorre o contrário, o Estado unitário reconhece autonomia
das outras unidades de poder, estados-membros. O poder se afasta do cento
para se aproximar das unidas regionais. Ex: Brasil.
● Federalismo dual, cooperativo ou por subordinação: No Federalismo
Dual, de acordo com preceitos clássicos, o poder é rigidamente dividido
entre a União (que cuida de assuntos de âmbito nacional) e estados (que
cuidam de assuntos de âmbito regional e local).
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No caso do Federalismo cooperativo, há uma integração maior entre estados


e União, o que quer dizer que não existe uma independência tão à vista
como na Dual.
● Federalismo simétrico ou assimétrico: No simétrico os membros do
pacto federativo recebem tratamento igualitário. No assimétrico, os
estados-membros não se encontram em pé de igualdade, é necessário um
tratamento jurídico desigual entre eles para serem corrigidas
desigualdades.
► Princípio federativo: O princípio federativo foi consagrado no Brasil
pela proclamação da república, escrito por Rui Barbosa e assinado pelo
Governo Provisório, que também insistiu na Federação convertendo as
províncias em Estados-membros, Art.2. Os membros do pacto federativo se
encontram em posição de igualdade jurídica.
Pode se identificar no Federalismo Brasileiro:
● – União de entidades politicas autônomas com o objetivo de realizar
tarefas públicas;
● – Distribuição de poderes entre seus membros;
● - Atuação direta de cada ente federado sobre pessoas e propriedades
localizadas em seu respectivo território;
● – Possibilidade de execução de lei por meio dos 3 poderes próprios,
com exceção do município que não tem poder judiciário;
● - Cooperação entre seus membros na realização de tarefas públicas;
● – Repartição de renda;
● – Inexistência do direito de secessão.

O federalismo brasileiro é do tipo cooperativo. A União, os Estados e os


Municípios têm competência comum para realizar, dentre outras, as
seguintes tarefas:
● – Praticar atos previstos no Art. 23
● – Legislar sobre matérias relacionadas no Art. 24
● – Destinar recursos para manter a seguridade social, Art. 195
● – Executar ações de assistência social (Art. 195, § 10) organizar
em regime de colaboração seus sistemas de ensino (Art. 211).

Lastreados pelo princípio federativo, também estão o (s):


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● Partidos políticos: Devem ser organizados em âmbito nacional, não


sendo permitido a organização de partidos políticos municipais, estaduais
ou regionais.
● Senado federal (Art.52): Os Estados-membros e o DF estão,
igualitariamente representado pelo Senado Federal e participam da vontade
do Estado federal, sucessivamente, cada um desses entes elegem 3 senadores
(Art. 46, §1º). Os municípios apesar de membro do pacto federativo, não
possuem, especificamente, tal representação.
● Partilha de competências públicas: Com intuito de melhor distribuir
as funções estatais fixou critérios para distribuição de competências
publicas entre os membros, sendo elas:
> quanto à origem: competências originarias ou delegadas;
> quanto à natureza: competências materiais ou legislativas;
> quanto à forma: competências legislativas enumeradas
(expressas) ou remanescentes (reservadas residuais);
> quanto à extensão: competências privativas, comuns ou
suplementares.
● Supremo Tribunal Federal (Art. 102): A constituição federal é o
núcleo a partir do qual emanam as normas jurídicas asseguradoras de
competências públicas. Nesta perspectiva, o Supremo Tribunal Federal tem
como principal atribuição constitucional A GUARDA DA CONSTITUIÇÃO. O
conflito de competências deverá ser dirimido pela Corte Suprema.
● Intervenção Federal (Art. 34): A união não pode intervir no DF ou
nos Estados, e estes não podem intervir nos Municípios. Porem a exceções,
nesse sentido a União poderá intervir nos Estados para:
> manter a integridade nacional
> repelir invasão estrangeira
> repelir a invasão de uma unidade federativa em outra
> garantir o livre exército de qualquer dos poderes nas unidas
da Federação
> reorganizar as finanças da unidade federativa que suspender o
pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior
> reorganizar finanças da unidade federativa que deixa de
entregar aos municípios receitas tributarias
> promover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial
> assegurar a observâncias dos seguintes princípios
constitucionais: 1. Forma federativa, sistema representativo e regime
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democrático; 2. Direito da pessoa humana; 3. Autonomia municipal; 3.


Prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 4.
Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais.
No mesmo sentido, é proibido a intervenção dos estados-membros de intervir
em seus municípios, salvo quando:
> deixar de pagar a dívida fundada por dois anos consecutivos;

> não prestar contas devidas;


> não tiver aplicado o mínimo exigido da receita municipal;
> quando o TJ de provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de Lei, de ordem ou de decisão judicial (Art. 35).

"NÃO EXISTE QUALQUER PRINCIPIO DE HIERARQUIA ENTRE AS LEIS FEDERAIS, LEIS


ESTADUAIS E MUNICIPAIS. PORQUE TODAS ESTAO IGUALMENTE SUBORDINADAS A
REPARTIÇÃO DE COMPETENCIAS EXPRESSAMENTE DEFINIDAS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL” Augusto Zimmermann

Organização da União
A União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes
(Estados, DF e municípios), constituindo pessoa jurídica de Direito
Público interno, autônoma em relação às unidades federadas e a que cabe
exercer as prerrogativas de soberania do Estado brasileira.
► União Federal e Estado Federal: O território da União abrange todo o
território físico estatal. O Estado chamado República Federativa do
Brasil, entidade de Direito das GENTES, e a União, Entidade de Direito
CONSTITUCIONAL, tem o mesmo domínio territorial físico. Mas, em sentido
jurídico o Estado Federal, é mais amplo do que o território da União, pois
abrange também as ordens jurídicas particulares das unidades regionais e
locais autônomos.
A eficácia e a validade vertical da ordem jurídica da União só presidem
aos fatos sobre que incide sua competência. A eficácia e validade vertical
da ordem jurídica do Estado Federal, ao contrário, regem toda a vida no
interior do país, porque abrangem a competência da União e a das demais
unidades autônomas referidas no Art. 18.
► A União não pode ser considerada como pessoa jurídica de Direito
Internacional por representar a República Federativa do Brasil. Isso quer
dizer apenas que as relações internacionais do Estado brasileiro
constituem matéria de competência exclusiva da união.
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Não é a União que aparece nos atos internacionais, mas a República


Federativa do Brasil, representado pelo Presidente da República – que é
chefe do Estado Brasileiro e chefe do Governo Federal (governo da União).
No direito interno, a União é tida como titular de direitos e obrigações,
ou seja, é pessoa jurídica de direito público interno, sendo responsável
pelos atos que comete.
► Bens da União, Art.20: São bens pertencentes à União todos os pontos
elencados pelo artigo 20

Competências da União
► Competências: São as diversas modalidades de poder de que se servem os
órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções. Consiste na esfera
delimitada de poder que se outorga a um órgão ou entidade estatal, mediante
a especificação de matérias sobre a quais se exerce o poder do governo.
Dispõe ela de:
> Competência material exclusiva Art. 21
> Competência legislativa privativa Art. 22. Há possibilidade de
delegação.
> Competência COMUM com os Estados, DF e Municípios Art. 23. A
Constituição abriu possibilidade de Estados, DF e Municípios
compartilharem com elada prestação de serviços nessas matérias.
> Competência legislativa CONCORRENTE, com os Estados Art. 24. Não
está inserido expressamente que os Estados podem legislar sobre as matérias
do artigo 24, porém, não é porque não consta que eles não podem legislar
suplementarmente, PODEM E DEVEM, é de sua competência faze-lo.
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades. A
superveniência de normas federais sobre normas gerais suspende a EFICACIA
da lei Estadual no que lhe for contraria, sendo revogada a lei federal
pura e simplesmente, a lei estadual recobra sua eficácia.
A Constituição não situou os Municípios na área de competência concorrente,
mas lhe outorgou competência para suplementar a legislação federal e a
estadual no que couber.

Dos Estados Federados


► O Estado Federado é pessoa jurídica de direito público interno (Art. 41,
inciso II, CC). Tem capacidade jurídica para assumir compromissos nas
ordens internas e externas. Para assumir compromissos na ordem interna,
necessita de autorização do Senado Federal (Art.52, inciso VIII). Os bens
do Estado estão elencados no Art.26.
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► Autonomia: O Estado Federado, assim como a União, DF e os Municípios,


tem autonomia, podendo exercer todas as competências que lhe são atribuídas
pela Constituição Federal. Essa autonomia é manifestada em quatro
capacidades, inerentes ao Estado:
1 – Capacidade de auto-organização: Decorre do Art.25, cada Estado
ao elaborar sua Constituição estadual, tem autonomia para se organizar do
modo que que entender adequado, porem a certas novas na Constituição
Federal que o Estado deve reproduzir.
2 – Capacidade de autogoverno: O Estado federado elege seus
governantes de forma independente, não se submetendo ao núcleo de poder
central. A Constituição Federal prevê a eleição de deputados estaduais
(Art.27), governador e vice (Art.28).
3 – Capacidade de autoadministração: O Estado Federado tem competência
para administrar seus bens e serviços públicos por eles realizados, não
necessitando orientações ou ordens do núcleo central de poder (União).
4 – Capacidade legislativa: Possui competência legislativa, as quais
podem ser concorrentes (Art.24) ou privativas, que atribuem a cada Estado
federado o poder de legislar, com exclusividade em seu território, sobre
determinadas matérias.
► Competências privativas: A competência privativa só pode ser exercida
por um membro do pacto federativo, com exclusão dos demais. O Estado
federado, exerce privativamente, competência matéria e legislativa.
● Competência material privativa: O Estado federado pode exercer,
privativamente, nos limites de seu território, todas as competências que
NÃO lhe são vedadas pela Constituição federal (Art.25, §1º).
● Competência legislativa: O campo de incidência de sua legislação
ao vai muito além do terreno administrativo, financeiro, social
(competência comum), gestão de seus bens e alguma coisa na esfera
econômica.
► Competências Comuns: O Estado federado exerce, conjuntamente com outros
membros do pacto federativo, competência material e legislativa.
● Competência material comum, Art.23;
● Competência legislativa comum, Art. 24.
► Competência legislativa remanescente (residual) Art. 25, §1º: pertence
em regra ao Estado federado, salvo quando se tratar de impostos.
► Competência legislativa suplementar: A omissão legislativa da União será
preenchida pela atuação dos Estados federados, concorrentemente. As normas
estatais terão sua eficácia suspensa caso a União edite normas contrarias
a do Estado federado.
► Tripartição do Poder Estadual:
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● Poder legislativo estadual: Assembleia Legislativa é o órgão do


Poder Legislativo estadual, que nos Estados, é unicameral, ou seja, não
se admite a criação de senado estadual. A assembleia compõe-se de
deputados, representantes do povo do Estado, eleitos diretamente pelo
sistema proporcional, para um mandato de quatro anos. Art.27
● Poder Executivo Estadual, Art.28: O poder executivo é exercido pelo
governador do Estado, cujo mandato tem duração de 4 anos, permitindo-se
uma reeleição. Cabe ao vice-governador substituir o governador no caso de
impedimento e sucede-lo não de vacância do cargo.
● Poder Judiciário Estadual: É composto pelo Tribunal de Justiça e
por juízes estaduais. A constituição autoriza criar a justiça militar
estadual, mediante a lei estadual de iniciativa do tribunal de Justiça.

Dos Municípios
O Município é pessoa jurídica de direito público interno (Art.41, inciso
III, CC)
► Autonomia: O Município tem autonomia para exercer todas as competências
que lhe são atribuídas pela Constituição Federal, é assegurada pelos
Arts.18 e 29, e garantida contra o Estado no Art.34, VII, c. Diante do
pacto federativo, ele se encontra em posição de igualdade jurídica com a
União, os Estados e o DF. Sua autonomia é expressa em quatro capacidades:
1 – Capacidade de auto-organização: elabora sua lei Orgânica. A lei
orgânica age como uma Constituição Municipal, sendo considerada a lei mais
importante que rege os municípios e o Distrito Federal. Cada município
brasileiro pode determinar as suas próprias leis orgânicas, contanto que
estas não infrinjam a constituição e as leis federais e estaduais;
2 – Capacidade de autogoverno: elege prefeito, vice e vereadores;
3 – Capacidade de autoadministração: administra bens e serviços;
4 – Capacidade legislativa: elabora leis em âmbito municipal.
► Competência Legislativa suplementar: Segundo a Constituição Federal o
município tem competência para suplementar, no que couber, a legislação
federal e a estadual Art.30, inciso II.
OS MUNICÍPIOS LEGISLARÃO SUPLEMENTARMENTE, ESTABELECENDO AS NORMAS
ESPECIFICAS E, EM SENDO O CASO, TAMBEM AS NORMAS GERAIS, SEMPRE QUE ISSO
FOR NECESSARIO AO EXERCICIO DE COMPETENCIA MATERIAS, COMUNS OU PRIVATIVAS.
► O município possui competência matéria privativa, legislativa privativa,
material comum e a legislativa suplementar.
► Tripartição do poder Municipal: O governo municipal é constituído apenas
pelo poder Executivo (prefeito) e Legislativo (câmara municipal). O poder
judiciário que atua nos municípios, as comarcas, são estaduais.
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● Poder executivo: O prefeito é o chefe da administração local e do


poder executivo. Caberá lei orgânica de cada município discriminar as
funções do prefeito, que basicamente se resumem em funções de governo e
administrativas.
● Poder legislativo: A câmara municipal devera também ter suas funções
descriminadas pela lei orgânica do respectivo Município, as quais possui
quatro grupos:
1 – Função legislativa: exercida com a participação do prefeito,
estabelecem as leis municipais, o processo legislativo das leis em geral
assim como o orçamento.
2 – Função meramente deliberativa: por meio do qual a câmara
exerce atribuições de sua competência privativa.
3 – Função fiscalizadora: a constituição declara que a
fiscalização financeira e orçamentaria do Município será exercida pela
Câmara Municipal, mediante controle externo, Art.31 e 31, §3.
4 – Função julgadora: a câmara exerce um juízo político, quando
lhe cabe julgar o prefeito e os vereadores por infrações político-
administrativas.

Do Distrito Federal
O DF surgiu da transformação do antigo município neutro, que era a sede
da corte e capital do império. Goza de autonomia político-constitutiva,
logo não pode mais ser considerado simples autarquia territorial, como o
entendemos no regime constitucional anterior. Parece que basta concebe-lo
como uma UNIDADE FEDERADA com autonomia parcialmente tutelada (União),
(Art.41, inciso II).
► Autonomia: Reconhece-se a autonomia ao DF, podendo ser expressa em quatro
capacidades:
1 – Capacidade de auto-organização: o DF possui autonomia para se
organizar. Segundo a CF ele será regido por lei orgânica, Art.32.
2 – Capacidade de autogoverno: elege governador, vice e mais 24
deputados distritais Art.32, §2º.
3 – Capacidade de autoadministração: a CF concede autonomia ao DF
para administrar seus bens e serviços, embora alguns serviços públicos
prestados no DF sejam oferecidos pela União.
4 – Capacidade legislativa: o DF exerce as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios, Art.32, §1º. ASSIM, ELE PODE LEGISLAR
SOBRE MATERIAS QUE PERTENCERIAM AOS MUNICIPIOS, VISTO QUE ELE NÃO OS TEM,
E SOBRE MATERIAS PERTENCENTES AO ESTADO FEDERADO, COM O QUAL SE PARECE.
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► Tripartição dos poderes no DF: possui poderes legislativos e executivos


próprios. O poder judiciário é organizado e mantido pela União.
● Poder legislativo: é unicameral, constituído pela câmara
legislativa em Brasília. É de competência privativa da União legislar
sobre a organização judiciaria, Art.22, inciso XVII.
● Poder executivo: exercido pelo govenador e auxiliado pelos
secretários distritais. Por proibição constitucional o DF não possui
Municípios, logo não há prefeitos bem vereadores, Art.32.
● Poder judiciário: pertence a estrutura de poder da União, Art.21,
inciso XIII, VISTO QUE O DF NÃO TEM PODER JUDICIARIO PRÓPRIO.
► O DF exerce competências privativas tanto de natureza material quando
de natureza legislativa, e exerce, conjuntamente com a União, competência
material (Art.23) e legislativa (Art.24).

Da Administração Pública Art.37 a 43


► Administração pública é o conjunto de meios institucionais, materiais,
financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas.
► Administração pública DIRETA e INDIRETA:
● direta: diz ser que é direta quando os serviços públicos são
prestados diretamente as pessoas, pela estrutura administrativa da
Presidência da Republica e dos ministérios.
Estes órgãos são despersonalizados,
ou seja, não possuem personalidade jurídica própria,
portanto, não são capazes de contrair direitos e obrigações por si
próprios. Os Órgãos não passam de simples repartições internas de retri
buições, e necessitam de um representante legal (agente público) para
constituir a vontade de cada um deles. Trata-se
da desconcentração do poder na Administração Pública
● indireta: é exercida por meio de autarquias, sociedades de economia
mista, empresas públicas e fundações públicas. Toda tem personalidade
jurídica propina, e de algum modo encontram-se vinculadas a administração
direta, especificamente aos ministérios.
> Autarquia: Entidade integrante da administração pública
indireta, criada pelo próprio governo, através de uma lei especifica para
exercer função típica, exclusiva do Estado. Independem de registros e são
organizadas por decreto. Tem o seu fim especifico voltado para a
coletividade. SÃO PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PUBLICO DE CAPACIDADE
EXCLUSIVAMENTE ADMINISTRATIVA. Seu patrimônio é próprio.
> Empresas Públicas: São empresas com personalidade jurídica de
direito privado, integrantes da administração pública indireta que exercem
funções atípicas. As normas que incidem nestas entidades são na maioria
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de direito privado, proveniente do CC. São autorizadas por lei especifica


a funcionar como prestadoras de serviços públicos, ou exploradoras de
atividade econômica. Exercem atividades essenciais (correio e infraero).
Seu patrimônio é próprio.
> Sociedade de Economia Mista: São empresas com personalidade
jurídica de direito provado, integrantes da administração pública indireta
que exercem função atípica. As normas geralmente são de direito privado,
seu capital é constituído por recursos públicos e privados. Terão
necessariamente a forma societária de S.A. (sociedade anônima). Patrimônio
próprio.
> Fundações públicas: As fundações públicas são entidades
integrantes da administração pública indireta, formada por um patrimônio
personalizado destacado por um fundador.
► Principio da administração pública, Art.37:
● Princípio da legalidade: decorrente do Estado de Direito, exige que
a atuação do administrador público seja de acordo com a lei e não consoante
sua própria vontade. O princípio da legalidade conte, primeiramente, uma
proibição ao administrador público de não poder atuar de modo contrário a
lei.
● Princípio da moralidade administrativa: o ato administrativo além
de estar previsto em lei, deve atender à exigência de moralidade
administrativa. Embora devidamente previsto em lei, o ato pode ser imoral,
nesse sentido dever ser considerado o contexto do ato praticado.
Exemplo: o município X não manda verba para a educação nem a saúde, porem
seu prefeito comprou um luxuoso carro. A compra do veículo é permitida,
mas em tais circunstâncias o ato administrativo se torna imoral.
● Princípio da Impessoalidade: os atos praticados pelos agentes
estatais não podem ter caráter pessoal, subjetivo. A administração tem que
tratar a todos os administrados sem discriminação, benéficas ou
detrimentosas.
● Principio da publicidade: a administração publica deve ser
transparente. A publicidade de seus atos é uma exigência da democracia.
Público é o que a todos pertencem e que, pertencendo a todos, não pertence
a ninguém em particular. A dimensão publica, dizendo respeito a todos é,
pela sai própria natureza, inclusiva.
● Principio da eficiência: o que se espera de cada servidor público
é ser eficiente no exercício de sus funções. Eficiente é o trabalho de
qualidade, que produz bons resultados, gerando certo grau de satisfação
ao público.
● Principio da licitação pública: a licitação tem por escopo obter a
proposta mais vantajosa a administração publica. Tal procedimento é
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necessário na contratação de obras e serviços bem como na compra e na


alienação de bens.
● Principio do concurso público: as pessoas devem ingressar no serviço
público em virtude de suas qualidades intelectuais e de seu comportamento
ético. A razão subjacente ao postulado do concurso público, é a aferição
do princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei, vedando
a pratica inaceitável de o poder público conceder privilégios.
● Principio da responsabilidade civil do Estado, Art.37, §6º: baseando
se na responsabilidade objetiva, o Estado responde patrimonialmente pelos
danos causados não porque houve culpa do agente ou do serviço, mas porque,
mediante ato licito ou ilícito, porem lesivo, causou danos a vítima.
Os pressupostos de responsabilidade objetiva são 3: fato do serviço, dano
e relação de causalidade entre aquele e este. Nota se que a culpa não está
elencada, pois em seara de responsabilidade objetiva, ela não é exigida.
O Estado somente poderá ser isentado do dever de indenizar, se provar
excludentes de responsabilidade, sendo elas: culpa da vítima, culpa de
terceiro, caso fortuito, força maior, estado de necessidade ou legitima
defesa.
● Principio da participação, Art.37, §3º
● Principio da prescritibilidade dos ilícitos administrativos,
Art.37, §5º: Os atos ilícitos práticos no âmbito da administração pública
podem ser atingidos pela prescrição.
● princípio da autonomia gerencial, Art.37, §8º: é uma forma de
contrato administrativo inusitado entre administradores de órgãos do poder
público com o próprio poder público.
► Servidores Públicos:
● Acesso ao serviço público: Uma pessoa pode ingressar no serviço
público por eleição, convite ou concurso público. Os dois primeiros geram
um vínculo precário entre ela e o poder público, no caso de eleição o
vínculo irá durar pelo tempo de mandato, em relação ao convite, o vínculo
era permanecer até que ocorra a exoneração do cargo. Por meio de concurso
público, Art.37, inciso II, a pessoa poderá ser investida em cargo público
e adquirir estabilidade.
● Estabilidade e perda de cargo: o servidor nomeado para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público adquirira estabilidade
após três anos de efetivo exercício, Art.41. Adquirida estabilidade o
servido não poderá ser exonerado do cargo, salvo exceções constitucionais.
● Cumulação de pedidos: a constituição veda a cumulação remunerada
de dois ou mais cargos públicos. Prevalece a regra, segundo a qual cada
servidor exerce um cargo público, todavia, havendo compatibilidade de
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horários, permite-se, em casos excepcionais, que um mesmo servidor exerça


dois cargos públicos, Art.37, inciso XVI.
● Mandato eletivo: o servidor público, tanto da administração direta
quanto da indireta e da fundacional, poderá eleger-se para exercer mandato,
aplicando as regras do Art.38.
● Sindicalização e direito de greve: a Constituição assegura ao
servidor público a liberdade de pertencer a uma associação sindical,
Art.37, inciso VI. Também assegurou o direito de greve que será exercido
nos termos e nos limites definidos em lei especifica, Art.37, inciso VII.
● Previdência social, Art.40.

Dos Servidores Públicos


O Estado se exprime por seus órgãos, que são instrumentos ou meios de ação
pelos quais se coloca em condições de querer, de atuar e de relaciona-se
com outros sujeitos de direito. É caracterizado como um centro de
competências delimitado por normas legais.
O elemento subjetivo do órgão público – titular – denominado genericamente
agente público, sendo distinguido em: AGENTES POLITICOS, titulares de
cargos que compõe a estrutura fundamental do governo, e AGENTES
ADMINISTRITIVOS, compreende todos aqueles que mantem com o poder público
relação de trabalho, não eventual, sob vinculo de dependência. Art.37, I
e IX.

► Acessibilidade a função administrativa: função administrativa é exercida


por agentes administrativos, servidores públicos, mediante a ocupação de
um cargo. A constituição estatui que os cargos, empregos e funções são
acessíveis aos brasileiros (eficácia contida) que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como os estrangeiros (eficácia limitada),
Art.37, I. EC-19/98.

► Investidura em cargo ou emprego: o princípio da acessibilidade aos cargos


e empregos públicos visa essencialmente realizar o princípio do mérito que
apura mediante investidura por concurso público de provas ou provas de
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego.

► Função de confiança e cargo de comissão: Segundo o Art.37, inciso V,


nota-se que não há uma distinção precisa entre as funções de confiança e
os cargos em comissão. A maior diferença está no lugar ocupado no quadro
funcional da Administração, sendo que, enquanto o cargo em comissão ocupa
um espaço na sua estrutura, uma vez que se nomeia uma pessoa qualquer para
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exercê-lo (nomeação baseada na confiança da autoridade nomeante para com


o nomeado) reservado o limite mínimo exigido por lei, atribuindo-lhe um
conjunto de responsabilidades, a função de confiança é atribuída a um
servidor efetivo, que já pertence aos quadros da Administração, não
modificando, então, a estrutura organizacional da Administração Pública.

Função de confiança Cargo em comissão


Exercidas exclusivamente por Qualquer pessoa, observado o
servidores ocupantes de cargo percentual mínimo reservado ao
efetivo servidor de carreira
Com concurso público já que Sem concurso público, ressalvado o
somente pode exerce-la, MAS a percentual mínimo reservado ao
função em si não prescindível de servido de carreira
concurso publico
Somente são conferidas atribuições É atribuído podo (lugar) num dos
e responsabilidades quadros da administração pública
conferidas atribuições e
responsabilidades aquele que irá
ocupa-lo
Destampam-se apenas as atribuições Destinam-se apenas as atribuições
de direção, chefia e de direção, chefia e
assessoramento assessoramento
De livre nomeação e exoneração no De livre nomeação e exoneração
que se refere a função e não em
relação ao cargo efetivo

► Contratação de pessoal temporário, Art.37, IX: A lei estabelecera os


casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público. O contratado é, assim, um
prestacionnista de serviços temporários.
► Vedação a acumulação remuneradas: A constituição veda acumulação
remuneradas de cargos, empregos e funções na administração direta ou
indireta, Art.37, XVI e XVII. Contudo há exceções, segundo o Art.37, XI.
► Aposentadoria pensão e seus proventos: são outros tantos direitos
constitucionais dos servidores públicos. A aposentadoria dos servidores
abrangidos por esse regime previdenciário se dará por:
1 – Invalidez permanente: com PROVENTOS INTEGRAIS quando decorrente
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
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ou incurável, na forma da lei. E PROPORCIONAL ao tempo de contribuição nos


demais casos.
2 – Compulsoriamente: aos setenta anos de idade com proventos
PROPORCIONAIS ao de contribuição.
3 – Voluntariamente: desde que cumprido o tempo mínimo de 10 ANOS de
efetivo exercício no serviço público e 5 ANOS no cargo efetivo em que se
dará a aposentadoria, observado as condições:
Homem: 60 anos de idade e 35 de contribuição
Mulher: 55 anos de idade e 30 de contribuição
► Efetividade e estabilidade, Art.41: Cargo de provimento efetivo é aquele
que deve ser preenchido em caráter definitivo, referindo-se essa
característica a titularidade do cargo, para indicar que a pessoa que nele
investida o será como seu titular definitivo, em princípio por isso não
impede remoção ou transferência.
● Efetividade: é um atributo do cargo concernente a forma de seu
provimento. Refere-se a titularidade do cargo definido em lei como
provimento em caráter efetivo. É vinculo do funcionário ao cargo, e
constitui pressuposto de estabilidade
● Estabilidade: não se dá no cargo, mas no serviço público. É garantia
do servidor, não atributo do cargo, é então, um direito que a constituição
garante ao servidor público. São requisitos para adquirir estabilidade:
> Nomeação por concurso, Art.37, II;
> Exercício efetivo por 3 anos, o período de 3 anos é definido
como ESTAGIO PROBATORIO, durante o qual a administração apura a
conveniência de sua confirmação no serviço.
Perde o cargo o servidor estável nos seguintes casos:
> Por extinção ou declaração de sua desnecessidade, ficando o
servidor em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu aproveitamento em outro cargo.
> Por demissão.
> Insuficiência de desempenho, apurado por meio de avalição
periódica de desempenho.

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