ATIVIDADE DE PESQUISA - ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE RESISTÊNCIA,
VISCOSIDADE E ELASTICIDADE DOS MATERIAIS DAS CAMADAS DO
PAVIMENTO
João Marcos Azevedo de Oliveira – Matrícula: 2017004869
1 POSSÍVEIS CAUSAS DE DETERIORAÇÃO MICROESTRUTURAL DOS
MATERIAIS DE PAVIMENTAÇÃO
Ao longo da sua vida útil, os pavimentos rodoviários sofrem processos de degradação
devido à ação do tráfego e condições climáticas que nele atua. Como consequência do intenso volume de veículos e do excesso de carga, resulta-se na deterioração prematura e consequentemente o aumento dos custos de transportes no país (PAVIANI, 2015). Para Medina e Motta (2005), a degradação de pavimentos está associada a vários fatores, entre esses fatores, pode-se citar as deformações permanentes excessivas e o trincamento por fadiga. Além delas, identifica-se ainda as trincas por retração térmica e a desagregação, que estão relacionadas com as condições climáticas. Como dito acima, os principais problemas relacionados a qualidade dos pavimentos e que merecem especial atenção devido à magnitude que ocorrem e, principalmente, porque são defeitos estruturais, é o acúmulo de deformação permanente nas trilhas de roda, que ocorre na maioria das situações nos primeiros anos de vida do pavimento, devido à consolidação e tensões cisalhantes, como também a fadiga da capa asfáltica, que geralmente ocorre em pavimentos mais velhos (PAVIANI, 2015 apud ROBERTS et al.,1991). As cargas dinâmicas geradas pelo tráfego sobre o pavimento ocasionam estados de tensões e deformações que acabam comprometendo o desempenho destas estruturas que se devem principalmente ao acúmulo excessivo de deformações permanentes e ao trincamento por fadiga (PAVIANI, 2015). Outras formas de degradação dos pavimentos são o trincamento a baixas temperaturas e tempos reduzidos de aplicação de carga e trincamento por retração devido a variações térmicas. O trincamento a baixas temperaturas e tempos reduzidos de aplicação de carga ocorre, porque nessas condições a mistura pode ser considerada como sendo um material elástico, com elevado módulo, contudo de comportamento frágil. Se a tensão de tração induzida pelo tráfego for demasiada, irá ocorrer o surgimento de trincas. Já o trincamento por retração devido às variações térmicas ocorre quando a baixas temperaturas as misturas tendem a sofrer uma diminuição de volume, ou seja, retração (PAVIANI, 2015 apud BOCK, 2012).
2 ENSAIOS DE FLUÊNCIA (CREEP) COM MISTURAS ASFÁLTICAS
APLICÁVEIS NA ANÁLISE DE PAVIMENTOS
O fenômeno da fluência (creep) corresponde à deformação lenta e progressiva do
material quando submetido a uma tensão constante. Assim, em materiais que apresentam creep, como as misturas asfálticas por exemplo, as deformações continuam a crescer mesmo quando não ocorre variação no carregamento (PORTELA et al, 2008 apud LAKES, 1998). O ligante asfáltico é um material que apresenta comportamento mecânico conhecido dependente do tempo e sua presença na camada de revestimento asfáltico é fundamental no entendimento dos fenômenos que uma mesma solicitação provoca em diferentes momentos da vida útil do pavimento (PORTELA et al, 2008 apud SOARES E SOUZA, 2002). Com o intuito de caracterizar corretamente as misturas asfálticas, é necessária a obtenção de parâmetros compatíveis com os efeitos viscoelásticos, permitindo o estudo e a análise de tensões (σ) e deformações (ε) (PORTELA et al, 2008). O ensaio de fluência consiste na aplicação instantânea de uma tensão, em um corpo de prova viscoelástico, e a manutenção desta tensão durante certo intervalo de tempo onde é medida a deformação. 3 REFERÊNCIAS
MEDINA, J. de; MOTTA, L. M. G. Mecânica dos Pavimentos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 574p. 2005.
PAVIANI, T. M. Efeitos da adição de cal hidratada no comportamento mecânico de
concretos asfálticos produzidos com agregados granítico. 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
PORTELA, E. de L.; PARENTE JUNIOR., E.; BOTELHO, R. P.; HOLANDA, A. S. de.
Análise viscoelástica de pavimentos asfálticos pelo método dos elementos finitos. Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes, 22., 2008, Fortaleza: ANPET, 2008. p. 1-12.