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VADE MECUM ESTRATÉGICO PARA POLÍCIA CIVIL/Escrivão e Investigador da PCAM

Legislação compilada pelo Estratégia Concursos

Olá Guerreiros, tudo bem?


Aqui é o Prof. e Delegado de Polícia Civil de SP, Paulo Bilynskyj, em nome dos professores do Estratégia
Concursos, escrevo para apresentar este Vade Mecum Estratégico para concursos da Polícia Civil. Sabemos
que a leitura da lei seca é uma etapa importantíssima na sua preparação e, por este motivo, resolvemos
poupar o seu tempo e compilar a legislação para Escrivão e Investigador da Polícia Civil do Estado do
Amazonas.
Para subsidiar a produção deste material, utilizamos o último edital do concurso, publicado em 2008.
Esperamos que você faça bom uso deste VadeMecum Estratégico. Quando você estiver estudando as suas
aulas em vídeo ou em PDF, pode ser interessante fazer uma breve consulta aos dispositivos legais
mencionados pelo professor ou pelos exercícios. E, em algum momento dos seus estudos, vale a pena realizar
a leitura integral da norma.
Por fim, deixo o convite para que você conheça os nossos cursos completos em vídeo, livro digital (PDF) e
com acesso direto ao professor por meio do fórum de dúvidas. Acessando o link abaixo, você pode baixar as
aulas demonstrativas dos cursos e conhecer melhor o nosso trabalho. E, caso resolva adquirir, saiba que
você terá a nossa garantia de satisfação: caso não se adapte aos nossos cursos, basta solicitar seu o dinheiro
de volta nos primeiros 30 dias após a compra, e nós faremos o reembolso integral, mesmo que você já tenha
baixado alguns vídeos ou PDFs.

CURSOS COMPLETOS PARA A POLÍCIA CIVIL:


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Bons estudos!
Prof. Paulo Bilynskyj

E-mail: pbilynskyj@gmail.com
Facebook: Paulo Bilynskyj
Instagram: @paulobilynskyj
Youtube: Projeto Policial

Atualizado até 13 de dezembro de 2018.

Cursos Completos para Polícia Civil em: 1


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DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................................................. 4
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................... 4
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO AMAZONAS. ................................................................................... 91
DIREITO PENAL .............................................................................................................. 163
CÓDIGO PENAL .............................................................................................................................. 163
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. ................................................................................. 221
DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................... 223
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL....................................................................................................... 223
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989. ............................................................................... 288
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 289
LEI Nº 2.271 DE 10 DE JANEIRO DE 1994 ...................................................................................... 289
LEI N.º 1.762 DE 14 DE NOVEMBRO DE 1986 ............................................................................... 316
LEI COMPLEMENTAR Nº 30/2001 DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001 ................................................ 332
LEI DELEGADA N.º 87, DE 18 DE MAIO DE 2.007 .......................................................................... 352
LEI Nº 2875, DE 25 DE MARÇO DE 2004 ....................................................................................... 356
LEGISLAÇÃO ESPECIAL.................................................................................................... 360
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 ................................................................................... 360
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 370
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. ...................................................................................... 372
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968. ................................................................................. 374
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. ................................................................................. 374
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. ........................................................................................... 377
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 378
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. ............................................................................. 420
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013. .................................................................................... 426
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. ....................................................................................... 432
LEI N° 7.210 DE 11 DE JULHO DE 1984 .......................................................................................... 433
LEI Nº 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967. .................................................................................. 459
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. ................................................................................ 473
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. ....................................................................................... 487

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LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990. ............................................................................... 494


LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 ................................................................................. 496
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. ................................................................................ 510
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. ................................................................................ 521
DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 .......................................................................... 530

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II - garantir o desenvolvimento nacional;


DIREITO CONSTITUCIONAL
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE discriminação.
1988.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
PREÂMBULO internacionais pelos seguintes princípios:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em I - independência nacional;


Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos II - prevalência dos direitos humanos;
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores III - autodeterminação dos povos;
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, IV - não-intervenção;
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
V - igualdade entre os Estados;
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL.
VI - defesa da paz;
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais VII - solução pacífica dos conflitos;

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
fundamentos:
X - concessão de asilo político.

I - a soberania; Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a


integração econômica, política, social e cultural dos povos da
II - a cidadania; América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
III - a dignidade da pessoa humana;
TÍTULO II
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
V - o pluralismo político. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
termos desta Constituição. residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
solidária; coisa senão em virtude de lei;

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III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
desumano ou degradante; locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
anonimato; exigido prévio aviso à autoridade competente;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à vedada a de caráter paramilitar;
imagem;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, interferência estatal em seu funcionamento;
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as XXI - as entidades associativas, quando expressamente
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; judicial ou extrajudicialmente;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, XXII - é garantido o direito de propriedade;


científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
dano material ou moral decorrente de sua violação; interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar competente poderá usar de propriedade particular,
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas desde que trabalhada pela família, não será objeto de
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
investigação criminal ou instrução processual penal; atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
estabelecer; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
exercício profissional;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele atividades desportivas;
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

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b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico c) a soberania dos veredictos;


das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
associativas; contra a vida;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
privilégio temporário para sua utilização, bem como sem prévia cominação legal;
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais;
XXX - é garantido o direito de herança;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
favorável a lei pessoal do "de cujus";
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do como crimes hediondos, por eles respondendo os
consumidor; mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo constitucional e o Estado Democrático;
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
pagamento de taxas: perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de patrimônio transferido;
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para entre outras, as seguintes:
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal; a) privação ou restrição da liberdade;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário b) perda de bens;


lesão ou ameaça a direito;
c) multa;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;
d) prestação social alternativa;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


e) suspensão ou interdição de direitos;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a


XLVII - não haverá penas:
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
a) a plenitude de defesa;
do art. 84, XIX;

b) o sigilo das votações;


b) de caráter perpétuo;

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c) de trabalhos forçados; competente, salvo nos casos de transgressão militar ou


crime propriamente militar, definidos em lei;
d) de banimento;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
e) cruéis; serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais
apenado; o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
e moral; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
amamentação; autoridade judiciária;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
político ou de opinião;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
autoridade competente; em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem
o devido processo legal; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e corpus ou habeas data, quando o responsável pela
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória; a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
associados;
se esta não for intentada no prazo legal;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a


LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
social o exigirem;
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
LXXII - conceder-se-á habeas data:
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária

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a) para assegurar o conhecimento de informações relativas CAPÍTULO II


à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos DOS DIREITOS SOCIAIS
de dados de entidades governamentais ou de caráter
público; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de entidade de que o Estado participe, à moralidade de outros que visem à melhoria de sua condição social:
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
de custas judiciais e do ônus da sucumbência; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na III - fundo de garantia do tempo de serviço;
sentença;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
forma da lei: sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
a) o registro civil de nascimento; com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
b) a certidão de óbito;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas trabalho;
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
garantam a celeridade de sua tramitação. que percebem remuneração variável;

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração
fundamentais têm aplicação imediata. integral ou no valor da aposentadoria;

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime
República Federativa do Brasil seja parte. sua retenção dolosa;

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos da empresa, conforme definido em lei;
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a após a extinção do contrato de trabalho;
compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho; a) (Revogada).

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em b) (Revogada).


turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos cor ou estado civil;
domingos;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; deficiência;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico
um terço a mais do que o salário normal; e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
salário, com a duração de cento e vinte dias; a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; quatorze anos;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
incentivos específicos, nos termos da lei; vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
normas de saúde, higiene e segurança; lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
insalubres ou perigosas, na forma da lei; nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
XXIV - aposentadoria;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
o seguinte:
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
intervenção na organização sindical;
de trabalho;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,


XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
em qualquer grau, representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
empregador, sem excluir a indenização a que este está podendo ser inferior à área de um Município;
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os judiciais ou administrativas;

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IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
tratando de categoria profissional, será descontada em de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
folha, para custeio do sistema confederativo da de seu país;
representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a República Federativa do Brasil;
sindicato;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas brasileira, desde que sejam registrados em repartição
negociações coletivas de trabalho; brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
organizações sindicais;
II - naturalizados:
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até brasileira, exigidas aos originários de países de língua
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
nos termos da lei. idoneidade moral;

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
atendidas as condições que a lei estabelecer. ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
a nacionalidade brasileira.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e § 1º Aos portugueses com residência permanente no País,
sobre os interesses que devam por meio dele defender. se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e previstos nesta Constituição.
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas Constituição.
da lei.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
de discussão e deliberação. II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é III - de Presidente do Senado Federal;
assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
direto com os empregadores.
V - da carreira diplomática;
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
VI - de oficial das Forças Armadas.

Art. 12. São brasileiros:


VII - de Ministro de Estado da Defesa

I - natos:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que:

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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, I - a nacionalidade brasileira;


em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
III - o alistamento eleitoral;
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao V - a filiação partidária;


brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
para permanência em seu território ou para o exercício de VI - a idade mínima de:
direitos civis;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República República e Senador;
Federativa do Brasil.
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a e do Distrito Federal;
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
ter símbolos próprios.
d) dezoito anos para Vereador.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio


§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
todos, e, nos termos da lei, mediante:
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subseqüente.
I - plebiscito;
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
II - referendo; República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
III - iniciativa popular. até seis meses antes do pleito.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o


cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
II - facultativos para: Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
a) os analfabetos; eletivo e candidato à reeleição.

b) os maiores de setenta anos; § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes


condições:
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos. II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

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§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
cargo ou emprego na administração direta ou indireta. adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
corrupção ou fraude. disciplina e fidelidade partidária.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
temerária ou de manifesta má-fé. Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e
ou suspensão só se dará nos casos de: acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os
partidos políticos que alternativamente:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado; I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos
II - incapacidade civil absoluta; em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto uma delas; ou
durarem seus efeitos;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Federação.

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
ocorra até um ano da data de sua vigência. previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e
facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada
CAPÍTULO V
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
TÍTULO III
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
Da Organização do Estado
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
CAPÍTULO I
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
preceitos:

Art. 18. A organização político-administrativa da República


I - caráter nacional;
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de termos desta Constituição.
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

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§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de econômica exclusiva;
origem serão reguladas em lei complementar.
VI - o mar territorial;
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação
da população diretamente interessada, através de plebiscito, VIII - os potenciais de energia hidráulica;
e do Congresso Nacional, por lei complementar.
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão
arqueológicos e pré-históricos;
de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios: administração direta da União, participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
minerais no respectivo território, plataforma continental,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
seus representantes relações de dependência ou aliança,
compensação financeira por essa exploração.
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura,
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de
II - recusar fé aos documentos públicos;
fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. reguladas em lei.

CAPÍTULO II Art. 21. Compete à União:


DA UNIÃO
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
Art. 20. São bens da União: organizações internacionais;

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a II - declarar a guerra e celebrar a paz;
ser atribuídos;
III - assegurar a defesa nacional;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
de limites com outros países, ou se estendam a território
intervenção federal;
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
bélico;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
VII - emitir moeda;
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

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VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as XVII - conceder anistia;


operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
de previdência privada; calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
social; hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;)

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
inclusive habitação, saneamento básico e transportes
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, urbanos;
concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos nacional de viação;
institucionais;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, e de fronteiras;
concessão ou permissão:
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
aproveitamento energético dos cursos de água, em derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidro energéticos; a) toda atividade nuclear em território nacional somente
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura Congresso Nacional;
aeroportuária;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre comercialização e a utilização de radioisótopos para a
portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
transponham os limites de Estado ou Território;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
internacional de passageiros; igual ou inferior a duas horas;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
Pública dos Territórios;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o atividade de garimpagem, em forma associativa.
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
II - desapropriação;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

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III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo XXIII - seguridade social;
e em tempo de guerra;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão; XXV - registros públicos;

V - serviço postal; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
metais; modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
valores; para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, § 1°, III;
VIII - comércio exterior e interestadual;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
IX - diretrizes da política nacional de transportes; marítima, defesa civil e mobilização nacional;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, XXIX - propaganda comercial.
aérea e aeroespacial;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
XI - trânsito e transporte; Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; Distrito Federal e dos Municípios:

XIV - populações indígenas; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão
de estrangeiros; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
garantia das pessoas portadoras de deficiência;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e
condições para o exercício de profissões; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos
Territórios, bem como organização administrativa destes; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
nacionais;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
popular;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;


XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e
corpos de bombeiros militares; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária
e ferroviária federais;

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IX - promover programas de construção de moradias e a XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
marginalização, promovendo a integração social dos setores deficiência;
desfavorecidos;
XV - proteção à infância e à juventude;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias
minerais em seus territórios; civis.

XII - estabelecer e implantar política de educação para a § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
segurança do trânsito. União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a § 2º A competência da União para legislar sobre normas
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal suas peculiaridades.
legislar concorrentemente sobre:
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
urbanístico;
CAPÍTULO III
II - orçamento; DOS ESTADOS FEDERADOS

III - juntas comerciais; Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas


Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
IV - custas dos serviços forenses; desta Constituição.

V - produção e consumo; § 1º São reservadas aos Estados as competências que não


lhes sejam vedadas por esta Constituição.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
ambiente e controle da poluição; concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, regulamentação.
turístico e paisagístico;
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
histórico, turístico e paisagístico; limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
pesquisa, desenvolvimento e inovação; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

X - criação, funcionamento e processo do juizado de I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,


pequenas causas; emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
XI - procedimentos em matéria processual;

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II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no CAPÍTULO IV


seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Dos Municípios
Municípios ou terceiros;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
União. Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa
corresponderá ao triplo da representação do Estado na I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados simultâneo realizado em todo o País;
Federais acima de doze.
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art.
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e eleitores;
incorporação às Forças Armadas.
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei do ano subseqüente ao da eleição;
de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
espécie, para os Deputados Federais, observado o que observado o limite máximo de:
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I. a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
mil) habitantes;
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
secretaria, e prover os respectivos cargos. (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes;
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
legislativo estadual. c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de habitantes;
Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
do ano anterior ao do término do mandato de seus habitantes;
antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do
ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
art. 77. 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes;
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro
cargo ou função na administração pública direta ou indireta, f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
ressalvada a posse em virtude de concurso público e 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (cento sessenta mil) habitantes;

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, (trezentos mil) habitantes;
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

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h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000
600.000 (seiscentos mil) habitantes; (sete milhões) de habitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000
(setecentos cinquenta mil) habitantes; (oito milhões) de habitantes; e

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
900.000 (novecentos mil) habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal,
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
milhão e cinquenta mil) habitantes; III, e 153, § 2º, I;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente,
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de seguintes limites máximos:
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
habitantes; máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes,
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais Deputados Estaduais;
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de
até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos
de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e Deputados Estaduais;
de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
(quatro milhões) de habitantes; Deputados Estaduais;

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o
de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

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VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
receita do Município; e um) habitantes.

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o
do Município; gasto com o subsídio de seus Vereadores.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da § 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito


vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Municipal:
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na
Constituição do respectivo Estado para os membros da I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
Assembléia Legislativa; artigo;

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
Câmara Municipal; Orçamentária

XII - cooperação das associações representativas no § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da


planejamento municipal; Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse Art. 30. Compete aos Municípios:
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; I - legislar sobre assuntos de interesse local;

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda couber;
Constitucional nº 1, de 1992)
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade
Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes em lei;
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e
das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:
legislação estadual;

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até


V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
100.000 (cem mil) habitantes;
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre essencial;
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população e do Estado, programas de educação infantil e de ensino
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos fundamental;
mil) habitantes;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e
um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população parcelamento e da ocupação do solo urbano;
entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;

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IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural Seção II


local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e DOS TERRITÓRIOS
estadual.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder judiciária dos Territórios.
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
na forma da lei. quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV
deste Título.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de
Municípios, onde houver. Contas da União.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e
Câmara Municipal. segunda instância, membros do Ministério Público e
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a CAPÍTULO VI
legitimidade, nos termos da lei. DA INTERVENÇÃO

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Contas Municipais. Federal, exceto para:

CAPÍTULO V I - manter a integridade nacional;


DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
DO DISTRITO FEDERAL Federação em outra;

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
unidades da Federação;
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
para mandato de igual duração.
em lei;
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
se o disposto no art. 27.
judicial;
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de
constitucionais:
bombeiros militar.

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a) forma republicana, sistema representativo e regime nomeará o interventor, será submetido à apreciação do
democrático; Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado,
no prazo de vinte e quatro horas.
b) direitos da pessoa humana;
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a
c) autonomia municipal; Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária,
no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
d) prestação de contas da administração pública, direta e
indireta. § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV,
dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
impostos estaduais, compreendida a proveniente de execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino restabelecimento da normalidade.
e nas ações e serviços públicos de saúde.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
União nos Municípios localizados em Território Federal, impedimento legal.
exceto quando:
CAPÍTULO VII
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
anos consecutivos, a dívida fundada; Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
nas ações e serviços públicos de saúde;
também, ao seguinte:
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
para assegurar a observância de princípios indicados na
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
ordem ou de decisão judicial.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de


Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra livre nomeação e exoneração;
o Poder Judiciário;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, anos, prorrogável uma vez, por igual período;
de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
representação do Procurador-Geral da República, na
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei carreira;
federal.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
IV - (Revogado)
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
o prazo e as condições de execução e que, se couber,

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destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
assessoramento; público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
associação sindical; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
definidos em lei específica; 153, III, e 153, § 2º, I;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá exceto, quando houver compatibilidade de horários,
os critérios de sua admissão; observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo a) a de dois cargos de professor;


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa de saúde, com profissões regulamentadas;
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
funções e empregos públicos da administração direta, sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos público;
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, precedência sobre os demais setores administrativos, na
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra forma da lei;
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio de economia mista e de fundação, cabendo à lei
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do atuação;
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
anterior, assim como a participação de qualquer delas em
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
empresa privada;
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
mediante processo de licitação pública que assegure
Poder Executivo;
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
pessoal do serviço público; técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

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XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter cabendo à lei dispor sobre:
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que I - o prazo de duração do contrato;
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos. II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade III - a remuneração do pessoal."
responsável, nos termos da lei.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
na administração pública direta e indireta, regulando receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
especialmente: Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral.
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142
interna, da qualidade dos serviços; com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
informações sobre atos de governo, observado o disposto no declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
art. 5º, X e XXXIII;
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
III - a disciplina da representação contra o exercício remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
administração pública.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
penal cabível. Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações e dos Vereadores.
de ressarcimento.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos aplicam-se as seguintes disposições:
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
responsável nos casos de dolo ou culpa. distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua exigir.
remuneração;
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
III - investido no mandato de Vereador, havendo Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
a norma do inciso anterior; espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
por merecimento; menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
exercício estivesse. anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos
cargos e empregos públicos.
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios disciplinará a aplicação de recursos
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os orçamentários provenientes da economia com despesas
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
da administração pública direta, das autarquias e das produtividade, treinamento e desenvolvimento,
fundações públicas. modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os produtividade.
Municípios instituirão conselho de política de administração
e remuneração de pessoal, integrado por servidores § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
designados pelos respectivos Poderes. carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
componentes do sistema remuneratório observará: dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
dos cargos componentes de cada carreira; contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
II - os requisitos para a investidura;
neste artigo.
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento 17:
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
I - por invalidez permanente, sendo os proventos
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
entre os entes federados.
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou

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aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
complementar; até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos limite, caso aposentado à data do óbito
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas
as seguintes condições: II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
contribuição, se mulher; setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
em atividade na data do óbito.
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
tempo de contribuição. preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em municipal será contado para efeito de aposentadoria e o
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para tempo de serviço correspondente para efeito de
a concessão da pensão. disponibilidade.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as contagem de tempo de contribuição fictício.
remunerações utilizadas como base para as contribuições do
servidor aos regimes de previdência de que tratam este § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
artigo e o art. 201, na forma da lei. proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo de previdência social, e ao montante resultante da adição de
regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos proventos de inatividade com remuneração de cargo
definidos em leis complementares, os casos de servidores: acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
I portadores de deficiência; eletivo.

II que exerçam atividades de risco; § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará,
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
geral de previdência social.
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em


§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no §
bem como de outro cargo temporário ou de emprego
1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente
público, aplica-se o regime geral de previdência social.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
desde que instituam regime de previdência complementar
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
para os seus respectivos servidores titulares de cargo
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
de previdência previsto neste artigo.
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
por morte, que será igual:

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§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o II - mediante processo administrativo em que lhe seja
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder assegurada ampla defesa;
Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades III - mediante procedimento de avaliação periódica de
fechadas de previdência complementar, de natureza pública, desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
que oferecerão aos respectivos participantes planos de ampla defesa.
benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga,
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
tiver ingressado no serviço público até a data da publicação indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
do ato de instituição do correspondente regime de disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
previdência complementar. serviço.

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
atualizados, na forma da lei. proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido obrigatória a avaliação especial de desempenho por
para os benefícios do regime geral de previdência social de comissão instituída para essa finalidade.
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha DOS TERRITÓRIOS
completado as exigências para aposentadoria voluntária
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, Federal e dos Territórios.
II.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
de previdência social para os servidores titulares de cargos disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
142, § 3º, X. oficiais conferidas pelos respectivos governadores.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei
de pensão que superem o dobro do limite máximo específica do respectivo ente estatal.
estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
Seção IV
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
DAS REGIÕES
doença incapacitante.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social,
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
visando a seu desenvolvimento e à redução das
virtude de concurso público.
desigualdades regionais.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:


§ 1º - Lei complementar disporá sobre:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

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I - as condições para integração de regiões em da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
desenvolvimento; Deputados.

II - a composição dos organismos regionais que executarão, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos
aprovados juntamente com estes. Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
outros, na forma da lei: § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
Senadores, com mandato de oito anos.
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
custos e preços de responsabilidade do Poder Público; § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal
será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
II - juros favorecidos para financiamento de atividades por um e dois terços.
prioritárias;
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas de seus membros.
regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Seção II
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
TÍTULO IV matérias de competência da União, especialmente sobre:
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
SEÇÃO I anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
DO CONGRESSO NACIONAL curso forçado;

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento;
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
anos.
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
bens do domínio da União;
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;
§ 1º O número total de Deputados, bem como a
representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano
VIII - concessão de anistia;
anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades

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IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da


Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e República e dos Ministros de Estado, observado o que
organização judiciária e do Ministério Público do Distrito dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
Federal; I;

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos
VI, b; planos de governo;

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de


administração pública; suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições face da atribuição normativa dos outros Poderes;
financeiras e suas operações;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida de emissoras de rádio e televisão;
mobiliária federal.
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Contas da União;
Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II;
153, III; e 153, § 2º, I. XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
atividades nucleares;
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
gravosos ao patrimônio nacional; aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a
celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
pelo território nacional ou nele permaneçam terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei hectares.
complementar;
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
dias; subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, determinado, importando crime de responsabilidade a
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma ausência sem justificação adequada.
dessas medidas;
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
delegação legislativa; com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
seu Ministério.
VI - mudar temporariamente sua sede;
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; referidas no caput deste artigo, importando em crime de

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responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo d) Presidente e diretores do banco central;


de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
e) Procurador-Geral da República;
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração diplomática de caráter permanente;
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República e os Ministros de Estado; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, Territórios e dos Municípios;
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
III - elaborar seu regimento interno; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, VII - dispor sobre limites globais e condições para as
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e operações de crédito externo e interno da União, dos
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
respectiva remuneração, observados os parâmetros autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; Público federal;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
do art. 89, VII. garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
Seção IV
DO SENADO FEDERAL IX - estabelecer limites globais e condições para o montante
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: Municípios;

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei


República nos crimes de responsabilidade, bem como os declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Supremo Tribunal Federal;
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal antes do término de seu mandato;
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral XII - elaborar seu regimento interno;
da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
pública, a escolha de: respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo do art. 89, VII.
Presidente da República;
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
c) Governador de Território; Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes,

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e o desempenho das administrações tributárias da União, respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, I - desde a expedição do diploma:
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
Seção V mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
votos. entidades constantes da alínea anterior;

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do II - desde a posse:


diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal. a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do jurídica de direito público, ou nela exercer função
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em remunerada;
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
sobre a prisão.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por entidades a que se refere o inciso I, "a";
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
partido político nela representado e pelo voto da maioria de
eletivo.
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias
artigo anterior;
do seu recebimento pela Mesa Diretora.

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o


§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
decoro parlamentar;
enquanto durar o mandato.

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à


§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer,
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
salvo licença ou missão por esta autorizada;
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. nesta Constituição;

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas em julgado.
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa

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§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
casos definidos no regimento interno, o abuso das transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional recaírem em sábados, domingos ou feriados.
ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
respectiva Mesa ou de partido político representado no Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. sessão conjunta para:

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será I - inaugurar a sessão legislativa;
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
partido político representado no Congresso Nacional, serviços comuns às duas Casas;
assegurada ampla defesa.
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que Presidente da República;
vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste
artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
de que tratam os §§ 2º e 3º.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da
legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão subseqüente.
diplomática temporária;
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
dias por sessão legislativa.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de se-á:
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
superior a cento e vinte dias.
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á autorização para a decretação de estado de sítio e para o
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente
para o término do mandato. da República;

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
optar pela remuneração do mandato. Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas,
Seção VI em caso de urgência ou interesse público relevante, em
DAS REUNIÕES todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
agosto a 22 de dezembro. Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo,
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
convocação.

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§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da


convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão representação partidária.
elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Seção VIII
Seção VII DO PROCESSO LEGISLATIVO
DAS COMISSÕES Subseção I
Disposição Geral
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
que resultar sua criação. I - emendas à Constituição;

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é II - leis complementares;


assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que III - leis ordinárias;
participam da respectiva Casa.
IV - leis delegadas;
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
V - medidas provisórias;

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do


VI - decretos legislativos;
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
recurso de um décimo dos membros da Casa;
VII - resoluções.
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil; Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações
sobre assuntos inerentes a suas atribuições; Subseção II
Da Emenda à Constituição
IV - receber petições, reclamações, representações ou
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
proposta:
autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das


§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
pela maioria relativa de seus membros.
além de outros previstos nos regimentos das respectivas
Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
requerimento de um terço de seus membros, para a intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas sítio.
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
criminal dos infratores. Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa respectivos membros.
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última
sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição

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§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
respectivo número de ordem.
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda provimento de cargos, promoções, estabilidade,
tendente a abolir: remuneração, reforma e transferência para a reserva.

I - a forma federativa de Estado; § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação
à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
III - a separação dos Poderes; décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

IV - os direitos e garantias individuais. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada
Nacional.
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
Subseção III
Das Leis I – relativa a:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos políticos e direito eleitoral;
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos b) direito penal, processual penal e processual civil;
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e
aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
Constituição. carreira e a garantia de seus membros;

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
leis que: créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto
no art. 167, § 3º;
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança
II - disponham sobre: popular ou qualquer outro ativo financeiro;

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na III – reservada a lei complementar;


administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária Presidente da República.
e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração
dos Territórios; § 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
aposentadoria; daquele em que foi editada.

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11
da União, bem como normas gerais para a organização do e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável,
Distrito Federal e dos Territórios; nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o

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Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as II - nos projetos sobre organização dos serviços
relações jurídicas delas decorrentes. administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação
da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
de recesso do Congresso Nacional. do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Deputados.
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá
de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para
constitucionais. apreciação de projetos de sua iniciativa.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva
que se ultime a votação, todas as demais deliberações Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
legislativas da Casa em que estiver tramitando. determinado, até que se ultime a votação.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias,
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de
Câmara dos Deputados. código.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, pela outra, em um só turno de discussão e votação, e
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha iniciadora.
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de aquiescendo, o sancionará.
medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
conservar-se-ão por ela regidas. todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,
original da medida provisória, esta manter-se-á dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o Federal os motivos do veto.
projeto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; Presidente da República importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de


trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser

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rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Seção IX


Senadores. DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
promulgação, ao Presidente da República. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, administração direta e indireta, quanto à legalidade,
o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito interno de cada Poder.
horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e §
5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou
fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
fazê-lo. gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado assuma obrigações de natureza pecuniária.
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
Nacional. ao qual compete:

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso da República, mediante parecer prévio que deverá ser
Nacional. elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência II - julgar as contas dos administradores e demais
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a administração direta e indireta, incluídas as fundações e
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal,
sobre: e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a público;
carreira e a garantia de seus membros;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
eleitorais; direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
orçamentos.
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,
conteúdo e os termos de seu exercício.
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
qualquer emenda.
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria


V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
absoluta.
supranacionais de cujo capital social a União participe, de
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

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VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão,
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional
Município; sua sustação.

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art.
resultados de auditorias e inspeções realizadas; 96. .

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa requisitos:
proporcional ao dano causado ao erário;
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as idade;
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade; II - idoneidade moral e reputação ilibada;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao econômicos e financeiros ou de administração pública;
Senado Federal;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades atividade profissional que exija os conhecimentos
ou abusos apurados. mencionados no inciso anterior.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de escolhidos:
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no auditores e membros do Ministério Público junto ao
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antigüidade e merecimento;
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
débito ou multa terão eficácia de título executivo. II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as


trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, pensão, as normas constantes do art. 40.
ainda que sob a forma de investimentos não programados
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as
governamental responsável que, no prazo de cinco dias, mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no
preste os esclarecimentos necessários. exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de
Tribunal Regional Federal.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
trinta dias. com a finalidade de:

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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
plurianual, a execução dos programas de governo e dos registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
orçamentos da União; votos, não computados os em branco e os nulos.

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
patrimonial nos órgãos e entidades da administração após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
entidades de direito privado; que obtiver a maioria dos votos válidos.

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-
se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem votação, qualificar-se-á o mais idoso.
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
de responsabilidade solidária. tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando
o compromisso de manter, defender e cumprir a
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Brasil.
da União.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de
que couber, à organização, composição e fiscalização dos força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem vago.
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por
sete Conselheiros. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
CAPÍTULO II complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
DO PODER EXECUTIVO convocado para missões especiais.
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal
e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano a última vaga.
anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta
Vice-Presidente com ele registrado. dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.

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§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
período de seus antecessores. necessário, dos órgãos instituídos em lei;

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
da sua eleição. Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los
para os cargos que lhes são privativos;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
do cargo. Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-
Geral da República, o presidente e os diretores do banco
Seção II central e outros servidores, quando determinado em lei;
Das Atribuições do Presidente da República
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da do Tribunal de Contas da União;
República:
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; Constituição, e o Advogado-Geral da União;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
superior da administração federal; termos do art. 89, VII;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
previstos nesta Constituição; Conselho de Defesa Nacional;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
mobilização nacional;
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional;
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar
seus representantes diplomáticos;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
orçamento previstos nesta Constituição;
sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro


IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
da lei;
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que
julgar necessárias;

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XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
termos do art. 62; julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta processo.
Constituição.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar infrações comuns, o Presidente da República não estará
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira sujeito a prisão.
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
os limites traçados nas respectivas delegações. não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
Federal e, especialmente, contra: brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
direitos políticos.
I - a existência da União;
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das
unidades da Federação; I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
órgãos e entidades da administração federal na área de sua
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
Presidente da República;
IV - a segurança interna do País;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
V - a probidade na administração; regulamentos;

VI - a lei orçamentária; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de


sua gestão no Ministério;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios
e órgãos da administração pública.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Seção V
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA
Federal, nos crimes de responsabilidade. NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
consulta do Presidente da República, e dele participam:
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

I - o Vice-Presidente da República;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
processo pelo Senado Federal.
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

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III - o Presidente do Senado Federal; VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica.
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados; § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
celebração da paz, nos termos desta Constituição;
VI - o Ministro da Justiça;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e de sítio e da intervenção federal;
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos III - propor os critérios e condições de utilização de áreas
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
anos, vedada a recondução. sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se recursos naturais de qualquer tipo;
sobre:
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e
a defesa do Estado democrático.
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Conselho de Defesa Nacional.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de
Estado para participar da reunião do Conselho, quando CAPÍTULO III
constar da pauta questão relacionada com o respectivo DO PODER JUDICIÁRIO
Ministério. Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Conselho da República. Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

Subseção II I - o Supremo Tribunal Federal;


Do Conselho de Defesa Nacional
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta
do Presidente da República nos assuntos relacionados com a II - o Superior Tribunal de Justiça;
soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
participam como membros natos: II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;

I - o Vice-Presidente da República; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

III - o Presidente do Senado Federal; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

IV - o Ministro da Justiça; VI - os Tribunais e Juízes Militares;

V - o Ministro de Estado da Defesa; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
VII - o Ministro do Planejamento. Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.

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§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados
têm jurisdição em todo o território nacional. em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional,
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a
observados os seguintes princípios: noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros
dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no dependentes observarão o disposto no art. 40;
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas
nomeações, à ordem de classificação; VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
autorização do tribunal;
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente,
por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do
normas: magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II
quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não
houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos estes, em casos nos quais a preservação do direito à
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar- voto da maioria absoluta de seus membros;
se a indicação;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para
devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na eleição pelo tribunal pleno;
última ou única entrância;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado
IV previsão de cursos oficiais de preparação, férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo funcionando, nos dias em que não houver expediente
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a forense normal, juízes em plantão permanente;
participação em curso oficial ou reconhecido por escola
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores população;
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal

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XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos Art. 96. Compete privativamente:
de administração e atos de mero expediente sem caráter
decisório; I - aos tribunais:

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos
graus de jurisdição. internos, com observância das normas de processo e das
garantias processuais das partes, dispondo sobre a
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e jurisdicionais e administrativos;
Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista atividade correicional respectiva;
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
classes. c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de
juiz de carreira da respectiva jurisdição;
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte d) propor a criação de novas varas judiciárias;
dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e
títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver membros e aos juízes e servidores que lhes forem
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial imediatamente vinculados;
transitada em julgado;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
na forma do art. 93, VIII; respectivo, observado o disposto no art. 169:

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos a) a alteração do número de membros dos tribunais
arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. inferiores;

Parágrafo único. Aos juízes é vedado: b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
função, salvo uma de magistério; juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
participação em processo;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou Ministério Público, nos crimes comuns e de
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
aposentadoria ou exoneração. membros ou dos membros do respectivo órgão especial

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poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
ou ato normativo do Poder Público. forem encaminhadas em desacordo com os limites
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os aos ajustes necessários para fins de consolidação da
Estados criarão: proposta orçamentária anual.

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
execução de causas cíveis de menor complexidade e obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares
hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de ou especiais.
recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras adicionais abertos para este fim.
previstas na legislação.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,
no âmbito da Justiça Federal. pensões e suas complementações, benefícios
previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades judicial transitada em julgado, e serão pagos com
específicas da Justiça. preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
aqueles referidos no § 2º deste artigo.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
administrativa e financeira. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
tribunais interessados, compete:
será pago na ordem cronológica de apresentação do
precatório.
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
respectivos tribunais;
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a judicial transitada em julgado.
aprovação dos respectivos tribunais.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as leis próprias, valores distintos às entidades de direito
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta geral de previdência social.
orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo.

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§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, a incidência de juros compensatórios.
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
seguinte, quando terão seus valores atualizados créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
monetariamente. concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após
Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal
determinar o pagamento integral e autorizar, a de origem e à entidade devedora.
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do complementar a esta Constituição Federal poderá
seu débito, o sequestro da quantia respectiva. estabelecer regime especial para pagamento de crédito de
precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a forma e prazo de liquidação.
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
responsabilidade e responderá, também, perante o § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
Conselho Nacional de Justiça. poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares diretamente.
ou suplementares de valor pago, bem como o
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
para fins de enquadramento de parcela do total ao que aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento
dispõe o § 3º deste artigo. de suas respectivas receitas correntes líquidas com o
pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios,
independentemente de regulamentação, deles deverá ser § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins
abatido, a título de compensação, valor correspondente aos de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias,
débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública de serviços, de transferências correntes e outras receitas
devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em Constituição Federal, verificado no período compreendido
virtude de contestação administrativa ou judicial. pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência
e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades,
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal e deduzidas:
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até
30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito
informação sobre os débitos que preencham as condições Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da determinação constitucional;
entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
ente federado.
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, provenientes da compensação financeira referida no § 9º do
a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, art. 201 da Constituição Federal.
até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
condenações judiciais em precatórios e obrigações de

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pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
média do comprometimento percentual da receita corrente diplomática de caráter permanente;
líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a
parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas
excetuada dos limites de endividamento de que tratam os referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e
incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de o habeas data contra atos do Presidente da República, das
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Federal.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
por cento) do montante dos precatórios apresentados nos Território;
termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor
deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção respectivas entidades da administração indireta;
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos
Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda
h) (Revogado)
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os
requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente
federado. i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário
cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à
mesma jurisdição em uma única instância;
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada. l) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal
serão nomeados pelo Presidente da República, depois de m) a execução de sentença nas causas de sua competência
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. originária, facultada a delegação de atribuições para a
prática de atos processuais;
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais
I - processar e julgar, originariamente: da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
entre estes e qualquer outro tribunal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
inconstitucionalidade;
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
regulamentadora for atribuição do Presidente da República,
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas,
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,

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do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o do Distrito Federal;
Conselho Nacional do Ministério Público;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
II - julgar, em recurso ordinário:
VI - o Procurador-Geral da República;
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas
data e o mandado de injunção decididos em única instância VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
VIII - partido político com representação no Congresso
b) o crime político; Nacional;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
decididas em única ou última instância, quando a decisão nacional.
recorrida:
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
a) contrariar dispositivo desta Constituição; previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em
todos os processos de competência do Supremo Tribunal
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; Federal.

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
desta Constituição. medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada
ciência ao Poder competente para a adoção das providências
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para
fazê-lo em trinta dias.
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União,
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo que defenderá o ato ou texto impugnado.
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de § 4.º (Revogado)
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
esferas federal, estadual e municipal. membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
pela manifestação de dois terços de seus membros. cancelamento, na forma estabelecida em lei.

Art. 103. Podem propor a ação direta de § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e
inconstitucionalidade e a ação declaratória de a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
constitucionalidade: controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança
I - o Presidente da República; jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
II - a Mesa do Senado Federal;
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser

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provocada por aqueles que podem propor a ação direta de XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
inconstitucionalidade. ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar
a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja
proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
caso. Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
1 (uma) recondução, sendo: neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação


administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-
respectivo tribunal; lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura:
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado
pelo respectivo tribunal; I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
Supremo Tribunal Federal; recomendar providências;

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
Superior Tribunal de Justiça; podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
da União;
Justiça;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou


VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
Tribunal Superior do Trabalho;
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
público ou oficializados, sem prejuízo da competência
Trabalho;
disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
Procurador-Geral da República; proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido
pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra
indicados pelo órgão competente de cada instituição a administração pública ou de abuso de autoridade;
estadual;
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
Ordem dos Advogados do Brasil; menos de um ano;

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VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e
processos e sentenças prolatadas, por unidade da um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça,
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
sessão legislativa.
I - processar e julgar, originariamente:
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do
distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Magistratura, as seguintes: Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
judiciários; Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem
perante tribunais;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de
correição geral; b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Advogados do Brasil. Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus vinculados a tribunais diversos;
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho
Nacional de Justiça. e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
julgados;
Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA f) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no
mínimo, trinta e três Ministros. g) os conflitos de atribuições entre autoridades
administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
serão nomeados pelo Presidente da República, dentre Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
Senado Federal, sendo: autoridade federal, da administração direta ou indireta,
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral,
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

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i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de II - os Juízes Federais.


exequatur às cartas rogatórias;
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no
II - julgar, em recurso ordinário: mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos cinco anos, sendo:
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória; I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
b) os mandados de segurança decididos em única instância Público Federal com mais de dez anos de carreira;
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando II - os demais, mediante promoção de juízes federais com
denegatória a decisão; mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e
merecimento, alternadamente.
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
ou pessoa residente ou domiciliada no País; Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e
sede.
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, itinerante, com a realização de audiências e demais funções
quando a decisão recorrida: da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; e comunitários.

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
lei federal; descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja em todas as fases do processo.
atribuído outro tribunal.
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de
Justiça: I - processar e julgar, originariamente:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
na carreira; União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados
forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da seus ou dos juízes federais da região;
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do
decisões terão caráter vinculante. próprio Tribunal ou de juiz federal;

Seção IV d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz


DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES federal;
FEDERAIS
e) os conflitos de competência entre juízes federais
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: vinculados ao Tribunal;

I - os Tribunais Regionais Federais;

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II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos XI - a disputa sobre direitos indígenas.
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na
seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
empresa pública federal forem interessadas na condição de naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e Distrito Federal.
à Justiça do Trabalho;
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou que forem parte instituição de previdência social e segurado,
residente no País; sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal,
e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com outras causas sejam também processadas e julgadas pela
Estado estrangeiro ou organismo internacional; justiça estadual.

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas jurisdição do juiz de primeiro grau.
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral; § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de
V - os crimes previstos em tratado ou convenção assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
internacional, quando, iniciada a execução no País, o tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal
reciprocamente; de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o Federal.
§ 5º deste artigo;
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem respectiva Capital, e varas localizadas segundo o
econômico-financeira; estabelecido em lei.

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
competência ou quando o constrangimento provier de atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a da justiça local, na forma da lei.
outra jurisdição;
Seção V
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
de autoridade federal, excetuados os casos de competência do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
dos tribunais federais;
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar; I - o Tribunal Superior do Trabalho;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de II - os Tribunais Regionais do Trabalho;


estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
"exequatur", e de sentença estrangeira, após a III - Juizes do Trabalho.
homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização; §§ 1º a 3º (Revogados)

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Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, empregadores;
de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
Presidente da República após aprovação pela maioria IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ,
absoluta do Senado Federal, sendo: quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição;
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
exercício, observado o disposto no art. 94;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do decorrentes da relação de trabalho;
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
pelo próprio Tribunal Superior. VII as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior relações de trabalho;
do Trabalho.
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir;
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e na forma da lei.
promoção na carreira;
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe eleger árbitros.
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de como as convencionadas anteriormente.
sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Regional do Trabalho.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dos órgãos da Justiça do Trabalho. dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
cinco anos, sendo:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os efetiva atividade profissional e membros do Ministério
entes de direito público externo e da administração pública Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e exercício, observado o disposto no art. 94;
dos Municípios;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; antigüidade e merecimento, alternadament

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§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça I - mediante eleição, pelo voto secreto:
itinerante, com a realização de audiências e demais funções
de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos Justiça;
e comunitários.
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar Tribunal de Justiça;
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
em todas as fases do processo. Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida Regional Federal respectivo;
por um juiz singular.
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados) juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e
o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e
I - o Tribunal Superior Eleitoral; competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas
eleitorais.
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
III - os Juízes Eleitorais; integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
IV - as Juntas Eleitorais. garantias e serão inamovíveis.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
mínimo, de sete membros, escolhidos: justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
número igual para cada categoria.
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
Federal;
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça;
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente
caberá recurso quando:
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Constituição ou de lei;
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
mais tribunais eleitorais;
Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas
nas eleições federais ou estaduais;
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de
cada Estado e no Distrito Federal.
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
eletivos federais ou estaduais;
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

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V - denegarem habeas corpus, mandado de § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
segurança, habeas data ou mandado de injunção. Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Seção VII Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça,
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o
efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
I - o Superior Tribunal Militar; militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e
as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República,
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
direito, processar e julgar os demais crimes militares.
carreira, e cinco dentre civis.

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar


Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
e cinco anos, sendo:
em todas as fases do processo.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
a realização de audiências e demais funções da atividade
profissional;
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os competência exclusiva para questões agrárias.
crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
funcionamento e a competência da Justiça Militar.
litígio.

Seção VIII
CAPÍTULO IV
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
SEÇÃO I
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os DO MINISTÉRIO PÚBLICO
princípios estabelecidos nesta Constituição.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
§ 1º A competência dos tribunais será definida na essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
de iniciativa do Tribunal de Justiça. interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional
e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169,
propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus

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cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
público de provas ou de provas e títulos, a política Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
organização e funcionamento. escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos,
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta permitida uma recondução.
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias. § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei complementar respectiva.
de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for membros:
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na
forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes I - as seguintes garantias:
necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual. a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não julgado;
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente mediante decisão do órgão colegiado competente do
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
ou especiais. membros, assegurada ampla defesa;

Art. 128. O Ministério Público abrange: c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §
4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,
I - o Ministério Público da União, que compreende: III, 153, § 2º, I;

a) o Ministério Público Federal; II - as seguintes vedações:

b) o Ministério Público do Trabalho; a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais;
c) o Ministério Público Militar;
b) exercer a advocacia;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o função pública, salvo uma de magistério;
Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e e) exercer atividade político-partidária;
cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria
absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
dois anos, permitida a recondução. contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto
de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. no art. 95, parágrafo único, V.

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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o
disposto no art. 93.
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
da lei; § 5º A distribuição de processos no Ministério Público será
imediata.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção
garantia; pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente compõe-se de quatorze membros nomeados pelo
e de outros interesses difusos e coletivos; Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou dois anos, admitida uma recondução, sendo:
representação para fins de intervenção da União e dos
Estados, nos casos previstos nesta Constituição; I o Procurador-Geral da República, que o preside;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das II quatro membros do Ministério Público da União,
populações indígenas; assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos III três membros do Ministério Público dos Estados;
de sua competência, requisitando informações e
documentos para instruí-los, na forma da lei complementar IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e
respectiva; outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
suas manifestações processuais; pelo Senado Federal.

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde § 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério
que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades Públicos, na forma da lei.
públicas.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis controle da atuação administrativa e financeira do Ministério
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus
mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e membros, cabendo lhe:
na lei.
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares,
por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca no âmbito de sua competência, ou recomendar
da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da providências;
instituição.
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
três anos de atividade jurídica e observando-se, nas ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência
nomeações, a ordem de classificação. dos Tribunais de Contas;

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III receber e conhecer das reclamações contra membros ou organização e funcionamento, as atividades de consultoria e
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, assessoramento jurídico do Poder Executivo.
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional da instituição, § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-
podendo avocar processos disciplinares em curso, Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de notável saber jurídico e reputação ilibada.
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa; § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição
de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos de provas e títulos.
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou
dos Estados julgados há menos de um ano; § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a
representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
V elaborar relatório anual, propondo as providências que Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,
mensagem prevista no art. 84, XI. organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, com a participação da
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica
Público que o integram, vedada a recondução, competindo- das respectivas unidades federadas.
lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes: Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é
assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
relativas aos membros do Ministério Público e dos seus próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
serviços auxiliares;
SEÇÃO III
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e DA ADVOCACIA
correição geral;
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
III requisitar e designar membros do Ministério Público, justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos exercício da profissão, nos limites da lei.
do Ministério Público.
SEÇÃO IV
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos DA DEFENSORIA PÚBLICA
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
Ministério Público, competentes para receber reclamações e como expressão e instrumento do regime democrático,
denúncias de qualquer interessado contra membros ou fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
do Ministério Público. integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação
Seção II dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
DA ADVOCACIA PÚBLICA
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso
termos da lei complementar que dispuser sobre sua público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a

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garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será
advocacia fora das atribuições institucionais. superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por
igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas decretação.
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na § 3º Na vigência do estado de defesa:
lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto
no art. 99, § 2º. I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo
executor da medida, será por este comunicada
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não
União e do Distrito Federal. for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 autoridade, do estado físico e mental do detido no momento
e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. de sua autuação;

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder
remunerados na forma do art. 39, § 4º. Judiciário;

TÍTULO V IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.


Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
CAPÍTULO I § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
Seção I submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
DO ESTADO DE DEFESA Nacional, que decidirá por maioria absoluta.

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente dias contados de seu recebimento, devendo continuar
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
grandes proporções na natureza.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará defesa.
o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem
abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
Seção II
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
DO ESTADO DE SÍTIO

I - restrições aos direitos de:


Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o
estado de sítio nos casos de:
b) sigilo de correspondência;
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,
na hipótese de calamidade pública, respondendo a União II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
pelos danos e custos decorrentes. armada estrangeira.

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Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar Seção III


autorização para decretar o estado de sítio ou sua DISPOSIÇÕES GERAIS
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido,
devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
as normas necessárias a sua execução e as garantias medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
publicado, o Presidente da República designará o executor Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio,
das medidas específicas e as áreas abrangidas. cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser executores ou agentes.
decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada
vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão
armada estrangeira. relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao
Congresso Nacional, com especificação e justificação das
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e
durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado indicação das restrições aplicadas.
Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim CAPÍTULO II
de apreciar o ato. DAS FORÇAS ARMADAS

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
até o término das medidas coercitivas. Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
pessoas as seguintes medidas: garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
condenados por crimes comuns; das Forças Armadas.

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à disciplinares militares.
liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da
lei; § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
IV - suspensão da liberdade de reunião; fixadas em lei, as seguintes disposições:

V - busca e apreensão em domicílio; I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas


inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
VII - requisição de bens.
uniformes das Forças Armadas;
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados
emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido
respectiva Mesa.
para a reserva, nos termos da lei;

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III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse CAPÍTULO III
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não DA SEGURANÇA PÚBLICA
eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela patrimônio, através dos seguintes órgãos:
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de
dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido I - polícia federal;
para a reserva, nos termos da lei;
II - polícia rodoviária federal;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
III - polícia ferroviária federal;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
filiado a partidos políticos;
IV - polícias civis;

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado


V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz,
ou de tribunal especial, em tempo de guerra; § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se a:"
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
transitada em julgado, será submetido ao julgamento
previsto no inciso anterior; em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII,
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV,
segundo se dispuser em lei;
bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade
militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
IX - (Revogado)
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
de fronteiras;
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
judiciária da União.
compromissos internacionais e de guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir
rodovias federais.
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica
ou política, para se eximirem de atividades de caráter organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
essencialmente militar. destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a
outros encargos que a lei lhes atribuir. carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as

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funções de polícia judiciária e a apuração de infrações específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
penais, exceto as militares. a sua disposição;

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
execução de atividades de defesa civil. e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária,
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. econômicas do contribuinte.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a impostos.
garantir a eficiência de suas atividades.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
conforme dispuser a lei. tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
4º do art. 39.
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da tributária, especialmente sobre:
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que contribuintes;
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários;
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na praticado pelas sociedades cooperativas.
forma da lei.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
TÍTULO VI microempresas e para as empresas de pequeno porte,
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
CAPÍTULO I imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere
Seção I o art. 239.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III,
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os d, também poderá instituir um regime único de arrecadação
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
I - impostos;
I - será opcional para o contribuinte;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos

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II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
diferenciadas por Estado;
II - incidirão também sobre a importação de produtos
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a estrangeiros ou serviços;
distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer III - poderão ter alíquotas:
retenção ou condicionamento;
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro aduaneiro;
nacional único de contribuintes.
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir § 3º A pessoa natural destinatária das operações de
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na
competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual forma da lei.
objetivo.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os incidirão uma única vez.
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão
Distrito Federal cabem os impostos municipais.
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá disposto no art. 150, I e III.
instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de que se refere o caput, na fatura de consumo de energia
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; elétrica.

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de Seção II


relevante interesse nacional, observado o disposto no art. DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
150, III, "b".
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que Federal e aos Municípios:
fundamentou sua instituição.
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
eles exercida, independentemente da denominação jurídica
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
dos rendimentos, títulos ou direitos;
contribuições a que alude o dispositivo.
III - cobrar tributos:
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou;
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo:

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c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
disposto na alínea b; relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, mercadorias e serviços.
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público; § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
VI - instituir impostos sobre: remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII,
b) templos de qualquer culto;
g.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
tributária a condição de responsável pelo pagamento de
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
gerador presumido.
impressão.
Art. 151. É vedado à União:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
nacional ou que implique distinção ou preferência em
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos
relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos regiões do País;
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e
remuneração e os proventos dos respectivos agentes
156, I.
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
III - instituir isenções de tributos da competência dos
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços,
ou destino.
relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de Seção III
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

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I - importação de produtos estrangeiros; incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput"


deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou mínima será de um por cento, assegurada a transferência do
nacionalizados; montante da arrecadação nos seguintes termos:

III - renda e proventos de qualquer natureza; I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o
Território, conforme a origem;
IV - produtos industrializados;
II - setenta por cento para o Município de origem.
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários; Art. 154. A União poderá instituir:

VI - propriedade territorial rural; I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições
e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:

Seção IV
I - será informado pelos critérios da generalidade, da
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir


§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
impostos sobre:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou
direitos;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido
em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
ao exterior.
as prestações se iniciem no exterior;

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de III - propriedade de veículos automotores.
capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
§ 1º O imposto previsto no inciso
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos,
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
Federal

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em


II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro
ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou
imóvel;
tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


III - terá competência para sua instituição regulada por lei
optarem, na forma da lei, desde que não implique redução complementar:
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à

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b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota
ou teve o seu inventário processado no exterior; interestadual;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; a) (revogada);

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: b) (revogada);

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto
em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
prestação de serviços com o montante cobrado nas interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal; a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte
contrário da legislação: do imposto;

a) não implicará crédito para compensação com o montante IX - incidirá também:


devido nas operações ou prestações seguintes;
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
anteriores; contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
mercadorias e dos serviços; domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente
da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias
maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as forem fornecidas com serviços não compreendidos na
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, competência tributária dos Municípios;
interestaduais e de exportação;
X - não incidirá:
V - é facultado ao Senado Federal:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
pela maioria absoluta de seus membros; montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para
resolver conflito específico que envolva interesse de b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; derivados, e energia elétrica;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as
alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de d) nas prestações de serviço de comunicação nas
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de
inferiores às previstas para as operações interestaduais; recepção livre e gratuita;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante
serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, do imposto sobre produtos industrializados, quando a
localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto
interestadual e caberá ao Estado de localização do destinado à industrialização ou à comercialização, configure
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a fato gerador dos dois impostos;

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XII - cabe à lei complementar: III - nas operações interestaduais com gás natural e seus
derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no
a) definir seus contribuintes; inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem;
b) dispor sobre substituição tributária;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do §
2º, XII, g, observando-se o seguinte:
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
estabelecimento responsável, o local das operações relativas a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo
à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; ser diferenciadas por produto;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada,
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre
no inciso X, "a"; o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma
venda em condições de livre concorrência;
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à
remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
serviços e de mercadorias; aplicando o disposto no art. 150, III, b.

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º,
e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto,
serão concedidos e revogados. serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua § 6º O imposto previsto no inciso III:
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b; I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e
imposto a integre, também na importação do exterior de utilização.
bem, mercadoria ou serviço.
Seção V
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País. I - propriedade predial e territorial urbana;

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde como cessão de direitos a sua aquisição;
ocorrer o consumo;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com art. 155, II, definidos em lei complementar.
gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis
não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será IV - (Revogado)
repartido entre os Estados de origem e de destino,
mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se
operações com as demais mercadorias; refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso
I poderá:

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I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
uso do imóvel. totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, §
4º, III;
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização automotores licenciados em seus territórios;
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de
preponderante do adquirente for a compra e venda desses mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento interestadual e intermunicipal e de comunicação.
mercantil;
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos
II - compete ao Município da situação do bem. Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas
conforme os seguintes critérios:
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III
do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado
nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; prestações de serviços, realizadas em seus territórios;

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual
exterior. ou, no caso dos Territórios, lei federal.

III – regular a forma e as condições como isenções, Art. 159. A União entregará:
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e
§ 4º (Revogado) proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na
seguinte forma:
Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal;
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
de Participação dos Municípios;
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; c) três por cento, para aplicação em programas de
financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos
que a União instituir no exercício da competência que lhe é
regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-
atribuída pelo art. 154, I.
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à
Região, na forma que a lei estabelecer;
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios,
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
que será entregue no primeiro decêndio do mês de
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, dezembro de cada ano;
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos
Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês
de julho de cada ano;

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II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que
industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover
exportações de produtos industrializados. o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre
Municípios;
III - do produto da arrecadação da contribuição de
intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do
29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito cálculo das quotas e da liberação das participações previstas
Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação nos arts. 157, 158 e 159.
a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a
acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da que alude o inciso II.
arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer
natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente
ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem
parcela superior a vinte por cento do montante a que se tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos
refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser critérios de rateio.
distribuído entre os demais participantes, mantido, em
relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão
discriminados por Estado e por Município; os dos Estados,
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte por Município.
e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do
inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, CAPÍTULO II
parágrafo único, I e II. DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que NORMAS GERAIS
cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados
aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
mencionado inciso.
I - finanças públicas;
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à
entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles fundações e demais entidades controladas pelo Poder
compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Público;

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
a União e os Estados de condicionarem a entrega de
recursos:
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas


V - fiscalização financeira da administração pública direta e
autarquias;
indireta;

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e


VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades
III.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Art. 161. Cabe à lei complementar:


VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento
parágrafo único, I; regional.

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Art. 164. A competência da União para emitir moeda será I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
exercida exclusivamente pelo banco central. fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou Poder Público;
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição II - o orçamento de investimento das empresas em que a
financeira. União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto;
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
oferta de moeda ou a taxa de juros. entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas mantidos pelo Poder Público.
no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
empresas por ele controladas, em instituições financeiras demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
Seção II creditícia.
DOS ORÇAMENTOS
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
I - o plano plurianual; critério populacional.

II - as diretrizes orçamentárias; § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo


estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se
incluindo na proibição a autorização para abertura de
III - os orçamentos anuais.
créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de
lei.
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e
§ 9º Cabe à lei complementar:
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada.
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e administração direta e indireta bem como condições para a
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras instituição e funcionamento de fundos.
oficiais de fomento.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o de procedimentos que serão adotados quando houver
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a
execução orçamentária. pagar e limitação das programações de caráter obrigatório,
para a realização do disposto no § 11 do art. 166.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição serão elaborados em Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
consonância com o plano plurianual e apreciados pelo diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
Congresso Nacional. adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

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§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos
Senadores e Deputados: da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
pelo Presidente da República; relativas ao processo legislativo.

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. prévia e específica autorização legislativa.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária
sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
Nacional. encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade
deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos de saúde.
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
caso: § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços
públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do
diretrizes orçamentárias; art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou
encargos sociais.
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das
incidam sobre: programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos
a) dotações para pessoal e seus encargos; por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º
b) serviço da dívida;
do art. 165.
c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste
Municípios e Distrito Federal; ou
artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
impedimentos de ordem técnica.
III - sejam relacionadas:
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a
a) com a correção de erros ou omissões; ou
execução da programação prevista no §11 deste artigo, for
destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. independerá da adimplência do ente federativo destinatário
e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando que trata o caput do art. 169.
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao empenho de despesa que integre a programação, na forma
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei
orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo

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enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
impedimento; maioria absoluta;

II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o despesa, ressalvadas a repartição do produto da
remanejamento da programação cujo impedimento seja arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
insuperável; 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo ensino e para realização de atividades da administração
previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
de lei sobre o remanejamento da programação cujo 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
impedimento seja insuperável; operações de crédito por antecipação de receita, previstas
no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o
término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será autorização legislativa e sem indicação dos recursos
implementado por ato do Poder Executivo, nos termos correspondentes;
previstos na lei orçamentária.
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as recursos de uma categoria de programação para outra ou de
programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
execução obrigatória nos casos dos impedimentos
justificados na notificação prevista no inciso I do § 14. VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
de cumprimento da execução financeira prevista no § 11 recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
receita corrente líquida realizada no exercício anterior. e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de autorização legislativa.
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes
orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e Municípios.
impessoal às emendas apresentadas, independentemente
da autoria. XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições
sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de
Art. 167. São vedados: despesas distintas do pagamento de benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201.
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual; § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
diretas que excedam os créditos orçamentários ou pena de crime de responsabilidade.
adicionais;
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
III - a realização de operações de créditos que excedam o exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato
montante das despesas de capital, ressalvadas as de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de

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seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
financeiro subseqüente. limites.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. Municípios adotarão as seguintes providências:

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos cargos em comissão e funções de confiança;
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União e II - exoneração dos servidores não estáveis.
para pagamento de débitos para com esta.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
recursos de uma categoria de programação para outra determinação da lei complementar referida neste artigo, o
poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia objeto da redução de pessoal.
autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de
orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e remuneração por ano de serviço.
especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser- § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
9º. assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
TÍTULO VII
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de Da Ordem Econômica e Financeira
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou CAPÍTULO I
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
poderão ser feitas:
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
I - soberania nacional;
dela decorrentes;
II - propriedade privada;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
III - função social da propriedade;
sociedades de economia mista.

IV - livre concorrência;
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali
previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses V - defesa do consumidor;
de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito

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VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia


tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e às do setor privado.
prestação;
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; o Estado e a sociedade.

VIII - busca do pleno emprego; § 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno aumento arbitrário dos lucros.
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País. § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de responsabilidade desta, sujeitando-a às punições
qualquer atividade econômica, independentemente de compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
lei.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade
Art. 171. (Revogado) econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, determinante para o setor público e indicativo para o setor
os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os privado.
reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só e compatibilizará os planos nacionais e regionais de
será permitida quando necessária aos imperativos da desenvolvimento.
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei. § 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras
formas de associativismo.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas § 3º O Estado favorecerá a organização da atividade
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, do meio ambiente e a promoção econômico-social dos
dispondo sobre: garimpeiros.

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e § 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior
pela sociedade; terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa
e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, com o art. 21, XXV, na forma da lei.
comerciais, trabalhistas e tributários;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
alienações, observados os princípios da administração sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
pública;
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de
administração e fiscal, com a participação de acionistas I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias
minoritários; de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de
sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
responsabilidade dos administradores.
II - os direitos dos usuários;

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III - política tarifária; conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21


desta Constituição Federal.
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou lei.
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra. § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em


aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" todo o território nacional;
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, II - as condições de contratação;
por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras
e que tenha sua sede e administração no País, na forma da III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do
lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas monopólio da União;
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras
indígenas.
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de
materiais radioativos no território nacional.
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no
domínio econômico relativa às atividades de importação ou
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
determinado, e as autorizações e concessões previstas neste seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou seguintes requisitos:
parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o
aproveitamento do potencial de energia renovável de
a) diferenciada por produto ou uso;
capacidade reduzida.
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não
Art. 177. Constituem monopólio da União:
se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e


II - os recursos arrecadados serão destinados:
outros hidrocarbonetos fluidos;
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados
de petróleo;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados
básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados
anteriores;
com a indústria do petróleo e do gás;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem


c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de
nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no
transportes.
País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes
origem;
aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do
transporte internacional, observar os acordos firmados pela
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
União, atendido o princípio da reciprocidade.
reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei
dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
estabelecerá as condições em que o transporte de
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão,

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mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
ser feitos por embarcações estrangeiras. dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de da indenização e os juros legais.
pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até
suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
de lei. moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão
de desenvolvimento social e econômico. conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou
informação de natureza comercial, feita por autoridade § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou mais de uma vez.
jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de
autorização do Poder competente. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DA POLÍTICA URBANA DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA
AGRÁRIA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada
pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social,
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
bem- estar de seus habitantes. indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é utilização será definida em lei.
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em
dinheiro.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse
expressas no plano diretor. social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor
a ação de desapropriação.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento
contraditório especial, de rito sumário, para o processo
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei judicial de desapropriação.
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
de:
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais
I - parcelamento ou edificação compulsórios; as operações de transferência de imóveis desapropriados
para fins de reforma agrária.
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo; Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de
reforma agrária:

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I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será
lei, desde que seu proprietário não possua outra; compatibilizada com a política agrícola e com o plano
nacional de reforma agrária.
II - a propriedade produtiva.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dos requisitos relativos a sua função social. dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as
rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de alienações ou as concessões de terras públicas para fins de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: reforma agrária.

I - aproveitamento racional e adequado; Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais


pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
preservação do meio ambiente;
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso
III - observância das disposições que regulam as relações de serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
trabalho; independentemente do estado civil, nos termos e condições
previstos em lei.
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
dos trabalhadores. Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o
arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na
de autorização do Congresso Nacional.
forma da lei, com a participação efetiva do setor de
produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
bem como dos setores de comercialização, de Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural
armazenamento e de transportes, levando em conta, ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos,
especialmente: sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a
cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
propriedade.
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos
garantia de comercialização;
por usucapião.
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
IV - a assistência técnica e extensão rural;
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de
V - o seguro agrícola;
forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e
a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes
VI - o cooperativismo; que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito,
será regulado por leis complementares que disporão,
VII - a eletrificação rural e irrigação; inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
I - (Revogado).
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-
II - (Revogado).
industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
III - (Revogado)
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de a) (Revogado)
reforma agrária.

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b) (Revogado) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
IV - (Revogado)
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
V -(Revogado) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
VI - (Revogado)
VII - (Revogado) I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
VIII - (Revogado) equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

§ 1°- (Revogado) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho


§ 2°- (Revogado) pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
§ 3°- (Revogado)
b) a receita ou o faturamento;
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
c) o lucro;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
de que trata o art. 201;

CAPÍTULO II
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
saúde, à previdência e à assistência social. respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
União.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da
lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será
objetivos: elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis
pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
III - seletividade e distributividade na prestação dos contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
benefícios e serviços; ou incentivos fiscais ou creditícios.

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido
V - eqüidade na forma de participação no custeio; o disposto no art. 154, I.

VI - diversidade da base de financiamento; § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social


poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
VII - caráter democrático e descentralizado da correspondente fonte de custeio total.
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data

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da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
entidades beneficentes de assistência social que atendam às rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
exigências estabelecidas em lei. único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais I - descentralização, com direção única em cada esfera de
e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, governo;
que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus
aos benefícios nos termos da lei. III - participação da comunidade.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
diferenciadas, em razão da atividade econômica, da social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou Municípios, além de outras fontes.
da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de
para o sistema único de saúde e ações de assistência social saúde recursos mínimos derivados da aplicação de
da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, percentuais calculados sobre:
e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva
contrapartida de recursos.
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das por cento);
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste
artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da
complementar.
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a,
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e respectivos Municípios;
IV do caput, serão não-cumulativas.
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a § 3º.
receita ou o faturamento.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a
Seção II cada cinco anos, estabelecerá:
DA SAÚDE
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
proteção e recuperação.
Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal;

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IV - (Revogado). II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,


bem como as de saúde do trabalhador;
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de III - ordenar a formação de recursos humanos na área de
combate às endemias por meio de processo seletivo público, saúde;
de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. IV - participar da formulação da política e da execução das
ações de saneamento básico;
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
e a regulamentação das atividades de agente comunitário de científico e tecnológico e a inovação;
saúde e agente de combate às endemias, competindo à
União, nos termos da lei, prestar assistência financeira VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. para consumo humano;

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º VII - participar do controle e fiscalização da produção,
do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou psicoativos, tóxicos e radioativos;
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo
em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
fixados em lei, para o seu exercício.
compreendido o do trabalho.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
regime geral, de caráter contributivo e de filiação
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
sem fins lucrativos.
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios


I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
avançada;

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas


II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo
nos casos previstos em lei.
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário;
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes
dos segurados de baixa renda;
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização. V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao
cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
disposto no § 2º.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
regime geral de previdência social, ressalvados os casos de
substâncias de interesse para a saúde e participar da
atividades exercidas sob condições especiais que
produção de medicamentos, equipamentos,
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.

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§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios,


contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá nos casos e na forma da lei.
valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda
cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na e àqueles sem renda própria que se dediquem
forma da lei. exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, um salário-mínimo.
conforme critérios definidos em lei.
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante às vigentes para os demais segurados do regime geral de
de regime próprio de previdência. previdência social.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de complementar e organizado de forma autônoma em relação
cada ano. ao regime geral de previdência social, será facultativo,
baseado na constituição de reservas que garantam o
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de benefício contratado, e regulado por lei complementar.
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições: § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará
ao participante de planos de benefícios de entidades de
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta previdência privada o pleno acesso às informações relativas
anos de contribuição, se mulher; à gestão de seus respectivos planos.

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as


anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos
para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que e planos de benefícios das entidades de previdência privada
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a
artesanal. remuneração dos participantes, nos termos da lei.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência
anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
funções de magistério na educação infantil e no ensino de economia mista e outras entidades públicas, salvo na
fundamental e médio. qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do
segurado.
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União,
que os diversos regimes de previdência social se Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas
compensarão financeiramente, segundo critérios autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
estabelecidos em lei. empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência
privada, e suas respectivas entidades fechadas de
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do
previdência privada.
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime
geral de previdência social e pelo setor privado.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior
aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título,
permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços
serão incorporados ao salário para efeito de contribuição

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públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de II - serviço da dívida;


previdência privada.
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
estabelecerá os requisitos para a designação dos membros
das diretorias das entidades fechadas de previdência privada CAPÍTULO III
e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto Seção I
de discussão e deliberação. DA EDUCAÇÃO

Seção IV Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da


DA ASSISTÊNCIA SOCIAL família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
necessitar, independentemente de contribuição à para o trabalho.
seguridade social, e tem por objetivos:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à princípios:
adolescência e à velhice;
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; escola;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e
comunitária; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos


pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem oficiais;
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei. V - valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos
social serão realizadas com recursos do orçamento da das redes públicas;
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

I - descentralização político-administrativa, cabendo a VII - garantia de padrão de qualidade.


coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
coordenação e a execução dos respectivos programas às VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais
esferas estadual e municipal, bem como a entidades da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
beneficentes e de assistência social;
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de
II - participação da população, por meio de organizações trabalhadores considerados profissionais da educação básica
representativas, na formulação das políticas e no controle e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação
das ações em todos os níveis. de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal
vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, científica, administrativa e de gestão financeira e
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão.
I - despesas com pessoal e encargos sociais;

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§ 1º É facultado às universidades admitir professores, comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. e regionais.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
pesquisa científica e tecnológica. disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de: § 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta aprendizagem.
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração seus
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; sistemas de ensino.

III - atendimento educacional especializado aos portadores § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
federais e exercerá, em matéria educacional, função
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
5 (cinco) anos de idade; oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
do educando;
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente
no ensino fundamental e médio.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementares de
material didáticoescolar, transporte, alimentação e § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os
assistência à saúde. Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo.
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao
ensino regular.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente. Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
manutenção e desenvolvimento do ensino.
pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela


Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou
seguintes condições:
pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada,
para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
governo que a transferir.

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.


§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput"
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na
fundamental, de maneira a assegurar formação básica forma do art. 213.

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§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará II - universalização do atendimento escolar;


prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de III - melhoria da qualidade do ensino;
padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação. IV - formação para o trabalho;

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.


assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
sociais e outros recursos orçamentários.
públicos em educação como proporção do produto interno
bruto.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação,
Seção II
recolhida pelas empresas na forma da lei.
DA CULTURA

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da


Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
contribuição social do salário-educação serão distribuídas
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
manifestações culturais.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas


§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
grupos participantes do processo civilizatório nacional.

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus


2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de
excedentes financeiros em educação;
alta significação para os diferentes segmentos étnicos
nacionais.
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de
Público, no caso de encerramento de suas atividades.
duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do
País e à integração das ações do poder público que
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser conduzem à:
destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
cursos regulares da rede pública na localidade da residência
II produção, promoção e difusão de bens culturais;
do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura
em suas múltiplas dimensões;
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão IV democratização do acesso aos bens de cultura;
receber apoio financeiro do Poder Público.
V valorização da diversidade étnica e regional.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens
nacional de educação em regime de colaboração e definir de natureza material e imaterial, tomados individualmente
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de sociedade brasileira, nos quais se incluem:
ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a: I - as formas de expressão;

I - erradicação do analfabetismo; II - os modos de criar, fazer e viver;

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III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos
seguintes princípios:
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; I - diversidade das expressões culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico. III - fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais;
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por IV - cooperação entre os entes federados, os agentes
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e públicos e privados atuantes na área cultural;
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação. V - integração e interação na execução das políticas,
programas, projetos e ações desenvolvidas;
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão
da documentação governamental e as providências para VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
VII - transversalidade das políticas culturais;
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais.
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da
sociedade civil;
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão
punidos, na forma da lei.
IX - transparência e compartilhamento das informações;

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios


X - democratização dos processos decisórios com
detentores de reminiscências históricas dos antigos
participação e controle social;
quilombos.
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
recursos e das ações;
fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por
cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses
orçamentos públicos para a cultura.
recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais; § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas
respectivas esferas da Federação:
II - serviço da dívida;
I - órgãos gestores da cultura;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
II - conselhos de política cultural;
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

III - conferências de cultura;


Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em
regime de colaboração, de forma descentralizada e
participativa, institui um processo de gestão e promoção IV - comissões intergestores;
conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a V - planos de cultura;
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento
humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos VI - sistemas de financiamento à cultura;
culturais.)
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na
política nacional de cultura e nas suas diretrizes, VIII - programas de formação na área da cultura; e

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IX - sistemas setoriais de cultura. § 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente


para a solução dos problemas brasileiros e para o
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os
demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. § 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas
áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e
organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis concederá aos que delas se ocupem meios e condições
próprias. especiais de trabalho.

Seção III § 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em


DO DESPORTO pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação
e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao
formais e não-formais, como direito de cada um, empregado, desvinculada do salário, participação nos
observados: ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu
trabalho.
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e
associações, quanto a sua organização e funcionamento; § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular
parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de
fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
II - a destinação de recursos públicos para a promoção
prioritária do desporto educacional e, em casos específicos,
para a do desporto de alto rendimento; § 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput
, estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto
privados, nas diversas esferas de governo.
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e
o não- profissional;
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior
das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação,
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
com vistas à execução das atividades previstas no caput.
criação nacional.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e


§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento
e às competições desportivas após esgotarem-se as
cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o
dias, contados da instauração do processo, para proferir
fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos
decisão final.
demais entes, públicos ou privados, a constituição e a
manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de
ambientes promotores da inovação, a atuação dos
promoção social.
inventores independentes e a criação, absorção, difusão e
transferência de tecnologia.
CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação com
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o órgãos e entidades públicos e com entidades privadas,
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação inclusive para o compartilhamento de recursos humanos
científica e tecnológica e a inovação. especializados e capacidade instalada, para a execução de
projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tecnológico e de inovação, mediante contrapartida
tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. na forma da lei.

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Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio
Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração e televisão atenderão aos seguintes princípios:
entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a
promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
inovação. informativas;

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à
produção independente que objetive sua divulgação;
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão
concorrentemente sobre suas peculiaridades. III - regionalização da produção cultural, artística e
jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
família.
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
disposto nesta Constituição. brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir tenham sede no País.
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
ideológica e artística. naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o
§ 3º Compete à lei federal: conteúdo da programação.

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao § 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e


Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas direção da programação veiculada são privativas de
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em
sua apresentação se mostre inadequada; qualquer meio de comunicação social.

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à § 3º Os meios de comunicação social eletrônica,
família a possibilidade de se defenderem de programas ou independentemente da tecnologia utilizada para a prestação
programações de rádio e televisão que contrariem o do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art.
disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, 221, na forma de lei específica, que também garantirá a
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio prioridade de profissionais brasileiros na execução de
ambiente. produções nacionais.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas
agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a empresas de que trata o § 1º
restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo
anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência § 5º As alterações de controle societário das empresas de
sobre os malefícios decorrentes de seu uso. que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar
indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. concessão, permissão e autorização para o serviço de
radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação princípio da complementaridade dos sistemas privado,
independe de licença de autoridade. público e estatal.

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§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para
a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá
de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de
Nacional, em votação nominal. ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente;
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
forma dos parágrafos anteriores. práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de a crueldade.
vencido o prazo, depende de decisão judicial.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o
Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
Conselho de Comunicação Social, na forma da lei. ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
CAPÍTULO VI independentemente da obrigação de reparar os danos
DO MEIO AMBIENTE causados.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
para as presentes e futuras gerações. meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público: § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas
pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter
sua localização definida em lei federal, sem o que não
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
poderão ser instaladas.
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º
deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
desportivas que utilizem animais, desde que sejam
territoriais e seus componentes a serem especialmente
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
Constituição Federal, registradas como bem de natureza
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure
proteção;
o bem-estar dos animais envolvidos.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
CAPÍTULO VII
atividade potencialmente causadora de significativa
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
Idoso
ambiental, a que se dará publicidade;
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado.

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§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. aspectos:

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
comunidade formada por qualquer dos pais e seus trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
descendentes.
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal
são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
escola;
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa
e da paternidade responsável, o planejamento familiar é técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a
livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar legislação tutelar específica;
recursos educacionais e científicos para o exercício desse
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade
instituições oficiais ou privadas. e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de privativa da liberdade;
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir
a violência no âmbito de suas relações. VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com adolescente órfão ou abandonado;
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à VII - programas de prevenção e atendimento especializado à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e criança, ao adolescente e ao jovem dependente de
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de entorpecentes e drogas afins.
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral
à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
participação de entidades não governamentais, mediante lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por
políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: parte de estrangeiros.

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
à saúde na assistência materno-infantil; por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
II - criação de programas de prevenção e atendimento filiação.
especializado para as pessoas portadoras de deficiência
física, sensorial ou mental, bem como de integração social do § 7º No atendimento dos direitos da criança e do
adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art.
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação 204.
do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de § 8º A lei estabelecerá:
discriminação.

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I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e
dos jovens; indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras,
visando à articulação das várias esferas do poder público salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
para a execução de políticas públicas. catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população,
ou no interesse da soberania do País, após deliberação do
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. retorno imediato logo que cesse o risco.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos,
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração
das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de existentes, ressalvado relevante interesse público da União,
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra
garantindo-lhes o direito à vida. a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
derivadas da ocupação de boa fé.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus lares. § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174,
§ 3º e § 4º.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são
partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus
direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em
CAPÍTULO VIII
todos os atos do processo.
DOS ÍNDIOS

TÍTULO IX
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
Das Disposições Constitucionais Gerais
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar Art. 233. (Revogado)
todos os seus bens.
Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir,
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as em decorrência da criação de Estado, encargos referentes a
por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para despesas com pessoal inativo e com encargos e
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação amortizações da dívida interna ou externa da administração
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as pública, inclusive da indireta.
necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições. Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão
observadas as seguintes normas básicas:
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos Deputados se a população do Estado for inferior a seiscentos
nelas existentes. mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse
número, até um milhão e quinhentos mil;
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada
resultados da lavra, na forma da lei. idoneidade e notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;

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V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus
Governador eleito, escolhidos da seguinte forma: atos pelo Poder Judiciário.

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco § 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de
anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços
Estado originário; notariais e de registro.

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende
advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico, com de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de
procedimento fixado na Constituição; concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis
meses.
VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os
cinco primeiros Desembargadores poderão ser escolhidos Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio
dentre juízes de direito de qualquer parte do País; exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.
VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro
Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis
nomeados pelo Governador eleito após concurso público de de petróleo, álcool carburante e outros combustíveis
provas e títulos; derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os
princípios desta Constituição.
VIII - até a promulgação da Constituição Estadual,
responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o
e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de notório Programa de Integração Social, criado pela Lei
saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o
nomeados pelo Governador eleito e demissíveis "ad nutum"; Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de
IX - se o novo Estado for resultado de transformação de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a
Território Federal, a transferência de encargos financeiros da financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do
União para pagamento dos servidores optantes que seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste
pertenciam à Administração Federal ocorrerá da seguinte artigo.
forma:
§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por menos quarenta por cento serão destinados a financiar
cento dos encargos financeiros para fazer face ao programas de desenvolvimento econômico, através do
pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
sob a responsabilidade da União; com critérios de remuneração que lhes preservem o valor.

b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de § 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração
trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta por Social e do Programa de Formação do Patrimônio do
cento; Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios
de saque nas situações previstas nas leis específicas, com
X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os exceção da retirada por motivo de casamento, ficando
cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput"
Constituição Estadual; deste artigo, para depósito nas contas individuais dos
participantes.
XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão
ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado. § 3º Aos empregados que percebam de empregadores que
contribuem para o Programa de Integração Social ou para o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em
até dois salários mínimos de remuneração mensal, é
caráter privado, por delegação do Poder Público.
assegurado o pagamento de um salário mínimo anual,
computado neste valor o rendimento das contas individuais,
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a
responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de

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no caso daqueles que já participavam dos referidos adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o
programas, até a data da promulgação desta Constituição. disposto no art. 227, § 2º.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que
contribuição adicional da empresa cujo índice de o Poder Público dará assistência aos herdeiros e
rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime
rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei. doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do
ilícito.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais
contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na
de salários, destinadas às entidades privadas de serviço regulamentação de artigo da Constituição cuja redação
social e de formação profissional vinculadas ao sistema tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre
sindical. 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no
públicos e os convênios de cooperação entre os entes § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais
federados, autorizando a gestão associada de serviços para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em
públicos, bem como a transferência total ou parcial de decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade atividades exclusivas de Estado.
dos serviços transferidos.
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante
instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou processo administrativo em que lhe sejam assegurados o
municipal e existentes na data da promulgação desta contraditório e a ampla defesa.
Constituição, que não sejam total ou preponderantemente
mantidas com recursos públicos. Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão
responsável pelo regime geral de previdência social, ainda
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite
contribuições das diferentes culturas e etnias para a máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por
formação do povo brasileiro. esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o
Janeiro, será mantido na órbita federal. pagamento de proventos de aposentadoria e pensões
concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes,
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras administração desses fundos.
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o
disposto no art. 5º. Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o
pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico previdência social, em adição aos recursos de sua
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei
escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com que disporá sobre a natureza e administração desse fundo.
destinação específica, na forma da lei.
Brasília, 5 de outubro de 1988.
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros,
dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso

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VII - a garantia de um sistema educacional que, respeitando


CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO a dimensão universal e nacional do homem, preserve e
ressalte a identidade cultural do povo amazonense;
AMAZONAS.
VIII - a saúde pública e o saneamento básico;
PREÂMBULO
IX - A construção de uma sociedade que assegure a
Nós, representantes do povo amazonense, eleitos por sua participação de todos no trabalho social e a fruição
vontade soberana e investido de poderes Constituintes, com
o propósito de assegurar a transparência dos Poderes, a Justa de seu resultado;
ordem jurídica e social justa, a liberdade, o direito de todos
à plena cidadania e à participar popular na defesa X - A assistência aos Municípios de escassas condições
intransigente desses princípios e objetivos, técnicas e socioeconômicas;
consubstanciando as aspirações de um Estado fiel a sua
vocação histórica de grandeza, interação humana e valores XI - a Inter complementariedade entre a Sociedade e o
morais, promulgamos, sob a égide da justiça e a proteção de Estado.
Deus, a CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO AMAZONAS.
TÍTULO II
TÍTULO I
- DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
- DAS DISPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
Art. 1º O Estado do Amazonas, constituído de Municípios,
integra com autonomia político-administrativa a República - DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Federativa do Brasil, fundado:
Art. 3º O Estado, nos limites de sua competência, assegura,
I - Na união indissolúvel com os demais Estados federados, em seu território, a brasileiros e estrangeiros, a
observadas a unidade de interesses comuns do povo inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais
brasileiro, as peculiaridades regionais e a igualdade política declarados na Constituição da República.
entre os Estados da Federação;
§ 1º As omissões do Poder Público que tornem inviável o
II - No reconhecimento e respeito aos fundamentos da Nação exercício dos direitos constitucionais serão sanadas, na
Brasileira e do Estado Democrático de Direito, estabelecidos esfera administrativa, dentro de noventa dias do
na Constituição da República. requerimento do interessado, incluindo em penalidade de
destituição de mandato administrativo ou de cargo ou
Art. 2º São objetivos prioritários do Estado, entre outros: função de direção, em Órgão da administração direta ou
indireta, o agente público que injustificadamente deixar de
I - A garantia de controle pelo cidadão e segmentos da fazê-lo.
coletividade estadual da legitimidade e legalidade dos atos
dos Poderes Públicos e da eficácia dos serviços públicos; § 2º A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para
II - A garantia dos direitos subjetivos públicos do indivíduo e todos e, nos termos da lei, mediante o plebiscito, o
dos interesses da coletividade; referendo e a iniciativa popular, bem como através da
participação da coletividade na formulação e execução das
III - a defesa da Floresta Amazônica e o seu aproveitamento políticas de governo e do permanente controle popular da
racional, respeitada a sua função no Ecossistema; legalidade e moralidade dos atos dos Poderes Estadual e
Municipal.
IV - O equilíbrio no desenvolvimento da coletividade
mediante a regionalização das ações administrativas, § 3º O julgamento da ação de inconstitucionalidade, do
respeitada a autonomia municipal; habeas corpus, do mandato de segurança individual ou
coletivo, do habeas-data, do mandato de injunção, da ação
V - A segurança pública; popular, da ação indenizatória por erro judiciário, das ações
de alimentos e da ação relativa aos atos de lesa-natureza
VI - A fixação do homem no campo; terá preferência absoluta sobre quaisquer outros.

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§ 4º Não poderão ser objeto de registro em bancos de dados § 13. Os atos de lesa-natureza, decorrentes de ações ou
ou cadastros de instituições públicas ou de entidades omissões que atendem contra o meio ambiente e o
particulares com atuação junto à coletividade e ao público equilíbrio do ecossistema, inclusive em área urbana, e o
consumidor as informações referentes a convicções sistema de vida indígena, serão coibidos pelo Poder Público
filosóficas, políticas ou religiosas, à filiação partidária ou e punidos na forma da lei.
sindical, nem as que digam respeito à vida privada e à
intimidade pessoal, salvo quando se tratar de CAPÍTULO II
processamento estatístico e não individualizado.
- DOS DIREITOS SOCIAIS
§ 5º Todos têm direito de requerer e obter, no prazo de trinta
dias, informações objetivas de seu interesse particular, Art. 4º O Estado e os municípios assegurarão o pleno
coletivo ou geral, a cerca dos atos e projetos do Estado e dos exercício dos direitos sociais contemplados na Constituição
Municípios, bem como dos respectivos Órgãos da da República, inclusive os Concernentes aos trabalhadores
administração pública direta e indireta. urbanos e rurais, mediante:

§ 6º A força só poderá intervir para garantir o exercício do I - a garantia do livre acesso à educação;
direito de reunião e demais liberdades constitucionais, bem
como a defesa da ordem pública e do patrimônio público e II - a implantação e manutenção de um eficiente sistema de
privado e a segurança pessoal, cabendo responsabilidade saúde pública e de saneamento básico;
aos agentes pelos excessos que cometerem.
III - o estímulo à atividade econômica produtiva e à livre
§ 7º É assegurado a todos, independentemente de iniciativa, objetivando a geração de emprego e renda;
pagamento de taxa ou emolumento ou garantia de instância,
o direito de petição e de representação aos Poderes Públicos IV - a destinação de áreas públicas para fins recreativos e
para coibir ilegalidade ou abuso de poder, e de obtenção, em execução de programas culturais e turísticos;
repartições públicas, de certidão necessária à defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. V - a prestação de serviços de assistência e previdência
social;
§ 8º Ninguém será discriminado ou de qualquer forma
prejudicado pelo fato de litigar ou ter litigado com o Estado VI - a proteção à maternidade, à infância, ao idoso ao
ou Município, na esfera administrativa ou judicial. deficiente e ao desamparado;

§ 9º Nos processos administrativos, qualquer que seja o VII - a dignificação do trabalho e a garantia de piso salarial
objeto e o procedimento, observar-se-ão, entre outros adequado e justo;
requisitos de validade, a publicidade, o contraditório, a
defesa ampla e o despacho ou decisão motivados. VIII - a fiscalização da observância, por parte de todos, das
condições de trabalho estabelecidas em lei;
§ 10. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de IX - implantação de programas habitacionais para
autorização, desde que não frustrem outra reunião populações de baixa renda.
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente. Art. 5º A liberdade de associação profissional ou sindical será
assegurada pelos agentes estaduais e municipais,
§ 11. O sistema penitenciário estadual garantirá a dignidade respeitados os princípios estabelecidos na Constituição da
e a integridade física, psíquica e moral dos presidiários, República.
assegurando-lhes assistência espiritual e jurídica,
aprendizado profissionalizante, trabalho produtivo e Parágrafo único. A greve é lícita, na forma da lei.
remunerado, além do acesso à informação sobre os fatos
ocorrentes fora do ambiente carcerário, bem como aos Art. 6º É assegurada a participação dos trabalhadores e
dados relativos à execução das respectivas penas. empregadores nos colegiados dos Órgãos públicos estaduais
e municipais, em cujo âmbito os interesses profissionais ou
§ 12. Às presidiárias será assegurado estabelecimento previdenciários sejam objeto de discussão ou deliberação.
próprio e, especialmente, condições para que seus filhos
possam permanecer com elas durante o período de Art. 7º A sociedade integrará, através de representantes
amamentação. democraticamente escolhidos, todos os Órgãos de
deliberação coletiva, estaduais ou municipais, que tenham

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atribuições consultivas, deliberativas ou de controle social d) realização de audiências conciliatórias, com intuito de
nas áreas de educação, cultura, saúde, desenvolvimento dirimir conflitos pertinentes à relação de consumo, servindo
socioeconômico, meio-ambiente, segurança pública, os acordos firmados como títulos extrajudiciais, para
distribuição de justiça, assistência e previdência social e execução na forma da legislação aplicável;
defesa do consumidor.
e) formalização de representações junto aos órgãos do
Art. 8º As empresas que desfrutem de benefícios fiscais ou Ministério Público Federal e Estadual, para fins de adoção de
financeiros estaduais ou municipais e possuam número de medidas processuais penais e civis, no âmbito de suas
empregados superior a cem, bem como qualquer empresa atribuições;
com número de empregados superior a duzentos manterão
creches para os filhos destes. f) estabelecimento de parcerias com órgãos de defesa do
consumidor do Poder Executivo e de organizações não-
Parágrafo único. A mesma obrigação impõe-se ao Estado e governamentais;
aos Municípios, em relação aos seus servidores.
g) realização de estudos e pesquisas envolvendo assuntos de
CAPÍTULO III interesse dos consumidores.

- DA DEFESA DO CONSUMIDOR Artigo 9º com redação dada pela Emenda à Constituição nº


59, de 15.03.2007, em vigor nadata de sua publicação.
Art. 9º O consumidor tem direito à proteção do Estado e do
Município, assegurada a sua defesa, dentre outras formas O artigo alterado dispunha o seguinte:
estabelecidas em lei, por meio de:
"Art. 9º O consumidor tem direito à proteção do Estado e do
I - assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor; Município, assegurada a suadefesa, dentre outras formas
estabelecidas em lei, por meio de:
II - legislação punitiva a propaganda enganosa, ao atraso na
entrega de mercadorias e ao abuso na fixação de preços; I - assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor;

III - responsabilidade pela garantia dos produtos II - legislação punitiva a propaganda enganosa, ao atraso na
comercializados; entrega de mercadorias e aoabuso na fixação de preços;

IV - manutenção de organismos para defesa do consumidor III - responsabilidade pela garantia dos produtos
na estrutura administrativa dos Poderes Legislativos e comercializados;
Executivo.
IV - manutenção de organismos para defesa do consumidor
Parágrafo único. No âmbito do Poder Legislativo, a defesa do na estrutura administrativa dosPoderes Legislativos e
consumidor será exercida pela Comissão Técnica Executivo.
Permanente específica, através dos seguintes
procedimentos: Parágrafo único. No âmbito do Poder Legislativo, a defesa do
consumidor será exercida pelaComissão Técnica
a) orientação permanente aos consumidores sobre seus Permanente específica, através dos seguintes
direitos e garantias, inclusive através de respostas a procedimentos:
consultas formuladas por pessoas físicas ou jurídicas;
a) orientação permanente aos consumidores sobre seus
b) recebimento, análise, avaliação e apuração de denúncias direitos e garantias, inclusive atravésde respostas a consultas
apresentadas por entidades representativas ou pessoas formuladas por pessoas físicas ou jurídicas;
jurídicas de direito público, privado ou por consumidores
individuais; b) recebimento, análise, avaliação e apuração de denúncias
apresentadas por entidadesrepresentativas ou pessoas
c) fiscalização do cumprimento da legislação aplicável às jurídicas de direito público, privado ou por
relações de consumo, aplicando as sanções administrativas consumidoresindividuais;
em lei, que serão revertidas ao Fundo Estadual de Defesa do
Consumidor (FUNDECON) e promovendo o ajuizamento de c) fiscalização do cumprimento da legislação aplicável às
ações para defesa de interesses coletivos e difusos; relações de consumo, aplicando assanções administrativas
em lei, que serão revertidas ao Fundo Estadual de Defesa do

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Consumidor (FUNDECON) e promovendo o ajuizamento de Tamaniquá, Tapauá, Tefé, Tonantins, Uarini, Urucará,
ações para defesa de interessescoletivos e difusos; Urucurituba, em número de oitenta esete, compões o Estado
do Amazonas.
d) realização de audiências conciliatórias, com intuito de
dirimir conflitos pertinentes àrelação de consumo, servindo Parágrafo único. A cidade de Manaus é capital do Estado.
os acordos firmados como títulos extrajudiciais, para
execuçãona forma da legislação aplicável; Art. 13. Constituem bens do Estado os assegurados na
Constituição da República, assim como osnão-pertencentes
e) formalização de representações junto aos órgãos do à União e aos Municípios, nas áreas reservadas ao seu
Ministério Público Federal e Estadual,para fins de adoção de domínio.
medidas processuais penais e civis, no âmbito de suas
atribuições; Art. 14. São Poderes do Estado, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e oJudiciário, não podendo
f) estabelecimento de parcerias com órgãos de defesa do o investido na função de um exercer a do outro ou delegar
consumidor do Poder Executivo ede organizações não- atribuições, salvo asexceções previstas nesta Constituição.
governamentais;
Art. 15. No exercício de sua autonomia, o Estado editará leis,
g) realização de estudos e pesquisas envolvendo assuntos de expedirá atos e adotará medidas pertinentesaos seus
interesse dos consumidores." Vide Emenda Constitucional nº interesses, às necessidades da administração e ao bem-estar
59, de 15.03.2007, que altera este artigo. do povo.

TÍTULO III CAPÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E DA COMPETÊNCIA DO ESTADO


TERRITORIAL
Art. 16. O Estado exercerá, em seu território, todas as
CAPÍTULO I competências que não tiverem sido atribuídas
comexclusividade, pela Constituição da República, à União
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ou aos Municípios.

Art. 10. Os limites territoriais do Estado são os definidos e Art. 17. Respeitadas as normas de cooperação fixadas em lei
reconhecidos pela tradição documentos, leis etratados, complementar federal, é da competência doEstado, em
inadmitida sua alteração, exceto na forma prevista na atuação comum com a União e os Municípios:
Constituição da República.
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
Art. 11. São símbolos do Estado a bandeira, o hino e o brasão instituições democráticas e conservar o patrimôniopúblico;
existentes à data da promulgação destaConstituição.
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
Art. 12. Os municípios de Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Apuí, Autuparana, Atalaia do Norte,Augusto Montenegro,
Autarez, Auxiliadora, Axinin, Barcelos, Barreirinha, Belém do III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
Solimões, BenjamimConstant, Beruri, Bittencourt, Boa Vista histórico, artístico e cultural, os monumentos,as paisagens
do Ramos, Boca do Acre, Borba, Caapiranga, Caburi, naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
CacauPirêra, Caiambé, Camaruã, Canumã, Canutama,
Carauari, Careiro, Careiro da Várzea, Caviana, Coari,Codajás, IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
Eirunepé, Envira, Fonte Boa, Guarujá, Humaitá, Iauaretê, obras de arte e de outros bens de valorhistórico, artístico e
Ipiranga-Juí, Ipixuna, Iranduba,Itacoatiara, Itamarati, cultural;
Itapiranga, Janaucá, Japurá, Juruá, Jutaí, Lábrea,
Manacapuru, Manaquiri, Manaus,Manicoré, Maraã, Maués, V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
Messejana do Norte, Mocambo, Moura, Murituba, ciência e à tecnologia;
Nhamundá, Nova Olinda doNorte, Novo Airão, Novo
Aripuanã, Osório da Fonseca, Parintins, Pauini, Presidente VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
Figueiredo,Puraquequara, Purupuru, Rio Preto da Eva, qualquer de suas formas;
Rosarinho, Sacambu, Santa Isabel do Rio Negro,
SantoAntônio do Içá, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de VII - preservar a fauna e a flora;
Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves,Tabatinga,

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VIII - fomentar a piscicultura, agropecuária, a produção XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
extrativa e organizar o abastecimento alimentar; deficiência;

IX - promover programas de construção de moradias e a XV - proteção à infância, à juventude e ao idoso;


melhoria das condições de habitação e desaneamento
básico; XVI - organização, garantias, direitos e deveres da Polícia
Judiciária, da Polícia Militar e do Corpo deBombeiros Militar.
X - combater as causas da pobreza e os fatores de
marginalização, promovendo a integração social dossetores Parágrafo único. Inexistindo lei federal, ou se esta for
desfavorecidos; omissa,quanto ao aspecto regional, sobre asmatérias
constantes deste artigo, o Estado exercerá a competência
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de legislativa plena.
direitos de pesquisa e exploração de recursoshídricos e
minerais em seu território; Art. 19. É vedado ao Estado e aos Municípios que o integram:

XII - estabelecer e implementar política de educação para a I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
segurança no trânsito. embarcar-lhes o funcionamento ou mantercom eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança,
Art. 18. Compete ao Estado, respeitadas as normas gerais ressalvada, na forma da lei, acolaboração de interesse
estabelecidas em lei federal, legislarconcorrentemente com público;
a União sobre:
II - recusar fé aos documentos públicos;
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;

II - orçamento; IV - renunciar à receita e conceder isenções e anistias fiscais,


sem justificativa de interesse público eautorização dos
III - juntas comerciais; Poderes Legislativos Estadual e Municipal.

IV - custas dos serviços forenses; CAPÍTULO III

V - produção e consumo; DO PODER LEGISLATIVO

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, Seção I


defesa do solo e dos recursos naturais,proteção do meio
ambiente e controle da população; Disposições Gerais

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, Art. 20. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia
turístico e paisagístico; Legislativa, composta de representantes dopovo, eleitos
para mandato de quatro anos, pelo sistema proporcional,
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao mediante sufrágio universal e votodireto e secreto, na forma
consumidor, a bens e direitos de valor artístico,estético, da legislação federal.
histórico, turístico e paisagístico;
§ 1º São condições de elegibilidade para a Assembleia
IX - educação, cultura, ensino e desporto; Legislativa:

X - criação, funcionamento e processo do juizado de I - nacionalidade brasileira;


pequenas causas;
II - pleno exercício dos direitos políticos;
XI - procedimentos em matéria processual;
III - alistamento eleitoral;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
IV - domicílio eleitoral na circunscrição;
XIII - assistência jurídica e defensoria pública;
V - filiação partidária;

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VI - idade mínima de vinte e um anos. § 6º A incorporação de Deputados às Forças Armadas,


embora militares e mesmo em tempo de guerra,dependerá
§ 2º O número de Deputados à Assembleia passa a ser de de prévia licença da Assembleia Legislativa.
trinta, e atingindo o número de trinta e seis, seráacrescido
de tantos quanto forem os Deputados Federais acima de § 7º As imunidades de Deputados subsistirão durante o
doze. estado de sítio, só podendo ser suspensasmediante o voto
de dois terços dos membros da Assembleia Legislativa, nos
Art. 21. O Poder Legislativo tem autonomia administrativa e casos de atos incompatíveiscom a execução da medida,
financeira. praticados fora do recinto da Casa.

§ 1º Sua proposta orçamentária será elaborada dentro dos § 8º O Deputado que deixar de comparecer, sem justificativa,
limites estipulados conjuntamente com osdemais Poderes à reunião ordinária, deixará de perceber umtrinta avos do
na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhando-a ao Poder subsídio e da representação.
Executivo.
Art. 23. O Deputado não poderá:
§ 2º No decorrer da execução orçamentária, o montante
corresponde ao Poder Legislativo será repassadoem I - desde a expedição do diploma:
duodécimos, até o dia vinte de cada mês, corrigidas as
parcelas na mesma proporção do excesso dearrecadação a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
apurado em relação à prevista orçamentária. público, autarquia, empresa pública, sociedadede economia
mista, fundações instituídas pelo Poder Público ou empresa
§ 3º A Assembleia Legislativa é administrada por uma Mesa concessionária de serviçopúblico, salvo quando o contrato
Diretora, composta por oito cargos, comdenominação e obedecer a cláusulas uniformes;
atribuições estabelecidas no Regimento Interno do
Parlamento, vedada a recondução demembro da Mesa para b) aceitar ou exercer o cargo, função ou emprego
idêntico cargo, na mesma legislatura. remunerado, inclusive os de livre nomeação,exoneração,
admissão e dispensa nas entidades constantes da alínea
Art. 22. Os Deputados são invioláveis por suas opiniões, anterior.
palavras e votos.
II - desde a posse:
§ 1º Desde a expedição do diploma até a inauguração da
legislatura seguinte, os Deputados não poderãoser presos, a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que
salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados goze de favor decorrente de contrato compessoa jurídica de
criminalmente, sem prévia licençada Assembleia Legislativa. direito público, ou nela exercer função remunerada;

§ 2º O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de b) ocupar cargo ou função de que seja livremente demissível,
deliberação suspende a prescrição enquantodurar o nas entidades referidas na alínea "a", doinciso I;
mandato.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
§ 3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos entidades a que se refere a alínea "a", do incisoI;
serão remetidos, dentro de vinte e quatro horas,à
Assembleia Legislativa, para que, pelo voto secreto da d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público
maioria de seus membros, resolva sobre a prisãoe autorize, eletivo.
ou não, a formação de culpa.
Art. 24. Perderá o mandato o Deputado:
§ 4º Os Deputados serão processados e julgados,
originariamente, perante o Tribunal de justiça do Estado,nos I - que infringir qualquer das proibições do artigo anterior;
crimes comuns de competência da Justiça Estadual.
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o
§ 5º Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre decoro parlamentar;
informações recebidas ou prestadas em razãodo exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
receberam informações. terça parte das sessões ordinárias, salvolicença ou missão
autorizada pela Assembleia Legislativa;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

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V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos maioria de votos, presente a maioria absoluta dos seus
na Constituição da República; membros.

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada Seção II


em julgado.
- Das Atribuições da Assembleia Legislativa
§ 1º é incompatível com o decoro parlamentar, além dos
casos definidos em regimento interno, o abusodas Art. 27. Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do
prerrogativas ou a percepção de vantagens indevidas. Governador do Estado, dispor sobre todas asmatérias de
competência do Estado e, especialmente, sobre:
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, deste artigo, a perda do
mandato será decidida pela AssembleiaLegislativa, por voto I - tributos, arrecadação e distribuição de rendas;
secreto e maioria absoluta, mediante provocação da
respectiva Mesa ou de partidopolítico representado no II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
Poder Legislativo estadual, assegurada a ampla defesa. anual, operações de crédito e dívida pública;

§ 3º nos casos previstos nos incisos III e V, a perda do III - bens de domínio do Estado;
mandato será declarada pela Mesa da AssembleiaLegislativa,
de ofício ou mediante requerimento de qualquer Deputado IV - organização administrativa, judiciária, do Ministério
ou de partido político comrepresentação na Casa, Público, da Defensoria Pública e da ProcuradoriaGeral do
assegurada ampla defesa. Estado;

Art. 25. Não perderá o mandato o Deputado: V - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
funções públicas e fixação dos respectivosvencimentos,
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário de observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
Estado, Secretário do Distrito Federal,Secretário Geral da orçamentárias;
Presidência da República, Secretários de Ministérios,
Secretário Municipal da Capital,Reitor de Universidade, VI - criação, estruturação e definição de atribuições das
Superintendente de órgão de Desenvolvimento Regional, Secretarias de Estado e outros órgãos daadministração
Diretor-Presidente deAutarquia ou Chefe de Missão direta, autárquica e fundacional;
DiplomáticaTemporária;
VII - criação de empresas públicas e sociedades de economia
II - licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de mista ou quaisquer outras entidades,inclusive subsidiárias,
doença, sua ou de seu dependente, ou paratratar, sem que explorem atividade econômica, assim como a
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, participação de qualquer delas edo Estado em empresas
o afastamento não ultrapassecento e vinte dias por sessão privadas.
legislativa.
VIII - planos e programas estaduais, regionais e setoriais de
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de desenvolvimento;
investidura em funções prevista no inciso I, desteartigo, ou
licença superior a cento e vinte dias. IX - exploração direta, ou mediante concessão, dos serviços
locais de distribuição de gás canalizado.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
eleição para preenchê-la se faltarem mais dequinze meses X - normas gerais para exploração ou concessão, bem como
para o término do mandato. para fixação de tarifas ou preços dos serviçospúblicos;

§ 3º Na hipótese do inciso I, deste artigo, o Deputado poderá XI - criação, incorporação, fusão e desmembramento de
optar pela remuneração do cargo eletivo. Municípios;

§ 4º Fica vedada a posse de Deputados Estaduais durante o XII - fixação e modificação dos efetivos da Polícia Militar e do
recesso parlamentar, excetuada a hipótese deconvocação Corpo de Bombeiros Militar;
extraordinária.
XIII - limites do território estadual;
Art. 26. Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações da Assembleia Legislativa serãotomadas por XIV - transferência temporária da sede do Governo Estadual.

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Art. 28. É da competência exclusiva da Assembleia XV - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
Legislativa: incluídos os da administração indireta;

I - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, XVI - zelar pela preservação de sua competência legislativa
criação, transformação ou extinção dos cargos,empregos e em face de atos normativos de outrosPoderes;
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração,observados os parâmetros XVII - escolher quatro dos Conselheiros do Tribunal de
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; Contas do Estado;

II - eleger sua Mesa e constituir suas Comissões; XVIII - aprovar, previamente, por voto secreto, a escolha de:

III - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se a) Conselheiros do Tribunal de Contas indicados pelo


ausentarem do Estado e do País, quando oafastamento Governador do Estado, após argüição pública;
exceder a 15 (quinze) dias.
b) Membros do Conselho Estadual de Educação, de Cultura,
IV - receber o compromisso do Governador e do Vice- Ciência, de Tecnologia e Meio Ambiente, deDefesa do
Governador; Consumidor, de Desporto e outros que virem a ser criados;

V - elaborar sua proposta orçamentária, dentro dos limites XIX - autorizar referendo e convocar plebiscito;
estabelecidos, conjuntamente com os demaisPoderes, na
forma da lei de diretrizes orçamentárias; XX - autorizar, previamente, a alienação ou concessão de
terras públicas estaduais de área superior a milmetros
VI - solicitar intervenção federal no Estado para garantir o quadrados, se urbanas, e de mil hectares, se rurais, bem
livre exercício de suas funções; como a alienação ou concessão de uso debens imóveis do
Estado, na forma da lei."
VIII - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limitesde XXI - processar e julgar o Governador e Vice-Governador, nos
delegação legislativa e os atos contrários aos princípios de crimes de responsabilidade, e osSecretários de estado, nos
preservação do meio ambiente; crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

IX - mudar temporariamente sua sede; XXII - processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça e o


Procurador-Geral do Estado, nos crimes deresponsabilidade;
X - fixar, em lei de sua própria iniciativa, os subsídios do
Governador, do Vice-Governador e dosSecretários de XXIII - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
Estado, observado o que dispõem os arts. 37 ,XI ,39 , § 4º, destituição do Procurador-Geral de Justiça edo Defensor-
150 , II, 153, III e 153, § 2º, I,da Constituição Federal; Chefe da Defensoria Pública;

XI - fixar, na forma do inciso anterior, o subsídio dos XXIV - apreciar o veto e sobre ele deliberar;
Deputados Estaduais, na razão de, no máximo,setenta e
cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os XXV - decidir, por voto secreto e aprovação de dois terços de
Deputados Federais, respeitado odisposto nos arts. 39, § 4º, seus membros, sobre a perda do mandatode Deputado, na
57,§ 7º, 150, II, 153, III e 153, § 2º,I, da Constituição Federal; forma do art. 24, desta Constituição;

XII - julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador XXVI - propor, pela maioria relativa de seus membros,
e apreciar os relatórios e pareceres sobre aexecução dos emenda à Constituição da República, desde
planos de governo; queacompanhada de mais da metade das Assembleias
Legislativas dos Estados;
XIII - proceder à tomada de contas do Governador quando
não apresentada dentro de sessenta dias após aabertura da XXVII - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou
sessão legislativa; decreto estadual ou municipal declaradosinconstitucionais
por decisão definitiva do Tribunal de Justiça, quando a
XIV - apreciar e julgar, anualmente, as contas do Tribunal de declaração for limitada ao textoda Constituição do Estado;
Contas do Estado do Amazonas, além deapreciar os
relatórios periódicos de suas atividades. XXVIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
garantias do Estado em operações decrédito;

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XXIX - convocar Secretários de Estado, o Presidente do § 5º A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa


Tribunal de Contas do Estado e dirigentes deÓrgãos da se fará:
administração direta e indireta, incluindo as autarquias,
fundações, empresas públicas esociedade de economia I - pelo Presidente da Assembleia Legislativa, em caso de
mista, importando crime de responsabilidade a recusa ou o decretação de intervenção estadual emMunicípio, e para o
não comparecimentono prazo de 30 (trinta) dias, para compromisso e a posse do Governador e do Vice-
prestarem informações sobre assuntos previamente Governador do Estado;
determinados.
II - pelo Governador do Estado, pelo Presidente da
XXX - requisitar informações e cópias autenticadas de Assembleia Legislativa ou a requerimento da maioriados
documentos referentes às despesas realizadas pelos Deputados, em caso de urgência ou de interesse público
Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios. relevante.

Seção III § 6º Na sessão Legislativa Extraordinária no curso do recesso


parlamentar, a Assembleia Legislativa doEstado do
Das Reuniões Amazonas somente deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocada, vedado o pagamentode parcela indenizatória
Art. 29. A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas se de qualquer natureza.
reunirá anualmente, na Capital do Estado,de 1º de fevereiro
a 16 de julho, e de 1º de agosto a 31 de dezembro. § 7º No ato de posse, o Deputado prestará o juramento
demanter, defender e cumprir a Constituição e asLeis
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão daRepública e do Estado do Amazonas.
transferidas para o primeiro dia útil subsequente,quando
recaírem em sábados, domingos ou feriados. Seção IV

§ 2º A sessão legislativa ordinária não será interrompida - Das Comissões


enquanto não for aprovado pelo projeto de lei dediretrizes
orçamentária. Art. 30. A Assembleia Legislativa terá Comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma ecom as
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a atribuições previstas no Regimento Interno ou no ato de que
Assembleia Legislativa se reunirá para: resultar sua criação.

I - inaugurar a sessão legislativa; § 1º Na constituição da Mesa e de cada Comissão, é


assegurada, tanto quanto possível, a
II - elaborar o regimento interno e regular a criação de seus representaçãoproporcional dos partidos ou dos blocos
serviços; parlamentares integrantes da Assembleia Legislativa.

III - receber o compromisso do Governador e do Vice- § 2º Cabe às Comissões, em razão da matéria de sua
Governador; competência:

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. I - discutir e votar parecer sobre projeto de lei que dispensar,
na forma do Regimento, a deliberação doPlenário, salvo se
§ 4º A Assembleia Legislativa realizará reuniões houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
preparatórias, atendendo aos seguintes objetivos:
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
I - no dia primeiro de fevereiro do ano de instalação dos civil;
trabalhos legislativos para dar posse aosDeputados e eleger
a Mesa Diretora para o primeiro biênio da legislatura; III - convocar Secretários e demais autoridades estaduais
para prestar informações sobre assuntosinerentes às suas
II - às quinze horas do dia em que ocorrer a última reunião atribuições;
ordinária da segunda sessão legislativa paraeleger a Mesa
Diretora para o segundo biênio da legislatura. IV - receber petições, reclamações, representações ou
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissõesdas
III - na primeira quinzena de fevereiro, atendendo a autoridades ou entidades públicas;
convocação do Presidente, para melhor instruir oinício de
cada período legislativo.

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V - solicitar depoimento ou informações de qualquer II - do Governador do Estado;


autoridade ou cidadão;
III - de mais da metade das Câmaras Municipais, por
VI - apreciar programas de investimentos, planos estaduais, deliberação da maioria relativa de seus membros;
regionais e setoriais de desenvolvimento esobre eles emitir
parecer. IV - de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, cinco por
cento do eleitorado estadual, distribuídopelo menos em
§ 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão vinte e cinco por cento dos Municípios existentes no Estado,
poderes de investigação próprios dasautoridades judiciais, não inferior a cinco por centodos eleitores de cada um deles.
além de outros previstos no Regimento Interno da
Assembleia Legislativa, serãocriadas mediante requerimento § 1º É vedada emenda à Constituição na vigência de
de um terço dos Deputados, para a apuração de fato intervenção federal, de estado de defesa ou deestado de
determinado e porprazo certo, sendo suas conclusões, se for sítio.
o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promovaa responsabilidade criminal ou civil dos infratores. § 2º A proposta será discutida e votada em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,três
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa quintos dos votos dos membros da Casa.
da Assembleia Legislativa, eleita na últimareunião ordinária
do período legislativo, com atribuições definidas no § 3º A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da
Regimento Interno, cuja composiçãoreproduzirá, quanto Assembleia Legislativa, com o respectivonúmero de ordem.
possível, a proporcionalidade da representação partidária.
§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada
Seção V ou havida por prejudicada não pode ser objetode nova
proposta na mesma sessão legislativa.
- Do Processo Legislativo
Subseção III
Subseção I
- Das Leis
- Disposição Geral
Art. 33. A iniciativa das leis complementares e ordinárias
Art. 31. O processo legislativo compreende a elaboração de: cabe a qualquer membro ou Comissão daAssembleia
Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça,
I - emendas à Constituição; ao Procurador-Geral de Justiçae aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.
II - leis complementares;
§ 1º São de iniciativa privativa do Governador do Estado as
III - leis ordinárias; leis que:

IV - (Suprimido) I - fixem ou modifiquem os efetivos da Polícia Militar e do


Corpo de Bombeiros Militar;"
V - decretos legislativos;
II - disponham sobre:
VI - resoluções.
a) criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a funções públicas na administração direta,autárquica e nas
elaboração, redação, alternação e consolidação dasleis. funções instituídas pelo Poder Público e fixação de sua
remuneração;
Subseção II
b) organização administrativa e matéria orçamentária;
- Da Emenda Constitucional
c) servidores públicos civis e militares do Estado e seu
Art. 32. A Constituição poderá ser emendada mediante regimento jurídico;
proposta:
d) organização da Procuradoria Geral do Estado e da
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Defensoria Pública;
Legislativa;

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e) criação, estruturação e atribuições dos Órgãos da § 5º Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao
administração direta, das empresas públicas, dassociedades governador do Estado para promulgação.
de economia mista, das autarquias e das fundações
instituídas pelo Poder Público. § 6º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito
horas pelo Governador do Estado, nos casosdos §§ 2º e 5º,
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação deste artigo, o Presidente da Assembleia Legislativa a
à Assembleia Legislativa de projeto de leisubscrito por, no promulgará, e, se não o fizer emigual prazo, caberá ao Vice-
mínimo, um por cento do eleitorado estadual, distribuído Presidente fazê-lo.
pelo menos em vinte e cincopor cento dos Municípios
existentes no Estado, com não menos de três décimos por § 7º A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
cento dos eleitores decada um deles, respeitada a iniciativa poderá constituir objeto de novo projeto, namesma sessão
privativa estabelecida nesta Constituição. legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros da Assembleia Legislativa.
Art. 34. Não serão admitidas emendas que aumentem a
despesa prevista: Art. 37. As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador
do Estado, mediante delegação daAssembleia legislativa.
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador do
Estado, ressalvado o disposto no art. 158, § 3º e§ 4º, desta § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
Constituição; exclusiva da Assembleia Legislativa. Amatéria reservada à lei
complementar nem a legislação sobre:
II - nos projetos sobre organização dos serviços
administrativos da Assembleia Legislativa, do Tribunal I - organização do Poder Judiciário, do Ministério Público e
deJustiça, do Ministério Público e dos Tribunais de Constas respectivas carreiras;
do Estado e dos Municípios.
II - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
Art. 35. O Governador do Estado poderá solicitar urgência orçamentos;
para apreciação de projeto de lei de suainiciativa.
§ 2º A delegação terá a forma de resolução da Assembleia
§ 2º O prazo do parágrafo anterior não corre nos períodos de Legislativa, que especificará seu conteúdo e ostermos do seu
recesso da Assembleia Legislativa, nem seaplica aos projetos exercício.
de leis complementares e orgânicas.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela
Art. 36. O Governador do Estado, aquiescendo, sancionará o Assembleia Legislativa, esta a fará emvotação única, vedada
projeto de lei aprovado pela AssembleiaLegislativa. qualquer emenda.

§ 1º Se o Governador do Estado, considerar o projeto, no Art. 38. As leis complementares serão aprovadas por maioria
todo ou em parte, inconstitucional ou contrárioao interesse absoluta dos membros da AssembleiaLegislativa.
público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de quinze
dias úteis, comunicando, dentrode quarenta e oito horas, ao Parágrafo único. Obedecerão ao mesmo rito as que
Presidente da Assembleia Legislativa os motivos do veto, e dispuserem sobre os Estatutos do Servidor Público
fazendo-ospublicar, se o veto ocorrer durante o recesso
parlamentar. Civil, do Servidor Público Militar, do Magistério e da Polícia
Judiciária.
§ 2º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Governador do Estado importará sanção.

§ 3º O veto será apreciado dentro de trinta dias, a contar do SeçãoVI


seu recebimento, só podendo ser rejeitadopelo voto da
maioria absoluta dos Deputados, em escrutínio secreto. - Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

§ 4º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no Art. 39. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
parágrafo anterior, que não ocorrerá durante orecesso da operacional e patrimonial do Estado e de todasas entidades
Assembleia Legislativa, o veto será colocado na ordem do dia da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
da reunião imediata, sobrestadasas demais proposições, até legitimidade, economicidade,aplicação das subvenções e
sua votação final. renúncia de receitas, será exercida pela Assembleia

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Legislativa, mediantecontrole externo, e pelo sistema de patrimonial e sobre resultados deauditorias e inspeções
controle interno de cada Poder. realizadas;

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou VII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
jurídica, pública ou privada, que utilize,arrecade, guarde, despesa, irregularidade de contas oudescumprimento de
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou suas decisões administrativas e pecuniárias, previstas em lei,
pelos quais o Estado ou oMunicípio respondam, ou que, em que estabelecerá, entreoutras cominações, multa
nome destes, assuma obrigações de natureza pecuniária. proporcional ao dano causado ao erário e inabilitação
temporária do agenteadministrativo para o exercício de
§ 1º Se, no caso deste artigo, a Assembleia Legislativa não se determinadas funções;
manifestar, em até quarenta e cinco dias,sobre a proposição,
será esta incluída na ordem do dia, sobrestando-se a VIII - assinar prazo que o Órgão ou entidade adote as
deliberação quanto aos demaisassuntos, para que se ultime providências necessárias ao exato cumprimento dalei, se
a votação. verificada ilegalidade;

Art. 40. O controle externo, a cargo da Assembleia IX - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
Legislativa, será exercido com o auxílio do Tribunalde Contas comunicado a decisão à AssembleiaLegislativa;
do Estado, ao qual compete:
X - fiscalizar as contas estaduais de empresas ou consórcios
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador interestaduais de cujo capital social o estadoparticipe de
do Estado, mediante parecer prévio, quedeverá ser forma direta ou indireta, nos termos de acordo, convênio ou
elaborado em sessenta dias, a contar de seu recebimento; ato constitutivo;

II - julgar as contas dos administradores e demais XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos ou abusos apurados, determinando a reposiçãointegral pelo
daadministração direta e indireta, incluídas as fundações e responsável dos valores devidos ao erário.
sociedades instituídas e mantidas pelo PoderPúblico
estadual e municipal, e as contas daqueles que derem causa § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será praticado
a perda, extravio ou outrairregularidade de que resulte pela Assembleia Legislativa, que solicitará, deimediato, ao
prejuízo ao erário público. Poder Executivo as medidas cabíveis.

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de § 2º Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no
admissão de pessoal, a qualquer título, naadministração prazo de noventa dias, não efetivar as medidasprevistas no
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e parágrafo anterior, o Tribunal de Contas decidirá a respeito.
mantidas pelo Poder Público estadual,executadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem § 3º As decisões do Tribunal de Contas do Estado de que
como a legalidade das concessõesde aposentadorias, resulte imputação de débito ou multa terãoeficácia de título
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores executivo.
que não alterem ofundamento legal do ato concessório;
Art. 41. O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas
IV - realizar, por iniciativa própria ou da Assembleia prestará contas anualmente de sua execuçãoorçamentária,
Legislativa e de comissões técnicas ou de financeira e patrimonial à Assembleia Legislativa do Estado
inquérito,inspeções e auditorias de natureza contábil, do Amazonas no prazo desessenta dias, a contar da abertura
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, da sessão legislativa do ano seguinte ao último exercício
nasunidades administrativas dos Poderes Legislativo, financeiro,findo quanto aos aspectos da legalidade,
Executivo e Judiciário, do Ministério Público e legitimidade e economicidade, observados os demais
demaisentidades referidas no inciso II; preceitoslegais.

V - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados § 1º As decisões da Assembleia Legislativa que resultarem na
pelo Estado a Municípios, mediante convênio,acordo, ajuste imputação de débito e aplicação de multaterão eficácia de
ou outros instrumentos congêneres; título executivo.

VI - prestar as informações solicitadas pela Assembleia § 2º No prazo de sessenta dias da abertura da sessão
Legislativa ou por qualquer de suas comissões,sobre a legislativa, o Tribunal de Contas do Estado enviará
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e àAssembleia Legislativa pareceres conclusivos dos relatórios
e balanços de que trata o art. 106 destaConstituição.

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Art. 42. A Assembleia Legislativa, diante de indícios de II - quatro vagas destinadas à escolha da Assembleia
despesas não-autorizadas, ainda que sob a forma Legislativa, mediante proposta de um terço de
seusDeputados;
de investimentos não-programados ou de subsídios não-
aprovados, poderá solicitar à autoridade "§ 3º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado terão
as mesmas garantias, prerrogativas,impedimentos e
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os subsídios dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
esclarecimentos necessários. aplicando-se lhes quanto àaposentadoria e pensão as
normas constantes do artigo 111 desta Constituição.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados
estes insuficientes, a Assembleia Legislativasolicitará ao Art. 44. Os Auditores, substitutos de Conselheiros, em
Tribunal de Contas do Estado pronunciamento conclusivo número de três, serão nomeados pelo Governadordo
sobre a matéria, no prazo de trintadias, salvo se os indícios Estado, dentre profissionais de nível superior, e que
de irregularidades forem atribuídos ao próprio Tribunal de atendam aos requisitos do § 1º do artigo 43
Contas do Estado,hipótese em que o destaConstituição, após aprovação em concurso de provas e
pronunciamentoconclusivo caberá à própria Assembleia títulos realizado pelo Tribunal de Contas doEstado, com a
Legislativa. participação das entidades fiscalizadoras do exercício das
profissões.
§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas do Estado irregular a
despesa, a Assembleia Legislativa sustará opagamento se Parágrafo único. O Conselheiro Substituto, quando em
julgar o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à substituição a Conselheiro terá as mesmasgarantias,
economia pública. prerrogativas, subsídios, e impedimentos do titular e,
quando o exercício das demais atribuiçõesdo cargo, as de
Art. 43. O tribunal de Contas do Estado, integrado por sete Juiz da capital.
Conselheiros, com quadro próprio de pessoal,instituído por
lei, tem jurisdição em todo o território estadual e sede na Art. 45. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
Capital, exercendo, no que couber,as atribuições previstas manterão, de forma integrada, sistema de controleinterno
no art. 71, desta Constituição. com a finalidade de:

§ 1º Os conselheiros do Tribunal de contas do Estado serão I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
nomeados, observado o disposto no art. 28, XVII, XVIII, desta plurianual, a execução dos programas de governo edos
Constituição, dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes orçamentos do estado;
requisitos:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de eficácia e eficiência da gestão orçamentáriafinanceira e
idade; patrimonial dos Órgãos e entidades da administração
estadual, bem como da aplicação derecursos públicos por
II - idoneidade moral e reputação ilibada; entidades de direito privado;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, III - exercer controle das operações de crédito, avais e
econômicos, financeiros ou de administração pública; garantias, bem como dos direitos e haveres doEstado;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
atividade profissional que exija osconhecimentos institucional.
mencionados no inciso anterior.
§ 1º Os responsáveis pelo controle, ao tomarem
§ 2º A escolha para os cargos de Conselheiro obedecerá à conhecimento de qualquer ocorrência irregular ou ilegalou
seguinte forma: ofensa aos princípios da Administração Pública contidos nos
art. 37, 38, 39, 40, 41 e 42, daConstituição da República,
I - três vagas pelo Governador do Estado, com aprovação da delas darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob
Assembleia Legislativa, sendo duasalternadamente dentre pena deresponsabilidade solidária.
os Auditores e Procuradores de Contas, estes,
representantes do Ministério Públicocom atuação no § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
Tribunal de Contas, indicados em lista tríplice pelo próprio sindicato é parte legítima para, na forma da lei,denunciar
Tribunal, obedecendo oscritérios de antiguidade e irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
merecimento. do Estado.

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Seção VII § 1º Não sendo alcançada a maioria absoluta por nenhum


candidato far-se-á nova eleição, concorrendoos dois
- Da Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa candidatos mais votados no primeiro turno e elegendo-se,
em segundo turno, aquele que obtiver amaioria dos votos
Art. 46. A representação judicial e a consultoria jurídica do válidos.
Poder Legislativo, bem como sua supervisãodos serviços de
assessoramento jurídico são exercidas pelos Procuradores § 2º Ocorrendo falecimento, desistência ou impedimento
da Assembleia, integrantes daProcuradoria Geral da legal de candidato habilitado ao segundo turno,concorrerá,
Assembleia Legislativa, vinculada à Mesa Diretora. dentre os remanescentes, o de maior votação na primeira
eleição.
§ 1º Os Procuradores da Assembleia oficiarão nos atos e
procedimentos administrativos, no que respeiteao controle § 3º Existindo mais de um candidato com o mesmo número
interno da legalidade dos atos do Poder Legislativo, e de votos no primeiro turno, habilitar-se-á àsegunda votação,
promoverão a defesa dos interesseslegítimos deste, na hipótese do parágrafo anterior, o mais idoso.
incluídos os de natureza financeiro-orçamentária, sem
prejuízo das atribuições doMinistério Público. Art. 50. O Governador do Estado e o Vice-Governador
tomarão posse perante a Assembleia Legislativa,no dia
§ 2º O Procurador Geral da Assembleia Legislativa será primeiro de janeiro do ano subsequente ao da eleição,
nomeado, em comissão, pelo Presidente doPoder Legislativo prestando o compromisso de manter,defender e cumprir as
Estadual, dentre brasileiros maiores de 30 (trinta) anos, de Constituições da República do Estado, observar as leis,
notável saber jurídico ereputação ilibada, que sejam preservar a cultura e osvalores amazônicos e promover o
advogados, ou pelo menos 8 (oito) anos de prática forense bem geral do povo amazonense.
ou, em se tratandode Procuradores da Assembleia
Legislativa, observada a mesma idade mínima, que tenham Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
pelo menos 5(cinco) anos de carreira. a posse, o Governador ou oVice-Governador, ressalvado
motivo de força maior, não tiver assumido o respectivo
CAPÍTULO IV cargo, este serádeclarado vago pela Assembleia Legislativa.

- DO PODER EXECUTIVO Art. 51. Substituirá o Governador, em caso de impedimento,


e suceder-lhe-á, no de vaga, oVice-Governador.
Seção I
Parágrafo único. Em caso de impedimento do Governador e
- Disposições Gerais do Vice-Governador, ou vacância dosrespectivos cargos,
serão sucessivamente chamados ao exercício da Chefia do
Art. 47. O Poder Executivo é exercido pelo Governador, com Poder Executivo oPresidente da Assembleia Legislativa e o
o auxílio dos Secretários de Estado. do Tribunal de Justiça.

Parágrafo único. O Vice-Governador auxiliará o Governador Art. 52. Vagando os cargos de Governador e Vice-
do Estado sempre que por ele convocadopara Governador do Estado, far-se-á eleição noventa diasdepois
missõesespeciais, podendo exercer cargos ou funções de de aberta a última vaga.
confiança e atribuições que lhe foremconferidas em lei
complementar. § 1º Ocorrendo a vacância nos dois últimos anos de mandato
governamental, o Presidente da AssembleiaLegislativa
Art. 48. O Governador do Estado e o Vice-Governador serão assumirá a chefia do Poder Executivo.
eleitos por sufrágio universal e voto direto esecreto, para
mandato de quatro anos, dentre brasileiros com idade § 2º Em qualquer dos casos, os sucessores deverão
mínima de trinta anos, no exercíciodos direitos políticos e completar o período do mandato dos antecessores.
com domicílio eleitoral no Estado, pelo prazo fixado em lei,
vedada a reeleiçãopara o período seguinte. Art. 53. O Governador do Estado residirá na Capital do
Estado.
Art. 49. A eleição do Governador do Estado importa a do
Vice-Governador com ele registrado porpartido político e se § 1º Sem licença da Assembleia Legislativa do Estado, o
realizará no primeiro domingo de outubro, em primeiro Governador e o Vice-Governador não poderãoausentar-se
turno, e no último domingo deoutubro, em segundo turno, do Estado e do País, quando o afastamento exceder a quinze
se houver, do ano anterior ao do término do mandato de dias.
seus antecessores.

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§ 2º Quando de viagem oficial ao exterior, o Governador, no XII - solicitar intervenção federal no Estado, decretar e fazer
prazo de dez dias a partir da data do retorno, executar intervenção estadual emMunicípio, nos termos da
Constituição da República;
deverá enviar à Assembleia Legislativa relatório
circunstanciado sobre o resultado da mesma. XIII - remeter mensagem e plano de governo à Assembleia
Legislativa por ocasião da abertura da sessãolegislativa,
Seção II expondo a situação do Estado e solicitando as providências
que julgar necessárias;
- Das Atribuições do Governador
XIV- exercer a chefia da Polícia Militar e do Corpo de
Art. 54. Compete privativamente ao Governador ao Estado: Bombeiros Militar do Estado, nomear seusComandantes,
promover seus oficiais e nomeá-los para os cargos que lhes
I - nomear e exonerar os Secretários de Estado; são privativos;

II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção XV - nomear:


superior da administração estadual;
a) o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos Estado e o Defensor Público Geral nos termosdesta
previstos nesta Constituição; Constituição;

IV - sancionar e fazer publicar as leis, bem como expedir b) após aprovação pela Assembleia Legislativa, os
decretos e regulamentos para a sua fielexecução; Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado,observado o
disposto no artigo 43, § lº, desta Constituição;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
c) os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição.
VI- dispor, mediante decreto, sobre:
XVI - conferir condecorações e distinções honoríficas
a) organização e funcionamento da administração estadual, estaduais;
quando não implicar aumento de despesa nemcriação ou
extinção de órgãos públicos; XVII - enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e aspropostas de
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; orçamento previstos nesta Constituição;

VII - representar o Estado nas relações jurídicas, políticas e XVIII - prestar, anualmente, à Assembleia Legislativa, dentro
administrativas que a lei não atribuir a outrasautoridades; de sessenta (60) dias após a abertura dasessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
VIII - celebrar operações de crédito de natureza externa,
mediante autorização do Senado Federal; XIX - prover os cargos públicos estaduais, demitir, exonerar
e aposentar seus titulares, com as restriçõesdesta
IX - celebrar, com autorização da Assembleia Legislativa, Constituição e na forma que a lei estabelecer;
operações internas de crédito de naturezafinanceira,
respeitados os limites globais e condições estabelecidas pelo XX - mediante autorização da Assembleia Legislativa, desde
Senado Federal, inclusive quandose tratar de dívida que haja recursos hábeis, subscrever ouadquirir ações,
mobiliária; realizar ou aumentar capital de sociedade de economia
mista ou de empresa pública, bemcomo dispor, a qualquer
X - celebrar ou autorizar convênios ou acordos com pessoa título, no todo ou em parte, de ações ou capital que tenha
jurídica de direito público interno, entidadeautárquica, subscrito, adquirido,realizado ou aumentado;
sociedade de economia mista, empresa pública,
concessionária e permissionária de serviçopúblico e pessoa XXI - propor à Assembleia Legislativa a criação de regiões
de direito privado; metropolitanas, aglomerações urbanas emicro-regiões, nos
termos e para os fins a que se refere o artigo 140, desta
XI - decretar situação de emergência e de calamidade Constituição, e o artigo 25, § 3º, da Constituição da
pública; República;

XXII - exercer as demais atribuições previstas nesta


Constituição.

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§ 1º O Governador poderá delegar as atribuições § 2º Cessará o afastamento do Governador do Estado se o


mencionadas nos incisos X e XIX deste artigo aosSecretários julgamento não estiver concluído no prazo decento e oitenta
de Estado, que observarão os limites traçados nas dias, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
respectivas delegações, salvaguardado oforo constitucional
do Chefe do Poder Executivo. § 3º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 36, de
13.12.1999).
§ 2º É vedada a inclusão daqueles inelegíveis em razão de
atos ilícitos, nos termos da legislação federal,em lista tríplice § 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 36, de
a ser submetida ao Governador do Estado para escolha e 13.12.1999).
nomeação de autoridade noscasos previstos nesta
Constituição. Art. 57. O Governador do Estado perderá o mandato se
assumir outro cargo ou função na administraçãopública
Seção III direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 109, XVII, alíneas "a",
- Da Responsabilidade do Governador "d" e "e", desta Constituição.

Art. 55. São crimes de responsabilidade os atos do Parágrafo único. Os subsídios do Governador, do Vice-
governador que atentem contra a Constituição daRepública Governador e dos Secretários de Estado serãofixados por lei
e do Estado e, especialmente, contra: de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III e 153, § 2º , I
I - a existência da União, do Estado ou do Município; da Constituição Federal.

II - o livre exercício dos Poderes constituídos e do Ministério Seção IV


Público;
- Dos Secretários de Estado
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
Art. 58. Os Secretários de Estado serão escolhidos dentre
IV - a segurança interna do País, do Estado ou dos brasileiros maiores de vinte e um anos de idadee no exercício
Municípios; dos direitos políticos, vedada a nomeação daqueles
inelegíveis em razão de atos ilícitos, nostermos da legislação
V - a prioridade na administração; federal.

VI - a lei orçamentária; § 1º Preenchidos os requisitos previstos no caput do


presente artigo a escolha poderá recair sobreocupantes do
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. cargo de vice-prefeito de municípios integrantes do Estado
do Amazonas.
§ 1º A definição e o processo de apuração e julgamento
desses crimes obedecerão às normas da lei. § 2º Sem prejuízo de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei, cabe aos Secretários deEstado;
Art. 56. Admitida por dois terços dos integrantes da
Assembleia Legislativa a acusação contra oGovernador do I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
Estado, será ele submetido a julgamento perante o Superior órgãos e entidades da administração estadual naárea de sua
Tribunal de Justiça, nasinfrações penais mais comuns, ou competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
perante a Assembleia Legislativa, nos crimes de Governador do Estado relativos àrespectiva Secretaria;
responsabilidade.
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
§ 1º O Governador do Estado ficará suspenso de suas regulamentos;
funções:
III - apresentar ao Governador relatório anual,
I - desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo circunstanciado, dos serviços de sua Secretaria;
Superior Tribunal de Justiça, quando se tratarde infrações
penais comuns. IV - declarar seus bens, no ato de posse e no de exoneração;

II - após a instauração do processo pela Assembleia § 3º As condições e a vedação previstas no caput deste artigo
Legislativa, nos crimes de responsabilidade. aplicam-se à nomeação para os cargos deSecretário Adjunto,
de Subsecretário de Estado e para outros cargos que se

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equiparem a esses e ao deSecretário de Estado, nos termos IV - O Conselho de Justiça Militar;


da lei.
V - Os Juizados Especiais e a Justiça de Paz.
V - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas e delegadas pelo Governador; Art. 64. A Magistratura Estadual terá seu regime jurídico
estabelecido no Estatuto da Magistratura,instituído por lei
VI - delegar atribuições, por ato expresso, aos seus complementar de iniciativa do Tribunal de Justiça,
subordinados. observados os seguintes princípios:

Art. 59. Os Secretários de Estado são obrigados a atender à I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz de
convocação da Assembleia Legislativa ou desuas comissões. direito substituto de 1ª Entrância, através deconcurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Parágrafo único. Independentemente de convocação, os Advogados do Brasil, Secção doAmazonas, em todas as suas
Secretários de Estado poderão comparecer àAssembleia fases, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
Legislativa ou a qualquer de suas Comissões, para expor classificação;
assunto de relevância da Secretaria.
II - promoção de Entrância para Entrância, alternadamente,
Art. 60. São crimes de responsabilidade dos Secretários de por antiguidade e merecimento, atendidas asseguintes
Estado os estabelecimentos nos arts. 55, destaConstituição, normas:
e ainda:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes
I - a ausência injustificada, à Assembleia Legislativa ou às consecutivas ou cinco alternadas em lista demerecimento;
respectivas Comissões, quando convocadospara prestar,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
determinado; efetivo exercício na respectiva Entrância eintegrar o juiz a
primeira quinta da parte da lista de antiguidade desta, salvo
II - a prestação de informações falsas ou o desatendimento, se não houver com taisrequisitos quem aceite o cargo vago;
no prazo de trinta dias, a pedidos escritos deesclarecimentos
formulados pela Mesa da Assembleia Legislativa. c) aferição do merecimento pelos critérios da presteza e
segurança no exercício da jurisdição, além deoutros
Art. 61. Os Secretários de Estado, nos crimes comuns e nos estabelecidos em lei.
de responsabilidade, serão julgados peloTribunal de Justiça,
e, nos de responsabilidade conexos com os do Governador, d) Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente poderá
pela AssembleiaLegislativa. recusar o juiz mais antigo pelo voto de doisterços de seus
membros, conforme procedimento próprio, repetindo-se a
Art. 62. Os Secretários de Estado são responsáveis pelos atos votação até fixar-se a indicação.
que praticarem ou assinarem, ainda que osfaçam
juntamente com o Governador do Estado ou em III - o acesso ao Tribunal de Justiça se fará por antiguidade e
cumprimento de ordem deste. merecimento, alternadamente, apurados naúltima
entrância, observado o inciso II;
CAPÍTULO V
IV - a instituição de cursos oficiais de preparação e
- DO PODER JUDICIÁRIO aperfeiçoamento de magistrados como requisito
paraingresso e promoção na carreira;
Seção I
V - os subsídios dos magistrados serão fixados em lei de
- Disposições Gerais iniciativa do Poder Judiciário, com diferença nãosuperior a
dez por cento entre uma e outra das categorias da carreira
Art. 63. O Poder Judiciário do Estado é exercido pelos ou inferior a cinco por cento, nãopodendo exceder a noventa
seguintes órgãos: e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos
Tribunais Superiores,obedecido, em qualquer caso, o
I - O Tribunal de Justiça; disposto nos arts. 37, XI e 39, § 4º da Constituição Federal.

II - Os Tribunais do Júri; VI - A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus


dependentes observarão o disposto no artigo 111.
III - Os Juízes de Direito;

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VII - os proventos dos magistrados inativos serão reajustados II - receber, a qualquer ou pretexto, custas ou participações
na mesma data em que se modificar aremuneração dos em processo;
magistrados em atividade, sendo também estendidos aos
inativos quaisquer benefícios evantagens concedidos III - dedicar-se à atividade político-partidária;
posteriormente aos magistrados em atividade;
IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do salvo como acionista minoritário.
magistrado, por interesse público, fundar-se-áem decisão
por voto de dois terços do Tribunal de Justiça, assegurada Art. 67. Ao Poder Judiciário é assegurado autonomia
ampla defesa; administrativa e financeira.

IX - todos os julgamentos dos Órgãos do Poder Judiciário Parágrafo único. O Tribunal de Justiça elaborará sua
serão públicos e fundamentadas todas asdecisões, sob pena proposta orçamentária, dentro dos limitesestipulados
de nulidade, podendo a lei se o interesse público o exigir, conjuntamente com os demais Poderes, na forma da lei de
limitar a presença, emdeterminados atos, às próprias partes diretrizes orçamentárias,encaminhando-as ao Poder
e seus advogados, ou somente a estes; Executivo.

X - as decisões administrativas do Tribunal de Justiça serão Art. 68. À execução dos créditos de natureza alimentícia, os
sempre motivadas, sendo as disciplinarestomadas pelo voto pagamentos devidos pela Fazenda Estadualou Municipal, em
da maioria absoluta de seus membros, assegurados o virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na
contraditório e a ampla defesacom os meios a ela inerentes; ordem cronológica deapresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida de designação de
XI - o juiz residirá na sede da Comarca, somente dela se casos ou depessoas nas dotações orçamentárias e nos
afastando na forma da lei, ou com permissão daautoridade créditos adicionais abertos para este fim.
judiciária competente;
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
XII - férias individuais aos juízes de primeiro grau em direito público, de verba necessária aopagamento de seus
qualquer época do ano; débitos constantes de precatórios judiciários, apresentados
até primeiro de julho, dataem que terão atualizados seus
valores, procedendo-se ao pagamento até o final do
exercício seguinte.
XIII - obrigação de declaração pública de bens no ato da
posse. § 2º As dotações orçamentária e os critérios abertos serão
consignados ao Poder Judiciário, recolhendo-seas
Art. 65. Os magistrados do Estado gozam das seguintes importâncias respectivas à repartição competente, cabendo
garantias: ao Presidente do Tribunal de Justiçadeterminar o
pagamento, segundo as possibilidades do depósito, e
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau de jurisdição, só será autorizar, a requerimento do credor eexclusivamente para o
adquirida após dois anos de efetivo exercício,dependendo a caso de preterimento de seu direito de precedência, o
perda de cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal de sequestro da quantianecessária à satisfação do débito.
Justiça, e, nos demais casos,de sentença judicial transitada
em julgado; § 3º Os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade terão
preferência no recebimento de precatóriosreferentes a
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, créditos de natureza alimentícia, no âmbito do Estado do
na forma prevista nesta Constituição; Amazonas.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos Art. 69. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 32, de
arts. 37, X e XI, 39, § 4º , 150, II, 153, III, e 153, § 2º , I, da 16.12.1998).
Constituição Federal.
Seção II
Art. 66. Aos magistrados é vedado:
- Do Tribunal de Justiça
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério; Art. 70. O Tribunal de Justiça, com sede na Capital e
jurisdição em todo território do Estado, compõe-sede vinte

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e um Desembargadores e com as atribuições que a Lei de b) a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos
Organização e Divisão Judiciária doEstado estabelecer. dos membros da magistratura e dosservidores;

§ 1º Um quinto dos lugares do Tribunal de Justiça será c) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
composto de membros do Ministério Público commais de
dez anos de carreira, e de advogado de notório saber jurídico d) as normas específicas para a fixação de emolumentos
e de reputação ilibada, com mais dedez anos de efetiva relativos aos atos praticados pelos serviçosjudiciais, notariais
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla, pelo e de registro.
Órgão oficial de representaçãodas respectivas classes.
X - julgar os juízes estaduais, bem como os membros do
§ 2º Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará Ministério Público, da Advocacia Geral doEstado e da
lista tríplice, enviando-a ao Chefe do PoderExecutivo, que, Defensoria Pública nos crimes comuns e de
nos vinte dias subsequentes, escolherá um dos integrantes responsabilidade, ressalvada a competência daJustiça
para nomeação. Eleitoral.

Art. 71. Compete, privativamente, ao Tribunal de Justiça: Art. 72. Compete, ainda, ao Tribunal de Justiça:

I - eleger os titulares de seus Órgãos diretivos e elaborar seu I - processar e julgar, originariamente:
Regimento Interno, com observância dasnormas de processo
e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a a) o Vice-Governador, os Secretários de Estados, os Prefeitos
competência e ofuncionamento dos respectivos Órgão Municipais, o Procurador-Geral e osComandantes da Polícia
jurisdicionais e administrativos; Militar e do Corpo de Bombeiros Militar nas infrações penais
comuns e noscrimes de responsabilidade, ressalvada a
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus competência da Justiça Eleitoral;
serviços auxiliares e dos juízos que lheforem vinculados, bem
como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, b) decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
observado o disposto noinciso V do artigo 64 desta da graduação dos praças com estabilidadeassegurada, da
Constituição. Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado;

III - conceder licença, férias e outros afastamentos aos a) O habeas-data e o mandato de segurança contra os atos
Desembargadores, juízes e servidores; do Governador do Estado, doVice-Governador, dos Prefeitos
Municipais, do Presidente e Membros da Mesa Diretora da
IV - propor a criação de comarcas e varas judiciárias, AssembleiaLegislativa do Estado, do Presidente da Câmara
observados os critérios estabelecidos na Lei deOrganização Municipal e de sua Mesa Diretora, do Presidente e
Judiciária; dosConselheiros dos Tribunais de Contas do Estado e dos
Municípios, do Procurador-Geral da Justiça, doCorregedor-
V - prover, observado o disposto no artigo 96, inciso I, alínea Geral do Estado, do Chefe da Defensoria Pública, de
"e", da Constituição da República, porconcurso público de Secretário de Estado e do próprioTribunal, do seu
provas ou de provas e títulos, os cargos necessários à Presidente, do seu Vice-Presidente e do Corregedor-Geral de
administração da Justiça,exceto os de confiança, assim Justiça;
definidos em lei;
b) O habeas corpus, quanto o coator ou o paciente for
VI - prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos autoridade ou funcionário, cujos atos estejamsujeitos
de juiz de carreira da respectiva jurisdição; diretamente a sua jurisdição, ou se trate de crime cuja ação
penal seja de sua competênciaoriginária ou recursal;
VII - conceder, nos termos da Constituição da República,
remoção, disponibilidade e aposentadoria dejuízes; c) O mandato de injunção, quando a elaboração da norma
regulamentadora for atribuída a qualquer daspessoas
VIII - deliberar sobre os casos de promoção, na forma desta mencionadas na alínea "c", ou a Órgãos e entidades da
Constituição; administração estadual, direta e indireta;

IX - propor ao Poder Legislativo: d) Ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato


normativo estadual ou municipal, em face
a) a alteração do número de Desembargadores; destaConstituição;

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e) os pedidos de medida cautelar nas ações diretas de V - os Vereadores;


inconstitucionalidade de lei ou ato normativoestadual ou
municipal, em face desta Constituição; VI - a Mesa de Câmaras Municipais;

f) as ações rescisórias e as revisões criminais; VII - o Procurador-Geral de Justiça;

g) as execuções de sentença, nas causas de sua competência VIII - o Conselho Seccional da Ordem de Advogados do Brasil;
originária, facultada a delegação deatribuições para a prática
de atos processuais; IX - os partidos políticos com representação na Assembleia
Legislativa;
h) as reclamações para preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões; X - as associações sindicais ou entidades de classe de âmbito
estadual.
i) os conflitos de competência entre qualquer de seus
Órgãos; § 2º O Procurador-Geral de Justiça deverá ser ouvido
previamente nas ações de inconstitucionalidade eem todos
j) os recursos de primeira Instância, inclusive os da Justiça os processos de competência do Tribunal de Justiça, desde
Militar; que o exija o interesse público.

k) decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e § 3º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
da graduação dos praças com estabilidadeassegurada, da medida para tornar efetiva norma constitucional,será dada
Polícia Militar do Estado. ciência ao Poder competente para a adoção das previdências
necessárias e, em se tratando deórgão administrativo, para
II - solicitar intervenção: fazê-lo em trinta dias.

a) federal, nos casos previstos na Constituição da República; § 4º Quando o Tribunal de Justiça apreciar a
inconstitucionalidade em tese de norma legal ou
b) estadual, nos termos desta Constituição. atonormativo citará, previamente, o Procurador-Geral do
Estado, que defenderá o ato ou o texto impugnado.

Seção III
Art. 73. O Tribunal de Justiça fará publicar, anualmente, no
primeiro mês do ano seguinte ao respectivoexercício, - Dos Tribunais do Júri
inventário circunstanciado dos processos em tramitação e
sentenciados. Art. 76. Em cada Comarca, existirá, pelos menos, um Tribunal
do Júri, presidido por um juiz de direito ecomposto de
Art. 74. Ao Estado e aos Municípios incumbe criar condições jurados, nos termos da lei processual penal.
para que cada unidade municipal seja deComarca,
observadas as condições estabelecidas na Lei de Organização Seção IV
Judiciária.
- Dos Juízes de Direito
Art. 75. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, poderá o Tribunal de Justiça declarar Art. 77. O juiz de direito, integrando a magistratura de
ainconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder carreira, exerce a jurisdição comum de primeirograu nas
Público, estadual e municipal, em face destaConstituição. Comarcas e Juízo, conforme estabelecido na Lei de
Organização e Divisão Judiciária do Estado.
§ 1º Podem propor ação de inconstitucionalidade:
Art. 78. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
I - o Governador do Estado; Justiça, designará juízes de entrância especial,com
competência exclusiva para questões agrárias.
II - os Deputados;
Parágrafo único. Para garantir a prestação jurisdicional, o juiz
III - a Mesa da Assembleia Legislativa; se fará presente ao local do litígio.

IV - os Prefeitos Municipais;

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Seção V III - exercer atribuições conciliatórias, sem caráter


jurisdicional, além de outras previstas em lei.
- Do Conselho de Justiça Militar
Parágrafo único. Os juízes de paz serão remuneradas e não
Art. 79. A Justiça Militar, com sede na Capital e jurisdição em exercerão função jurisdicional, cabendo à leidispor também
todo o território do Estado, será exercidapor Conselho de sobre requisitos mínimos para o exercício do cargo.
Justiça e Juiz Auditor Militar, competindo-lhes o processo e
julgamento dos policiaismilitares e bombeiros militares nos CAPÍTULO VI
crimes de natureza militar, definidos em lei, com recurso
para oTribunal de Justiça. - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS A JUSTIÇA

Seção VI Seção I

- Dos Juizados Especiais - Das Disposições Preliminares

Art. 80. Os juízes especiais de causas cíveis de menor Art. 83. A distribuição democrática da justiça a cargo do
complexidade e das infrações penais de menorpotencial Poder Judiciário é assegurada a todos,independentemente
ofensivo terão sua competência, composição, organização e de raça, cor, sexo, idade, credo, convicções filosóficas ou
funcionamento definidos na Lei deOrganização Judiciária, políticas e de situaçãoeconômica ou social, pela ação
observados os seguintes princípios: conjunta dos seguintes Órgãos institucionais:

I - conciliação, oferecida obrigatoriamente em dois I - o Ministério Público;


momentos processuais, julgamento e execução;
II - a Advocacia Geral do Estado;
II - procedimentos orais e sumaríssimos, permitidos nas
hipóteses previstas em lei; III - a Defensoria Pública.

III - transação e julgamento de recursos por turmas de juízes Parágrafo único. No exercício da relação processual, aos
de primeiro grau; integrantes das instituições mencionadas nesteartigo é
assegurada igualdade de tratamento com a autoridade
IV - órgãos providos por juízes togados, ou togados e leigos; judiciária presidente do feito.

V - os juizados especiais poderão ser municipais ou distritais, Seção II


assegurada a participação da comunidadenos litígios de
interesse coletivo ou difuso. - Do Ministério Público

Art. 81. Os juizados especiais de pequenas causas serão Art. 84. O Ministério Público é instituição permanente,
criados para processar e julgar, por opção doautor, as causas essencial à função jurisdicional do estado,responsável pela
de reduzido valor econômico, pelos critérios da oralidade, defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
simplicidade e celeridade,buscando, sempre que possível, a interesses sociais e individuaisindisponíveis.
conciliação das partes.
Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério
Parágrafo único. Os juizados de pequenas causas serão Público a unidade, a indivisibilidade e aindependência
compostos de um juiz, obrigatoriamente bacharelem funcional.
ciências jurídicas, indicado por prazo certo, podendo ser
reconduzido, na forma da Lei de OrganizaçãoJudiciária. Art. 85. Ao Ministério Público é assegurada autonomia
funcional e administrativa, podendo, observado odisposto
Art. 82. Nos distritos, serão eleitos, pelo voto direto, no artigo 169 da Constituição Federal, propor ao Poder
universal e secreto, cidadãos com mandato de quatroanos Legislativo a criação e extinção de seuscargos e serviços
para o exercício da justiça de paz, com a competência de: auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou
de provas e títulos, a políticaremuneratória e os planos de
I - celebrar casamentos, na forma da lei; carreira, dispondo a lei sobre sua organização e
funcionamento.
II - verificar o processo de habilitação, de ofício, ou em face
da impugnação apresentada; Art. 86. Lei complementar, de iniciativa do Procurador-Geral
da Justiça, estabelecerá a organização, asatribuições e o

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estatuto do Ministério Público, observadas, relativamente a II - participar de conselhos e organismos estatais afetos a sua
seus membros: área de atuação, indicando osrepresentantes;

I - as seguintes garantias: III - receber petições, reclamações, representações ou


queixas por desrespeito aos direitos assegurados
a) vitaliciedade, se confirmado no cargo após dois anos de naConstituição da República e nesta Constituição, inclusive
exercício, não podendo perdê-lo senão porsentença judicial no que permite à prestação de contas damunicipalidade;
transitada em julgado;
IV - promover a execução de sentença condenatória de
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, reparação de dano ou a ação civil respectiva, naforma da lei.
mediante decisão de dois terços dos membrosdo Órgão
colegiado competente do Ministério Público, assegurada Parágrafo único. Para desempenho de suas funções, o
ampla defesa. Ministério Público:

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do artigo 39, a) instaurará procedimentos administrativos e, para instituí-
§ 4º da Constituição Federal e ressalvado o disposto nos arts. los, expedirá notificações para tomada dedepoimentos ou
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º , I da mesma Constituição. esclarecimentos, requisitará informações, exames, perícias e
documentos, podendopromover inspeções e diligências
II - as seguintes vedações; investigatórias;

a) receber honorários, percentagens ou custas processuais, b) requisitará à autoridade competente a instauração de


a qualquer título ou pretexto; sindicância, acompanhá-la e produzirá provas;

b) exercer a advocacia; c) dará publicidade aos procedimentos administrativos que


instaurar e às medidas adotadas;
c) praticar o comércio ou participar de sociedade comercial,
salvo como acionista minoritário; d) requisitará, em casos de urgência, os serviços temporários
de servidores públicos civis e militares para arealização de
a) exercer outra função pública, salvo uma de magistério, atividades específicas, inclusive meios de transporte da
ainda que em disponibilidade; administração direta e indireta, doEstado e do Município;

b) desenvolver atividade político-partidária, exceto as e) exercerá atividade correcional respectiva.


previstas em lei.
Art. 89. É obrigatória a presença de membros do Ministério
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, aos membros Público na Comarca, não podendo as funçõesde Promotor de
do Ministério Público os princípios estabelecidos no art. 64, Justiça serem exercidas por estranhos à carreira, inclusive
I, II, e IV a XIII, desta Constituição. junto à Justiça Militar.

Art. 87. O Procurador-Geral de Justiça será indicado em lista Art. 90. A aposentadoria dos membros do Ministério Público
tríplice, dentre integrantes da carreira, naforma da lei e a pensão de seus dependentes observarãoo disposto no
orgânica, e nomeado pelo Governador do Estado para artigo 111.
mandato de dois anos, permitida umarecondução.
Art. 91. Os proventos da aposentadoria dos membros do
Parágrafo único. A lei orgânica disporá sobre a destituição do Ministério Público serão reajustados osvencimentos dos em
Procurador-Geral pela AssembleiaLegislativa, exigida atividade e quaisquer benefícios e vantagens serão
sempre a maioria absoluta e voto secreto. estendidos aos inativos.

Art. 88. Ao Ministério Público, além das funções Art. 92. Cabe ao Ministério Público o exercício da curadoria
institucionais previstas no art. 129, da Constituição de proteção e defesa do meio ambiente, dopatrimônio
daRepública, compete: cultural e do consumidor.

I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e Art. 93. Aos membros da Procuradoria do Tribunal de Contas
dos que abriguem idosos, menores, incapazesou pessoas do Estado, órgão de representação doMinistério Público
portadoras de deficiências; junto ao mesmo Tribunal, organizados em quadro próprio
com a denominação deProcuradores de Contas, aplicam-se

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as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e nulidade, a anulação ou a revogação de atos da
forma deinvestidura. Administração Pública Estadual.

Seção III Art. 96. A direção superior da Procuradoria Geral do Estado


compete ao Procurador-Geral do Estado,responsável pela
- Da Procuradoria Geral do Estado orientação jurídica e administrativa da instituição, auxiliado
pelo Subprocurador-Geraldo Estado, pelo Corregedor e
Art. 94. A Procuradoria Geral do Estado é instituição de pelos Subprocuradores-Gerais-Adjuntos do Estado.
natureza permanente, essencial à defesa dosinteresses do
Estado e à orientação jurídica da Administração Pública § 1º O Procurador-Geral do Estado será nomeado, em
Estadual, como órgão superior deseu Sistema de Apoio comissão, pelo Governador, dentre brasileirosmaiores de 30
Jurídico, vinculada direta e exclusivamente ao Governador, (trinta) anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
sendo orientada pelosprincípios da legalidade e da que sejam advogados, com pelomenos 8 (oito) anos de
indisponibilidade do interesse público. prática forense ou, em se tratando de Procuradores do
Estado, observada a idademínima, que tenham pelo menos
§ 1º À Procuradoria Geral do Estado é assegurada autonomia 5 (cinco) anos de carreira, tendo direitos, prerrogativas e
funcional e administrativa. garantias deSecretário de Estado.

§ 2º Lei Complementar disporá sobre a organização da § 2º O Subprocurador-Geral do Estado é o auxiliar direto e


Procuradoria Geral do Estado, disciplinando suacompetência substituto, em suas faltas e impedimentos, doProcurador-
e a dos órgãos que a compõem, e sobre o regime jurídico dos Geral do Estado, sendo por este designado dentre os
membros da carreira deProcurador do Estado. membros da carreira de Procurador doEstado.

Art. 95. São funções institucionais da Procuradoria Geral do § 3º O Corregedor é nomeado pelo Governador para
Estado, sem prejuízo de outras com estascompatíveis, na mandato de 2 (dois) anos, permitida umarecondução, dentre
forma da Lei: os integrantes de lista tríplice que o Conselho de
Procuradores do Estado constituir,exclusivamente com
I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado; Procuradores do Estado de 1ª Classe em atividade.

II - prestar assessoria e consultoria em matéria de alta § 4º Os Subprocuradores-Gerais-Adjuntos do Estado são


indagação jurídica aos órgãos e entidades do auxiliares do Procurador-Geral do Estado, sendopor este
PoderExecutivo, bem como aos Poderes Legislativo e designados dentre membros de carreira de Procurador do
Judiciário; Estado, competindo-lhes o desempenhode atribuições
expressamente especificadas e, mediante ato próprio, a
III - determinar a inscrição e promover o controle, a cobrança substituição doSubprocurador-Geral do Estado em suas
administrativa e judicial e o cancelamentoda dívida ativa do faltas e impedimentos.
Estado;
Art. 97. O Conselho de Procuradores do Estado é o órgão de
IV - fixar a interpretação das leis e promover a uniformização deliberação superior da Procuradoria Geraldo Estado em
da jurisprudência administrativa entreórgãos e entidades do matéria de interesse da instituição ou dos membros da
Poder Executivo; carreira de Procurador do Estado.

V - assessorar o Governador no processo de elaboração de Parágrafo único. Compõem o Conselho de Procuradores do


propostas de emendas constitucionais,anteprojetos de leis, Estado os titulares dos cargos mencionadosno caput do
vetos e atos normativos em geral; artigo anterior e os Procuradores-Chefes, como membros
natos, e um representante de cadaclasse da carreira, eleitos
VI - promover ações civis públicas para a proteção do pelos respectivos integrantes, com mandato bienal,
patrimônio público e social, do meio ambiente e deoutros permitida uma recondução.
interesses difusos;
Art. 98. As funções da Procuradoria Geral do Estado são
VII - representar os interesses do Estado perante o Tribunal exercidas, privativamente, peloProcurador-Geral do Estado
de Contas do Estado e demais órgãos defiscalização e pelos Procuradores do Estado, estes organizados em
financeira e orçamentária; carreira regida porestatuto próprio.

VIII - zelar pela observância dos princípios constitucionais Art. 99. O cargo de Procurador do Estado, privativo de
impostos à Administração Pública, propondo adeclaração de advogado, é provido, na classe inicial, medianteaprovação

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em concurso público de provas e títulos, organizado e estabelecidas na Constituição daRepública, aplicando-se lhe
realizado pela Procuradoria Geral doEstado, com a o disposto nos arts. 109, XI, e 110, § 1º, desta Constituição,
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as conforme estabelece o art. 135, da Constituição da
suas fases. República;

Art. 100. São garantias dos Procuradores do Estado, além de II - O Defensor Público Geral será nomeado pelo Governador,
outros direitos que visem à melhoria dascondições de dentre integrantes da categoria de DefensorPúblico
desempenho de suas atribuições funcionais: Estadual, em atividade ou inativos, maiores de trinta e cinco
anos, para mandato de dois anos,permitida uma recondução
I - prerrogativas inerentes à advocacia; e a diminuição do período, com vistas à obrigatória
coincidência com otérmino do mandato do Chefe do Poder
II - independência na formulação e expressão da opinião Executivo;
técnico-jurídica em parecer ou despacho de seuofício;
II.a - A destituição do Defensor Público Geral antes do
III - faculdade de requisitar de qualquer órgão o entidade da término do mandato será regulamentada atravésde Lei
Administração Pública informações escritas,exames, Complementar.
esclarecimentos e diligências necessárias ao cumprimento
de suas funções; III - Além das funções constitucionais, caberá à Defensoria
Pública:
IV - estabilidade, após 3 (três) anos de efetivo exercício,
mediante a avaliação prevista no parágrafo único do artigo a) praticar todos os atos inerentes à postulação e à defesa
132da Constituição Federal, não podendo serem demitidos dos direitos dos juridicamente necessitados,providenciando
senão por decisão judicialirrecorrível; para que os feitos tenham normal tramitação e utilizando-se
de todos os recursos legais;
V - julgamento perante o Tribunal de Justiça nos casos em
que forem acusados de infrações penaiscomuns, ressalvadas b) exercer a função de curador especial de que tratam os
as competências previstas na Constituição Federal; Códigos de Processo Penal e Processo Civil,salvo quando a lei
a atribuir especialmente a outrem;
VI - estipêndios irredutíveis, limitados ao previsto no inciso
XI, parte final, do artigo 37 da ConstituiçãoFederal; c) exercer a função de curador nos processos em que ao juiz
competir a nomeação, inclusive a de curadorà lide do
VII - vencimentos com diferença nunca superior a 10% (dez interditando, quando a interdição for pedida pelo Órgão do
por cento) entre os de uma classe e outra. Ministério Público;

Art. 101. Para fins de atuação uniforme e coordenada, d) representar ao Ministério Público, em caso de sevícias e
vinculam-se à Procuradoria Geral do Estado,constituindo o maus tratos à pessoa do defendendo;
Sistema de Apoio Jurídico da Administração Pública Estadual,
as consultorias e assessoriasjurídicas das entidades e) defender, no processo criminal, os réus que não tenham
autárquicas e das fundações mantidas pelo Estado, bem defensor constituído, inclusive os revéis;
como, na forma da Lei, osserviços jurídicos de outros entes
de que o Estado participe. f) defender os interesses dos juridicamente necessitados,
contra as pessoas de direito público;
Seção IV
g) prestar orientação jurídica aos juridicamente
- Da Defensoria Pública necessitados, inclusive no âmbito extrajudicial;

Art. 102. A Defensoria Pública, instituição essencial à função h) prestar assistência jurídica aos encarcerados, quando
jurisdicional do Estado, para a orientaçãojurídica e a defesa, solicitada;
em todos os graus, dos reconhecidamente necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV, daConstituição da República, i) exercer outras funções que, no interesse do serviço, lhe
organizar-se-á mediante lei complementar, com a forem cometidas.
observância dos seguintesprincípios:
Parágrafo único. O Defensor Público poderá deixar de
I - quadro de Defensores Públicos estruturado em cargos de promover a ação quando verificar não ser cabívelou não
carreira, com ingresso mediante concursopúblico de provas oferecer probabilidade de êxito por falta de provas,
e títulos, na classe inicial, com as garantias e vedações

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submetendo ao Defensor-Chefe da DefensoriaPública as II - das sociedades públicas;


razões de seu proceder.
III - das empresas públicas;
Art. 103. Os Procuradores do Estado e os Defensores
Públicos serão remunerados na forma do § 4º do artigo 39 IV - das fundações públicas;
da Constituição Federal.
V - das demais entidades de direito privado sob o controle
CAPÍTULO VII direto ou indireto do Estado e Municípios,inclusive sob a
forma de participação acionária.
- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 42, de
Seção I 24.03.2003, em vigor na data de sua publicação).

- Disposições Gerais § 3º Somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública,de sociedade
Art. 104. A Administração Pública é o conjunto de Órgãos dos de economia mista e de fundação, estas últimas com área de
Poderes do Estado e dos Municípios esuas entidades atuação definidas em leicomplementar federal.
descentralizadas, responsáveis pela execução dos serviços
públicos. § 4º Depende de autorização legislativa, em cada caso, a
criação de subsidiárias das entidadesmencionadas no
§ 1º A atividade da Administração Pública destina-se à parágrafo anterior, assim como a participação de qualquer
consecução dos objetivos do Governo, com afinalidade de delas ou do Estado eMunicípios em empresa privada.
promover o bem-estar geral e sujeitar-se-á aos princípios da
legalidade, impessoalidade,moralidade e publicidade. § 5º A atividade administrativa do Estado se organizará em
sistemas, de modo especial o deplanejamento, finanças e
§ 2º A moralidade dos atos do poder público será apurada, administração geral.
para efeito de controle e invalidação, emfunção de dados
objetivos da situação concreta. § 6º Ressalvados os casos especificados na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serãocontratados
§ 3º Os atos de improbabilidade administrativa importarão a mediante processo de licitação pública que assegure
suspensão dos direitos políticos, a perda dafunção pública, a igualdade de condições a todos osconcorrentes, com
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na cláusulas que estabeleçam lei, o qual somente permitirá as
forma e gradação previstas emlei, sem prejuízo da ação exigências de qualificaçãotécnica e econômica
penal cabível. indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

§ 4º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos § 7º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
praticados por qualquer agente, servidor ounão, que causem campanhas dos órgãos públicos deverá tercaráter educativo,
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de informativo ou de orientação social, dela não podendo
ressarcimento. constar nomes, símbolos ouimagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Seção II
§ 8º As leis e atos administrativos serão publicados no órgão
- Da Administração Direta oficial do Estado ou do Município, ou, ainda,nos diários
eletrônicos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal
Subseção I de Contas do Estado, e, no casodos Municípios, no diário
oficial eletrônico municipal, e, havendo previsão em lei
- Disposições Gerais municipal, no diárioeletrônico da Associação Amazonense
dos Municípios, para que produzam os efeitos regulares,
Art. 105. A Administração Pública é direta quando efetivada podendo apublicação de atos não-normativos ser resumida,
por Órgão de qualquer dos Poderes doEstado e Municípios. importando a não publicação na nulidade do ato e apunição
da autoridade responsável pelo fato.
§ 1º As entidades da Administração Pública indireta do
Estado e Municípios são instrumentosdescentralizados de § 9º A administração fazendária e seus servidores fiscais
prestação de serviços públicos, compondo-se: terão, dentro de suas áreas de competência ejurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos,
I - das autarquias;

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exclusiva ao desempenho das atividadesque lhes são § 16. É vedada a percepção simultânea de proventos de
inerentes, na forma da lei. aposentadoria com a remuneração de cargo,emprego ou
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
§ 10 (Suprimido pela Emenda Constitucional nº 19, de desta Constituição, os cargoseletivos e os em comissão
22.12.1995) declarados em lei de livre nomeação e exoneração e os
contratos para aprestação de serviços de natureza técnica ou
§ 11. A administração é obrigada a fornecer a qualquer especializada.
interessado, no prazo máximo de quinze dias,certidão de
atos, contratos, decisões ou pareceres que não tenham sido Art. 106. As entidades da Administração Pública direta e
previamente declarados sigilosos,sob pena de indireta do Estado e Municípios estão sujeitasao que
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou estabelecem o art. 39 e seu parágrafo único, o art. 157, §§ 5º
retardar a sua expedição e, nomesmo prazo, deverá atender e 7º desta Constituição, e, ainda,apresentação anual, aos
às requisições judiciais, se outro não for fixado pelo juiz. Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, de relatório
circunstanciado deatividades e balaço financeiro e
§ 12. A lei disciplinará as formas de participação do usuário patrimonial, que demonstrem a mobilização e aplicação de
na administração pública direta e indireta,regulando recursos noexercício, independente de sua origem.
especialmente:
Parágrafo único. Ato do Tribunal de Contas do Estado,
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos homologado pela Assembleia Legislativa,detalhará a forma e
em geral, asseguradas a manutenção deserviços de conteúdo do documento mencionado neste artigo.
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços; Subseção II

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a - Dos Servidores Públicos


informações sobre atos de governo, observado odisposto no
artigo 9º; Art. 107. O Poder Público deve assegurar a prestação direta
ou indireta dos serviços públicos, na formada lei,
III - a disciplina da representação contra o exercício observando:
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou funçãona
administração pública. I - os requisitos, entre outros, de eficiência, sendo
obrigatório manter serviços adequados,
§ 13. Os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou segurança,continuidade e tarifa justa e compensada;
emprego da administração direta e indireta quepossibilite o
acesso a informações privilegiadas são os definidos em lei II - os direitos dos usuários;
federal.
III - a autorização, permissão ou concessão para a prestação
§ 14. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos de serviços públicos, de forma indireta, serãosempre
órgãos e entidades da administração direta eindireta poderá procedidas de processo licitatório, nos termos da lei, sendo
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus obrigatório o registro da empresaprestadora de serviço no
administradores e o poderpúblico, que tenha por objeto a Conselho Profissional competente;
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à leidispor sobre: IV - o regime das empresas concessionárias e
permissionárias, o caráter especial de seu contrato e de sua
I - o prazo de duração do contrato;
prorrogação, bem como as condições de caducidade,
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, fiscalização, rescisão da concessão ou permissão.
direitos, obrigações e responsabilidade dosdirigentes;
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
III - a remuneração do pessoal. privado prestadora de serviços públicosresponderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
§ 15. O disposto no inciso X do artigo 109 aplica-se às terceiros, assegurado o direito deregresso contra o
empresas públicas e às sociedades de economiamista, e suas responsável, nos casos de dolo ou culpa.
subsidiárias, que receberem recursos do Estado ou dos
Municípios para pagamento dedespesas de pessoal ou de § 2º As reclamações relativas à prestação de serviços
custeio em geral. públicos de que trata este artigo serão disciplinadasem lei,
observado o disposto no artigo 9º e no § 11 do artigo 105.

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§ 3º Poderá o Poder Público ocupar e usar temporariamente III - os cargos públicos em comissão são de livre nomeação e
bens e serviços, de propriedade pública ouprivada, na exoneração, assim declarados em lei;
hipótese de calamidade pública, respondendo o Estado pelos
danos e custos decorrentes. IV - o prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igualperíodo;
Seção III
V - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
- Dos Servidores Públicos convocação, aquele aprovado em concursopúblico de provas
ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
Subseção I os novos concursados paraassumir cargo ou emprego na
carreira;
- Disposições Gerais
VI - a partir da data de promulgação desta Constituição, a
Art. 108. A Administração Pública direta, autárquica e aprovação em concurso público assegura oprovimento no
fundacional do Estado e dos Municípios terá suaatividade cargo ou emprego dentro do número de vagas existentes
exercida por servidores públicos, ocupantes de cargos ou fixado no edital de convocação edentro do prazo
empregos públicos, todos criados porlei, sendo que os improrrogável de validade do concurso, respeitada a ordem
primeiros para provimento em caráter efetivo ou em de classificação;
comissão e regidos por estatutopróprio aprovado por
maioria absoluta dos membros do Poder Legislativo. VII - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e oscargos em
I - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 36, de comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
13.12.1999); nos casos, condições e percentuaismínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
II - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 36, de assessoramento;
13.12.1999).
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre as
§ 1º A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo condições para o provimento de cargos e empregosde
determinado para atender a necessidadetemporária de direção nas autarquias, fundações, empresas públicas e
excepcional interesse público. sociedades de economia mista estaduais,vedada a
nomeação ou designação daqueles inelegíveis em razão de
§ 2º A lei estabelecerá percentual dos cargos e empregos atos ilícitos, nos termos da legislaçãofederal.
públicos para as pessoas portadoras dedeficiência e definirá
os critérios de sua admissão. VIII - a remuneração dos servidores e o subsídio de que trata
o § 8º do artigo 110 somente poderão serfixados ou
§ 3º A Lei que autorizar a criação de empresas públicas alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa
preverá a forma da criação dos empregos e afixação da em cada caso, assegurada revisãogeral anual, sempre na
remuneração de seu pessoal, prevalecendo, em caso de mesma data e sem distinção de índices;
omissão, as regras constantes nasdemais disposições deste
artigo. IX - ao servidor público é garantido piso salarial nunca
inferior ao salário mínimo fixado pelo GovernoFederal;
Art. 109. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes do Estado e dos Municípiosobedecerá X - fica fixado como limite único, no âmbito de qualquer dos
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, Poderes, do Tribunal de Contas, doMinistério Público do
publicidade e eficiência e, também ,ao seguinte: Estado do Amazonas e dos Municípios, para fins do art. 37,
XIda ConstituiçãoFederal, o subsídio mensal em espécie, ao
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do
brasileiros que preencham os requisitosestabelecidos em lei, Estado,limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
assim como aos estrangeiros, na forma da lei; por cento ao subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público deprovas ou de XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade Poder Judiciário não poderão ser superiores aospagos pelo
do cargo ou emprego, na formaprevista em lei, ressalvadas Poder Executivo;
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação eexoneração;

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XII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer inclusive quandodecorrentes da transformação ou


espécies remuneratórias para o efeito deremuneração de reclassificação do cargo ou função em que se deu a
pessoal do serviço público; aposentadoria, naforma da lei;

XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor XXII - por força do disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 111, é
público não serão computados nem acumuladospara fins de vedada a promoção do servidor e do militarpara efeito de
concessão de acréscimos ulteriores; aposentadoria, reforma ou reserva remunerada;

XIV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e XXIII - as disposições de servidor ou empregado público para
empregos públicos são irredutíveis,ressalvado o disposto nos outra Unidade da Federação somentepoderão ser
incisos X e XIII deste artigo e ainda os preceitos estabelecidos decretadas quando para exercício de cargo em comissão ou
nos arts. 39, § 4º , 150, II, 153, III, e 153, § 2º , I da função de confiança e medianteressarcimento ao Estado
Constituição da República; quando o servidor optar pela remuneração de seu emprego
ou cargo efetivo;
XV - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade dehorários, XXIV - somente poderão ocupar cargos em comissão e os de
observado em qualquer caso o disposto no inciso X deste direção nas fundações, empresas públicas esociedades de
artigo: economia mista profissionais que ostentem a qualificação
técnica correspondente;
a) a de dois cargos de professor;
XXV - o trabalho docente, executado pelo professor entre as
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou dezoito e as vinte e três horas, terá umacréscimo de dez por
científico; cento sobre a remuneração do trabalho diurno.

c) a de dois cargos privativos de médico; § 1º A não-observância do disposto nos incisos II, III e V
implicará a nulidade do ato e a punição daautoridade
XVI - a proibição de acumular estende-se a empregos e responsável, nos termos da lei.
funções e abrange autarquias, fundações,empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e § 2º O disposto no inciso X aplica-se às empresas públicas e
sociedades controladas, direta ouindiretamente, pelo poder às sociedades de economia mista e suassubsidiárias, que
público; receberem recursos do Estado ou dos Municípios para
pagamento de pessoal ou decusteio em geral.
XVII - relativamente ao servidor público da administração
direta, autárquica e fundacional, no exercíciode mandato § 3º A lei disporá sobre a condição de trabalho especial de
eletivo, observar-se-á o seguinte: que trata o inciso XVIII, deste artigo.

XVIII - nenhum servidor ou empregado público prestará § 4º O servidor público estadual, quando no exercício de sua
jornada de trabalho superior a oito horas diárias equarenta atividade no interior do Estado, poderá serconvocado pelo
e quatro semanais, exceto quando em plantão, caso em que Poder Legislativo Municipal a prestar informações,
a duração do trabalho não excederáa doze horas, atendendo restringindo-se essas, exclusivamente,a sua área de atuação
ao disposto no § 3º, deste artigo; e âmbito de competência.

XIX - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites § 5º A exceção ao princípio estabelecido no inciso XXIII
definidos em lei federal específica; somente será admitida pelo exercício de cargoou função de
confiança no âmbito de cada administração, se o servidor
XX - para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem optar pelo vencimento do cargoefetivo.
recíproca de tempo de atribuição naadministração pública e
na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os § 6º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 35, de
diversos sistemas deprevidência social se compensarão, 28.12.1998).
segundo critérios estabelecidos em lei;
§ 7º Para os efeitos do inciso IX, deste artigo, sempre que
XXI - os proventos da aposentadoria serão revistos, na houver reajuste no salário mínimo federal, oservidor público
mesma proporção e na mesma data, sempre que semodificar estadual será reajustado automaticamente.
a remuneração dos servidores em atividade, sendo também
estendidos aos inativos quaisquerbenefícios ou vantagens Subseção II
posteriormente concedidos aos servidores em atividade,

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- Dos Servidores Públicos Civis pelos trabalhadores ouempregadores interessados, não


podendo ser inferior à área de um Município;
Art. 110. O Estado e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração depessoal, III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
integrado por servidores designados pelos respectivos coletivos ou individuais da categoria, inclusive emquestões
Poderes. judiciais ou administrativas;

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
componentes do sistema remuneratórioobservará: tratando de categoria profissional, será descontadaem folha,
para custeio do sistema confederativo da representação
I - a natureza, a grau de responsabilidade e a complexidade sindical respectiva, independentementeda contribuição
dos cargos integrantes de cada carreira; prevista em lei;

II - os requisitos para a investidura; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a


sindicato;
III - as peculiaridades do cargo.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
§ 2º O Estado manterá escola própria para a formação e o negociações coletivas de trabalho;
aperfeiçoamento dos servidores públicos,constituindo-se a
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
na carreira, facultada, paraisso, a celebração de convênios organizações sindicais;
ou contratos com outros entes da Federação.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
§ 3º A lei poderá estabelecer requisitos diferenciados de partir do registro da candidatura a cargo dedireção ou
admissão quando a natureza do cargo o exigir,garantindo-se representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até
aos servidores ocupantes de cargo público os direitos um ano após o final do mandato,salvo se cometer falta
dispostos no artigo 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, grave, nos termos da lei;
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, da Constituição Federal, e ainda os
que, nostermos, da lei, visam à melhoria de sua condição § 7º O servidor público, investido em função executiva em
social e à produtividade no serviço, especialmente: Instituição Sindical representativa de classe,será afastado do
serviço pelo tempo que durar seu mandato, sendo-lhe
I - adicional por tempo de serviço; assegurados todos os direitos evantagens do cargo como se
em exercício efetivamente estivesse, exceto promoção por
II - promoção para os cargos organizados em carreira. merecimento.

§ 4º A promoção do servidor estatutário ocorrerá, § 8º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


obrigatoriamente, com interstício máximo de dois Secretários de Estado e os SecretáriosMunicipais serão
anos,obedecidos os critérios de antiguidade e merecimento, remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela
alternadamente, na forma da lei. única, vedado o acréscimode qualquer gratificação adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra qualquer
§ 5º Fica assegurada, ao servidor público civil, jornada de seis espécieremuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
horas para o trabalho realizado em turnosininterruptos, disposto no artigo 37, X e XI da Constituição Federal.
salvo em casos de superior necessidade da administração e
mediante acordo ou convençãocoletiva de trabalho. § 9º Lei estadual ou municipal poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dosservidores
§ 6º É livre a associação profissional ou sindical, observando públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo
o seguinte: 37, XI, da Constituição da República.

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a § 10. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
fundação de sindicato, ressalvado o registro noÓrgão publicarão anualmente os valores do subsídio e
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a daremuneração dos cargos e empregos públicos.
intervenção na organização sindical;
§ 11. A lei disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, provenientes da economia com despesas emcada órgão,
em qualquer grau, representativa de categoriaprofissional autarquia ou fundação, para aplicação no desenvolvimento
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida de programas de qualidade eprodutividade, treinamento e

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desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e atividades exercidasexclusivamente sob condições especiais


racionalização doserviço público, inclusive sob a forma de que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos
adicional ou prêmio de produtividade. em leicomplementar federal.

§ 12. A remuneração dos servidores públicos organizados em § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
carreira poderá ser fixada nos termos do §8º. reduzidos em cinco anos, em relação aodisposto no § 1º, III,
a, para o professor que comprove exclusivamente tempo de
Art. 111. Aos servidores titulares de cargos efetivos do efetivo exercício dasfunções de magistério na educação
Estado e dos Municípios, incluídas suas autarquiase infantil e no ensino fundamental e médio.
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo, observados critérios quepreservem o equilíbrio § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. acumuláveis na forma desta Constituição, évedada a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de de previdência previsto neste artigo.
que trata este artigo serão aposentados,calculados os seus
proventos a partir dos valores fixados na forma do § 3º. § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão
por morte, que será igual ao valor dosproventos do servidor
I - por invalidez permanente, sendo os proventos falecido ou ao valor dos proventos a que teria direito o
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto servidor em atividade nadata de seu falecimento, observado
sedecorrentes de acidente em serviço, moléstia profissional o disposto no § 3º.
ou doença grave, contagiosa ou incurável,especificadas em
lei; § 8º Observado o disposto no artigo 109, X, os proventos de
aposentadoria e as pensões serão revistos namesma
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
proventos proporcionais ao tempo de contribuição,exceto remuneração dos servidores em atividade,sendo também
aqueles que exerçam, por delegação, funções públicas não estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer
remuneradas direta ou indiretamentepelos cofres do Estado. benefícios ou vantagensposteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da
III - voluntariamente, deste que cumprido tempo mínimo de transformaçãoou reclassificação do cargo ou função em que
dez anos de efetivo exercício no serviçopúblico e cinco anos se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas
as seguintes condições: concessão da pensão, na forma da lei.

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
homem, e cinquenta e cinco anos de idade etrinta de será contado para efeito de aposentadoria eo tempo de
contribuição, se mulher; serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
anos de idade, se mulher, com proventosproporcionais ao contagem de tempo de contribuição fictício.
tempo de contribuição.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no artigo 109, X, à soma total
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por dos proventos de inatividade, inclusivequando decorrentes
ocasião de sua concessão, não poderão exceder da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
aremuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em de outras atividadessujeitas à contribuição para o regime
que se deu a aposentadoria ou que serviu dereferência para geral da previdência social, e ao montante resultante da
a concessão da pensão. adição deproventos de inatividade com remuneração de
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo
§ 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua emcomissão declarado em lei de livre nomeação e
concessão, serão calculados com base naremuneração do exoneração e de cargo eletivo.
servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e,
na forma da lei,corresponderão à totalidade da § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
remuneração. dos servidores públicos titulares de cargoefetivo, observará,
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados geral de previdênciasocial.
para a concessão de aposentadoria aosabrangidos pelo
regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de

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§ 13. O Estado e o Município poderão instituir regime de § 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas
previdência complementar para os seusrespectivos inerentes, são asseguradas em plenitude aosoficiais da ativa,
servidores titulares de cargo efetivo, podendo fixar para o da reserva ou reformados da Polícia Militar e do Corpo de
valor das aposentadorias e pensõesa serem concedidas para Bombeiros Militar, econferidas pelo Governador do Estado,
o regime de que trata este artigo o limite máximo sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.
estabelecido para os benefíciosdo regime geral de
previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição § 2º O militar em atividade que aceitar cargo público civil
Federal. permanente será transferido para a reserva, naforma da lei.

§ 14. O regime de previdência complementar, de que trata o § 3º Os Gabinetes do Governador, do Vice-Governador, o


parágrafo anterior, observará as normasgerais fixadas em lei Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa, oTribunal
complementar federal. Regional Eleitoral, o Ministério Público Estadual, o Tribunal
de Contas do Estado, o TribunalRegional do Trabalho e a
§ 15. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o Prefeitura Municipal de Manaus, terão, em suas respectivas
disposto no § 14 poderá ser aplicado ao servidorque tiver estruturasorganizacionais, assistência militar exercida por
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato oficial da Polícia Militar, por indicação de seus
de instituição do correspondenteregime de previdência órgãosdiretivos.
complementar .
§ 4º Ao militar da ativa é facultativo optar pela sua
Art. 112. São estáveis após três anos de exercício os remuneração, na hipótese prevista no parágrafoanterior.
servidores nomeados para cargo de provimentoefetivo em
virtude de concurso público. § 5º Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 6º O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar
filiado a partidos políticos.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§ 7º O oficial militar só perderá o posto e a patente se for
II - mediante processo administrativo em que lhe seja julgado indigno do oficialato ou com eleincompatível, por
assegurada ampla defesa; decisão de tribunal competente, devendo a lei especificar os
casos da submissão aprocesso e seu rito.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementarfederal, § 8º O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
assegurada ampla defesa. privativa de liberdade superior a dois anos,por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor previsto no parágrafo anterior.
estável, será ele reintegrado, e o eventualocupante da vaga,
se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a § 9º O praça, com estabilidade assegurada, só perderá a
indenização, aproveitado emoutro cargo ou posto em graduação se for julgado indigno de pertencer àCorporação
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de ou com ela incompatível, através de processo
serviço. administrativo-disciplinar, a ser julgado peloTribunal
competente.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável ficará em disponibilidade, comremuneração § 10. Aos militares, da Polícia Militar e do Corpo de
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado Bombeiros, e a seus pensionistas aplica-se o dispostonos
aproveitamento em outro cargo. parágrafos 7º e 8º do artigo 111 desta Constituição.

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é § 12. Não caberá habeas corpus em relação a punição
obrigatória a avaliação especial de desempenhopor disciplinar militar.
comissão instituída para essa finalidade.
§ 13. O Estado promoverá "post mortem" o servidor militar
Subseção III que vier a falecer em consequência deferimento recebido
em luta contra malfeitores, em ações ou operações de
- Dos Servidores Militares manutenção da ordem públicaou defesa civil, de acidentes
de serviços e moléstia ou doença decorrente desse fato.
Art. 113. São servidores militares do Estado os integrantes da
Polícia Militar e do Corpo de BombeirosMilitar.

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§ 14. Aos beneficiários do militar falecido, nos termos do § 4º As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar
parágrafo anterior, será concedida pensãoespecial, cujo procederão ao recrutamento, seleção eformação
valor será igual à remuneração do posto ou graduação a que profissional, na forma dos respectivos regulamentos, que
for promovido "post mortem",reajustável na mesma época serão aprovados por lei.
e nos mesmos índices da remuneração dos servidores
militares em atividade. § 5º A cobrança de taxas, impostos e emolumentos pelas
Polícias Civil e Militar e o Corpo de BombeirosMilitar, fica
§ 15. Os direitos, deveres, garantias e vantagens dos sujeita à aprovação em lei.
servidores públicos militares, bem como as normassobre
admissão, acesso à carreira, estabilidade, limites de idade e Art. 115. À Polícia Civil, instituída por lei como órgão
condições de transferência para ainatividade serão permanente, dirigida por Delegado de Polícia deúltima
estabelecidos em estatuto próprio, de iniciativa do classe, estruturada em carreira, incumbe, ressalvada a
Governador do Estado. competência da União:

§ 16. A lei, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, disporá I - as funções de perícias criminais de infrações penais,
sobre o ingresso na Polícia Militar e noCorpo de Bombeiros, exceto as militares;
os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar paraa inatividade, os direitos, os II - a realização de perícias criminais e médico-legais;
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dosmilitares, consideradas as peculiaridades de III - a realização de perícias criminais de quaisquer natureza;
suas atividades.
IV - a identificação civil e criminal.
CAPÍTULO VIII
§ 1º A direção da Polícia Civil será exercida, privativamente,
- DA SEGURANÇA PÚBLICA por um Delegado de Polícia, integrante daúltima classe da
carreira, com o título de Delegado Geral de Polícia, nomeado
Art. 114. A Segurança Pública, dever do Estado, direito e em comissão peloGovernador do Estado, o qual deverá fazer
responsabilidade de todos, é exercida para apreservação da declaração pública de bens no ato da posse e da exoneração.
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio público e privado, atravésde um Sistema, § 2º As carreiras dos integrantes da Polícia Civil, serão
integrado pelos seguintes órgãos: estruturadas em quadros próprios, dependendo orespectivo
ingresso, em cargo inicial, de aprovação em concurso de
I- Polícia Civil; provas ou de provas e títulos,realizado pela academia de
Polícia Civil do Estado, com a participação da Ordem dos
II - Polícia Militar; Advogados doBrasil.

III - Corpo de Bombeiros Militar; § 3º Aos Delegados de Polícia de carreira, aplica-se o


princípio da isonomia, previsto no art. 241, relativoàs
IV - Departamento Estadual de Trânsito carreiras disciplinares no art. 135, ambos da Constituição da
República.
§ 1º A Secretaria de Estado da Segurança Pública, Órgão
Coordenador do Sistema incumbe aadministração da Art. 116. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do
segurança Pública e a promoção da integração de seus Estado são instituições públicaspermanentes, organizadas
Órgãos com a comunidade. com base na hierarquia e disciplina militar, competindo,
entre outras, asseguintes atividades:
§ 2º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, forças
auxiliares e reservas do Exército,subordinam-se, juntamente I - À Polícia Militar:
com a Polícia Civil, ao Governador do Estado, diretamente,
ou através doórgão coordenador do sistema de segurança. a) polícia ostensiva de segurança, de trânsito urbano e
rodoviário, de florestas e de mananciais e asrelacionadas
§ 3º As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar com a prevenção criminal, preservação e restauração da
serão regidos por regimentos próprios, quedefinirão as ordem pública;
estruturas e competências, bem como direitos, garantias,
deveres e prerrogativas de seusintegrantes de modo a b) a polícia judiciária militar, nos termos da lei federal;
assegurar a eficiência de suas atividades e atuações
harmônicas.

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c) a orientação e instrução das guardas municipais, onde ás populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
houver, e por solicitação do Municípiorespectivo. dos estudos de viabilidade municipal,apresentados e
publicados na forma da lei.
II - Ao Corpo de Bombeiros Militar:
Art. 120. É vedada qualquer forma de criação de Municípios
a) planejamento, coordenação e execução de atividades de no ano de realização das eleiçõesmunicipais.
Defesa Civil;
Art. 121. Lei complementar estabelecerá as
b) prevenção e combate a incêndio, busca e salvamento; responsabilidades financeiras e patrimonial decorrentes da

c) realização de perícias de incêndio relacionadas com sua criação de Municípios, observando o seguinte:
competência;
I - o novo Município manterá como seus os servidores
d) socorro de emergência pertencentes ao Município ou Municípios deorigem, que, na
data da realização do plebiscito, estiverem prestando
III - a polícia judiciária militar, nos termos da lei federal; serviços na área emancipada,sendo-lhe permitido avaliar e
redimensionar a real necessidade do efetivo de servidores;
IV - a orientação e instrução das guardas municipais, onde
houver, e por solicitação do Município,incumbência do II - os próprios municípios situados no território
treinamento dos quadros de voluntários para combate a desmembrado, inclusive os dominais, passarão
incêndio e socorro em caso decalamidade pública. àpropriedade do novo Município, independente de
indenização;
Art. 117. Para atuar em colaboração com organismos
federais, deles recebendo assistência técnica,operacional e III - fica o Estado obrigado a prestar, pelo prazo de dois anos,
financeira, poderá ser criado Órgão especializada para aos Municípios que forem criados,assistência técnica e
prevenir e reprimir o tráfico, a posseou a facilitação do uso financeira especial, de modo a possibilitar sua efetiva
de entorpecentes e tóxicos. instalação.

CAPÍTULO IX Art. 122. A instalação do Município se dará com a posse do


Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores.
- DOS MUNICÍPIOS
§ 1º Vigorará no Município instalado, até que tenha
Seção I legislação própria, a legislação vigente, na data dainstalação,
no Município remanescente.
- Disposições Gerais
§ 2º O número de vereadores é proporcional à população do
Art. 118. Os Municípios são unidades territoriais que Município, observados os limitesestabelecidos na
integram a organização político-administrativa daRepública Constituição da República.
Federativa do Brasil, com autonomia política, administrativa
e financeira, nos termosassegurados pela Constituição da Art. 123. São Poderes do Município, independentes e
República, pela Constituição Estadual e pela Lei Orgânica do harmônicos entre si, o Executivo, exercido peloPrefeito, e o
Município. Legislativo, exercido pela Câmara Municipal, com atribuições
previstas na lei orgânica.
Parágrafo único. Os Municípios se regerão pelas leis que
adotarem e por lei orgânica própria, votada emdois turnos, Art. 124. Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois Secretários Municipais, ou autoridadesequivalentes, serão
terços da Câmara Municipal, que apromulgará, atendidos os fixados por Lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
princípios estabelecidos na Constituição da República e o disposto naConstituição Federal.
nesta Constituição.
§ 1º Os subsídios dos Vereadores e dos membros da Mesa
Art. 119. A criação, a incorporação, a fusão e o Diretora da Câmara Municipal serão fixadospor Lei de
desmembramento de Municípios, com a preservação iniciativa do próprio Poder Legislativo, em cada legislatura
dacontinuidade e da unidade histórico-cultural do ambiente para a subsequente, observados oscritérios estabelecidos na
urbano, far-se-ão por lei estadual, dentro doperíodo respectiva Lei Orgânica e obedecidos os percentuais
determinado por lei complementar federal, e dependerão de relativos aos subsídios dosDeputados Estaduais e demais
consulta prévia, mediante plebiscito, exigências constantes da Constituição Federal.

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§ 2º Cópia da Lei que fixar os subsídios dos vereadores e dos § 2º Todo Município que tenha população acima de vinte mil
membros da Mesa Diretora da CâmaraMunicipal será habitantes, terá como titular de suaDelegacia ou Órgão
enviada pelo Presidente desta ao Tribunal de Contas, antes correspondente um delegado ou titular de cargo equivalente
do encerramento daLegislatura, e cópia da Lei que fixar os da carreira da PolíciaJudiciária do Estado.
subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários
Municipaisou autoridades equivalentes será de igualmodo § 3º A criação de qualquer distrito importa a implantação e
remetida pelo Presidente da Câmara Municipal aoTribunal funcionamento de, no mínimo, um posto deguarda
de Contas, no prazo de trinta dias após a sua Publicação. municipal de vigilância, um de saúde e uma escola.

Art. 125. É da competência dos Município: § 4º Os Municípios exercerão, ainda, em atuação comum
com a união e o Estado, e respeitadas as normasde
I - legislar sobre assuntos de interesse local; cooperação fixadas em lei complementar federal, a
competência prevista no art. 17, desta Constituição.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber; § 5º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços einstalações,
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem sendo-lhes vedado o uso de armas de fogo de qualquer tipo,
como aplicar suas rendas, sem prejuízo daobrigatoriedade conforme dispuser a lei.
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
em lei; § 6º Os Municípios elaborarão o estatuto dos seus
servidores, observados os princípios da ConstituiçãoFederal
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a e desta Constituição.
legislação estadual;
§ 7º Poderá o Estado promover a assistência técnica e a
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de cooperação financeira aos Municípios queassumirem o
concessão ou permissão, os serviços públicos deinteresse ensino fundamental e a educação pré-escolar, de forma a
local, incluído o de transporte coletivo que tem caráter manter os padrões de qualidade dosserviços e atender às
essencial; necessidades da coletividade.

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União § 8º Os Municípios poderão estabelecer consócios entre si.
e do Estado, programas de educação,pré-escolar e de ensino
fundamental; Seção II

VII - prestar, prioritariamente, com a cooperação técnica e - Do Controle da Administração Municipal


financeira da União e do Estado, serviços deatendimento à
saúde da população; Art. 126. A fiscalização financeira e orçamentária do
Município será exercida pela Câmara Municipal,mediante
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento controle externos, e pelos sistemas de controle interno do
territorial, mediante planejamento e controle douso, do Poder Executivo Municipal, na formada lei.
parcelamento e da ocupação do solo urbano, na forma do
Plano Diretor Municipal; § 1º Em cada exercício, as contas municipais ficarão à
disposição dos cidadãos durante sessenta dias, a
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
local, observada a legislação e a açãofiscalizadora federal e contar da data de publicação do balanço em Órgão oficial,
estadual; podendo os interessados questionar-lhes alegitimidade, nos
termos da lei.
X - criar Conselhos populares com objetivo de auxiliar a
administração pública, deliberando sobre planose ações de § 2º Para fins do disposto no parágrafo anterior, as
trabalho. Prefeituras Municipais ficam obrigadas a dar ciênciadesse
ato através de avisos veiculados em órgãos de comunicação
§ 1º Os Conselhos populares serão constituídos por locais ou pela afixação desses avisosem logradouros
representantes de entidades de classe, associações públicos, onde não houver órgãos de comunicação.
debairros, instituições religiosas, cooperativas, ligas e
grêmios esportivos e estaduais. § 3º Aos Municípios é vedada a criação de Tribunais,
Conselhos ou Órgãos de Contas.

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Art. 127. O controle externo das contas dos Municípios será III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
exercido pelas Câmaras Municipais, comauxílio do Tribunal municipal na manutenção e desenvolvimento doensino e nas
de Contas do Estado. ações e serviços públicos de saúde.

§ 1º O Tribunal de Contas dos Municípios encaminhará, IV - O Tribunal de Justiça der provimento a representação do
trimestral e anualmente, relatório de suasatividades à Ministério Público para prover a execuçãode lei, de ordem
Assembleia Legislativa. ou de decisão judicial e, ainda, para assegurar a observância
dos princípios enumeradosna Constituição da República e os
§ 2º O Tribunal de Contas dos Municípios encaminhará, estabelecimentos para a administração pública, nesta
anualmente, à Câmara Municipal pareceresconclusivos dos Constituição.
relatórios e balanços de que trata o art. 106, desta
Constituição. Art. 129. A intervenção em Município se dará por decreto do
Governador, observado o seguinteprocedimento:
§ 3º O Estado, por intermédio de lei complementar,
uniformizará os critérios para a apresentação dascontas e I - nas hipóteses dos itens I a III, do artigo anterior, a denúncia
para a análise da documentação das mesmas, de modo que será apresentada ao Governador do Estadopor autoridade
os ordenadores de despesas nosMunicípios tenham pública ou por qualquer cidadão;
conhecimento prévio dos requisitos indispensáveis para a
sua correta apresentação aoTribunal de Constas dos II - comprovada a denúncia, o governador decretará a
Municípios. intervenção e submeterá o decreto, com arespectiva
justificativa, dentro de vinte e quatro horas, à Assembleia
§ 4º As Câmaras Municipais não poderão julgar as contas Legislativa que, se estiver emrecesso, será para tal fim
anuais das Prefeituras que ainda não tenhamrecebido o convocada, comunicando o fato à Câmara Municipal;
parecer prévio e definitivo do Tribunal de Contas dos
Municípios. III - o decreto de intervenção, que nomeará o interventor,
especificará o prazo de vigência e os limites damedida;
§ 5º O julgamento das Contas da prefeitura Municipal pela
Câmara de Vereadores se dará no prazo desessenta dias, IV - reduzir as desigualdades existentes no ambiente
após a publicação no Diário Oficial do Estado do parecer socioeconômico-cultural do Estado;
prévio emitido pelo Tribunal deContas dos Municípios ou,
estando a Câmara em recesso, até o sexagésimo dia do início V - fortalecer os núcleos urbanos através de suas inter e
da sessãolegislativa seguinte. intradependências.

§ 6º Decorrido o prazo estabelecido no parágrafo anterior Parágrafo único. Para efeito do que trata este artigo, o
sem deliberação pela Câmara Municipal, ascontas espaço territorial do Estado do Amazonas seintegrará de
juntamente com o parecer do Tribunal serão incluídos na nove sub-regiões, especificadas no artigo 26, do Ato das
ordem do dia, sobrestando-se adeliberação quanto aos Disposições ConstitucionaisTransitórias, desta Constituição.
demais assuntos, para que se ultime a votação.
CAPÍTULO X
§ 7º O parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas dos
Municípios sobre as contas que o Prefeitodeve anualmente - DO DESENVOLVIMENTO URBANO-REGIONAL
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos membros da Câmara municipal. Seção I

Seção III - Disposições Gerais

- Da Intervenção Art. 130. O Estado, visando ao seu desenvolvimento urbano-


regional, guardará obediência às seguintesdiretrizes:
Art. 128. O Estado não intervirá nos Municípios, salvo
quando: I - articular sua ação para efeitos administrativos,
programação e investimentos, considerando um mesmo
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois
anos consecutivos, a dívida fundada; contexto regional, tendo em conta seus aspectos
geoeconômico-sociais;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

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II - desencadear, no âmbito do território estadual, um Art. 132. O Estado poderá, através de lei, criar núcleos
processo de transformação no Estado, de formaordenada, urbanos ou promover assentamentospopulacionais no meio
compatível com padrões de racionalidade e adequado às urbano ou rural, para atender à necessidade de salvaguarda
condições excepcionais da realidadeamazônica; da integridadeterritorial, abertura de novas fronteiras de
desenvolvimento e necessidade imperiosa de assistência a
III - criar ou estabelecer as condições que possibilitem a
melhoria da qualidade de vida da populaçãointeriorana, núcleos ou grupos populacionais avançados do meio
mediante a internalização do processo de desenvolvimento interiorano.
a partir de seu polo dinâmico – aCapital;
Art. 133. Caberá ao Estado e, no que couber, aos Municípios,
IV - reduzir as desigualdades existentes no ambiente em benefício de novos núcleos urbanos ouassentamentos
socioeconômico-cultural do Estado; populacionais, resguardas as situações específicas,
responsabilizar-se por:
V - fortalecer os núcleos urbanos através de suas Inter e
interdependências. I - execução de obras de infraestrutura física e de serviços e
instalação dos equipamentos sócio administrativos,de
Parágrafo único. Para efeito do que trata este artigo, o caráter essencial, inclusive, contemplando os aspectos
espaço territorial do Estado do Amazonas seintegrará de relativos ao escoamento daprodução;
nove sub-regiões, específicas do art. 26, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias,desta Constituição. II - realização dos levantamentos e estudos de natureza
geográfica, antropológica, econômica e outros que
Art. 131. O Estado, com a participação dos Municípios,
efetivará, mediante lei, o zoneamentosocioeconômico- se fizerem necessários com a finalidade de avaliação de
ecológico do território estadual, que se constituirá no impacto, da relação custo/benefício, dediagnóstico e
documento balizador do uso eocupação do solo e da acompanhamento do processo de implantação desses
utilização racional dos recursos naturais. núcleos e assentamentos;

§ 1º Respeitado o disposto no art. 231, da Constituição da III - estabelecimento dos mecanismos e instrumentos de
República, deverão ser observadas, paraexecução do apoio às atividades produtivas.
zoneamento de que trata o caput deste artigo, as seguintes
alternativas: Art. 134. As terras devolutas, as áreas públicas desocupadas
ou subutilizadas serão prioritariamentedestinadas:
I - uso agrícola, agropecuário e atividades similares, segundo
indicações vocacionais; I - no meio urbano - a assentamentos de população de baixa
renda, instalação de equipamentos coletivos,áreas verdes ou
II - uso urbano, inclusive áreas para fins de aproveitamento de lazer;
turístico e de lazer;
II - no meio rural - à base territorial para programas de
III - implantação de atividades industriais e agroindustriais; colonização, reservas de proteção ambiental einstalação de
equipamentos coletivos.
IV - áreas de reservas para proteção de ecossistemas
naturais e seus componentes, de mananciais dopatrimônio § 1º Cabe ao Estado e aos Municípios promover o
histórico e paisagístico e de jazidas arqueológicas e levantamento, ação discriminatória e registro de
paleontológicas; terrasdevolutas através de Órgãos competentes, devendo os
seus resultados serem amplamente divulgados.
V - áreas para exploração de recursos extrativistas;
§ 2º O Poder Executivo providenciará a alocação de recursos
VI - adoção de usos múltiplos de bacias e sub-raciais suficientes para a execução e conclusão detodo o processo
hidrográficas, no caso de ação discriminatória.

VII - uso turístico, definições de áreas para aproveitamento § 3º A destinação de áreas se dará mediante a concessão de
turístico, onde serão proibidas as implantaçõesde projetos títulos de domínio ou de uso, na forma da lei.
que não sejam compatíveis com a atividade fim.
§ 4º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
§ 2º O zoneamento de que trata este artigo será feito com o por mais de uma vez.
concurso das associações civis.

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§ 5º As transferências de que trata o § 3º, deste artigo, § 1º O Estado assistirá aos Municípios, caso solicitem, na
obedecerão aos critérios de indivisibilidade elaboração dos planos diretores, na liberação drecursos e
eintransferibilidade das terras, antes de decorrido o prazo de concessão de benefícios m qualquer âmbito, em favor dos
dez anos. objetivos do desenvolvimento urbanosócio-econômico e nos
seguintes assuntos, que lhes devem ser integrantes:
§ 6º O Estado e os Municípios, no âmbito de suas respectivas
instâncias, manterão devidamenteatualizados cadastros I - ordenação do território, sob os requisitos de uso,
imobiliários e de terras públicas, a nível urbano e rural. parcelamento e ordenamento a ocupação do solo;

§ 7º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras II - controle de edificações no que se relaciona ao gabarito e
públicas com áreas superior a mil metrosquadrados, se compatibilização de que se cogita o inciso
urbana, e mil hectares, se rural, a pessoa física ou jurídica,
dependerá de prévia aprovaçãoda Assembleia Legislativa. anterior;

Art. 135. Os Municípios com população inferior a vinte mil III - delimitação, reserva e preservação de áreas verdes;
habitantes deverão elaborar em conjunto comas entidades
representativas das comunidades, diretrizes gerais de IV - preservação do ambiente urbano histórico-cultural;
ocupação do território que garantam,através de lei, as
funções sociais da cidade e da propriedade. V - proteção e preservação de núcleos e acervos de natureza
histórica ou arquitetônica;
Seção II
VI - definição e manutenção de sistemas de limpeza pública,
- Da Política Urbana abrangendo os aspectos de coleta, tratamentoe disposição
final do lixo.
Art. 136. A política de desenvolvimento urbano será
formulada pelos Municípios e pelo Estado, ondecouber, de § 2º A assistência a que se refere o parágrafo anterior será
conformidade com as diretrizes fixadas nesta Constituição, prestada por Órgão estadual específico.
objetivando ordenar o plenodesenvolvimento das funções
sociais e econômicas da cidade, de forma a garantir padrões Art. 138. A propriedade urbana deverá cumprir a sua unção
satisfatórios dequalidade de vida e bem-estar de seus social atendendo às exigências fundamentaisde ordenação
habitantes. da cidade, além das que venham a ser expressas no plano
diretor.
§ 1º As funções sociais da cidade são compreendidas como
os direitos de todos os cidadãos relativos aacesso à moradia, § 1º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
transporte público, comunicação, informação, saneamento prévia e justa indenização em dinheiro.
básico, energia,abastecimento, saúde, educação, lazer, água
tratada, limpeza pública, vias de circulação em § 2º Nos termos da lei federal, é facultado ao Município,
perfeitoestado, segurança, justiça, ambiente sadio, mediante lei específica para área incluída noplano diretor,
preservação do patrimônio ambiental, histórico e cultural. exigir do proprietário do solo urbano não-edificado,
subutilizado ou não-utilizado, quepromova seu
§ 2º As funções econômicas da cidade dizem respeito à aproveitamento, sob pena, sucessivamente de:
estrutura e infraestrutura física e de serviçosnecessários ao
exercício das atividades produtivas. I - parcelamento ou edificação compulsórios;

§ 3º O Poder Executivo Estadual, observadas as instâncias de II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
competência, encaminhará ao PoderLegislativo a Proposta progressivo no tempo;
de Política Urbana e de Desenvolvimento Regional,
devidamente compatibilizadacom plano plurianual e em III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
idêntico prazo. dívida pública de emissão previamente aprovadapelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
Art. 137. O plano diretor é o instrumento básico da política parcelas anuais, iguais e sucessivas,assegurados o valor de
de desenvolvimento e de ordenamento daexpansão urbana, indenização e juros legais.
sendo obrigatório para as cidades com número de
habitantes superior a vinte mil erecomendado para todos § 3º Aquele que possuir como área urbana de até duzentos
aqueles que se situarem na condição de sede de Município. e cinqüenta metros quadrados, por cinco
anos,ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para

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sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe o domínio,desde c) atividade econômica relevante em relação ao Estado;
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
d) fatores de polarização;
§ 4º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
e) indicativos da potencialidade vocacional da área ou
Art. 139. O Estado e os Municípios assegurarão, na região.
respectiva instância, que a comunidade envolvidaparticipe
do processo de planejamento e definição de programas e § 3º O estabelecimento de diretrizes, normas, definição de
pros prioritários. programas, projetos e atividades relativas aoplanejamento e
administração regionalizada, respeitada a autonomia dos
Parágrafo único. A população do Município, através da Municípios, serão objeto de planodiretor específico, de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento deseu responsabilidade de instituição estadual competente.
eleitorado, poderá ter a iniciativa da indicação de projetos e
interesse específico da cidade ou debairros. § 4º Os Municípios poderão consorciar-se com vistas à
realização de funções, programas, projetos eatividades de
Seção III interesses comuns.

- Núcleos Especiais, Aglomerações, Micro e Macrorregiões Art. 141. O Estado, mediante lei complementar, no que se
Urbanas refere ao art. 140 e seus § 2º e § 3º, destaConstituição, sem
prejuízo de outros conceitos, estabelecerá:
Art. 140. Com vistas à execução de funções comuns, lei
complementar poderá atribuir condição especialde interesse I - estrutura administrativa, para o gerenciamento de cada
urbanístico, social, ambiental, turístico e de utilização caso, com indicação precisa dos recursosfinanceiros
pública a centros, núcleos, sítios ouáreas urbanas, e instituir indispensáveis;
região metropolitana, aglomerações, micro ou
macrorregiões, urbanas ou não,constituídas por II - compatibilização das diretrizes globais e setoriais relativas
agrupamentos de Municípios integrantes do mesmo à concessão de trato diferenciado atribuídoa cada caso;
complexo geo-socioeconômico.
III - obrigatoriedade de participação dos Poderes Municipais
§ 1º Considerar-se-ão funções de interesses comuns: envolvidos, em todas as fases do processo;

a) transporte e sistemas hidroaéreo-viários; IV - participação ativa de entidades representativas da


comunidade, no estudo, no encaminhamento e nasolução
b) cartografia e informações básicas; dos problemas que lhes sejam concernentes;

c) sistemas de comunicação; V - controle obrigatório dos recursos públicos na unidade


instituída, sem prejuízo do exame da AssembleiaLegislativa.
d) aproveitamento de recursos hídricos;
TÍTULO IV
e) serviços públicos com características hierarquizadas;
- DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
f) uso e ocupação do solo;
CAPÍTULO I
g) elaboração de projetos de interesses comuns;
- DO SISTEMA TRIBUTÁRIO ESTADUAL
h) outros que vierem a ser definidos em lei complementar.
Seção I
§ 2º O cumprimento do disposto no caput deste artigo, no
que se relaciona à região metropolitana, àsaglomerações - Disposições Gerais
urbanas e outras formas de agrupamentos, far-se-á com
base em avaliação, entre outros, doseguinte: Art. 142. O Estado e os Municípios poderão instituir:

a) população e crescimento demográfico com projeção I - impostos de sua competência;


qüinqüenal;
II - taxas, em razão do exercício regular do poder de polícia
b) grau de conurbação, fluxos migratórios e intermunicipais; ou pela utilização, efetiva ou potencial, deserviços públicos

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específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a sua disposição; a lei que os instituiu ou aumentou;

III - contribuição de melhoria, em decorrência de obras V - utilizar tributo com efeito de confisco;
públicas;
VI - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
IV - contribuição cobrada de seus servidores ativos, inativos por meio de tributos interestaduais ouintermunicipais,
e de pensionistas, para o custeio em benefíciodestes, de ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
sistema de previdência e assistência social. conservadas pelo Poder Público;

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal VII - instituir impostos sobre:
e serão graduados segundo a capacidadeeconômica do
contribuinte, facultando à administração tributária, a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem assim
especialmente para conferir efetividadea esses objetivos, da união e do Distrito Federal;
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, osrendimentos e as atividades b) templos de qualquer culto;
econômicas do contribuinte.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de inclusive suas fundações, das entidades sindicaisdos
impostos. trabalhadores, das instituições de educação, cultura,
pesquisa, de assistência social e religiosa, semfins lucrativos,
Art. 143. Compete ao Estado, respeitada a legislação federal, atendidos os requisitos da lei;
estabelecer normas gerais em matériatributária,
especialmente sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão;
I - definição de tributos, dos respectivos fatos geradores,
alíquotas, bases de cálculo e contribuinte; § 1º A vedação do inciso VII, "a", é extensiva às autarquias e
às fundações instituídas e mantidas peloPoder Público, no
II - obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
tributários; vinculados às suas finalidadesessenciais ou às delas
decorrentes.
III - adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas. § 2º As vedações do inciso VII, "a", e do parágrafo anterior,
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aosserviços,
Seção II relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis aempreendimentos
- Das Limitações do Poder de Tributar privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelousuário, nem exonera o promitente
Art. 144. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao comprador da obrigação de pagar imposto relativo ao bem
contribuinte, é vedado ao Estado e aosMunicípios: imóvel.

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; § 3º As vedações expressas no inciso VII, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a rendae os serviços,
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se relacionados com finalidades essenciais das entidades nelas
encontrem em situação equivalente, proibidaqualquer mencionadas.
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente dadenominação jurídica § 4º A lei determinará medidas para que os consumidores
dos rendimentos, títulos ou direitos; sejam esclarecidos acerca dos impostos queincidam sobre
mercadorias e serviços.
III - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de suaprocedência ou destino; § 5º A concessão de anistia ou remissão que envolva matéria
tributária ou previdenciária dependerá de leiespecífica,
IV - cobrar tributos: estadual ou municipal.

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da Seção III


vigência da lei que os houver instituído ouaumentado;

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- Dos Impostos do Estado b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações


anteriores;
Art. 145. Compete ao Estado instituir:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
I - imposto sobre: mercadorias e dos serviços;

a) transmissão "causa mortis" e doação, de quaisquer bens IV - as alíquotas aplicáveis serão fixadas:
ou direitos;
a) pelo Senado Federal, quanto às operações e prestações
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre interestaduais e de exportação;
prestações de serviços de transporteinterestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e b) por lei estadual, respeitados os incisos V e VI, quanto às
as prestações se incidam noexterior; operações e prestações internas, inclusive deimportação;

c) propriedade de veículos automotores. V - serão observadas nas operações internas as alíquotas


mínimas e máximas, que vierem a ser fixadaspelo Senado
II - adicional de até cinco por cento do que forpago à União Federal, nos termos da Constituição da República;
por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadasno seu território,
a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer VI - salvo deliberação expressa em contrário, as alíquotas
natureza, incidente sobre os lucros, ganhos e rendimentos internas, nas operações relativas à circulação demercadorias
de capital. e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às
previstas para as operaçõesinterestaduais;
§ 1º O imposto previsto no inciso I, "a":
VII - em relação às operações e prestações que destinem
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, bens e serviços a consumidor final localizado emoutro
compete ao Estado quando situado em seuterritório; Estado, adotar-se-á:

II - relativamente a bens imóveis, títulos e créditos, compete a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for
ao Estado, se em seu território for processadoo inventário ou contribuinte do imposto;
arrolamento, ou neste tiver domicílio o doador;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
III - a competência para a sua instituição obedecerá ao que contribuinte dele;
dispuser lei complementar federal;
VIII - caberá ao Estado o imposto correspondente à diferença
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior; entre a alíquota interna e a interestadual emrelação às
operações e prestações recebidas por contribuinte do
b) se o "de cujus" possuía bens, era residente ou domiciliado imposto, na qualidade de consumidorfinal;
ou teve o seu inventário processado noexterior;
IX - incidirá também:
IV - as alíquotas não poderão exceder os limites fixados pelo
Senado Federal. a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior,
ainda quando se tratar de bem destinado a
§ 2º O imposto previsto no inciso I, "b", atenderá ao
seguinte: consumo ou ativo fixo de estabelecimento, assim como
sobre serviço no exterior;
I - será não-cumulativo, compondo-se o que for devido em
cada operação relativa à circulação demercadorias ou b) sobre o valor total da operação, quando as mercadorias
prestação de serviços com o montante cobrado nas forem fornecidas em conjunto com serviçosnão-
anteriores pelo mesmo ou outro Estadoou pelo Distrito compreendidos na competência tributária dos Municípios;
Federal;
X - não incidirá:
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação expressa
em contrário da legislação: a) sobre operações que destinem ao exterior produtos
industrializados, excluídos os semielaborados,definidos em
a) não implicará crédito de imposto para compensação lei complementar federal;
daquele devido nas operações ou prestaçõesseguintes;

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b) sobre operações que destinem a outros Estados e ao III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos,
Distrito Federal petróleo, inclusive exceto óleo diesel;
lubrificantes,combustíveis líquidos e gasosos dele derivados
e energia elétrica; IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
art. 145, I, "b", desta Constituição, definidosem lei
c) sobre ouro, quando definido em lei federal como ativo complementar federal.
financeiro ou instrumento cambial;
§ 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo,
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante nos termos de lei municipal, de forma aassegurar o
do imposto sobre produtos industrializados,quando a cumprimento da função social da propriedade.
operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto
destinado à industrialização ou àcomercialização, configure § 2º O imposto de que trata o inciso II deste artigo:
fato gerador dos dois impostos;
I - cabe ao Município da situação do bem;
§ 3º O imposto previsto no inciso I, "c", deste artigo, não
incidirá sobre os veículos automotores fluviais,destinados ao II - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
transporte intermunicipal simultâneo de passageiros e incorporados ao patrimônio da pessoa jurídica emrealização
cargas, praticados com itinerário efrequência regulares, na de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
forma da lei, desde que: decorrentes de fusão, incorporação,cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
a) apliquem o resultado do benefício na melhoria das preponderante ao adquirente for acompra e venda desses
condições de segurança e higiene da embarcação; bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
c) garantam a gratuidade de transporte ao idoso maior de
sessenta e cinco anos e ao deficiente. III - poderá ser objeto de isenção, por parte do Município em
que se localizar o bem, no caso de aquisição,por servidor
§ 4º Nos termos da Constituição da República, à exceção do público estadual ou municipal, de imóveis para sua
imposto de que trata o inciso I, "b", desteartigo, nenhum residência nas condições que estabelecer.
outro tributo estadual incidirá sobre operações relativas a
energia elétrica, combustíveislíquidos e gasosos, § 3º A competência municipal para instituir e cobrar o
lubrificantes e minerais do País. imposto previsto no inciso III, deste artigo, nãoexclui a do
Estado para instituir e cobrar, sobre a mesma operação, o
§ 5º A alíquota do ICMS nas operações internas com imposto de que trata o art. 145, I, "b", desta Constituição.
produtos agrícolas comestíveis, produzidos noEstado do
amazonas, não excederá aquela fixada para as operações § 4º Obedecerão ao que dispuser lei complementar federal:
interestaduais.
I - a fixação das alíquotas máximas dos impostos previstos
§ 6º Nas importações do exterior, as máquinas e nos incisos III e IV;
equipamentos poderão ser excluídos da incidência
doimposto, desde que se destinem a integrar o ativo fixo de II - a exclusão da incidência do imposto previsto no inciso IV
estabelecimento industrial no Estado doAmazonas, nos sobre as exportações de serviços para oexterior.
termos da lei.
Seção V
Seção IV
- Das Repartições das Receitas Tributárias
- Dos Impostos Dos Municípios
Art. 147. A repartição das receitas tributárias do Estado e as
Art. 146. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: transferências da união obedecerão a:

I - propriedade predial e territorial urbana; § 1º Pertencem ao Estado:

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato I - o produto da arrecadação do imposto da união sobre a
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessãofísica, e renda e proventos de qualquer natureza,incidente na fonte,
de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantias, bem sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por ele, suas
como cessão de direitos a suaaquisição; autarquias e pelas fundaçõesque instituir ou mantiver;

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II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto VIII - participação no resultado de exploração de petróleo ou
que a união instituir no exercício dacompetência que lhe é gás natural, de recursos hídricos para fins degeração de
atribuída pelo art. 154, I, da Constituição da República; energia elétrica e outros recursos minerais, na forma do que
dispõe o art. 20, § 1º, daConstituição da República.
III - sua cota no Fundo de Participação dos Estados, bem
como a que lhe couber no produto daarrecadação do § 3º O estado e os Municípios divulgarão, até o último dia do
imposto sobre produtos industrializados, nos termos do art. mês subsequente ao da arrecadação, osmontantes de cada
159, incisos I, alínea "a", e II, da constituição da República; um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os
valores de origem tributáriaentregues e a entregar e a
IV - trinta por cento da arrecadação, no estado, do imposto expressão numérica dos critérios de rateio.
a que se refere o art. 153, V, e seu § 5º, da constituição da
República, incidente sobre o ouro, quando definido em lei § 4º Os dados do estado serão discriminados por Municípios.
como ativo financeiro ou instrumento cambial;
§ 5º É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega dos
V - participação no resultado de exploração de petróleo ou tributos devidos aos Municípios, nelescompreendidos
gás natural, de recursos hídricos para fins degeração de adicionais e acréscimos relativos a impostos.
energia elétrica e outros recursos minerais, na forma do que
dispõe o art. 20 § 1º, daconstituição da República. § 6º Para efeito da repartição das receitas tributárias, serão
computados como receita do Município dedestino as
§ 2º Pertencem aos Municípios: retenções na fonte ou qualquer outra forma de antecipação
do pagamento do tributo, aplicadassobre as operações e
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre prestações realizadas na Capital ou em Município.
renda e proventos de qualquer natureza, incidentena fonte,
sobre rendimentos pagos a qualquer título, por eles, por suas § 7º Serão computados como valor do imposto arrecadado,
autarquias e pelas fundações queinstituírem e mantiverem; para efeito de repartição de receita aosMunicípios, as
importâncias correspondentes às multas, juros e correção
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do monetária vinculadas à exigênciadesse imposto.
imposto da União sobre a propriedade territorialrural,
relativamente aos imóveis situados em cada um deles; § 8º Para cálculo da participação dos Municípios nos
impostos estaduais, o estado computará como
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do
imposto estadual sobre a propriedade de receita aquela oriunda da cobrança da dívida ativa
veículosautomotores licenciados no território de cada um correspondente, tanto a principal como a
deles, acessória,devidamente atualizadas.

IV - vinte e cinco por cento do produto de arrecadação do Art. 148. A participação dos Municípios na arrecadação
imposto estadual sobre operações relativas àcirculação de estadual, além do disposto no art. 147, destaConstituição,
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte deverá ser realizada de acordo com as seguintes normas:
interestadual e intermunicipal e decomunicações;
I - as parcelas de receita a eles pertencentes, mencionadas
V - a respectiva cota no fundo de Participação dos no art. 147, § 2º, IV, desta Constituição, serãocreditadas
Municípios, previstos no art. 159, I, "b", daConstituição da conforme os seguintes critérios:
República;
a) três quartos, no mínimo, na proporção do valor
VI - setenta por cento da arrecadação conforme a origem do adicionado nas operações relativas à circulação
imposto a que se refere o artigo 153, V, e seu § 5º, da demercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em
Constituição da República, incidente sobre o ouro quando seu território;
definido em lei como ativo financeiroou instrumento
cambial; b) até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.

VII - vinte e cinco por cento dos recursos recebidos pelo II - apuração e publicação, anualmente, até 31 de março, do
estado nos termos do art. 159, § 3º, daConstituição da índice de participação dos Municípios noproduto da
República, relativos à exportação de produtos arrecadação do imposto sobre circulação de mercadorias e
industrializados; sobre a prestação de serviços detransportes e comunicações
- ICMS, para aplicação a partir de 1º de julho do mesmo
exercício, segundocritérios definidos em lei, garantida aos

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Municípios a apresentação de reclamações fundadas, no vestuário e calçado, eàquelas complementares ao parque


prazo detrinta dias após a publicação, devendo a fixação industrial;
definitiva dar-se até trinta de maio.
II - a aplicação da política de incentivos fiscais e extrafiscais
Seção VI objetivará fomentar o processo dedesenvolvimento
econômico-social do Estado.
- Da Política de Incentivos Fiscais e Extrafiscais
§ 3º Terão benefício máximo, na forma da lei, obedecidos os
Art. 149. O Estado e os Municípios poderão conceder princípios do § 1º, deste artigo:
incentivos fiscais relativos aos tributos de suacompetência e
incentivos extrafiscais, para as atividades consideradas de I - as empresas localizadas no interior pertencentes a setores
fundamental interesse ao seudesenvolvimento. prioritários;

§ 1º A lei poderá, em relação a empresa brasileira de capital II - as empresas que tenham por objetivo único a produção
nacional, conceder proteção e benefícioespeciais de medicamentos que utilizem, basicamente,plantas
temporários para execução de atividades imprescindíveis ao medicinais regionais e a industrialização de pescado;
desenvolvimentos do Estado.
III - as micro e pequenas empresas de base tecnológica.
§ 2º Os atos de concessão de isenções e benefícios fiscais,
mediante deliberação dos Estados e do DistritoFederal, nos § 4º Poderão atingir até o benefício máximo, na forma da lei,
termos do art. 155, § 2º, XII, "g", da Constituição da as empresas produtoras de bensintermediários,
República, deverão ser obrigatoriamentesubmetidos à complementares ao parque industrial do Estado, obedecidos
homologação pela Assembleia Legislativa do Estado, aos princípios do § 1º, destaartigo.
devendo esta pronunciar-se apóspublicação do ato no Diário
Oficial da União, no prazo máximo de quinze dias. Art. 151. Os incentivos extrafiscais e sociais compreendem a
concessão de financiamentos diferenciadosaos
Art. 150. Os incentivos fiscais de competência do Estado são estabelecimentos de micro e pequeno porte dos setores
os relativos ao que trata o art. 145, I, "b" desta Constituição, agrícola, agroindustrial, industrial, comercial eda prestação
e destinar-se-ão às empresas industriais instaladas, ou que de serviços, e aplicação de recursos em investimentos
venham a instalar-se noEstado do Amazonas, e os incentivos estatais nos setores de infraestruturasocial para atender às
fiscais de competência dos Municípios são os referentes ao demandas e necessidades da população de baixa renda.
artigo 146, IV, desta Constituição.
§ 1º Os incentivos extrafiscais e sociais atenderão a aplicação
§ 1º A lei regulamentará a Política de Incentivos Fiscais e de cinquenta por cento dos recursos emfinanciamento de
Extrafiscais, guardando obediência aosseguintes princípios: atividades econômicas, dos quais sessenta por cento no
interior do Estado, e decinquenta por cento na área social,
I - reciprocidade - contrapartida a ser oferecida pela destinados a investimentos diretos pelo Estado,
beneficiária, expressa em salários, encargos ebenefícios preferencialmente, nosetor de habitação, direcionados
sociais locais, definidos no art. 212, desta Constituição; exclusivamente às necessidades de moradia da população
carente.
II - transitoriedade - condição ou caráter de prazo certo que
deve ter o incentivo; § 2º Para cumprimento das disposições do caput deste
artigo, fica criado o Fundo de Apoio às Micro ePequenas
III - progressividade - condição necessária à retirada do Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do
incentivo num processo gradual; Amazonas - FMPES, a ser regulamentadopor lei, cuja
composição de recursos será efetivada com base nas
IV - gradual idade - concessão diferenciada do benefício de seguintes origens:
acordo com prioridades estabelecidas.
I - participação das empresas incentivadas, devendo ser
§ 2º A lei atenderá, também, às seguintes diretrizes gerais: repassado ao fundo seis por cento do imposto aser restituído
pelo Estado;
I - concessão de tratamento diferenciado às empresas de
micro e pequeno porte, inclusive as de basetecnológica, às II - recursos do orçamento do Estado, previstos anualmente
empresas localizadas no interior do Estado, àquelas que na lei de diretrizes orçamentárias;
utilizem matéria-prima regional, àsempresas que produzam
bens de consumo imediato destinados à alimentação, III - transferências da união e dos Municípios;

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IV - empréstimos ou doações de entidades; em convênio com centros ouinstitutos de pesquisa ou


entidade de ensino superior, criados ou mantidos pelo
V - convênios ou contratos firmados entre o Estado e os Estado do Amazonas, paraabsorção e geração de tecnologia
Municípios; de produto ou de processo de produção e formação e
aperfeiçoamentode seus recursos humanos, na forma da Lei.
VI - os retornos e resultados de suas aplicações;
Art. 154. Resultarão na suspensão automática, definitiva,
VII - o resultado da remuneração dos recursos irrecorrível e irreversível do incentivoconcedido pelo Estado
momentaneamente não-aplicados, calculados com base em ou pelos Municípios para o empreendimento ou pessoa
jurídica beneficiada comessa condição, as seguintes
indexador oficial, a partir do trigésimo dia do seu ingresso no situações:
Banco Oficial do Estado;
I - redução, sem prévia anuência do poder concedente, do
VIII - outras fontes internas e externas; número de emprego vinculado ao projeto objetoda
concessão de incentivo, bem como descumprimento das
§ 3º É vedada a aplicação dos recursos do fundo para outras obrigações sociais e demais condiçõesrelativas a esse ato;
finalidades que não as previstas neste artigo,excetuando-se
as estabelecidas no art. 168, § 2º, e no art. 170, § 4º, desta II - ato ou ocorrência grave de responsabilidade jurídica da
Constituição. empresa beneficiária que implicar prejuízo,risco, ônus social,
comprometimento ou degradação do meio ambiente;
§ 4º O fundo, na parte do financiamento às pequenas e
médias empresas será administrado por umComitê de III - ato comprovado de burla ao fisco de qualquer esfera.
Administração, de composição paritária com representação
dos setores privado e público,definida por lei, e terá o Banco Parágrafo único. O Poder Executivo exercerá,
Oficial do Estado com seu agente financeiro. sistematicamente e periodicamente, a fiscalização
documprimento dos incentivos concedidos e provocará a
§ 5º A aplicação dos recursos do fundo destinados à área ação do Poder Executivo em relação à nãoobservância da lei
social, deverá ser feita através de investimentosem e desta Constituição.
programas e/ou projetos definidos pelo Poder Executivo.
Art. 155. O Poder Legislativo, no exercício de suas funções
§ 6º Constituirão crime de responsabilidade, imputado ao exercerá a fiscalização do cumprimento dosincentivos
autor da ocorrência, a destinação de qualquervalor do fundo concedidos e provocará a ação do Poder Executivo em
sem a prévia e expressa autorização do Comitê mencionado relação à não observância da lei e destaConstituição.
no § 4º, e sem a observânciadas disposições do parágrafo
anterior, no caso dos recursos para aplicação na área social. CAPÍTULO II

Art. 152. Os incentivos fiscais e extrafiscais de competência - DAS FINANÇAS PÚBLICAS


dos Municípios deverão guardar ocorrênciacom o que
estabelece a legislação federal e estadual. Seção I

Art. 153. A legislação de Incentivos Fiscais poderá ser revista - Disposição Geral
sempre que fato relevante de carátereconômico, social,
tecnológico ou da defesa dos interesses do Estado indique a Art. 156. Lei Complementar disporá sobre finanças públicas,
sua alteração, mantidos osprincípios e diretrizes desta observados os princípios estabelecidos naConstituição da
Constituição. República e em lei complementar federal.

§ 1º As concessões serão avaliadas, sistematicamente, em § 1º As disponibilidades de caixa do Estado e dos Municípios,


períodos não superiores a três anos, tendo porparâmetros bem como dos Órgãos ou entidades doPoder Público e das
os princípios estabelecidos nesta seção, no art. 212, § 1º, empresas por eles controladas, assim como as importâncias
desta Constituição, e nas condiçõesprevistas nos demais oriundas dos feitosjudiciais serão depositadas no Banco
instrumentos legais e normativos, que disciplinarão a Política Oficial do Estado, ressalvados os casos previstos em lei; nos
de Incentivos Fiscais.
Municípios onde ainda não houver agência do Banco Oficial
§ 2º A concessão e a manutenção dos incentivos fiscais e do Estado, os depósitos poderão ser mantidosem outras
extrafiscais são condicionadas também aoinvestimento em instituições financeiras.
pesquisa e desenvolvimento tecnológico, diretamente ou

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§ 2º A arrecadação de impostos, taxas, contribuições e § 4º Os planos e programas estaduais e municipais serão


demais receitas do Estado e dos Municípios e dosÓrgãos elaborados em consonância com o planoplurianual e
vinculados à administração direta e indireta, bem como os apreciados pelo Poder Legislativo.
respectivos pagamentos a terceiros,serão processados, com
exclusividade, pelo Banco Oficial do Estado; nos Municípios § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
onde não houverdependência do Banco Oficial do Estado, a
arrecadação será processada pelos demais Bancos Oficiais I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado e dos
ouPrivados. Municípios, seus fundos, órgãos e entidadesda
administração direta, indireta e fundacional.
Seção II
II - o orçamento de investimento das empresas em que o
- Dos Orçamentos Estado ou os Municípios, direta ouindiretamente, detenham
a maioria do capital social com direito a voto;
Art. 157. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
I - plano plurianual; entidades e Órgãos a ela vinculados daadministração direta
ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
II - as diretrizes orçamentárias; mantidos pelo PoderPúblico.

III - os orçamentos anuais. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito, sobre asreceitas e
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
forma regionalizada, diretrizes, objetivos emetas da subsídios e benefícios de naturezafinanceira, tributária e
administração pública para as despesas de capital e outras creditícia.
delas decorrentes e para as relativasaos programas de
duração continuada. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, incisos I, II, deste
artigo, serão compatibilizados com o planoplurianual e
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá: terão, entre suas funções, a de reduzir desigualdades
intermunicipais, segundo critériopopulacional.
I - as metas e prioridades da administração pública direta e
indireta; § 8º a lei orçamentária anual não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação dadespesa, não se
II - as projeções das receitas e despesas para o exercício incluindo na proibição a autorização para a abertura de
financeiro subsequente; créditos suplementares econtratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
III - os critérios para a distribuição setorial e regional dos lei.
recursos para os Órgãos dos Poderes do Estadoe Municípios;
§ 9º Lei complementar, com observância da legislação
IV - as diretrizes relativas à política de pessoal; federal:

V - as orientações para a elaboração da lei orçamentária I - disporá sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,
anual; a elaboração e a organização do planoplurianual, da lei de
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
VI - os ajustamentos do plano plurianual decorrentes de uma
reavaliação da realidade econômica e socialdo Estado e II - estabelecerá normas de gestão financeira e patrimonial
Municípios; da administração direta e indireta, bem como condições
para instituição e funcionamento de fundos.
VII - as disposições de aplicação das agências financeiras de
desenvolvimento oficiais, apresentando oplano de § 10. a lei orçamentária assegurará investimentos
prioridades das aplicações financeiras, destacando os prioritários em programas de educação, de seguridadesocial,
projetos de maior relevância social. de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

§ 3º O Estado e os Municípios publicarão, até trinta dias após Art. 158. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
o encerramento de cada bimestre, relatórioresumido da diretrizes orçamentárias e ao orçamento anuale aos créditos
execução orçamentária. adicionais serão enviados pelo Chefe do Poder Executivo ao

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Poder Legislativo, nos termosda lei complementar, a que se o caso, mediante créditosespeciais ou suplementares, com a
refere o art. 157, § 9º, desta Constituição. prévia e específica autorização legislativa.

§ 1º Caberá a uma Comissão permanente do Poder § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
Legislativo do Estado e dos Municípios: que não contrarie o disposto nesta seção, asdemais normas
relativas ao processo legislativo.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos
neste artigo e sobre as contas apresentadasanualmente pelo Art. 159. São vedados:
Governador do Estado e pelos Prefeitos;
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas orçamentária anual;
estaduais, regionais, Municipais e setoriais,previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações
orçamentária, sem prejuízo daatuação das demais diretas que excedam os créditos orçamentáriosou
Comissões do Poder Legislativo correspondente. adicionais;

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão III - a realização de operações de créditos que excedam o
permanente, que sobre elas emitirá parecer, eapreciadas, na montante das despesas de capital, ressalvadas asautorizadas
forma regimental, pelo Plenário. mediante créditos suplementares ou especiais com
finalidade precisa, aprovados pelo PoderLegislativo por
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos maioria absoluta;
projetos que o modifiquem somente podemser aprovados
desde que: IV - a vinculação de receitas de impostos a Órgãos, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produtoda arrecadação
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, da
diretrizes orçamentárias; Constituição da república, adestinação de recursos para a
manutenção e desenvolvimento do ensino, como
II - indiquem os recursos necessários, admitidos somente os determinado pelo art. 212 da Constituição da República, e a
provenientes de anulação de despesa,excluídas as que prestação de garantias às operações de crédito por
incidam sobre: antecipação dereceita, nos termos do art. 157, § 8º, desta
Constituição bem como para fins de renegociação das
a) dotação para pessoal e seus encargos; dívidasinterna e externa.

b) serviço de dívida; V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia


autorização legislativa e sem indicação dosrecursos
c) transferência tributárias constitucionais para os correspondentes;
Municípios; ou
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
III - sejam relacionadas: recursos de uma categoria de programaçãopara outra ou de
um Órgão para outro, sem prévia autorização legislativa.
a) com a correção de erros ou omissões; ou
VII - a concessão ou a utilização de créditos ilimitados;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
VIII - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes prévia autorização legislativa;
orçamentárias não poderão ser aprovadas
quandoincompatíveis com o plano plurianual. IX - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridadesocial para
§ 5º O Poder Executivo poderá enviar mensagem ao suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
Legislativo para propor modificações nos projetos aque se e fundos, inclusive dosmencionados no art. 157, § 5º, desta
refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Constituição;
Comissão permanente, da parte cujaalteração é proposta.
X - a realização de operação externa, de natureza financeira,
§ 6º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou sem prévia autorização legislativa.
rejeição do projeto de lei orçamentária anual,ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme

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§ 1º Sob pena de crime de responsabilidade, nenhum II - exoneração dos servidores não estáveis.
investimento cuja execução ultrapasse um
exercíciofinanceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão. não forem suficientes para assegurar ocumprimento da
determinação da lei complementar referida neste artigo, o
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários somente terão servidor estável poderá perdero cargo, deste que ato
vigência no exercício financeiro em que foremautorizados, normativo de cada um dos Poderes especifique a atividade
salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos funcional, o órgão ouunidade administrativa objeto da
quatro meses daquele exercício,caso em que, reabertos nos redução de pessoal.
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercíciofinanceiro subsequente; § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
anterior fará jus à indenização correspondentea um mês de
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será remuneração por ano de serviço.
admitida para atender a despesas imprevisíveis eurgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção interna e § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
calamidade pública. anteriores será considerado extinto, vedado acriação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
Art. 160. Os recursos correspondentes às dotações assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
orçamentárias, compreendidos os créditossuplementares e
especiais, destinados aos Órgãos do Legislativo, do Judiciário § 7º A efetivação do disposto no § 4º obedecerá às normas
e do Ministério Públicoser-lhes-ão entregues até o dia vinte gerais estabelecidas em lei complementarfederal.
de cada mês, na forma da lei complementar federal.
TÍTULO V
Art. 161. A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado e
dos Municípios não poderá exceder oslimites estabelecidos - DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
em lei complementar federal.
CAPÍTULO I
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
remuneração, a criação de cargos, empregos efunções ou - DISPOSIÇÕES GERAIS
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
contratação de pessoal, aqualquer título, pelos órgãos e Art. 162. A ordem econômica e social do Estado, observados
entidades da administração direta ou indireta, inclusive os princípios da Constituição da República,será
fundaçõesinstituídas e mantidas pelo poder público, só fundamentada na valorização do trabalho humano e na livre
poderão ser feitas: iniciativa, tendo por fim assegurar atodos existência digna,
conforme os ditames da justiça social.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
atender às projeções de despesas de pessoal eaos § 1º É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
acréscimos dela decorrentes; atividade econômica, independentemente deautorização de
Órgãos Públicos, salvo nos casos previstos em lei federal,
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes desde que não contrarie ointeresse público ou provoque
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas eas situações de comprometimento do equilíbrio ecológico.
sociedades de economia mista."
§ 2º O Estado e os Municípios apoiarão e estimularão a
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar criação, a organização e o desenvolvimento decooperativas
referida neste artigo para a adaptação aosparâmetros ali e consórcios de produção e outras formas de associação,
previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses concedendo-lhes assistênciatécnica, e, em casos
de verbas estaduais aosMunicípios que não observarem os excepcionais a serem definidos em lei, incentivos
referidos limites. financeiros, anistia ou remissãotributárias.

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base § 3º É da responsabilidade do Poder Público a realização de
neste artigo, durante o prazo fixado na leicomplementar investimentos para a formação de infraestruturabásica e de
referida no caput, o Estado e os Municípios adotarão as apoio necessários ao desenvolvimento das atividades
seguintes providências: produtivas, podendo, em casosespeciais, expressamente
autorizados pelo Legislativo, proceder à concessão para
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com explorar, transferir oudelegar competência para esse fim ao
cargos em comissão e funções de confiança; setor privado.

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§ 4º O Estado e os Municípios se empenharão em reverter os § 1º O Estado reprimirá, nos termos da lei, quaisquer formas
fatores motivadores do êxodo rural,propiciando condições de abuso de poder econômico,principalmente as que visem
para afixação, nesse meio, de contingentes populacionais, à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e
possibilitando-lhesacesso aos meios de produção e geração ao aumentoarbitrário dos lucros.
de renda e estabelecendo a necessária infra-estrutura com
vistasà viabilização desse propósito. § 2º Somente quando autorizados por lei específica, o Estado
e os Municípios poderão constituirempresas públicas e
Art. 163. Como agentes normativos e reguladores da sociedade de economia mista para explorar atividade
atividade econômica, o Estado e os Municípiosexercerão, na econômica, sujeitando-as aoregime jurídico próprio das
forma da lei, as funções de orientação, fiscalização, empresas privadas, vedando-lhes o gozo de privilégios fiscais
promoção, incentivo e planejamento,sendo este último não-extensivosàs do setor privado.
determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado. § 3º Do Conselho Fiscal das empresas públicas, das
sociedades de economia mista e fundações instituídasou
§ 1º A fiscalização que, na primeira operação será sempre de mantidas pelo Poder Público, participará, obrigatoriamente,
orientação e esclarecimento, observará comprioridade: um representante de seus empregados,eleito por estes
mediante voto direto e secreto.
I - cumprimento das normas e legislação ambiental;
§ 4º a lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
II - condições de segurança do trabalho; dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
aresponsabilidade desta, sujeitando-a às punições
III - cumprimento da legislação tributária; compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra

IV - direito do consumidor; a ordem econômica e financeira e contra a economia


popular.
V - cumprimento das obrigatoriedades e fatores
condicionantes ao usufruto de estímulos ou incentivos; § 5º Fica facultado ao Estado e municípios, no exercício de
sua função reguladora do abastecimentoalimentar, adquirir,
VI - defesa da ordem pública; de fonte local ou externa, os produtos essenciais,
necessários a essa finalidade ou emgarantia da regularidade
VII - saúde pública e vigilância sanitária; do abastecimento.

VIII - outras que vierem a ser definidas em lei. Art. 165. O Estado e os Municípios adotarão política de
fomento às atividades produtivas, que seefetivarão através
§ 2º Fica assegurado às microempresas o direito à de:
notificação prévia quando da realização de qualquertipo de
fiscalização do Estado ou dos Municípios, nos assuntos de I - assistência técnica;
natureza tributária, administrativa efiscal.
II - crédito especializado e subsidiado;
§ 3º O Estado e os Municípios atuarão cooperativamente
com vistas a resguardar a prevalência dointeresse público. III - mecanismo de estímulos fiscais e financeiros;

§ 4º O Estado adotará instrumentos para: IV - fornecimento de serviços de suporte informativo ou de


mercado;
I - defesa do consumidor;
V - outros a serem definidos em lei.
II - eliminação dos entraves burocráticos que limitam o
exercício da atividade econômica; Art. 166. A ação do Governo, voltada para o
desenvolvimento sócio-econômico no estado,desenvolver-
III - estímulo e organização da atividade econômica em se-á tendo por base os seguintes preceitos:
consorciamento, cooperativas e microempresas.
I - melhoria dos padrões de vida e bem-estar da população;
Art. 164. Somente em caso de relevante interesse coletivo
ou para atender aos imperativos da segurançanacional, o II - redução dos níveis de dependência da economia estadual;
Estado poderá explorar diretamente a atividade econômica.

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III - redução das disparidades sub-regionais, setoriais e as receitas mensais, divididas pelos valores do BTN vigente
municipais; nosrespectivos meses, ou outra unidade referencial que vier
a substituí-lo, devendo-se obedecer aos seguinteslimites
IV - integração, consolidação e aumento da capacidade inferiores:
produtiva;
I - microempresa, receita bruta anual de 70.000 Bônus do
V - utilização racional e não-predatória de matéria-prima Tesouro Nacional (BTN);
regional;
II - pequena empresa, receita bruta anual de 700.000 Bônus
VI - descentralização do processo de geração e distribuição do Tesouro Nacional (BTN).
de riquezas;
§ 2º Fica assegurado, nos termos desta Constituição, o
VII - evolução dos níveis de desenvolvimento científico e serviço de apoio e assistência técnica àsmicroempresas e
tecnológico da economia; empresas de pequeno porte, a ser executado pelo Órgão
que, a nível estadual, é oresponsável pela política de apoio,
VIII - eliminação ou minimização dos fatores de desperdício, com base nos recursos do fundo de que trata o art. 151,
marginalidade e criminalidade. destaConstituição, e outras fontes internas e externas.

Art. 167. A lei estabelecerá as diretrizes e bases para o § 3º Fica assegurado às microempresas e às empresas de
planejamento e operacionalização dodesenvolvimento pequeno porte, sediadas no Estado e nosrespectivos
estadual, que incorporará e compatibilizará os planos Municípios, o direito ao fornecimento de vinte por cento dos
nacionais, regionais e municipaisde desenvolvimento. produtos e serviços consumidospela Administração Pública,
direta e indireta.
Parágrafo único. O plano de desenvolvimento estadual terá
como objetivos: § 4º Fica assegurado às microempresas e empresas de
pequeno porte a simplificação ou eliminação
I - a racionalização e coordenação das ações do Governo; deprocedimentos administrativos em todos os atos de
relacionamento com a Administração Pública,Estadual e
II - o incremento das atividades produtivas do Estado; Municipal, direta e indireta, especialmente nas exigências
definidas nas concorrências públicas.
III - a expansão do mercado de trabalho;
§ 5º As microempresas, desde que trabalhadas
IV - descentralização e interiorização do processo de exclusivamente pela família, não terão seus bens ou os
desenvolvimento; deseus proprietários sujeitos a penhora para pagamento de
débito decorrente de sua atividade produtiva.
V - aumento do nível de autonomia do Estado;
§ 6º Os Municípios, em caráter precário e por tempo
VI - viabilização do atendimento das necessidades essenciais limitado, permitirão às microempresas seestabelecerem na
à condição humana. residência dos seus titulares, desde que não prejudiquem as
normas ambientais desegurança, silêncio, trânsito e saúde
CAPÍTULO II pública.

- DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Art. 169. Serão criados mecanismos descentralizados para o
registro de novas empresas e as multas, porqualquer tipo de
Art. 168. O Estado e os Municípios concederão especial infração cometida, a nível estadual ou municipal, deverão ser
proteção às microempresas e às empresas depequeno porte, compatíveis com acapacidade financeira das empresas.
assim definidas em lei, que receberão tratamento jurídico
diferenciado, visando aincentivá-las pela simplificação de CAPÍTULO III
suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias
ecreditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio - DA POLÍTICA FUNDIÁRIA, AGRÍCOLA E PESQUEIRA
de lei.
Seção I
§ 1º A lei definirá as bases de cálculo para as alíquotas dos
diversos tributos estaduais e municipais,especiais para as - Das Disposições Gerais
microempresas e empresas de pequeno porte, tendo como
critério a receita bruta anual,calculada tomando-se por base

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Art. 170. A política fundiária, agrícola e pesqueira será Constituição da República,entendendo-se como tal a
formulada e executada pelo Estado e Municípios,observado propriedade que não atenda aos seguintes requisitos:
o disposto no art. 187, da Constituição da República, e nos
arts. 162,§ 2º, 165 e 219, desta Constituição, e os seguintes I - aproveitamento racional e adequado;
preceitos.
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
I - criar as condições necessárias à fixação do homem na zona preservação do meio ambiente;
rural e promover melhoria em sua condiçãosocioeconômica;
III - observância das disposições que regulam as relações de
II - buscar a participação efetiva do setor de produção, trabalho;
envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bemcomo
dos setores de comercialização, de armazenamento e de IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
transportes; dos trabalhadores.

III - eliminar formas ou fatores motivadores de entraves, § 1º Observado o disposto no art. 131, desta Constituição, o
desperdícios, paralelismos e subutilização deestruturas ou estado fica obrigado a definir os aspectosfundiários das
equipamentos de natureza coletiva. áreas de várzeas, disciplinando e direcionando,
prioritariamente, seu uso para a produçãode alimentos,
através do pequeno produtor, devendo, para tal, dispor de
um regulamento de posseespecífico.
§ 1º Cabe ao Estado a adição de lei Agrícola Estadual como
instrumento suplementar à Lei Agrícola Federal, a qual dará § 2º As áreas públicas sujeitas a inundações periódicas não
tratamento diferenciado e privilegiado aos pequenos serão alienadas, contudo, poderão serutilizadas mediante
produtores. contrato de concessão de uso em que conste o tempo de
duração do contrato, o tipode exploração e a capacidade
§ 2º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades produtiva da área.
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras,florestais e
extrativas. Art. 172. A destinação de terras públicas e devolutas no meio
rural atenderá ao disposto no art. 134, destaConstituição, e
§ 3º As ações da política agrícola e fundiária serão ainda:
compatibilizadas com as de reforma agrária.
I - assegurará aos posseiros dessas terras, que se tornarem
§ 4º Fica assegurada, nos termos desta Constituição, e do art. produtivas com seu trabalho e com o da suafamília,
187, da Constituição da República, a realização de serviços preferência à concessão do uso;
de assistência técnica e extensão rural gratuita aos pequenos
e médios produtoresrurais e suas famílias, a serem II - nos projetos de assentamento será dada prioridade às
executadas através de Órgão específico. famílias de origem rural, entendendo-se como talos
proprietários de minifúndios, parceiros, subparceiros,
§ 5º A adoção de modelos de ocupação agrícola pelo estado arrendatários, subarrendatários, posseiros,assalariados
ou Municípios estará, necessariamente,dependente da permanentes ou temporários, agregados, demais
aprovação prévia do Conselho de Desenvolvimento do trabalhadores rurais e migrantes de origemrural;
Estado do Amazonas - CODAM edo Poder Legislativo.
III - a exploração da terra distribuída será direta, pessoal ou
§ 6º Qualquer importação de juta e malva, do exterior, só familiar, para cultivo ou outro qualquer tipode exploração
será autorizada em casos excepcionais, ouvidosa Assembleia que atenda aos objetivos da política agrícola estadual, sob
Legislativa, Órgãos competentes de âmbito estadual e pena de reversão ao outorgante,além de ser a residência
federal e Órgãos representativos dosjuticultores e permanente dos beneficiários;
malvicutores.
IV - manutenção das reservas florestais obrigatórias e
Seção II observância de restrições de uso do imóvel, sehouver.

- Da Política Fundiária Art. 173. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural
ou urbano, possua como seu, por cinco anosininterruptos,
Art. 171. O Estado poderá atuar em cooperação com a União sem oposição, área de terra em zona rural não superior a
nas ações de reforma agrária voltadas aosimóveis rurais que cinquenta hectares, tornando-aprodutiva por seu trabalho
não estejam cumprindo sua função social, nos termos da

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ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a I - garantir o abastecimento alimentar da população;
propriedade.
II - assegurar ao pequeno produtor e trabalhador rural
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos condições de trabalho e de mercado para osprodutos, a
por usucapião. rentabilidade dos empreendimentos, a estabilidade das
políticas de preço e a melhoria dopadrão de qualidade de
Seção III vida da família rural;

- Da Política Agrícola III - garantir a utilização racional dos recursos naturais.

Art. 174. A política agrícola a ser implementada pelo Estado § 3º São instrumentos da política agrícola o planejamento, a
e Municípios, priorizará o pequeno produtore o pesquisa, a assistência técnica, a extensãorural, o
abastecimento alimentar através de sistema de armazenamento, os estoques reguladores, o crédito, o
comercialização direta entre produtores econsumidores, transporte, o associativismo, os incentivosfiscais, o
bem como observará o interesse da coletividade na contingenciamento e a política de preços mínimos.
conservação do solo, da água e dafauna, competindo ao
Poder Público: Seção IV

I - planejar e implementar a política de desenvolvimento - Da Política Pesqueira


agrícola compatível com a preservação do meioambiente e
conservação do solo, estimulando os sistemas de produção Art. 175. A lei, disporá sobre as jazidas em lavra ou não, os
integrados, a policultura, aintegração agrícola-pecuária- recursos minerais e os potenciais de energiahidráulica,
piscicultura e atividades extrativas; visando ao seu aproveitamento racional e à proteção de
recursos hídricos e minerais, obedecidaa legislação federal.
II - incentivo e manutenção de pesquisa agropecuária,
priorizando os produtos nativos, que garantam CAPÍTULO IV
odesenvolvimento do setor de produção de alimentos com
processo tecnológico voltado ao pequeno emédio produtor, - DA POLÍTICA MINERÁRIA
às características regionais e aos ecossistemas;
Art. 176. A lei disporá sobre as jazidas em lavra ou não, os
III - fiscalização e controle sobre o armazenamento, o recursos minerais e os potenciais de energiahidráulica,
abastecimento de produtos agropecuários e visando ao seu aproveitamento racional e à proteção de
acomercialização de insumos agrícolas, em todo território do recursos hídricos e minerais, obedecidaa legislação federal.
Estado, estimulando o combate biológico àspragas e à
adubação orgânica; Art. 177. O Poder Público, por meio de sistemas estaduais de
gerenciamento de recursos hídricos eminerais, atenderá,
IV - desenvolver infraestrutura física, social e de serviços, que dentre outras, às seguintes diretrizes:
garanta a produção agrícola e criecondições de permanência
do homem no campo, tais como eletrificação, estradas, I - adoção da bacia hidrográfica como base de gerenciamento
irrigação, drenagem,armazenagem, crédito, produção e e classificação dos recursos hídricos;
distribuição de mudas e sementes, reflorestamento,
educação e lazer,entre outros; II - proteção e utilização racional das águas superficiais,
subterrâneas e das nascentes;
V - orientar os produtores rurais sobre técnicas de manejo e
recuperação de solos, através do serviço deextensão rural; III - conservação dos ecossistemas aquáticos;

VI - realizar o zoneamento agroecológico previsto no artigo IV - fomento das práticas náuticas, pescas desportivas e
131, desta Constituição, visando à definiçãodas terras para recreação pública, em rios e áreas delimitadospara tais
assentamento de populações. finalidades;

§ 1º O Estado se obrigará a desenvolver programa especial V - fomento à pesquisa, exploração racional e ao


de apoio ao cultivo da seringueira, dendê,guaraná, beneficiamento dos recursos minerais do seu subsolo,por
castanheira, juta, malva e outros, sem prejuízo da busca meio da iniciativa pública e privada;
constante de novas alternativas para aeconomia estadual.
VI - adoção de instrumentos de controle sobre os direitos de
§ 2º São objetivos da política agrícola e fundiária: pesquisa e exploração dos recursos minerais eenergéticos;

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VII - adoção do mapeamento geológico básico, como suporte XI - manutenção e aparelhamento de logradouros públicos
para o gerenciamento e a classificação dosrecursos minerais; sob a perspectiva de sua utilização,acessoriamente ao setor.

VIII - democratização das informações cartográficas, de Art. 180. A lei disporá sobre o zoneamento turístico do
geociências e recursos naturais; Estado, definindo áreas, núcleos urbanos esub-regiões para
integrarem a organização, o planejamento e a execução das
IX - estímulo à organização das atividades pesqueiras e de atividades turísticas,observado o disposto no art. 131, desta
garimpo, sob a forma de cooperativas, visandoà promoção Constituição.
econômico-social de seus membros, ao incremento da
produtividade e à redução de impactosambientais CAPÍTULO VI
decorrentes dessas atividades.
- DA SEGURIDADE SOCIAL
Art. 178. A exploração de recursos hídricos e minerais do
Estado não poderá comprometer a preservaçãodo Seção I
patrimônio natural e cultural, sob pena de responsabilidade,
na forma da lei. - Disposição Geral

CAPÍTULO V Art. 181. O Estado e os Municípios, juntamente com a União,


integram um conjunto de ações e iniciativasdos Poderes
- DO TURISMO Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e àassistência social, de
Art. 179. O Estado e os Municípios promoverão e conformidade com a Constituição da República e as leis.
incentivarão o turismo como fator de desenvolvimentosocial
e econômico, definido sua política, obedecendo às seguintes § 1º Os orçamentos do Estado e dos Municípios destinarão
diretrizes: recursos, prioritariamente, à seguridade social;

I - adoção permanente de plano integrado com prioridades § 2º É vedada a destinação de recursos do Poder Público
para o turismo receptivo e interno; Estadual ou Municipal, de qualquer natureza, àsentidades
particulares de previdência social e de assistência à saúde,
II - priorização de investimentos que visem à formação de que fins lucrativos.
estrutura turística voltada para oaproveitamento das
potencialidades existentes no Estado, principalmente a Seção II
valorização do patrimôniopaisagístico e natural;
- Da Saúde
III - apoio e estímulo à iniciativa privada voltada para o setor,
particularmente no que tange ainvestimentos de lazer e Art. 182. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
serviços; assegurado mediante políticas sociais, econômicase
ambientais que visem à eliminação de riscos de doenças e
IV - fomento à produção artesanal; outros agravos e ao acesso universal eigualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação,
V - proteção e incentivo às manifestações folclóricas e entendendo-se como saúde oresultante das condições de
culturais; alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,
saneamento básico,trabalho, transporte, lazer, acesso e
VI - apoio a programas de sensibilização da população e posse de terra e acesso aos serviços e informações de
segmentos socioeconômicos para a importânciado setor; interesse para asaúde.

VII - formação de pessoal especializado; Parágrafo único. As ações e serviços de saúde são de
natureza pública, cabendo aos Poderes Públicosdisporem,
VIII - difusão e divulgação do Amazonas como pólo de nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e
importância turística; controle, devendo sua execução serfeita, preferencialmente,
através de serviços públicos e, supletivamente, através de
IX - regulamentação de uso, ocupação e fruição de bens serviços de terceiros.
naturais, arquitetônicos e turísticos;
Art. 183. As ações e serviços públicos de saúde e os privados
X - conservação e preservação dos valores artísticos que os suplementam, integram uma rederegionalizada e
arquitetônicos e culturais do Estado;

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hierarquizada e constituem o sistema Estadual de Saúde, que administração financeira e às diretrizes do Conselho Estadual
guardará obediência àsseguintes diretrizes: de Saúde.

I - universalidade da clientela e gratuidade dos serviços § 3º A distribuição de recursos aos Municípios será definida
públicos e dos privados oferecidos sob a forma deconvênio pelo Plano Estadual de Saúde, obedecendoaos critérios
ou contrato; aprovados pelo Conselho Estadual de Saúde.

II - instituição de distritos sanitários, observado o princípio Art. 185. Ao Sistema Estadual de Saúde compete, além de
de municipalização; outras atribuições estabelecidas na LeiOrgânica de Saúde:

III - implantação em cada posto de saúde de serviços de I - executar diretamente as ações de saúde que extrapolem
socorro de emergência; a órbita de competência dos Municípios,mediante a
implantação e manutenção de hospitais, laboratórios e
IV - integralidade na prestação das ações de saúde hemocentros regionais, dentro dasestruturas
adequadas à realidade epidemiológica, levando-se administrativas e técnicas de apoio em âmbito regional;
emconsideração as características socioeconômicas da
população e de cada região; II - ordenar a formação de recursos humanos na área de
saúde;
V - municipalização dos recursos, serviços e ações com
posterior regionalização, de forma a apoiar osMunicípios; III - garantir aos profissionais de saúde admissão através de
concurso público, incentivo ao tempo integral,capacitação
VI - formulação e atualização do Plano Estadual de Saúde, reciclagem permanentes, condições adequadas de trabalho
elaborado pela Secretaria Estadual respectiva,em para execução de suas atividadesem todos os níveis;
consonância com o Plano Nacional e aprovado pelo Conselho
Estadual de Saúde, cuja composiçãoserá definida em lei; IV - promover o desenvolvimento de novas tecnologias e a
produção de medicamentos, matérias-primas,insumos
VII - a integralidade do setor público da prestação dos imunobiológicos, dando especial atenção ao
serviços de saúde e do setor privado suplementarconstituirá aproveitamento da flora amazônica,preferencialmente por
uma rede a ser regulamentada nos termos da Lei Orgânica laboratórios oficiais ou de capital nacional existente no
do Sistema Único de Saúde; Estado, abrangendotambém práticas alternativas de
diagnósticos terapêutica, inclusive a homeopatia, a
VIII - participação da comunidade na formulação, gestão e acupuntura e a fitoterapia;
controle das políticas de saúde na esferaestadual e
municipal, através dos Conselhos estadual e Municipal de V - desenvolver o Sistema Estadual Público e regionalizado
Saúde, deliberativos e partidários. de coleta, processamento e transfusão desangue e seus
derivados, vedado todo tipo de comercialização;
§ 1º Todos os Municípios terão acesso à totalidade das ações
implantadas no estado. VI - dispor sobre a fiscalização e a normatização da remoção
de órgãos, tecidos e substâncias humanaspara fins de
§ 2º As instituições privadas poderão participar do Sistema transplante, pesquisa e tratamento, vedada a sua
Estadual de Saúde, mediante contrato dedireito público ou comercialização;
convênio, no qual será resguardada a manutenção do
equilíbrio econômico inicial docontrato, tendo preferência VII - elaborar e atualizar o Plano de Alimentação e Nutrição
as entidades filantrópicas. em termos de prioridades e estratégiasregionais, em
consonância com Plano Nacional de Alimentação e Nutrição
Art. 184. O Sistema Estadual de Saúde será financiado com de acordo com as diretrizesditadas pelo Conselho Estadual
recursos do orçamento da União, do Estado,dos Municípios de Saúde e outros Órgãos públicos relacionados com os
e da seguridade social, além de outras fontes. processos decontrole de alimentos e nutrição;

§ 1º O Poder Executivo assegurará a destinação de, no VIII - controlar, fiscalizar e inspecionar procedimentos,
mínimo, dez por cento de sua receita tributáriapara produtos e substâncias que compõem os
aplicação em saúde pública.
medicamentos, alimentos, cosméticos, perfumes,
§ 2º A lei instituirá o Fundo Estadual de Saúde, gerido pela saneantes, bebidas e outros, de interesse para a saúde;
Secretaria de Saúde, obedecendo às normasgerais de

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IX - fiscalizar todas as operações - produção, transporte, indicação e a transfusão, bem como a procedência ea
guarda e utilização - executados com substânciase produtos qualidade do sangue componente destinado à
psicoativos, tóxicos e radioativos; industrialização, seu processamento, guarda, distribuição e

X - assegurar a assistência dentro dos melhores padrões aplicação, obedecerá a legislação federal específica.
éticos e técnicos do direito à gestação, ao parto eao
aleitamento; Parágrafo único. Ficará sujeito à penalidade, na forma da lei,
o responsável pelo não-cumprimento dalegislação relativa à
XI - desenvolver Sistema Estadual de Saúde do trabalhador, comercialização do sangue e de seus derivados e dos órgãos,
que disponha sobre a fiscalização,normatização e tecidos e substânciashumanas.
coordenação geral na prevenção, prestação de serviços e
recuperação, dispostas nostermos da Lei Orgânica da Saúde, Art. 188. A assistência farmacêutica faz parte da assistência
objetivando garantir: global à saúde e as ações a elacorrespondentes devem ser
integradas ao Sistema Estadual de Saúde, ao qual cabe:
a) medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes,
doenças profissionais e do trabalho e queordenem o I - garantir o acesso de toda população aos medicamentos
processo produtivo de modo a garantir a saúde e a vida dos básicos, através da elaboração e aplicação dalista
trabalhadores; padronizada dos medicamentos essenciais;

b) informações aos trabalhadores a respeito de atividades II - definir estabelecimentos de manipulação, dispensação e


que comportem riscos à saúde e dos métodospara o seu venda de medicamentos, drogas e insumosfarmacêuticos
controle; destinados ao uso e consumo humanos, como integrantes do
Sistema Estadual de Saúde.
c) participação de sindicatos e associações classistas na
gestão dos serviços relacionados à medicina esegurança do Art. 189. É da competência do Poder Público providenciar,
trabalho. dentro de rigorosos padrões técnicos, ainspeção e
fiscalização dos serviços de saúde públicos e privados,
XII - coordenar e estabelecer diretrizes e estratégias das principalmente aqueles possuidores deinstalações que
ações de vigilância sanitária e participar de formasupletiva utilizem substâncias ionizantes, para assegurar a proteção ao
do controle do meio ambiente e saneamento; trabalhador no exercício desuas atividades e aos usuários
desses serviços.
XIII - prestar, obrigatoriamente, atendimento odontológico
preventivo a crianças de até doze anos deidade; Art. 190. Toda informação ou publicidade veiculada por
qualquer forma ou meio, com relação a bens eserviços que
XIV - prestar serviços especializados para a prevenção e provoquem riscos à saúde ou induzam os consumidores a
tratamento dos diversos tipos de deficiênciasfísicas, atividades nocivas à saúde, deveráincluir observação
sensoriais ou mentais. explícita de tais riscos, sem prejuízo de responsabilidade civil
e penal dos promotoresou fabricantes pela reparação de
Art. 186. Será garantida à mulher livre opção pela eventuais danos, conforme a lei dispuser.
maternidade, compreendendo-se como tal a assistênciaao
pré-natal, parto e pós-parto, a garantia do direito de evitar Art. 191. A pessoa jurídica em débito com o sistema de
e, nos casos previstos em lei, interromper agravidez sem seguridade social, como estabelecido em lei, nãopoderá
prejuízo para a sua saúde. contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
ou incentivos fiscais e creditícios.
§ 1º Nos casos de interrupção da gravidez, previstos em lei,
o estado, através da rede pública de saúde eoutros Órgãos, Seção III
prestará o atendimento clínico, judicial, psicológico e social
imediato à mulher. - Da Previdência Social

§ 2º O Sistema Estadual de Saúde prestará serviço de Art. 192. O Estado e os Municípios deverão instituir planos e
orientação e apoio ao planejamento familiar,observado o programas de previdência social para osseus servidores
que dispõe o art. 226, § 7º, da Constituição da República. ativos e inativos, mediante contribuição de todos os
beneficiários.
Art. 187. Todo o percurso do sangue, compreendendo a
coleta, o processamento, a estocagem, a tipagem,a Parágrafo único. O Estado assegurará atendimento digno e
sorologia, a distribuição, o transporte, o descarte, a de qualidade aos seus servidores contribuintesda

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previdência social e aos aposentados, bem como coordenação e as normasgerais à esfera e a coordenação e a
participação de entidades representativas dosusuários, a execução dos respectivos programas às esferas estadual e
nível de informações ou sugestões, dos serviços prestados municipal,bem como a entidades beneficentes e de
pela Previdência. assistência social.

Art. 193. A previdência social será prestada pelo Estado e Art. 196. Ao Estado compete:
pelos Municípios aos seus servidores,familiares e
dependentes, diretamente ou através de institutos de I - prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que dela
previdência ou, ainda, medianteconvênios, e compreenderá, necessitarem;
dentre outros, na forma da lei:
II - garantir, gratuitamente, o registro e a respectiva certidão
I - cobertura integral dos eventos de doenças; de nascimento, casamento e óbito para
osreconhecidamente pobres;
II - aposentadoria compulsória, por invalidez permanente ou
por tempo de serviço; III - viabilizar o acesso à moradia à população de baixa renda,
bem como assistência sanitária, escolar esocial;
III - pensão aos dependentes, por morte do segurado;
IV - desenvolver programas de proteção, amparo e
IV - licença para tratamento de saúde; assistência à família, à maternidade, à infância,
àadolescência, à velhice e às pessoas portadoras de
V - licença por motivo de doença em pessoa da família; deficiência física, sensorial e mental.

VI - licença por motivo de gestação; § 1º A lei assegurará a participação popular através de


organizações representativas, na formulação daspolíticas e
VII - auxílio-reclusão; no controle das ações de assistência social.

VIII - seguro contra acidentes de trabalho. § 2º As ações governamentais, na área da assistência social,
serão realizadas por equipesmultiprofissionais,
§ 1º Nenhum benefício de prestação continuada terá valor obrigatoriamente dirigidas por profissionais da área das
inferior a um salário mínimo. Ciências Sociais, com aparticipação da comunidade na
formulação das políticas e no controle das ações em todos
§ 2º É assegurado o reajustamento dos benefícios para os níveis.
preservar-lhes, em caráter permanente, o valorreal,
conforme critérios definidos em lei, obedecido o disposto Art. 197. É dever do estado prover os Órgãos públicos
nos arts. 109, XXI, e 111, § 7º, destaConstituição. estaduais e auxiliar os privados filantrópicosencarregados de
atividades ligadas à prevenção e à fiscalização do uso de
§ 3º É reconhecido ao companheiro ou à companheira de drogas e entorpecentes, comrecursos humanos e materiais
direito aos benefícios da previdência social. que se fizerem necessários.

§ 4º É vedada a destinação de recursos da previdência social CAPÍTULO VII


a objetivos estranhos aos estabelecidosneste artigo.
- DA EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
Seção IV
Seção I
- Da Assistência Social
- Da Educação
Art. 194. A assistência social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição Art. 198. A educação, baseada nos princípios da democracia,
àseguridade social de acordo com os objetivos previstos na da liberdade de expressão, da sabedorianacional e do
Constituição da República. respeito aos direitos humanos, é direito de todos e dever do
Estado e da família.
Art. 195. As ações governamentais na área da assistência
social serão realizadas com recursos doorçamento da Parágrafo único. Como agente do desenvolvimento, a
seguridade social, da União, do Estado e dos Municípios, educação será promovida e incentivada com acolaboração
além de outras fontes, eorganizadas com base na da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa
descentralização político-administrativa, cabendo a

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para a elaboração e reflexãocrítica da realidade, a b) gestão democrática do ensino, com eleições para os
preparação para o trabalho e para o exercício da cidadania. cargos de direção dos estabelecimentos de
ensino,assegurada a participação pelo voto da comunidade
Art. 199. O Sistema Estadual de Educação, integrado por escolar, na forma da lei;
Órgãos e estabelecimentos de ensino estaduaise municipais
e por escolas particulares, observará, além dos princípios e c) participação de estudantes, funcionários, pais e
garantias previstos naConstituição da República, os professores, representantes da comunidade científica
seguintes preceitos: eentidades de classe na formulação da política de utilização
dos recursos destinados à educação pública;
I - de observância obrigatória por todos os integrantes do
Sistema: d) incentivo à participação da comunidade no processo
educacional, conforme estabelecido em lei;
a) igualdade de condições para acesso e permanência na
escola; e) valorização dos profissionais do ensino mediante planos
de carreira para todos os cargos do magistério,com piso
b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o salarial profissional nunca inferior a três vezes o piso salarial
pensamento, a arte e o saber; dos funcionários públicos estaduais,promoção obrigatória e
ingresso exclusivo por concurso público de provas e títulos,
c) o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; assegurado o regimejurídico estatutário para todas as
instituições de ensino mantidas pelo Estado;
d) preservação de valores educacionais regionais e locais;
f) implantação de programas suplementares de material
e) liberdade de organização para alunos, professores, didático escolar, transporte, alimentação eassistência à
funcionários e pais de alunos; saúde no ensino fundamental, financiados com recursos
provenientes de contribuições sociaise outros recursos
f) garantia de padrão de qualidade e de rendimento; orçamentários;

g) implantação de programas de capacitação e g) a distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade


aperfeiçoamento do pessoal docente e técnico ao atendimento das necessidades do ensinofundamental
administrativo; obrigatório, nos termos do Plano Estadual de Educação,
constituindo-se em obrigação doPoder Público o
h) as atividades de pesquisa e extensão privilegiarão o investimento na expansão da rede escolar pública estadual e
desenvolvimento da tecnologia regional e deproteção municipal;
ambiental;
h) os municípios atuarão, prioritariamente, no ensino
i) a língua portuguesa será o veículo de ensino nas escolas de fundamental e pré-escolar;
educação fundamental, assegurada àscomunidades
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos i) garantia do semestre sabático para fins de
próprios de aprendizagem; aperfeiçoamento profissional;

j) obrigatoriedade do ensino e da prática das linguagens da j) o ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui
arte e da educação física; disciplina nas escolas públicas de ensinofundamental, aberto
a todos os credos;
k) implantação progressiva do turno de oito horas diárias no
ensino pré-escolar, alfabetização e deprimeiro grau; l) garantia ao magistério público de remuneração
complementar por regência de classe ou atividadestécnica
l) o ensino religioso nas escolas de ensino fundamental; quando no exercício de sua atividade profissional, mesmo
quando no gozo de licença especial,afastamento por doença
m) relação espaço-aluno por sala de aula e áreas adequadas profissional, acidente de trabalho, gestação ou casamento,
para a prática de educação física; incorporando-se lhe osproventos, quando inativos;

II - em relação ao ensino público: m) autonomia didático-científica, administrativa e de gestão


financeira e patrimonial, obedecidos osprincípios de
a) gratuidade do ensino público em estabelecimentos dissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão nas
oficiais; instituições de ensino públicoestadual de terceiro grau.

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III - em relação ao ensino particular: recursos previstos neste artigo, por Município e por
atividade.
a) liberdade de iniciativa, na forma da lei;
§ 6º O Estado e os Municípios deverão publicar, no mesmo
b) autorização formal e avaliação objetiva pelo Conselho prazo do parágrafo anterior, a relação nominaldas entidades
Estadual de Educação da qualidade, rendimento,custos e de ensino sem fins lucrativos beneficiadas com recursos
condições de operação; públicos, assim como quantitativosa elas destinados e suas
respectivas finalidades.
c) garantia de salário digno dos profissionais da educação,
respeitado o piso salarial profissional; § 7º As escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
assim definidas em lei, poderão recebersubvenção do Estado
d) participação da comunidade no apoio ao trabalho e dos Municípios, desde que comprovem finalidade não-
educacional; lucrativa, aplicando os seusexcedentes financeiros em obras
educacionais, e assegurem a transferência do seu patrimônio
e) preço dos serviços educacionais compatíveis com a para outraescola congênere ou para o Poder Público, no caso
qualidade e rendimento do ensino com o de sua extinção.
tratamentoremuneratório dos profissionais da educação e
as condições de funcionamento, observada, neste caso, § 8º O Poder Público poderá dispensar apoio financeiro às
arelação espaço-aluno nas salas de aula; atividades universitárias de pesquisa eextensão, bem como
destinar recursos a programas de bolsas de estudos para o
f) proibição de remuneração a qualquer título, pelo Poder ensino fundamental emédio, na forma da lei, para os que
Público, de dirigentes, professores ouempregados de demonstrarem insuficiência econômica, quando houver falta
entidades privadas de ensino; de vagase de cursos regulares na rede pública da localidade
de residência do educando.
g) definição pelo Poder Público do número máximo de
alunos por sala de aula e das instalações mínimaspara § 9º Não serão consideradas aplicações para o
bibliotecas, práticas esportivas, pesquisas e atendimento desenvolvimento e manutenção do ensino
médico. aquelasrelacionadas com obras de infraestrutura urbana ou
rural, mesmo que beneficiem a rede escolar pública.
Art. 200. O Estado e os Municípios aplicarão, anualmente,
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receitaresultante de § 10. O Estado destinará, anualmente, ao ensino público
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na estadual de terceiro grau uma dotaçãoorçamentária, em
manutenção e desenvolvimentodo ensino público. percentual nunca inferior a cinco por cento do limite mínimo
fixado pela Constituiçãoda República para aplicação em
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pelo educação pelos Estados e Municípios.
Estado aos Municípios não é consideradareceita estadual,
para efeito do disposto neste artigo. Art. 201. O dever do Estado com a educação também será
efetivado mediante a garantia:
§ 2º Os recursos estaduais e municipais serão destinados,
exclusivamente, ao ensino público de qualquergrau, ramo ou I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
nível, mantido pelo Estado ou pelos Municípios, com ênfase os que a ele não tiveram acesso na idadeprópria;
para o atendimento dasnecessidades do ensino obrigatório.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
§ 3º O ensino público fundamental terá como fonte adicional ensino médio;
de financiamento a contribuição social dosalário-educação,
recolhida, na forma da lei, pelas empresas agrícolas, III - atendimento educacional especializado aos portadores
comerciais e industriais. de deficiência, preferencialmente na rederegular de ensino;

§ 4º Os recursos financeiros assegurados pelo Poder Público IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
para a manutenção do ensino fundamentaldeverão a seis anos de idade;
contemplar, com dotação orçamentária específica, o ensino
no interior do Estado e dosMunicípios. V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade decada um;
§ 5º O Poder Público editará oficialmente, até o dia dez de
março de cada ano, o demonstrativo daaplicação dos VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
do educando;

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VII - atendimento ao educando no ensino fundamental, III - a melhoria da qualidade do ensino;


através de programas suplementares de materialdidático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. IV - a preparação para o trabalho;

Art. 202. Ao Conselho Estadual de Educação, sem prejuízo de V - a promoção humanística, científica e tecnológica.
outras atribuições que lhe sejamconferidas por lei e
observadas as diretrizes e bases estabelecidas pela União, Parágrafo único. O plano de educação será encaminhado
incumbe: para aprovação pela assembleia Legislativa emconjunto com
o plano plurianual de que trata o art. 157, I, desta
I - analisar e aprovar o Plano Estadual de Educação e fiscalizar Constituição.
a sua execução;
Art. 204. A autorização para o funcionamento de escolas
II - baixar normas disciplinares dos Sistemas Estadual e particulares, cumprindo o estabelecido no art. 4º, III, desta
Municipal de Ensino; Constituição, será condicionada ao atendimento de:

III - autorizar, na forma da lei: I - piso salarial profissional;

a) o funcionamento de ensino particular e avaliar-lhe a II - estruturação em carreira, do pessoal docente e técnico-


qualidade, os custos e as condições de operação; administrativo;

b) o funcionamento de cursos superiores de Universidades e III - liberdade de organização estudantil autônoma;


instituições isoladas de ensino, mantidas peloEstado, bem
como oferecer subsídios ao Conselho Federal de Educação IV - liberdade de organização sindical para docentes e
para efeito de reconhecimentodos mesmos. servidores técnico-administrativo;

IV - aprovar as anuidades escolares, na forma de legislação V - aplicação de parte de seus excedentes orçamentários
competente; prioritariamente na capacitação de docentes efuncionários;

V - aprovar planos de aplicação dos recursos públicos VI - avaliação periódica, pelo Poder Público, da qualidade e
destinados à educação. rendimento do ensino.

Parágrafo único. A organização, a competência e as diretrizes Seção II


de funcionamento do Conselho serãoestabelecidas em lei,
observados os seguintes princípios: - Da Cultura

a) autonomia administrativa e funcional, constituindo-se em Art. 205. O Poder Público Estadual e Municipal garantirá a
uma unidade orçamentária; todos exercício dos direitos culturais e oacesso às fontes da
cultura nacional e estadual, e apoiará e incentivará a
b) proporcionalidade na composição entre representantes valorização e a difusão dasmanifestações culturais, através
do magistério público e privado e entidades dasociedade de:
civil, inclusive as sindicais;
I - Projeto de Política Cultural formulado e fiscalizado pelo
c) duração do mandato, com renovação por um e dois terços Conselho estadual, constituído na forma da leie executado
de seus membros, alternadamente, vedada arecondução pelo Estado e Municípios;
para o mandato subsequente.
II - articulação das ações governamentais no âmbito da
Art. 203. O plano estadual de educação, de duração cultura, da educação, do lazer, dos desportos e
plurianual, visará à articulação e ao desenvolvimentodo dascomunicações;
ensino em seus diversos níveis, à integração das ações do
Poder Público e à adaptação ao planonacional, com os III - criação e manutenção de espaços públicos devidamente
seguintes objetivos: equipados e acessíveis à população para asdiversas
manifestações culturais;
I - a erradicação do analfabetismo;
IV - incentivo ao intercâmbio cultural com países
II - a universalização do atendimento escolar; estrangeiros, com outros Estados da Federação, bemcomo

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ao intercâmbio cultural dos municípios amazonenses, uns IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
com os outros; espaços destinados às manifestações artístico culturais;

V - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,


profissionais da cultura; paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico,ecológico e científico.
VI - proteção das expressões das culturas populares,
indígenas e afro-brasileiras e das de outros Parágrafo único. A lei estabelecerá incentivos e sanções para
gruposintegrantes do processo cultural amazonense e preservação do patrimônio cultural.
nacional, por meio de setores encarregados de executar
asestratégias dos Órgãos culturais do estado; Art. 207. O Estado, com a colaboração da comunidade,
protegerá o patrimônio cultural por meio deinventário,
VII - adoção de medidas adequadas à identificação, proteção, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e outras
conservação, revalorização e recuperaçãodo patrimônio formas de acautelamento epreservação e, ainda, de
cultural e histórico do Estado; repressão aos danos e ameaças a esse patrimônio.

VIII - estímulos para que as empresas privadas invistam na Seção III


produção cultural no âmbito do estado;
- Do Desporto
IX - ação impeditiva da evasão, destruição e
descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor Art. 208. É dever do Poder Público fomentar práticas
desportivas como direito de cada um, observados:
histórico, artístico, arquitetônico e cultural;
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e
X - estímulos às associações culturais. associações, quanto a sua organização efuncionamento;

§ 1º A organização, a competência e as diretrizes de II - a destinação de recursos públicos para a promoção


funcionamento do Conselho Estadual de Culturaserão prioritária do desporto educação e, em casosespeciais, para
estabelecidas em ato do Poder Executivo, observada a a do desporto de performance;
composição paritária entre representantes doPoder Público
e dos segmentos artísticos e culturais organizados, com III - a prioridade para o desporto participação;
mandato de 02 (dois) anos,permitida uma recondução.
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
§ 2º a lei instituirá o Fundo Estadual de Cultura, a ser criação nacional.
constituído com recursos públicos e de outrasfontes.
§ 1º O Estado e os Municípios incentivarão a recreação,
§ 3º O Estado aplicará 50% (cinquenta por cento) dos como forma de promoção social.
recursos do Fundo Estadual de Cultura emprogramas
específicos sob sua administração, vedada a aplicação em § 2º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
atividades de custeio, e 50%(cinquenta por cento) em apoio e às competições desportivas apósesgotarem-se as
a projetos culturais de pessoas físicas e de entidades artístico instâncias da justiça desportiva, disciplinada em lei, que terá
e culturaisregularmente constituídas e consideradas de o prazo máximo de sessentadias, contados da instauração do
utilidade pública. processo, para proferir a decisão final.

Art. 206. Constituem patrimônio cultural do Estado os bens Art. 209. O desporto, nas suas diversas manifestações, é
de natureza material e imaterial, tomadosindividualmente direito de todos os cidadãos e dever do Estado.
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentesgrupos da sociedade § 1º O Estado destinará recursos e incentivará o
brasileira, nos quais se incluem: investimento no desporto pela iniciativa privada.

I - as formas de expressão; § 2º O Estado e os Municípios reservarão áreas destinadas a


práticas desportivas, de educação física e delazer.
II - os modos de criar, fazer e viver;
§ 3º O Poder Público garantirá o atendimento desportivo
III - as criações científicas, tecnológicas e artísticas; especializado ao deficiente físico, sobretudo noâmbito
escolar.

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§ 4º A organização, a competência e as diretrizes de concessão de incentivos fiscais e financeiros ao


funcionamento do Conselho Regional de Desportosserão cumprimento de programas específicos debenefícios sociais.
estabelecidas em lei, observados a composição paritária
entre os representantes do Poder Público edas instituições § 1º São entendidos como benefícios sociais os dispêndios
de educação física e Desportos reconhecidos, o mandato de efetuados pelas empresas, em favor de seusempregados e
quatro anos, a renovação porum ou dois terços, da comunidade, relativos a formação, treinamento e
alternadamente, e a vedação da recomendação para o capacitação de pessoal, saúde,alimentação, transporte,
mandato seguinte. desporto, creches, investimentos preventivos à ocorrência
de acidentes detrabalho, sinistros, comprometimento
CAPÍTULO VIII ambiental, atividades culturais, estágios concedidos,
admissão demenores e de deficientes, prêmios ou estímulos
- DO TRABALHO E DA PROMOÇÃO SOCIAL à produtividade, investimento em pesquisas de interesse

Art. 210. O Poder Público dispensará especial proteção ao coletivo estadual e auxílios a entidades filantrópicas ou
trabalho, reconhecido como fatorpreponderante da culturais sediadas no Estado.
realização individual, produção de riquezas, mobilidade e
transformação social. § 2º O Estado e os Municípios estimularão e apoiarão as
iniciativas e instituições que voltem para:
§ 1º É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, ressalvadas as restrições legais eatendidas as I - aperfeiçoamento e especialização de pessoal;
qualificações profissionais que a lei estabelecer.
II - aprimoramento de qualidade;
§ 2º O Estado e os Municípios favorecerão as atividades
empresariais, especialmente aquelas de maiorcapacidade de III - desenvolvimento de inventos gerados no âmbito da
absorção de mão-de-obra. jurisdição territorial;

§ 3º Não se admitirá no Estado a adoção de medidas IV - aperfeiçoamento de equipamentos de proteção ao


seletivas de pessoal que resultem, na prática, trabalho.
emdiscriminação de qualquer natureza.
Art. 213. Compete ao Sindicato a defesa dos direitos e
§ 4º Serão incentivadas, assistidas e estimuladas as iniciativa interesses coletivos ou individuais da categoria,inclusive em
de trabalho autônomo e de trabalhoartesanal, como forma questões judiciais ou administrativas.
de geração e complementação da renda familiar.
Art. 214. Será estimulado pelo Poder Público o exercício do
Art. 211. O Estado e os Municípios atuarão trabalho cooperativo, comunitário e emsistema de mutirão,
cooperativamente com a União e instituições de classe como forma legítima de mediatizar a viabilização de anseios
evelarão pela efetividade dos direitos trabalhistas coletivos.
estabelecidos pela Constituição Federal e
legislaçãopertinente, inclusive no âmbito de suas Art. 215. As organizações de administração direta do Estado
instituições, prevenindo situações de conflito ou de violência e Municípios, bem como as empresaspúblicas, autarquias,
nasrelações trabalhistas. empresas de economia mista e fundações mantidas ou
subvencionadas pelo PoderPúblico e empresas incentivadas
§ 1º O Estado criará mecanismos para acompanhamento, no obrigam-se a oferecer oportunidades de estágio
âmbito da ambiência do trabalho, documprimento de remunerado, na forma dalei e normas regulamentares.
normas legais, principalmente as preventivas a ocorrência de
sinistros, acidentes edoenças, inclusive crônicas e Parágrafo único. A prática do estágio sob reconhecimento
profissionais. oficial será, para efeito seletivo, reconhecidacomo etapa
comprovada de experiência.
§ 2º O Estado manterá atividades intermediadoras da
integração do indivíduo ao mercado de trabalho, coibindo CAPÍTULO IX
situações manifestas de subemprego e desemprego
disfarçadas. - DA POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 212. O Poder executivo, na forma do disposto no art. Art. 216. O processo científico e tecnológico no Amazonas
150, § 1º, I e art. 154, I, desta Constituição,condicionará a deverá ter no homem da região o maiorbeneficiário e se
orientará de forma a:

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I - preencher, prioritariamente, as lacunas de conhecimento orientação normativaestabelecida pelo Governador do


existentes no contexto socioeconômico; Estado.

II - direcionar as pesquisas e estudos, visando a atender às § 6º O Estado manterá Conselho Estadual de Ciência e
demandas efetivas nos setores consideradosbásicos para o Tecnologia, como órgão superior deassessoramento ao
desenvolvimento do Estado. Governador do Estado, nas atividades de formulação,
acompanhamento, e avaliaçãoda política estadual de
Art. 217. O Estado e os Municípios promoverão e desenvolvimento científico e tecnológico e de coordenação
incentivarão o desenvolvimento, a pesquisa e acapacitação dos diferentesprogramas de pesquisa.
científica e tecnológica e a difusão de conhecimentos,
objetivando, principalmente: § 7º A lei disporá sobre a composição do Conselho Estadual
de Ciência e Tecnologia, que contará commembros natos
I - elevar os níveis da qualidade de vida da população dirigentes máximos de órgãos e entidades estatais, e com
residente no Estado; representantes do setor privado,designados pelo
Governador do Estado.
II - reduzir o grau de dependência tecnológica, financeira e
econômica do Estado; § 8º Os membros representativos do setor privado serão
escolhidos dentre pessoas de reconhecido saber ede
III - promover o conhecimento da realidade amazônica como experiência em gestão empresarial e de tecnologia, com
fator de desenvolvimento e meio depossibilitar a utilização mandato de quatro anos, renovação por um oudois terços,
racional e não-predatória de seus recursos naturais; alternadamente, vedada a recondução para o mandato
subsequente.
IV - eliminar as disparidades existentes entre a capital e os
Municípios, centro e periferia urbana; § 9º O Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia poderá ser
integrado por representantes deorganizações internacionais
V - eliminar os bolsões de pobreza do contexto amazonense. e de países estrangeiros, com os quais o Estado do Amazonas
mantenhaacordos de cooperação científica e tecnológica, e
§ 1º A pesquisa científica receberá tratamento prioritário do presidentes de corporações transnacionais controladorasde
Estado, diretamente ou por meio de seusagentes empresas industriais beneficiárias de incentivos fiscais
financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e o estaduais.
progresso da ciência.
§ 10. A política a ser definida pelo Governador do Estado,
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente com o apoio do Conselho Estadual de Ciênciae Tecnologia,
para a solução dos problemas sociais eambientais e para o deverá orientar-se pelas seguintes diretrizes:
desenvolvimento do sistema produtivo, procurando
harmonizá-lo com os direitosfundamentais e sociais dos I - desenvolvimento do sistema produtivo estadual;
cidadãos.
II - aproveitamento racional dos recursos naturais,
§ 3º O Estado destinará o mínimo de um por cento de sua preservação e recuperação do meio ambiente;
receita tributária à Fundação de Amparo àPesquisa do
Estado do Amazonas, como recursos de sua privativa III - aperfeiçoamento das atividades dos órgãos e entidades
administração, para aplicação emdesenvolvimento científico responsáveis pela pesquisa científica etecnológica;
e tecnológico.
IV - garantia de acesso da população aos benefícios do
§ 4º A dotação fixada no parágrafo anterior, excluída a desenvolvimento científico e tecnológico;
parcela de transferência aos Municípios, deacordo com o
artigo 158, IV, da Constituição Federal, será repassada V - atenção especial às empresas sob controle nacional,
mensalmente, devendo o percentualser calculado sobre a notadamente às médias pequenas emicroempresas.
arrecadação de cada período de apuração.
Art. 218. O Estado apoiará e estimulará a formação e
§ 5º A aplicação dos recursos de que tratam os parágrafos capacitação de pessoal nas diversas áreas doconhecimento
anteriores, reservados no máximo cinco porcento para científico e tecnológico, favorecendo oportunidades de
custeio de atividades administrativas, serão feita em titulação a nível de especialização,mestrado ou doutorado,
projetos aprovados pela Fundação deAmparo à Pesquisa do incentivando o intercâmbio e a cooperação técnico-
Estado do Amazonas, nos termos da lei, observada a institucional, concedendo aosque delas se ocupem meios e
condições compatíveis de trabalho.

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§ 1º O estado atuará cooperativamente com as instituições prol da proteção do meio ambiente no Estado do Amazonas
de ensino, sobretudo as especializadas,contribuindo para e que tenhamcontribuído para esse efeito, com a captação
que cumpram sua finalidade. ou realização de investimentos em atividades produtivas de

§ 2º O Estado estimulará a instalação de "campi" interesse do desenvolvimento econômico-social do Estado.


universitário em áreas avançadas do território estadualna
busca dos objetivos propugnados nesta Constituição. § 2º A lei de que trata o parágrafo anterior estabelecerá que
os representantes das empresas privadasterão mandato de
§ 3º Fica facultado ao Estado e Municípios criar estímulos e quatro anos, renovação por um ou dois terços,
incentivar o esforço de pesquisa, podendo,para tal, alternadamente, vedada a reconduçãopara o mandato
estabelecer prêmios, conceder bolsas de estudos, além de subsequente.
outras modalidades que favoreçam osurgimento de
talentos, possibilitando avanços ou inovações em prol da Art. 221. O Estado se encarregará de manter e estimular a
ciência e tecnologia. estruturação e sistematização de uma base deinformação
necessária ao desenvolvimento das atividades de
Art. 219. Terá caráter prioritário, observado o disposto na planejamento e execução relativa aosegmento de ciência e
Constituição da República, a realização deestudos e tecnologia, bem como incentivar a formação de bancos de
pesquisas, cujo produto atenda e preencha expectativas da dados, acervosbibliográficos, estruturação de laboratórios,
comunidade amazônica, nasseguintes áreas: bancos genéticos, arquivos, serviços de mapeamento,
viveirose outros mecanismos, tendo em conta a consecução
I - identificação e controle das grandes endemias; desses propósitos.

II - aproveitamento das várzeas e desenvolvimento de Art. 222. Não serão admitidas, sob nenhum pretexto, no
técnicas acessíveis aos pequenos produtores ruraiscom território estadual, experiências que manipulemmatérias ou
vistas à produção de alimentos; produtos que coloquem riscos à segurança ou integridade de
pessoas, de biota ou do seucontexto biogenético.
III - conhecimento do ecossistema amazônico, de modo a
permitir a utilização não-predatória de seusrecursos CAPÍTULO X
ambientais;
- DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
IV - desenvolvimento de técnicas de manejo,
reflorestamento com espécies apropriadas às características Art. 223. O Estado desenvolverá política de incentivo à
criação independente na comunicação social,com vistas à
da região e recuperação de áreas degradadas; regionalização da produção cultural, artística e jornalística,
com a participação de entidadesculturais, científicas, sociais
V - utilização de fontes alternativas de energia que e desportivas.
minimizem o impacto ecológico no meio amazonense;
Art. 224. Será tida como relevante e de utilidade pública a
VI - identificação de tecnologias simplificadas e de baixo transmissão, geração e difusão de programasou campanhas
custo de saneamento básico; de cunho educativo-cultural que estimulem ou cultuem:

VII - alternativas de habitação de baixo custo, inclusive no I - hábitos salutares, pessoais ou de convivência relativos a
que se relacione à identificação de matériasprimas. limpeza, higiene, alimentação e outros, quecontribuam para
a redução dos níveis individuais de morbidade e elevação do
Art. 220. O Estado manterá o Conselho Estadual de Meio nível de expectativa devida;
Ambiente, como órgão superior deassessoramento ao
Governador do Estado nas questões atinentes à formulação, II - o respeito à vida em todas as suas formas ou
ao acompanhamento e áavaliação das políticas de proteção manifestações;
ao meio ambiente e controle da poluição".
III - o valor do trabalho e da iniciativa particular como meios
§ 1º A organização, a competência e as diretrizes de de realização pessoal, transformação,crescimento e
funcionamento do Conselho serão estabelecidas emlei, melhoria de padrão de bem-estar;
observada a composição paritária entre representantes do
Poder Público, que serão membros natos, ede associações IV - repulsa ao território e a toda e qualquer forma de
de classe da indústria, do comércio, da agricultura e de violência;
serviços, e entidades privadas dereconhecida atuação em

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V - repúdio ao racismo, preconceitos, discriminações e Art. 228. Como órgão auxiliar do Poder Legislativo do Estado,
dependências; cabe também ao Conselho Estadual deComunicação Social
prestar na elaboração e na atualização da legislação
VI - amor à liberdade e ao direito de livre manifestação de pertinente, fiscalizar o seucumprimento e denunciar as
pensamento e opinião. violações aos dispositivos regulamentadores da matéria.

Parágrafo único. A produção e a programação das emissoras CAPÍTULO XI


de rádio e televisão atenderão aos princípiosestabelecidos
no art. 221, da Constituição da República. - DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. A manifestação do pensamento, a criação, a Art. 229. Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado,
expressão e a informação, sob qualquer forma,processo ou essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder e à
veículo não sofrerão qualquer restrição, observados os coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo.
princípios e preceitos estabelecidospela Constituição da
República e legislação própria. § 1º O desenvolvimento econômico e social, na forma da lei,
deverá ser compatível com a proteção domeio ambiente,
§ 1º Nenhuma lei ou ato do poder público poderá constituir para preservá-lo de alterações que, direta ou indiretamente,
embaraço à plena liberdade de informaçãojornalística em sejam prejudiciais à saúde, àsegurança e ao bem-estar da
qualquer veículo de comunicação social, respeitado o comunidade, ou ocasionem danos à fauna, à flora, aos
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV, da Constituição da caudais ou aoecossistema em geral.
República.
§ 2º Esse direito estende-se ao ambiente de trabalho,
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ficando o Poder Público obrigado a garantir essacondição
ideológica e artística. contra qualquer ação nociva à saúde física e mental.

Art. 226. Os órgãos de comunicação social, pertencentes ao Art. 230. Para assegurar o equilíbrio ecológico e os direitos
Estado, instituições ou fundações mantidaspelo Poder propugnados no art. 229, desta Constituição,incumbe ao
Público ou qualquer entidade sujeita, direta ou Estado e aos Municípios, entre outras medidas:
indiretamente, ao controle do Estado ou dosMunicípios,
serão utilizados de modo a assegurar o acesso democrático I - promover a educação ambiental e difundir as informações
ao conhecimento, aos avanços daciência e da técnica e ao necessárias à conscientização pública paraas causas
confronto das diversas correntes de pensamento e opinião. relacionadas ao meio ambiente;

§ 1º O Poder Executivo estabelecerá os mecanismos e II - prever e eliminar as consequências prejudiciais do


instrumentos adequados e necessários a asseguraro desmatamento, da erosão, da poluição sonora, doar, do solo,
disposto neste artigo. das águas e de qualquer ameaça ou dano ao patrimônio
ambiental;
§ 2º Os valores destinados À publicidade do Estado e
Municípios serão tornados públicos mediantebalancetes III - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais
mensais. e prover o manejo ambiental das espécies edos
ecossistemas;
Art. 227. O Conselho Estadual de Comunicação Social terá
como função, entre outras, a de detectar edenunciar o IV - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
desrespeito aos dispostos contidos no Capítulo V, do Título genético contido em seu território e fiscalizar asentidades
VIII, da Constituição da República, e no art. 225, desta dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético;
Constituição.
V - definir espaços territoriais e seus componentes a serem
§ 1º No Conselho, estará assegurada a participação paritária especialmente protegidos, sendo a alteração ea supressão
das empresas de comunicação, públicas eprivadas, das permitidas somente através da lei, vedada qualquer
entidades representativas de profissionais da área, utilização que comprometa a integridadedos atributos que
entidades e associações civis e dacomunicação universitária. justifiquem sua proteção;

§ 2º A estrutura e o funcionamento do Conselho serão VI - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
definidos em lei. atividade potencialmente causadora de
significativadegradação do meio ambiente, estudo prévio de

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impacto ambiental e das medidas de proteção a V - encostas sujeitas a erosão e deslizamento;


seremadotadas, a que se dará publicidade;
VI - cabeceiras dos rios, objeto de desova de espécies
VII - controlar a produção, o emprego de técnicas e métodos, aquáticas;
a estocagem, a comercialização, otransporte e o uso de
materiais ou substâncias que comportem riscos efetivos ou VII - margens depositárias da desova de quelônios;
potenciais para a vida,para a qualidade de vida e do meio
ambiente, no âmbito do seu território, principalmente os VIII - outras que vierem a ser declaradas como de relevante
materiais esubstâncias que sejam promotores de alterações interesse público.
genéticas e fontes de radioatividade, sejam eles novos, em
§ 1º São consideradas zonas de preservação ambiental as
uso ou já inutilizados; extensões de terras ou água destinadas àinstalação de
parques, reservas biológicas, distritos florestais, estações
VIII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as ecológicas e experimentais.
práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais § 2º Ficam mantidas as unidades de conservação e
a crueldade; preservação atualmente existentes.

IX - controlar a extração, produção, transporte, § 3º Fica facultado ao Estado e Municípios criar, por critério
comercialização e consumo dos produtos e subprodutosda próprio, novas áreas de reservas, inclusivereservas
flora e da fauna; pesqueiras nos lagos e rios para povoamento de peixes,
limitando-se, nesses casos, a pescaartesanal e de
X - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito subsistência.
de pesquisa e exploração de recursoshídricos e minerais,
bem como a recuperação de meio ambiente degradado, de Art. 232. A Floresta Amazônica constitui patrimônio a ser
acordo com a soluçãotécnica exigida pelo órgão zelado pelo Poder Público.
competente;
§ 1º O Estado fará o inventário e o mapeamento da
XI - controlar as atividades industriais que ocasionem cobertura florestal e adotará medidas especiais para asua
poluição de qualquer ordem, especialmente aquelasque se proteção.
localizem às margens de cursos d'água;
§ 2º São consideradas áreas sob proteção especial as de
XII - controlar, nos termos do art. 21, XIX, da Constituição da incidência de seringueiras e castanheiras nativas,de
República, o uso dos recursos hídricosatravés do propriedade pública ou privada, ficando proibida a
gerenciamento de bacias hidrográficas. derrubada ou danificação dessas árvores em todo osEstado,
exceto em áreas autorizadas pelo Conselho Estadual de Meio
Parágrafo único. O Estado e os Municípios, através de Órgãos Ambiente, Ciência e Tecnologia oupor organismo
próprios, instituirão plano de proteção aomeio ambiente, competente.
prescrevendo as medidas necessárias à utilização racional da
natureza, à redução, aomínimo possível, da poluição § 3º Resguardadas as instâncias de competência de âmbito
resultante das atividades humanas e à prevenção de ações federal, o Poder Executivo estabelecerámedidas de
lesivas aopatrimônio ambiental. promoção ao reflorestamento com finalidade de reduzir o
impacto da exploração dosadensamentos vegetais nativos e
Art. 231. São áreas de preservação ambiental permanentes garantir o suprimento da demanda dessa matéria-prima.
as:
§ 4º O Estado se incumbirá da atualização das listas de
I - de proteção das nascentes de rios; animais e vegetais em risco de extinção ousubmetidos a
intensas pressões de demanda, procedendo-se à instalação
II - que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, bem imediata de viveiros para estudose proteção dessas
como aquelas que sirvam como local depouso ou espécies.
reprodução de espécies migratórias;
§ 5º A ação governamental em prol de reflorestamento dará
III - paisagens notáveis; prioridade à recomposição da camadavegetal situada às
margens dos lagos, cursos d'água, bacias de rios, utilizados
IV - faixas de proteção das águas superficiais; para uso múltiplo,abastecimento de água ou geração de
energia elétrica, áreas verdes, zonas urbanas, ficando

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osproprietários das glebas de ocorrência, sejam públicas ou § 1º Dependerão de prévio licenciamento relativo ao Sistema
privadas, responsáveis pelo plantio emanutenção das Estadual de Licenciamento de Atividadescom Potencial de
espécies utilizadas nesse propósito. Impacto, na forma da lei:

Art. 233. O Poder Público estabelecerá sistemas de controle a) a instalação, construção ou ampliação de quaisquer
da poluição, de prevenção e redução deriscos e acidentes atividades industriais, principalmente as queenvolvam o
ecológicos, valendo-se, para tal, de mecanismos para aproveitamento e utilização de recursos ambientais, efetiva
avaliação dos efeitos da ação deagentes predadores ou ou potencialmente poluidoras;
poluidores sobre a qualidade física, química e biológica dos
recursos ambientais,sobre a saúde dos trabalhadores b) a transformação de áreas rurais ou de cobertura natural
expostos a fontes poluidoras e da população afetada. em áreas urbanas;

§ 1º Aplica-se o disposto no caput deste artigo, no que se c) a abertura de áreas de expansão urbana.
relaciona ao emprego de métodos e critérios deavaliação da
qualidade das águas e alimentos, aos sistemas públicos e § 2º O enquadramento de atividades com potencial de
particulares que visem à coleta,transporte, tratamento e impacto em áreas zoneadas, o patrocínio, aparticipação ou
disposição final de resíduos líquidos e sólidos de qualquer interesse público não eximem o empreendimento da
origem e natureza, comênfase nos processos que envolvam obrigatoriedade de licenciamento, naforma da lei, nem o
sua reciclagem. libera do dever de respeitar as normas e padrões
pertinentes.
§ 2º É vedada a utilização do território estadual como
depositário de rejeitos radioativos, lixo atômico,resíduos § 3º Na hipótese da instalação de atividades efetivas ou
industriais tóxicos e corrosivos, salvo situação gerada dentro potencialmente causadoras de alteraçõessignificativas ao
de seus próprios limites, casos aserem obrigatoriamente meio ambiente, poderá integrar o processo de licenciamento
submetidos ao Conselho Estadual de meio Ambiente, Ciência ou apreciação do estudo deimpacto, a consulta, por
e Tecnologia. plebiscito, à comunidade afetada, mediante convocação por
um dos Poderes doEstado, nos termos do art. 14, da
§ 3º Fica proibida a introdução, dentro dos limites do Estado, Constituição da República.
de substâncias carcinogênicas, mutagênicase teratogênicas.
Art. 235. O estudo de impacto ambiental será parte
§ 4º A entrada de produtos explosivos e radioativos integrante e obrigatória do processo de licenciamento,além
dependerá de autorização expressa do Órgãoexecutor da de outras exigências de ordem normativa ou legal, nos caso
Política estadual de Meio Ambiente. de:

§ 5º O Estado exercerá o controle da utilização de produtos I - implantação de áreas ou polos industriais ou


tóxicos e insumos químicos, de forma aassegurar a saúde agroindustriais;
pública, a qualidade de vida e a proteção do meio ambiente.
II - alteração de uso de área objeto de zoneamento;
§ 6º O controle de que trata o § 5º, deste artigo, será
exercido tanto a nível de produção como deconsumo, pelos III - transformação de área rural em área urbana;
Órgãos da estrutura do Poder Público do Estado e dos
Municípios, diretamente envolvidoscom cada caso. V - implantação de projetos ou atividades potencialmente
causadoras de modificações significativas nomeio ambiente;
§ 7º O Poder Executivo, através do Conselho Estadual do
Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia,expedirá normas que VI - outras, por determinação de normas do SISNAMA -
regulamentem o assunto, objeto deste artigo. Sistema Nacional de Meio Ambiente ou doConselho Estadual
de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia.
§ 8º A Zona Franca de Manaus, entendida a área territorial
por ela delimitada, e declarada "ZonaDesnuclearizada". § 1º A implantação, no território estadual, de usinas de
energia nuclear, instalação de processamento
Art. 234. A implantação e operação de atividades, efetiva ou earmazenamento de material radioativo e implantação de
potencialmente poluidoras, dependerão daadoção, pelas unidades de grande porte, geradoras de
unidades operadoras, de técnicas de prevenção e controle energiahidroelétrica, respeitadas as reservas estabelecidas
de tais processos, independenteda capacidade de absorção em lei e área indígenas, de acordo com o disposto noart. 231,
dos corpos receptores. da Constituição, ao parecer conclusivo do Conselho Estadual
de Meio ambiente, Ciência eTecnologia e, na hipótese de

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indicação favorável, aprovação por dois terços dos membros infratoras, reincidentes ou omissas no que se relaciona à
da AssembleiaLegislativa, após consulta plebiscitária aos questão ambiental.
habitantes da área onde se pretende implantar o projeto.
§ 6º Nos casos extremos de lesividade, ficam os infratores,
§ 2º Os estudos de previsão de impacto, para os casos de que além das sanções administrativas, sujeitos àscomunicações
trata o caput deste artigo, incluirão,obrigatoriamente, as civis e penais.
áreas em torno e de influência do empreendimento.
Art. 238. Serão destinados à formação de um fundo a ser
Art. 236. O Poder Público poderá estabelecer, na forma da gerido pelo Conselho Estadual de MeioAmbiente, Ciência e
lei, restrições administrativas de uso em áreasprivadas, Tecnologia:
visando à proteção ambiental.
I - as contribuições ou ressarcimentos de que trata o artigo
§ 1º As restrições de uso a que se refere o caput deste artigo anterior;
serão averbadas no registro imobiliário, noprazo máximo de
sessenta dias, a contar de seu estabelecimento. II - os recursos oriundos de multas e outras sanções
administrativas e de condenações judiciais por atoslesivos à
§ 2º Aquele que utilizar recursos ambientais fica obrigado, comunidade e ao meio ambiente;
na forma da lei, a contribuir para os programasde
monitoramento, prevenção e recuperação a serem III - vinte por cento da compensação financeira a que se
estabelecidos pelos Órgãos competentes. refere o art. 20, § 1º, da Constituição da República;

§ 3º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a IV - recursos do orçamento do Estado, conforme o disposto
recuperar o meio ambiente degradado, deacordo com a no art. 217, § 1º, desta Constituição;
solução técnica exigida pelo Órgão Público competente, na
forma da lei. V - o resultado da remuneração dos recursos
momentaneamente não-alocados, calculados com base em
Art. 237. As condutas e atividades atentatórias ao meio
ambiente e de lesa-natureza, de que trata o art. 3º, §§ 3º e indexador oficial a partir do dia do seu ingresso no Banco
13, desta Constituição, sujeitarão os infratores a sanções Oficial do Estado;
administrativas e penais, independenteda obrigação de
restaurar os danos causados. VI - outras fontes internas ou externas.

§ 1º O Poder Executivo estabelecerá o valor da multa e da § 1º Os recursos do fundo a que se refere o caput deste
contribuição ou ressarcimento de danos combase no grau de artigo serão destinados a financiamento depesquisas,
intensidade do prejuízo causado e de sua lesividade. formação e capacitação de pessoal, instrumentação do
Sistema de Ciência e Tecnologia em proldo sistema de
§ 2º Na hipótese de aplicação de multa, essa poderá ser informação e estatística na pesquisa florestal, na restauração
diária e progressiva nos casos de negligência nacorreção, ambiental, no desenvolvimentodas ciências do ambiente, no
continuidade ou reincidência de infração. aperfeiçoamento tecnológico preventivo à poluição, sendo
vedada autilização em despesas de manutenção.
§ 3º Ainda no caso de reincidência ou continuidade de
infração, seu agente poderá sujeitar-se à reduçãoda § 2º Dos recursos globais captados pelo fundo, nunca menos
atividade, interdição, perda de incentivos e outras que a lei de vinte por cento desse valor serãoaplicados em entidades
estabelecer. públicas de fomento ao ensino superior.

§ 4º Não usufruirão de privilégios, incentivos, estímulos, § 3º Dos recursos globais, captados pelo fundo, no mínimo,
isenções ou concessões de qualquer natureza vinte por cento desse valor serão destinadosao
oempreendimento ou pessoa jurídica responsável, financiamento de pesquisas básicas e tecnológicas.
inadimplente com a União, Estado ou Município,
comreferência à obrigatoriedade de licenciamento § 4º O Conselho de que trata o caput deste artigo está
ambiental, incorrendo em crime de responsabilidade obrigado a dar publicidade aos relatórios relativosaos
oagente público que os conceder ou permitir. projetos de pesquisa e outras aplicações, objeto de utilização
dos recursos do fundo de que trata esteartigo.
§ 5º Não serão utilizados ou renovadas concessões ou
permissões para execução de serviços públicos aempresas Art. 239. O Estado e os Municípios garantirão o amplo acesso
dos interessados às informações sobrefontes, agentes e

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causas de poluição e de degradação ambiental, sobre Art. 243. A Política Estadual e Municipal de atendimento à
resultados de monitorias eauditorias, inclusive, informando criança e ao adolescente será desenvolvidacom observância
sistematicamente a população sobre os níveis e dos princípios e garantias previstos nos arts. 227, 228 e 229,
comprometimentos daqualidade do meio ambiente, a da Constituição daRepública, e dos seguintes preceitos:
situações de riscos e a presença de substâncias danosas à
saúde e à vida. I - o atendimento à criança e ao adolescente carentes será
executado, preferencialmente, em seus lares,através de
Art. 240. É dever do cidadão informar aos agentes públicos, programas governamentais de assistência social;
responsáveis pela execução da PolíticaEstadual do Meio
Ambiente, as infrações ou irregularidades atentatórias à II - o atendimento à criança e ao adolescente carentes ou em
normalidade e ao equilíbrioecológico de que tiver situação irregular poderá ser prestado porfamília
conhecimento. criteriosamente selecionada, que os manterá sob forma de
guarda, ou por instituição que produza,com maior
Parágrafo único. Na hipótese de situações de infrações semelhança, ambientes e padrões de convivência familiar;
persistentes, intencionais ou por omissão, àsnormas e
padrões ambientais, os agentes públicos terão o prazo III - programa de assistência integral à saúde da criança e do
máximo de quinze dias para comunicar ofato ao Ministério adolescente, dando prioridade à prevençãode
Público, sob pena de responsabilidade administrativa. enfermidades;

Art. 241. As terras devolutas, onde haja área de relevante IV - atendimento em escolas profissionalizantes, com regime
interesse ecológico ou de proteção ambiental,não poderão de oito horas diárias, à criança e aoadolescente carentes e
ser transferidas a particulares, a qualquer título. de conduta antissocial;

Parágrafo único. São indisponíveis as terras devolutas ou V - formação e capacitação de pessoal, de modo a responder
arrecadadas pelo Estado ou Municípios porações às exigências com respeito aos direitos dacriança e do
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas adolescente.
naturais.
§ 1º O Governo do Estado instituirá o Conselho Estadual de
CAPÍTULO XII Defesa da Criança e do Adolescente, decaráter normativo,
consultivo, deliberativo e paritário, controlador e fiscalizador
- DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO da política deatendimento à infância e à juventude, vedadas
E DO DEFICIENTE quaisquer vantagens pecuniárias aos seus
integrantes,cabendo-lhe a coordenação estadual de
Art. 242. A família, a base da sociedade, gozará de especial proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente,
proteção do Estado, na forma estabelecidapela Constituição naforma da lei.
da República.
§ 2º O Estado manterá casas de recuperação para crianças e
§ 1º O Estado e os Municípios assegurarão assistência à adolescentes dependentes de entorpecentese drogas afins.
família na pessoa de cada um dos que integram,criando
mecanismos para coibir a violência na pessoa no âmbito de § 3º A prevenção da dependência é dever do Estado, da
suas relações. família e da sociedade, bem como a ação queauxilie a
integração do dependente na comunidade, na forma da lei.
§ 2º É reconhecida a maternidade e a paternidade como
relevante função social. § 4º Caberá ao Estado, por meio de entidade própria e
competente, com quadro de pessoal habilitado,amparar e
§ 3º Os direitos e deveres inerentes à sociedade conjugal formar psicológica, social e profissionalmente à criança e o
serão exercidos igualmente pelo homem e pelamulher, adolescente a que for atribuído atoinfracional.
inclusive no que se refere ao registro dos filhos.
Art. 244. O Estado e os Municípios promoverão, em ação
§ 4º É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar conjunta com a família e entidades particulares,programas
à criança e ao adolescente, com absolutaprioridade, o direito de assistência à maternidade, à infância, ao adolescente, ao
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à idoso, ao deficiente, comprioridade às famílias de baixa
dignidade, ao respeito, àliberdade e à convivência familiar e renda e de prole numerosa, objetivando:
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência,discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.

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I - a redução do índice de mortalidade infantil pelo combate na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
às enfermidades e eliminação das causas denatureza garantindo-lhes odireito à vida.
socioeconômico-cultural;
§ 1º A assistência ao idoso deverá ser feita pela própria
II - educação dos membros abandonados em escolas família, executada preferencialmente em seuslares e,
profissionalizantes; somente na sua falta absoluta, pelos abrigos públicos ou
subvencionados.
III - a proteção ao menor, aos dependentes incapazes e aos
idosos contra toda forma de negligência,discriminação, § 2º Ao idoso maior de sessenta e cinco anos de idade é
exploração violência e opressão; garantida a gratuidade de utilização nostransportes coletivos
urbanos e fluviais.
IV - combate ao uso de entorpecentes e drogas afins, com
proteção especial à infância e à juventude; Art. 247. A lei e as instituições públicas competentes
disporão sobre normas para a construção eadaptação dos
V - incentivo à organização de associações comunitárias; logradouros e edificações de uso público e de fabricação de
veículos de transporte coletivo,a fim de garantir o acesso e a
VI - o livre exercício do planejamento familiar; integridade das pessoas idosas e portadoras de deficiências
e da mulhergestante.
VII - prevenção da violência no âmbito familiar;
Art. 248. É garantido ao portador de deficiência, além dos
VIII - prevenção de deficiência física, sensorial e mental, com preceitos da Constituição Federal:
prioridade para a assistência pré-natal epara a infância;
I - emprego com salário e critérios de admissão não-
IX - capacitação e valorização da mão-de-obra feminina, bem diferenciados;
como incentivo e apoio à criação decooperativas de
trabalho; II - atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino, respeitada a
X - habilitação, reabilitação e integração à vida comunitária
dos indivíduos marginalizados, inclusive osportadores de homogeneidade das classes especiais, a partir do nível pré-
deficiência, vícios ou anormalidades de comportamento. escolar;

§ 1º O estado adotará estímulos, na forma da lei, para o III - integração à vida comunitária através de programas de
acolhimento ou a guarda de criança ouadolescente órfãos ou habitação e reabilitação;
abandonados.
IV - prestação de serviços especializados nos diversos tipos
§ 2º A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o de deficiência, na rede de saúde pública;
Poder Público dará assistência aos herdeiros edependentes
carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem V - adequação dos currículos de educação física e do acesso
prejuízo da responsabilidade civil doautor do ilícito. e uso dos centros esportivos;

Art. 245. Ao Estado e aos Municípios compete: VI - o livre acesso a logradouros e prédios de uso público e
aos transportes coletivos, mediante disposiçõesnormativas
I - criar centros de atendimento para assistência, apoio e estabelecidas na Lei Orgânica dos Municípios.
orientação jurídica à mulher, à criança, aoadolescente, ao
idoso e ao deficiente no que tange às suas questões CAPÍTULO XIII
específicas;
- DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA E DO POVO DA FLORESTA
II - criação e manutenção de albergues para a mulher, a
criança, o adolescente, o idoso e portadores dedistorções de Art. 249. O Estado e os Municípios suplementarão, se
comportamento ou personalidade, vítimas da violência; necessário, a assistência aos grupos, comunidades
eorganizações indígenas, nos termos da Constituição da
III - progressiva instalação de delegacias de crimes contra a República e da legislação própria, e
mulher em todos os Municípios do Estado. atuarãocooperativamente com a União nas ações que visem
à preservação de sua cultura.
Art. 246. A família, a sociedade e o Poder Público têm o dever
de amparar as pessoas idosas,assegurando-lhes participação

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Art. 250. O Estado, através de prepostos designados ou § 3º O Estado se incumbirá, ainda, da atualização
indicados especialmente para tal fim,acompanhará os permanente das atividades ou categorias ocupacionaisde
processos de delimitação de territórios indígenas, caráter extrativista.
colaborando para a sua efetivação eagilização, atuando
preventivamente à ocorrência de contendas e conflitos com CAPÍTULO XIV
o propósito de resguardar,também, atingidas em tais
situações, que sejam comprovadamente desassistidas. - DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE

Art. 251. É dever do Estado e dos Municípios em Art. 252. Os sistemas viários e os meios de transporte de
reconhecimento ao trabalho ou de preservação,ocupação e qualquer natureza, operados no Estado,subordinam-se o
desbravamento do território prestado pelos grupos nativos, respeito e à preservação da vida humana, à segurança, ao
notadamente aqueles que seocupam de atividades conforto dos cidadãos, à defesae à observância de normas e
extrativas, assisti-los e ampará-los, principalmente quanto preceitos ambientais e à proteção ao patrimônio coletivo.
aos seguintes aspectos:
Art. 253. O transporte coletivo, independente da categoria e
I - efetivamente dos direitos fundamentais do cidadão, do meio onde opera, é uma atividadeessencial de interesse
trabalhistas ou de proteção ao trabalho autônomo público.
eprevidenciário, previstos em lei;
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, considera-se
II - organização em grupos como forma de fortalecimento e transporte coletivo aquele que é utilizado pelacoletividade
viabilização de conquistas individuais ecoletivas, bem como para seus deslocamentos e transposição de cargas,
de assistência e orientação, inclusive preventiva, ao risco de independente do meio em que isso ocorra.
vida e coexistência comgraus de insalubridade;
§ 2º Respeitadas as instâncias e reservas de competência da
III - alternativas de trabalho ou de ocupação produtiva União, o Estado e os Municípios agirãocooperativamente,
permanentes; para que a operação desses serviços ocorra dentro de
padrões satisfatórios dequalidade e de segurança.
IV - acesso ao mercado, inclusive de escoamento para os
produtos oriundos de atividades extrativas,ressalvadas as Art. 254. Incluem-se, entre as atribuições do Poder Público,
restrições legais e de proteção a vegetais e animais a responsabilidade do planejamento,operação e supervisão
ameaçados de extinção; da qualidade dos transportes coletivos, funções que
exercerá, direta ouindiretamente, mediante concessão,
V - as informações e orientações para que o respeitada a legislação pertinente.
desenvolvimento da atividade se processe dentro
dalegalidade, em áreas previamente delimitadas para tal e Parágrafo único. O Poder Público, em suas áreas de
de forma não-predatória. competência, estabelecerá normas e condições
paraexecução desse serviço, especialmente no que se
§ 1º O Poder Executivo Estadual assistirá os Municípios na relaciona a:
criação de organismos ou instrumentosinstitucionais
necessários à efetivação dos propósitos do caput deste I - valor de tarifas compatível com o poder aquisitivo da
artigo, inclusive assumindo talfunção, quando da população;
incapacidade do Poder Municipal.
II - frequência;
§ 2º Ainda com esse propósito, deverão ser adotados
mecanismos assistenciais para possibilitar III - tipo de transporte;
oacompanhamento do acesso pelos beneficiários aos
direitos estabelecidos pela Constituição da República, art. IV - itinerário;
54, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, bem
como viabilizar o usufruto dos direitos deassistência, saúde V - padrões de segurança e higiene;
e previdência, em especial o previsto no art. 203, V, da
Constituição da República, pelosintegrantes de outras VI - proteção ambiental relativa à poluição sonora,
categorias extrativistas, pela população ribeirinha e atmosférica e hídrica;
interiorana em geral.
VII - conforto e saúde dos passageiros e operadores de
veículos.

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Art. 255. São isentos do pagamento de tarifa no sistema de V - realização de investimentos que visem à formação de
transporte coletivo intermunicipal rodoviário eaquaviário: infra-estrutura e estrutura de apoio aos sistemasde
transporte e, em particular, ao subsistema hidroviário;
I - as pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental
e demais reconhecidas por Lei ou Decreto VI - garantia das condições de trafegabilidade dos sistemas,
especialmente no que se relaciona aossubsistemas urbano e
II - policiais em serviço e agentes penitenciários; hidroviários.

III - idosos maiores de sessenta anos; Art. 258. O Estado estimulará a realização de pesquisa e
estudos que visem:
IV - durante o período letivo, o aluno da rede escolar oficial
devidamente uniformizado identificado; I - ao melhoramento e modernização dos transportes
alternativos de massa;
V - crianças menores de até 10 (dez) anos de idade
devidamente acompanhadas de um responsável. II - à utilização de combustíveis não-poluentes;

§ 1º Nos casos previstos nos incisos I e II, observar-se-á: III - à redução de comprometimentos ambientais;

I - a reserva de 02 (duas) vagas gratuitas por veículo ou IV - ao aumento das margens de segurança e economicidade;
embarcação para aqueles que possuam renda igualou
inferior a 02 (dois) salários-mínimos; V - ao resgate da tecnologia de construção de embarcações
ajustadas às necessidades da região.
II - desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no
valor das passagens, para aqueles queexcederem as vagas CAPÍTULO XV
gratuitas.
- DA HABITAÇÃO
§ 2º Cabe aos proprietários de transporte coletivo rodoviário
e aquaviário, a fixação neste do teor desteartigo, incisos e Art. 259. O Estado e os Municípios, em conjunto com a União
parágrafos, em local visível para o conhecimento dos ou isoladamente, promoverão programasde construção de
usuários moradias e a melhoria das condições habitacionais e do
saneamento básico, assegurandosempre um mínimo
Art. 256. Os Municípios integrantes da mesma região compatível com a dignidade humana.
metropolitana, de aglomeração urbana e outrasmodalidades
de agrupamentos, poderão consorciar-se ou conveniar-se, Art. 260. A política habitacional do estado objetivará o
inclusive com o Estado, para oexercício das competências equacionamento da carência habitacional, deacordo com as
relativas dos sistemas de transportes, eixos viários ou seguintes diretrizes:
hidroviários e serviçosacessórios afins, competindo a estes a
administração dos transportes coletivos e sistema viário nos I - oferta de lotes urbanizados;
limitesurbanos, que lhe são correspondentes.
II - estímulos e incentivo à formação de cooperativas
Art. 257. O sistema de transporte, em sua estruturação, populares de habitação;
deverá observar as diretrizes:
III - atendimento prioritário às famílias de baixa renda;
I - integração entre os subsistemas e meios de transporte;
IV - formação de programas habitacionais pelo sistema de
II - prioridade no que se relaciona à segurança do passageiro, autoconstrução;
pedestres e ciclistas;
V - a urbanização, regularização e titulação de áreas de
III - proteção das áreas contínuas às estradas e hidrovias, assentamento de populações de baixa renda.
principalmente quanto à prevenção dedeslizamentos e
erosão de encostas; Art. 261. O Estado e os Municípios darão prioridade aos
programas habitacionais, notadamente àquelesque visem à
IV - segurança máxima para o transporte de cargas perigosas, erradicação das submoradias, principalmente as localizadas
na forma da lei; em baixadas, margens deigarapés, zonas alagadas e outras
situações de miséria absoluta.

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CAPÍTULO XVI administração pública, com prazo máximo de 60 dias para a


decisão final da autoridadecompetente, sob pena de
- DA POLÍTICA ENERGÉTICA responsabilidade.

Art. 262. O Poder Público assegurará, na forma da lei, o Art. 270. É obrigatória a concessão de bolsa de estudos para
desenvolvimento de uma política visando aalcançar a alunos reconhecidamente carentes, pelasescolas
autonomia energética do Estado, maximizando a utilização particulares que tenham recebido, sob qualquer forma ou
das fontes alternativas de energia,de modo a obter-se a sua motivo, recursos de qualquer natureza,oriundos dos Poderes
diversificação, em consonância com os planos de Públicos, em razão diretamente proporcional a esses
desenvolvimento nacional eregional. recursos.

Parágrafo único. Será incentivado, na zona rural, o uso da Art. 271. Fica criada a Região de Aglomeração, envolvendo a
energia solar. Capital e demais Municípios que integrama sub-região do Rio
Negro/Solimões e sub-região do Médio Amazonas, de que
Art. 263. O estado disciplinará, por meio de lei, a aplicação trata o art. 26, do Ato dasDisposições Constitucionais
dos recursos originários de participação oucompensação Transitórias, desta Constituição, para atendimento precípuo
financeira a que se refere o art. 20, § 1º, da Constituição da do abastecimentoalimentar.
República, resguardado o disposto no art. 238, III, desta
constituição, de forma a garantir o equilíbrio econômico Art. 272. O Estado e os Municípios disciplinarão por meio de
financeiro daempresa concessionária de energia elétrica lei os consórcios públicos e os convênios decooperação entre
estadual com os recursos necessários aos investimentos na os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como atransferência total ou parcial
expansão dos seus serviços, bens e instalações. de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviçostransferidos.
TÍTULO VI
Art. 273. O Estado promoverá e estimulará, através das
- DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS Secretarias de Estado e em convênios cominstituições de
ensino, de pesquisa e científicas competentes, a pesquisa, o
Art. 264. O Governador do Estado, o Presidente do Tribunal estudo, a catalogação e aexploração, para fins sociais, das
de Justiça e os membros do PoderLegislativo prestarão, no plantas amazônicas ditas da medicina indígena ou caseira.
ato e na data da promulgação, o juramento de manter,
defender e cumprir estaConstituição. Art. 274. O Ministério Público, sem prejuízo de outras
dependências, instalará as Promotorias de Justiça,em prédio
Art. 265. O Estado atuará efetivamente, visando ao sob sua administração, integrante do conjunto arquitetônico
fortalecimento das instituições públicas de ensinosuperior, do Fórum.
fundamentadas no estudo das causas amazônicas.
Art. 275. A lei disporá sobre a criação do Conselho
Art. 266. Antes de assumir e de deixar o exercício de cargo Comunitário Estadual, Órgão de representação
público de qualquer natureza, os titulares ouintegrantes de dosConselhos Comunitários Municipais.
qualquer dos Poderes, no âmbito do Estado e dos
Municípios, são obrigados a fazerexpressa declaração de Art. 276. Será criada estrutura laboratorial oficial para a
bens, de que conste a sua origem. produção de soro antiofídico liofilizado, no prazode três
anos, a partir da promulgação desta Constituição.
Parágrafo único. As declarações de bens serão publicadas no
Órgão Oficial do Estado, à conta dorespectivo Poder, no Art. 277. (Suprimido pela Emenda Constitucional nº 30, de
prazo máximo de dez dias. 22.12.1997)

Art. 267. A lei disporá sobre a criação, na Polícia Militar do Art. 278. Cessada a investidura no cargo de Governador do
Estado, do Grupamento de Polícia Florestal. Estado, aquele que o tiver exercido emcaráter permanente
fará jus a um subsídio mensal, intransferível, igual ao
Art. 268. Os serviços notariais e de registros são exercidos subsídio de Governador doEstado do Amazonas.
em caráter privado, por delegação do PoderPúblico, na
forma da lei federal. § 1º Se o beneficiário vier a exercer mandato eletivo, cargo
de Interventor Estadual ou Municipal,Governador de
Art. 269. Os pedidos de aposentadoria e, especialmente Território, Ministro de Estado, Secretário de Estado ou do
aqueles por invalidez, terão tramitação sumáriano âmbito da Distrito Federal, SecretárioMunicipal ou qualquer outro

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cargo de provimento em comissão no âmbito da discipline a matéria serácontado como tempo de


Administração Direta ouIndireta de quaisquer dos Poderes contribuição.
da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal
ou cargode provimento efetivo ficará suspenso o benefício Art. 282. Observado o disposto no artigo anterior e
enquanto durar a investidura temporária ou ressalvado o direito de opção de que trata o § 16 do artigo
canceladadefinitivamente em decorrência de provimento 111, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com
efetivo. proventos calculados de acordo com o §3º do mesmo artigo
aquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo
§ 2º Não fará jus ao benefício quem perder o mandato em na Administração Pública,direta, autárquica e fundacional,
decorrência de condenação por crime deresponsabilidade até 16 de dezembro de 1998, quando o servidor,
ou quem renunciar antes de cumprido pelo menos metade cumulativamente:
do mandato".
I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e
Art. 279. Com o objetivo de assegurar recursos para o quarenta e oito anos de idade, se mulher;
pagamento de proventos de aposentadoria epensões
concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se
em adição aos recursos dos respectivostesouros, o Estado e dará a aposentadoria;
os Municípios poderão constituir fundos integrados pelos
recursos provenientes decontribuições e por bens, direitos e III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma
ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre de:
a naturezae administração desses fundos.
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher;
Art. 280. É assegurada a concessão de aposentadoria e
pensão, a qualquer tempo, aos servidorespúblicos, bem b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte
como aos seus dependentes, que até 16 de dezembro de por cento do tempo que, na data referida no
1998 tenham cumprido osrequisitos para a obtenção destes
benefícios, com base nos critérios da legislação então caput, faltaria para atingir o limite de tempo constante da
vigente. alínea anterior.

§ 1º O servidor de que trata este artigo, que tenha § 1º O servidor de que trata este artigo, desde que atendido
completado as exigências para aposentadoria integral eque o disposto em seus incisos I e II e observado oestabelecido
opte por permanecer em atividade fará jus à isenção da no artigo 281, pode aposentar-se com proventos
contribuição previdenciária até completar asexigências para proporcionais ao tempo de contribuição,quando atendidas
aposentadoria contidas no artigo 111, § 1º , III, a desta as seguintes condições :
Constituição.
I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma
§ 2º Os proventos da aposentadoria a ser concedida aos de:
servidores públicos referidos no caput, emtermos integrais
ou proporcionais ao tempo de serviço já exercido até 16 de a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e
dezembro de 1998, bem comoas pensões de seus
dependentes, serão calculados de acordo com a legislação b) um período adicional de contribuição equivalente a
em vigor à época em queforam atendidas as prescrições nela quarenta por cento do tempo que, em 16 dedezembro de
estabelecidas para a concessão destes benefícios ou nas 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante da
condições dalegislação vigente. alínea anterior;

§ 3º São mantidos todos os direitos assegurados nas II - os proventos da aposentadoria proporcional serão
disposições constitucionais vigentes na data referidano equivalentes a setenta por cento do valor máximoque o
caput aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos servidor poderia obter de acordo com o caput, acrescido de
anistiados e aos ex-combatentes, assimcomo àqueles que já cinco por cento por ano de contribuiçãoque supere a soma a
cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem que se refere o inciso anterior, até o limite de cem por cento.
tais direitos, observado odisposto no inciso X do artigo 109
desta Constituição. § 2º Aplica-se ao magistrado e ao membro do Ministério
Público e do Tribunal de Contas o disposto nesteartigo.
Art. 281. Observado o disposto no § 10 do artigo 111 desta
Constituição, o tempo de serviço consideradopela legislação § 3º Na aplicação autorizada pelo parágrafo anterior, o
vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei magistrado ou o membro do Ministério Público ouo do

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Tribunal de Contas do Estado, se homem, terá o tempo de Parágrafo único. A representação pecuniária será paga uma
serviço exercido até a data referida nocaput contado com o única vez no mês da substituição, ainda que oexercício
acréscimo de dezessete por cento. ocorra em dias consecutivos ou não.

§ 4º O professor, servidor do Estado ou de Município, Art. 288. Aos servidores públicos que tenham exercido
incluídas suas autarquias e fundações, que até 16de mandato eletivo conferido pelo sufrágio popular,
dezembro de 1998 houver ingressado regularmente em éassegurado o acréscimo, na aposentadoria ou pensão, de
cargo de magistério e que opte por aposentar-sena forma do um adicional de 12% (doze por cento) por cadamandato
disposto no caput terá o tempo de serviço exercido até exercido, incidentes sobre os proventos, sendo este
aquela data contado com o acréscimode dezessete por adicional limitado ao total de 60% (sessentapor cento).
cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que
se aposente,exclusivamente, com tempo de efetivo exercício Art. 289. Aos parlamentares estaduais, que estavam no
das funções de magistério. efetivo exercício da atividade parlamentar porocasião do
advento da Lei Estadual nº 2.489, de 20 de maio de 1998,
§ 5º O servidor de que trata este artigo que, apóscompletar ficam assegurados os direitosprevistos no artigo 2º e seus
as exigências para aposentadoria neleestabelecidas, parágrafos da citada lei, levando-se em conta os mandatos
permanecer em atividade fará jus à isenção da contribuição que venham aexercer".
previdenciária até completar asexigências para
aposentadoria contidas no artigo 111, § 1º, III, a desta Manaus, 5 de outubro de 1988
Constituição.

Art. 283. O regime de previdência complementar de que


trata o parágrafo 14 do artigo 111somentepoderá ser
instituído após a publicação da lei complementar federal
referida no parágrafo 15 do mesmoartigo.
DIREITO PENAL
Art. 284. A vedação fixada pelo § 15 do artigo 105 desta
Constituição não se aplica aos membros depoder e aos CÓDIGO PENAL
inativos, servidores e militares que, até 16 de dezembro de
1998, tenham ingressadonovamente no serviço público por
concurso público de provas ou de provas e títulos e pelas DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
demaisformas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes
proibida a percepção de mais de uma aposentadoriapelo O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe
regime de previdência a que se refere o artigo 111, confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
aplicando-se, em qualquer hipótese, o limite de que trata o
inciso X do artigo 109." PARTE GERAL
TÍTULO I
Art. 285. Não se admitirá excesso a qualquer título, frente ao DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
que dispõe a Constituição Federal, nossubsídios,
vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria e Anterioridade da Lei
pensões e quaisquer outras espéciesremuneratórias pagas
pelo Estado ou pelos Municípios. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal
Art. 286. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins
do artigo 161, § 3º, II, da ConstituiçãoEstadual, aqueles
Lei penal no tempo
admitidos na administração direta, autárquica e fundacional
sem concurso público deprovas ou de provas e títulos após o
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
dia 5 de outubro de 1983.
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória
Art. 287. Aos ocupantes temporários da Chefia do Poder
Executivo, na ordem de precedência a que serefere o
parágrafo único do art. 51 da Constituição Estadual, é devida Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
a representação mensal percebidapelo Governador do favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
estado. decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Lei excepcional ou temporária

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Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que domiciliado no Brasil;
a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência. II - os crimes:

Tempo do crime a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a


reprimir;
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. b) praticados por brasileiro;

Territorialidade c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,


mercantes ou de propriedade privada, quando em território
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de estrangeiro e aí não sejam julgados.
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
do território nacional as embarcações e aeronaves § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo depende do concurso das seguintes condições:
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de a) entrar o agente no território nacional;
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes


c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
brasileira autoriza a extradição;
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
aí cumprido a pena;
Brasil.

Lugar do crime e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
mais favorável.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas
as condições previstas no parágrafo anterior:
Extraterritorialidade
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
I - os crimes:
Pena cumprida no estrangeiro
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
nela é computada, quando idênticas.
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
Eficácia de sentença estrangeira
fundação instituída pelo Poder Público;

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei


c) contra a administração pública, por quem está a seu
serviço; brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode
ser homologada no Brasil para:

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I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente
a outros efeitos civis; devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
incumbe a quem:
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
Parágrafo único - A homologação depende:
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte resultado;
interessada;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de ocorrência do resultado.
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro Art. 14 - Diz-se o crime:
da Justiça.
Crime consumado
Contagem de prazo
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. de sua definição legal;
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum. Tentativa

Frações não computáveis da pena II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de Pena de tentativa
multa, as frações de cruzeiro.
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a
Legislação especial tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de um a dois terços.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo Desistência voluntária e arrependimento eficaz
diverso.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
TÍTULO II prosseguir na execução ou impede que o resultado se
DO CRIME produza, só responde pelos atos já praticados.

Relação de causalidade Arrependimento posterior

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
ocorrido. do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Superveniência de causa independente Crime impossível

§ 1º - A superveniência de causa relativamente Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a é impossível consumar-se o crime.
quem os praticou.
Art. 18 - Diz-se o crime:
Relevância da omissão
Crime doloso

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I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o Coação irresistível e obediência hierárquica
risco de produzi-lo;
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
Crime culposo estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por ordem.
imprudência, negligência ou imperícia.
Exclusão de ilicitude
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
o pratica dolosamente.
I - em estado de necessidade;
Agravação pelo resultado
II - em legítima defesa;
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
responde o agente que o houver causado ao menos III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
culposamente. regular de direito.

Erro sobre elementos do tipo Excesso punível

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
culposo, se previsto em lei.
Estado de necessidade
Descriminantes putativas
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime razoável exigir-se.
culposo.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
Erro determinado por terceiro dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
Erro sobre a pessoa
Legítima defesa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da moderadamente dos meios necessários, repele injusta
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Erro sobre a ilicitude do fato TÍTULO III


DA IMPUTABILIDADE PENAL
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se Inimputáveis
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era,
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
essa consciência. acordo com esse entendimento.

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Redução de pena Circunstâncias incomunicáveis

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter Casos de impunibilidade
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se
Menores de dezoito anos o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente TÍTULO V


inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na DAS PENAS
legislação especial.
CAPÍTULO I
Emoção e paixão DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: Art. 32 - As penas são:

I - a emoção ou a paixão; I - privativas de liberdade;

Embriaguez II - restritivas de direitos;

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou III - de multa.


substância de efeitos análogos.
SEÇÃO I
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de Reclusão e detenção
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência
agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou a regime fechado.
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
§ 1º - Considera-se:
de determinar-se de acordo com esse entendimento.
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento
TÍTULO IV
de segurança máxima ou média;
DO CONCURSO DE PESSOAS
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado
ou estabelecimento adequado.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena
pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
começar a cumpri-la em regime fechado;

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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
em regime aberto. praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins
da execução ou se, podendo, não pagar a multa
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da cumulativamente aplicada.
pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art.
59 deste Código. Regime especial

§ 4o O condenado por crime contra a administração pública Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
terá a progressão de regime do cumprimento da pena próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua
condicionada à reparação do dano que causou, ou à condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto
devolução do produto do ilícito praticado, com os neste Capítulo.
acréscimos legais.
Direitos do preso
Regras do regime fechado
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades
cumprimento da pena, a exame criminológico de o respeito à sua integridade física e moral.
classificação para individualização da execução.
Trabalho do preso
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno
e a isolamento durante o repouso noturno. Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado,
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou Legislação especial
ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis
com a execução da pena. Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos
arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, e direitos do preso, os critérios para revogação e
em serviços ou obras públicas. transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções
Regras do regime semi-aberto
Superveniência de doença mental
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve
semi-aberto. ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum
durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou Detração
estabelecimento similar.
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
instrução de segundo grau ou superior. internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior.
Regras do regime aberto
SEÇÃO II
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
de responsabilidade do condenado.

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Penas restritivas de direitos § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade,


por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
I - prestação pecuniária;
Conversão das penas restritivas de direitos
II - perda de bens e valores;
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo
III - limitação de fim de semana. anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e
48.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades
públicas; § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo
V - interdição temporária de direitos;
juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360
(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
VI - limitação de fim de semana.
deduzido do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade, quando:
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro prestação de outra natureza.
anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados
crime for culposo;
dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que
II – o réu não for reincidente em crime doloso; for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento
obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a prática do crime.
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja § 4o (VETADO)
suficiente.
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
§ 1o (VETADO)
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de de privação da liberdade.
direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
multa ou por duas restritivas de direitos.
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao
condenado.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários
ou estatais.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas
restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade
conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
dias de detenção ou reclusão.
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo

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(art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois
liberdade fixada. de transitada em julgado a sentença. A requerimento do
condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode
Interdição temporária de direitos permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade
pública, bem como de mandato eletivo; a) aplicada isoladamente;

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público; c) concedida a suspensão condicional da pena.

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos
veículo. indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.

IV – proibição de freqüentar determinados lugares. Conversão da Multa e revogação

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou Modo de conversão.


exame públicos.
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a
Limitação de fim de semana multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as
normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas suspensivas da prescrição.
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
adequado. § 1º - e § 2º -

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser Suspensão da execução da multa


ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas. Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental.
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Multa
Penas privativas de liberdade
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites
dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. crime.

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo Penas restritivas de direitos
ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis,
esse salário. independentemente de cominação na parte especial, em
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos.
pelos índices de correção monetária.
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos
Pagamento da multa III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena

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privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no Multa substitutiva


§ 4o do art. 46.
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa,
art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, Código.
sempre que houver violação dos deveres que lhes são
inerentes. Circunstâncias agravantes

Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. quando não constituem ou qualificam o crime:

Pena de multa I - a reincidência;

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem II - ter o agente cometido o crime:
os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.
a) por motivo fútil ou torpe;
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art.
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
independentemente de cominação na parte especial. impunidade ou vantagem de outro crime;

CAPÍTULO III c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou


DA APLICAÇÃO DA PENA outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa
do ofendido;
Fixação da pena
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às comum;
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime:
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; violência contra a mulher na forma da lei específica;

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
previstos; cargo, ofício, ministério ou profissão;

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou
liberdade; mulher grávida;

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
por outra espécie de pena, se cabível. autoridade;

Critérios especiais da pena de multa j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer


calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender,
principalmente, à situação econômica do réu. l) em estado de embriaguez preordenada.

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz Agravantes no caso de concurso de pessoas
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é
ineficaz, embora aplicada no máximo.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente
que:

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I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a


atividade dos demais agentes; autoria do crime;

II - coage ou induz outrem à execução material do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em
tumulto, se não o provocou.
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à
sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de
qualidade pessoal; circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei.
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou
promessa de recompensa. Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Reincidência Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena


deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime agente e da reincidência.
anterior.
Cálculo da pena
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as
tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, causas de diminuição e de aumento.
computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação; Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo,
todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Circunstâncias atenuantes
Concurso material
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; aplicam-se cumulativamente as penas privativas de
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
II - o desconhecimento da lei;
primeiro aquela.
III - ter o agente:
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou
dos crimes, para os demais será incabível a substituição de
moral;
que trata o art. 44 deste Código.

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,


§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos,
logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as
o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
dano;
Concurso formal
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
vítima;
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de

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um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante
o disposto no artigo anterior. § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de
liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste
cabível pela regra do art. 69 deste Código. artigo.

Crime continuado § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do


cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou desprezando-se, para esse fim, o período de pena já
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, cumprido.
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos Concurso de infrações
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. primeiramente a pena mais grave.

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas CAPÍTULO IV


diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, Requisitos da suspensão da pena
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a
único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
4 (quatro) anos, desde que:

Multas no concurso de crimes


I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são


II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
aplicadas distinta e integralmente.
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
Erro na execução
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de art. 44 deste Código.
execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a
tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
concessão do benefício.
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior
a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos,
desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade,
Resultado diverso do pretendido
ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por


Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
sujeito à observação e ao cumprimento das condições
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o
estabelecidas pelo juiz.
fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar
serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação
de fim de semana (art. 48).
Limite das penas

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§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz
poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas CAPÍTULO V
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

a) proibição de freqüentar determinados lugares; Requisitos do livramento condicional

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
autorização do juiz; condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a
2 (dois) anos, desde que:
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não
for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a
que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente
fato e à situação pessoal do condenado. em crime doloso;

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de III - comprovado comportamento satisfatório durante a
direitos nem à multa. execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi
atribuído e aptidão para prover à própria subsistência
Revogação obrigatória mediante trabalho honesto;

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo,
beneficiário: o dano causado pela infração;

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza.
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso,
Revogação facultativa cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado
o liberado não voltará a delinqüir.
descumpre qualquer outra condição imposta ou é
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de Soma de penas
direitos.
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas
Prorrogação do período de prova devem somar-se para efeito do livramento.

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro Especificações das condições


crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da
suspensão até o julgamento definitivo. Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés
de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, Revogação do livramento
se este não foi o fixado.
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
Cumprimento das condições condenado a pena privativa de liberdade, em sentença
irrecorrível:

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I - por crime cometido durante a vigência do benefício; § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores
equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste não forem encontrados ou quando se localizarem no
Código. exterior.

Revogação facultativa § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas


na legislação processual poderão abranger bens ou valores
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o equivalentes do investigado ou acusado para posterior
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações decretação de perda.
constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja Art. 92 - São também efeitos da condenação:
privativa de liberdade.
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
Efeitos da revogação
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de de poder ou violação de dever para com a Administração
condenação por outro crime anterior àquele benefício, não Pública;
se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por
tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Extinção
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de
não passar em julgado a sentença em processo a que reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do
responde o liberado, por crime cometido na vigência do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro
livramento. descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação
dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado,
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como
meio para a prática de crime doloso.
CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na
Efeitos genéricos e específicos sentença.

Art. 91 - São efeitos da condenação: CAPÍTULO VII


DA REABILITAÇÃO
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo
crime; Reabilitação

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em
ou de terceiro de boa-fé: sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos
registros sobre o seu processo e condenação.
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os
constitua fato ilícito; efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código,
vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos
incisos I e II do mesmo artigo.
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do
fato criminoso. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2
(dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a
pena ou terminar sua execução, computando-se o período

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de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não Perícia médica


sobrevier revogação, desde que o condenado:
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a
qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e
constante de bom comportamento público e privado; Desinternação ou liberação condicional

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se
do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato
vítima ou novação da dívida. indicativo de persistência de sua periculosidade.

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja o juiz determinar a internação do agente, se essa providência
instruído com novos elementos comprobatórios dos for necessária para fins curativos.
requisitos necessários.
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a imputável
requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
que não seja de multa. Código e necessitando o condenado de especial tratamento
curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída
TÍTULO VI pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo
anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Espécies de medidas de segurança
Direitos do internado
Art. 96. As medidas de segurança são:
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento
I - Internação em hospital de custódia e tratamento dotado de características hospitalares e será submetido a
psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento tratamento.
adequado;
TÍTULO VII
II - sujeição a tratamento ambulatorial. DA AÇÃO PENAL

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe Ação pública e de iniciativa privada
medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei
Imposição da medida de segurança para inimputável expressamente a declara privativa do ofendido.

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público,
internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime dependendo, quando a lei o exige, de representação do
for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
tratamento ambulatorial.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante
Prazo queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo.
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por
tempo indeterminado, perdurando enquanto não for § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes
averiguada, mediante perícia médica, a cessação de de ação pública, se o Ministério Público não oferece
periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a3 denúncia no prazo legal.
(três) anos.

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§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado
a sentença condenatória.
A ação penal no crime complexo
TÍTULO VIII
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos,
constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, Extinção da punibilidade
desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder
por iniciativa do Ministério Público. Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

Irretratabilidade da representação I - pela morte do agente;

Art. 102 - A representação será irretratável depois de II - pela anistia, graça ou indulto;
oferecida a denúncia.
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
Decadência do direito de queixa ou de representação como criminoso;

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
decai do direito de queixa ou de representação se não o
exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito,
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do §
nos crimes de ação privada;
3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo
para oferecimento da denúncia.
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a
admite;
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
VII - (Revogado)
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando
renunciado expressa ou tacitamente.
VIII - (Revogado)
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
queixa a prática de ato incompatível com a vontade de
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
ofendido a indenização do dano causado pelo crime. Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
Perdão do ofendido agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede,
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente
conexão.
se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da
ação.
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou
tácito: Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a
sentença final, salvo o disposto no § 1 o do art. 110 deste
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
liberdade cominada ao crime, verificando-se:
aproveita;
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o
direito dos outros;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito
anos e não excede a doze;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.

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III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito)
anos e não excede a oito; anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação
penal.
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos
e não excede a quatro; Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória
irrecorrível
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano
ou, sendo superior, não excede a dois; Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
começa a correr:
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um)
ano. I - do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão
Prescrição das penas restritivas de direito condicional da pena ou o livramento condicional;

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. tempo da interrupção deva computar-se na pena.

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação
condenatória do livramento condicional

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo
verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se tempo que resta da pena.
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
Prescrição da multa
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou
denúncia ou queixa. aplicada;

§ 2o (Revogado). II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena


privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
sentença final
Redução dos prazos de prescrição
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a
sentença final, começa a correr: Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição
quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
I - do dia em que o crime se consumou; (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos.
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade
criminosa; Causas impeditivas da prescrição

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a
permanência; prescrição não corre:

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se que dependa o reconhecimento da existência do crime;
tornou conhecido.
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação

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Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença Art. 121. Matar alguém:
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em
que o condenado está preso por outro motivo. Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Causas interruptivas da prescrição Caso de diminuição de pena

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
II - pela pronúncia;
Homicídio qualificado
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
§ 2° Se o homicídio é cometido:
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
recorríveis; I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
II - por motivo fútil;
VI - pela reincidência.
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a perigo comum;
todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam
objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
interrupção relativa a qualquer deles. outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido;
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V
deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
dia da interrupção. vantagem de outro crime:

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
graves.
Feminicídio
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
isoladamente. feminino:

Perdão judicial VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.


142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
considerada para efeitos de reincidência. exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
PARTE ESPECIAL grau, em razão dessa condição:

TÍTULO I Pena - reclusão, de doze a trinta anos.


DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
CAPÍTULO I feminino quando o crime envolve:
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
I - violência doméstica e familiar;
Homicídio simples
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

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Homicídio culposo Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;


ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio
§ 3º Se o homicídio é culposo: resulta lesão corporal de natureza grave.

Pena - detenção, de um a três anos. Parágrafo único - A pena é duplicada:

Aumento de pena Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as causa, a capacidade de resistência.
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de Infanticídio
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após:
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar
de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem Pena - detenção, de dois a seis anos.
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
Aborto provocado pela gestante ou com seu
consentimento
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
outrem lho provoque:
extermínio.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
até a metade se o crime for praticado:
Aborto provocado por terceiro
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto; Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante:
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
Pena - reclusão, de três a dez anos.
(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças
degenerativas que acarretem condição limitante ou de
vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
13.771, de 2018)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
III - na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
de 2018) gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou
debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência fraude, grave ameaça ou violência
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº Forma qualificada
13.771, de 2018)
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar- lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
lhe auxílio para que o faça: qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico

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Aborto necessário § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o


agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; lo:

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de Diminuição de pena


consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal. § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
CAPÍTULO II emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
DAS LESÕES CORPORAIS juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Lesão corporal Substituição da pena

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir
outrem: a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
Lesão corporal de natureza grave
II - se as lesões são recíprocas.
§ 1º Se resulta:
Lesão corporal culposa
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
trinta dias; § 6° Se a lesão é culposa:

II - perigo de vida; Pena - detenção, de dois meses a um ano.

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; Aumento de pena

IV - aceleração de parto: § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer


qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Código.

§ 2° Se resulta: § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

I - Incapacidade permanente para o trabalho; Violência Doméstica

II - enfermidade incuravel; § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,


descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
IV - deformidade permanente;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
V - aborto:
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
circunstâncias são as indicadas no § 9 o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
Lesão corporal seguida de morte

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§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
aumentada de um terço se o crime for cometido contra guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
pessoa portadora de deficiência. incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente Pena - detenção, de seis meses a três anos.
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
de Segurança Pública, no exercício da função ou em grave:
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa Pena - reclusão, de um a cinco anos.
condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
§ 2º - Se resulta a morte:
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Perigo de contágio venéreo


Aumento de pena

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou


§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de
terço:
que sabe ou deve saber que está contaminado:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge,
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
irmão, tutor ou curador da vítima.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

§ 2º - Somente se procede mediante representação.


Exposição ou abandono de recém-nascido

Perigo de contágio de moléstia grave


Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
desonra própria:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
contágio:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três anos.
Perigo para a vida ou saúde de outrem
§ 2º - Se resulta a morte:
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
e iminente:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
Omissão de socorro
constitui crime mais grave.

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-


Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou
terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo
à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
decorre do transporte de pessoas para a prestação de
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
autoridade pública:
desacordo com as normas legais.

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


Abandono de incapaz

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Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da CAPÍTULO V


omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e DOS CRIMES CONTRA A HONRA
triplicada, se resulta a morte.
Calúnia
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial: § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da
negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza Exceção da verdade
grave, e até o triplo se resulta a morte.
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
Maus-tratos
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
nº I do art. 141;
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Difamação
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
reputação:

§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.


Exceção da verdade

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado


Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
CAPÍTULO IV
DA RIXA
Injúria

Rixa
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro:
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
contendores:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.


§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de


I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a
diretamente a injúria;
pena de detenção, de seis meses a dois anos.

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II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra Retratação


injúria.
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem
aviltantes: Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o
pena correspondente à violência. ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou,
a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela
Pena - reclusão de um a três anos e multa. ofensa.

Disposições comuns Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140,
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se § 2º, da violência resulta lesão corporal.
de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
governo estrangeiro; deste Código, e mediante representação do ofendido, no
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §
3o do art. 140 deste Código.
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

CAPÍTULO VI
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

SEÇÃO I
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
de deficiência, exceto no caso de injúria.

Constrangimento ilegal
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro
Exclusão do crime
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer o que ela não manda:
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
parte ou por seu procurador;
Aumento de pena
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três
difamar;
pessoas, ou há emprego de armas.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as
em apreciação ou informação que preste no cumprimento
correspondentes à violência.
de dever do ofício.

§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:


Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

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I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
do paciente ou de seu representante legal, se justificada por correspondente à violência.
iminente perigo de vida;
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
II - a coação exercida para impedir suicídio.
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte
Ameaça do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
grave: com o fim de retê-lo no local de trabalho.

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:

Parágrafo único - Somente se procede mediante I – contra criança ou adolescente;


representação.
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
Seqüestro e cárcere privado origem.

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante Tráfico de Pessoas


seqüestro ou cárcere privado:
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir,
Pena - reclusão, de um a três anos. comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça,
violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
escravo;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
casa de saúde ou hospital; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV - adoção ilegal; ou

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) V - exploração sexual.


anos;
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: I - o crime for cometido por funcionário público no exercício
de suas funções ou a pretexto de exercê-las;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
Redução a condição análoga à de escravo pessoa idosa ou com deficiência;

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador função; ou
ou preposto:

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IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
nacional
SEÇÃO III
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for DOS CRIMES CONTRA A
primário e não integrar organização criminosa. INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

SEÇÃO II Violação de correspondência


DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DODOMICÍLIO
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de
Violação de domicílio correspondência fechada, dirigida a outrem:

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Sonegação ou destruição de correspondência

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Na mesma pena incorre:

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar I - quem se apossa indevidamente de correspondência


ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega
duas ou mais pessoas: ou destrói;

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou
correspondente à violência. telefônica

§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou
por funcionário público, fora dos casos legais, ou com utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou
inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica
abuso do poder. entre outras pessoas;

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
alheia ou em suas dependências: no número anterior;

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
para efetuar prisão ou outra diligência; sem observância de disposição legal.

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para
está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. outrem.

§ 4º - A expressão "casa" compreende: § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em


serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
I - qualquer compartimento habitado;
Pena - detenção, de um a três anos.
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
exerce profissão ou atividade.
Correspondência comercial
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
parágrafo anterior; correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:

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Pena - detenção, de três meses a dois anos. computador com o intuito de permitir a prática da conduta
definida no caput.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação. § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
invasão resulta prejuízo econômico.
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou
Divulgação de segredo industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
documento particular ou de correspondência confidencial, Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa a conduta não constitui crime mais grave.
produzir dano a outrem:
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações
§ 1º Somente se procede mediante representação. obtidos.

§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos praticado contra:
sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública: I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - Presidente do Supremo Tribunal Federal

§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
a ação penal será incondicionada. Federal, de Assembléia Legislativa de Estado, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
Violação do segredo profissional
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Ação penal

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se
procede mediante representação, salvo se o crime é
Parágrafo único - Somente se procede mediante cometido contra a administração pública direta ou indireta
representação. de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de
serviços públicos.
Invasão de dispositivo informático

TÍTULO II
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida
de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa CAPÍTULO I
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades DO FURTO
para obter vantagem ilícita:
Furto
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
o
§ 1 Na mesma pena incorre quem produz, oferece, móvel:
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de

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Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado § 1º - Somente se procede mediante representação.


durante o repouso noturno.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível,
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente CAPÍTULO II
a pena de multa. DO ROUBO E DA EXTORSÃO

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou Roubo


qualquer outra que tenha valor econômico.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
Furto qualificado mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o resistência:
crime é cometido:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa; § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
destreza; detenção da coisa para si ou para terceiro.

III - com emprego de chave falsa; § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato II - se há o concurso de duas ou mais pessoas
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018) III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração
for de veículo automotor que venha a ser transportado para IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
outro Estado ou para o exterior. transportado para outro Estado ou para o exterior;

§ 6 º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
subtração for de semovente domesticável de produção, sua liberdade.
ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº
multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de 13.654, de 2018)
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído
13.654, de 2018). pela Lei nº 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma


de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
comum:

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II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) § 3º - Se resulta a morte:

§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
13.654, de 2018)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
2018)
Extorsão indireta
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar
Extorsão causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro:
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa: CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Alteração de limites
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
metade. outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
disposto no § 3º do artigo anterior. Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade § 1º - Na mesma pena incorre quem:


da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
Usurpação de águas
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave
ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e
3o, respectivamente. I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem,
águas alheias;
Extorsão mediante seqüestro
Esbulho possessório
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço
do resgate: mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena
a esta cominada.
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,
se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
violência, somente se procede mediante queixa.
quadrilha.

Supressão ou alteração de marca em animais


Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:

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Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Ação penal

CAPÍTULO IV Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo
DO DANO e do art. 164, somente se procede mediante queixa.

Dano CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Apropriação indébita
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
Dano qualificado posse ou a detenção:

Parágrafo único - Se o crime é cometido: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

I - com violência à pessoa ou grave ameaça; Aumento de pena

II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente
fato não constitui crime mais grave recebeu a coisa:

III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito I - em depósito necessário;


Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
concessionária de serviços públicos; inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
a vítima:
Apropriação indébita previdenciária
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da
pena correspondente à violência. Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia legal ou convencional:

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o
fato resulte prejuízo: § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
importância destinada à previdência social que tenha sido
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros
ou arrecadada do público;
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
pela autoridade competente em virtude de valor artístico, II – recolher contribuições devidas à previdência social que
arqueológico ou histórico: tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação de serviços;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
Alteração de local especialmente protegido cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa
pela previdência social.
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o
aspecto de local especialmente protegido por lei: § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. importâncias ou valores e presta as informações devidas à

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previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
antes do início da ação fiscal. prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar fraudulento:
somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos
mil réis a dez contos de réis.
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o
previdenciária, inclusive acessórios; ou prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no
art. 155, § 2º.
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. Disposição de coisa alheia como própria

§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em
aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, garantia coisa alheia como própria;
inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,
administrativamente, como sendo o mínimo para o Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº
13.606, de 2018)
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
da natureza prestações, silenciando sobre qualquer dessas
circunstâncias;
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Defraudação de penhor

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: tem a posse do objeto empenhado;

Apropriação de tesouro Fraude na entrega de coisa

I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário que deve entregar a alguém;
do prédio;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
Apropriação de coisa achada
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro valor de seguro;
no prazo de quinze dias.
Fraude no pagamento por meio de cheque
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o
disposto no art. 155, § 2º. VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto
Estelionato de economia popular, assistência social ou beneficência.

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Estelionato contra idoso pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de
ou outra qualidade:
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
contra idoso. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Duplicata simulada § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não Outras fraudes
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou
qualidade, ou ao serviço prestado. Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. para efetuar o pagamento:

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de
Duplicatas. Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
Abuso de incapazes deixar de aplicar a pena.

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de Fraudes e abusos na fundação ou administração de
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da sociedade por ações
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
relativo:
Induzimento à especulação
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da constitui crime contra a economia popular.
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de
outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou contra a economia popular:
devendo saber que a operação é ruinosa:
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações,
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou
comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa
Fraude no comércio sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
adquirente ou consumidor: II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria sociedade;
falsificada ou deteriorada;
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
II - entregando uma mercadoria por outra: ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou
haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta
da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade
permite;
ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra
verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender

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V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito Receptação qualificada


social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
sociedade; § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
lucros ou dividendos fictícios; coisa que deve saber ser produto de crime:

VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
de conta ou parecer; § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; clandestino, inclusive o exercício em residência.

IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
Governo. criminoso:

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou as penas.
para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia
geral. § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
"warrant" § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no
desacordo com disposição legal: § 2º do art. 155.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado,
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
Fraude à execução pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, dobro a pena prevista no caput deste artigo.
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Receptação de animal
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou
de comercialização, semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
CAPÍTULO VII
produto de crime:
DA RECEPTAÇÃO

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


Receptação

CAPÍTULO VIII
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
DISPOSIÇÕES GERAIS
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte: Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

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II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,


legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro
sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: determinados por quem formula a demanda, com intuito de
lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa,
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor de fonograma, ou de quem os
represente:
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.


III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se


Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que
lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso
pessoa;
privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.

II - ao estranho que participa do crime.


Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou Art. 185 - (Revogado)
superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 186. Procede-se mediante:
TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
CAPÍTULO I
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
nos §§ 1o e 2o do art. 184;
Violação de direito autoral
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes
cometidos em desfavor de entidades de direito público,
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista
ou fundação instituída pelo Poder Público;
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, crimes previstos no § 3o do art. 184.
com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio
ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou
CAPÍTULO II
fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou
de quem os represente:
Violação de privilégio de invenção
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art 187. (Revogado)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de
Falsa atribuição de privilégio
lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda,
aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito,
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma Art 188. (Revogado)
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de
artista intérprete ou executante ou do direito do produtor Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho
de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra privilegiado
intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos
titulares dos direitos ou de quem os represente. Art. 189. (Revogado)

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Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e
boicotagem violenta
Art. 190.(Revogado)
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
Art. 191.(Revogado) ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer
a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou
CAPÍTULO III produto industrial ou agrícola:
DOS CRIMES CONTRA AS
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Violação do direito de marca
Atentado contra a liberdade de associação
Art. 192. (Revogado)
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado
sindicato ou associação profissional:
Art. 193.(Revogado)
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Marca com falsa indicação de procedência

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou


Art. 194. (Revogado)
perturbação da ordem
Art. 195.(Revogado)
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de
trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Concorrência desleal
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono
Art. 196. (Revogado)
de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos,
três empregados.
TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA
Paralisação de trabalho de interesse coletivo
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de
Atentado contra a liberdade de trabalho
trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou
serviço de interesse coletivo:
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou


Invasão de estabelecimento industrial,comercial ou
indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo agrícola. Sabotagem
período ou em determinados dias:
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial,
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
correspondente à violência;
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim
danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a delas dispor:
participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
pena correspondente à violência.
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

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Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito território nacional, mediante fraude ou cobrança de
assegurado pela legislação do trabalho: qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar
condições do seu retorno ao local de origem.
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da
pena correspondente à violência. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
§ 1º Na mesma pena incorre quem: portadora de deficiência física ou mental.

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de TÍTULO V


determinado estabelecimento, para impossibilitar o DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
desligamento do serviço em virtude de dívida; RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer CAPÍTULO I


natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
documentos pessoais ou contratuais.
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima relativo
é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
portadora de deficiência física ou mental Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo
de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação
legal relativa à nacionalização do trabalho: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
correspondente à violência. aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.
Exercício de atividade com infração de decisão
administrativa CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por
decisão administrativa: Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia
funerária:
Aliciamento para o fim de emigração
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o
fim de levá-los para território estrangeiro. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. violência.

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do Violação de sepultura


território nacional
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma
para outra localidade do território nacional: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Pena - detenção de um a três anos, e multa. Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
fora da localidade de execução do trabalho, dentro do

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Legislação compilada pelo Estratégia Concursos

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
Vilipêndio a cadáver 2018)

Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Art. 216.(Revogado)

Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Assédio sexual

TÍTULO VI Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter


DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
CAPÍTULO I agente da sua condição de superior hierárquico ou
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
Estupro
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que Parágrafo único. (VETADO)
com ele se pratique outro ato libidinoso:
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. menor de 18 (dezoito) anos.

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave CAPÍTULO I-A


ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14
(catorze) anos: DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)

§ 2o Se da conduta resulta morte: Registro não autorizado da intimidade sexual

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual
Art. 214 -(Revogado) ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização
dos participantes: (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
Violação sexual mediante fraude
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
vítima: registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo. (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 13.772, de 2018)

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter CAPÍTULO II


vantagem econômica, aplica-se também multa. DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Sedução

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato Art. 217 -(Revogado)
libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a
de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato


libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:

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Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência econômica, aplica-se também multa.
mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer § 2o Incorre nas mesmas penas:
resistência.
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
§ 2o (VETADO) alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos
na situação descrita no caput deste artigo;
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.

§ 4o Se da conduta resulta morte: § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito


obrigatório da condenação a cassação da licença de
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. localização e de funcionamento do estabelecimento.

§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de
artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído
vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais pela Lei nº 13.718, de 2018)
anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por
Corrupção de menores qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa
ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro
satisfazer a lascívia de outrem: ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza
a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
2018)
Parágrafo único. (VETADO)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou 2018)
adolescente
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de
terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou
outrem:
tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com
o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
13.718, de 2018)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável.
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas
descritas no caput deste artigo em publicação de natureza
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
de recurso que impossibilite a identificação da vítima,
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18
mental, não tem o necessário discernimento para a prática (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:

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CAPÍTULO III Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)


DO RAPTO
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído
Rapto violento ou mediante fraude pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 219 – Revogado Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Rapto consensual b) para controlar o comportamento social ou sexual da


vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 220 -(Revogado)
CAPÍTULO V
Diminuição de pena DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
Art. 221 -(Revogado) EXPLORAÇÃO SEXUAL

Concurso de rapto e outro crime Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 222 -(Revogado) Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:

CAPÍTULO IV Pena - reclusão, de um a três anos.


DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18
Art. 223 -(Revogado) (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente,
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
Art. 224 -(Revogado)
educação, de tratamento ou de guarda:
Ação penal
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave
Título, procede-se mediante ação penal pública
ameaça ou fraude:
incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena


Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
correspondente à violência.
13.718, de 2018)

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se


Aumento de pena
também multa.
Art. 226. A pena é aumentada:
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
sexual
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso
de 2 (duas) ou mais pessoas;
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
que alguém a abandone:
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº
13.718, de 2018)
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor
III –(REVOGADO)
ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra
forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.

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§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter
grave ameaça ou fraude: vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em
território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena
correspondente à violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se § 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer
também multa. meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de
estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente
Casa de prostituição em país estrangeiro.

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, § 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço)
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou se
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
gerente: I - o crime é cometido com violência; ou

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. II - a vítima é submetida a condição desumana ou
degradante.
Rufianismo
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando das correspondentes às infrações conexas.
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo
ou em parte, por quem a exerça: CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Ato obsceno
o
§ 1 Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, ou exposto ao público:
tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por
quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
proteção ou vigilância:
Escrito ou objeto obsceno
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou
manifestação da vontade da vítima: qualquer objeto obsceno:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração
sexual I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
dos objetos referidos neste artigo;
Art. 231 - (Revogado)
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público,
Art. 231-A.(Revogado) representação teatral, ou exibição cinematográfica de
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o
Art. 232 -(Revogado) mesmo caráter;

Promoção de migração ilegal III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.

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CAPÍTULO VII Pena - detenção, de seis meses a dois anos.


DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do
contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
Aumento de pena de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro
ou impedimento, anule o casamento.
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é
aumentada: Conhecimento prévio de impedimento

I – (VETADO) Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de


impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
II – (VETADO)
Pena - detenção, de três meses a um ano.
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta
gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018) Simulação de autoridade para celebração de casamento

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que de casamento:
sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou
pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.718, Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
de 2018) crime mais grave.

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos Simulação de casamento


neste Título correrão em segredo de justiça.
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
Art. 234-C. (VETADO) pessoa:

TÍTULO VII Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui


DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA elemento de crime mais grave.

CAPÍTULO I Adultério
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Art. 240 - (Revogado)
Bigamia
CAPÍTULO II
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Pena - reclusão, de dois a seis anos. Registro de nascimento inexistente

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido nascimento inexistente:
com reclusão ou detenção, de um a três anos.
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento,
ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao
inexistente o crime. estado civil de recém-nascido

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu
o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo,
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não
seja casamento anterior: Pena - reclusão, de dois a seis anos.

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Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de efetivação de ato destinado ao envio de menor para o
reconhecida nobreza: exterior, com o fito de obter lucro.

Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de Abandono intelectual


aplicar a pena.
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
Sonegação de estado de filiação primária de filho em idade escolar:

Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação
ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos,
inerente ao estado civil: sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
pessoa viciosa ou de má vida;
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-
lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
Abandono material
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 pública:
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
CAPÍTULO IV
gravemente enfermo:
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma
a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
incapazes
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento
do lugar em que se acha por determinação de quem sobre
de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial;
majorada.
confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador
algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem
Entrega de filho menor a pessoa inidônea justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica
moral ou materialmente em perigo:
Subtração de incapazes

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.


Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao
poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o ordem judicial:
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é
enviado para o exterior.
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
constitui elemento de outro crime.
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou
curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou

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temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela Explosão


ou guarda.
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar simples colocação de engenho de dinamite ou de substância
de aplicar pena. de efeitos análogos:

TÍTULO VIII Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.


DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo
CAPÍTULO I de efeitos análogos:
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Incêndio
Aumento de pena
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem: § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre
qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Aumento de pena
Modalidade culposa
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis
pecuniária em proveito próprio ou alheio; meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três
meses a um ano.
II - se o incêndio é:
Uso de gás tóxico ou asfixiante
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
de assistência social ou de cultura;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de
transporte coletivo; Modalidade Culposa

d) em estação ferroviária ou aeródromo; Parágrafo único - Se o crime é culposo:

e) em estaleiro, fábrica ou oficina; Pena - detenção, de três meses a um ano.

f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de


explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar,
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo,
gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua
fabricação:
Incêndio culposo

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.


§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis
meses a dois anos.
Inundação

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Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a
integridade física ou o patrimônio de outrem: floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Modalidade culposa
Perigo de inundação
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio um a seis meses, ou multa.
ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada CAPÍTULO II
a impedir inundação: DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Desabamento ou desmoronamento Perigo de desastre ferroviário

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio
de outrem: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou
parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. obra-de-arte ou instalação;

Modalidade culposa II - colocando obstáculo na linha;

Parágrafo único - Se o crime é culposo: III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos
veículos ou interrompendo ou embaraçando o
Pena - detenção, de seis meses a um ano. funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

Subtração, ocultação ou inutilização de material de IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
salvamento
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de
incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou Desastre ferroviário
calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado
a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; § 1º - Se do fato resulta desastre:
ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de
aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos
dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a
pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um
Atentado contra a segurança de transporte marítimo,
terço.
fluvial ou aéreo

Difusão de doença ou praga


Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria
ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou
dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

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Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de
serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de utilidade pública:
embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço)
Prática do crime com o fim de lucro até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de
material essencial ao funcionamento dos serviços.
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente
pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,
para si ou para outrem. telefônico, informático, telemático ou de informação de
utilidade pública
Modalidade culposa
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o
restabelecimento:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço
telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público,
ou dificulta-lhe o restabelecimento.
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:

§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido


Pena - detenção, de um a dois anos.
por ocasião de calamidade pública.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de
CAPÍTULO III
dois a cinco anos.
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Epidemia
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de
germes patogênicos:
Forma qualificada
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260
a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois


Arremesso de projétil
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento,
Infração de medida sanitária preventiva
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo
ar:
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena - detenção, de um a seis meses.

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.


Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é
de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a
pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.

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Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou,
de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a
substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido
Omissão de notificação de doença ou adulterado.

Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
doença cuja notificação é compulsória: previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor
alcoólico.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Modalidade culposa
Envenenamento de água potável ou de substância
alimentícia ou medicinal § 2º - Se o crime é culposo:

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada
a consumo: Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou
a substância envenenada. Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

Modalidade culposa § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende,


expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
§ 2º - Se o crime é culposo: qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este
Corrupção ou poluição de água potável artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos
farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em
diagnóstico.
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva
à saúde: § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer
das seguintes condições:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância


Modalidade culposa
sanitária competente;
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro
previsto no inciso anterior;
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
III - sem as características de identidade e qualidade
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de admitidas para a sua comercialização;
substância ou produtos alimentícios
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar atividade;
substância ou produto alimentício destinado a consumo,
tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
V - de procedência ignorada;
nutritivo:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

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VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


autoridade sanitária competente.
Modalidade culposa
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Substância avariada
Emprego de processo proibido ou de substância não
permitida Art. 279 -

Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a Medicamento em desacordo com receita médica
consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria
corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
ou qualquer outra não expressamente permitida pela receita médica:
legislação sanitária:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Modalidade culposa
Invólucro ou recipiente com falsa indicação
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
substância que não se encontra em seu conteúdo ou que
nele existe em quantidade menor que a mencionada:
Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU
SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
Produto ou substância nas condições dos dois artigos
PSÍQUICA.
anteriores
Art. 281. (Revogado)
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para
vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
nas condições dos arts. 274 e 275.

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de


Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou
excedendo-lhe os limites:
Substância destinada à falsificação
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder
substância destinada à falsificação de produtos alimentícios,
terapêuticos ou medicinais: Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
aplica-se também multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Charlatanismo
Outras substâncias nocivas à saúde pública
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
infalível:
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada
à alimentação ou a fim medicinal:
Curandeirismo

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Art. 284 - Exercer o curandeirismo: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, TÍTULO X


qualquer substância; DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; CAPÍTULO I


DA MOEDA FALSA
III - fazendo diagnósticos:
Moeda Falsa
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
remuneração, o agente fica também sujeito à multa. estrangeiro:

Forma qualificada Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou
previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
267. empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

TÍTULO IX § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,


DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses
Incitação ao crime a dois anos, e multa.

Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa,
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco
de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
emissão:
Apologia de crime ou criminoso
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
lei;
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou
de autor de crime:
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Associação Criminosa
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes:
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em
associação é armada ou se houver a participação de criança tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
ou adolescente.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Constituição de milícia privada
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido,
esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.
previstos neste Código:

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Petrechos para falsificação de moeda I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
falsificados a que se refere este artigo;
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado
falsificação de moeda: destinado a controle tributário;

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
Emissão de título ao portador sem permissão legal fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, industrial, produto ou mercadoria:
vale ou título que contenha promessa de pagamento em
dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
pessoa a quem deva ser pago: tributário, falsificado;

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa. legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Falsificação de papéis públicos § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
tributo; falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis
meses a dois anos, ou multa.
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso
legal; § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros
III - vale postal;
logradouros públicos e em residências.
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa
Petrechos de falsificação
econômica ou de outro estabelecimento mantido por
entidade de direito público;
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
dos papéis referidos no artigo anterior:
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou
caução por que o poder público seja responsável;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
transporte administrada pela União, por Estado ou por Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
Município: prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
parte.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
§ 1o Incorre na mesma pena quem:

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Falsificação do selo ou sinal público II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do


empregado ou em documento que deva produzir efeito
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter sido escrita;
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União,
de Estado ou de Município; III – em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: que deveria ter constado.

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
trabalho ou de prestação de serviços.
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
Falsificação de documento particular
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou
identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública. Falsificação de cartão

§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta a documento particular o cartão de crédito ou débito.
parte.
Falsidade ideológica
Falsificação de documento público
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
público, ou alterar documento público verdadeiro: inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento


§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
documento é particular.
parte.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete


§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
portador ou transmissível por endosso, as ações de
pena de sexta parte.
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
particular.
Falso reconhecimento de firma ou letra
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de
função pública, firma ou letra que o não seja:
I – na folha de pagamento ou em documento de informações
que seja destinado a fazer prova perante a previdência
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
obrigatório; é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é
particular.

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Certidão ou atestado ideologicamente falso Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de particular verdadeiro, de que não podia dispor:
função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
público, ou qualquer outra vantagem: é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
documento é particular.
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
CAPÍTULO IV
Falsidade material de atestado ou certidão DE OUTRAS FALSIDADES

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, Falsificação do sinal empregado no contraste de metal
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
público, ou qualquer outra vantagem: sinal empregado pelo poder público no contraste de metal
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou
Pena - detenção, de três meses a dois anos. sinal dessa natureza, falsificado por outrem:

§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa
Falsidade de atestado médico a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou
para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, comprovar o cumprimento de formalidade legal:
atestado falso:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Falsa identidade
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
aplica-se também multa. Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica causar dano a outrem:

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato
tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a não constitui elemento de crime mais grave.
alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do
selo ou peça: Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor,
caderneta de reservista ou qualquer documento de
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o
fato não constitui elemento de crime mais grave.
Uso de documento falso
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no
território nacional, nome que não é o seu:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Supressão de documento

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Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração
promover-lhe a entrada em território nacional: pública:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos cometido por funcionário público.
em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de
tais bens: TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
CAPÍTULO I
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento: Peculato

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. proveito próprio ou alheio:

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
material ou informação oficial. embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
CAPÍTULO V próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Peculato culposo
Fraudes em certames de interesse público
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de de outrem:
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: Pena - detenção, de três meses a um ano.

I - concurso público; § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se


precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
II - avaliação ou exame públicos; lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou Peculato mediante erro de outrem

IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às Inserção de dados falsos em sistema de informações
informações mencionadas no caput.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente

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dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
dados da Administração Pública com o fim de obter outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar cofres públicos:
dano: )
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Corrupção passiva
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de
informações Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
informações ou programa de informática sem autorização promessa de tal vantagem:
ou solicitação de autoridade competente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
a metade se da modificação ou alteração resulta dano para praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
a Administração Pública ou para o administrado. funcional.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de pedido ou influência de outrem:
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Facilitação de contrabando ou descaminho
crime mais grave.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas de contrabando ou descaminho (art. 334):

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
da estabelecida em lei:
Prevaricação
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
Concussão de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
Excesso de exação comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei Condescendência criminosa
não autoriza:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. responsabilizar subordinado que cometeu infração no

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exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
revelação:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o
Advocacia administrativa fato não constitui crime mais grave.

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário: I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública;
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Violência arbitrária Pública ou a outrem:

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
pretexto de exercê-la:
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena
correspondente à violência. Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Abandono de função
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei: Funcionário público

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
conveniada para a execução de atividade típica da
fronteira:
Administração Pública.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
ou assessoramento de órgão da administração direta,
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem instituída pelo poder público.
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Violação de sigilo funcional Usurpação de função pública

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Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. retardar ato de ofício:

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
Resistência omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante Descaminho


violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. de mercadoria

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Pena - reclusão, de um a três anos. § 1o Incorre na mesma pena quem:

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
correspondentes à violência. permitidos em lei;

Desobediência II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente
no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser
Desacato
produto de introdução clandestina no território nacional ou
de importação fraudulenta por parte de outrem;
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da
função ou em razão dela:
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de documentos que
Tráfico de Influência sabe serem falsos.

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
influir em ato praticado por funcionário público no exercício clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
da função: exercido em residências.

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada Contrabando
ao funcionário.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Corrupção ativa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.

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§ 1o Incorre na mesma pena quem: Subtração ou inutilização de livro ou documento

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
oficial, processo ou documento confiado à custódia de
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público público:
competente;
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira crime mais grave.
destinada à exportação;
Sonegação de contribuição previdenciária
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes
proibida pela lei brasileira; condutas:

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria documento de informações previsto pela legislação
proibida pela lei brasileira. previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos equiparado que lhe prestem serviços;
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
exercido em residências. contabilidade da empresa as quantias descontadas dos
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é de serviços;
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos
geradores de contribuições sociais previdenciárias:
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública
ou venda em hasta pública, promovida pela administração Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores
vantagem: e presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além ação fiscal.
da pena correspondente à violência.
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém somente a de multa se o agente for primário e de bons
de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. antecedentes, desde que:

Inutilização de edital ou de sinal I – (VETADO)

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
determinação legal ou por ordem de funcionário público, ajuizamento de suas execuções fiscais.
para identificar ou cerrar qualquer objeto:
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.

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§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
reajuste dos benefícios da previdência social. Reingresso de estrangeiro expulso

CAPÍTULO II-A Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro


DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A que dele foi expulso:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
Corrupção ativa em transação comercial internacional expulsão após o cumprimento da pena.

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou Denunciação caluniosa


indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à processo judicial, instauração de investigação
transação comercial internacional: administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. o sabe inocente:

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público
estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
infringindo dever funcional. serve de anonimato ou de nome suposto.

Tráfico de influência em transação comercial internacional § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de


prática de contravenção.
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de Comunicação falsa de crime ou de contravenção
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
relacionado a transação comercial internacional:
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter
verificado:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
Auto-acusação falsa
a funcionário estrangeiro.
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
Funcionário público estrangeiro
inexistente ou praticado por outrem:

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,


Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública
Falso testemunho ou falsa perícia
em entidades estatais ou em representações diplomáticas
de país estrangeiro.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
em juízo arbitral:
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo
Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
públicas internacionais. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO III § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o


crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo

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penal, ou em processo civil em que for parte entidade da Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
administração pública direta ou indireta. civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
declara a verdade.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou aplicam-se em dobro.
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou Favorecimento pessoal
interpretação:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. autor de crime a que é cominada pena de reclusão:

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova
destinada a produzir efeito em processo penal ou em § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta.
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

Coação no curso do processo


§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
Favorecimento real
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral: Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
proveito do crime:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
estabelecimento prisional.

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da


Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
pena correspondente à violência.
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente
se procede mediante queixa.
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria,
poder:
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial
ou convenção:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
Fraude processual
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
estabelecimento destinado a execução de pena privativa de
liberdade ou de medida de segurança;

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II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar correspondente à violência.
imediatamente a ordem de liberdade;
Patrocínio infiel
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio,
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. em juízo, lhe é confiado:

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente Patrocínio simultâneo ou tergiversação
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. procurador judicial que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
reclusão, de dois a seis anos.
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se restituir autos, documento ou objeto de valor probatório,
também a pena correspondente à violência. que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
preso ou o internado. Exploração de prestígio

§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
ano, ou multa. Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha:
Evasão mediante violência contra a pessoa
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
submetido a medida de segurança detentiva, usando de Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o
violência contra a pessoa: agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
correspondente à violência. Violência ou fraude em arrematação judicial

Arrebatamento de preso Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação


judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
quem o tenha sob custódia ou guarda: oferecimento de vantagem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da
correspondente à violência. pena correspondente à violência.

Motim de presos Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão


de direito
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão: Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:

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Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

CAPÍTULO IV Não cancelamento de restos a pagar


DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
Contratação de operação de crédito Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover
o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de valor superior ao permitido em lei:
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
legislativa: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
mandato ou legislatura
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta
I – com inobservância de limite, condição ou montante dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: )
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o
limite máximo autorizado por lei. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública
ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que
pagar, de despesa que não tenha sido previamente estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: de custódia:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou DISPOSIÇÕES FINAIS


legislatura
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, contra a existência, a segurança e a integridade do Estado e
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato contra a guarda e o emprego da economia popular, os crimes
ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do
exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no Presidente da República e dos Governadores ou
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente Interventores, e os crimes militares, revogam-se as
de disponibilidade de caixa: disposições em contrário.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro
de 1942.
Ordenação de despesa não autorizada
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Independência e 52º da República.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. GETÚLIO VARGAS


Francisco Campos
Prestação de garantia graciosa

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que


tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou
superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:

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h) ao direito de reunião;
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE
1965. i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício


LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. profissional.

Regula o Direito de Representação e o processo de Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de
abuso de autoridade. a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso poder;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou
Art. 1º O direito de representação e o processo de a constrangimento não autorizado em lei;
responsabilidade administrativa civil e penal, contra as
autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente
abusos, são regulados pela presente lei. a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
petição: detenção ilegal que lhe seja comunicada;

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a prestar fiança, permitida em lei;
respectiva sanção;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
competência para iniciar processo-crime contra a autoridade despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer
culpada. quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de recibo de importância recebida a título de carceragem,
autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as
houver. h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural
ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: ou sem competência legal;

a) à liberdade de locomoção; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de


medida de segurança, deixando de expedir em tempo
b) à inviolabilidade do domicílio; oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade.
c) ao sigilo da correspondência;
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
d) à liberdade de consciência e de crença; quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
e) ao livre exercício do culto religioso; remuneração.

f) à liberdade de associação; Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção


administrativa civil e penal.
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do
voto; § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
gravidade do abuso cometido e consistirá em:

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a) advertência; Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da


autoridade civil ou militar.
b) repreensão;
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a autoridade administrativa ou independentemente dela,
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; poderá ser promovida pela vítima do abuso, a
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade
d) destituição de função; culpada.

e) demissão; Art. 10. Vetado

f) demissão, a bem do serviço público. Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de
Processo Civil.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
dano, consistirá no pagamento de uma indenização de Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de
quinhentos a dez mil cruzeiros. inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério
Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras
dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação
da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas,
denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem
assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
b) detenção por dez dias a seis meses;
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de duas vias.
qualquer outra função pública por prazo até três anos.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
aplicadas autônoma ou cumulativamente.
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios,
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade por meio de duas testemunhas qualificadas;
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no
audiência de instrução e julgamento, a designação de um
município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
perito para fazer as verificações necessárias.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou
prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
militar competente determinará a instauração de inquérito
apresentarão por escrito, querendo, na audiência de
para apurar o fato.
instrução e julgamento.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis
poderá conter a indicação de mais duas testemunhas.
ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.

Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de


§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
militar normas reguladoras do inquérito administrativo
representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes
serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219
as razões invocadas, fará remessa da representação ao
a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto
Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará
dos Funcionários Públicos Civis da União).
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá
no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado
para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.

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Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu
denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e
intervir em todos os termos do processo, interpor recursos Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao
retomar a ação como parte principal. advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou
defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um,
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou
rejeitando a denúncia. Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente
a sentença.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os
improrrogavelmente. dentro de cinco dias. depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
final e para comparecer à audiência de instrução e Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
julgamento, será feita por mandado sucinto que, será Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
acompanhado da segunda via da representação e da queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
denúncia.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados
apresentada em juízo, independentemente de intimação. nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre
motivadamente, até o dobro.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória
para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais
providências. Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
caberão os recursos e apelações previstas no Código de
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos Processo Penal.
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência,
apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
representante do Ministério Público ou o advogado que
tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e
77º da República.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se
se ausente o Juiz.
H. CASTELLO BRANCO
Juracy Magalhães
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência. DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia
útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o
interrogatório do réu, se estiver presente. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

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LIVRO I c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua


profissão e residência.
DO PROCESSO EM GERAL
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura
TÍTULO I
de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
o
Art. 1 O processo penal reger-se-á, em todo o território existência de infração penal em que caiba ação pública
brasileiro, por este Código, ressalvados: poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
I - os tratados, as convenções e regras de direito
informações, mandará instaurar inquérito.
internacional;
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com
os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la.
III - os processos da competência da Justiça Militar;
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração
IV - os processos da competência do tribunal especial;
penal, a autoridade policial deverá:
V - os processos por crimes de imprensa.
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais criminais;
que os regulam não dispuserem de modo diverso.
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem após liberados pelos peritos criminais;
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
III - colher todas as provas que servirem para o
anterior.
esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação
IV - ouvir o ofendido;
extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento
dos princípios gerais de direito. V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,
do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo
TÍTULO II
o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que
DO INQUÉRITO POLICIAL Ihe tenham ouvido a leitura;
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a
policiais no território de suas respectivas circunscrições e acareações;
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
cometida a mesma função.
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será de antecedentes;
iniciado:
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de
I - de ofício; vista individual, familiar e social, sua condição econômica,
sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de
para a apreciação do seu temperamento e caráter.
quem tiver qualidade para representá-lo.
X - colher informações sobre a existência de filhos,
§ 1o O requerimento a que se refere o n o II conterá sempre
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
que possível:
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; dos filhos, indicado pela pessoa presa.
b) a individualização do indiciado ou seus sinais Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
característicos e as razões de convicção ou de presunção de praticada de determinado modo, a autoridade policial
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
de o fazer; que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

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Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática
caso, rubricadas pela autoridade.
que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se adequados – como sinais, informações e outros – que
o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir em curso.
do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
posicionamento da estação de cobertura, setorização e
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido intensidade de radiofreqüência
apurado e enviará autos ao juiz competente.
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
o
§ 2 No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de
que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde
qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
possam ser encontradas.
conforme disposto em lei;
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel
estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão
por uma única vez, por igual período
realizadas no prazo marcado pelo juiz.
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II,
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos
será necessária a apresentação de ordem judicial.
que interessarem à prova, acompanharão os autos do
inquérito. § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial
deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência
queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
policial.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
necessárias à instrução e julgamento dos processos; empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo
técnicos adequados – como sinais, informações e outros –
Ministério Público;
que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
autoridades judiciárias;
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
IV - representar acerca da prisão preventiva. indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A,
no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei curador pela autoridade policial.
no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o
devolução do inquérito à autoridade policial, senão para
delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados
denúncia.
e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de
autos de inquérito.
24 (vinte e quatro) horas, conterá:
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito
I - o nome da autoridade requisitante;
pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia,
II - o número do inquérito policial; e a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se
de outras provas tiver notícia.
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
responsável pela investigação. Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os
autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente,

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onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria
pedir, mediante traslado. expedida pela autoridade judiciária ou policial.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a
sociedade. ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre
o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
elementos de convicção.
forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
inquérito contra os requerentes. apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
sempre de despacho nos autos e somente será permitida
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
investigação o exigir.
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual
três dias, será decretada por despacho fundamentado do só então estará o juiz obrigado a atender.
Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação
Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o
pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
Advogados do Brasil.
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a
mais de uma circunscrição policial, a autoridade com todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar
exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja a ação como parte principal.
procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra,
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
independentemente de precatórias ou requisições, e bem
representá-lo caberá intentar a ação privada.
assim providenciará, até que compareça a autoridade
competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado
presença, noutra circunscrição. ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz
descendente ou irmão.
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento
mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. para promover a ação penal.
TÍTULO III § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover
às despesas do processo, sem privar-se dos recursos
DA AÇÃO PENAL
indispensáveis ao próprio sustento ou da família.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
§ 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei
autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido.
o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou
representá-lo. mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado
daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
ausente por decisão judicial, o direito de representação
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ministério Público, pelo juiz competente para o processo
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento penal.
do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos,
ação penal será pública.
o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu
Art. 25. A representação será irretratável, depois de representante legal.
oferecida a denúncia.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de
queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente

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mais próximo na ordem de enumeração constante do art. Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com
31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, poderes especiais, devendo constar do instrumento do
caso o querelante desista da instância ou a abandone. mandato o nome do querelante e a menção do fato
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades
de diligências que devem ser previamente requeridas no
legalmente constituídas poderão exercer a ação penal,
juízo criminal.
devendo ser representadas por quem os respectivos
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do
pelos seus diretores ou sócios-gerentes. ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a
quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
processo.
representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão
do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o do Ministério Público receber os autos do inquérito policial,
prazo para o oferecimento da denúncia. e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último
caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de
(art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do
queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos
Ministério Público receber novamente os autos.
dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
á da data em que tiver recebido as peças de informações ou
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão
a representação
do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias,
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem
contado da data em que o órgão do Ministério Público
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do
representante legal ou procurador, será reduzida a termo,
tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar,
perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do
prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores
§ 2o A representação conterá todas as informações que
esclarecimentos e documentos complementares ou novos
possam servir à apuração do fato e da autoria.
elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente,
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo possam fornecê-los.
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para pela sua indivisibilidade.
que esta proceda a inquérito.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
com a representação forem oferecidos elementos que o
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou
a denúncia no prazo de quinze dias.
procurador com poderes especiais.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do
juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação
menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará
pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os
este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá
documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
o direito do primeiro.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
relação ao que o recusar.
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o
rol das testemunhas. Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos,
o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação
representante legal, mas o perdão concedido por um,
penal.
havendo oposição do outro, não produzirá efeito.

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Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou TÍTULO IV


retardado mental e não tiver representante legal, ou
DA AÇÃO CIVIL
colidirem os interesses deste com os do querelado, a
aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
nomear. poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o
efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-
legal ou seus herdeiros.
á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor
poderes especiais.
fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano
disposto no art. 50. efetivamente sofrido.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação
os meios de prova. para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo
cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa
responsável civil.
nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três
dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
de que o seu silêncio importará aceitação. poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo
daquela.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a
punibilidade. Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de
declaração assinada pelo querelado, por seu representante
dever legal ou no exercício regular de direito.
legal ou procurador com poderes especiais.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o do fato.
andamento do processo durante 30 dias seguidos;
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua civil:
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
informação;
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto
no art. 36; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar não constitui crime.
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
alegações finais;
pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será
extinguir sem deixar sucessor. promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer TÍTULO V
extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
DA COMPETÊNCIA
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em
apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, I - o lugar da infração:
concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a
II - o domicílio ou residência do réu;
decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar
a matéria na sentença final. III - a natureza da infração;
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista IV - a distribuição;
da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público,
V - a conexão ou continência;
declarará extinta a punibilidade.

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VI - a prevenção; § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver


desclassificação para infração da competência de outro, a
VII - a prerrogativa de função.
este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a
CAPÍTULO I jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua
competência prorrogada.
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo
outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-
lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
execução.
proferir a sentença (art. 492, § 2o).
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração
CAPÍTULO IV
se consumar fora dele, a competência será determinada pelo
lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
execução.
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de
território nacional, será competente o juiz do lugar em que um juiz igualmente competente.
o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da
produzir seu resultado.
concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa
jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a prevenirá a da ação penal.
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
CAPÍTULO V
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou
permanente, praticada em território de duas ou mais Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
CAPÍTULO II praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas,
ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO
e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
RÉU
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a
facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do
ou vantagem em relação a qualquer delas;
réu.
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência
circunstâncias elementares influir na prova de outra
firmar-se-á pela prevenção.
infração.
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu
Art. 77. A competência será determinada pela continência
paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
quando:
conhecimento do fato.
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante
infração;
poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,
ainda quando conhecido o lugar da infração. II - no caso de infração cometida nas condições previstas
nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
CAPÍTULO III
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
continência, serão observadas as seguintes regras:
Art. 74. A competência pela natureza da infração será
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do
competência privativa do Tribunal do Júri.
júri;
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123,
124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada
tentados. a pena mais grave;

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b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual antecedido aos outros na prática de algum ato do processo
gravidade; ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao
oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70,
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros
§ 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
casos;
CAPÍTULO VII
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,
predominará a de maior graduação; DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do
prevalecerá esta. Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça,
dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de
Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que
processo e julgamento, salvo:
devam responder perante eles por crimes comuns e de
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; responsabilidade.
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que
menores. forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se,
Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando
em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art.
oposta e admitida a exceção da verdade.
152.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá,
§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento,
privativamente, processar e julgar:
se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à
revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. I - os seus ministros, nos crimes comuns;
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os
as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de do Presidente da República;
tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo
III - o procurador-geral da República, os desembargadores
número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão
dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar
Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos
conveniente a separação.
crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
continência, ainda que no processo da sua competência
Apelação o julgamento dos governadores ou interventores
própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença
nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal,
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de
não se inclua na sua competência, continuará competente
instância inferior e órgãos do Ministério Público.
em relação aos demais processos.
CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a
competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território
acusado, de maneira que exclua a competência do júri,
brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde
remeterá o processo ao juízo competente.
houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da
instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição República.
prevalente deverá avocar os processos que corram perante
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas
os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença
águas territoriais da República, ou nos rios e lagos
definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará,
fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais,
ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das
em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do
penas.
primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após
CAPÍTULO VI o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em
que houver tocado.
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional,
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda
dentro do espaço aéreo correspondente ao território
vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente
brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave

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estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
território nacional, serão processados e julgados pela justiça
I - suspeição;
da comarca em cujo território se verificar o pouso após o
crime, ou pela da comarca de onde houver partido a II - incompetência de juízo;
aeronave.
III - litispendência;
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com
IV - ilegitimidade de parte;
as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se
firmará pela prevenção. V - coisa julgada.
TÍTULO VI Art. 96. A argüição de suspeição precederá a qualquer
outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição
CAPÍTULO I
deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS remeterá imediatamente o processo ao seu substituto,
intimadas as partes.
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender
da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o
sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas
por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, razões acompanhadas de prova documental ou do rol de
da inquirição das testemunhas e de outras provas de testemunhas.
natureza urgente.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério do processo, mandará juntar aos autos a petição do
Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou recusante com os documentos que a instruam, e por
prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos
interessados. autos ao substituto.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar
depender de decisão sobre questão diversa da prevista no em apartado a petição, dará sua resposta dentro em três
artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em
houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal seguida, determinará sejam os autos da exceção remetidos,
poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem
verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o competir o julgamento.
curso do processo, após a inquirição das testemunhas e
§ 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da
realização das outras provas de natureza urgente.
argüição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o
razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à julgamento, independentemente de mais alegações.
parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido
§ 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz
decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo,
ou relator a rejeitará liminarmente.
retomando sua competência para resolver, de fato e de
direito, toda a matéria da acusação ou da defesa. Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os
o atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso
§ 2 Do despacho que denegar a suspensão não caberá
de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do
recurso.
excipiente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação a dois contos de réis.
pública, incumbirá ao Ministério Público intervir
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a
imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o
procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu
rápido andamento.
requerimento, o processo principal, até que se julgue o
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos incidente da suspeição.
artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de
requerimento das partes.
Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá declará-lo nos
CAPÍTULO II autos e, se for revisor, passar o feito ao seu substituto na
ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar os autos
DAS EXCEÇÕES
em mesa para nova distribuição.

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§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar- § 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta
se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de em relação ao fato principal, que tiver sido objeto da
julgamento, registrando-se na ata a declaração. sentença.
§ 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito, Art. 111. As exceções serão processadas em autos
competirá ao seu substituto designar dia para o julgamento apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da
e presidi-lo. ação penal.
§ 3o Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela CAPÍTULO III
parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável,
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
atendido, se o juiz a reconhecer, o que estabelece este
artigo. Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os
serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou
§ 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo
intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando
tribunal pleno, funcionando como relator o presidente.
houver incompatibilidade ou impedimento legal, que
§ 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
será o vice-presidente. incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas
partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção
Art. 104. Se for argüida a suspeição do órgão do Ministério
de suspeição.
Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso,
podendo antes admitir a produção de provas no prazo de CAPÍTULO IV
três dias.
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO
Art. 105. As partes poderão também argüir de suspeitos os
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-
peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de
ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito
justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da
positivo ou negativo de jurisdição.
matéria alegada e prova imediata.
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida
oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se
Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for considerarem competentes, ou incompetentes, para
imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata. conhecer do mesmo fato criminoso;
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se juízo, junção ou separação de processos.
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser
I - pela parte interessada;
oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa.
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos
§ 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a
juízos em dissídio;
declinatória, o feito será remetido ao juízo competente,
onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá. III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
§ 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de
fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada representação, e a parte interessada, sob a de requerimento,
verbalmente. darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o
tribunal competente, expondo os fundamentos e juntando
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer
os documentos comprobatórios.
motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos,
haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do § 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais
artigo anterior. poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo.
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de § 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator
parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for poderá determinar imediatamente que se suspenda o
aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do andamento do processo.
juízo.
§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator
o requisitará informações às autoridades em conflito,
§ 1 Se a parte houver de opor mais de uma dessas
exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado. remetendo-lhes cópia do requerimento ou representação.

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§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado pelo Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133,
relator. decorrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a
sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda,
§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o
em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b
procurador-geral, o conflito será decidido na primeira
do Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão
sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência.
público.
§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao
remetidas, para a sua execução, às autoridades contra as
Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro
quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem
de boa-fé.
suscitado.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória,
dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar
restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida por
em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os
qualquer dos juízes ou tribunais inferiores.
objetos apreendidos não forem reclamados ou não
CAPÍTULO V pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-
se o saldo à disposição do juízo de ausentes.
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as
União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com
coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto
o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou
interessarem ao processo.
recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do conservação.
Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de
CAPÍTULO VI
transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem
ao lesado ou a terceiro de boa-fé. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos
pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já
desde que não exista dúvida quanto ao direito do tenham sido transferidos a terceiro.
reclamante.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a
§ 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos
autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o bens.
prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
criminal poderá decidir o incidente.
Público ou do ofendido, ou mediante representação da
§ 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em
autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a
apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será denúncia ou queixa.
intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo igual e
Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua
sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para
inscrição no Registro de Imóveis.
arrazoar.
Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá
§ 3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o
embargos de terceiro.
Ministério Público.
Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:
§ 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono,
o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens
depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio sido adquiridos com os proventos da infração;
terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos
§ 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de
avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o boa-fé.
dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha,
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
se este for pessoa idônea e assinar termo de
nesses embargos antes de passar em julgado a sentença
responsabilidade.
condenatória.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os
Art. 131. O seqüestro será levantado:
proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu
parágrafo.

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I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da
dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; hipoteca legal.
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início,
prestar caução que assegure a aplicação do disposto revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for
no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os
por sentença transitada em julgado. possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens
móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é
Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se,
facultada a hipoteca legal dos imóveis.
verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível
a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. § 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente
deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o
juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos
determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do
público. indiciado e de sua família.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do
Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro arresto correrão em auto apartado.
de boa-fé.
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado ficarão sujeitos ao regime do processo civil.
poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão
processo, desde que haja certeza da infração e indícios
também as despesas processuais e as penas pecuniárias,
suficientes da autoria.
tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, ofendido.
em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca,
designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar
se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada
especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao
extinta a punibilidade.
arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do
imóvel ou imóveis. Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas
estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da
§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das
Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
provas em que se fundar a estimação da responsabilidade,
com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória,
outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do
documentos comprobatórios do domínio. cível (art. 63).
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o
avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito Ministério Público poderão requerer no juízo cível, contra o
nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, responsável civil, as medidas previstas nos arts.
sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo 134, 136 e 137.
respectivo.
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para
§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que preservação do valor dos bens sempre que estiverem
correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou
da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente. quando houver dificuldade para sua manutenção.
§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do § 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
imóvel ou imóveis necessários à garantia da
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na
responsabilidade.
avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor
§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado estipulado pela administração judicial, será realizado novo
definitivamente após a condenação, podendo ser requerido leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do
novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não
com o arbitramento anterior à sentença condenatória. inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação
judicial.
§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em
títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa,

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§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,
vinculada ao juízo até a decisão final do processo, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este
procedendo-se à sua conversão em renda para a União, submetido a exame médico-legal.
Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do
caso de absolvição, à sua devolução ao acusado.
inquérito, mediante representação da autoridade policial ao
§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, juiz competente.
inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou
§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar
cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo
o exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação
determinará a conversão do numerário apreendido em
penal, salvo quanto às diligências que possam ser
moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes
prejudicadas pelo adiamento.
quantias em conta judicial.
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver
§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou
preso, será internado em manicômio judiciário, onde
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao
houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em
equivalente órgão de registro e controle a expedição de
estabelecimento adequado que o juiz designar.
certificado de registro e licenciamento em favor do
arrematante, ficando este livre do pagamento de multas, § 1o O exame não durará mais de quarenta e cinco dias,
encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior
fiscal em relação ao antigo proprietário. prazo.
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das § 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o
sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos peritos,
o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou para facilitar o exame.
publicação no órgão oficial.
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao
o
§ 7 (VETADO). tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do
Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do
CAPÍTULO VII
curador.
DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à
Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de documento infração o processo continuará suspenso até que o acusado
constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida § 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do
ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, acusado em manicômio judiciário ou em outro
oferecerá resposta; estabelecimento adequado.
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma § 2o O processo retomará o seu curso, desde que se
das partes, para prova de suas alegações; restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade
de reinquirir as testemunhas que houverem prestado
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que
depoimento sem a sua presença.
entender necessárias;
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível,
em auto apartado, que só depois da apresentação do laudo,
mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os
será apenso ao processo principal.
autos do processo incidente, ao Ministério Público.
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da
Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador, exige
execução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682.
poderes especiais.
TÍTULO VII
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da
falsidade. DA PROVA
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada CAPÍTULO I
em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO VIII
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do
cautelares, não repetíveis e antecipadas.

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Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. decisão.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: partes, quanto à perícia:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova
produção antecipada de provas consideradas urgentes e ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de
relevantes, observando a necessidade, adequação e intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas
proporcionalidade da medida; sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez)
dias, podendo apresentar as respostas em laudo
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
complementar;
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante. II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar
pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
em audiência.
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais. § 6o Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua
obtidas por uma fonte independente das primeiras.
conservação.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir
designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
ao fato objeto da prova.
indicar mais de um assistente técnico.
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão
descreverão minuciosamente o que examinarem, e
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
responderão aos quesitos formulados.
§ 4o (VETADO)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo
CAPÍTULO II máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em
casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM
GERAL Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em
qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois
não podendo supri-lo a confissão do acusado. do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de
morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
que declararão no auto.
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o
simples exame externo do cadáver, quando não houver
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso
permitirem precisar a causa da morte e não houver
superior preferencialmente na área específica, dentre as que
necessidade de exame interno para a verificação de alguma
tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
circunstância relevante.
exame.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem
autoridade providenciará para que, em dia e hora
e fielmente desempenhar o encargo.
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de lavrará auto circunstanciado.
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem
juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar

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não destinado a inumações, a autoridade procederá às Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio
de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios,
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que
em que forem encontrados, bem como, na medida do
época presumem ter sido o fato praticado.
possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no
local do crime. Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de
coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
do crime.
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do
exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos
devidamente rubricados. procederão à avaliação por meio dos elementos existentes
nos autos e dos que resultarem de diligências.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa
de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver
pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que
cadáver, com todos os sinais e indicações. interessarem à elucidação do fato.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por
autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
úteis para a identificação do cadáver.
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, será intimada para o ato, se for encontrada;
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
II - para a comparação, poderão servir quaisquer
poderá suprir-lhe a falta.
documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame cuja autenticidade não houver dúvida;
complementar por determinação da autoridade policial ou
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
exame, os documentos que existirem em arquivos ou
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência,
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o se daí não puderem ser retirados;
auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
retificá-lo.
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa,
delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita
logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do por precatória, em que se consignarão as palavras que a
crime. pessoa será intimada a escrever.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
prova testemunhal. empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes
verificar a natureza e a eficiência.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido
praticada a infração, a autoridade providenciará Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
imediatamente para que não se altere o estado das coisas quesitos até o ato da diligência.
até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser
alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as feita pelo juiz deprecante.
conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão transcritos na precatória.
material suficiente para a eventualidade de nova perícia.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela
Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou
o laudo assinado pelos peritos.
esquemas.

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Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou
auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento
presente ao exame, também pela autoridade. destas por videoconferência, nos termos doart. 217 deste
Código;
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o
laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
rubricado em suas folhas por todos os peritos.
§ 3o Da decisão que determinar a realização de
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão interrogatório por videoconferência, as partes serão
consignadas no auto do exame as declarações e respostas de intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso
laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir
poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a
de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo
realização de todos os atos da audiência única de instrução
exame por outros peritos.
e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no Código.
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz
autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada
complementar ou esclarecer o laudo.
com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que também garantido o acesso a canais telefônicos reservados
se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e
conveniente. o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre
este e o preso.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-
lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. § 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a
realização de atos processuais por sistema de
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo
observar-se-á o disposto no art. 19.
juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou pela Ordem dos Advogados do Brasil.
a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na
CAPÍTULO III forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO § 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo,
no que couber, à realização de outros atos processuais que
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade
dependam da participação de pessoa que esteja presa, como
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e
acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição
interrogado na presença de seu defensor, constituído ou
de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
nomeado.
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala
acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu
própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde
defensor.
que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do § 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a
defensor e a publicidade do ato. existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada,
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa
de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o
interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado
ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo
imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de
para atender a uma das seguintes finalidades: permanecer calado e de não responder perguntas que lhe
forem formuladas.
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada
suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão,
que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes:
quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.
em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;

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§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional,
a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades o interrogatório será feito por meio de intérprete.
sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou
notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em
não quiser assinar, tal fato será consignado no termo.
caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve
suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo
se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de
qualquer das partes.
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:
CAPÍTULO IV
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
DA CONFISSÃO
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios
quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e adotados para os outros elementos de prova, e para a sua
se com elas esteve antes da prática da infração ou depois apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas
dela; do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e
se teve notícia desta; Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão,
mas poderá constituir elemento para a formação do
IV - as provas já apuradas;
convencimento do juiz.
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório,
inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;
será tomada por termo nos autos, observado o disposto
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a no art. 195.
infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo
tenha sido apreendido;
do livre convencimento do juiz, fundado no exame das
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à provas em conjunto.
elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração;
CAPÍTULO V
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
DO OFENDIDO
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado
partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando
e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja
as perguntas correspondentes se o entender pertinente e
ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar,
relevante.
tomando-se por termo as suas declarações.
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem
parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas.
motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os autoridade.
motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais
concorreram para a infração, e quais sejam.
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados designação de data para audiência e à sentença e respectivos
separadamente. acórdãos que a mantenham ou modifiquem.
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo- § 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no
mudo será feito pela forma seguinte: endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do
ofendido, o uso de meio eletrônico.
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que
ele responderá oralmente; § 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização,
será reservado espaço separado para o ofendido.
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,
respondendo-as por escrito; § 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o
ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por
nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
escrito e do mesmo modo dará as respostas.
expensas do ofensor ou do Estado.
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação
escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob
da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido,
compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.

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podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua
relação aos dados, depoimentos e outras informações realização, serão reservados espaços separados para a
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua garantia da incomunicabilidade das testemunhas.
exposição aos meios de comunicação.
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer
CAPÍTULO VI que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou
a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade
DAS TESTEMUNHAS
policial para a instauração de inquérito.
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561), ou o conselho
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu de sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua apresentar imediatamente a testemunha à autoridade
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, policial.
ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa
credibilidade.
ou importarem na repetição de outra já respondida.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz
sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
poderá complementar a inquirição.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste
entretanto, breve consulta a apontamentos.
suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da narrativa do fato.
testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão
seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento
contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias ou
desde logo.
defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a
de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou
ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts.
ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho 207 e 208.
adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se,
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas
tanto quanto possível, às expressões usadas pelas
circunstâncias.
testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a
de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar
termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a
segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada,
testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá
quiserem dar o seu testemunho.
a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença de
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. ambos.
203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá
(quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. verdade do depoimento, fará a inquirição por
videoconferência e, somente na impossibilidade dessa
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na
pessoas a que as testemunhas se referirem.
inquirição, com a presença do seu defensor.
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas
nada souber que interesse à decisão da causa.
previstas no caput deste artigo deverá constar do termo,
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per assim como os motivos que a determinaram.
si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá
penas cominadas ao falso testemunho.
requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou

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determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto
solicitar o auxílio da força pública. nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua
prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por nacional, será nomeado intérprete para traduzir as
crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das perguntas e respostas.
custas da diligência.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.
por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de
onde estiverem.
um ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se,
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.
senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se,
governadores de Estados e Territórios, os secretários de
ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que
Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os
ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá,
deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os
de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-
membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos
lhe antecipadamente o depoimento.
Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito
Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos CAPÍTULO VII
em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
juiz.
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte
presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e
forma:
do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação
de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
transmitidas por ofício.
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem
superior. qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o
reconhecimento a apontá-la;
§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art.
218, devendo, porém, a expedição do mandado ser III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para
imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra
servirem, com indicação do dia e da hora marcados. influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve
ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz
não veja aquela;
será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,
expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
razoável, intimadas as partes. pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução
testemunhas presenciais.
criminal.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá
§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o
aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de
julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez
julgamento.
devolvida, será junta aos autos.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com
§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de
as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for
testemunha poderá ser realizada por meio de
aplicável.
videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o
presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a
durante a realização da audiência de instrução e julgamento. prova em separado, evitando-se qualquer comunicação
entre elas.
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, CAPÍTULO VIII
arcando a parte requerente com os custos de envio.
DA ACAREAÇÃO

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Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os
acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado produziu, ficando traslado nos autos.
ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas
CAPÍTULO X
ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações,
sobre fatos ou circunstâncias relevantes. DOS INDÍCIOS
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e
que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
termo o ato de acareação. indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações
divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a CAPÍTULO XI
conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto
DA BUSCA E DA APREENSÃO
o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância,
expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas
e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem,
razões a autorizarem, para:
bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete
a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma a) prender criminosos;
forma estabelecida para a testemunha presente. Esta
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
diligência só se realizará quando não importe demora
criminosos;
prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação
CAPÍTULO IX
e objetos falsificados ou contrafeitos;
DOS DOCUMENTOS
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão prática de crime ou destinados a fim delituoso;
apresentar documentos em qualquer fase do processo.
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, defesa do réu;
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
autenticada, se dará o mesmo valor do original. conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação
do fato;
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas
por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. g) apreender pessoas vítimas de crimes;
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo h) colher qualquer elemento de convicção.
pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito,
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada
ainda que não haja consentimento do signatário.
suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento objetos mencionados nas letras b a f e letra hdo parágrafo
relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, anterior.
providenciará, independentemente de requerimento de
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária
qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.
não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão precedida da expedição de mandado.
submetidas a exame pericial, quando contestada a sua
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a
autenticidade.
requerimento de qualquer das partes.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem
Art. 243. O mandado de busca deverá:
prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será
idônea nomeada pela autoridade. realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou
morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
conferidas com o original, em presença da autoridade.
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo,
quando não exista motivo relevante que justifique a sua III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade
conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e que o fizer expedir.

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§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no
do mandado de busca. território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado,
quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em
pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
poder do defensor do acusado, salvo quando constituir
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a
elemento do corpo de delito.
urgência desta.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso
§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em
de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a
seguimento da pessoa ou coisa, quando:
pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou
papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou
for determinada no curso de busca domiciliar. transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a
percam de vista;
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia,
salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por
de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando- está sendo removida ou transportada em determinada
o, em seguida, a abrir a porta. direção, forem ao seu encalço.
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará § 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para
previamente sua qualidade e o objeto da diligência. duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas
diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade
§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e
dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas
forçada a entrada.
dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de diligência.
força contra coisas existentes no interior da casa, para o
TÍTULO VIII
descobrimento do que se procura.
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando
DEFENSOR,
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a
assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
presente.
CAPÍTULO I
§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar,
DO JUIZ
o morador será intimado a mostrá-la.
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do
§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será
processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos,
imediatamente apreendida e posta sob custódia da
podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
autoridade ou de seus agentes.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto
em que:
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo
ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior,
inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério
quando se tiver de proceder a busca em compartimento
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou
em compartimento não aberto ao público, onde alguém II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas
exercer profissão ou atividade. funções ou servido como testemunha;
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa III - tiver funcionado como juiz de outra instância,
procurada, os motivos da diligência serão comunicados a pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive,
não moleste os moradores mais do que o indispensável para for parte ou diretamente interessado no feito.
o êxito da diligência.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se processo os juízes que forem entre si parentes,
não importar retardamento ou prejuízo da diligência. consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive.

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Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o
poderá ser recusado por qualquer das partes: interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que,
sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
mandar conduzi-lo à sua presença.
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que Ihe
criminoso haja controvérsia;
for aplicável.
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim,
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido,
até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou
será processado ou julgado sem defensor.
responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer
das partes; Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por
defensor público ou dativo, será sempre exercida através de
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
manifestação fundamentada.
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
das partes;
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo,
interessada no processo.
nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se,
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de caso tenha habilitação.
parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo
obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,
descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem
arbitrados pelo juiz.
descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto,
o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e
processo. solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem a
quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados,
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
quando nomeados pelo Juiz.
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito
der motivo para criá-la. Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo
senão por motivo imperioso, comunicado previamente o
CAPÍTULO II
juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários
DO MINISTÉRIO PÚBLICO mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo
justificado, o defensor não puder comparecer.
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
estabelecida neste Código; e § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a
abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará
II - fiscalizar a execução da lei.
o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o
nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu efeito do ato.
cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou
Art. 266. A constituição de defensor independerá de
colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem,
instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião
no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição
do interrogatório.
e aos impedimentos dos juízes.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como
CAPÍTULO III
defensores os parentes do juiz.
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
CAPÍTULO IV
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com
DOS ASSISTENTES
o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não
retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido
execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da pessoas mencionadas no Art. 31.
validade dos atos precedentes.

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Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
se achar.
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
como assistente do Ministério Público.
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o
prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e
disposto sobre suspeição dos juízes.
os articulados, participar do debate oral e arrazoar os
recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos,
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. equiparados aos peritos.
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da TÍTULO IX
realização das provas propostas pelo assistente.
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE
§ 2o O processoprosseguirá independentemente de nova PROVISÓRIA
intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de
comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do
CAPÍTULO I
julgamento, sem motivo de força maior devidamente
comprovado. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título
sobre a admissão do assistente. deverão ser aplicadas observando-se a:
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o investigação ou a instrução criminal e, nos casos
pedido e a decisão. expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
CAPÍTULO V
II - adequação da medida à gravidade do crime,
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes acusado.
estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou
que Ihes for aplicável.
cumulativamente.
CAPÍTULO VI
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de
DOS PERITOS E INTÉRPRETES ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da
investigação criminal, por representação da autoridade
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à
policial ou mediante requerimento do Ministério Público.
disciplina judiciária.
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a cautelar, determinará a intimação da parte contrária,
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos acompanhada de cópia do requerimento e das peças
mil-réis, salvo escusa atendível. necessárias, permanecendo os autos em juízo.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, § 4o No caso de descumprimento de qualquer das
sem justa causa, provada imediatamente: obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em
autoridade;
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; (art. 312, parágrafo único).
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la
feita, nos prazos estabelecidos. quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem
como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem
justifiquem.
justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:

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§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional,
cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua
319). prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do
mandado.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por
judiciária competente, em decorrência de sentença qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o
condenatória transitada em julgado ou, no curso da motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.
investigação ou do processo, em virtude de prisão
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as
temporária ou prisão preventiva.
precauções necessárias para averiguar a autenticidade da
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se comunicação.
aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do
alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a efetivação da medida.
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato
inviolabilidade do domicílio.
registro do mandado de prisão em banco de dados mantido
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.
indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
do preso.
determinada no mandado de prisão registrado no Conselho
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o Nacional de Justiça, ainda que fora da competência
respectivo mandado. territorial do juiz que o expediu.
Parágrafo único. O mandado de prisão: § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a
alcunha ou sinais característicos; decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro
do mandado na forma do caput deste artigo.
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a
local de cumprimento da medida o qual providenciará a
infração;
certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe e informará ao juízo que a decretou.
execução.
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o
executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos autuado não informe o nome de seu advogado, será
exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. comunicado à Defensoria Pública.
Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar;
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do
mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.
preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será
registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste
imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o
artigo.
mandado.
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja
outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe
exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a
a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o
quem será entregue cópia assinada pelo executor ou
imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se
apresentada a guia expedida pela autoridade competente,
for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção
devendo ser passado recibo da entrega do preso, com
do preso.
declaração de dia e hora.
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio
réu, quando:
exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

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a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
embora depois o tenha perdido de vista;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados,
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o do Distrito Federal e dos Territórios;
réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção,
VI - os magistrados;
pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões
da República;
para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da
legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em VIII - os ministros de confissão religiosa;
custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe
função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo
apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
de incapacidade para o exercício daquela função;
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
Territórios, ativos e inativos.
autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local
lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. distinto da prisão comum.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso
grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo
para a realização do parto e durante o trabalho de parto, estabelecimento.
bem como em mulheres durante o período de puerpério
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo,
imediato.
atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com concorrência dos fatores de aeração, insolação e
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, condicionamento térmico adequados à existência humana.
o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com
prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor
o preso comum.
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os
executor, depois da intimação ao morador, se não for mesmos do preso comum.
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível,
incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas
serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de
e efetuará a prisão.
acordo com os respectivos regulamentos.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela
oculto em sua casa será levado à presença da autoridade,
autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir
para que se proceda contra ele como for de direito.
tantos outros quantos necessários às diligências, devendo
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original.
disposto no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
disposição da autoridade competente, quando sujeitos a tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as
prisão antes de condenação definitiva: precauções necessárias para averiguar a autenticidade
desta.
I - os ministros de Estado;
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
II - os governadores ou interventores de Estados ou
separadas das que já estiverem definitivamente condenadas,
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
nos termos da lei de execução penal.
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os
chefes de Polícia; Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a
lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição
Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos
das autoridades competentes.
Estados;
CAPÍTULO II

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DA PRISÃO EM FLAGRANTE § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da


prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
e seus agentes deverão prender quem quer que seja
de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
encontrado em flagrante delito.
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
I - está cometendo a infração penal; motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
II - acaba de cometê-la; Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções,
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido
constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as
ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser
declarações que fizer o preso e os depoimentos das
autor da infração;
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se
infração. não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver
em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar
mais próximo.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente,
ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.
preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
deverá fundamentadamente:
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas
respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o I - relaxar a prisão ilegal; ou
auto.
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código,
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas
no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá cautelares diversas da prisão; ou
nos atos do inquérito ou processo, se para isso for
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que
o seja. Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
flagrante, que o agente praticou o fato nas condições
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto
constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-
de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor,
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado
testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou todos os atos processuais, sob pena de revogação.
não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
CAPÍTULO III
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua
leitura na presença deste. DA PRISÃO PREVENTIVA
o
§ 4 Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do
constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
pela pessoa presa. representação da autoridade policial.
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
prestado o compromisso legal. conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
crime e indício suficiente de autoria.
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser
pessoa por ele indicada. decretada em caso de descumprimento de qualquer das

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obrigações impostas por força de outras medidas cautelares Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova
(art. 282, § 4o). idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida CAPÍTULO V
a decretação da prisão preventiva: DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto atividades;
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
II - proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares
de dezembro de 1940 - Código Penal;
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa evitar o risco de novas infrações;
com deficiência, para garantir a execução das medidas
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
protetivas de urgência;
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva indiciado ou acusado dela permanecer distante;
quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
quando esta não fornecer elementos suficientes para
permanência seja conveniente ou necessária para a
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
investigação ou instrução;
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida. V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
trabalho fixos;
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos
autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei de natureza econômica ou financeira quando houver justo
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de
prisão preventiva será sempre motivada. crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
razões que a justifiquem. comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do
seu andamento ou em caso de resistência injustificada à
CAPÍTULO IV
ordem judicial;
DA PRISÃO DOMICILIAR
IX - monitoração eletrônica
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do
indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do
ausentar-se com autorização judicial. Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras
medidas cautelares.
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
domiciliar quando o agente for: Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
I - maior de 80 (oitenta) anos;
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas.
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor
de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; CAPÍTULO VI
IV - gestante; DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação
incompletos; da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do
previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios
filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
constantes do art. 282 deste Código.

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Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e
fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. será havida como quebrada.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
Art. 323. Não será concedida fiança:
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
I - nos crimes de racismo; àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes um livro especial, com termos de abertura e de
hediondos; encerramento, numerado e rubricado em todas as suas
folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou
de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á
Democrático;
certidão para juntar-se aos autos.
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.
qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em
deste Código;
depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos,
II - em caso de prisão civil ou militar; títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou
em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
IV - quando presentes os motivos que autorizam a
decretação da prisão preventiva (art. 312). § 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais
preciosos será feita imediatamente por perito nomeado pela
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a
autoridade.
conceder nos seguintes limites:
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida
a) (revogada);
pública, o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa,
b) (revogada); e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham
livres de ônus.
c) (revogada).
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar
repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao
de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
depositário público, juntando-se aos autos os respectivos
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
conhecimentos.
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se
máximo da pena privativa de liberdade cominada for
puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou
superior a 4 (quatro) anos.
pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o
fiança poderá ser: que tudo constará do termo de fiança.
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente
para conceder a fiança a autoridade que presidir ao
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade a quem tiver sido requisitada a prisão.
terá em consideração a natureza da infração, as condições Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida
pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as independentemente de audiência do Ministério Público,
circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar
a importância provável das custas do processo, até final conveniente.
julgamento.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a transitar em julgado a sentença condenatória.
comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for

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Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da
concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o
prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz início do cumprimento da pena definitivamente imposta.
competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão as custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado,
ao pagamento das custas, da indenização do dano, da será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.
prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante
caso da prescrição depois da sentença condenatória será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será
julgado sentença que houver absolvido o acusado ou entregue a quem houver prestado a fiança, depois de
declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.
atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por
parágrafo único do art. 336 deste Código.
meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na pelo órgão do Ministério Público.
espécie será cassada em qualquer fase do processo.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou
a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na corretor.
classificação do delito.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe
liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança
dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas
insuficiente;
cautelares, se for o caso.
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo
bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos
justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-
metais ou pedras preciosas;
se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código.
III - quando for inovada a classificação do delito.
TÍTULO X
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo,
não for reforçada. CAPÍTULO I
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: DAS CITAÇÕES
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o
comparecer, sem motivo justo; réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a
houver ordenado.
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
andamento do processo; Art. 352. O mandado de citação indicará:
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente I - o nome do juiz;
com a fiança;
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais
V - praticar nova infração penal dolosa. característicos;
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se IV - a residência do réu, se for conhecida;
declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus
V - o fim para que é feita a citação;
efeitos
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará
comparecer;
na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir
sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
caso, a decretação da prisão preventiva.

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Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da Art. 363. O processo terá completada a sua formação
jurisdição do juiz processante, será citado mediante quando realizada a citação do acusado.
precatória.
I - (revogado);
Art. 354. A precatória indicará:
II - (revogado).
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a
II - a sede da jurisdição de um e de outro; citação por edital.
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as § 2o (VETADO)
especificações;
§ 3o (VETADO)
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em
comparecer.
qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 394 e seguintes deste Código.
independentemente de traslado, depois de lançado o
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado
"cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz
pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo
deprecado.
com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à trinta dias.
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os
Art. 365. O edital de citação indicará:
autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo
para fazer-se a citação. I - o nome do juiz que a determinar;
o
§ 2 Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais
para não ser citado, a precatória será imediatamente característicos, bem como sua residência e profissão, se
devolvida, para o fim previsto no art. 362. constarem do processo;
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em III - o fim para que é feita a citação;
resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá
expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma
comparecer;
do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício
contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação;
onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a
e sua aceitação ou recusa. tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou
certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do
a data da publicação.
chefe do respectivo serviço.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,
Art. 359. O dia designado para funcionário público
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o
comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
ele como ao chefe de sua repartição.
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital,
com o prazo de 15 (quinze) dias. Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que,
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado,
de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de
o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à
mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao
citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227
juízo.
a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido,
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o
curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor
dativo. Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações
estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória.

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CAPÍTULO II Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da


sentença que decretar ou denegar a aplicação provisória de
DAS INTIMAÇÕES
interdições de direitos, mas estas poderão ser substituídas
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e ou revogadas:
demais pessoas que devam tomar conhecimento de
I - se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta
qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o
ou pelas sentenças a que se referem os ns. II, III e IV do artigo
disposto no Capítulo anterior.
anterior;
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do
II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que,
querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão
em grau de recurso, a confirmar, total ou parcialmente, ou
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca,
pela sentença condenatória recorrível;
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.
III - se aplicadas na decisão a que se refere o no III do artigo
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na
anterior, pela sentença condenatória recorrível.
comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por
mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente,
ou por qualquer outro meio idôneo. substituir ou revogar interdição de direito, será
fundamentado.
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a
aplicação a que alude o § 1o. Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará
o cessar a aplicação provisória da interdição anteriormente
§ 4 A intimação do Ministério Público e do defensor
determinada.
nomeado será pessoal.
Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória,
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na
serão executadas somente as interdições nela aplicadas ou
petição em que for requerida, observado o disposto
que derivarem da imposição da pena principal.
no art. 357.
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal,
obedecerá ao disposto nos artigos anteriores, com as
o juiz marcará desde logo, na presença das partes e
modificações seguintes:
testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se
lavrará termo nos autos. I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de
segurança, de ofício, ou a requerimento do Ministério
TÍTULO XI
Público;
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA inquérito, mediante representação da autoridade policial;
Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos III - a aplicação provisória de medida de segurança, a
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a substituição ou a revogação da anteriormente aplicada
requerimento do Ministério Público, do querelante, do poderão ser determinadas, também, na sentença
assistente, do ofendido, ou de seu representante legal, ainda absolutória;
que este não se tenha constituído como assistente:
IV - decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título
I - durante a instrução criminal após a apresentação da V do Livro IV, no que for aplicável.
defesa ou do prazo concedido para esse fim;
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á,
II - na sentença de pronúncia; quanto à execução das medidas de segurança
definitivamente aplicadas, o disposto no Título V do Livro IV.
III - na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em
grau de recurso, pronunciar o réu; Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança
obstará a concessão de fiança, e tornará sem efeito a
IV - na sentença condenatória recorrível.
anteriormente concedida.
§ 1o No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da
TÍTULO XII
medida, o réu ou seu defensor será ouvido no prazo de 2
(dois) dias. DA SENTENÇA
§ 2o Decretada a medida, serão feitas as comunicações Art. 381. A sentença conterá:
necessárias para a sua execução, na forma do disposto
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as
no Capítulo III do Título II do Livro IV.
indicações necessárias para identificá-las;
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;

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III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se II - não haver prova da existência do fato;
fundar a decisão;
III - não constituir o fato infração penal;
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração
V - o dispositivo; penal;
VI - a data e a assinatura do juiz. V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração
penal;
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem
houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos
do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida
sua existência;
na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena VII – não existir prova suficiente para a condenação.
mais grave.
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa,
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
houver possibilidade de proposta de suspensão condicional
do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na II – ordenará a cessação das medidas cautelares e
lei. provisoriamente aplicadas;
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, III - aplicará medida de segurança, se cabível.
a este serão encaminhados os autos.
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes
cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de
definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei
em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
aditamento, quando feito oralmente.
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados
aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias ofendido;
e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de
das partes, designará dia e hora para continuação da
direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl
audiência, com inquirição de testemunhas, novo
deste Livro;
interrogatório do acusado, realização de debates e
julgamento. VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na
íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita
§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art.
a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).
383 ao caput deste artigo.
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão
(três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz,
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha computado para fins de determinação do regime inicial de
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, pena privativa de liberdade.
embora nenhuma tenha sido alegada.
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na juiz a rubricará em todas as folhas.
parte dispositiva, desde que reconheça:
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão,
I - estar provada a inexistência do fato; que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em
livro especialmente destinado a esse fim.

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Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor
e sob pena de suspensão de cinco dias, dará conhecimento potencial ofensivo, na forma da lei.
da sentença ao órgão do Ministério Público.
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum,
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da salvo disposições em contrário deste Código ou de lei
sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se especial.
nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o
intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias,
procedimento observará as disposições estabelecidas
afixado no lugar de costume.
nos arts. 406 a 497 deste Código.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de
primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído,
quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos
prestado fiança; especial, sumário e sumaríssimo as disposições do
procedimento ordinário.
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou
não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime
sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; hediondo terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias.
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor
que houver constituído não forem encontrados, e assim o Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
certificar o oficial de justiça;
I - for manifestamente inepta;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o
II - faltar pressuposto processual ou condição para o
réu houver constituído também não for encontrado, e assim
exercício da ação penal; ou
o certificar o oficial de justiça;
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído
defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de Parágrafo único. (Revogado).
justiça.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente,
pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder
ano, e de 60 dias, nos outros casos. à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para
no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por a defesa começará a fluir a partir do comparecimento
qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo. pessoal do acusado ou do defensor constituído.
LIVRO II Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
oferecer documentos e justificações, especificar as provas
TÍTULO I pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e
requerendo sua intimação, quando necessário.
DO PROCESSO COMUM
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos
CAPÍTULO I
dos arts. 95 a 112 deste Código.
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou
por 10 (dez) dias.
sumaríssimo:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de
sumariamente o acusado quando verificar:
pena privativa de liberdade;
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
fato;
máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena
privativa de liberdade;

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II - a existência manifesta de causa excludente da prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; da defesa.
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou
ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5
(cinco) dias sucessivamente para a apresentação de
IV - extinta a punibilidade do agente.
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia proferir a sentença.
e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado,
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível,
de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do
de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será
querelante e do assistente.
concluída sem as alegações finais.
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência
interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de
apresentação.
5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.
sentença.
rt. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo
realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder- breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
obter maior fidelidade das informações
seguida, o acusado.
§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência,
encaminhado às partes cópia do registro original, sem
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
necessidade de transcrição.
impertinentes ou protelatórias.
CAPÍTULO II
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA
requerimento das partes.
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito)
Seção I
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
Da Acusação e da Instrução Preliminar
§ 1o Nesse número não se compreendem as que não
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará
prestem compromisso e as referidas.
a citação do acusado para responder a acusação, por escrito,
§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das no prazo de 10 (dez) dias.
testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a
deste Código.
partir do efetivo cumprimento do mandado ou do
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor
Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o constituído, no caso de citação inválida ou por edital.
acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo
origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e
sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por
alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos
20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela
e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e
seguir, sentença.
requerendo sua intimação, quando necessário.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos
defesa de cada um será individual.
termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz
manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos,
nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias,
concedendo-lhe vista dos autos.

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Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério § 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação
Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, da materialidade do fato e da existência de indícios
em 5 (cinco) dias. suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e
e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de
a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo
aumento de pena.
máximo de 10 (dez) dias.
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada
fiança para a concessão ou manutenção da liberdade
de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das
provisória.
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-
debate. se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da
prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio
no Título IX do Livro I deste Código.
requerimento e de deferimento pelo juiz.
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou
§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência,
da existência de indícios suficientes de autoria ou de
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o
impertinentes ou protelatórias.
acusado.
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da
o caso, o disposto no art. 384 deste Código.
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, se houver prova nova.
respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo
(vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).
o acusado, quando:
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para
I – provada a inexistência do fato;
a acusação e a defesa de cada um deles será individual.
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, III – o fato não constituir infração penal;
prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão
da defesa.
do crime.
§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV
à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva
do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista
de quem deva comparecer.
no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a
independentemente da suspensão da audiência, observada única tese defensiva.
em qualquer caso a ordem estabelecida no caputdeste
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição
artigo.
sumária caberá apelação.
§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de
o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe
outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao
sejam conclusos.
pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias,
de 90 (noventa) dias. aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.
Seção II Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a
pena mais grave.
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o
acusado, se convencido da materialidade do fato e da Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com
existência de indícios suficientes de autoria ou de a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no §
participação. 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o
julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.

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Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de
80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:
população.
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser
Ministério Público;
aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com
Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370 as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426
deste Código. deste Código.
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto § 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais,
que não for encontrado. associações de classe e de bairro, entidades associativas e
culturais, instituições de ensino em geral, universidades,
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão
sindicatos, repartições públicas e outros núcleos
encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.
comunitários a indicação de pessoas que reúnam as
§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo condições para exercer a função de jurado.
circunstância superveniente que altere a classificação do
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das
crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério
respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o
Público.
dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais
§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para afixados à porta do Tribunal do Júri.
decisão.
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante
Seção III reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do § 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a
Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público 446 deste Código.
ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais,
prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas
após serem verificados na presença do Ministério Público, de
que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco),
advogado indicado pela Seção local da Ordem dos
oportunidade em que poderão juntar documentos e
Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas
requerer diligência.
Defensorias Públicas competentes, permanecerão
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade
serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas do juiz presidente.
as providências devidas, o juiz presidente:
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista
nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da geral fica dela excluído.
causa;
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será,
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua obrigatoriamente, completada.
inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.
Seção V
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não Do Desaforamento
atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou
julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do
houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança
processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que
pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do
se refere o art. 433 deste Código.
Ministério Público, do assistente, do querelante ou do
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os acusado ou mediante representação do juiz competente,
processos preparados até o encerramento da reunião, para poderá determinar o desaforamento do julgamento para
a realização de julgamento. outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles
motivos, preferindo-se as mais próximas.
Seção IV
Do Alistamento dos Jurados § 1o O pedido de desaforamento será distribuído
imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do
ou Turma competente.
Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e
quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um

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§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá Seção VII


determinar, fundamentadamente, a suspensão do Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
julgamento pelo júri.
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz
§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não presidente determinará a intimação do Ministério Público,
tiver sido por ele solicitada. da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública
para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio
§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia
dos jurados que atuarão na reunião periódica.
ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido
de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas
fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o
anulado. número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião
periódica ou extraordinária.
Art. 428. O desaforamento também poderá ser
determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, § 1o O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o
ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião.
não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado
§ 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não
do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
comparecimento das partes.
§ 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se
§ 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome
computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes
novamente incluído para as reuniões futuras.
de interesse da defesa.
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo
§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de
correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer
processos aguardando julgamento em quantidade que
no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.
ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do
Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação
acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
imediata realização do julgamento.
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do
Seção VI Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do acusado
Da Organização da Pauta e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das
sessões de instrução e julgamento.
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na
ordem dos julgamentos, terão preferência: Seção VIII
Da Função do Jurado
I – os acusados presos;
Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há
compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de
mais tempo na prisão;
notória idoneidade.
III – em igualdade de condições, os precedentemente
§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do
pronunciados.
júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça,
§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou
reunião periódica, será afixada na porta do edifício do grau de instrução.
Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados,
§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa
obedecida a ordem prevista no caput deste artigo
no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do
§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.
periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:
adiado.
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver
requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da II – os Governadores e seus respectivos Secretários;
sessão na qual pretenda atuar.
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias
Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais;
mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível, as
IV – os Prefeitos Municipais;
testemunhas e os peritos, quando houver requerimento,
para a sessão de instrução e julgamento, observando, no que V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da
couber, o disposto no art. 420 deste Código. Defensoria Pública;

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VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista
e da Defensoria Pública; no art. 445 deste Código.
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança Seção IX
pública; Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do
Conselho de Sentença
VIII – os militares em serviço ativo;
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram
togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que
sua dispensa;
serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de
impedimento. julgamento.
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:
religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar
I – marido e mulher;
serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos
políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. II – ascendente e descendente;
o
§ 1 Entende-se por serviço alternativo o exercício de III – sogro e genro ou nora;
atividades de caráter administrativo, assistencial,
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na
Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade V – tio e sobrinho;
conveniada para esses fins.
VI – padrasto, madrasta ou enteado.
§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos
§ 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
que mantenham união estável reconhecida como entidade
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá familiar.
serviço público relevante e estabelecerá presunção de
§ 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os
idoneidade moral.
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição juízes togados.
do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de
Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante
concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo
de promoção funcional ou remoção voluntária. processo, independentemente da causa determinante do
julgamento posterior;
Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou
salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri. II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o
Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de
comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou
de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 absolver o acusado .
(um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação
com a sua condição econômica.
de convivência, servirá o que houver sido sorteado em
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo primeiro lugar.
relevante devidamente comprovado e apresentada,
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição
ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da
ou incompatibilidade serão considerados para a constituição
chamada dos jurados.
do número legal exigível para a realização da sessão.
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão
Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer
motivada do juiz presidente, consignada na ata dos
de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o
trabalhos.
aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de prestar novo compromisso.
exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos
Seção X
termos em que o são os juízes togados.
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de
aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e
instrução e julgamento nos períodos e na forma estabelecida
pela lei local de organização judiciária.

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Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da § 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz
sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou
dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido,
mandando consignar em ata as deliberações. ordenando a sua condução.
Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz § 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a
presidente adiará o julgamento para o primeiro dia testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim
desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as for certificado por oficial de justiça.
testemunhas.
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna
imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados,
com a data designada para a nova sessão. mandando que o escrivão proceda à chamada deles.
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o
acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será juiz presidente declarará instalados os trabalhos,
imediatamente comunicado ao presidente da seccional da anunciando o processo que será submetido a julgamento.
Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a
a nova sessão.
diligência nos autos.
§ 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado
§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição
somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando
serão computados para a constituição do número legal.
chamado novamente.
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a
Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos suplentes
Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado
quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão
para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo
do júri.
de 10 (dez) dias.
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata,
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não
remetendo-se o expediente de convocação, com
comparecimento do acusado solto, do assistente ou do
observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.
advogado do querelante, que tiver sido regularmente
intimado. Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de
o Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os
§ 1 Os pedidos de adiamento e as justificações de não
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades
comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de
constantes dos arts. 448 e 449 deste Código.
força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz
presidente do Tribunal do Júri. § 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que,
uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento
outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob
será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma
pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do
reunião, salvo se houver pedido de dispensa de
art. 436 deste Código.
comparecimento subscrito por ele e seu defensor.
§ 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo
Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de
oficial de justiça.
comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação penal
pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2o do Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas
art. 436 deste Código. relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7
(sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal
do Júri o disposto no art. 441 deste Código. Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da
urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as
Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até
testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não
3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.
possam ouvir os depoimentos das outras.
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha
qualquer das partes será excluído daquela sessão de
deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver
instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a
requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de
composição do Conselho de Sentença com os jurados
que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir
remanescentes.
do depoimento e indicando a sua localização.

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Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas peritos, bem como a leitura de peças que se refiram,
poderão ser feitas por um só defensor. exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às
provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
§ 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em
razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver
(sete) jurados para compor o Conselho de Sentença. presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII
do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta
§ 2o Determinada a separação dos julgamentos, será julgado
Seção.
em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria
do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de § 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o
preferência disposto no art. 429 deste Código. defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente,
perguntas ao acusado.
Art. 470. Desacolhida a argüição de impedimento, de
suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz presidente § 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz
do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou presidente.
qualquer funcionário, o julgamento não será suspenso,
§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante
devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a
o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se
decisão.
absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à
Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento, suspeição, segurança das testemunhas ou à garantia da integridade
incompatibilidade, dispensa ou recusa, não houver número física dos presentes.
para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para
Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório
o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes,
será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,
com observância do disposto no art. 464 deste Código.
eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, maior fidelidade e celeridade na colheita da prova.
levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a
jurados a seguinte exortação:
degravação, constará dos autos.
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
Seção XII
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a
Dos Debates
vossa consciência e os ditames da justiça.
Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente,
Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da
responderão:
pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
Assim o prometo. admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a
existência de circunstância agravante.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da
pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que § 1o O assistente falará depois do Ministério Público.
julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará
Seção XI em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério
Da Instrução em Plenário Público, salvo se este houver retomado a titularidade da
ação, na forma do art. 29 deste Código.
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será § 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa.
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o
§ 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo
Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor
admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em
do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as
plenário.
declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação. Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de
uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e
§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela
outro tanto para a tréplica.
defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes
do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a § 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor,
ordem e os critérios estabelecidos neste artigo. combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de
acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não
§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e
exceder o determinado neste artigo.
às testemunhas, por intermédio do juiz presidente.
§ 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a
§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações,
acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado
reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos

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ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e
§ 1o deste artigo. necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará
em conta os termos da pronúncia ou das decisões
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob
posteriores que julgaram admissível a acusação, do
pena de nulidade, fazer referências:
interrogatório e das alegações das partes.
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem,
julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de
indagando sobre:
algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou
prejudiquem o acusado; I – a materialidade do fato;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório II – a autoria ou participação;
por falta de requerimento, em seu prejuízo.
III – se o acusado deve ser absolvido;
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela
de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido
defesa;
juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três)
dias úteis, dando-se ciência à outra parte. V – se existe circunstância qualificadora ou causa de
aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a
posteriores que julgaram admissível a acusação.
leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a
exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, § 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a
croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II
versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e do caput deste artigo encerra a votação e implica a
julgamento dos jurados. absolvição do acusado.
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a § 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três)
qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste
pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se artigo será formulado quesito com a seguinte redação:
encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda,
O jurado absolve o acusado?
aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento
de fato por ele alegado. § 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento
prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre:
§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos
jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
outros esclarecimentos.
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de
§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores
prestará esclarecimentos à vista dos autos. que julgaram admissível a acusação.
§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso § 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de
aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz competência do juiz singular, será formulado quesito a
presidente. respeito, para ser respondido após o 2o(segundo) ou
3o (terceiro) quesito, conforme o caso.
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida
como essencial para o julgamento da causa, não puder ser § 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma
realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito,
Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz
necessárias. formulará quesito acerca destas questões, para ser
respondido após o segundo quesito.
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de
prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito § 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os
e formulará quesitos, facultando às partes também formulá- quesitos serão formulados em séries distintas.
los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará
Seção XIII das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer,
Do Questionário e sua Votação devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da
ata.
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre
matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido. Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente
explicará aos jurados o significado de cada quesito.
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em
proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que

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Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;
presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à
querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de
prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da
justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a
prisão preventiva;
votação.
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da
§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará
condenação;
que o público se retire, permanecendo somente as pessoas
mencionadas no caput deste artigo. II – no caso de absolvição:
§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro
permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre motivo não estiver preso;
manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente
portar inconvenientemente.
decretadas;
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.
juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas
cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, § 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de
contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do
Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se,
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça
quando o delito resultante da nova tipificação for
recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes
considerado pela lei como infração penal de menor potencial
aos votos e as não utilizadas.
ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099,
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas de 26 de setembro de 1995.
não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não
registre no termo a votação de cada quesito, bem como o
seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do
resultado do julgamento.
Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no
Parágrafo único. Do termo também constará a conferência § 1o deste artigo.
das cédulas não utilizadas
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento.
maioria de votos.
Seção XV
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em Da Ata dos Trabalhos
contradição com outra ou outras já dadas, o presidente,
Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará
explicando aos jurados em que consiste a contradição,
ata, assinada pelo presidente e pelas partes.
submeterá novamente à votação os quesitos a que se
referirem tais respostas. Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências,
mencionando obrigatoriamente:
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos,
o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;
assim o declarará, dando por finda a votação.
II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere presentes;
o art. 488 deste Código assinado pelo presidente, pelos
III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou
jurados e pelas partes.
sem ela, e as sanções aplicadas;
Seção XIV
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa
Da sentença
V – o sorteio dos jurados suplentes;
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a
I – no caso de condenação:
indicação do motivo;
a) fixará a pena-base;
VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público,
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes do querelante e do assistente, se houver, e a do defensor do
alegadas nos debates; acusado;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não
às causas admitidas pelo júri; comparecimento;

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IX – as testemunhas dispensadas de depor; XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou


de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas
nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento
não pudessem ouvir o depoimento das outras;
da verdade;
XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente;
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro uma das partes, quando a outra estiver com a palavra,
dos nomes dos jurados sorteados e recusas; podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte
requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples
referência ao termo; CAPÍTULO III
XIV – os debates e as alegações das partes com os DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
respectivos fundamentos;
CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
XV – os incidentes;
(Revogado).
XVI – o julgamento da causa;
TÍTULO II
XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das
DOS PROCESSOS ESPECIAIS
diligências e da sentença.
CAPÍTULO I
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções
administrativa e penal. DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE
FALÊNCIA
Seção XVI
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri CAPÍTULO II
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
Júri, além de outras expressamente referidas neste Código:
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes;
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes
exclusiva autoridade; de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com
documentos ou justificação que façam presumir a existência
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso
do delito ou com declaração fundamentada da
de linguagem ou mediante requerimento de uma das partes;
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
IV – resolver as questões incidentes que não dependam de
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou
pronunciamento do júri;
queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro
indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e do prazo de quinze dias.
designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do
constituição de novo defensor;
acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta
realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua preliminar.
presença;
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em
realização das diligências requeridas ou entendidas cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por
necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; seu defensor.
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com
sentença e para repouso ou refeição dos jurados; documentos e justificações.
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho
ou a requerimento de qualquer destes, a argüição de fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou
extinção de punibilidade; do seu defensor, da inexistência do crime ou da
improcedência da ação.
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do
julgamento;

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Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado Parágrafo único. O requerente da diligência poderá
citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do impugnar o laudo contrário à apreensão, e o juiz ordenará
Livro I. que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das
razões aduzidas pelos peritos.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do
processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos
I, deste Livro. ao juiz para homologação do laudo.
CAPÍTULO III Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será
admitida queixa com fundamento em apreensão e em
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação
DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ do laudo.
SINGULAR
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos
Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o autos de busca e apreensão requeridas pelo ofendido, se o
qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa
observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste no prazo fixado neste artigo.
Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo anterior
partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as será de 8 (oito) dias.
comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos
presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
crimes em que se proceda mediante queixa.
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o, 2o e
juiz achar provável a reconciliação, promoverá
3o do art. 184 do Código Penal, a autoridade policial
entendimento entre eles, na sua presença.
procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os
querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada. equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua
existência, desde que estes se destinem precipuamente à
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da
prática do ilícito
notoriedade do fato imputado, o querelante poderá
contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo,
inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras assinado por 2 (duas) ou mais testemunhas, com a descrição
indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou de todos os bens apreendidos e informações sobre suas
para completar o máximo legal. origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o
processo.
CAPÍTULO IV
Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, será realizada, por
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e
elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial ou
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a
o processo.
propriedade imaterial, observar-se-á o disposto
nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são
modificações constantes dos artigos seguintes. conexos serão os fiéis depositários de todos os bens
apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz quando
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa
do ajuizamento da ação.
ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o
exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o
corpo de delito, o juiz poderá determinar, a requerimento da
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a
vítima, a destruição da produção ou reprodução apreendida
queixa, nem ordenada qualquer diligência preliminarmente
quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou
requerida pelo ofendido.
quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será determinação de quem seja o autor do ilícito.
realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória,
verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e
poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente
quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será
produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos
apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da
equipamentos apreendidos, desde que precipuamente
diligência.

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destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo,
Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo
Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas comum as peças existentes para a adoção de outro
de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como
CAPÍTULO VI
incorporá-los, por economia ou interesse público, ao
patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS
canais de comércio. OU DESTRUÍDOS
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados
os que lhes são conexos poderão, em seu próprio nome, ou destruídos, em primeira ou segunda instância, serão
funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos restaurados.
no art. 184 do Código Penal, quando praticado em
§ 1o Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do
detrimento de qualquer de seus associados.
processo, será uma ou outra considerada como original.
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública
§ 2o Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o
incondicionada ou condicionada, observar-se-ão as normas
juiz mandará, de ofício, ou a requerimento de qualquer das
constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-
partes, que:
G e 530-H.
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua
CAPÍTULO V
lembrança, e reproduza o que houver a respeito em seus
DO PROCESSO SUMÁRIO protocolos e registros;
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no
realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á Instituto Médico-Legal, no Instituto de Identificação e
à tomada de declarações do ofendido, se possível, à Estatística ou em estabelecimentos congêneres, repartições
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela públicas, penitenciárias ou cadeias;
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem
Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
encontradas, por edital, com o prazo de dez dias, para o
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
processo de restauração dos autos.
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se,
finalmente, ao debate. § 3o Proceder-se-á à restauração na primeira instância,
ainda que os autos se tenham extraviado na segunda.
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco)
testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas,
mencionando-se em termo circunstanciado os pontos em
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos
que estiverem acordes e a exibição e a conferência das
parágrafos do art. 400 deste Código.
certidões e mais reproduções do processo apresentadas e
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a conferidas.
palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo
Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para
de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez),
a restauração, observando-se o seguinte:
proferindo o juiz, a seguir, sentença.
I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a
se-ão as testemunhas podendo ser substituídas as que
defesa de cada um será individual.
tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a
II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos,
de preferência pelos mesmos peritos;
prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação
da defesa. III - a prova documental será reproduzida por meio de cópia
autêntica ou, quando impossível, por meio de testemunhas;
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando
imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do
condução coercitiva de quem deva comparecer. processo, que deverá ser restaurado, as autoridades, os
serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida,
funcionado;
independentemente da suspensão da audiência, observada
em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 deste V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer
Código. testemunhas e produzir documentos, para provar o teor do
processo extraviado ou destruído.

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Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames
maior, deverão concluir-se dentro de vinte dias, serão os e diligências ordenados pelo juiz, de ofício ou a
autos conclusos para julgamento. requerimento das partes, será marcada audiência, em que,
inquiridas as testemunhas e produzidas alegações orais pelo
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem
órgão do Ministério Público e pelo defensor, dentro de dez
os autos conclusos para sentença, o juiz poderá, dentro em
minutos para cada um, o juiz proferirá sentença.
cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos
os esclarecimentos para a restauração. Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir
a decisão, designará, desde logo, outra audiência, que se
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos
realizará dentro de cinco dias, para publicar a sentença.
originais, não serão novamente cobrados.
Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão
juiz, absolvendo ou impronunciando o réu, reconhecer a
pelas custas, em dobro, sem prejuízo da responsabilidade
existência de qualquer dos fatos previstos noart. 14 ou
criminal.
no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão
LIVRO III
pelos originais.
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os
autos originais, nestes continuará o processo, apensos a eles TÍTULO I
os autos da restauração.
DAS NULIDADES
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade
sentença condenatória em execução continuará a produzir
não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na
cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
pena, ou de registro que torne a sua existência inequívoca.
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
CAPÍTULO VII
II - por ilegitimidade de parte;
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
POR FATO NÃO CRIMINOSO
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos
Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em
que, embora não constituindo infração penal, possa flagrante;
determinar a aplicação de medida de segurança (Código
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam
Penal, arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de
vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
apurá-lo e averiguar todos os elementos que possam
interessar à verificação da periculosidade do agente. c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver,
ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério
Público, mediante requerimento que conterá a exposição d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos
sucinta do fato, as suas circunstâncias e todos os elementos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte
em que se fundar o pedido. ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
intimação do interessado para comparecer em juízo, a fim de interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à
ser interrogado. acusação e à defesa;
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de dois f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva
dias, o interessado ou seu defensor poderá oferecer cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o
alegações. Tribunal do Júri;
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo
que não o tiver. Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à
revelia;
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento
inicial, e a defesa, no prazo estabelecido no artigo anterior, h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na
poderão requerer exames, diligências e arrolar até três contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
testemunhas.
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição
do júri;

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j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número III - as do processo sumário, no prazo a que se refere
legal e sua incomunicabilidade; o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois
de aberta a audiência e apregoadas as partes;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
Livro II, logo depois de aberta a audiência;
m) a sentença;
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
estabelecido;
VI - as de instrução criminal dos processos de competência
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação,
ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; nos prazos a que se refere o art. 500;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas
o quorum legal para o julgamento; razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento
do recurso e apregoadas as partes;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento
essencial do ato. VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em
sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência
dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e,
estas. segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo
haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente com o disposto no artigo anterior;
a formalidade cuja observância só à parte contrária
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu
interesse.
fim;
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus
que não houver influído na apuração da verdade substancial
efeitos.
ou na decisão da causa.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos
forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
decisórios, devendo o processo, quando for declarada a
nulidade, ser remetido ao juiz competente. § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos
atos que dele diretamente dependam ou sejam
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da
conseqüência.
parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação
dos atos processuais. § 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que
ela se estende.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da
representação, ou, nos processos das contravenções penais, TÍTULO II
da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser
DOS RECURSOS EM GERAL
supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
CAPÍTULO I
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou
notificação estará sanada, desde que o interessado DISPOSIÇÕES GERAIS
compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os
o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a
seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício,
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
pelo juiz:
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
I - da sentença que conceder habeas corpus;
Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas:
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na
I - as da instrução criminal dos processos da competência do
existência de circunstância que exclua o crime ou isente o
júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
réu de pena, nos termos do art. 411.
II - as da instrução criminal dos processos de competência do
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro,
juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos
falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento
V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere
ou não forem apresentados dentro do prazo.
o art. 500;

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Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição
que haja interposto. ou de outra causa extintiva da punibilidade;
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional
seu defensor.
da pena;
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da
decisão. XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou
em parte;
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo
nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
representante.
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de
termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de
questão prejudicial;
duas testemunhas.
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho
do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar
entrega.
a sentença em julgado;
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de
suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao
outra;
juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será
casos do art. 774;
prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
XXII - que revogar a medida de segurança;
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a
impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos
processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível. casos em que a lei admita a revogação;
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão
art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se simples.
fundado em motivos que não sejam de caráter
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de
exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO presidente do Tribunal de Apelação.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
despacho ou sentença:
I - quando interpostos de oficio;
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; processo.
IV – que pronunciar o réu; Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado,
quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a
conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda
fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou
intimados da pronúncia.
revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão
em flagrante; Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de
perda da fiança, de concessão de livramento condicional e
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo,
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou
extinta a punibilidade;
no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto
nos arts. 596 e 598.

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§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o DA APELAÇÃO


julgamento.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição
suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu
proferidas por juiz singular;
valor.
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão
proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a
Capítulo anterior;
lei a admitir.
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no
prazo de cinco dias. a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa
vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista ou à decisão dos jurados;
de jurados.
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por da medida de segurança;
instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à
requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda
prova dos autos.
traslado.
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e
expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos,
concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão sempre
o tribunal ad quem fará a devida retificação.
a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra
forma não for possível verificar-se a oportunidade do § 2o Interposta a apelação com fundamento no n o III, c,
recurso, e o termo de interposição. deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento,
retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do
recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o § 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o
fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados
seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo. é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á
provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do
admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
prazo na pessoa do defensor.
§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o
recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da
recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará
decisão se recorra.
ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso
com os traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá
parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova que o réu seja posto imediatamente em liberdade.
decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da
modificá-la. Neste caso, independentemente de novos
medida de segurança aplicada provisoriamente.
arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em
traslado. Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito
suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o
provisória de interdições de direitos e de medidas de
traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o
segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão
dobro.
condicional de pena.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou
tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da
do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação
resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do
pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou
mesmo prazo.
qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, se tenha habilitado como assistente, poderá interpor
deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
juiz a quo.
CAPÍTULO III

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Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso acordo com a competência estabelecida nas leis de
será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do organização judiciária.
Ministério Público.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se
relação a todo o julgado, quer em relação a parte dele. embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser
opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e,
acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os
depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um
embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção,
em que o prazo será de três dias. Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do
o de habeas corpus, e nas apelações interpostas das sentenças
§ 1 Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três
em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine
dias, após o Ministério Público.
pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida,
Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação
parágrafo anterior. de dia para o julgamento.
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e
os prazos serão comuns. apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua
revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao
presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a
interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior
palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao
instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde
procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo.
será aberta vista às partes, observados os prazos legais,
notificadas as partes pela publicação oficial. Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator,
serão julgados na primeira sessão.
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão
remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas
no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda em processos por crime a que a lei comine pena de reclusão,
parte, em que o prazo será de trinta dias. deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida
no Art. 610, com as seguintes modificações:
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido
julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor,
promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá
remetido à instância superior no prazo de trinta dias, designação de dia para o julgamento;
contado da data da entrega das últimas razões de apelação,
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
ou do vencimento do prazo para a apresentação das do
apelado. III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de
solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os
Público. motivos da demora serão declarados nos autos.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de recursos,
Correio, sob registro.
se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate; no
Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na primeira
essenciais do processo referidos no art. 564, n. III.
sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas
CAPÍTULO V sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal,
SENTIDO ESTRITO câmara ou turma proceder a novo interrogatório do
acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras
E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
diligências.
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas
pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for

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aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando § 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento
somente o réu houver apelado da sentença. será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas
em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
contrário, pelo tribunal pleno.
estabelecerão as normas complementares para o processo e
julgamento dos recursos e apelações. § 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou
turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou mais
CAPÍTULO VI
grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão,
DOS EMBARGOS obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento
interno.
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a
embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da um revisor, devendo funcionar como relator um
sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, desembargador que não tenha pronunciado decisão em
obscuridade, contradição ou omissão. qualquer fase do processo.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em § 1o O requerimento será instruído com a certidão de haver
requerimento de que constem os pontos em que o acórdão passado em julgado a sentença condenatória e com as peças
é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. necessárias à comprovação dos fatos argüidos.
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e § 2o O relator poderá determinar que se apensem os autos
julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. originais, se daí não advier dificuldade à execução normal da
sentença.
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste
artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento. § 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido
e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os
CAPÍTULO VII
autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as
DA REVISÃO câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso
(art. 624, parágrafo único).
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
§ 4o Interposto o recurso por petição e independentemente
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto
de termo, o relator apresentará o processo em mesa para o
expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
julgamento e o relatará, sem tomar parte na discussão.
II - quando a sentença condenatória se fundar em
§ 5o Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente
á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no
falsos;
prazo de dez dias. Em seguida, examinados os autos,
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor,
de inocência do condenado ou de circunstância que julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
determine ou autorize diminuição especial da pena.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar
tempo, antes da extinção da pena ou após. a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser
salvo se fundado em novas provas. agravada a pena imposta pela decisão revista.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de
por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte todos os direitos perdidos em virtude da condenação,
do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de
segurança cabível.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações
estabelecerão as normas complementares para o processo e
por ele proferidas;
julgamento das revisões criminais.
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a
de Alçada, nos demais casos.
sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la
§ 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da
Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que for decisão.
estabelecido no respectivo regimento interno.

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Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao
reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para
sofridos. o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o
responderá a União, se a condenação tiver sido proferida disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido
pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, estrito, ou o processo estabelecido para o recurso
se o tiver sido pela respectiva justiça. extraordinário, se deste se tratar.
§ 2o A indenização não será devida: Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o
julgamento da carta, se desta tomar conhecimento,
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou
mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente
falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou
instruída, decidirá logo, de meritis.
a ocultação de prova em seu poder;
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância
b) se a acusação houver sido meramente privada.
superior seguirá o processo do recurso denegado.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.
condenação tiver de ser revista, o presidente do tribunal
nomeará curador para a defesa. CAPÍTULO X
CAPÍTULO VIII DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito
na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição
suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do
disciplinar.
traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a
execução da sentença. Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado I - quando não houver justa causa;
no Supremo Tribunal Federal na forma estabelecida pelo
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que
respectivo regimento interno.
determina a lei;
CAPÍTULO IX
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL para fazê-lo;
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a
coação;
I - da decisão que denegar o recurso;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua
casos em que a lei a autoriza;
expedição e seguimento para o juízo ad quem.
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão,
ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta VII - quando extinta a punibilidade.
e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso,
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua
indicando o requerente as peças do processo que deverão
jurisdição, fará passar imediatamente a ordem impetrada,
ser trasladadas.
nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo autoridade coatora.
da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido
de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso
de habeas corpus:
de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada. I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos
no Art. 101, I, g, da Constituição;
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se
negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de
pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, violência ou coação forem atribuídos aos governadores ou
ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito do
representação do testemunhante, imporá a pena e mandará Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de
que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo Polícia.
substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o

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§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a violência Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se
ou coação provier de autoridade judiciária de igual ou julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que
superior jurisdição. este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que
designar.
§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão
administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido
dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados mandado de prisão contra o detentor, que será processado
ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, na forma da lei, e o juiz providenciará para que o paciente
salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou seja tirado da prisão e apresentado em juízo.
de depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo
prazo legal.
escusará a sua apresentação, salvo:
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem
I - grave enfermidade do paciente;
porá termo ao processo, desde que este não esteja em
conflito com os fundamentos daquela. Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a
detenção;
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de
nulidade do processo, este será renovado. III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo
juiz ou pelo tribunal.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude
de habeas corpus, será condenada nas custas a autoridade Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente
que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver se encontrar, se este não puder ser apresentado por motivo
determinado a coação. de doença.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente
Público cópia das peças necessárias para ser promovida a estiver preso.
responsabilidade da autoridade.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente,
pelo Ministério Público.
o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: quatro) horas.
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer § 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto
violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido
ou ameaça; na prisão.
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso § 2o Se os documentos que instruírem a petição
de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal
temor; ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, § 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o
quando não souber ou não puder escrever, e a designação paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor
das respectivas residências. desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo,
neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir
anexados aos do inquérito policial ou aos do processo
de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de
judicial.
processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência
de sofrer coação ilegal. § 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar
ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o
salvo-conduto assinado pelo juiz.
oficial de justiça ou a autoridade judiciária ou policial que
embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem de habeas § 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade
corpus, as informações sobre a causa da prisão, a condução que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua
e apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.
na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem
§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja
prejuízo das penas em que incorrer. As multas serão
o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o
impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeas corpus,
alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver,
salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em que
observadas as formalidades estabelecidas no art. 289,
caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de
parágrafo único, in fine, ou por via postal.
Apelação impor as multas.

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Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior, nos
Apelação, a petição de habeas corpus será apresentada ao casos de sua competência originária, caberá ao respectivo
secretário, que a enviará imediatamente ao presidente do presidente prover-lhe a execução.
tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver
Art. 669. Só depois de passar em julgado, será exeqüível a
reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.
sentença, salvo:
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o,
I - quando condenatória, para o efeito de sujeitar o réu a
o presidente, se necessário, requisitará da autoridade
prisão, ainda no caso de crime afiançável, enquanto não for
indicada como coatora informações por escrito. Faltando,
prestada a fiança;
porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará
preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição. II - quando absolutória, para o fim de imediata soltura do
réu, desde que não proferida em processo por crime a que a
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão
lei comine pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou
ordenadas, se o presidente entender que o habeas
superior a oito anos.
corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a
petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a Art. 670. No caso de decisão absolutória confirmada ou
respeito. proferida em grau de apelação, incumbirá ao relator fazer
expedir o alvará de soltura, de que dará imediatamente
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas,
conhecimento ao juiz de primeira instância.
o habeas corpus será julgado na primeira sessão, podendo,
entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte. Art. 671. Os incidentes da execução serão resolvidos pelo
respectivo juiz.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de
votos. Havendo empate, se o presidente não tiver tomado Art. 672. Computar-se-á na pena privativa da liberdade o
parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso tempo:
contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.
I - de prisão preventiva no Brasil ou no estrangeiro;
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que,
II - de prisão provisória no Brasil ou no estrangeiro;
assinada pelo presidente do tribunal, câmara ou turma, será
dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro III - de internação em hospital ou manicômio.
ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o
Art. 673. Verificado que o réu, pendente a apelação por ele
constrangimento.
interposta, já sofreu prisão por tempo igual ao da pena a que
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama foi condenado, o relator do feito mandará pô-lo
obedecerá ao disposto no art. 289, parágrafo único, in fine. imediatamente em liberdade, sem prejuízo do julgamento
do recurso, salvo se, no caso de crime a que a lei comine
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou superior a
estabelecerão as normas complementares para o processo e
8 anos, o querelante ou o Ministério Público também houver
julgamento do pedido de habeas corpus de sua competência
apelado da sentença condenatória.
originária.
TÍTULO II
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de
competência originária do Supremo Tribunal Federal, bem DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
como nos de recurso das decisões de última ou única
CAPÍTULO I
instância, denegatórias de habeas corpus, observar-se-á, no
que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores, DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as
Art. 674. Transitando em julgado a sentença que impuser
regras complementares.
pena privativa de liberdade, se o réu já estiver preso, ou vier
LIVRO IV a ser preso, o juiz ordenará a expedição de carta de guia para
o cumprimento da pena.
DA EXECUÇÃO
Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, última parte, a
TÍTULO I
expedição da carta de guia será ordenada pelo juiz
DISPOSIÇÕES GERAIS competente para a soma ou unificação das penas.
Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, Art. 675. No caso de ainda não ter sido expedido mandado
incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a decisão for do de prisão, por tratar-se de infração penal em que o réu se
Tribunal do Júri, ao seu presidente. livra solto ou por estar afiançado, o juiz, ou o presidente da
câmara ou tribunal, se tiver havido recurso, fará expedir o

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mandado de prisão, logo que transite em julgado a sentença § 1o Em caso de urgência, o diretor do estabelecimento
condenatória. penal poderá determinar a remoção do sentenciado,
comunicando imediatamente a providência ao juiz, que, em
§ 1o No caso de reformada pela superior instância, em grau
face da perícia médica, ratificará ou revogará a medida.
de recurso, a sentença absolutória, estando o réu solto, o
presidente da câmara ou do tribunal fará, logo após a sessão § 2o Se a internação se prolongar até o término do prazo
de julgamento, remeter ao chefe de Polícia o mandado de restante da pena e não houver sido imposta medida de
prisão do condenado. segurança detentiva, o indivíduo terá o destino aconselhado
pela sua enfermidade, feita a devida comunicação ao juiz de
§ 2o Se o réu estiver em prisão especial, deverá, ressalvado
incapazes.
o disposto na legislação relativa aos militares, ser expedida
ordem para sua imediata remoção para prisão comum, até Art. 683. O diretor da prisão a que o réu tiver sido recolhido
que se verifique a expedição de carta de guia para o provisoriamente ou em cumprimento de pena comunicará
cumprimento da pena. imediatamente ao juiz o óbito, a fuga ou a soltura do detido
ou sentenciado para que fique constando dos autos.
Art. 676. A carta de guia, extraída pelo escrivão e assinada
pelo juiz, que a rubricará em todas as folhas, será remetida Parágrafo único. A certidão de óbito acompanhará a
ao diretor do estabelecimento em que tenha de ser comunicação.
cumprida a sentença condenatória, e conterá:
Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de prévia
I - o nome do réu e a alcunha por que for conhecido; ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer pessoa.
Il - a sua qualificação civil (naturalidade, filiação, idade, Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será
estado, profissão), instrução e, se constar, número do posto, imediatamente, em liberdade, mediante alvará do
registro geral do Instituto de Identificação e Estatística ou de juiz, no qual se ressalvará a hipótese de dever o condenado
repartição congênere; continuar na prisão por outro motivo legal.
III - o teor integral da sentença condenatória e a data da Parágrafo único. Se tiver sido imposta medida de segurança
terminação da pena. detentiva, o condenado será removido para
estabelecimento adequado (art. 762).
Parágrafo único. Expedida carta de guia para cumprimento
de uma pena, se o réu estiver cumprindo outra, só depois de CAPÍTULO II
terminada a execução desta será aquela executada.
DAS PENAS PECUNIÁRIAS
Retificar-se-á a carta de guia sempre que sobrevenha
modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de Art. 686. A pena de multa será paga dentro em 10 dias após
duração da pena. haver transitado em julgado a sentença que a impuser.
Art. 677. Da carta de guia e seus aditamentos se remeterá Parágrafo único. Se interposto recurso da sentença, esse
cópia ao Conselho Penitenciário. prazo será contado do dia em que o juiz ordenar o
cumprimento da decisão da superior instância.
Art. 678. O diretor do estabelecimento, em que o réu tiver
de cumprir a pena, passará recibo da carta de guia para Art. 687. O juiz poderá, desde que o condenado o requeira:
juntar-se aos autos do processo.
I - prorrogar o prazo do pagamento da multa até três meses,
Art. 679. As cartas de guia serão registradas em livro se as circunstâncias justificarem essa prorrogação;
especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,
II - permitir, nas mesmas circunstâncias, que o pagamento se
fazendo-se no curso da execução as anotações necessárias.
faça em parcelas mensais, no prazo que fixar, mediante
Art. 680. Computar-se-á no tempo da pena o período em caução real ou fidejussória, quando necessário.
que o condenado, por sentença irrecorrível, permanecer
§ 1o O requerimento, tanto no caso do no I, como no do no II,
preso em estabelecimento diverso do destinado ao
será feito dentro do decêndio concedido para o pagamento
cumprimento dela.
da multa.
Art. 681. Se impostas cumulativamente penas privativas da
§ 2º A permissão para o pagamento em parcelas será
liberdade, será executada primeiro a de reclusão, depois a
revogada, se o juiz verificar que o condenado dela se vale
de detenção e por último a de prisão simples.
para fraudar a execução da pena. Nesse caso, a caução
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença mental, resolver-se-á em valor monetário, devolvendo-se ao
verificada por perícia médica, será internado em manicômio condenado o que exceder à satisfação da multa e das custas
judiciário, ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, processuais.
onde Ihe seja assegurada a custódia.

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Art. 688. Findo o decêndio ou a prorrogação sem que o § 2o O juiz, desde que transite em julgado a decisão,
condenado efetue o pagamento, ou ocorrendo a hipótese ordenará a expedição de mandado de prisão ou aditamento
prevista no § 2o do artigo anterior, observar-se-á o seguinte: à carta de guia, conforme esteja o condenado solto ou em
cumprimento de pena privativa da liberdade.
I - possuindo o condenado bens sobre os quais possa recair
a execução, será extraída certidão da sentença § 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, a conversão será
condenatória, a fim de que o Ministério Público proceda à feita pelo valor das parcelas não pagas.
cobrança judicial;
Art. 690. O juiz tornará sem efeito a conversão, expedindo
II - sendo o condenado insolvente, far-se-á a cobrança: alvará de soltura ou cassando a ordem de prisão, se o
condenado, em qualquer tempo:
a) mediante desconto de quarta parte de sua remuneração
(arts. 29, § 1o, e 37 do Código Penal), quando cumprir pena I - pagar a multa;
privativa da liberdade, cumulativamente imposta com a de
II - prestar caução real ou fidejussória que Ihe assegure o
multa;
pagamento.
b) mediante desconto em seu vencimento ou salário, se,
Parágrafo único. No caso do no II, antes de homologada a
cumprida a pena privativa da liberdade, ou concedido o
caução, será ouvido o Ministério Público dentro do prazo de
livramento condicional, a multa não houver sido resgatada;
dois dias.
c) mediante esse desconto, se a multa for a única pena
CAPÍTULO III
imposta ou no caso de suspensão condicional da pena.
DAS PENAS ACESSÓRIAS
§ 1o O desconto, nos casos das letras b e c, será feito
mediante ordem ao empregador, à repartição competente Art. 691. O juiz dará à autoridade administrativa
ou à administração da entidade paraestatal, e, antes de fixá- competente conhecimento da sentença transitada em
lo, o juiz requisitará informações e ordenará diligências, julgado, que impuser ou de que resultar a perda da função
inclusive arbitramento, quando necessário, para observância pública ou a incapacidade temporária para investidura em
do art. 37, § 3o, do Código Penal. função pública ou para exercício de profissão ou atividade.
§ 2o Sob pena de desobediência e sem prejuízo da execução Art. 692. No caso de incapacidade temporária ou
a que ficará sujeito, o empregador será intimado a recolher permanente para o exercício do pátrio poder, da tutela ou da
mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, a importância curatela, o juiz providenciará para que sejam acautelados, no
correspondente ao desconto, em selo penitenciário, que juízo competente, a pessoa e os bens do menor ou do
será inutilizado nos autos pelo juiz. interdito.
§ 3o Se o condenado for funcionário estadual ou municipal Art. 693. A incapacidade permanente ou temporária para o
ou empregado de entidade paraestatal, a importância do exercício da autoridade marital ou do pátrio poder será
desconto será, semestralmente, recolhida ao Tesouro averbada no registro civil.
Nacional, delegacia fiscal ou coletoria federal, como receita
Art. 694. As penas acessórias consistentes em interdições de
do selo penitenciário.
direitos serão comunicadas ao Instituto de Identificação e
§ 4o As quantias descontadas em folha de pagamento de Estatística ou estabelecimento congênere, figurarão na folha
funcionário federal constituirão renda do selo penitenciário. de antecedentes do condenado e serão mencionadas no rol
de culpados.
Art. 689. A multa será convertida, à razão de dez mil-réis por
dia, em detenção ou prisão simples, no caso de crime ou de Art. 695. Iniciada a execução das interdições temporárias
contravenção: (art. 72, a e b, do Código Penal), o juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou do condenado, fixará
I - se o condenado solvente frustrar o pagamento da multa;
o seu termo final, completando as providências
II - se não forem pagas pelo condenado solvente as parcelas determinadas nos artigos anteriores.
mensais autorizadas sem garantia.
TÍTULO III
§ 1o Se o juiz reconhecer desde logo a existência de causa
DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO
para a conversão, a ela procederá de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, independentemente de CAPÍTULO I
audiência do condenado; caso contrário, depois de ouvir o
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
condenado, se encontrado no lugar da sede do juízo, poderá
admitir a apresentação de prova pelas partes, inclusive Art. 696. O juiz poderá suspender, por tempo não inferior a
testemunhal, no prazo de três dias. 2 (dois) nem superior a 6 (seis) anos, a execução das penas
de reclusão e de detenção que não excedam a 2 (dois) anos,

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ou, por tempo não inferior a 1 (um) nem superior a 3 (três) § 6o A entidade fiscalizadora deverá comunicar
anos, a execução da pena de prisão simples, desde que o imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais
sentenciado: (arts. 730 e 731), qualquer fato capaz de acarretar a
revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a
I - não haja sofrido, no País ou no estrangeiro, condenação
modificação das condições.
irrecorrível por outro crime a pena privativa da liberdade,
salvo o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código § 7o Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita
Penal; comunicação ao juiz e à entidade fiscalizadora do local da
nova residência, aos quais deverá apresentar-se
II - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os
imediatamente.
motivos e as circunstâncias do crime autorizem a presunção
de que não tornará a delinqüir. Art. 699. No caso de condenação pelo Tribunal do Júri, a
suspensão condicional da pena competirá ao seu presidente.
Parágrafo único. Processado o beneficiário por outro crime
ou contravenção, considerar-se-á prorrogado o prazo da Art. 700. A suspensão não compreende a multa, as penas
suspensão da pena até o julgamento definitivo. acessórias, os efeitos da condenação nem as custas.
Art. 697. O juiz ou tribunal, na decisão que aplicar pena Art. 701. O juiz, ao conceder a suspensão, fixará, tendo em
privativa da liberdade não superior a 2 (dois) anos, deverá conta as condições econômicas ou profissionais do réu, o
pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão prazo para o pagamento, integral ou em prestações, das
condicional, quer a conceda quer a denegue. custas do processo e taxa penitenciária.
Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz especificará as Art. 702. Em caso de co-autoria, a suspensão poderá ser
condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo concedida a uns e negada a outros réus.
previsto, começando este a correr da audiência em que se
Art. 703. O juiz que conceder a suspensão lerá ao réu, em
der conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe for
audiência, a sentença respectiva, e o advertirá das
entregue documento similar ao descrito no art. 724.
conseqüências de nova infração penal e da transgressão das
§ 1o As condições serão adequadas ao delito e à obrigações impostas.
personalidade do condenado.
Art. 704. Quando for concedida a suspensão pela superior
§ 2o Poderão ser impostas, além das estabelecidas instância, a esta caberá estabelecer-lhe as condições,
no art. 767, como normas de conduta e obrigações, as podendo a audiência ser presidida por qualquer membro do
seguintes condições: tribunal ou câmara, pelo juiz do processo ou por outro
designado pelo presidente do tribunal ou câmara.
I - freqüentar curso de habilitação profissional ou de
instrução escolar; Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou por edital com
prazo de 20 dias, o réu não comparecer à audiência a que se
II - prestar serviços em favor da comunidade;
refere o art. 703, a suspensão ficará sem efeito e será
III - atender aos encargos de família; executada imediatamente a pena, salvo prova de justo
impedimento, caso em que será marcada nova audiência.
IV - submeter-se a tratamento de desintoxicação.
Art. 706. A suspensão também ficará sem efeito se, em
§ 3o O juiz poderá fixar, a qualquer tempo, de ofício ou a
virtude de recurso, for aumentada a pena de modo que
requerimento do Ministério Público, outras condições além
exclua a concessão do benefício.
das especificadas na sentença e das referidas no parágrafo
anterior, desde que as circunstâncias o aconselhem. Art. 707. A suspensão será revogada se o beneficiário:
§ 4o A fiscalização do cumprimento das condições deverá I - é condenado, por sentença irrecorrível, a pena privativa
ser regulada, nos Estados, Territórios e Distrito Federal, por da liberdade;
normas supletivas e atribuída a serviço social penitenciário,
II - frustra, embora solvente, o pagamento da multa, ou não
patronato, conselho de comunidade ou entidades similares,
efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano.
inspecionadas pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério
Público ou ambos, devendo o juiz da execução na comarca Parágrafo único. O juiz poderá revogar a suspensão, se o
suprir, por ato, a falta das normas supletivas. beneficiário deixa de cumprir qualquer das obrigações
constantes da sentença, de observar proibições inerentes à
§ 5o O beneficiário deverá comparecer periodicamente à
pena acessória, ou é irrecorrivelmente condenado a pena
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das
que não seja privativa da liberdade; se não a revogar, deverá
condições a que está sujeito, comunicando, também, a sua
advertir o beneficiário, ou exacerbar as condições ou, ainda,
ocupação, os salários ou proventos de que vive, as
prorrogar o período da suspensão até o máximo, se esse
economias que conseguiu realizar e as dificuldades materiais
limite não foi o fixado.
ou sociais que enfrenta.

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Art. 708. Expirado o prazo de suspensão ou a prorrogação, Art. 714. O diretor do estabelecimento penal remeterá ao
sem que tenha ocorrido motivo de revogação, a pena Conselho Penitenciário minucioso relatório sobre:
privativa de liberdade será declarada extinta.
I - o caráter do sentenciado, revelado pelos seus
Parágrafo único. O juiz, quando julgar necessário, antecedentes e conduta na prisão;
requisitará, antes do julgamento, nova folha de
II - o procedimento do liberando na prisão, sua aplicação ao
antecedentes do beneficiário.
trabalho e seu trato com os companheiros e funcionários do
Art. 709. A condenação será inscrita, com a nota de estabelecimento;
suspensão, em livros especiais do Instituto de Identificação e
III - suas relações, quer com a família, quer com estranhos;
Estatística, ou repartição congênere, averbando-se,
mediante comunicação do juiz ou do tribunal, a revogação IV - seu grau de instrução e aptidão profissional, com a
da suspensão ou a extinção da pena. Em caso de revogação, indicação dos serviços em que haja sido empregado e da
será feita a averbação definitiva no registro geral. especialização anterior ou adquirida na prisão;
§ 1o Nos lugares onde não houver Instituto de Identificação V - sua situação financeira, e seus propósitos quanto ao seu
e Estatística ou repartição congênere, o registro e a futuro meio de vida, juntando o diretor, quando dada por
averbação serão feitos em livro próprio no juízo ou no pessoa idônea, promessa escrita de colocação do liberando,
tribunal. com indicação do serviço e do salário.
§ 2o O registro será secreto, salvo para efeito de Parágrafo único. O relatório será, dentro do prazo de quinze
informações requisitadas por autoridade judiciária, no caso dias, remetido ao Conselho, com o prontuário do
de novo processo. sentenciado, e, na falta, o Conselho opinará livremente,
comunicando à autoridade competente a omissão do diretor
§ 3o Não se aplicará o disposto no § 2o, quando houver sido
da prisão.
imposta ou resultar de condenação pena acessória
consistente em interdição de direitos. Art. 715. Se tiver sido imposta medida de segurança
detentiva, o livramento não poderá ser concedido sem que
CAPÍTULO II
se verifique, mediante exame das condições do sentenciado,
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL a cessação da periculosidade.
Art. 710. O livramento condicional poderá ser concedido ao Parágrafo único. Consistindo a medida de segurança em
condenado a pena privativa da liberdade igual ou superior a internação em casa de custódia e tratamento, proceder-se-á
2 (dois) anos, desde que se verifiquem as condições a exame mental do sentenciado.
seguintes:
Art. 716. A petição ou a proposta de livramento será
I - cumprimento de mais da metade da pena, ou mais de três remetida ao juiz ou ao tribunal por ofício do presidente do
quartos, se reincidente o sentenciado; Conselho Penitenciário, com a cópia do respectivo parecer e
do relatório do diretor da prisão.
II - ausência ou cessação de periculosidade;
§ 1o Para emitir parecer, o Conselho poderá determinar
III - bom comportamento durante a vida carcerária;
diligências e requisitar os autos do processo.
IV - aptidão para prover à própria subsistência mediante
§ 2o O juiz ou o tribunal mandará juntar a petição ou a
trabalho honesto;
proposta, com o ofício ou documento que a acompanhar,
V - reparação do dano causado pela infração, salvo aos autos do processo, e proferirá sua decisão, previamente
impossibilidade de fazê-lo. ouvido o Ministério Público.
Art. 711. As penas que correspondem a infrações diversas Art. 717. Na ausência da condição prevista no art. 710, I, o
podem somar-se, para efeito do livramento. requerimento será liminarmente indeferido.
Art. 712. O livramento condicional poderá ser concedido Art. 718. Deferido o pedido, o juiz, ao especificar as
mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou condições a que ficará subordinado o livramento, atenderá
de parente em linha reta, ou por proposta do diretor do ao disposto no art. 698, §§ 1o, 2o e 5o.
estabelecimento penal, ou por iniciativa do Conselho
§ 1o Se for permitido ao liberado residir fora da jurisdição do
Penitenciário.
juiz da execução, remeter-se-á cópia da sentença do
Art. 713. As condições de admissibilidade, conveniência e livramento à autoridade judiciária do lugar para onde ele se
oportunidade da concessão do livramento serão verificadas houver transferido, e à entidade de observação cautelar e
pelo Conselho Penitenciário, a cujo parecer não ficará, proteção.
entretanto, adstrito o juiz.

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§ 2o O liberado será advertido da obrigação de apresentar- § 1o Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um
se imediatamente à autoridade judiciária e à entidade de salvo-conduto, em que constem as condições do livramento
observação cautelar e proteção. e a pena acessória, podendo substituir-se a ficha de
identidade ou o retrato do liberado pela descrição dos sinais
Art. 719. O livramento ficará também subordinado à
que possam identificá-lo.
obrigação de pagamento das custas do processo e da taxa
penitenciária, salvo caso de insolvência comprovada. § 2o Na caderneta e no salvo-conduto deve haver espaço
para consignar o cumprimento das condições referidas
Parágrafo único. O juiz poderá fixar o prazo para o
no art. 718.
pagamento integral ou em prestações, tendo em
consideração as condições econômicas ou profissionais do Art. 725. A observação cautelar e proteção realizadas por
liberado. serviço social penitenciário, patronato, conselho de
comunidade ou entidades similares, terá a finalidade de:
Art. 720. A forma de pagamento da multa, ainda não paga
pelo liberando, será determinada de acordo com o disposto I - fazer observar o cumprimento da pena acessória, bem
no art. 688. como das condições especificadas na sentença concessiva do
benefício;
Art. 721. Reformada a sentença denegatória do livramento,
os autos baixarão ao juiz da primeira instância, a fim de que II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de
determine as condições que devam ser impostas ao suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade
liberando. laborativa.
Art. 722. Concedido o livramento, será expedida carta de Parágrafo único. As entidades encarregadas de observação
guia, com a cópia integral da sentença em duas vias, cautelar e proteção do liberado apresentarão relatório ao
remetendo-se uma ao diretor do estabelecimento penal e Conselho Penitenciário, para efeito da representação
outra ao presidente do Conselho Penitenciário. prevista nos arts. 730 e 731.
Art. 723. A cerimônia do livramento condicional será Art. 726. Revogar-se-á o livramento condicional, se o
realizada solenemente, em dia marcado pela autoridade que liberado vier, por crime ou contravenção, a ser condenado
deva presidi-la, observando-se o seguinte: por sentença irrecorrível a pena privativa de liberdade.
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais Art. 727. O juiz pode, também, revogar o livramento, se o
presos, salvo motivo relevante, pelo presidente do Conselho liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações
Penitenciário, ou pelo seu representante junto ao constantes da sentença, de observar proibições inerentes à
estabelecimento penal, ou, na falta, pela autoridade pena acessória ou for irrecorrivelmente condenado, por
judiciária local; crime, à pena que não seja privativa da liberdade.
II - o diretor do estabelecimento penal chamará a atenção do Parágrafo único. Se o juiz não revogar o livramento, deverá
liberando para as condições impostas na sentença de advertir o liberado ou exacerbar as condições.
livramento;
Art. 728. Se a revogação for motivada por infração penal
III - o preso declarará se aceita as condições. anterior à vigência do livramento, computar-se-á no tempo
da pena o período em que esteve solto o liberado, sendo
§ 1o De tudo, em livro próprio, se lavrará termo, subscrito
permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do
por quem presidir a cerimônia, e pelo liberando, ou alguém
tempo das duas penas.
a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
Art. 729. No caso de revogação por outro motivo, não se
§ 2o Desse termo, se remeterá cópia ao juiz do processo.
computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado,
Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-lhe-á entregue, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo
além do saldo do seu pecúlio e do que Ihe pertencer, uma livramento.
caderneta que exibirá à autoridade judiciária ou
Art. 730. A revogação do livramento será decretada
administrativa sempre que Ihe for exigido. Essa caderneta
mediante representação do Conselho Penitenciário, ou a
conterá:
requerimento do Ministério Público, ou de ofício, pelo juiz,
I - a reprodução da ficha de identidade, ou o retrato do que, antes, ouvirá o liberado, podendo ordenar diligências e
liberado, sua qualificação e sinais característicos; permitir a produção de prova, no prazo de cinco dias
II - o texto impresso dos artigos do presente capítulo; Art. 731. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público, ou mediante representação do Conselho
III - as condições impostas ao liberado;
Penitenciário, poderá modificar as condições ou normas de
IV - a pena acessória a que esteja sujeito. conduta especificadas na sentença, devendo a respectiva
decisão ser lida ao liberado por uma das autoridades ou por

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um dos funcionários indicados no inciso I do art. 723, por iniciativa do Conselho Penitenciário, providenciará de
observado o disposto nos incisos II e III, e §§ 1o e 2o do acordo com o disposto no art. 738.
mesmo artigo.
Art. 742. Concedida a anistia após transitar em julgado a
Art. 732. Praticada pelo liberado nova infração, o juiz ou o sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento
tribunal poderá ordenar a sua prisão, ouvido o Conselho do interessado, do Ministério Público ou por iniciativa do
Penitenciário, suspendendo o curso do livramento Conselho Penitenciário, declarará extinta a pena.
condicional, cuja revogação ficará, entretanto, dependendo
CAPÍTULO II
da decisão final no novo processo.
DA REABILITAÇÃO
Art. 733. O juiz, de ofício, ou a requerimento do interessado,
do Ministério Público, ou do Conselho Penitenciário, julgará Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da
extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, pelo
livramento sem revogação, ou na hipótese do artigo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente,
anterior, for o liberado absolvido por sentença irrecorrível. contados do dia em que houver terminado a execução da
pena principal ou da medida de segurança detentiva,
TÍTULO IV
devendo o requerente indicar as comarcas em que haja
DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA residido durante aquele tempo.
REHABILITAÇÃO
Art. 744. O requerimento será instruído com:
CAPÍTULO I
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente
DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA respondido, nem estar respondendo a processo penal, em
qualquer das comarcas em que houver residido durante o
Art. 734. A graça poderá ser provocada por petição do
prazo a que se refere o artigo anterior;
condenado, de qualquer pessoa do povo, do Conselho
Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada, II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos
entretanto, ao Presidente da República, a faculdade de que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e
concedê-la espontaneamente. mantido, efetivamente, bom comportamento;
Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos documentos III - atestados de bom comportamento fornecidos por
com que o impetrante a instruir, será remetida ao ministro pessoas a cujo serviço tenha estado;
da Justiça por intermédio do Conselho Penitenciário.
IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de
Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do sua regeneração;
processo, e depois de ouvir o diretor do estabelecimento
V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou
penal a que estiver recolhido o condenado, fará, em
persistir a impossibilidade de fazê-lo.
relatório, a narração do fato criminoso, examinará as provas,
mencionará qualquer formalidade ou circunstância omitida Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências necessárias
na petição e exporá os antecedentes do condenado e seu para apreciação do pedido, cercando-as do sigilo possível e,
procedimento depois de preso, opinando sobre o mérito do antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.
pedido.
Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá
Art. 737. Processada no Ministério da Justiça, com os recurso de ofício.
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a
Art. 747. A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será
petição subirá a despacho do Presidente da República, a
comunicada ao Instituto de Identificação e Estatística ou
quem serão presentes os autos do processo ou a certidão de
repartição congênere.
qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não
Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos cópia do
serão mencionadas na folha de antecedentes do reabilitado,
decreto, o juiz declarará extinta a pena ou penas, ou ajustará
nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando
a execução aos termos do decreto, no caso de redução ou
requisitadas por juiz criminal.
comutação de pena.
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá
Art. 739. O condenado poderá recusar a comutação da
renovar o pedido senão após o decurso de dois anos, salvo
pena.
se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência
Art. 740. Os autos da petição de graça serão arquivados no de documentos.
Ministério da Justiça.
Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal,
Art. 741. Se o réu for beneficiado por indulto, o juiz, de ofício art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a
ou a requerimento do interessado, do Ministério Público ou requerimento do Ministério Público.

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TÍTULO V § 2o Se o réu estiver foragido, o juiz procederá às diligências


que julgar convenientes, concedendo o prazo de provas,
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
quando requerido pelo Ministério Público.
Art. 751. Durante a execução da pena ou durante o tempo
§ 3o Findo o prazo de provas, o juiz proferirá a sentença
em que a ela se furtar o condenado, poderá ser imposta
dentro de três dias.
medida de segurança, se:
Art. 758. A execução da medida de segurança incumbirá ao
I - o juiz ou o tribunal, na sentença:
juiz da execução da sentença.
a) omitir sua decretação, nos casos de periculosidade
Art. 759. No caso do art. 753, o juiz ouvirá o curador já
presumida;
nomeado ou que então nomear, podendo mandar submeter
b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la expressamente; o condenado a exame mental, internando-o, desde logo, em
estabelecimento adequado.
c) declarar os elementos constantes do processo
insuficientes para a imposição ou exclusão da medida e Art. 760. Para a verificação da periculosidade, no caso
ordenar indagações para a verificação da periculosidade do do § 3o do art. 78 do Código Penal, observar-se-á o disposto
condenado; no art. 757, no que for aplicável.
II - tendo sido, expressamente, excluída na sentença a Art. 761. Para a providência determinada no art. 84, § 2o, do
periculosidade do condenado, novos fatos demonstrarem Código Penal, se as sentenças forem proferidas por juízes
ser ele perigoso. diferentes, será competente o juiz que tiver sentenciado por
último ou a autoridade de jurisdição prevalente no caso
Art. 752. Poderá ser imposta medida de segurança, depois
do art. 82.
de transitar em julgado a sentença, ainda quando não
iniciada a execução da pena, por motivo diverso de fuga ou Art. 762. A ordem de internação, expedida para executar-se
ocultação do condenado: medida de segurança detentiva, conterá:
I - no caso da letra a do no I do artigo anterior, bem como no I - a qualificação do internando;
da letra b, se tiver sido alegada a periculosidade;
II - o teor da decisão que tiver imposto a medida de
II - no caso da letra c do no I do mesmo artigo. segurança;
Art. 753. Ainda depois de transitar em julgado a sentença III - a data em que terminará o prazo mínimo da internação.
absolutória, poderá ser imposta a medida de segurança,
Art. 763. Se estiver solto o internando, expedir-se-á
enquanto não decorrido tempo equivalente ao da sua
mandado de captura, que será cumprido por oficial de justiça
duração mínima, a indivíduo que a lei presuma perigoso.
ou por autoridade policial.
Art. 754. A aplicação da medida de segurança, nos casos
Art. 764. O trabalho nos estabelecimentos referidos
previstos nos arts. 751 e 752, competirá ao juiz da execução
no art. 88, § 1o, III, do Código Penal, será educativo e
da pena, e, no caso do art. 753, ao juiz da sentença.
remunerado, de modo que assegure ao internado meios de
Art. 755. A imposição da medida de segurança, nos casos subsistência, quando cessar a internação.
dos arts. 751 a 753, poderá ser decretada de ofício ou a
§ 1o O trabalho poderá ser praticado ao ar livre.
requerimento do Ministério Público.
§ 2o Nos outros estabelecimentos, o trabalho dependerá
Parágrafo único. O diretor do estabelecimento penal, que
das condições pessoais do internado.
tiver conhecimento de fatos indicativos da periculosidade do
condenado a quem não tenha sido imposta medida de Art. 765. A quarta parte do salário caberá ao Estado ou, no
segurança, deverá logo comunicá-los ao juiz. Distrito Federal e nos Territórios, à União, e o restante será
depositado em nome do internado ou, se este preferir,
Art. 756. Nos casos do no I, a e b, do art. 751, e no I do
entregue à sua família.
art. 752, poderá ser dispensada nova audiência do
condenado. Art. 766. A internação das mulheres será feita em
estabelecimento próprio ou em seção especial.
Art. 757. Nos casos do no I, c, e no II do art. 751 e no II do
art. 752, o juiz, depois de proceder às diligências que julgar Art. 767. O juiz fixará as normas de conduta que serão
convenientes, ouvirá o Ministério Público e concederá ao observadas durante a liberdade vigiada.
condenado o prazo de três dias para alegações, devendo a
§ 1o Serão normas obrigatórias, impostas ao indivíduo
prova requerida ou reputada necessária pelo juiz ser
sujeito à liberdade vigiada:
produzida dentro em dez dias.
a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável, se for apto
§ 1o O juiz nomeará defensor ao condenado que o requerer.
para o trabalho;

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b) não mudar do território da jurisdição do juiz, sem prévia I - o diretor do estabelecimento de internação ou a
autorização deste. autoridade policial incumbida da vigilância, até um mês
antes de expirado o prazo de duração mínima da medida, se
§ 2o Poderão ser impostas ao indivíduo sujeito à liberdade
não for inferior a um ano, ou até quinze dias nos outros
vigiada, entre outras obrigações, as seguintes:
casos, remeterá ao juiz da execução minucioso relatório, que
a) não mudar de habitação sem aviso prévio ao juiz, ou à o habilite a resolver sobre a cessação ou permanência da
autoridade incumbida da vigilância; medida;
b) recolher-se cedo à habitação; II - se o indivíduo estiver internado em manicômio judiciário
ou em casa de custódia e tratamento, o relatório será
c) não trazer consigo armas ofensivas ou instrumentos
acompanhado do laudo de exame pericial feito por dois
capazes de ofender;
médicos designados pelo diretor do estabelecimento;
d) não freqüentar casas de bebidas ou de tavolagem, nem
III - o diretor do estabelecimento de internação ou a
certas reuniões, espetáculos ou diversões públicas.
autoridade policial deverá, no relatório, concluir pela
§ 3o Será entregue ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada conveniência da revogação, ou não, da medida de
uma caderneta, de que constarão as obrigações impostas. segurança;
Art. 768. As obrigações estabelecidas na sentença serão IV - se a medida de segurança for o exílio local ou a proibição
comunicadas à autoridade policial. de freqüentar determinados lugares, o juiz, até um mês ou
quinze dias antes de expirado o prazo mínimo de duração,
Art. 769. A vigilância será exercida discretamente, de modo
ordenará as diligências necessárias, para verificar se
que não prejudique o indivíduo a ela sujeito.
desapareceram as causas da aplicação da medida;
Art. 770. Mediante representação da autoridade incumbida
V - junto aos autos o relatório, ou realizadas as diligências,
da vigilância, a requerimento do Ministério Público ou de
serão ouvidos sucessivamente o Ministério Público e o
ofício, poderá o juiz modificar as normas fixadas ou
curador ou o defensor, no prazo de três dias para cada um;
estabelecer outras.
VI - o juiz nomeará curador ou defensor ao interessado que
Art. 771. Para execução do exílio local, o juiz comunicará sua
o não tiver;
decisão à autoridade policial do lugar ou dos lugares onde o
exilado está proibido de permanecer ou de residir. VII - o juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das
o partes, poderá determinar novas diligências, ainda que já
§ 1 O infrator da medida será conduzido à presença do juiz
expirado o prazo de duração mínima da medida de
que poderá mantê-lo detido até proferir decisão.
segurança;
§ 2o Se for reconhecida a transgressão e imposta,
VIII - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se
conseqüentemente, a liberdade vigiada, determinará o juiz
refere o número anterior o juiz proferirá a sua decisão, no
que a autoridade policial providencie a fim de que o infrator
prazo de três dias.
siga imediatamente para o lugar de residência por ele
escolhido, e oficiará à autoridade policial desse lugar, Art. 776. Nos exames sucessivos a que se referem o § 1º,
observando-se o disposto no art. 768. II, e § 2o do art. 81 do Código Penal, observar-se-á, no que
Ihes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 772. A proibição de freqüentar determinados lugares
será comunicada pelo juiz à autoridade policial, que Ihe dará Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o prazo mínimo
conhecimento de qualquer transgressão. de duração da medida de segurança, poderá o tribunal,
câmara ou turma, a requerimento do Ministério Público ou
Art. 773. A medida de fechamento de estabelecimento ou
do interessado, seu defensor ou curador, ordenar o exame,
de interdição de associação será comunicada pelo juiz à
para a verificação da cessação da periculosidade.
autoridade policial, para que a execute.
§ 1o Designado o relator e ouvido o procurador-geral, se a
Art. 774. Nos casos do parágrafo único do art. 83 do Código
medida não tiver sido por ele requerida, o pedido será
Penal, ou quando a transgressão de uma medida de
julgado na primeira sessão.
segurança importar a imposição de outra, observar-se-á o
disposto no art. 757, no que for aplicável. § 2o Deferido o pedido, a decisão será imediatamente
comunicada ao juiz, que requisitará, marcando prazo, o
Art. 775. A cessação ou não da periculosidade se verificará
relatório e o exame a que se referem os ns. I e II do
ao fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança
art. 775 ou ordenará as diligências mencionadas no no IV do
pelo exame das condições da pessoa a que tiver sido
mesmo artigo, prosseguindo de acordo com o disposto nos
imposta, observando-se o seguinte:
outros incisos do citado artigo.

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Art. 778. Transitando em julgado a sentença de revogação, § 3o Versando sobre crime de ação privada, segundo a lei
o juiz expedirá ordem para a desinternação, quando se tratar brasileira, o andamento, após o exequatur, dependerá do
de medida detentiva, ou para que cesse a vigilância ou a interessado, a quem incumbirá o pagamento das despesas.
proibição, nos outros casos.
§ 4o Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal
Art. 779. O confisco dos instrumentos e produtos do crime, Federal cópia da carta rogatória.
no caso previsto no art. 100 do Código Penal, será decretado
Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será
no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de
devolvida ao presidente do Supremo Tribunal Federal, por
impronúncia ou na sentença absolutória.
intermédio do presidente do Tribunal de Apelação, o qual,
LIVRO V antes de devolvê-la, mandará completar qualquer diligência
ou sanar qualquer nulidade.
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE
ESTRANGEIRA Art. 786. O despacho que conceder o exequatur marcará,
para o cumprimento da diligência, prazo razoável, que
TÍTULO ÚNICO
poderá ser excedido, havendo justa causa, ficando esta
CAPÍTULO I consignada em ofício dirigido ao presidente do Supremo
Tribunal Federal, juntamente com a carta rogatória.
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO III
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-
se-á o disposto neste Título à homologação de sentenças DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS
penais estrangeiras e à expedição e ao cumprimento de
Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser
cartas rogatórias para citações, inquirições e outras
previamente homologadas pelo Supremo Tribunal Federal
diligências necessárias à instrução de processo penal.
para que produzam os efeitos do art. 7o do Código Penal.
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas,
Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada,
nem as cartas rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem
quando a aplicação da lei brasileira produzir na espécie as
pública e aos bons costumes.
mesmas conseqüências e concorrem os seguintes requisitos:
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos
I - estar revestida das formalidades externas necessárias,
apresentados constituirá prova bastante de sua
segundo a legislação do país de origem;
autenticidade.
II - haver sido proferida por juiz competente, mediante
CAPÍTULO II
citação regular, segundo a mesma legislação;
DAS CARTAS ROGATÓRIAS
III - ter passado em julgado;
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz,
IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
remetidas ao Ministro da Justiça, a fim de ser pedido o seu
cumprimento, por via diplomática, às autoridades V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor
estrangeiras competentes. público.
Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que tiver
estrangeiras competentes não dependem de homologação e conhecimento da existência de sentença penal estrangeira,
serão atendidas se encaminhadas por via diplomática e emanada de Estado que tenha com o Brasil tratado de
desde que o crime, segundo a lei brasileira, não exclua a extradição e que haja imposto medida de segurança pessoal
extradição. ou pena acessória que deva ser cumprida no Brasil, pedirá ao
Ministro da Justiça providências para obtenção de
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua
elementos que o habilitem a requerer a homologação da
nacional, feita por tradutor oficial ou juramentado, serão,
sentença.
após exequatur do presidente do Supremo Tribunal Federal,
cumpridas pelo juiz criminal do lugar onde as diligências § 1o A homologação de sentença emanada de autoridade
tenham de efetuar-se, observadas as formalidades prescritas judiciária de Estado, que não tiver tratado de extradição com
neste Código. o Brasil, dependerá de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2o A carta rogatória será pelo presidente do Supremo § 2o Distribuído o requerimento de homologação, o relator
Tribunal Federal remetida ao presidente do Tribunal de mandará citar o interessado para deduzir embargos, dentro
Apelação do Estado, do Distrito Federal, ou do Território, a de dez dias, se residir no Distrito Federal, de trinta dias, no
fim de ser encaminhada ao juiz competente. caso contrário.

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§ 3o Se nesse prazo o interessado não deduzir os embargos, Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os
ser-lhe-á pelo relator nomeado defensor, o qual dentro de juízes singulares, os advogados poderão requerer sentados.
dez dias produzirá a defesa.
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos
§ 4o Os embargos somente poderão fundar-se em dúvida respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou
sobre a autenticidade do documento, sobre a inteligência da turma, que poderão determinar o que for conveniente à
sentença, ou sobre a falta de qualquer dos requisitos manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força
enumerados nos arts. 781 e 788. pública, que ficará exclusivamente à sua disposição.
§ 5o Contestados os embargos dentro de dez dias, pelo Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não
procurador-geral, irá o processo ao relator e ao revisor, poderão manifestar-se.
observando-se no seu julgamento o Regimento Interno do
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os
Supremo Tribunal Federal.
desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e
§ 6o Homologada a sentença, a respectiva carta será autuados.
remetida ao presidente do Tribunal de Apelação do Distrito
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão
Federal, do Estado, ou do Território.
com a assistência do defensor, se o réu se portar
§ 7o Recebida a carta de sentença, o presidente do Tribunal inconvenientemente.
de Apelação a remeterá ao juiz do lugar de residência do
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não
condenado, para a aplicação da medida de segurança ou da
serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos
pena acessória, observadas as disposições do Título II,
do processo poderão ser praticados em período de férias, em
Capítulo III, e Título V do Livro IV deste Código.
domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados
Art. 790. O interessado na execução de sentença penal em dia útil não se interromperão pela superveniência de
estrangeira, para a reparação do dano, restituição e outros feriado ou domingo.
efeitos civis, poderá requerer ao Supremo Tribunal Federal a
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão
sua homologação, observando-se o que a respeito prescreve
contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias,
o Código de Processo Civil.
domingo ou dia feriado.
LIVRO VI
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-
DISPOSIÇÕES GERAIS se, porém, o do vencimento.
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das § 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo
audiências e sessões ordinárias, haverá as extraordinárias, escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que
de acordo com as necessidades do rápido andamento dos omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que
feitos. começou a correr.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, § 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado
em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz,
oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos,
força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte
ou previamente designados.
contrária.
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave
ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, a) da intimação;
câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se
parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja
a ela estiver presente a parte;
realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas
que possam estar presentes. c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência
inequívoca da sentença ou despacho.
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso
de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a
em outra casa por ele especialmente designada. quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30
(trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os atos
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as
determinados em lei ou ordenados pelo juiz.
partes, os escrivães e os espectadores poderão estar
sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e
aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não
do processo. estiverem estabelecidos:

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I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do
mista; acusado só posteriormente foi feita.
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à
faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício inquirição
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente.
de testemunhas ou outras diligências.
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu
conclusão.
substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela autoridade,
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo perante quem prestará compromisso, lavrando o respectivo
de vista, salvo para a interposição do recurso (art. 798, § 5o). termo.
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto
o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele fixados neste de Identificação e Estatística ou repartições congêneres, terá
Código. por base o boletim individual, que é parte integrante dos
processos e versará sobre:
§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão
do Ministério Público no dia em que assinar termo de I - os crimes e as contravenções praticados durante o
conclusão ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida trimestre, com especificação da natureza de cada um, meios
no art. 799. utilizados e circunstâncias de tempo e lugar;
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas;
do Ministério Público, responsáveis pelo retardamento,
III - o número de delinqüentes, mencionadas as infrações
perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os
que praticaram, sua nacionalidade, sexo, idade, filiação,
excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito
estado civil, prole, residência, meios de vida e condições
de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos
econômicas, grau de instrução, religião, e condições de
dias excedidos.
saúde física e psíquica;
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-
IV - o número dos casos de co-delinqüência;
á à vista da certidão do escrivão do processo ou do secretário
do tribunal, que deverão, de ofício, ou a requerimento de V - a reincidência e os antecedentes judiciários;
qualquer interessado, remetê-la às repartições encarregadas
VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem como
do pagamento e da contagem do tempo de serviço, sob pena
as de pronúncia ou de impronúncia;
de incorrerem, de pleno direito, na multa de quinhentos mil-
réis, imposta por autoridade fiscal. VII - a natureza das penas impostas;
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas;
retirada de autos do cartório, ainda que em confiança, sob
IX - a suspensão condicional da execução da pena, quando
pena de responsabilidade do escrivão.
concedida;
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação,
X - as concessões ou denegações de habeas corpus.
qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o
vencido. § 1o Os dados acima enumerados constituem o mínimo
exigível, podendo ser acrescidos de outros elementos úteis
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo
ao serviço da estatística criminal.
com os regulamentos expedidos pela União e pelos Estados.
§ 2o Esses dados serão lançados semestralmente em mapa
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas
e remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica Moral e
mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem
Política do Ministério da Justiça.
que seja depositada em cartório a importância das custas.
§ 3o O boletim individual a que se refere este artigo é
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da
dividido em três partes destacáveis, conforme modelo anexo
defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas,
a este Código, e será adotado nos Estados, no Distrito
salvo se o acusado for pobre.
Federal e nos Territórios. A primeira parte ficará arquivada
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em no cartório policial; a segunda será remetida ao Instituto de
lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência Identificação e Estatística, ou repartição congênere; e a
requerida ou deserção do recurso interposto. terceira acompanhará o processo, e, depois de passar em
julgado a sentença definitiva, lançados os dados finais, será
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de
enviada ao referido Instituto ou repartição congênere.
realizar-se em virtude do não-pagamento de custas não

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Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1 o de janeiro m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
de 1942. outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário. n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro
de 1976);
Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1941; 120o da
Independência e 53o da República. o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de
junho de 1986).
GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei
nº 13.260, de 2016)

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face
da representação da autoridade policial ou de requerimento
1989. do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
Dispõe sobre prisão temporária. § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o
Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, contadas a partir do recebimento da
Art. 1° Caberá prisão temporária:
representação ou do requerimento.
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério
policial;
Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
identidade;
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado
III - quando houver fundadas razões, de acordo com de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou indiciado e servirá como nota de culpa.
participação do indiciado nos seguintes crimes:
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); expedição de mandado judicial.
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o
e 2°); preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
Federal.
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ tiver sido decretada sua prisão preventiva.
1°, 2° e 3°);
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
caput, e parágrafo único);
Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua 1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
"Art. 4° ...............................................................
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
caput, e parágrafo único);
medida de segurança, deixando de expedir em tempo
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade;"
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um
combinado com art. 285); plantão permanente de vinte e quatro horas do Poder
Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
pedidos de prisão temporária.

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Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. IV - Chefe de Gabinete;
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
V - Titulares de Departamentos diretamente subordinados
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência e ao Chefe de Polícia Civil;
101° da República.
VI - Representantes da Classe dos Delegados de Polícia;
JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos VII - Representantes da Classe dos Policiais Civis.

§ 2° - Fica estabelecida a regra do parágrafo anterior para o


DIREITO ADMINISTRATIVO provimento do cargo de Delegado - Geral Adjunto de Polícia
Civil.

§ 3° - O Delegado - Geral de Polícia Civil e o Adjunto terão


LEI Nº 2.271 DE 10 DE JANEIRO DE direitos e prerrogativas de Secretário e Subsecretário de
1994 Estado, respectivamente.

§ 4° - As Entidades de Classe, representantes dos Delegados


LEI Nº 2.271 de 10 de janeiro de 1994 de Polícia e dos Funcionários da Polícia Civil, cada um,
isoladamente, escolherá três nomes, mediante eleição pelo
Dispõe sobre o regime jurídico peculiar dos funcionários da voto secreto dos seus integrantes, os quais serão
Polícia Civil do Estado do Amazonas - Estatuto do Policial apresentados ao Conselho Superior de Polícia.
Civil e dá outras providências.
§ 5° - O Conselho Superior de Polícia ao elaborar a lista
TÍTULO I tríplice deverá inserir pelo menos um dos nomes de cada
lista apresentada pelas Entidades de Classe a que alude o
DA ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL parágrafo anterior.

CAPÍTULO I § 6° - VETADO.

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 3º - Consideram-se Policiais Civis, para os fins


estabelecidos nesta Lei, os funcionários legalmente
Art. 1° - A Polícia Civil, instituição permanente, una e investidos em cargos de serviço policial.
indivisível do Poder Público, essencial à função jurisdicional
do Estado, à defesa da sociedade e à preservação da ordem § 1° - Os cargos em comissão e Função Gratificada serão
pública, subordina-se ao Governador do Estado e, exercidas, preferentemente, por funcionários de carreira.
operacionalmente, à Secretaria do Estado de Justiça,
Segurança Pública e Cidadania. § 2° - A direção dos Institutos de Criminalística, Identificação
e Médico-Legal serão exercidos preferentemente por Peritos
Art. 2º - A Polícia Civil, incumbe as funções de Polícia da respectiva área.
Judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares, a repressão criminal, as perícias criminais de § 3° - A direção do Departamento da área técnico-científica
qualquer natureza, a identificação civil e criminal. será ocupada Preferentemente por Perito de qualificação
indiscutível de qualquer dos Institutos previstos no
§ 1° - O dirigente da Polícia Civil, com título de Delegado parágrafo anterior.
Geral de Polícia Civil, será nomeado pelo Governador do
Estado, privativamente, dentre os Delegados de Polícia Art. 4º - A Polícia Civil terá autonomia administrativa e
integrantes da última classe da carreira, indicado em lista financeira, dispondo de dotação orçamentária própria,
tríplice, pelo Conselho Superior de Polícia, o qual será conforme dispuser a Lei Orçamentária.
constituído pelos seguintes membros:
Art. 5º - Cargo Policial é a designação do conjunto de
I - Delegado Geral de Polícia, que o Presidirá; atribuições e responsabilidades cometidas à um funcionário,
identificando-se pelas características do serviço policial,
II - Corregedor Geral de Polícia; criação por lei, denominação própria, número certo e
pagamento pelo erário público do Estado.
III - Diretor da Academia de Polícia;

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§ 1º - O serviço policial caracteriza-se pelas atividades CAPÍTULO III


intimamente relacionadas com a segurança pública, a ordem
pública, a repressão e a apuração de crimes e contravenções DOS SÍMBOLOS OFICIAIS DA POLÍCIA CIVIL
penais.
Art. 11 - São símbolos oficiais da Polícia Civil o Hino, a
§ 2° - A função policial sujeita o funcionário à prestação de Bandeira, o Brasão e o Distintivo, conforme regulamentado
serviço em condições adversas de segurança, com risco de pelo Poder Executivo.
vida, cumprimento de horário normal de trabalho, sujeito a
regime de plantão de vinte e quatro horas de serviço, por Art. 12 - O dia 21 de abril é consagrado aos policiais civis, de
setenta e duas horas de descanso, e a chamados a qualquer acordo com a legislação federal especifica.
hora e dia, bem como à realização de diligências em qualquer
região do Estado ou fora dele. TÍTULO II

§ 3° - Como carreiras policiais entende-se o conjunto de DO PROVIMENTO E INGRESSO


cargos e de classes que constituem o serviço policial e a linha
natural de promoção. CAPÍTULO I

Art. 6° - A precedência entre os integrantes das classes da DO CURSO E SELEÇÃO


carreira policial estabelece-se básica e primordialmente,
pela subordinação funcional. Art. 13 - O ingresso nos cargos de provimento efetivo nas
carreiras policiais se fará mediante aprovação em concurso
§ 1° - A hierarquia dos diferentes cargos estabelece-se em público, de seleção de provas ou de provas e títulos.
razão do padrão de vencimentos.
Parágrafo Único - Entende-se como habilitado em concurso
§ 2° - A hierarquia da função sobrepõe-se à hierarquia do público, para preenchimento de cargos das carreiras
cargo. policiais, o candidato que obtiver o mínimo de sessenta
pontos nas provas de conhecimento.
Art. 7° - Os cargos das carreiras policiais compreendem as
categorias distribuídas em três classes, na forma do quadro Art. 14 - O concurso público tem por finalidade selecionar
constante do anexo I: candidato para preenchimento de cargos vagos na classe
inicial.
I. Da autoridade Policial;
Art. 15 - Os concursos públicos realizados pela Polícia Civil,
II. Dos Agentes da Autoridade; e através da Academia de Polícia, terão validade de dois anos,
prorrogáveis uma única vez por igual período, e reger-se-ão
III. Dos Auxiliares da Autoridade. por instruções especiais, que estabelecerão, em função da
natureza do cargo:
Art. 8º - Os funcionários especializados da Polícia Civil,
técnicos, científicos e administrativos, quando do I. tipo e conteúdo das provas e as categorias dos títulos;
desempenho de serviços policiais em equipe, serão dirigidos
pela autoridade policial competente. II. a forma de julgamento e a valoração das provas e títulos;

Art. 9° - Aplica-se, subsidiariamente, aos funcionários das III. os critérios de habilitação e classificação final para fins de
Carreiras Policiais, naquilo que não contrarie esta Lei, o nomeação; e
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do
Amazonas. IV. as condições para provimento de cargos referentes a:

CAPÍTULO II a) capacidade física e mental;

DOS PRICÍPIOS INSTITUCIONAIS b) conduta na vida pública e privada bem como a forma de
sua apuração; e
Art. 10 - São princípios institucionais da Polícia Civil a
unidade, a indivisibilidade, a autonomia funcional, a c) escolaridade. Parágrafo Único. Para preenchimento de
legalidade, a moralidade, a impessoalidade, a hierarquia e a cargos das carreiras policiais, a Ordem dos Advogados do
disciplina. Brasil, Seção do Amazonas, deverá ser convidada para
compor, com representante, a Comissão de Concurso.

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Art. 16 - São requisitos para inscrição ao concurso: § 1° - O curso de formação técnico-profissional integra, para
todos os efeitos, o estágio probatório, exigindo-se, após
I. Ser brasileiro avaliação, a nota mínima de aproveitamento seis.

II. Ter no mínimo 18 (dezoito) anos; § 2° - O concursado que não atender ao disposto no
parágrafo anterior será exonerado.
III. Estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
Art. 19 - Terá sua matrícula cancelada o candidato que:
IV. Estar em gozo dos direitos políticos;
I . transgredir norma disciplinar;
V. Possuir grau de escolaridade e diploma de cursos que
forem exigidos por lei ou regulamento, correspondente a II. não mantiver conduta irrepreensível na vida pública e
cada cargo policial; privada;

VI. Gozar de boa saúde física e psíquica, comprovada em III. tiver omitido fato que impossibilitasse sua inscrição no
inspeção médica e demais condições estabelecidas em Edital concurso público, apurado em investigação social, realizada
e na legislação pertinente. em qualquer fase do concurso;

VII. No caso do cargo de Investigador de Polícia, ser portador IV. faltar a mais de vinte e cinco por cento das aulas dadas,
de Carteira Nacional de Habilitação para condução de ou deixar de freqüentá-las, sem motivo justificado, por oito
veículos automotores a partir da categoria “B”. dias consecutivos;

Parágrafo Único. Os exames de aptidão física V. obtiver média inferior a seis pontos por disciplina, na
compreenderão os testes previstos pelo Edital do Concurso, escala de zero a dez, nos resultados finais dos diversos
contendo as tabelas de avaliação. períodos em que se dividam os cursos;

Art. 17 - A aprovação das inscrições dos candidatos para se VI. praticar, nas provas ou exames, fraudes de qualquer
submeterem ao concurso ficará a cargo da Academia de natureza; e
Polícia, que examinará a documentação dos candidatos,
independentemente das sindicâncias de caráter reservado VII. demonstrar falta de aptidão ou pendor para o exercício
sobre a vida pregressa de cada um. das funções do cargo.

§ 1° - A homologação das inscrições dos candidatos ao § 1º - não haverá segunda chamada e revisão de provas ou
concurso de seleção se fará através de ato do Delegado Geral exames, nem abono de faltas.
de Polícia, publicado em Edital no Diário Oficial do Estado.
§ 2° - o cancelamento da matrícula no curso será efetuado
§ 2° - No prazo de três dias, contados da publicação do Edital pelo Delegado Geral de Polícia Civil.
de homologação, poderá o candidato, cuja inscrição houver
sido recusada, recorrer diretamente ao Delegado Geral de § 3 ° - O pedido de cancelamento da matrícula será
Polícia, o qual, ouvindo o Órgão responsável pelo encaminhado pelo Diretor da Academia de Polícia ao
recrutamento e seleção, decidirá no prazo de quarenta e oito Delegado Geral de Polícia Civil e será automaticamente
horas. exonerado.

§ 3° - A prova de quitação com o serviço militar não será Art. 20 - Será considerado para contagem de pontos de
exigida ao candidato do sexo feminino, para o ingresso nas títulos, uma única vez, o valor atribuído a cada item na escala
carreiras policiais, enquanto lei maior não definir essa ou seguinte:
outra prestação de serviço obrigatório.
I. Diploma de Mestre ou Doutor nas diversas áreas relativas
Art. 18 - Após a homologação do resultado final do concurso, aos cargos, equivalente a cinco pontos;
observada a ordem de classificação, os aprovados, em
número equivalente de vagas, serão matriculados II. Certificado de aprovação em curso de especialização ou
obrigatoriamente no curso de formação específico, na aperfeiçoamento sobre matéria afim ao respectivo cargo,
Academia de Polícia Civil, pelo Delegado - Geral de Polícia, na ministrado por instituição de ensino superior, com carga-
forma do regulamento. horária igual ou superior a trezentas e sessenta horas-aula,
não sendo aceitos atestados ou declarações de mera
freqüência, equivalente a quatro pontos;

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III. Certificado de aprovação em concurso público de provas Art. 23 - A nomeação será I tornada sem efeito quando o
e títulos, ou somente de provas (para provimento de cargos nomeado deixar de tomar posse no prazo fixado para esse
em que seja exigido o mesmo nível de escolaridade), fim.
considerado a afinidade de conteúdo programático
equivalente a três pontos; CAPÍTULO III

IV. Obras, monografias, ensaios, teses, dissertações e DA POSSE


trabalhos técnico-científicos publicados, relacionados com a
área e de reconhecido valor, em que seja possível a Art. 24 - A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias, a
identificação do autor, excluídos os trabalhos de equipe, contar da data da publicação do ato de nomeação no Órgão
equivalendo a dois pontos; e oficial, prorrogável por mais trinta dias, a requerimento do
interessado, ou de seu representante legal.
V. Registro nos respectivos conselhos federais, equivalendo
a um ponto. Art. 25 - São requisitos para posse:

§ 1° - A prova de títulos não terá caráter eliminatório. II. Apresentar declaração de bens; e

§ 2°- Não serão considerados como títulos documentos que III. Atender, quando for o caso, às condições especiais
se enquadrem na descrição deste artigo. previstas em lei ou regulamento.

§ 3° - O diploma de Mestre ou Doutor, afim aos respectivos Art. 26 - Na primeira investidura, a posse será solene,
cargos, exclui a tese ou dissertação que tenha servido de havendo o compromisso policial e a entrega da credencial.
base à conclusão do referido curso.
§ 1° - O ato de posse será presidido pelo Delegado Geral de
§ 4° - Os títulos poderão ser apresentados no original ou em Polícia Civil ou por autoridade policial especialmente
fotocópia autenticada, podendo, em caso de dúvida, ser designada.
exigida a exibição do original.
§ 2° - O compromisso policial, que será lido por um dos
§ 5° - A apresentação dos títulos se dará após a realização da empossados e repetido pelos demais, constará do seguinte:
última prova da primeira fase.
“Prometo observar e fazer observar rigorosa obediência às
CAPÍTULO II leis, desempenhar minhas funções com desprendimento e
probidade e considerar como inerente à minha pessoa e
DA NOMEAÇÃO reputação a honorabilidade do Órgão policial, a que agora
passo a servir”.
Art. 21 - A nomeação será feita:

I. em caráter efetivo, mediante concurso público;

II. em comissão; e
CAPÍTULO IV
III. em substituição, quando impedido legalmente o
ocupante de cargo em comissão. DO EXERCÍCIO

Parágrafo Único - A nomeação do candidato em caráter Art. 27 - O exercício do cargo terá início no prazo de trinta
efetivo se dará após sua aprovação no concurso previsto no dias, contados da data da posse.
artigo 13 deste Estatuto, obedecida rigorosamente a ordem
de classificação. § 1° - O funcionário que não entrar no exercício do cargo
dentro do prazo legal, será exonerado.
Art. 22 - A nomeação para o cargo de provimento efetivo,
pelo Governador do Estado, observará o número de vagas § 2° - A autoridade competente do Órgão ou Unidade para
previstas em Edital, obedecida rigorosamente a ordem de onde for designado o funcionário, cabe dar-lhe exercício.
classificação no concurso.
Art. 28 - O exercício das atribuições dos funcionários
integrantes da carreira policial se fará em todo o território
do Estado e, em princípio, ocorrerá no Interior.

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§ 1° - A permanência do funcionário na Unidade em que for § 2º - Deverá o chefe ou responsável pelo Órgão em que
lotado será, no mínimo, de um ano e, no máximo de dois estiver lotado o funcionário policial em estágio probatório,
anos, para o cargo de Delegado. remeter à Comissão de Acompanhamento, trimestralmente,
boletim próprio acerca das apreciações sobre o
§ 2° - Excepcionalmente, no interesse da administração, o comportamento do estagiário, bem como outras
Delegado-Geral de Polícia Civil, em qualquer época, poderá informações que lhe forem exigidas.
determinar a remoção do funcionário para a Capital ou outra
unidade do Interior do Estado. § 3º - O funcionário não- aprovado no estágio probatório
será exonerado, ou, se estável, reconduzido ao cargo
§ 3º - O funcionário transferido, removido, redistribuído, anteriormente ocupado, excetuando-se, neste caso, a falta
requisitado ou cedido, que deva ter exercício em outra de cumprimento do requisito de que trata o inciso I, deste
localidade, terá trinta dias de prazo para entrar em exercício, Artigo.
incluído neste período o tempo necessário ao deslocamento
para a nova sede. § 4º - Quando o funcionário em estágio probatório não
preencher quaisquer dos requisitos enumerados no "caput"
§ 4º - Será considerado como de efetivo exercício o período deste Arti-go, caberá ao seu chefe imediato, sob pena de
de tempo realmente necessário à viagem para a nova sede. responsabilidade fun-cional, provocar, perante o Delegado-
Geral de Policia, a instauração do competente processo
Art. 29 - O funcionário policial terá exercício na unidade disciplinar.
administrativa em que for lotado.
Art. 33 - Sem prejuízo da remessa prevista no 2º, do artigo
Art. 30 - O funcionário que interromper o exercício por prazo anterior, o responsável pelo Órgão ou serviço em que sirva o
superior a trinta dias consecutivos, ou atingir, durante o pe- funcionário sujeito a.estágio probatório, seis meses antes do
ríodo de um ano, sessenta faltas, intercaladas ou não, sem térmi-no deste, informará, reservadamente, à Comissão de
justifi-cativa legal, será demitido do cargo por abandono, Acompanhamento sobre o estagiário, tendo em vista os
mediante processo administrativo. requisitos previstos no Artigo anterior.

Art. 31 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se da sede de § 1º - Com base na informação reservada e nos relatórios
trabalho sem prévia autorização do Delegado-Geral de sucintos de que trata o 2º do Artigo anterior, a Comissão de
Polícia, salvo por motivo de força maior, devidamente Acom-panhamento formulará parecer escrito, concluindo a
comprovado. favor da confir-mação ou contra ela, consoante tenha sido,
ou não, satisfatoriamente atendido cada um dos requisitos a
CAPÍTULO V serem observados no período do estágio probatório.

DO ESTÁGIO PROBATÓRIO. § 2º - Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada


vista ao estagiário para, no prazo de cinco dias, contados da
Art. 32 - Estágio Probatório é o período de dois anos de publi-cação de sua notificação no Boletim Interno de
efetivo exercício do funcionário policial na primeira Comunicação (BIC), apresentar defesa.
investidura, durante o qual serão apurados os requisitos
indispensáveis a sua confirmação no cargo: § 3º - Manifestando-se sobre o parecer e a defesa, o Dele-
gado Geral de Polícia Civil encaminhará o respectivo
I. Idoneidade moral; expediente ao setor competente para a efetivação do ato
respectivo.
II. Assiduidade e pontualidade;
§ 4º - A apuração dos requisitos de que trata o Artigo 33,
III. Disciplina; deverá processar-se de modo que a exoneração do
funcionário se faça antes de concluído o período do estágio,
IV. Eficiência e produtividade; sob pena de responsabilidade.

V. Dedicação às atividades policiais. Art. 34 - O funcionário em estágio probatório não poderá ser
nomeado, ou designado, para cargo de provimento em
§ 1º - Está igualmente sujeito ao estágio probatório o comissão ou exercer função de confiança, bem como ser
funcionário estatutário que, nomeado para o cargo de colocado à disposição de outro Órgão.
carreira policial, já tenha adquirido estabilidade nos termos
da legislação vigente. Art. 35 - O funcionário policial civil, que solicitar exo-neração
antes de completar o estágio probatório, deverá ressarcir à

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Fazenda Pública o valor pecuniário correspondente ao custo XVI. Prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de ser-
de sua formação técnico-profissional, atualizado viço:
monetariamente.
a) a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem
TÍTULO III pública; e

DOS DEVERES E DAS TRANSGRESSÕES b) quando solicitado por qualquer pessoa carente de so-
corro policial, encaminhando-a à autoridade competente,
CAPÍTULO I quando insu-ficientes as providências de sua alçada; e XVII.
cuidar do armamento e munição a si distribuídos, to-mando
DOS DEVERES todas as precauções no seu manuseio.

Art. 36 - Além dos deveres impostos pelo Estatuto dos Fun- CAPÍTULO II
cionários Públicos Civis do Estado, o funcionário policial civil
manterá observância, tanto mais rigorosa quanto mais DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
elevado for o grau de hierarquia, aos seguintes preceitos,
constitutivos do código de ética policial: Art. 37 - As transgressões disciplinares classificam-se em;

I. Servir a sociedade como obrigação funcional; I. leves;

II. Proteger vidas e bens; II. médias; e

III. Preservar a ordem, repelindo a violência; III. graves.

IV. Respeitar os direitos e garantias individuais; Art. 38 - São transgressões disciplinares de natureza leve:

V. Jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso; I. Impontualidade habitual;

VI. Exercer a função policial com probidade, discrição e II. Deixar de comparecer às convocações de autoridade
moderação, fazendo observar as leis com lhaneza; superior, quando previamente convocado ou notificado para
qualquer finalidade;
VII. Não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais
possam influir em suas decisões; III. Interpor ou traficar influência alheia à polícia, para
solicitar promoção, remoção, transferência ou
VIII. Ser inflexível, porém, justo, no trato com os delin- comissionamento;
qüentes;
IV. Dar informações inexatas, alterar ou desfigurar a
IX. Respeitar a dignidade da pessoa humana; verdade;

X. Preservar a confiança e o apreço de seus concidadãos pelo V. Veicular notícias sobre serviços ou tarefas em desen-
exemplo de uma conduta irrepreensível na vida pública e volvimento ou realizadas pela repartição, contribuir para que
parti-cular; sejam divulgadas ou, ainda, conceder entrevistas sobre as
mesmas, sem au-torização da autoridade competente ou em
XI. Cultuar o aprimoramento técnico-profissional; desacordo com normas de ação existentes;

XII. Amar a verdade e a responsabilidade, como VI. Esquivar-se, sem motivo justificado, de exame pericial a
fundamentos da ética do serviço e da função policial; que deva submeter-se, quando envolvido em infração penal
ou estatutária;
XIII. Obedecer às ordens superiores, exceto quando manifes-
tamente ilegais; VII. Faltar ao serviço ou permutá-lo, sem causa justificá-vel;

XIV. Não abandonar o posto em que deva ser substituído, VIII. Deixar de comunicar, com antecedência, à autoridade a
sem a chegada do substituto; que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à
reparti-ção, sa1vo justo motivo;
XV. Respeitar e fazer respeitar a hierarquia da função
policial;

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IX. Negligenciar ou descumprir a execução de qualquer or- VIII. Aconselhar o descumprimento ou concorrer para não
dem legítima; ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou
para que seja retardada a sua execução;
X. Negligenciar a guarda de objetos pertencentes à re-
partição e que, em decorrência da função ou para o seu IX. Participar de atividade comercial ou industrial, exceto
exercício, lhe tenham sido confiados, possibilitando que se como acionista, cotista ou comanditário;
danifiquem ou extraviem;
X. Fornecer identidade, insígnia ou qualquer tipo de
XI. Lançar, em livros oficiais de registro, anotações, queixas, credencial policial ou assemelhada a quem não exercer cargo
reivindicações ou quaisquer outras matérias estranhas à fi- policial, cuja forma de investidura esteja prevista neste
nalidade deles; Estatuto;

XII. Manter relações de amizade ou exibir-se em público, XI. Patrocinar acordos pecuniários entre partes interes-
habitualmente, com pessoas de má reputação, exceto em sadas, no interior das repartições ou fora delas;
razão de serviço;
XII. Retirar, sem prévia autorização da autoridade compe-
XIII. Indicar ou insinuar nomes de advogados para assistir a tente, qualquer documento ou objeto da repartição;
pessoas que se encontrem respondendo a processos ou
inquéritos po-liciais, ou cujas atividades sejam objeto de XIII. Deixar de tratar superiores hierárquicos, pares, su-
ação policial; bordinados, advogados, partes-testemunhas, servidores da
Justiça e o povo em geral com a deferência e a urbanidade
XIV. Afastar-se do Município onde exerce suas atividades, devidas;
sem expressa autorização superior, salvo por imperiosa
necessidade do serviço, devidamente comprovada; e XIV. Mão se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licen-ça,
para o trato de interesses particulares, férias ou dispensa de
XV. Deixar, sem justa causa, de submeter-se a inspeção serviço, ou ainda, depois de saber que qualquer dela foi
médica determinada por lei, ou por autoridade competente. interrompida por ordem superior;

Art. 39 - São transgressões disciplinares de natureza média: XV. Ingerir bebidas alcoólicas em serviço ou apresentar-se ao
serviço em estado de embriaguez;
I. Agir, no exercício da função, com displicência, des-lealdade
ou negligência; XVI. Fazer uso indevido de arma que lhe haja sido confiada
para o serviço;
II. Simular doença para esquivar-se do cumprimento do de-
ver; XVII. Permitir que presos conservem em seu poder
instrumentos com que possam causar danos nas
III. Valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter dependências a que estejam reco-lhidos ou produzir lesões
proveito de natureza político-partidária para si ou para em terceiros;
outrem;
XVIII. Negligenciar na revista a preso;
IV. Intitular-se funcionário ou representante de reparti-ção
ou unidade de trabalho a que não pertencer, sem estar XIX. Faltar ao serviço, sem motivo justificado, por tempo
expressa-mente autorizado para tal; inferior a trinta dias;

V. Usar indevidamente os bens da repartição sob sua guarda XX. Ordenar ou executar medida privativa da liberdade
ou não; individual, sem as formalidades legais, ou com abuso de
poder;
VI. Ceder ou emprestar insígnia ou cédula de identidade
funcional, armamento ou indumentária de identificação XXI. Usar de violência desnecessária no exercício da função
policial de uso pessoal; policial.

VII. Deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, Art. 40 - São transgressões disciplinares de natureza grave:
inquéritos policiais, sindicâncias ou processos
administrativos; I. Coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-
partidários;

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II. Praticar usura em qualquer de suas formas; qualquer pretexto, em razão de função ou cargo que exerça
ou tenha exercido;
III. Apresentar parte, queixa ou representação contra su-
bordinados, pares ou superiores hierárquicos, sabendo-as XVI. Cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer
infundadas, buscando confundir investigação que exista, ou outra despesa que não tenha apoio em lei;
possa vir a existir contra sua própria pessoa, /ou para
prejudicar colegas ou terceiros; XVII. Confiar a pessoas estranhas a organização policial, fora
dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos
IV. Agir com deslealdade no exercício da função, indispor próprios ou da competência de seus subordinados;
funcionários contra seus superiores hierárquicos, ou
provocar, vela-da ou ostensivamente, animosidade entre os XVIII. Desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de ordem
mesmos; de superior hierárquico ou de decisão judicial, ou criticá-las;

V. Utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos XIX. Eximir-se do cumprimento de suas atribuições funcio-
arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela Polícia; nais;

VI. Exercitar atividade particular para cujo desempenho XX. Contribuir para paralisação total de serviços policiais
sejam necessários contatos com repartições policiais, ou que considerados indispensáveis ao atendimento da
com elas tenham qualquer relação ou vinculação; comunidade;

VII. Exercer atividades particulares que prejudiquem o fiel XXI. Abandonar o cargo, sem justa causa, ausentando-se da
desempenho da função policial e que sejam, social ou repartição por mais de trinta dias consecutivos;
moralmen-te, nocivas à dignidade do cargo, ou afetem a
presunção de imparcia-lidade; XXII. Ausentar-se do serviço, sem causa justificável, por mais
de sessenta dias intercaladamente, durante um ano;
VIII. Dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico ou a
subordinado de modo desrespeitoso; XXIII. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;

IX. Portar-se de modo inconveniente em lugar público ou XXIV. Constituir-se procurador de partes, ou servir de in-
acessível ao público: termediário perante qualquer repartição pública, salvo para
tratar de interesse legítimo de parente até segundo grau;
X. Deixar de apurar fatos caracterizados como transgres-são
disciplinar que tenham chegado ao seu conhecimento, XXV. Praticar ato definido como infração penal, que, por sua
cometidos por funcionários da instituição; natureza e configuração, o incompatibilize para o exercício
da função policial;
XI. Deixar, habitualmente, de saldar dívidas legítimas, ou de
pagar com regularidade pensões a que esteja obrigado por XXVI. Praticar ato lesivo à honra ou ao patrimônio da pes-
decisão judicial; soa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou
sem com-petência legal;
XII. Entregar-se a prática de jogos proibidos, ou a vício da
embriaguez, ou qualquer outro vício degradante; XXVII. Lesar os cofres públicos, ou dilapidar o patrimônio
público;
XIII. Esquivar-se, na ausência da autoridade competente, de
atender a ocorrências de intervenção policial, quepresencie XXVIII. Revelar fato ou informação de natureza sigilosa de
ou de que tenha conhecimento imediato, mesmo em que tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo
período de folga; quando se tra-tar de depoimento em processo judicial,
policial ou administrativo;
XIV. Emitir opiniões ou conceitos desfavoráveis aos
superiores hierárquicos ou às autoridades constituídas do XXIX. Utilizar o anonimato para prejuízo da instituição ou de
País ou das nações que mantenham relações diplomáticas companheiros;
com o Brasil, ou criticá-las com o intuito de ofender-lhes a
dignidade e a reputação; XXX. Frequentar, sem razão de serviço, lugares incompatí-
veis com o decoro da função policial;
XV. Solicitar ou receber propinas e comissões, ou auferir
vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e sob XXXI. Extraviar ou facilitar o extravio, por negligência, de
armas, munições, algemas e outros bens do patrimônio da

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institui-ção, que estejam sob a. sua guarda ou § 5º - As penalidades aplicadas nas condições do parágrafo
responsabilidade, desde que o ato não constitua crime; 2º deste Artigo, somente serão confirmadas mediante novo
ato, após a apreciação da defesa, ou pelo decurso do prazo
XXXII. Adquirir, para revenda, de associações de classe ou para tanto estabele-cido, se tal direito não for exercido pelo
entidades beneficentes em geral, gêneros ou quaisquer funcionário policial ci-vil.
mercadorias;
§ 6º - Somente se confirmada, a penalidade constará nos
XXXIII. Submeter pessoa, sob sua guarda ou custódia, a tor- assentamentos funcionais do funcionário policial civil.
tura, vexame ou constrangimento; e
Art. 44 - Na aplicação das penas disciplinares serão
XXXIV. Atentar, com abuso de autoridade, ou prevalecendo- considerados:
se dela, contra a inviolabilidade de domicílio.
I. Repercussão do fato;
Art. 41 - São, ainda, transgressões disciplinares todas as
ações ou omissões que se venha a ferir os princípios éticos II. Danos ao serviço público decorrentes da transgressão;
em que se estrutura a função policial e o serviço.
III. Classificação das transgressões disciplinares previs-tas no
Art. 42 - A autoridade competente, para decidir a punição, Artigo 37, do presente Estatuto;
poderá agravar a classificação atribuída às transgressões,
atendendo às peculiaridades e conseqüências de caso IV. Causas de justificação;
concreto.
V. Circunstâncias atenuantes; e
CAPÍTULO III
VI. Circunstâncias agravantes.
DAS PENAS DISCIPLINARES
§ 1º - São causas de justificação:
Art. 43 - São penas disciplinares:
a) Motivo de força maior plenamente comprovado;
I. Advertência;
b) Ter sido cometida a transgressão na prática de ação
II. Repreensão; meritória, no interesse do serviço, da ordem ou da segurança
públi-ca; e
III. Suspensão;
c) Ter sido a transgressão em legitima defesa própria ou de
IV. Demissão; terceiros, em obediência a ordem superior, em estrito
cumpri-mento do dever legal, ou quando, pelas
V. Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; circunstâncias, não for exigível outra conduta.

§ 1º - A aplicação de penalidade pelas transgressões disci- § 2º - São circunstâncias atenuantes:


plinares constantes desta Lei não exime o funcionário das
responsa-bilidades previstas no Estatuto dos Funcionários a) Boa conduta funcional;
Públicos Civis do Estado do Amazonas e no Código Penal.
b) Relevância de serviços prestados;
§ 2º - As penas de repreensão e suspensão, até cinco dias,
serão aplicadas de imediato pela autoridade que tiver c) Ter sido cometida a transgressão em defesa de di-reitos
conhecimento direto de falta cometida. próprios ou de terceiros, ou para evitar mal maior; e

§ 3º - O ato punitivo será motivado e terá efeito imediato, d) Ter sido cometida a transgressão no interesse da
mas provisório, assegurando-se ao funcionário policial civil o organização policial, ou em defesa do seu bom nome.
di-reito de oferecer defesa por escrito no prazo de três dias.
§ 3º - São circunstâncias agravantes:
§ 4º - A defesa prevista no parágrafo anterior independe de
autuação e será apresentada mediante recibo, diretamente a) Má conduta funcional;
pelo funcionário policial civil, à autoridade que lhe aplicou a
pena. b) Prática simultânea ou conexão de duas ou mais
transgressões;

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c) Reincidência; VII. Ofensa física em serviço, a funcionário ou particu-lar,


salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
d) Ser praticada a transgressão em conluio com duas ou mais
pessoas, durante a execução do serviço, em presença de VIII. Aplicação irregular de dinheiro público;
subordinados ou em público; e
IX. Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
e) Ter sido praticada a transgressão com premeditação ou cargo;
com abuso de autoridade hierárquica ou funcional.
X. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
§ 4º - Não haverá punição quando, no julgamento da público;
transgressão, for reconhecida qualquer causa de justificação.
XI. Corrupção;
Art. 45 - A pena de suspensão, que não excederá a noventa
dias, acarretará perda de todos os direitos e vantagens XII. Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
decorrentes do exercício do cargo e será aplicada: públicas; e

a) de um a dez dias, nos casos de falta leve; XIII. Contumácia na prática de transgressões disciplinares.

b) de onze a trinta dias, nos casos de falta média; e Art. 48 - Verificada em processo disciplinar acumulação
proibida e provada a boa-fé, o funcionário optará por um dos
c) de trinta a noventa dias, nos casos de falta grave. cargos.

§ 1º - A pena de suspensão será aplicada, também, nos caso § 1º - Provada a má-fé, perderá também o cargo que exercia
de reincidência em faltas já punidas com advertência. há mais tempo e restituirá o que tiver percebido
indevidamente.
§ 2º - A pena de suspensão, excedente a trinta dias, somen-
te será aplicada mediante processo administrativo. § 2º - Na hipótese anterior, sendo um dos cargos, emprego
ou função exercido em outro Órgão ou Entidade, a demissão
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a penali- lhe será comunicada.
dade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base
de cinqüenta por cento por dia de remuneração, ficando o Art. 49 - A cassação de aposentadoria ou disponibilidade será
funcionário obri-gado a permanecer em serviço. aplicada nos casos previstos no Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado.
Art. 46 - A pena de destituição de função terá por funda-
mento, na sua aplicação, a falta de exação no cumprimento Art. 50 - São competentes para a aplicação das penas disci-
do dever. plinares previstas neste Estatuto:

Parágrafo Único. A aplicação da pena de destituição de I. o Governador do Estado, em qualquer caso;


função caberá, em principio, à autoridade que houver feito a
desig-nação do funcionário. II. o Delegado - Geral de Polícia Civil, nos casos previs-tos nos
incisos I a IV, do Artigo 43, em relação a todos os funcio-
Art.47 - A demissão será aplicada quando ocorrer: nários, inclusive pena de suspensão por noventa dias;

I. Crime contra a administração pública; III. o Corregedor, o Diretor da Academia, os Diretores de


Departamento, de Institutos, os Chefes de Centrais, de
II. Abandono de cargo; Divisões, de Regionais, nos casos previstos nos incisos I a III,
quanto aos fun-cionários que lhes forem subordinados, e
III. Assiduidade habitual; pena máxima de suspensão até trinta dias; e

IV. Improbidade administrativa; IV. os Titulares das Delegacias de Policia, nos casos dos
incisos I a III, quanto aos funcionários que lhes forem
V. Incontinência pública e conduta escandalosa na diretamente subordinados, podendo aplicar a pena de
repartição; suspensão até quinze dias.

VI. Insubordinação grave em serviço; § 1º - Quando, por qualquer transgressão, for prevista mais
de uma pena disciplinar, a autoridade competente, atenta às

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circuns-tâncias de cada caso, aplicará a penalidade ao fato à au-toridade que primeiro tomar conhecimento do fato,
de maior gravi-dade. dando ciência às demais.

§ 2º - A autoridade superior a que aplicou a pena, poderá § 3º - A sindicância concluída conterá relatório que espe-
agravá-la ou diminuí-la. cifique:

Art. 51 - As penas disciplinares referidas no Artigo 43, deste a) Data e modo por que a autoridade teve ciência da
Estatuto, prescreverão nos seguintes prazos: irregularidade;

I. Em noventa dias, as penas de advertência e repreensão; b) Versão do fato em todas as suas circunstâncias;

II. Em cento e oitenta dias, a pena de suspensão; e c) Indícios e elementos de prova apurados;

III. Em trezentos e sessenta dias, a pena de demissão ou d) Depoimento do funcionário sindicado; e


destituição de função, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade. e) Conclusões finais e enquadramento legal, quando for o
caso.
§ 1º - A falta também prevista como crime na lei penal
prescreverá de acordo com as regras do Código de Processo Art. 54 - Da sindicância poderá resultar:
Penal.
I. Arquivamento da sindicância;
§ 2º - A data do conhecimento do fato por superior hierár-
quico dará início à contagem do tempo para a prescrição. II. Aplicação de penalidade de advertência, repreensão ou
suspensão de até trinta dias; e
CAPÍTULO IV
III. Instauração de processo administrativo disciplinar.
DA APURAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES
Parágrafo Único - O prazo para conclusão da sindicância não
Art. 52 - As transgressões disciplinares dos funcionários excederá a trinta dias, podendo ser prorrogado por igual
policiais serão apuradas através de sindicâncias ou processo período, mediante justificação fundamentada da autoridade
admi-nistrativo disciplinar. que a presidir.

Parágrafo Único - Serão obrigatoriamente encaminhadas ao Art. 55 - Sempre que o ilícito praticado pelo funcionário
Delegado Geral de Policia as sindicâncias e inquéritos ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de
policiais que ensejarem, em tese, a instauração de processo trinta dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
administrativo disciplinar. disponibilidade, se-rá obrigatória a instauração de processo
administrativo disciplinar.
SEÇÃO I
Art. 56 - A sindicância para apuração de irregularidade
DA SINDICÂNCIA cometida por funcionário da Polícia Civil, se realizará,
também, por determinação do Governador do Estado, ou do
Art. 53 - A autoridade policial ou titular de unidade distrital, Secretário de Estado de Justiça, Segurança Pública e
especializada, técnica ou administrativa, que tiver ciência de Cidadania, ou do Delegado-Geral de Po-lícia Civil, ou, ainda,
irregularidade cometida por funcionário da Policia Civil, é por deliberação do Conselho Superior de Po-lícia, que
obri-gada, sob pena de responsabilidade, a promover sua poderão determinar o afastamento preventivo do funcioná-
apuração imedia-ta, mediante sindicância, assegurada ao rio ao qual for imputada falta, que, pela sua natureza,
acusado ampla defesa. recomende tal providência.

§ 1º - Quando o funcionário.não lhe for subordinado, comu- Art. 57 - Poderá ser afastado preventivamente do exercício
nicará, no prazo de quarenta e oito horas, à autoridade do cargo, sem prejuízo da remuneração e até completa
competente a irregularidade verificada, a fim de não se apuração dos fatos, o funcionário ao qual for imputada falta
tornar conivente. que, por sua nature-za, recomende tal providência, pelo
prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogado por igual
§ 2º - Se o fato constitutivo de transgressão disciplinar tiver prazo, findo o qual cessarão os seus efei-tos, ainda que não
sido cometido por funcionários policiais civis subordinados a concluído o processo.
autoridades distintas, competirá a instauração de sindicância

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Parágrafo Único - O funcionário afastado preventivamente defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em
do exercício do cargo poderá ter retidas a arma e respectiva direito.
cédula de identidade funcional, a juízo da autoridade ou
Órgão que ordenar a medida. Art. 63 - Os autos da sindicância ou do inquérito adminis-
trativo policial, quando for o caso, integrarão o processo
SEÇÃO II discipli-nar, como peça informativa da instrução.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Art. 64 - A Comissão promoverá a tomada de depoimentos,


acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando
Art. 58 - O processo administrativo disciplinar é o instru- a co-leta de prova, recorrendo, quando necessário, à técnica
mento destinado a apurar responsabilidade de funcionário e peritos técnicos, de modo a permitir a completa elucidação
por infra-ção praticada no exercício de suas atribuições, ou dos fatos.
que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido. Art. 65 - É assegurado ao funcionário acusado o direito de
acompanhar o processo administrativo disciplinar
Art. 59 - O processo administrativo disciplinar será condu- pessoalmente, cons-tituir defensor, arrolar e reinquirir
zido por uma comissão permanente ou especial composta de testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
cinco fun-cionários estáveis, designados pela autoridade quesitos, quando se tratar de prova pericial.
competente, que indicará dentre eles o seu presidente.
§ 1º - O Presidente da Comissão poderá denegar pedidos
§ 1º - Entre os membros da Comissão, dois, no mínimo, serão con-siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou
bacharéis em direito. de nenhum inte-resse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2º - Não poderá participar de Comissão de sindicância ou § 2º - Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
de inquérito cônjuge, companheiro ou parente do acusado, comprovação do fato independer de conhecimento especial
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o de perito.
terceiro grau.
Art. 66 - As testemunhas serão intimadas a depor mediante
§ 3º - A Comissão obedecerá a regimento próprio e o mandato expedido pelo Presidente da Comissão, devendo a
mandato de seus membros será de dois anos admitida a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos
recondução por uma úni-ca vez. autos.

Art. 60 - O processo administrativo disciplinar compreende: Parágrafo Único - Se a testemunha for servidor público, a
expedição do mandato será imediatamente comunicada ao
I. Instauração, com a publicação do ato que constituir a chefe da re-partição onde serve, com a indicação do dia e
Comissão; hora marcados para in-quirição.

II. Instrução, defesa e relatório; e Art. 67 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido
a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
III. Julgamento.
§ 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente.
Art. 61- O prazo para a conclusão do processo administra-
tivo disciplinar não excederá a noventa dias, contados da § 2º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
data da publicação do ato que constituir a Comissão, infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
admitida a sua prorro-gação mediante justificação
fundamentada e a juízo da autoridade competente. Art. 68 - Concluída a inquirição das testemunhas, a Comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observadosos
§ 1º - Sempre que necessário, a Comissão dedicará tempo in- procedimen-tos previstos nos Artigos 63 e 64.
tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros
dispensados do pon-to, até a entrega do relatório final. § 1º - No caso de mais de um acusado, cada um deles será
ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas
§ 2° - As reuniões da Comissão serão registradas em atas, que declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a
deverão pormenorizar as deliberações adotadas. acareação entre eles.

Art. 62 - O processo administrativo disciplinar obedecerá ao § 2º - O defensor do acusado deverá fazer-se presente a to-
princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla dos os atos, sob pena de nulidade.

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§ 3º - Se o funcionário policial civil não constituir advo-gado, Art. 73 - Se o indiciado não comparecer à audiência, será
ser-lhe-á designado um defensor dativo, na forma do decretada a sua revelia e designado um defensor dativo, de
disposto no parágrafo anterior. preferên-cia bacharel em direito, ou funcionário da mesma
classe e categoria, para a promoção da defesa, no prazo de
Art. 69 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do cinco dias, a contar da designação do defensor dativo.
acusado, a Comissão proporá à autoridade competente que
ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual Parágrafo Único - A revelia será declarada, por termo, nos
participe pelo menos um médico psiquiatra. autos do processo.

Parágrafo Único - O incidente de sanidade mental será Art. 74 - Apreciada a defesa, a Comissão elaborará relató-rio
processado em auto apartado e apenso ao processo minucioso, no prazo de dez dias, onde resumirá as peças dos
principal, após a expedição do laudo pericial. au-tos e mencionará as provas em que se baseou para
formar a sua con-vicção.
Art. 70 - Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
indicação do funcionário, com a especificação dos fatos a ele § 1º - O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên-cia
imputados e das respectivas provas. ou responsabilidade do funcionário.

§ 1º - O indiciado será citado pessoalmente, por mandado § 2º - Reconhecida a responsabilidade do funcionário, a Co-
expedido pelo Presidente da Comissão, contendo a missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
transcrição do indiciamento, bem como data, hora e local transgredido,, bem como as circunstâncias agravantes ou
marcados para interrogató-rio. atenuantes.

§ 2º - Para todas as provas e diligências será intimada a Art. 75 - O processo disciplinar, como o relatório da Co-
defesa, com antecedência mínima de 48 horas. missão, será remetido à autoridade que determinou a sua
instauração, para julgamento.
§ 3º - Realizadas as provas da Comissão a defesa será inti-
mada para apresentar, em três dias, as provas que pretenda SEÇÃO III
produzir.
DO JULGAMENTO
§ 4º - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor para
apresentação, por escrito e no prazo de dez dias, das razões Art. 76 - No prazo de dez dias, contados do recebimento do
de defesa do indiciado. processo, a autoridade competente proferirá a decisão, por
despacho fundamentado.
§ 5º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum
e de vinte dias. § 1º - Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
autoridade instauradora do processo, este será
§ 6º - O prazo de defesa será prorrogado pelo dobro, para encaminhado à autori-dade competente, que decidirá em
diligências reputadas indispensáveis. igual prazo.

§ 7º - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na § 2º - Havendo mais de um indiciado e diversidade de san-
cópia da citação, o prazo para defesa se contará da data ções, o julgamento caberá à autoridade competente para a
declarada, em tempo próprio, pelo membro da Comissão imposição da pena mais grave.
que fez a citação, com a assinatura de duas testemunhas.
§ 3° - Se a penalidade prevista for a demissão ou a cassa-ção
Art. 71 - O indiciado que mudar de residência fica obrigado a de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá à
comunicar à Comissão o lugar onde poderá ser encontrado. auto-ridade de que trata o inciso I, do Artigo 50, desta Lei.

Art. 72 - Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sa- Art. 77 - O julgamento acatará o relatório da Comissão, salvo
bido, será citado por edital, publicado por três dias quando contrário às provas dos autos.
consecutivos no Diário Oficial do Estado, para apresentar
defesa. § 1º - Quando o relatório da Comissão contrariar as provas
dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
Parágrafo Único - Na hipótese desse Artigo, o prazo para agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o
defesa será de cinco dias, a partir da última publicação do funcionário de responsabilidade.
edital.

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§ 2º - As decisões serão publicadas no Diário Oficial, den-tro Art. 86 - Conclusos os trabalhos da Comissão em prazo não
do prazo de oito dias, a contar da data do despacho final. excedente a sessenta dias, será o processo, com o respectivo
relatório, encaminhado à autoridade competente para
Art. 78 - Verificada a existência de vício insanável, a au- julgamento.
toridade julgadora declarará a nulidade total ou parcial do
processo e ordenará a constituição de outra Comissão, para Parágrafo Único - Caberá, entretanto, ao Governador do
instauração de no-vo processo. Estado o julgamento, quando do processo revisto houver
resultado pena de demissão, cassação de aposentadoria ou
Parágrafo Único - O julgamento fora do prazo legal não im- disponibilidade.
plica nulidade do processo.
Art. 87 - Aplicam-se ao processo de revisão, no que couber,
Art. 79 - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori-dade as disposições concernentes ao processo disciplinar.
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
in-dividuais do funcionário. Art. 88 - Julgada procedente a revisão, a autoridade
competente determinará a redução ou a anulação da pena.
Art. 80 - O funcionário só poderá requerer exoneração após
a conclusão do processo administrativo disciplinar e se Parágrafo Único - A decisão será sempre fundamentada e
reconhecida sua inocência. publicada no Órgão Oficial do Estado.

SEÇÃO IV Art. 89 - Da revisão do processo não poderá resultar agra-


vamento de penalidade.
DA REVISÃO DO PROCESSO
SEÇÃO V
Art. 81 - 0 processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos DO INQUÉRITO POLICIAL
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência
do punido. Art. 90 - Se a falta imputada ao funcionário constituir,
também, infração penal, será imediatamente comunicada à
§ 1º - Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento autoridade competente para a instauração de inquérito
do punido, o pedido de revisão poderá ser formulado pelo policial.
cônjuge ou parente até segundo grau.
Art. 91 - Nos inquéritos policiais instaurados contra
§ 2º - No caso de incapacidade mental do punido, a revisão funcionários, serão cumpridos, rigorosamente, os prazos e
será requerida pelo respectivo curador. os procedimentos assinalados pelo Código de Processo
Penal, sob pena de responsabilidade administrativa e
Art. 82 - A simples alegação de injustiça da penalidade não criminal da autoridade encarregada do feito.
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos
novos, ainda não apreciados no processo ordinário.

Art. 83 - O pedido de revisão será dirigido à autoridade que


tiver proferido a decisão.

Art. 84 - A revisão será realizada por uma Comissão


composta por três funcionários estáveis, de categoria igual TÍTULO IV
ou superior à do punido.
DOS DIREITOS, GARANTIAS E VANTAGENS
Parágrafo Único - Estarão impedidos de integrar a Comissão
revisora os funcionários que constituíram a Comissão que CAPÍTULO I
concluiu pela aplicação da penalidade ao requerente.
DOS DIREITOS EM GERAL
Art. 85 - A revisão correrá em apenso ao processo ordinário.
Parágrafo Único - Na petição inicial, o requerente pedirá dia Art. 92 - Além dos direitos conferidos pelo Estatuto dos
e hora para a produção de provas e inquirição das Funcionários Públicos Civis do Estado e demais diplomas
testemunhas que arrolar. legais, são assegurados aos funcionários da Polícia Civil os
seguintes:

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I. Promoções regulamentares, inclusive "post mortem", imediata comunicação e apresentação do policial civil ao
quando for o caso; Delegado-Geral de Polícia Civil.
Art. 98 - Preso preventivamente, em flagrante delito ou em
II. Prisão especial, de conformidade com a legislação federal
virtude de pronúncia, o policial civil, enquanto não perder o
e esta Lei;
cargo, permanecerá em prisão policial civil, durante o curso
da ação penal e até que a sentença transite em julgado.
III. Recompensas;
§ 1º - Para efeito deste Artigo, entende-se por prisão policial
IV. Porte de arma, mesmo na inatividade; civil a carceragem privativa da Delegacia Geral de Polícia
Civil.
V. Aposentadoria, nos termos da lei;
§ 2º - O policial civil nas condições deste Artigo, ficará
VI. Férias e licenças;
recolhido na carceragem a que se refere o parágrafo
VII. Assistência médico-hospitalar custeada pelo Estado, anterior, sob a responsabilidade do Delegado-Geral de
quando acidentado ou acometido de doença adquirida em Polícia Civil, sendo-lhe defeso exercer quaisquer atividades
serviço, ou em consequência dele; funcionais ou administrativas, ou sair da carceragem sem
expressa autorização do Juízo a cuja disposição se encontre.
VIII. Assistência judiciária custeada pelo Estado, quando
processado por ato praticado no exercício da função policial SEÇÃO III
ou em razão dela, nos termos da lei;
DAS RECOMPENSAS
IX. Desempenho de cargos e funções correspondentes à
Art. 99 - As recompensas constituem reconhecimento por
condição hierárquica;
bons serviços prestados pelo funcionário e compreendem:
X. Garantia ao uso de título em toda a sua plenitude, com as
I. Medalha de Mérito Policial Civil;
vantagens e prerrogativas a ele inerentes;
II. Medalha de Serviço Policial Civil;
XI. Estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
III. Dispensa do Serviço, até dez dias;
XII. Percepção de remuneração e proventos na forma da lei;e
IV. Elogio; e
XIII. Auxílio funeral.
V. Citações e Louvores.
Parágrafo Único - O direito assegurado no inciso VIII, deste
artigo não se estende aos casos de crime contra o patrimônio § 1º - A concessão das recompensas enumeradas nos incisos
público, a paz pública e a administração pública. I e II, deste Artigo, obedecerá às normas fixadas no
respectivo Regulamento.
SEÇÃO I
§ 2º - A concessão da recompensa do inciso III tem por
DAS PROMOÇÕES
finalidade premiar serviços extraordinários dos funcionários
Art. 93 - Promoção é a elevação do Policial Civil à classe policiais.
imediatamente superior.
§ 3º - A recompensa de que trata o inciso IV será conferida
Art. 94 - As promoções referentes às carreiras policiais se pela prática de ato que mereça registro especial, ou
farão por mérito e por antiguidade, de acordo com a ultrapasse o cumprimento normal de atribuições, ou se
legislação específica. revista de relevância.
Art. 95 - O funcionário da Policia Civil morto em razão de § 4º - As correspondências que contenham agradecimentos
serviço, reconhecida essa circunstância pelo Delegado Geral serão consideradas, para efeito de recompensa, como meras
de Polícia, será promovido "post mortem". Citações e Louvores.
Art. 96 - O funcionário da Polícia Civil, investido em mandato Art. 100 - São competentes para conceder as recompensas
eletivo ou classista, terá seu tempo de serviço contado para estabelecidas no artigo anterior:
todos os efeitos legais, exceto para promoção por
I. Nos casos dos incisos I e II, o Governador do Estado
merecimento.
obedecido o respectivo Regulamento próprio.
SEÇÃO II
II. Nos casos do inciso III:
DA PRISÃO DO POLICIAL CIVIL
a) o Delegado-Geral de Policia Civil, até dez dias;
Art. 97 - O policial civil, ativo ou inativo, só poderá ser preso
b) os Diretores de Departamentos e Órgãos equivalentes, até
por ordem judicial escrita, salvo em flagrante delito, caso em
sete dias;
que, sob pena de responsabilidade, a autoridade fará

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c) os Diretores de Institutos, os Chefes de Divisões e Centrais profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
e de Delegacias Regionais, até cinco dias; e especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
d) os Titulares de Delegacias de Polícia e Órgão equivalente, II. Compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
até três dias. proventos proporcionais ao tempo de serviço; e
III. Nos casos do incisoIV, o Delegado Geral de Polícia Civil; e III. Voluntariamente, aos trinta anos de serviço, se homem, e
aos vinte e cinco anos, se mulher, com proventos integrais.
IV. Nos casos do inciso V, as autoridades e pessoas gradas em
geral. Parágrafo Único - Consideram-se doenças graves,
contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso Ideaste
Art. 101 - Elogio, para os fins desta Lei, é a menção nominal
Artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose
ou coletiva que deva constar dos assentamentos funcionais
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso
do policial civil, por ato meritório, e destina-se a ressaltar:
no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de
I. morte, invalidez ou lesão corporal de natureza grave, no Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante,
cumprimento do dever; espondiloartrose anquilosante, neuropatia grave, estados
avançados de mal de Page (osteíte deformante), Síndrome
II. ato que traduza dedicação excepcional no cumprimento
de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outras que a lei
do dever, transcendendo ao que é normalmente exigível do
indicar, com base na medicina especializada.
policial civil por disposição legal ou regulamentar e que
importe ou possa importar risco da própria segurança Art. 106 - A aposentadoria compulsória será automática e
pessoal; e declarada por ato com vigência a partir do dia imediato
àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
III. execução de serviços que, pela sua relevância e pelo que
permanência no serviço ativo.
representam para a instituição ou para a coletividade,
mereçam ser enaltecidos como reconhecimento pela Art. 107 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez
atividade desempenhada. vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.
Parágrafo Único - Os elogios nos casos dos incisos II e III, § 1º - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
deste Artigo, serão obrigatoriamente considerados para para tratamento de saúde, por período não excedente a
efeito de avaliação de desempenho. vinte e quatro meses, salvo quando o laudo médico declarar
logo incapacidade para o serviço público.
Art. 102 - Não constitui motivo para elogio o cumprimento
dos deveres impostos ao policial civil. § 2º - lapso de tempo compreendido entre o término da
licença e a publicação do ato da aposentadoria será
Art. 103 - As citações e louvores serão computados para
considerado como de prorrogação da licença.
efeito de promoção, quando reconhecidos pelo Delgado
Geral de Polícia Civil, exceto os emitidos pelo Governador do Art. 108 - Os proventos da aposentadoria serão calculados
Estado e pelo Secretário de Estado da Justiça, Segurança com observância do disposto nos Artigos 130 e 131, revistos
Pública e Cidadania, que serão obrigatoriamente na mesma data e proporção em que se modificar a
considerados. remuneração dos servidores em atividade.
SEÇÃO IV Parágrafo Único - São estendidos aos inativos quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos
PORTE DE ARMA
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
Art. 104 - O funcionário da Polícia Civil tem direito a porte de transformação do cargo ou função em que se deu a
arma, independente de autorização, mesmo na inatividade. aposentadoria.
Parágrafo Único - O Delegado Geral de Polícia Civil, "ad
Art. 109 - O funcionário aposentado com provento
referendum" do Conselho Superior de Polícia, mediante
proporcional ao tempo de serviço, se acometido de qualquer
Sindicância ou Inquérito, poderá suspender o exercício do
das moléstias especificadas no parágrafo único, do Artigo
direito conferido neste artigo, relativamente ao servidor
105, desta Lei, passará a perceber provento integral.
suspenso ou afastado de suas funções, e ao policial inativo,
cujo comportamento recomende essa medida. Art. 110 - Quando proporcional ao tempo de serviço, o
provento não será inferior a um terço da remuneração da
SEÇÃO V
atividade.
DA APOSENTADORIA
Art. 111 - O servidor que contar tempo de serviço para
Art. 105 - O funcionário policial civil será aposentado: aposentadoria com provento integral será aposentado:
I. Por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, I. Com a remuneração do padrão da classe imediatamente
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia superior àquela em que se encontra posicionado;

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II. Quando ocupante da última classe da carreira, com a VI. para tratar de interesses particulares;
remuneração do padrão correspondente, acrescida de vinte
VII. para desempenho de mandato classista;
por cento do montante.
VIII. para tratamento de saúde; e
Art. 112 - O funcionário policial civil, ao aposentar-se,
passará à inatividade: IX. à gestante.
I. com vencimento do cargo em comissão, da função de § 1º - A licença prevista nos incisos I, VIII e IX deste Artigo,
confiança ou função gratificada que houver exercido, sem será precedida de exame por médico ou junta médica oficial.
interrupção, por, no mínimo, cinco anos;
§ 2º - O funcionário não poderá permanecer de licença da
II. com as vantagens do item anterior, desde que o exercício mesma espécie por período superior a vinte e quatro meses
do cargo ou função de confiança tenha somado um período consecutivos, salvo nos casos dos incisos II, III, IV, VI e VII,
de dez anos, consecutivos ou não deste Artigo.
§ 1º - No caso do item II, deste Artigo, quando mais de um § 3º - É vedado o exercício da atividade remunerada durante
cargo ou função tenha sido exercido, serão atribuídas as o período da licença prevista no inciso I, deste Artigo.
vantagens do cargo ou função de maior valor, desde que lhe
Art. 118 - A licença concedida dentro de sessenta dias do
corresponda o exercício mínimo de um ano.
término de outra da mesma espécie, será considerada como
SEÇÃO VI prorrogação.
DAS FÉRIAS E LICENÇAS SUBSEÇÃO I
Art. 113 - O funcionário da Polícia Civil fará jus a trinta dias DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
consecutivos de férias anuais, observada a escala que for FAMÍLIA
aprovada, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois
Art. 119 - O funcionário policial civil poderá obter licença por
períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
motivo de doença em parente consanguíneo ou afim até
hipóteses em que haja legislação específica.
segundo grau, e do cônjuge ou companheiro, quando
§ 1º - Para o primeiro período aquisitivo de férias, serão provado que sua assistência pessoal é indispensável e não
exigidos doze meses de exercício. pode ser prestada sem se afastar da repartição.
§ 2º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao Parágrafo Único - A licença dependerá de inspeção por junta
serviço. § 3º - Durante as férias, o funcionário terá direito a médica oficial e será concedida com vencimento ou
todas as vantagens, como se estivesse em exercício. remuneração integral até um ano, reduzida para dois terços,
quando exceder esse prazo.
Art. 114 - O funcionário que opera direta e
permanentemente com raios X ou substâncias radioativas, SUBSEÇÃO II
gozará vinte dias consecutivos de férias, por semestre de
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO
atividade profissional, proibida, em qualquer hipótese, a
CÔNJUGE OU COMPANHEIRO
acumulação.
Art. 120 - O funcionário policial civil terá direito à licença,
Art. 115 - As férias somente poderão ser interrompidas por
sem remuneração, para acompanhar o cônjuge removido ou
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
transferido para outros pontos do território nacional, ou
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por motivo de
para o exterior, ou eleito para exercer mandato eletivo.
superior interesse público.
Parágrafo Único - Existindo, no local de residência,
Art. 116 - Caberá ao setor de Recursos Humanos organizar,
até o mês de dezembro, a escala de férias, para o ano ''repartição estadual, o funcionário nele terá exercício,
seguinte, que poderá alterar de acordo com a conveniência enquanto perdurar aquela situação.
do serviço.
SUBSEÇÃO III
Art. 117 - Conceder-se-á ao funcionário licença:
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
I. por motivo de doença em pessoa, de família;
Art. 121 - Ao funcionário policial civil, convocado para o
II. por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro, serviço militar e outras obrigações de segurança nacional,
funcionário civil, militar ou servidor de autarquia; será concedida licença remunerada.
III. para o serviço militar, obrigatório; § 1º - Da remuneração, descontar-se-á a importância que o
funcionário perceber pelo serviço militar.
IV. para atividade política;
V. prêmio por assiduidade;

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§ 2º - A licença será concedida à vista de documento que I. sofrer penalidade disciplinar de multa ou de suspensão;
prova a incorporação.
II. faltar ao serviço sem justificação; e
§ 3º - Ocorrido o desligamento do serviço militar, o
III. afastar-se do cargo em virtude de:
funcionário policial civil terá prazo de trinta dias para
reassumir o exercício do cargo. a) licença para tratamento de saúde em pessoa da família
por prazo superior a cento e vinte dias, consecutivos ou não;
Art. 122 - Ao funcionário policial civil oficial da reserva das
Forças Armadas, será concedida licença remunerada, b) licença para tratar de interesses particulares;
durante os estágios previstos pelos regulamentos militares,
c) condenação e pena privativa de liberdade por sentença
quando pelo serviço militar não perceber vantagem
definitiva;
pecuniária.
d) licença por motivo de afastamento do cônjuge ou
Parágrafo Único - Quando o estágio for remunerado,
companheiro, funcionário civil ou militar por prazo superior
assegurar-se-á ao funcionário policial civil o direito de opção.
a sessenta dias consecutivos ou não; e
SUBSEÇÃO IV
e) licença para tratamento de saúde por prazo superior a
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Parágrafo Único -
Cessada a interrupção prevista neste Artigo, recomeçará a
Art. 123 - O funcionário policial civil terá direito a licença,
contagem de quinquênio, a partir da data da reassunção do
sem remuneração durante o período que mediar entre a sua
funcionário policial civil ao exercício do cargo.
escolha em convenção partidária, como candidato a cargo
eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Art. 126 - O número de funcionários em gozo simultâneo de
Justiça Eleitoral. licença-prêmio não poderá ser superior a um terço da
lotação da respectiva unidade administrativa do Órgão ou
§ 1º - O funcionário candidato a cargo eletivo na localidade
Entidade.
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de
direção, chefia, assessoramento, fiscalização, dele será Art. 127 - O funcionário deverá aguardar em exercício a
afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua concessão da licença.
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo quinto
Parágrafo Único - Dependerá de novo requerimento o gozo
dia seguinte ao do pleito.
da licença, quando não iniciada dentro de trinta dias,
§ 2° - A partir do registro da candidatura e até o décimo contados da publicação do ato que a houver concedido.
quinto dia seguinte ao da eleição, o funcionário fará jus à
SUBSEÇÃO VI
licença como se em efetivo exercício estivesse com a
remuneração de que trata o Artigo 133, desta Lei. DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
§ 3º - Quando o estágio for remunerado, assegurar-se-á ao Art. 128 - A critério da Administração, poderá ser concedida
funcionário policial civil o direito de opção. ao funcionário estável licença para tratar de interesses
particulares, pelo prazo de dois anos, prorrogável pelo
SUBSEÇÃO V
mesmo período, sem remuneração.
DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE
§ 1º - A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo,
Art 124 - Após cada quinquênio de efetivo exercício, o a pedido do funcionário, ou no interesse do serviço.
funcionário fará jus a três meses de licença, a título de
§ 2º - Após o gozo de quatro anos de licença, só poderá ser
prêmio por assiduidade, com todos os direitos e vantagens
concedida nova licença, passados dois anos do término da
do seu cargo efetivo, podendo acumular o período de dois
anterior.
quinquênios.
§ 3º - Não se concederá licença a funcionários nomeados,
§ 1º - O Funcionário efetivo ocupante de cargo comissionado
removidos, redistribuídos ou transferidos, antes de
ou função gratificada, terá direito à percepção, durante o
completarem dois anos de exercício.
período de licença-prêmio por assiduidade, das vantagens
financeiras do cargo em comissão ou da função gratificada § 4º - O funcionário aguardará em exercício a concessão da
que ocupar. licença.
§ 2º - o funcionário investido em mandato efetivo fará jus a SUBSEÇÃO VII
licença-prêmio prevista no "caput" deste artigo para fins de
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO
aposentadoria.
CLASSISTA
Art. 125 - Não se concederá licença-prêmio por assiduidade
Art. 129 - É assegurado ao funcionário o direito a licença para
ao funcionário que, no quinquênio correspondente:
o desempenho de mandato em confederação, federação,

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associação de classe de âmbito nacional, sindicato ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da para quitar o débito.
profissão, com a remuneração do cargo efetivo, observado o
Parágrafo Único - A não quitação do débito no prazo previsto
disposto no Artigo 145, III, VIII, "c", desta Lei .
importará sua inscrição em divida ativa.
§ 1º - Somente poderão ser licenciados funcionários eleitos
Art. 137 - O vencimento, a remuneração e o provento não
para cargos de direção ou representação nas referidas
serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos
entidades.
casos de prestação de alimentos, resultante de decisão
§ 2º - A licença terá duração igual à do mandato, podendo judicial.
ser prorrogada, no caso de reeleição e por uma única vez.
SEÇÃO VIII
SEÇÃO VII
DO AUXÍLIO FUNERAL
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
Art. 138 - O auxílio funeral é devido à família do funcionário
Art. 130 - Os vencimentos dos Delegados de Polícia de falecido na atividade ou aposentado em valor equivalente a
carreira, além de obedecerem ao disposto no 1º, do Artigo um mês da remuneração ou proventos.
39, da Constituição Federal, e 1º, do Artigo 110, da
§ 1º - No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será
Constituição Estadual, serão fixados com diferença nunca
pago somente em razão do cargo de maior remuneração.
superior a dez por cento entre uma classe e outra, nem a
cinco por cento entre os da classe final de Delegados e os da § 2º - O auxílio será pago no prazo de quarenta e oito horas,
remuneração do Delegado-Geral de Polícia. por meio de procedimento sumaríssimo, a pessoa da família
que houver custeado o funeral.
Art. 131 - Os vencimentos dos demais ocupantes dos cargos
de carreira policial civil serão fixados de acordo com a Art. 139 - Se o funeral for custeado por terceiro, este será
política salarial do Poder Executivo Estadual, conforme o indenizado, observado o disposto no Artigo anterior.
disposto no parágrafo 1º, do Artigo 110, da Constituição
Art. 140 - Em caso de falecimento de funcionário em serviço
Estadual.
fora do local de trabalho, as despesas de transporte do corpo
Art. 132 - A remuneração do funcionário da Polícia Civil correrão à conta de recursos do Estado.
compreende vencimentos, indenizações, gratificações,
CAPÍTULO II
adicionais e outras vantagens pecuniárias.
DOS AFASTAMENTOS
Art. 133 - O funcionário policial civil perderá:
SEÇÃO I
I. a remuneração do dia em que faltar ao serviço, salvo no
caso previsto no Parágrafo Único, deste Artigo; e DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ORGÃO OU
ENTIDADE
II. metade da remuneração, na hipótese prevista no
parágrafo 3º do artigo 45, desta Lei. Art. 141 - O funcionário poderá ser cedido para ter exercício
em outro Órgão ou Entidade dos Poderes da União, dos
Parágrafo Único - As faltas ao serviço, até o máximo de seis
Estados ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
por ano, não excedendo a uma por mês, em razão de
seguintes hipóteses:
moléstia ou outro motivo relevante, poderão ser abonadas
pelo superior imediato, a requerimento do funcionário, no I. Para exercício de cargo em comissão ou função de
primeiro dia útil subsequente ao da falta. confiança; e
Art. 134 - Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, II. Em casos previstos em leis específicas.
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
§ 1º - Na hipótese do inciso I deste Artigo, o ônus da
provento.
remuneração será do Órgão ou Entidade cessionária.
Parágrafo Único - Mediante autorização do funcionário,
§ 2º - A cessão se fará mediante publicação do ato no Diário
poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de
Oficial.
terceiros, a critério da Administração.
§ 3º - Mediante autorização expressa do Governador do
Art. 135 - As reposições e indenizações ao erário público
Estado, o funcionário policial civil poderá ter exercício em
serão descontadas em parcelas mensais não excedentes à
outro Órgão da Administração Pública, para fim determinado
décima parte da remuneração ou provento.
e a prazo certo.
Art. 136 - O funcionário em débito com o erário público, que
for demitido, exonerado, ou que tiver a sua aposentadoria
SEÇÃO II

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DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO VI. júri e outros serviços obrigatórios por lei;
ELETIVO
VII. missão ou estudo, quando autorizado o afastamento;
Art. 142 - Ao funcionário investido em mandato eletivo
VIII. licença; a) à gestante, à adotante e à paternidade;
aplicam-se as seguintes disposições:
b) para tratamento da própria saúde, até dois anos;
I. Tratando-se de mandato federal, estadual ou municipal,
ficará afastado do cargo; c) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito
de promoção por merecimento;
II. Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
III. Investido no mandato de Vereador: e) prêmio por assiduidade; e
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as f) por convocação para o serviço militar.
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
IX. deslocamento para a nova sede de que trata o Artigo 28,
cargo eletivo; e
3º desta Lei, e
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
X. participação em competição desportiva nacional, ou
cargo, sendo-lhe facultado optar sua remuneração.
convocação para integrar representação desportiva
§ 1º - No caso de afastamento do cargo, o funcionário nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
contribuirá para a seguridade social como se em exercício específica.
estivesse.
Art. 146 - Contar-se-á, para efeito de aposentadoria e
§ 2º - O funcionário investido em mandato eletivo ou disponibilidade:
classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício
I. o tempo de serviço público prestado à União, aos Estados,
para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
Municípios e Distrito Federal;
CAPÍTULO III
II. a licença para tratamento de saúde de pessoa da família
DO TEMPO DE SERVIÇO do funcionário, com remuneração;
Art. 143 - É contado para todos os efeitos o tempo de serviço III. a licença para atividade política, no caso do Artigo 123,
público, inclusive o prestado às Forças Armadas. parágrafo 2º, desta Lei;
Art. 144 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, IV. o tempo correspondente ao desempenho de mandato
que serão convertidos em anos, considerando o ano de eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao
trezentos e sessenta e cinco dias e o mês como de trinta dias. ingresso no serviço público estadual; e
Parágrafo Único - Feita a conversão, os dias restantes, até V. o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à
cento e oitenta dias, não serão computados, arredondando- Previdência Social.
se para um ano quando excederem este número, para efeito
§ 1º - O tempo em que o funcionário esteve aposentado
de aposentadoria.
provisoriamente será contado apenas para nova
Art. 145 - Além das ausências ao serviço previstas no Artigo aposentadoria.
147, desta Lei, são considerados como de efetivo exercício
§ 2º - É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
os afastamentos em virtude de:
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou
I. férias; função de Órgão ou Entidade dos Poderes da União, Estado,
Distrito Federal e Municípios, autarquia, fundação pública,
II. exercício de cargo em comissão ou equivalente, em Órgão
sociedade de economia mista e empresa pública.
ou Entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios
e Distrito Federal; CAPÍTULO IV
III. exercício de cargo ou função de governo ou DAS CONCESSÕES
administração, em qualquer parte do território nacional, por
Art. 147 - Sem qualquer prejuízo, poderá o funcionário
nomeação do Presidente da República;
ausentar-se do serviço:
IV. participação em programa de treinamento regularmente
I. por um dia, para doação de sangue; e
instituído;
II. por oito dias consecutivos, em razão de :
V. desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por a) casamento; e
merecimento;

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b) falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou Parágrafo Único - A representação é cabível contra abuso de
padrasto, filhos, enteados, menores sob guarda ou tutela e autoridade ou desvio de poder e, encaminhada pela via
irmãos. hierárquica, será obrigatoriamente apreciada pela
autoridade superior àquela contra a qual é interposta.
Art. 148 - Será concedido horário especial ao funcionário
estudante, de nível superior, quando comprovada a Art. 156 - O requerimento é cabível para defesa de direito
incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, legítimo e será dirigido à autoridade competente em razão
sem prejuízo do exercício do cargo. Parágrafo Único - Para da matéria.
efeito do disposto neste Artigo, será exigida a compensação
Art. 157 - Caberá pedido de reconsideração dirigido à
de horário na repartição, respeitada a duração semanal do
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
trabalho.
primeira decisão, quando contiver novos argumentos.
Art. 149 - Ao funcionário estudante que mudar de sede no
Art. 158 - O recurso é cabível contra indeferimento de pedido
interesse da Administração, é assegurada, na localidade da
de reconsideração e contra decisões sobre recursos
nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição
sucessivamente interpostos.
de ensino congênere, em qualquer época,
independentemente de vaga. Art. 159 - O prazo para interposição de pedido de
reconsideração é de trinta dias, a contar da publicação ou da
Parágrafo Único - O disposto neste Artigo estende-se ao
ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
cônjuge ou companheiro, filhos, ou enteados do funcionário
que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob Art. 160 - O recurso será dirigido à autoridade
sua guarda, com autorização judicial. imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão recorrida.
CAPÍTULO V
§ 1º - O recurso será interposto por intermédio da
DA REMOÇÃO
autoridade recorrida, que poderá reconsiderar a decisão, ou,
Art. 150 - O Delegado de Polícia Civil só poderá ser removido, mantendo-a, encaminhá-la à autoridade superior.
de um para o outro município:
§ 2º - É de trinta dias o prazo para interposição de recurso, a
I. a pedido; contar da publicação ou ciência, pelo interessado, da decisão
recorrida.
II. por permuta;
Art. 161 - O direito de requerer prescreve:
III. com seu assentimento, após consulta; e
I. Em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação
IV. no interesse do serviço policial.
de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem
Art. 151 - A remoção dos integrantes das demais classes e interesse patrimonial; e
cargos policiais civis, de uma para outra unidade policial, será
II. Em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando
processada: I. a pedido; II. por permuta; e III. no interesse do
outro prazo for fixado em lei.
serviço policial.
Parágrafo Único - O prazo de prescrição será contado da data
Art. 152 - A remoção só poderá ser feita, respeitada a lotação
de publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo
de cada unidade policial.
interessado, quando o ato não for publicado.
Art. 153 - O policial civil não poderá ser removido no
Art. 162 - Os pedidos de reconsideração e os recursos,
interesse do serviço, para município diverso do de sua sede
quando cabíveis, e apresentados dentro do prazo,
de exercício, no período de seis meses antes e até três meses
interrompem a prescrição até duas vezes, determinando a
após a data das eleições.
contagem de novos prazos a partir da data da publicação do
Parágrafo Único - Esta proibição vigorará no caso de eleições despacho denegatório ou restritivo ao pedido.
federais, estaduais e municipais, isoladas ou
Art. 163 - A prescrição é de ordem pública, não podendo sei
simultaneamente realizadas.
revelada pela Administração.
Art. 154 - A remoção por permuta ocorrerá a pedido escrito
Art. 164 - Para o exercício do direito de petição, e assegurada
de ambos os interessados.
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor
CAPÍTULO VI ou a procurador por ele constituído.
DO DIREITO DE PETIÇÃO Art. 165 - A Administração deverá rever seus atos, a qualquer
tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 155 - É assegurado ao funcionário o direito de
representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que o Art. 166 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
faça dentro das normas de urbanidade. neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

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Parágrafo Único - O ingresso em juízo não importa, Art. 171 - O processo de readaptação, baseado nos incisos do
necessariamente, suspensão, na instância administrativa, de Artigo anterior, será iniciado mediante laudo firmado, por
pleito formulado por funcionário policial civil. junta médica oficial.
Parágrafo Único - Instaurado o processo com base no inciso
II, do Artigo precedente, poderão ser exigidos do funcionário
CAPÍTULO VII
exames de capacitação intelectual, a serem realizados por
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS instituição oficial indicada pelo Estado.
Art. 167 - Após cumprir o estágio probatório, o funcionário Art. 172 - A readaptação dependerá da existência de vaga e
policial só perderá o cargo quando: não acarretará decesso ou aumento de vencimento, exceto
no caso de expressa opção do interessado, para cargo de
I. condenado à pena acessória de perda da função pública,
vencimento inferior.
resultante de sentença transitada em julgado;
Art. 173 - Não se fará readaptação em cargo para o qual haja
II. demitido em virtude de processo administrativo, em que
candidato aprovado em concurso ou quadro de avaliação
lhe seja assegurada ampla defesa;
para promoção.
III. invalidada por sentença judicial a demissão do
Art. 174 - O funcionário readaptado, que não se ajustar às
funcionário estável, seja ele reintegrado e o eventual
condições de trabalho e atribuições do novo cargo, será
ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem
submetido ã nova avaliação pela Junta Médica Oficial do
direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
Estado e, sendo julgado incapaz para o serviço público, será
em disponibilidade; e
aposentado.
IV. extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o
CAPÍTULO IX
funcionário estável ficará em disponibilidade remunerada
integralmente, até seu adequado aproveitamento em outro DA REVERSÃO
cargo.
Art. 175 - Reversão é o retorno à atividade de funcionário
Art. 168 - Além das garantias constitucionais que lhe são aposentado por invalidez quando, por junta médica oficial,
asseguradas, o funcionário policial civil gozará das seguintes forem declarados insubsistentes os motivos da
prerrogativas: aposentadoria.
I. Tratamento compatível com a importância do cargo Art. 176 - A reversão se fará no mesmo cargo, ou no cargo
desempenhado ; resultante de sua transformação.
II. Exercício privativo dos cargos e funções; e Parágrafo Único - Encontrando-se provido o cargo, o
funcionário exercerá suas atribuições como extra lotado, até
III. Prioridade em todos os serviços de transportes e
a ocorrência da vaga.
comunicação públicos e privados, quando em cumprimento
de missão especial, de caráter emergencial, expressamente Art. 177 - Não poderá reverter o aposentado que já tiver
credenciado pela autoridade competente. completado setenta anos de idade.
CAPÍTULO VIII Art. 178 - A reversão do funcionário aposentado dará direito,
em caso de nova aposentadoria, á contagem do tempo de
DA READAPTAÇÃO
serviço computado para a concessão da anterior.
Art. 169 - Readaptação é a investidura do funcionário em
Art. 179 - O funcionário revertido não será aposentado
outro cargo mais compatível com a sua capacidade física e
novamente, sem que tenha cumprido pelo menos cinco anos
intelectual ou quando, comprovadamente, revelar-se inapto
de efetivo exercício no cargo em que se deu o seu retorno à
para o exercício das atribuições, deveres e responsabilidades
atividade, salvo se a aposentadoria for por motivo de saúde.
inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa que
justifique a sua demissão ou exoneração, podendo efetivar- Art. 180 - Será tornada sem efeito a reversão do funcionário
se de ofício ou a pedido. que não tomar posse, ou deixar de entrar em exercício nos
prazos legais.
Art. 170 - A readaptação se verificará:
CAPÍTULO X
I. Quando ficar comprovada a modificação do estado físico
ou das condições de saúde do funcionário, que lhe diminua DAS VANTAGENS
a eficiência para a função;
Art. 181 - Além do vencimento, poderão ser pagas ao
II. Quando o nível de desenvolvimento mental do funcionário funcionário policial, em decorrência da natureza e das
não mais corresponder às exigências da função. condições com que se desobriga das suas atividades

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profissionais, bem como do tempo de efetivo serviço por ele III. quando matriculado em escola, academias e outros
prestado, as seguintes vantagens: centros de aperfeiçoamento, após autorização
governamental, por período superior a noventa dias.
I. Indenizações;
Art. 186 - Correm por conta da Administração as despesas de
II. Gratificações; e
transportes do funcionário policial civil, de sua família e de
III. Adicionais. um serviçal, compreendendo passagens e bagagens.
§ 1º - As indenizações não se incorporam ao vencimento ou § 1º - A família do funcionário, que falecer na nova sede, é
provento para qualquer efeito. assegurada ajuda de custo e transporte para a localidade de
origem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito.
§ 2º - As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados § 2º - A indenização de que trata este Artigo será paga
nesta Lei. antecipadamente pelo Órgão competente, antes do
embarque do funcionário.
§ 3º - Além das vantagens previstas neste Artigo, outras
poderão ser auferidas pelo funcionário policial civil, de § 3º - Entende-se por bagagem o conjunto de objetos de uso
acordo com as normas pertinentes, inclusive as aplicáveis ao pessoal que o funcionário policial civil possa conduzir em
funcionário em geral. malas, sacos e pacotes, cujas medidas serão delimitadas por
ato do Delegado Geral de Polícia Civil.
Art. 182 - As vantagens pecuniárias não serão computadas,
nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer Art. 187 - O valor da ajuda de custo é correspondente a uma
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título vez o valor da remuneração do respectivo padrão do
ou idêntico fundamento. funcionário, excetuadas as vantagens de caráter pessoal.
SEÇÃO I Art. 188 - Não será concedida ajuda de custo ao funcionário
que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
DAS INDENIZAÇÕES
mandato eletivo.
Art. 183 - Indenização é o quantitativo, isento de qualquer
Art. 189 - Não receberá ajuda de custo o funcionário policial
tributação, concedido ao funcionário policial para
cuja movimentação ocorrer a pedido, ou que for desligado
ressarcimento de despesas decorrentes de obrigações
de curso ou escola por falta de aproveitamento, ou por
impostas pelo exercício pleno de suas atribuições.
trancamento voluntário da matrícula.
Parágrafo Único - As indenizações a que o policial tem direito
Art. 190 - O funcionário ficará obrigado a restituir a ajuda de
são as seguintes:
custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
I. Ajuda de custo; sede no prazo de trinta dias.
II. Transporte; Art. 191 - A ajuda de custo não será restituída pelo
funcionário policial ou seus herdeiros, quando:
III. Diárias e/ou bolsas de estudo;
I. após, ter seguido destino, for mandado regressar; e
IV. Alimentação;
II. ocorrer seu falecimento antes de seguir destino para a
V. Moradia; e
nova sede.
VI. Auxílio-Localidade.
SUBSEÇÃO II
Art. 184 - Para cálculo das indenizações, tomar-se-á por base
DO TRANSPORTE
o valor dos vencimentos do cargo do funcionário.
Art. 192 - O funcionário policial, no exercício de suas funções,
SUBSEÇÃO I
terá direito a transporte por conta do Estado, quando se
DA AJUDA DE CUSTO deslocar de sua sede num dos seguintes casos:
Art. 185 - O funcionário policial civil terá direito à percepção I. Viajar no interesse da justiça ou da disciplina;
de ajuda de custo, de valor não excedente a um mês de
II. Participar de concurso para ingressar em escolas, cursos
remuneração:
ou centros de profissionalização ou especialização, no
I. quando entrar em exercício no Município do Interior para interesse da organização policial;
o qual tenha sido nomeado ou designado por tempo superior
III. Realizar outros deslocamentos, quando autorizados,
a noventa dias;
necessários ao bom desempenho das funções de seu cargo;
II. quando, promovido para a Capital ou removido e
compulsoriamente, passar a ter exercício em nova sede; e

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IV. Baixar em estabelecimento hospitalar ou dele dar alta, Art. 197 - O funcionário policial transferido por necessidade
em consequência de prescrição médica competente, ou, do serviço, de uma sede para outra, fará jus a moradia em
ainda, para submeter-se à inspeção de saúde determinada. imóvel de propriedade da Administração policial, ou por ela
locado.
SUBSEÇÃO III
Parágrafo Único - Quando o funcionário policial não
DAS DIÁRIAS
desfrutar da situação prevista neste Artigo, terá direito a
Art. 193 - O funcionário policial que, a serviço, se afastar da uma indenização mensal a titulo de auxilio moradia, na
sede em caráter eventual ou transitório, para execução forma que se segue:
missão policial ou realização de cursos de aprimoramento
I. Vinte por cento dos vencimentos, se tiver encargos de
técnico-profissional, fará jus a passagens e diárias, para
família constituída; e
cobrir as despesas de pousada, alimentação e locomoção
urbana. II. Dez por cento dos vencimentos, se não possuir encargos
de família.
§ 1º - A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
devida pela metade quando o deslocamento não exigir Art. 198 - O auxílio de que trata o Artigo anterior terá
pernoite fora da sede. vigência a partir da primeira movimentação após a
aprovação deste Estatuto e se extinguira após dois anos de
§2º - Quando a duração do curso for superior a trinta dias, o
residência em uma determinada localidade.
funcionário policial fará jus a uma bolsa de estudo no valor
correspondente a trinta diárias, por mês. SUBSEÇÃO VI
Art. 194 - Também fará jus à percepção de diárias o DO AUXÍLIO-LOCALIDADE
funcionário policial que se afastar do Estado, por prazo não
Art. 199 - O funcionário policial civil transferido ou removido
superior a trinta dias, em missão relacionada com a
para servir em localidade de difícil provimento, fará jus a
instituição policial civil, inclusive para participação, como
indenização a título de auxílio-localidade de dez por cento do
autor de tese, membro de Comissão Técnica ou
valor dos vencimentos.
representante do Órgão policial, em congressos, simpósios,
seminários e outros conclaves, dependendo sempre de ato SEÇÃO II
do Governador do Estado.
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
Art. 195 - O funcionário que receber diárias e não se afastar
Art. 200 - Além do vencimento e outras vantagens previstas
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las
nesta Lei, serão devidas aos funcionários policiais civis as
integralmente, no prazo de cinco dias.
seguintes gratificações e adicionais:
§ 1º - Na hipótese de o funcionário retornar à sede em prazo
I. Gratificação de curso;
menor do que o previsto para o afastamento, restituirá as
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no "caput" II. Gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e
deste Artigo. assessoramento; III. Gratificação do risco de vida;
§ 2º - O funcionário beneficiário de diárias, no regresso, IV. Gratificação natalina;
deverá apresentar relatório circunstanciado sobre o
V. Adicional por tempo de serviço;
deslocamento.
VI. Adicional pelo exercício de atividades insalubres,
SUBSEÇÃO IV
perigosas ou penosas;
DA ALIMENTAÇÃO
VII. Adicional de férias;
Art. 196 - O funcionário policial civil terá direito à
VIII. Gratificação de atividade policial;
alimentação fornecida pelo Estado, quando de plantão, ou
prestando serviço extraordinário, na forma da lei. IX. Gratificação de tempo integral;
§ 1º - A alimentação poderá ser prestada em espécie ou paga X. Gratificação de produtividade.
em dinheiro, a titulo de indenização, e seu valor será fixado
SUBSEÇÃO I
de acordo com o percentual de reajustamento dos
vencimentos do funcionalismo público. DA GRATIFICAÇÃO DE CURSO
§ 2º - O pagamento da diária de alimentação será regulado Art. 201 - O funcionário policial civil, que vier a obter títulos
por decreto do Poder Executivo. em curso de qualificação, aperfeiçoamento, especialização e
de Superior de Polícia, fará jus à gratificação de curso, na
SUBSEÇÃO V
seguinte proporção sobre os vencimentos:
DA MORADIA

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I. Curso de qualificação relacionado ao desempenho de do respectivo cargo efetivo, como vantagem pessoal, a
função diversa das atividades próprias do cargo para o qual importância equivalente a um quinto:
recebeu formação básica, em cem horas de atividade, à
I - da diferença entre a remuneração do cargo em comissão
razão de cinco por cento.
e vencimento do cargo efetivo;
II. Curso de aperfeiçoamento, que habilita o policial civil para
II - do valor da função gratificada.
desempenhar, com maior desenvoltura, as atividades do seu
cargo ou função para a qual recebeu treinamento, durante § 1º - O acréscimo a que se refere este artigo ocorrerá a
cento e cinquenta horas de atividades, na base de dez por partir do sexto ano, a razão de um quinto por ano completo
cento. de exercício de cargo ou função de confiança, até completar
o décimo ano.
III. Curso de especialização, que habilita o policial civil para
desempenhar atividade técnica, especifica, dentre as § 2º - Quando mais de um cargo ou função houver sido
inerentes ao exercício do seu cargo ou função, desempenhado no período de um ano, ininterruptamente,
compreendendo carga de cento e oitenta horas de considerar-se-á, para efeito de calculo da importância a ser
atividades, na base de quinze por cento; e adicionada ao vencimento do cargo efetivo, o valor de cargo
ou da função de confiança exercido por maior tempo,
IV. Curso Superior de Polícia, treinamento destinado aos
obedecidos os critérios fixados nos itens I, II, deste artigo.
Delegados de Polícia Civil, Peritos Criminais e Legistas, com o
objetivo de ampliar os conhecimentos globais das atividades § 3º - Enquanto exercer o cargo em comissão ou função de
de segurança pública, bem como de administração policial, confiança, o funcionário não perceberá a parcela a cuja
com, no mínimo, duzentas e setenta horas de atividades, na adição fez jus, salvo no caso de opção pelo vencimento do
base de vinte por cento. cargo efetivo.
§1º - Os percentuais previstos nos incisos I a IV, do presente § 4º - As importâncias referidas neste artigo não serão
Artigo, não são acumuláveis entre si. consideradas para efeito de calculo de vantagens ou
gratificações incidentes sobre o vencimento do cargo
§ 2º - Para os fins de deferimento da gratificação, referida
efetivo, nem para a gratificação por tempo de serviço.
neste Artigo, os cursos deverão ter sua validade reconhecida
pela Academia de Polícia Civil. § 5º - Na hipótese de opção pelas vantagens do artigo 112,
desta Lei, o funcionário não usufruirá do beneficio previsto
§ 3º - A gratificação de que trata este Artigo se incorporará à
neste artigo.
remuneração do Funcionário Policial Civil, para efeito de
aposentadoria e disponibilidade. Art. 204 - Perderá o vencimento do cargo efetivo o
funcionário policial civil que for nomeado para cargo em
§ 4º - O Funcionário Policial Civil somente poderá concorrer
comissão, salvo se por ele optar, ou acumular legalmente.
ao curso previsto no inciso II, deste Artigo, após cumprido o
período de estágio probatório. SUBSEÇÃO III
§ 5º - Fica estabelecido o interstício de dois anos entre um DA GRATIFICAÇÃO DO RISCO DE VIDA
curso e outro para a concessão de nova gratificação.
Art. 205 - Ao funcionário policial civil, pelas peculiaridades do
§ 6º - Serão considerados genericamente de curta duração serviço na execução de trabalho de natureza especial com
os cursos, seminários, simpósios, conclaves e outras risco de vida, é concedida a gratificação do risco de vida, na
atividades ligadas a formação de recursos humanos, com base de cinquenta por cento sobre os vencimentos.
carga horária inferior a cem horas de atividades, dando
Art. 206 - O funcionário policial não receberá a gratificação
apenas o direito na contagem de pontos positivos, a razão de
de que trata o artigo anterior, quando se afastar do exercício
um ponto por certificado, para fins de promoção por
de suas atribuições, exceto nos casos de:
merecimento.
a) férias;
SUBSEÇÃO II
b) licença em consequência de doença profissional ou
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE
acidente em serviço;
DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO
c) afastamento em virtude de casamento ou falecimento do
Art. 202 - Ao funcionário investido em função de direção,
cônjuge, pais ou irmãos;
chefia ou assessoramento, é devida uma gratificação pelo
seu exercício. d) licença-prêmio por assiduidade;
Art. 203 - O funcionário policial civil que contar seis anos e) licença para tratamento da própria saúde ou em virtude
completos, consecutivos ou não, de exercício em cargo ou de gestação;
função de confiança, fará jus a ter adicionada ao vencimento
f) aposentadoria; e g)disponibilidade.

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SUBSEÇÃO IV Parágrafo Único - A funcionária gestante ou lactante será


afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
DA GARTIFICAÇÃO NATALINA
operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas
Art. 207 - A gratificação natalina corresponde a um doze avos atividades em local salubre.
da remuneração a que o funcionário fizer jus no mês de
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Art. 214 - Na concessão dos adicionais de atividades penosas,
perigosas ou de insalubridade, serão observadas as situações
Parágrafo único - A fração igual ou superior a quinze dias será
estabelecidas em legislação especifica.
considerada como mês integral.
Art. 208 - O funcionário exonerado perceberá sua Art. 215 - O adicional de atividade penosa será devido aos
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de funcionários em exercício em zonas de fronteira ou em
exercício, calculada sobre a remuneração do mês da localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
exoneração. termos, condições e limites fixados em regulamento.
Art. 209 - A gratificação não será considerada para calculo de
Art. 216 - Os locais de trabalho e os funcionários que operam
qualquer vantagem pecuniária.
com raios X ou substancias radioativas serão mantidos sob
SUBSEÇÃO V controle permanente, de modo que as doses de radiação
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
legislação própria.
Art. 210 - O adicional por tempo de serviço é devido à razão
de cinco por cento por quinquênio de serviço publico efetivo, Parágrafo Único - Os funcionários a que se refere este artigo
calculado sobre os vencimentos. serão submetidos a exames médicos a cada seis meses.
Parágrafo Único - O funcionário policial civil fará jus ao
SUBSEÇÃO VII
adicional a partir do mês em que completar o quinquênio.
Art. 211 - Para efeito do adicional por tempo de serviço, será DO ADICIONAL DE FÉRIAS
computado integralmente.
Art. 217 - Independentemente de solicitação, será pago ao
I. O tempo de serviço federal, estadual ou municipal;
funcionário, por ocasião das férias, um adicional
II. O tempo de serviço ativo nas Forças Armadas, prestado correspondente a um terço da remuneração do período de
durante a paz, computado em dobro quando em operação férias.
de guerra;
Parágrafo Único - No caso de o funcionário exercer função
III. O tempo de serviço prestado em autarquia;
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
IV. O tempo de serviço prestado a instituição ou empresa de comissão, a respectiva vantagem será considerada no calculo
caráter privado, que houver sido transformada em do adicional de que trata este artigo.
estabelecimento de serviço público;
SUBSEÇÃO VIII
V. O tempo de licença especial não gozada, contada em
dobro; e
DA GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL
VI. O tempo de licença para tratamento de saúde.
Art. 218 - É concedida a gratificação de atividade policial aos
SUBSEÇÃO VI funcionários policiais civis, pelo exercício efetivo das
atribuições próprias e peculiares da função em regime de
DO ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE INSALUBRE, dedicação exclusiva, na base se sessenta por cento sobre os
PERIGOSAS OU PENOSAS vencimentos.

Art. 212 - Os funcionários que trabalhem, com habitualidade, SUBSEÇÃO IX


em locais insalubres ou em contato permanente com
substancias tóxicas ou radioativas, fazem jus a um adicional DA GRATIFICAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL
sobre o vencimento do cargo efetivo.
Art. 219 - Ao funcionário policial civil, pelas peculiaridades
Art. 213 - Haverá permanente controle da atividade de dos serviços, na execução de trabalho de natureza especial
funcionários em operações ou locais considerados penosos, com tempo integral, é concedida a gratificação de tempo
perigosos ou insalubres. integral, na base de sessenta por cento sobre os
vencimentos.

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SUBSEÇÃO X XIV. Prisão Preventivamente.

DA GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE Art. 222 - Os funcionários extra lotados perderão os direitos


e vantagens abaixo nas condições dos incisos do Artigo
Art. 220 - Fará jus à gratificação de produtividade o anterior, a seguir relacionados:
funcionário policial civil pelo exercício efetivo das atribuições
próprias e peculiares de função policial, em regime de I. Gratificação de atividade policial, nos casos dos incisos III,
dedicação exclusiva, a critério da Administração. VI, XIII e XIV;

Parágrafo Único - Excetuam-se os Delegados de Polícia Civil II. Remuneração, nos casos dos incisos VII, XI e XII, sendo o
das percepções das gratificações constantes do Art. 201, inciso VII condicionado à opção;
incisos III, VI, VIII e IX, desta Lei.
III. Contagem de tempo de serviço, nos casos dos incisos VI,
TÍTULO IV XI e XII.

CAPÍTULO ÚNICO § 1º - O funcionário enquadrado no inciso VI perderá, ainda,


um terço da remuneração.
DO EXTRALOTADO
§ 2º - 0 funcionário incidente no inciso VII, que optar pelos
Art. 221 - Perderá a lotação e permanecerá extra lotado, sob vencimentos de seu cargo efetivo, perderá a gratificação de
controle direto do Departamento de Administração, o atividade policial.
funcionário afastado do serviço em razão de:
§ 3º - Os funcionários enquadrados nos incisos III, VII, VIII e
I. Disponibilidade; XIII só poderão concorrer a promoção por antiguidade.

II. Licença para tratamento de saúde; § 4º - Os funcionários enquadrados nos incisos I, VI, IX, XI, XII
e XIV não concorrerão, de modo algum, a promoção,
III. Licença para tratamento de pessoa da família, até seis enquanto perdurarem suas situações como extra lotados.
meses;
TÍTULO V
IV. Licença prêmio por assiduidade;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
V. Gozo de licença para realizar estudos no País ou no
exterior, autorizado pelo Governador do Estado; Art. 223 - A regra de nomeação estabelecida no parágrafo 1º
parágrafo do artigo 2º, desta Lei, somente terá vigência no
VI. Pena privativa de liberdade inferior a dois anos; momento de substituição do atual ocupante do aludido
cargo.
VII. Investidura em cargos eletivos, na forma da legislação
vigente; Art. 224 - O serviço policial, pelas peculiaridades e
especificidades próprias, enquadra-se nas condições de
VIII. Investidura em mandato classista, na forma da trabalho de natureza especial.
legislação em vigor;
Art. 225 - A carteira funcional do Policial Civil será
IX. Abandono de cargo, enquanto durar o processo confeccionada pela Casa da Moeda do Brasil, em papel
administrativo; próprio, valendo, em todo o território nacional, como cédula
de identidade e porte de arma.
X. Licença para repouso à gestante, até quatro meses;
Art. 226 - O funcionário policial civil exercerá todos os
XI. Licença para acompanhar o cônjuge; encargos e tarefas próprias de seu cargo e outras
compatíveis com o seu curso de especialização, sem que isso
XII. Licença para tratamento particular; lhe traga qualquer vantagem pecuniária, que não as
previstas nesta Lei.
XIII. Remoção ou colocação à disposição de outro Órgão,
exceto no caso de segurança à pessoa do Governador do Art. 227 - É vedado atribuir ao funcionário policial civil
Estado; e encargos e tarefas diferentes das previstas para seu cargo ou
especialização, ressalvado o caso de readaptação prevista no

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Artigo 170 e seguintes, desta Lei, necessidade do serviço, ou Art. 234 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
motivo de força maior. revogadas as disposições em contrário.

Art. 228 - A designação para o exercício da Função


Gratificada será da competência do Delegado Geral de LEI N.º 1.762 DE 14 DE NOVEMBRO DE
Polícia e obedecerá, em princípio, ao critério da hierarquia
funcional e à especialização de cada funcionário.
1986
Parágrafo Único - O exercício de chefias não gera vantagens DISPÕE sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
pecuniárias e sim mérito, entretanto, serão remuneradas Estado do Amazonas.
aquelas de maior importância e responsabilidade, a critério
do Delegado-Geral de Polícia Civil, que poderá alterar a sua
distribuição, em qualquer época, de acordo com a O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, FAÇO SABER a
necessidade da evolução e a técnica do serviço. todos os habitantes que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
decretou e eu sanciono a presente L E I :
Art. 229 - Os funcionários da Polícia Civil, ao se inativarem,
continuarão vinculados à Polícia Civil, para efeitos TÍTULO I
administrativos e financeiros. CAPÍTULO ÚNICO

Art. 230 - Ficam a cargo do Serviço Social as atribuições DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


pertinentes aos cuidados com a higidez dos integrantes da Art. 1.º - Esta Lei dispõe sobre o regime jurídico dos
Instituição Policial Civil. Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas.

Art. 231 - Fica criado um Fundo Especial de Reequipamento Parágrafo único - As disposições desta Lei, salvo norma legal
expressa, não se aplicam aos servidores regidos por
da Polícia Civil - FERPOL, com a finalidade de prover fluxo
permanente de recursos para equipamento material da legislação especial.
Instituição Polícia Civil. Art. 2.º - Para efeito desta Lei:
I - Funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo
§ 1º - Os recursos do FERPOL somente poderão ser utilizados
público;
na realização de despesas de custeio e de capital.
II - Cargo é a designação do conjunto de atribuições e
§ 2º - O Poder Executivo enviará Anteprojeto de Lei à responsabilidades cometidas a um funcionário,
Assembleia Legislativa do Estado, dispondo sobre o Fundo a identificando-se pelas características de criação por lei,
que se refere este Artigo. denominação própria, número certo e pagamento pelos
cofres do Estado;
Art. 232 - Em face da natureza do serviço que lhe é peculiar,
não será admitido na Polícia Civil o Regime Especial. III - Classe é o conjunto de cargos de igual denominação e
com atribuições, responsabilidades e padrões de
§ 1º - Os servidores que se encontrarem nessa situação vencimento;
deverão submeter-se a Concurso Público de provas, ou de IV - Série de Classes é o conjunto de classes da mesma
prova e títulos. denominação, dispostas, hierarquicamente, de acordo com
o grau de complexidade das atribuições, nível de
§ 2º - A Administração da Polícia Civil, no prazo de um ano responsabilidade, e constitui a linha natural de promoção do
da publicação desta Lei, deverá dar cumprimento ao funcionário.
disposto neste Artigo.
V - Lotação é o numero de cargos e funções gratificadas
Art. 233 - Fica instituído, na Polícia Civil, um Boletim Interno fixado para cada repartição, ou ainda o número de
de Comunicação (BIC), destinado à publicação de atos servidores que devem ter exercício em cada unidade
administrativos referentes à designação de funções administrativa.
gratificadas, concessões e licenças, direitos e vantagens, Art. 3.º - Ao funcionário não serão atribuídas
punições e elogios, além de outros atos necessários ao bom responsabilidades ou cometidos serviços alheios aos
desempenho das atividades da Administração Policial Civil. definidos em lei ou regulamento como típicos do seu cargo,
exceto funções gratificadas, comissões ou mandatos em
Parágrafo Único - Os atos referentes a este Artigo produzirão órgãos de deliberação coletiva do Estado ou de que o Estado
seus efeitos legais na data de sua publicação no BIC. participe.

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Art. 4.º - É vedada a prestação de serviços gratuitos, salvo no concurso. Parágrafo único - Os demais candidatos aprovados
desempenho de função transitória de natureza especial ou serão nomeados à medida que ocorrerem vagas, dentro do
na participação em comissões ou grupos de trabalho. prazo de validade do concurso.
TÍTULO II Art. 11 - O regulamento ou edital do concurso indicará o
respectivo prazo de validade, que não poderá ser superior a
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS
quatro anos, incluídas as prorrogações.
CAPÍTULO I
Art. 12 - O cargo em comissão será sempre de livre escolha
DO PROVIMENTO do Governador, dos Presidentes dos Poderes Legislativo ou
Judiciário e dos Tribunais de Contas.
SEÇÃO I
SEÇÃO III DA PROMOÇÃO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13 - Promoção é a forma pela qual o funcionário progride
Art. 5.º - São formas de provimento dos cargos públicos:
na série de classes, e consiste na passagem da referência em
I - Nomeação; que se encontra, para a imediatamente superior, observadas
as normas constantes de Regulamento próprio.
II - Promoção;
Art. 14 - A promoção pode ocorrer mediante avanço
III - Acesso;
horizontal e vertical.
IV - Readmissão;
Art. 15 - A promoção horizontal é a mudança de referência
V - Reintegração; dentro da mesma classe e independerá da existência de
vaga.
VI - Reversão;
Art. 16 - A promoção vertical consiste na passagem de
VII - Aproveitamento;
referência final de uma classe para a inicial da classe
VIII - Transferência; e imediatamente superior, dentro da mesma série de classes,
e dependerá da existência de vaga.
IX - Readaptação.
Art. 17 - As promoções obedecerão aos critérios de
Art. 6.º - Lei ou regulamento estabelecerá as qualificações
antigüidade e de merecimento, alternadamente, sendo a
para o provimento e as atribuições dos cargos públicos em
primeira sempre por antigüidade.
geral.
Art. 18 - A promoção por antigüidade recairá no funcionário
SEÇÃO II DA NOMEAÇÃO
com mais tempo de efetivo exercício na referência, apurado
Art. 7.º - A nomeação será feita: em dias.
I - Em caráter efetivo; Parágrafo único - Havendo empate, terá preferência
II - Em comissão, quando se tratar de cargo que, por Lei, sucessivamente, o funcionário:
assim deva ser provido; I - de maior tempo na classe;
III - (Revogado). II - de maior tempo na série de classes;
Art. 8.º - A nomeação em caráter efetivo dependerá, sempre, III - de maior tempo no serviço público estadual; IV - de maior
de prévia habilitação em concurso público de provas ou de tempo no serviço público;
provas e títulos, devendo obedecer, obrigatoriamente, à
V - mais idoso.
ordem de classificação dos concursados para cada cargo,
observados ainda o prazo de validade do concurso e o Art. 19 - O merecimento obedecerá a critérios pelos quais
número de vagas existentes. serão aferidos os graus de pontualidade, assiduidade,
eficiência, espírito de colaboração ético-profissional e
Art. 9.º - Ressalvados os casos previstos em lei, é exigida a
cumprimento dos deveres por parte do funcionário.
idade mínima de dezoito e a máxima de sessenta anos
completos, na data do encerramento da inscrição em Art. 20 - O interstício para a promoção horizontal será de
concurso público. Parágrafo único - Não dependerá de limite dezoito meses.
de idade a inscrição em concurso do ocupante de cargo
Art. 21 - Para efeito de promoção vertical, o interstício, na
público estadual de provimento efetivo.
classe, será de vinte e quatro meses.
Art. 10 - Dentre os candidatos aprovados, os classificados até
Art. 22 - Somente por antiguidade será promovido o
o limite de vagas, existentes à época do edital, têm
funcionário em exercício de mandato legislativo.
assegurado o direito à nomeação, no prazo de validade do

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SEÇÃO IV DO ACESSO Art. 28 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa


no serviço público, a pedido ou "ex-offício".
Art. 23 - O acesso é o ato pelo qual o funcionário obtém,
mediante processo seletivo, elevação de uma série de § 1.º - A reversão "ex-offício" ocorrerá quando insubsistentes
classes ou classe singular para outra do mesmo ou de outro as razões que determinaram a aposentadoria por invalidez.
grupo, na jurisdição do mesmo ou de outro órgão integrante
§ 2.º - A reversão somente poderá se efetivar quando, em
da Administração Direta.
inspeção médica, ficar comprovada a capacidade para o
§ 1.º - Quando se tratar de série de classes, o acesso só exercício do cargo.
poderá ocorrer para a classe inicial de carreira.
§ 3.º - Será tornada sem efeito a reversão "ex-offício" e
§ 2.º - O acesso precederá ao concurso público. cassada a aposentadoria do funcionário que não tomar
posse ou não entrar no exercício dentro de prazo legal.
Art. 24 - O processo seletivo exigirá concurso interno, de
caráter competitivo e eliminatório no qual serão Art. 29 - A reversão far-se-á no mesmo cargo ou em cargo
indispensáveis nível de conhecimento compatível com a resultante da transformação.
atividade própria do cargo a ser provido, formalidades e
Parágrafo único - Em casos especiais, a juízo da
condições idênticas às estabelecidas para o concurso
Administração, poderá o aposentado reverter em outro
público, exceto limite de idade.
cargo de igual vencimento, respeitados os requisitos para o
Parágrafo único - Somente poderá inscrever-se, no concurso respectivo provimento.
interno, funcionário com mais de três anos de serviço público
SEÇÃO VIII DO APROVEITAMENTO
estadual, sob regime deste Estatuto, e com habilitação
profissional ou escolaridade exigida para o ingresso na classe Art. 30. O retorno à atividade do servidor em disponibilidade
em concorrência. far-se-á mediante adequado aproveitamento em cargo de
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
SEÇÃO V DA READMISSÃO
ocupado, se existente vaga e mediante comprovação, por
Art. 25 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário junta médica oficial, da capacidade física e mental do
exonerado reingressa no serviço público, sem direito a aproveitando.
ressarcimento de qualquer espécie e sempre por
Parágrafo único. O aproveitamento de servidor de que trata
conveniência da Administração.
este artigo somente ocorrerá, mediante solicitação
Parágrafo único - A readmissão dependerá da existência de devidamente fundamentada do órgão interessado e
vaga e far-se-á no cargo anteriormente ocupado pelo autorização expressa do Chefe do Poder Executivo.
funcionário exonerado ou, se transformado, no cargo
Art. 31. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
resultante da transformação.
a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no
SEÇÃO VI DA REINTEGRAÇÃO prazo de trinta dias contados da publicação do ato, salvo
doença comprovada por junta médica oficial.
Art. 26 - Reintegração é o ato pelo qual o demitido reingressa
no serviço público, em decorrência de decisão administrativa Art. 32. O aproveitamento precederá a realização de
ou judicial transitada em julgado, com o ressarcimento de concurso público destinado ao provimento de cargo que
todos os direitos e vantagens, bem como dos prejuízos atenda as condições do artigo 30.
resultantes da demissão.
Art. 33 - Será aposentado no cargo que ocupava o
Art. 27 - Deferido o pedido por decisão administrativa ou funcionário em disponibilidade que, em inspeção médica, for
transitada em julgado a sentença, será expedido o ato de julgado definitivamente incapaz para o serviço público.
reintegração.
SEÇÃO IX DA TRANSFERÊNCIA
§ 1.º - Se o cargo houver sido transformado, a reintegração
Art. 34 - Transferência é o ato pelo qual o funcionário estável
dar-se-á no cargo resultante da transformação.
passa de um cargo para outro, de quadro diverso, ambos de
§ 2.º - Se extinto o cargo antes ocupado, a reintegração provimento efetivo.
ocorrerá no cargo de vencimento equivalente, respeitada a
Art. 35 - A transferência ocorrerá a pedido do funcionário ou
habilitação profissional.
"ex-officio", atendidos, sempre, a conveniência do serviço e
§ 3.º - Se inviáveis as soluções indicadas nos parágrafos os requisitos necessários ao provimento do cargo.
precedentes, será restabelecido automaticamente o cargo
Art. 36 - A transferência será feita para cargo de mesmo
anterior, no qual se dará a reintegração.
padrão de vencimento ou de igual remuneração, ressalvados
SEÇÃO VII DA REVERSÃO os casos de transferência a pedido, quando o vencimento ou
a remuneração poderá ser inferior.

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SEÇÃO X DA READAPTAÇÃO § 2º - Na hipótese de o empossando perceber proventos,


fará declaração correspondente, indicando o cargo em que
Art. 37 - Readaptação é a investidura em cargo de atribuições
se deu a inatividade.
e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
o funcionário sofrido em sua capacidade física ou mental, Art. 43 - São competentes para dar posse:
apurada por junta médica oficial.
I - O Chefe do Poder Executivo, aos Secretários de Estado e
Parágrafo único - A redução ou o aumento de vencimento demais autoridades que lhes sejam diretamente
que acaso decorrer da readaptação serão disciplinados em subordinadas, e o responsável pelo órgão de pessoal, nos
regulamento. demais casos;
CAPÍTULO II DA POSSE II - Quando se tratar de funcionário dos Poderes Legislativo
e Judiciário, dos Tribunais de Contas do Estado e dos
Art. 38 - Posse é o ato de investidura em cargo público.
Municípios, ou ainda das autarquias, as autoridades
§ 1.º - A posse será formalizada com a assinatura do termo designadas em regimento interno, lei orgânica ou
pela autoridade competente e pelo empossado. regulamento.
§ 2.º - Não haverá posse nos casos de promoção, acesso, Parágrafo único - A autoridade que empossar verificará, sob
substituição, reintegração, transferência e readaptação. pena de responsabilidade, de forma satisfeitas as condições
legais para a investidura no cargo.
Art. 39 - A posse em cargo público depende de prévia
inspeção médica, para comprovar se o candidato satisfaz os CAPÍTULO III DO EXERCÍCIO
requisitos físicos mentais exigidos para o desempenho do
Art. 44 - Exercício é o desempenho das atribuições do cargo.
cargo.
Art. 45 - O exercício começará no prazo máximo de trinta
Art. 40 - Poderá haver posse mediante procuração quando
dias, contados da data da posse.
se tratar de funcionário ausente do Estado, em missão da
Administração ou ainda em casos especiais, a juízo da Parágrafo único - Tornar-se-á sem efeito o ato de
autoridade competente. provimento, se o funcionário não entrar em exercício no
prazo legal.
Art. 41 - A posse ocorrerá no prazo de trinta dias, contados
da publicação do ato de provimento do Diário Oficial do Art. 46 - O funcionário que deva ter exercício em outro órgão
Estado. terá quinze dias, contados do desligamento do órgão de
origem, para assumir o cargo.
§ 1.º - O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado
por igual período, a juízo da autoridade competente para CAPÍTULO IV DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA
empossar. ESTABILIDADE SEÇÃO I DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
§ 2.º - Quando o funcionário não tomar posse no prazo legal, Art. 47. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
o ato de provimento será tornado sem efeito. cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
probatório, por período de três anos, durante o qual seu
Art. 42. São requisitos para a posse:
desempenho será avaliado por comissão especialmente
I - nacionalidade brasileira ou estrangeira, esta quando constituída para essa finalidade.
admitida por legislação federal específica;
§ 1.º O estagiário poderá afastar-se do exercício do cargo em
II - Idade mínima de dezoito anos; caso de férias, nomeação para cargo de provimento em
comissão destinado às atribuições de direção, chefia e
III - Exercício pleno dos direitos políticos; IV - quitação com o
assessoramento superior ou licença para tratamento de
serviço militar, quando o empossando for do sexo masculino;
saúde.
V - sanidade física e mental atestada por junta médica oficial;
§ 2.º O servidor público que for nomeado para exercício de
VI - preenchimento das condições especiais prescritas para o cargo de provimento em comissão, destinado às atribuições
cargo; de direção, chefia e assessoramento superior, em organismo
do Poder Executivo Estadual, ficará, automaticamente, à
VII - declaração de bens e valores que constituem o
disposição do órgão ou entidade onde tiver exercício, com
patrimônio do empossando;
ou sem ônus para o órgão de origem, observadas as regras
§ 1º - O servidor, no ato de posse, declarará expressamente de opção e limite remuneratórios.
se ocupa outro cargo ou emprego público, especificando
§ 3.º Quando a nomeação decorrer de ato dos Poderes
cada um deles com os respectivos horários
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público Estadual, do
Tribunal de Contas do Estado, de outros órgãos ou entidades
da Administração Federal, de outros Estados, do Distrito

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Federal ou das Administrações Municipais, as disposições Art. 52 - Remoção é o ato pelo qual o funcionário é deslocado
serão concedidas, por ato do Governador, mediante a de um órgão para outro, dentro da mesma repartição.
satisfação dos seguintes requisitos:
Parágrafo único - A remoção do funcionário será feita a seu
I - operar-se-ão, como regra geral, sem quaisquer ônus para pedido, por permuta, ou "ex-officio".
a repartição de origem e pelo prazo de doze meses,
Art. 53 - A remoção por permuta ocorrerá a pedido escrito
prorrogável a critério do Chefe do Poder Executivo;
de ambos os interessados.
II - o ato concessivo somente será editado se a requisição se
CAPÍTULO VII DA VACÂNCIA
referir ao exercício de cargo de provimento em comissão
destinado às atribuições de direção, chefia e assessoramento Art. 54 - A vacância de cargo público decorrerá de :
superior ou função de confiança, estabelecendo-se, no
I - Exoneração;
próprio ato, o compromisso de ressarcimento ao Estado do
Amazonas, quando o servidor optarpela remuneração de seu II - Demissão;
cargo efetivo, nos termos do artigo 109, XXIII, da
III - Acesso;
Constituição Estadual, com as alterações promovidas pela
Emenda Constitucional n.º 36, de 13 de dezembro de 1999. IV - Promoção;
Art. 48. Cumprido satisfatoriamente o estágio probatório, o V - Transferência;
servidor adquirirá estabilidade no serviço público após o
VI - Readaptação;
terceiro ano de efetivo exercício.
VII - Aposentadoria; e
SEÇÃO II DA ESTABILIDADE
VIII - Falecimento.
Art. 49. O servidor não aprovado no estágio será exonerado,
salvo se já estável no serviço público, hipótese em que será Art. 55 - Dar-se-á exoneração:
reconduzido ao cargo de que era titular ou aproveitado em
I - A pedido do funcionário;
outro de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado, se aquele se encontrar provido. II - "Ex-Officio".
Art. 50 - O servidor público estável só perderá o cargo: a) quando se tratar de cargo em comissão e não ocorrer a
hipótese do item I;
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) quando o funcionário não entrar em exercício dentro do
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
prazo legal;
assegurada ampla defesa;
c) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar federal, TÍTULO III CAPÍTULO ÚNICO DO TEMPO DE SERVIÇO
assegurada ampla defesa. Art. 56 - Será considerado como de efetivo exercício o
CAPÍTULO V DA SUBSTITUIÇÃO afastamento do funcionário em virtude de:
Art. 51 - Haverá substituição nos casos de impedimento legal I - Férias;
ou afastamento de titular de cargo em comissão, função
II - Casamento, até oito dias;
gratificada ou função de confiança.
III - Falecimento do cônjuge ou parente consangüíneo ou
§ 1º - A substituição de que trata este artigo será
afim, até o segundo grau, não excedente a oito dias;
remunerada, qualquer que seja a natureza do afastamento,
desde que por período superior a trinta dias consecutivos, IV - Serviços obrigatórios por lei;
paga na proporção dos dias de efetiva substituição que V - Licença, salvo a que determinar a perda do vencimento;
excederem o referido período.
VI - Faltas justificadas, até o máximo de três por mês, na
§ 2º - Em nenhuma hipótese haverá remuneração por forma prevista no artigo 86 deste Estatuto;
substituição automática, entendida esta como a que integra
a função própria do cargo de que o servidor for titular. VII - Missão ou estudo fora da sede de exercício, quando
autorizado o afastamento pela autoridade competente;
§ 3º - A substituição prevista no caput deste artigo dar-se-á
mediante designação do servidor substituto, por ato do VIII - Trânsito em decorrência de mudança da sede de
dirigente do órgão ou entidade. exercício, até quinze dias;
DA REMOÇÃO IX - Competições esportivas em que represente o Brasil ou o
Estado do Amazonas;

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X - Prestação de concurso público; Art. 62 - O funcionário gozará férias anuais de trinta dias,
percebendo, sem qualquer prejuízo financeiro, um valor
XI - Disposição ou exercício de cargo de confiança no serviço
correspondente a um terço da remuneração mensal.
público.
§ 1.º - Somente depois do primeiro ano de exercício, o
Art. 57 - O tempo de serviço do funcionário afastado para
funcionário terá direito a férias.
exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal,
será contado para todos os efeitos legais, exceto para § 2.º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
promoção por merecimento. serviço.
Art. 58 - Para efeito de aposentadoria, disponibilidade e § 3.º - O órgão de pessoal de cada repartição organizará, no
adicional, será computado integralmente: mês de novembro, a escala de férias para o exercício
seguinte.
I - O tempo de serviço federal, estadual ou municipal;
§ 4.º - Atendida a conveniência do serviço público, observar-
II - O tempo de serviço ativo nas Forças Armadas prestado
se-á na organização da escala, quando possível, o interesse
durante a paz, computado em dobro quando em operação
do funcionário.
de guerra.
§ 5.º - A escala de férias poderá ser alterada por necessidade
III - O tempo de serviço prestado em autarquia;
do serviço.
IV - O tempo de serviço prestado à instituição ou empresa de
Art. 63 - Poderão ser acumuladas até três períodos de férias,
caráter privado, que houver sido transformada em
por imperiosa necessidade do serviço, declarada por escrito
estabelecimento de serviço público VETADO.
pelo chefe imediato do funcionário e, quando for o caso,
V - O tempo de licença especial não gozada, contada em reconhecida pelo titular da Secretária de Estado ou da
dobro; e Autarquia competente, ou ainda, pelo Presidente do Poder
Legislativo ou do Judiciário e dos Tribunais de Contas.
VI - O tempo de licença para tratamento de saúde. ~
§ 1.º - A declaração constante do "caput" deste artigo será
Parágrafo único - VETADO.
formulada até dez dias antes da data prevista para início do
Art. 59 - O tempo em que o funcionário esteve em gozo de férias.
disponibilidade ou aposentado será considerado,
§ 2.º - A acumulação de períodos de férias não autoriza a
exclusivamente, para nova aposentadoria ou
acumulação do valor das férias anuais remuneradas a que se
disponibilidade.
refere o "caput" do artigo anterior, que será pago
Art. 60 - O cômputo do tempo de serviço será feito em dias. obedecendo rigorosamente a escala antes obedecida.
§ 1.º - O número de dias será convertido em anos, § 3.º - O período de férias acumuladas com base neste artigo
considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. será incluído na escala do ano seguinte, imediatamente após
o período normal, VETADO.
§ 2.º - Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade, a
fração do ano superior a cento e oitenta dias será Art. 64 - Durante as férias o funcionário terá direito a todas
arredondada para um ano. as vantagens do cargo, como se em efetivo exercício
estivesse.
§ 3.º - O tempo de serviço será computado à vista de
documentação expedida na forma da lei, incluindo o CAPÍTULO II DAS LICENÇAS SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS
prestado à União, Estados, Municípios VETADO, bem como o
Art. 65 - Conceder-se-á, nos termos e condições de
relativo a mandato eletivo.
regulamento, licença:
§ 4.º - Somente após verificada a inexistência de
I - Para tratamento de saúde;
documentos bastantes na repartição do interessado e no
Arquivo Geral correspondente, admitir-se-á a comprovação II - Por motivo de doença em pessoa da família;
de tempo de serviço através de justificação judicial.
III - À gestante;
Art. 61 - É vedada a acumulação de tempo de serviço
IV - Por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário civil,
prestado concorrente e simultaneamente em dois ou mais
militar, ou servidor de autarquia;
cargos ou funções da União, dos Estados, do Distrito Federal,
Territórios, Municípios e Autarquias. V - Para tratamento de interesse particular;
TÍTULO IV DOS DIREITOS E VANTAGENS CAPÍTULO I DAS VI - Para serviço militar obrigatório; e
FÉRIAS
VII - Especial.

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Art. 66 - A licença, concedida dentro de sessenta dias, após § 1.º - (Revogado).


o término da anterior, será considerada como prorrogada.
§ 2.º - (Revogado).
Parágrafo único - Para efeito do disposto neste artigo,
SEÇÃO V DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE
somente serão levadas em consideração as licenças da
mesma espécie. Art. 74 - O funcionário terá direito à licença, sem
remuneração, para acompanhar o cônjuge removido ou
Art. 67 - O funcionário não poderá permanecer licenciado
transferido para outro ponto do território nacional ou para o
por prazo superior a vinte e quatro meses, consecutivos,
exterior, ou eleito para exercer mandato eletivo.
salvo nos casos dos itens IV, V e VI do artigo 65.
Parágrafo único - Existindo no novo local de residência,
SEÇÃO I DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
repartição estadual, o funcionário nele terá exercício,
Art. 68 - A licença para tratamento de saúde depende de enquanto perdurar aquela situação.
inspeção médica e será concedida sem prejuízo da
SEÇÃO VI DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE INTERESSES
remuneração.
PARTICULARES
Art. 69 - Quando a inspeção médica verificar redução da
Art. 75 - A critério da Administração, ao servidor poderá ser
capacidade física do funcionário, ou estado de saúde a
concedida licença para tratar de interesses particulares, por
impossibilitar ou desaconselhar o exercício das funções
período fixado no ato concessivo e sempre sem
inerentes ao seu cargo, e não se configurar necessidade de
remuneração.
aposentadoria nem licença, poderá o funcionário ser
readaptado na forma do artigo 37. § 1º - O servidor aguardará em exercício a concessão da
licença.
Art. 70 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde
não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob § 2º - A licença de que trata este artigo poderá ser
pena de imediata suspensão da licença, com perda total de interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou a
vencimento e vantagens, até reassumir o cargo. critério da Administração.
Art. 71 - (Revogado). § 3º - A licença poderá ser prorrogada por requerimento do
servidor interessado, pessoalmente ou por procurador com
SEÇÃO III DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM
poderes especiais, observado o disposto no caput deste
PESSOA DA FAMÍLIA
artigo.
Art. 72 - Sem prejuízo de sua remuneração, o servidor poderá
§ 4º - A licença suspende o vínculo do servidor com a
obter licença por motivo de doença em parente
Administração, não se computando o tempo
consanguíneo ou afim até segundo grau, e do cônjuge ou
correspondente para qualquer efeito, inclusive o de estágio
companheiro, quando provado que a sua assistência pessoal
probatório.
é indispensável e não pode ser prestada sem se afastar da
repartição. SEÇÃO VII DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
OBRIGATÓRIO
§ 1.º A licença dependerá de inspeção pela junta médica
oficial, que avaliará e definirá o prazo da concessão, de Art. 76 - Ao funcionário convocado para o serviço militar e
acordo com a gravidade do caso. outras obrigações de segurança nacional será concedida
licença remunerada.
§ 2.º Enquanto perdurar a enfermidade, poderão ser
concedidas prorrogações, precedidas de perícia médica § 1.º - Da remuneração descontar-se-á a importância que o
oficial, a quem cabe fixar o novo prazo da licença. funcionário perceber pelo serviço militar.
§ 3.º Nos casos de tratamento fora do Estado, o servidor, § 2.º - A licença será concedida à vista de documento que
para fins de prorrogação da licença, deverá apresentar laudo prove a incorporação.
do médico responsável para exame da junta médica oficial.
§ 3.º - Ocorrido o desligamento do serviço militar o
§ 4.º Sobrevindo a cura ou o falecimento do familiar durante funcionário terá prazo de trinta dias para reassumir o
licença, o servidor deverá retornar às suas funções, exercício do cargo.
observado o disposto no art. 56, III, deste Estatuto, sob pena
Art. 77 - Ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas
de instauração de processo administrativo disciplinar e
será concedida licença remunerada, durante os estágios
restituição ao erário dos valores percebidos a títulos de
previstos pelos regulamentos militares quando pelo serviço
remuneração.
militar não perceber vantagem pecuniária.
SEÇÃO IV DA LICENÇA À GESTANTE
Parágrafo único - Quando o estágio for remunerado,
Art. 73 - (Revogado). assegurar-se-á ao funcionário o direito de opção.

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SEÇÃO VIII DA LICENÇA ESPECIAL Art. 83 - Perderá o vencimento do cargo efetivo o


funcionário.
Art. 78 - Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
funcionário fará jus à licença especial de três meses, com I - Nomeado para cargo em comissão, salvo se por ele optar
todos os direitos e vantagens do seu cargo efetivo, podendo ou acumular legalmente;
acumular o período de dois qüinqüênios.
II - Cumprindo mandato eletivo remuneração federal,
§ 1.º - Não será concedida licença especial se houver o estadual ou municipal, ressalvado, em relação ao último, o
funcionário, no qüinqüênio correspondente: direito de opção ou de acumulação legal;
I - Sofrido pena de multa ou suspensão; III - Licenciado na forma do artigo 65, itens IV e V.
II - Faltado ao serviço sem justificação; Art. 84 - O funcionário perderá:
III - Gozado licença: I - O vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer
ao serviço, salvo por motivo legal ou por doença
a) Para tratamento de saúde, por prazo superior a cento e
comprovada, de acordo com as disposições deste Estatuto;
oitenta dias, consecutivos ou não;
II - Um terço do vencimento ou remuneração do dia, se
b) Para tratamento de saúde em pessoa da família, por prazo
comparecer ao serviço na hora seguinte ao início do
superior a cento e vinte dias, consecutivos ou não;
expediente ou dele se retirar antes da hora regulamentar, ou
c) Para tratamento de interesses particulares; ainda, ausentar-se, sem autorização, por mais de sessenta
minutos;
d) Por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário civil
ou militar, por prazo superior a sessenta dias, consecutivos III - Um terço do vencimento ou remuneração durante o
ou não. afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por
crime comum ou denúncia por crime funcional, ou, ainda,
§ 2.º - Cessada a interrupção prevista neste artigo,
condenação por crime inafiançável em processo em que não
recomeçará a contagem de qüinqüênio, a partir da data da
haja pronúncia, tendo direito à diferença se absolvido;
reassunção do funcionário ao exercício do cargo.
IV - Um terço do vencimento ou remuneração, durante o
§ 3.º - As faltas injustificadas ao serviço retardarão a
período de afastamento em virtude de condenação, por
concessão da licença prevista neste artigo, na proporção de
sentença definitiva, à pena que não acarrete a perda do
um (01) mês para cada falta.
cargo.
Art. 79 - O funcionário efetivo, ocupante de cargo em
Parágrafo único - Para efeitos deste artigo, serão levadas em
comissão ou função gratificada, terá direito à percepção,
conta as gratificações percebidas pelo funcionário.
durante o período de licença especial, das vantagens
financeiras do cargo em comissão ou da função gratificada Art. 85 - Nenhum funcionário perceberá vencimento inferior
que ocupar. ao salário-mínimo fixado para o Estado do Amazonas.
CAPÍTULO III DO VENCIMENTO E A REMUNERAÇÃO SEÇÃO Art. 86 - Serão abonadas até três faltas, durante o mês, por
I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES motivo de doença comprovada mediante atestado passado
por médico ou dentista do serviço oficial ou particular.
Art. 80 - Considera-se:
§ 1º - Sem prejuízo no disposto do "caput " do presente
I - vencimento, a retribuição pecuniária mensal, com valor
artigo 86, todo funcionário que doar sangue à Fundação
fixado em lei, devida na Administração Pública Direta,
Hemoam terá direito à folga no dia correspondente à sua
Autárquica e Fundacional de qualquer dos Poderes do
doação, desde que, porém, apresente no dia posterior, o
Estado, pelo efetivo exercício de cargo público;
respectivo atestado da doação, fornecido pela Hemoam.
II - vencimentos, a soma do vencimento básico com as
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o funcionário apresentará
vantagens permanentes relativas ao cargo público.
o atestado no primeiro dia em que retornar ao serviço.
Art. 81 - Remuneração é a soma do vencimento com as
Art. 87 - O vencimento, as gratificações e os proventos não
vantagens criadas por lei, inclusive as de caráter individual e
sofrerão descontos além dos previstos em lei, nem serão
as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
objeto do arresto, sequestro ou penhora, salvo quando se
Parágrafo único - Em se tratando de cargo comissionado ao tratar de:
qual seja atribuída gratificação distinta da de representação,
I - Prestação de alimentos determinada judicialmente;
o servidor que o ocupar optará por uma delas.
II - Reposição ou indenização devida à Fazenda do Estado.
Art. 82 - (Revogado).

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Art. 88 - As reposições e as indenizações à Fazenda do Estado assessoramento ou secretariado e outros julgados


serão descontadas em parcelas mensais e sucessivas, necessários.
aquelas não excedentes da décima parte do valor da
§ 1.º - Em havendo recursos orçamentários, o Poder
remuneração e as outras, em no máximo seis vezes.
Executivo poderá criar funções gratificadas, previstas em
Art. 89 - Os vencimentos e proventos devidos ao funcionário regulamento próprio, onde se estabelecerá também
falecido não serão considerados herança, devendo ser competência para designação.
pagos, independentemente de ordem judicial, ao cônjuge ou
§ 2.º - A dispensa da função gratificada cabe à autoridade
companheiro ou, na falta deste, aos legítimos herdeiros.
competente para a designação.
SEÇÃO II DAS GRATIFICAÇÕES
Art. 92 - A gratificação por serviço extraordinário destina-se
Art. 90 - Poderão ser concedidas ao funcionário, na forma a remunerar o trabalho executado fora do período normal
regulamentar, as seguintes gratificações: de expediente.
I - De função; § 1.º - A gratificação será paga por hora de trabalho,
prorrogado ou antecipado, na mesma razão de cada hora do
II - De representação;
período normal de trabalho.
III - (Revogado).
§ 2.º - Ressalvados os casos de convocação de emergência, o
IV - De produtividade ou de prêmio por produção; serviço extraordinário não excederá de noventa horas
mensais.
V - Pela prestação de serviços extraordinários;
§ 3.º - É vedado conceder gratificações por serviços
VI - Pela execução de trabalhos de natureza especial, com
extraordinários com o objetivo de remunerar outros serviços
risco de vida ou de saúde;
ou encargos.
VII - Pela participação em órgão de deliberação coletiva;
§ 4.º - O exercício de cargo em comissão ou função
VIII - Pela participação como membro ou auxiliar de comissão gratificada impede o pagamento de gratificação por serviços
examinadora de concurso; extraordinários.
IX - Pela prestação de serviço em regime de tempo integral Art. 93 - Para o serviço extraordinário noturno, o valor da
ou tempo integral com dedicação exclusiva; gratificação será acrescido de vinte e cinco por cento.
X - Pela participação em comissão, grupo de trabalho ou Art. 94 - (Revogado).
grupo especial de assessoramento técnico, de caráter
SEÇÃO III DA AJUDA DE CUSTO
transitório;
Art. 95 - A administração pagará ajuda de custo ao
XI - Pelo exercício em determinadas zonas ou locais; e
funcionário que, no interesse do serviço, passar a ter
XII - Pelo exercício do magistério em cursos especiais de exercício em nova sede.
treinamento de funcionários, se realizado o trabalho fora das
§ 1.º - A ajuda de custo destina-se a indenizar ao funcionário
horas de expediente.
as despesas de viagem e de nova instalação.
§ 1.º - Os percentuais de atribuição das gratificações
§ 2.º - O transporte do funcionário, sua família e um serviçal,
previstas nos incisos deste artigo, a serem fixados por ato
ocorrerá por conta do Estado.
legal, somente incidirão, para efeito de cálculo das referidas
vantagens, sobre o valor do vencimento do cargo efetivo do § 3.º - O nomeado para cargo em comissão, que não seja
funcionário. funcionário do Estado e não resida na sede designada,
também fará jus aos benefícios deste artigo.
§ 2.º - O percentual para percepção da gratificação pela
prestação de serviço em regime de tempo integral ou tempo Art. 96 - A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
integral com dedicação exclusiva, não poderá ser superior a do cargo efetivo ou do cargo em comissão.
60% (sessenta por cento) e a gratificação pela participação
Parágrafo único - A ajuda de custo não excederá a
em comissão, grupo de trabalho ou grupo especial de
importância correspondente a três meses de remuneração.
assessoramento técnico, de caráter transitório, não poderá
ter percentual de atribuição acima de 100% (cem por cento). Art. 97 - Não será concedida ajuda de custo:
§ 3º - (Revogado). I - Quando o funcionário for posto à disposição de outro
órgão;
Art. 91 - A função gratificada é a vantagem pecuniária
atribuída pelo exercício de encargos de chefia, II - Quando o funcionário for transferido ou removido a
pedido, mesmo por permuta; e

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III - Quando o funcionário deixar a sede ou voltar em virtude Art. 105 - Não será devido o salário-família quando o
de mandato eletivo. dependente passar a perceber qualquer rendimento, em
importância igual ou superior à do salário-mínimo.
Art. 98 - Restituirá a ajuda de custo, sem prejuízo da pena
disciplinar cabível: Art. 106 - Quando o pai e a mãe forem funcionários e viverem
em comum, o salário-família será pago a um deles apenas;
I - O funcionário que não se deslocar para a nova sede dentro
se não viverem em comum, será pago ao que tiver os
do prazo fixado, salvo por motivo devidamente comprovado;
dependentes sob sua guarda ou; se ambos os tiverem, será
II - Quando retornar ou pedir exoneração antes de completar concedido a um e a outro, de acordo com a distribuição dos
cento e oitenta dias de exercício na nova sede. dependentes.
Parágrafo único - Se o funcionário regressar por ordem Art. 107 - O salário-família é devido mesmo quando o
superior, ou por comprovado motivo de força maior, não funcionário não receber vencimentos ou proventos.
haverá restituição.
Art. 108 - O salário-família não está sujeito a qualquer
Art. 99 - O transporte do funcionário inclui as passagens e, imposto ou taxa, nem servirá de base para qualquer
no limite estabelecido em regulamento próprio, as contribuição, mesmo para a previdência social.
bagagens. Parágrafo único - O funcionário será obrigado a
Art. 109 - (Revogado).
repor a importância correspondente ao transporte
irregularmente requisitado, além de sofrer a pena disciplinar Art. 110 - Quando o funcionário, em regime de acumulação
cabível. legal, ocupar mais de um cargo , só perceberá o salário-
família por um dos cargos.
SEÇÃO IV DAS DIÁRIAS
EÇÃO VI DO AUXÍLIO-DOENÇA
Art. 100 - O funcionário, que a serviço se deslocar da sede
em caráter eventual e transitório, fará jus a diárias Art. 111 - (Revogado).
correspondentes ao período de afastamento, para cobrir as
Art. 112 - (Revogado).
despesas de alimentação e pousada.
SEÇÃO VII DO AUXÍLIO-FUNERAL
§ 1.º - Entende-se por sede o lugar onde o funcionário reside.
Art. 113 - Será pago auxílio-funeral correspondente a um
§ 2.º - Não serão pagas diárias ao funcionário removido ou
mês de vencimento, remuneração ou provento, mediante
transferido, quando designado para função gratificada ou
prova da despesa, a quem providenciou o sepultamento do
nomeado para cargo em comissão.
funcionário falecido.
§ 3.º - Não caberá pagamento de diárias quando a viagem do
§ 1.º - O vencimento, remuneração ou provento
funcionário constituir exigência inerente ao cargo ou função.
corresponderá àquele do funcionário, no momento do óbito.
Art. 101 - Será paga diária especial ao funcionário designado
§ 2.º - Em caso de acumulação legal de cargos do Estado, o
para serviços intensivos de campo, em qualquer lugar do
auxílio-funeral corresponderá ao pagamento do cargo de
Estado.
maior vencimento ou remuneração do funcionário.
Parágrafo único - A diária especial de campo é devida a partir
§ 3.º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta da
da entrada em serviço, obedecendo seu pagamento aos
dotação orçamentária própria do cargo, que não seráprovido
valores fixados por ato governamental.
antes de decorridos trinta dias da vacância.
Art. 102 - O funcionário que, indevidamente, receber diárias,
CAPÍTULO IV DAS CONCESSÕES
restituirá de uma só vez igual importância, sujeito ainda à
punição disciplinar. Art. 114 - Sem prejuízo da remuneração e qualquer outro
direito ou vantagem, o funcionário poderá faltar ao serviço
Art. 103 - Será punido com suspensão e, na reincidência, com
até oito dias consecutivos, por motivo de :
demissão, o funcionário que, indevidamente, conceder
diárias. I - Casamento; ou
SEÇÃO V DO SALÁRIO-FAMÍLIA II - Falecimento do cônjuge ou companheiro, pais, filhos ou
irmãos.
Art. 104 - O salário-família é devido por dependente, menor
de 21 anos, do funcionário, ativo ou inativo. Art. 115 - Ao funcionário estudante será permitido
ausentando-se do serviço, sem prejuízo do vencimento,
§ 1.º - A cada dependente corresponderá uma cota de
remuneração ou vantagem, para submeter-se a prova ou
salário-família.
exame, mediante apresentação de atestado fornecido pelo
§ 2.º - A cota do salário-família destinada a dependente estabelecimento de ensino.
inválido será paga em dobro.

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Art. 116 - Poderá o servidor público ser autorizado a se Art. 123 - O recurso será dirigido à autoridade
afastar de suas atividades funcionais para frequentar curso imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
de aperfeiçoamento profissional, pelo prazo máximo de 04 proferido a decisão recorrida.
(quatro) anos, sem prejuízo do vencimento e remuneração.
§ 1.º - O recurso será interposto por intermédio da
§ 1.º - A autorização prevista no "caput" deste artigo será autoridade recorrida, que poderá reconsiderar a decisão, ou,
concedida por ato do Chefe do Poder Executivo Estadual, mantendo-a, encaminhá-la à autoridade superior.
mediante indicação do titular do órgão ou entidade, desde
§ 2.º - É de trinta dias o prazo para a interposição de recurso,
que comprovada a pertinência entre a atividade funcional do
a contar da publicação ou ciência, pelo interessado, da
servidor e o curso pretendido.
decisão recorrida.
§ 2.º - O servidor ficará obrigado a prestar serviço ao Estado
Art. 124 - O direito de pleitear na esfera administrativa
por período igual ao de seu afastamento, sob pena de
prescreverá:
indenização aos cofres públicos da importância despendida
pelo Estado. I - Em cinco anos, quando aos atos de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade e aos referentes a matéria
§ 3.º O prazo de afastamento previsto no "caput" deste
patrimonial;
artigo poderá ser estendido quando devidamentejustificado
pela Instituição de Ensino e ratificado pelo Titular do órgão II - Em cento e vinte dias, nos demais casos.
ou entidade, que demonstrará a importância para o Estado
Art. 125 - Os prazos de prescrição estabelecidos no artigo
e a boa-fé do servidor público.
anterior, contar-se-ão da data da publicação, noórgão oficial,
§ 4.º Fica expressamente proibido o desvio de finalidade, sob do ato impugnado, ou da data da ciência pelo interessado.
as penas da lei, devendo ser observado os termos do ato
Art. 126 - Os pedidos de reconsideração e os recursos,
autorizativo.
quando cabíveis, e apresentados dentro do prazo,
§ 5.º Somente será concedida nova autorização para interrompem a prescrição até duas vezes, determinando a
afastamento, após o cumprimento da obrigação prevista no contagem de novos prazos a partir da data da publicação de
§ 2.º deste artigo. despacho denegatório ou restritivo ao pedido.
CAPÍTULO V DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 127 - O ingresso em juízo não implica necessariamente
suspensão, na instância administrativa, de pleito formulado
Art. 117 - O Estado prestará assistência ao funcionário e à
pelo funcionário.
sua família através de instituição própria criada por lei.
CAPÍTULO VII DA DISPONIBILIDADE
CAPÍTULO VI DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 128 - Disponibilidade é o ato pelo qual o funcionário
Art. 118 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer,
estável fica afastado de qualquer atividade, no serviço
representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que o
público em virtude da extinção ou declaração da
faça dentro das normas de urbanidade.
desnecessidade do seu cargo.
Art. 119 - O requerimento é cabível para defesa de direito ou
Parágrafo único - O funcionário em disponibilidade
de interesse legítimo e será dirigido à autoridade
perceberá proventos proporcionais ao seu tempo de serviço,
competente em razão da matéria.
mais as vantagens incorporáveis à data da inativação e o
Art. 120 - A representação é cabível contra abuso de salário-família.
autoridade ou desvio de poder e, encaminhada pela via
Art. 129 - Restabelecido o cargo, mesmo modificada a sua
hierárquica, será obrigatoriamente apreciada pela
denominação, será nele aproveitado, com prioridade, o
autoridade superior àquela contra a qual é interposta.
funcionário em disponibilidade.
Art. 121 - Caberá pedido de reconsideração dirigido à
Art. 130 - O funcionário em disponibilidade poderá ser
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
aposentado, preenchidos os requisitos legais.
primeira decisão, quando contiver novos argumentos.
CAPÍTULO VIII DA APOSENTADORIA
Parágrafo único - O prazo para apresentação do pedido de
reconsideração é de quinze dias a contar da ciência do ato, Art. 131 - (Revogado).
da decisão ou da publicação oficial.
Art. 132 - (Revogado)
Art. 122 - O recurso é cabível contra indeferimento de pedido
Art. 133 - (Revogado).
de reconsideração e contra decisões sobre recursos
sucessivamente interpostos. Art. 134 - (Revogado).
Art. 135 - (Revogado).

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Art. 136 - (Revogado) II - será demitido do cargo ou cargos estaduais ilegalmente


ocupados, ou terá cassada a aposentadoria ou a
Art. 137 - (Revogado).
disponibilidade, nos casos de má-fé comprovada.
Art. 138 - (Revogado).
Art. 148 - As autoridades que tiverem conhecimento de
Art. 139 - (Revogado). qualquer acumulação indevida, comunicarão o fato, sob
pena de responsabilidade, ao órgão de pessoal, para os fins
Art. 140 - (Revogado).
indicados no artigo 146.
Art. 141 - (Revogado).
CAPÍTULO II DOS DEVERES
Art. 142 - (Revogado).
Art. 149 - Além do exercício das atribuições do cargo, são
Art. 143 - (Revogado deveres do funcionário:
TÍTULO V DO REGIME DISCIPLINAR CAPÍTULO I DA I - Lealdade e respeito às instituições constitucionais e
ACUMULAÇÃO administrativas;
Art. 144 - É vedada a acumulação remunerada de cargo com II - Assiduidade e pontualidade;
outro cargo, emprego ou função públicos, abrangendo a
III - Cumprimento de ordens superiores, representando
Administração Direta, autarquias, fundações, empresas
quando manifestamente ilegais;
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder IV - Desempenho, com zelo e presteza, dos trabalhos de sua
público, exceto, quando houver compatibilidade de horários: incumbência;
I - a de dois cargos ou empregos de professor; V - Sigilo sobre os assuntos da repartição;
II - a de um cargo ou de emprego de professor com outro VI - Zelo pela economia do material e pela conservação do
técnico ou científico; patrimônio sob sua guarda ou para sua utilização.
III - a de dois cargos ou empregos privativos de médico. VII - Urbanidade com companheiros de serviços e o público
geral;
IV - (Suprimido)
VIII - Cooperação e espírito de solidariedade com os
Parágrafo único - É vedada a percepção simultânea de
companheiros de trabalho;
proventos com a remuneração de cargo, emprego oufunção
pública, ressalvadas as hipóteses de acumulação permitida IX - Conhecimento das leis, regulamentos, regimentos,
na atividade, de exercício de mandato eletivo, de cargo em instruções e ordens de serviços referentes às suas funções; e
comissão ou de contrato para a prestação de serviços de
X - Procedimento compatível com a dignidade da função
natureza técnica ou especializada.
pública.
Art. 145 - O reconhecimento da licitude da acumulação de
CAPÍTULO III DAS PROIBIÇÕES
cargos fica condicionado à comprovação da compatibilidade
de horários a ser declarada pelo servidor em ato próprio Art. 150 - Ao funcionário é proibido:
perante os órgãos ou entidades a que pertencer.
I - Referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso em
Parágrafo único - A qualquer tempo a Administração poderá informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da
solicitar declaração do servidor atestando que não acumula Administração Pública, podendo, porém, em trabalho
cargos, empregos ou funções em órgão da União, Estado e assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da
Municípios. organização do serviço;
Art. 146 - As acumulações e a percepção de proventos II - Censurar, por qualquer órgão de divulgação pública, as
vedadas pelo art. 144 serão apuradas em processo sumário, autoridades constituídas;
nos termos do artigo 174 deste Estatuto, por meio de
III - Pleitear, como procurador ou intermediário junto às
comissão constituída em caráter transitório ou permanente.
repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de
Art. 147 - Transitada em julgado a decisão do processo vencimentos e proventos do cônjuge, companheiro ou
sumário que concluir pela acumulação ou pela percepção de parente consangüíneo ou afim, até segundo grau;
proventos vedadas pelo art. 144, o servidor:
IV - Retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização,
I - optará, no prazo de 05 (cinco) dias, por um dos cargos, qualquer documento de órgão estadual;
empregos ou funções exercidos, ou pelos proventos, se
V - Empregar materiais e bens do Estado em serviço
patenteada a boa fé;
particular ou, sem autorização superior, retirar objetos de
órgãos oficiais;

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VI - Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal; proposta depois de transitada em julgado a decisão que
houver condenado a Fazenda a indenizar o prejudicado.
VII - Coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza
partidária; Art. 153 - A responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputados ao funcionário, nesta qualidade.
VIII - Receber propinas, comissões, presentes e vantagens de
qualquer espécie, em razão do cargo; Art. 154 - A responsabilidade administrativa resulta de
omissões ou atos praticados no desempenho do cargo ou
IX - Praticar a usura, em qualquer de suas formas;
função.
X - Promover manifestações de apreço ou desapreço, mesmo
Art. 155 - As sanções civis, penais e disciplinares poderão
para obsequiar superiores hierárquicos, e fazer circular ou
acumular-se, umas e outras, independentes entre si, bem
subscrever lista de donativos na repartição;
assim as instâncias cível, penal e administrativa.
XI - Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
CAPÍTULO V DAS PENALIDADES
previstos em lei, o desempenho de encargos de sua
competência ou de seus subordinados. Art. 156 - São penas disciplinares:
XII - Participar da diretoria, gerência, administração, I - Reprensão;
conselho-técnico ou administrativo de empresa ou
II - Suspensão;
sociedade:
III - Demissão; e
a) Contratante ou concessionária de serviço público;
IV - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
b) Fornecedora de equipamento ou material de qualquer
natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual; Art. 157 - Na aplicação das penas disciplinares serão
consideradas a natureza e a gravidade da infração, os danos
c) Com atividades relacionadas à natureza do cargo ou
que dela resultarem para o serviço público e os antecedentes
função pública exercida;
funcionais do culpado.
XIII - Exercer o comércio ou participar de sociedade
Art. 158 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos
comercial, exceto como acionistas, cotistas ou comanditário;
casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres
XIV - Entreter-se, nos locais e horas de trabalho, em funcionais.
palestras, leituras ou atividades estranhas ao serviço;
Art. 159 - A pena de suspensão, que não excederá a noventa
XV - Atender pessoas estranhas ao serviço no local de dias, será aplicada em casos de falta grave ou de
trabalho, para tratar de assuntos particulares; reincidência.
XVI - Incitar greves ou delas participar ou praticar atos de Parágrafo único - O funcionário suspenso perderá, durante o
sabotagem contra o serviço público; período de cumprimento da pena, todos os direitos e
vantagens decorrentes do exercício do cargo.
XVII - Fundar sindicato de funcionário ou dele participar; e
Art. 160 - As penas de repreensão e suspensão até cinco dias
XVIII - Ausentar-se do Estado, mesmo para estudo ou missão
serão aplicadas de imediato pela autoridade que tiver
oficial de qualquer natureza, com ou sem ônus para os cofres
conhecimento direto de falta cometida.
públicos, sem autorização expressa do Chefe do Poder a cujo
Quadro de Pessoal integre. § 1.º - O ato punitivo será motivado e terá efeito imediato,
mas provisório, assegurando-se ao funcionário o direito de
CAPÍTULO IV DAS RESPONSABILIDADES
oferecer defesa por escrito, no prazo de três dias.
Art. 151 - (Revogado).
§ 2.º - A defesa prevista no parágrafo anterior é
Art. 152 - A responsabilidade civil decorre de procedimento independente de autuação e será apresentada mediante
doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda recibo, diretamente pelo funcionário à autoridade que
Pública ou a terceiros. aplicou a pena.
§ 1.º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Pública § 3.º - As penalidades aplicadas nas condições deste artigo,
será liquidada mediante desconto em prestações mensais, somente serão confirmadas mediante novo ato, após a
não superiores à décima parte do vencimento ou apreciação da defesa, ou pelo decurso do prazo para tanto
remuneração, à falta de outros bens que respondam pela estabelecido, se tal direito não for exercido pelo funcionário.
reposição.
§ 4.º - Somente se confirmada a penalidade constará no
§ 2.º - Tratando-se de danos causado a terceiros, responderá assentamento individual do funcionário.
o funcionário perante a Fazenda Pública, em ação regressiva,
Art. 161 - A pena de demissão será aplicada nos casos de:

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I - Crime contra a administração pública, assim definido na Art. 165 - Além da pena judicial cabível, serão consideradas
Lei Penal; como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de
atender, sem motivo justificado, à convocação do júri e
II - Abandono de cargo;
outros serviços obrigatórios previstos em lei.
III - Inassiduidade habitual;
Art. 166 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
IV - Incontinência pública ou escandalosa e prática de jogos do inativo que praticou, quando em atividade, falta punível
proibidos; com demissão.
V - Insubordinação grave em serviço; Art. 167 - Será cassada a disponibilidade quando o
funcionário, nessa situação, investiu-se ilegalmente em
VI - Ofensa física em serviço contra funcionário ou particular,
cargo ou função pública, ou aceitou comissão, emprego ou
salvo em legítima defesa e em estrito cumprimento do dever
pensão de Estado estrangeiro, sem prévia e expressa
legal;
autorização do Presidente da República.
VII - Aplicação irregular de dinheiro público; VIII - Revelação
Parágrafo único - Será igualmente cassada a disponibilidade
de fato ou informação de natureza sigilosa que o funcionário
do funcionário que não assumir no prazo legal o exercício do
conheça em razão do cargo;
cargo em que for aproveitado.
IX - Corrupção passiva, nos termos da Lei Penal;
Art. 168 - Prescreverá:
X - Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
I - Em dois meses, a falta sujeita à repreensão;
estadual;
II - Em dois anos, a falta sujeita à pena de suspensão; e
XI - ocorrência de qualquer das vedações previstas no, art.
144, se provada a má-fé; III - Em cinco anos, a falta sujeita às penas de demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
XII - Transgressão de quaisquer dos itens IV, V, VI, VII e IX do
artigo 150. Parágrafo único - Também a falta, prevista em Lei Penal
como crime, prescreverá juntamente com ele.
§ 1.º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao
serviço, sem justa causa, por mais de trinta dias Art. 169 - A prescrição começa a contar da data em que a
consecutivos. autoridade tomar conhecimento da existência da falta.
Parágrafo único - O curso de prescrição interrompe-se pela
§ 2.º - Entende-se como assiduidade habitual a falta ao
abertura do competente procedimento administrativo.
serviço sem causa justificada, por sessenta dias intercalados
durante o período de doze meses. CAPÍTULO VI DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E
DASUSPENSÃO PREVENTIVA
Art. 162 - O ato de imposição de penalidade mencionará
sempre a causa da sanção e o fundamento legal. Art. 163 - Art. 170 - Cabe dentro das respectivas competências ao
São competentes para aplicação das penalidades Secretário de Estado e demais chefes de órgãos diretamente
disciplinares: subordinados ao Governador, ordenar a prisão
administrativa, mediante despacho fundamentado, de todo
I - Governador;
e qualquer responsável por dinheiro ou valores pertencentes
II - O Secretário de Estado ou autoridade diretamente à Fazenda Estadual ou que se acharem sob sua guarda, nos
subordinada ao Governador e os dirigentes de autarquias, casos de alcance, remissão ou omissão em efetuar as
nos casos de suspensão por mais trinta dias; e entradas nos devidos prazos.
III - Os chefes de unidades administrativas, na forma § 1.º - Em se tratando de funcionário dos Poderes Legislativo
regimental, nos casos de repreensão ou suspensão até trinta e Judiciário, e dos Tribunais de Contas do Estado e dos
dias. Municípios, a prisão administrativa será ordenada pelas
autoridades designadas em regimento interno, lei orgânica
Parágrafo único - Quando se tratar de funcionário dos
ou regulamento.
Poderes Legislativo e Judiciário, e dos Tribunais de Contas do
Estado e dos Municípios, as penalidades serão aplicadas § 2.º - Ordenada a prisão, será ela comunicada
pelas autoridades designadas em regimento interno, lei imediatamente à autoridade judiciária competente.
orgânica ou regulamento.
§ 3.º - A prisão administrativa não excederá de noventa dias,
Art. 164 - Constarão obrigatoriamente do seu assentamento podendo, no entanto, ser revogada, a critério da autoridade
individual as penalidades disciplinares impostas ao que a decretou, sem prejuízo do processo disciplinar e penas
funcionário. cabíveis, se o funcionário ressarcir os danos causados ao
erário público ou oferecer garantia idônea.

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§ 4.º - No curso do processo disciplinar compete ao Art. 176 - A sindicância não comporta o contraditório e tem
Presidente da Comissão suscitar a prisão administrativa do caráter sigiloso, devendo obrigatoriamente serem ouvidos,
indiciado, perante a autoridade competente para decretá-la, no entanto, os envolvidos nos fatos.
nos casos legalmente cabíveis.
Art. 177 - O relatório da sindicância conterá descrição
Art. 171 - A suspensão preventiva até trinta dias será articulada dos fatos e proposta objetiva ante as ocorrências
ordenada pelo chefe da unidade administrativa, mediante verificadas, recomendando o arquivamento do feito ou a
despacho fundamentado, se o afastamento do funcionário abertura do inquérito administrativo. Parágrafo único -
for necessário, para que não venha a influir na apuração da Quando recomendar abertura do inquérito administrativo, o
falta cometida. relatório deverá apontar os dispositivos legais infringidos e a
autoria do infrator.
§ 1.º - Caberá ao Secretário de Estado ou às autoridades
designadas em regimento interno, lei orgânica ou Art. 178 - A sindicância deverá estar conclusa dentro de
regulamento, prorrogar, até noventa dias, o prazo de trinta dias, prazo prorrogável mediante justificação
suspensão já ordenada, mas cumprida a penalidade, fundamentada.
cessarão os respectivos efeitos, ainda que o processo
SEÇÃO IV DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
disciplinar não esteja concluso.
Art. 179 - Instaura-se inquérito administrativo quando a falta
§ 2.º - A suspensão preventiva do funcionário não impede a
disciplinar, por sua gravidade ou natureza, possa determinar
decretação de sua prisão administrativa.
a aplicação da penas de suspensão, por mais de trinta dias,
Art. 172 - Durante o período da prisão administrativa ou da demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
suspensão preventiva, o funcionário perderá um terço do
Parágrafo único - No inquérito administrativo é assegurado
vencimento ou remuneração.
o amplo e irrestrito exercício do direito de defesa.
Parágrafo único - Reconhecida sua inocência, o funcionário
Art. 180 - Além do Governador, dos Presidentes dos Poderes
terá direito à diferença de remuneração e à contagem, para
Legislativo, Judiciário, dos Tribunais de Contas e do
todos os efeitos, do período correspondente à prisão
Secretário de Estado, são competentes para determinar a
administrativa ou suspensão preventiva.
instauração do inquérito disciplinar os dirigentes dos órgãos
CAPÍTULO VII DO PROCESSO DISCIPLINAR SEÇÃO I DAS diretamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo e os
DISPOSIÇÕES GERAIS dirigentes de autarquias, respeitadas as atribuições
estabelecidas em regulamento, regimento interno ou lei
Art. 173 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
orgânica.
serviço público é obrigada a tomar providências para apurar
os fatos e responsabilidades. Art. 181 - O inquérito administrativo será conduzido por uma
Comissão, permanente ou especial, composta por cinco
§ 1.º - As providências de apuração começarão logo após o
funcionários estáveis.
conhecimento dos fatos e serão tomadas na unidade onde
eles ocorreram, devendo consistir, no mínimo, em relatório § 1.º - Entre os membros da Comissão, dois, no mínimo serão
circunstanciado sobre as possíveis irregularidades. Bacharéis em Direito.
§ 2.º - A averiguação preliminar será cometida a um só § 2.º - A Comissão obedecerá a regimento próprio e o
funcionário ou a uma comissão. mandato de seus membros será de 02 (dois) anos, admitida
a recondução.
SEÇÃO II DO PROCESSO SUMÁRIO
§ 3.º - A Comissão procederá a todas as diligências
Art. 174 - Instaura-se o processo sumário quando a falta
necessárias, recorrendo, quando aconselhável, a técnicos ou
disciplinar, pela gravidade ou natureza, não motivar
peritos.
demissão, ressalvado o disposto nos artigos 146 e 160.
§ 4.º - Os órgãos estaduais responderão com a máxima
Parágrafo único - Concluída a instrução, a decisão do
presteza às solicitações da Comissão, devendo comunicar a
processo sumário será tomada após 05 (cinco) dias do prazo
impossibilidade de atendimento, em caso de força maior.
para o servidor apresentar a sua defesa.
§ 5.º - Terá caráter urgente e prioritário e expedição de
SEÇÃO III DA SINDICÂNCIA
documentos necessários à instrução do inquérito
Art. 175 - A sindicância constitui a peça preliminar e administrativo.
informativa do inquérito administrativo, devendo ser
Art. 182 - O inquérito administrativo começará no prazo de
instaurada quando os fatos não estiverem definidos ou
cinco dias, contados do recebimento dos autos pela
faltarem elementos indicativos da autoria.
Comissão e terminará no prazo de noventa dias. Parágrafo
único - O prazo para conclusão do inquérito poderá ser

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prorrogado, mediante justificação fundamentada e a juízo da Parágrafo único - A Comissão poderá sugerir outras medidas
autoridade competente. que se fizerem necessárias à defesa do interesse público.
Art. 183 - Recebidos os autos, a Comissão formalizará o Art. 192 - Recebidos os autos com o relatório, a autoridade
indiciamento do funcionário, apontado o dispositivo legal competente proferirá a decisão por despacho
infringido. fundamentado.
§ 1.º - A citação será pessoal e contará com a transcrição do Art. 193 - O funcionário só poderá requerer exoneração após
indiciamento, bem como data, hora e local marcados para o a conclusão do processo disciplinar, e se reconhecida a sua
interrogatório. inocência.
§ 2.º - Não sendo encontrado o indiciado, ou ignorando-se o Art. 194 - As decisões serão publicados no Diário Oficial,
seu paradeiro, a citação será feita por editais, publicados no dentro do prazo de oito dias, a contar da data do despacho
órgão oficial, durante três dias consecutivos. final.
§ 3.º - Se o indiciado não comparecer, será decretada a sua Art. 195 - Quando ao funcionário se imputar crime praticado
revelia e designado um defensor dativo, de preferência na esfera administrativa, a autoridade que determinou a
Bacharel em Direito, ou funcionário da mesma classe e instauração do inquérito administrativo providenciará para
categoria, para a promoção da defesa. se instaurar, simultaneamente, o inquérito policial.
Art. 184 - Nenhum funcionário será processado sem CAPÍTULO VIII DA REVISÃO DO PROCESSO
assistência de defensor habilitado.
Art. 196 - A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão
Parágrafo único - Se o funcionário não constituir advogado, do processo administrativo de que haja resultado pena
ser-lhe-á designado um defensor dativo, na forma do disciplinar, quando forem aduzidos fatos ou circunstâncias
disposto no artigo anterior. suscetíveis de justificar a inocência do punido.
Art. 185 - O indiciado estará presente a todas as diligências § 1.º - Não constitui fundamento para revisão a simples
do inquérito e poderá intervir em qualquer ato da Comissão. alegação de injustiça da penalidade.
Art. 186 - Para todas as provas e diligências será intimada a § 2.º - A revisão não autoriza a agravação da pena.
defesa, com antecedência mínima de quarenta e oito horas.
§ 3.º - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de
Art. 187 - Realizadas as provas da Comissão, a defesa será revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até
intimada para apresentar, em três dias, as provas que segundo grau.
pretender produzir.
Art. 197 - A revisão processar-se-á apensa ao processo
Art. 188 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor original.
para apresentação, por escrito e no prazo de dez dias, das
Art. 198 - O pedido de revisão será dirigido à autoridade que
razões de defesa do indiciado.
tiver proferido a decisão.
§ 1.º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum
§ 1.º - A revisão será realizada por uma Comissão composta
de vinte dias.
de três funcionários estáveis, de categoria igual ou superior
§ 2.º - O prazo de defesa será prorrogado pelo dobro, para à do punido.
diligências reputadas imprescindíveis.
§ 2.º - Estarão impedidos de integrar a Comissão revisora os
§ 3.º - Compete ao Presidente da Comissão indeferir, funcionários que constituíram a Comissão que concluiu pela
mediante despacho fundamentado, as diligências de caráter aplicação da penalidade ao requerente.
procrastinatório ou manifestamente desnecessárias.
Art. 199 - Conclusos os trabalhos da Comissão, em prazo não
Art. 189 - As certidões de repartições públicas, necessárias à excedente a sessenta dias, será o Processo, com o respectivo
defesa, serão fornecidas sem qualquer ônus, a requerimento relatório, encaminhado à autoridade competente para
do defensor, dirigido ao Presidente da Comissão. julgamento.
Art. 190 - Produzida a defesa escrita, a Comissão apresentará Parágrafo único - Caberá, entretanto, aos Chefes dos
o relatório no prazo de dez dias. Poderes o julgamento, quando do processo revisto houver
resultado pena de demissão, cassação de aposentadoria ou
Art. 191 - No relatório da Comissão serão apreciadas, em
disponibilidade.
relação a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as
provas colhidas e as razões da defesa, justificando-se, com Art. 200 - Julgada procedente a revisão, a autoridade
fundamento objetivo, a absolvição ou punição, e indicando- competente determinará a redução ou anulação da pena.
se, neste caso, a pena cabível e seu embasamento legal.

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Parágrafo único - A decisão será sempre fundamentada e Art. 212 - Ficam revogados o artigo 12 da Lei nº 1221, de
publicada no órgão oficial do Estado. 30/12/1976, a Lei nº 701, de 30/12/1967, com suas
alterações, e demais disposições em contrário.
Art. 201 - Aplicam-se ao processo de revisão, no que
couberem, as disposições concernentes ao processo Art. 213 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
disciplinar. e terá efeitos a partir de 28 de outubro de 1986.
TÍTULO VI GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS,
em Manaus, 14 de Novembro de 1986.
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 202 - O Dia do Funcionário Público será comemorado a
28 de outubro. LEI COMPLEMENTAR Nº 30/2001 DE
Art. 203 - Salvo disposição em contrário, a contagem do 27 DE DEZEMBRO DE 2001
tempo e dos prazos previstos neste Estatuto será feita em
dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o
DISPÕE sobre o Regime Próprio de Previdência do Estado do
do seu término.
Amazonas, estabelece seus Planos de Benefícios e Custeio,
Parágrafo único - Considerar-se-á prorrogado o prazo até o cria Órgão Gestor e dá outras providências.
primeiro dia útil, se o término coincidir com sábado,
domingo, feriado ou dia em que não haja expediente, ou este TÍTULO I
não prossiga até a hora normal do encerramento. DO REGIME PRÓPRIO
Art. 204 - São isentos de quaisquer tributos as certidões e CAPÍTULO ÚNICO
outros documentos relacionados com o serviço público e de
DISPOSIÇÃO INTRODUTÓRIA
interesse do funcionário
Art. 1.° O Regime Próprio de Previdência do Estado do
Art. 205 - O Governador determinará o número de horas
Amazonas, compreendendo os Planos de Benefício e de
diárias de trabalho das várias categorias de funcionários nas
Custeio de que são destinatários os agentes públicos
repartições estaduais.
estaduais titulares de cargos efetivos, seus dependentes e
Parágrafo único - Em se tratando de funcionários dos pensionistas, passa a ser regido nos termos desta Lei
Poderes Legislativo e Judiciário, a providência de que trata Complementar.
este artigo constará de regulamento administrativo.
TÍTULO II
Art. 206 - Nos dias úteis somente por decreto do Governador
DO PROGRAMA DE PREVIDÊNCIA
deixarão de funcionar as repartições públicas estaduais ou
será suspenso o expediente. CAPÍTULO I
Art. 207 - Os atos de provimento de cargos públicos, das DOS SEGURADOS E DEPENDENTES
designações para funções gratificada, bem como todos os
Art. 2.° São beneficiários do Programa de Previdência
demais relativos a direitos, vantagens, concessões e licenças,
estabelecido por esta Lei Complementar: (1)
só produzirão efeitos após publicados no órgão oficial.
I - na condição de segurado:
Art. 208 - Para os efeitos desta Lei, e quando nela não
definida, é considerada pessoa da família do funcionário a) os servidores públicos estaduais em atividade titulares de
quem viva às suas expensas e conste de seu assentamento cargos efetivos de todos os Poderes, incluídos os Militares,
individual. inclusive do Corpo de Bombeiros, os Magistrados, os
integrantes do Ministério Público e os Conselheiros do
Art. 209 - Para fins de percepção dos benefícios previstos na
Tribunal de Contas do Estado, bem como da respectiva
legislação, obrigatoriamente são contribuintes da
administração pública direta, autárquica e fundacional,
previdência social do Estado os funcionários regidos por este
inclusive os que se encontrem à disposição, cedidos ou em
Estatuto, ressalvados os ocupantes de cargo em comissão
disponibilidade e os serventuários de justiça, titulares de
vinculados a outro sistema previdenciário público.
cargo efetivo, remunerados pelos cofres públicos;
Art. 210 - (Revogado).
b) os servidores públicos estaduais inativos de todos os
Art. 211 - O Poder Executivo expedirá os atos Poderes, incluídos os Militares, inclusive do Corpo
complementares necessários à plena execução das deBombeiros, da reserva remunerada ou reformados, os
disposições da presente Lei. Magistrados, os integrantes do Ministério Público e
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado;
II - na condição de dependentes dos segurados:

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a) cônjuge ou companheiro(a), enquanto perdurar o g) salário maternidade;


casamento ou a união estável, bem como o cônjuge
II - em relação aos segurados militares:
separado de fato, o ex-cônjuge ou ex-companheiro(a), desde
que credores de alimentos; a) reserva remunerada;
b) os filhos menores de 21 (vinte e um) anos, não b) reforma;
emancipados de qualquer condição, ou inválidos, desde que
c) auxílio-doença; e
a invalidez seja pré-existente ao óbito do segurado.
d) salário maternidade;
§ 1.° Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso II,
alínea b, mediante declaração escrita do segurado e desde III - em relação aos dependentes:
que comprovada a dependência econômica, o enteado e o
a) pensão por morte;
menor que esteja legalmente sob sua tutela e não possua
renda suficiente para o próprio sustento e educação. (2) b) pensão por morte presumida ou ausência; e
§ 2.° O nascituro, cuja filiação seja reconhecida, terá c) auxílio reclusão.
assegurada a sua condição de dependente.
Seção I
§ 3.º A comprovação de dependência econômica dos
Das Aposentadorias
dependentes enumerados neste artigo deverá observar a
data do óbito do segurado. (16) Art. 6.° Salvo disposição em contrário, as aposentadorias de
que trata esta Lei Complementar serão devidas a partir da
Art. 3.° Os agentes públicos temporários de qualquer espécie
data da publicação, no Diário Oficial do Estado, do ato de
e os serventuários da justiça não remunerados pelos cofres
concessão. (1)
públicos serão segurados do Regime Geral da Previdência
Social. Art. 7.° Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
contagem recíproca do tempo de contribuição na
Art. 4.° Inexistindo os dependentes de que trata o inciso II e
administração pública e na atividade privada, rural e urbana,
parágrafos do art. 2.°, o segurado poderá promover,
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
alternativamente, a inscrição: (1) (2) I - dos pais;
compensarão financeiramente, segundo critérios
II - do irmão não emancipado, de qualquer condição, menor estabelecidos em lei. (1)
de 21 (vinte e um) anos ou inválido, desde que a invalidez
Subseção I
seja pré-existente ao óbito do segurado;
Da Aposentadoria por Invalidez Permanente
III - (Revogado). (3)
Art. 8.° A aposentadoria por invalidez permanente será
§ 1.° A inscrição dos dependentes de que trata este artigo só
concedida ao segurado ativo que, estando ou não em gozo
ocorrerá uma vez comprovada a efetiva relação de
de auxílio-doença, for considerado definitivamente
dependência econômica entre o segurado e o instituindo.
incapacitado para o exercício do cargo público, em razão de
§ 2.° (Revogado). (3) deficiência física, mental ou fisiológica. (1) (2)
CAPÍTULO II Art. 9.° (Revogado). (3)
DO PLANO DE BENEFÍCIOS Art. 10. A concessão de aposentadoria por invalidez
permanente dependerá da verificação da condição de
Art. 5.° O Programa de Previdência do Regime Próprio do
incapacidade, mediante exame médico-pericial a cargo da
Estado do Amazonas, compreende os seguintes benefícios:
Junta Médica Oficial do Estado. (1) Parágrafo único. O
(1)
benefício de que trata este artigo será concedido com base
I - em relação aos segurados servidores públicos: na legislação vigente na data da incapacidade total e
definitiva, estabelecida no laudo médico-pericial.
a) aposentadoria por invalidez permanente;
Art. 11. A aposentadoria por invalidez permanente terá
b) aposentadoria compulsória;
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, salvo
c) aposentadoria voluntária por idade e tempo de quando decorrer de acidente em serviço, moléstia
contribuição; profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
hipóteses em que os proventos serão integrais, observado,
d) aposentadoria voluntária por idade;
quanto ao seu cálculo, o disposto no art. 36 desta Lei
e) aposentadoria especial; Complementar. (1)
f) auxílio-doença; e § 1.° Consideram-se doenças graves, contagiosas ou
incuráveis a tuberculose ativa, alienação mental, esclerose

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múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso II - tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no
no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de serviço público; e
Parkinson, mal de Alzheimer, paralisia irreversível e
III - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará a
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
aposentadoria. Subseção IV Da Aposentaria Voluntária por
grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte
Idade
deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida -
AIDS, acidente vascular e outras que lei indicar com base na Art. 14. A aposentadoria voluntária por idade, com
medicina especializada. proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
calculados na forma prevista no art. 36 desta Lei
§ 2.° Configura-se acidente em serviço o dano físico ou
Complementar, será devida ao segurado que preencha,
mental sofrido pelo servidor que se relacione, mediata ou
cumulativamente, os seguintes requisitos: (1)
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60
§ 3.° Entende-se por doença profissional a que decorrer das
(sessenta) anos de idade, se mulher;
condições do serviço ou de fatos nele ocorridos, devendo o
laudo médico estabelecer-lhe a rigorosa caracterização. II - tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no
serviço público; e
§ 4.º A aposentadoria por invalidez será devida a partir da
data da publicação, retroagindo seus efeitos à data do laudo III - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará a
médico definitivo. (17) aposentadoria.
Subseção II Subseção V
Da Aposentadoria Compulsória Da Aposentadoria Especial do Professor
Art. 12. A aposentadoria compulsória será devida ao Art. 15. O professor que comprove, exclusivamente, tempo
segurado que completar 70 (setenta) anos de idade. (1) de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio fará jus à
§ 1.° Ao atingir a idade limite de que trata este artigo, o
aposentadoria especial, mediante redução, em 05 (cinco)
segurado deverá ser afastado liminarmente de suas funções.
anos, dos requisitos de idade e de tempo de contribuição
§ 2.° Para efeitos deste artigo, o órgão de origem do previstos para a obtenção da aposentadoria voluntária de
segurado deverá dar início ao processo de aposentação 60 que trata o art. 13 desta Lei Complementar. (1)
(sessenta) dias antes da data em que o segurado
Parágrafo único. Considera-se como tempo de efetivo
implementará a compulsoriedade. Na hipótese de omissão,
exercício nas funções desempenhadas por professores, nas
o AMAZONPREV e a Secretaria de Administração
atividades educativas, quando exercidas em
impulsionarão o órgão de origem a dar início ao processo de
estabelecimento de educação básica, formada pela
inativação. (17)
educação infantil, ensino fundamental e médio, em seus
§ 3.° Os proventos pagos em decorrência deste benefício diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício
deverão ser proporcionais ao tempo de contribuição, de docência, as de direção de unidade escolar e as de
observado, quanto ao seu cálculo, o disposto no art. 36 desta coordenação e assessoramento pedagógico. (11) (12)
Lei Complementar.
Subseção VI
§ 4.º A aposentadoria compulsória será devida a partir da
Dos Militares Estaduais
data da publicação retroagindo seus efeitos à data do
implemento da idade limite. (16) Art. 16. Os benefícios previdenciários a serem concedidos
diretamente aos militares, inclusive do Corpo deBombeiros
Subseção III
Militares do Amazonas, são o de reserva remunerada, o de
Da Aposentadoria Voluntária por Idade e Tempo de reforma, auxílio-doença e salário-maternidade, cujas regras
Contribuição de concessão serão estabelecidas em lei específica. (1)
Art. 13. A aposentadoria voluntária por idade e tempo de Subseção VII
contribuição, com proventos calculados na forma prevista no
Do Direito Adquirido
art. 36 desta Lei Complementar, será devida ao segurado que
preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: (1) Art. 17. É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de
aposentadoria aos segurados que, até 31 de dezembro de
I - 35 (trinta e cinco) anos de contribuição e 60 (sessenta)
2003, data da publicação da Emenda Constitucional n.° 41,
anos de idade, se homem, ou 30 (trinta) anos decontribuição
tenham cumprido os requisitos para obtenção deste
e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher;
benefício com base nos critérios da legislação então vigente,

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observado o disposto no inciso XI do art. 37 da Constituição § 2.° O número de anos antecipados na forma do parágrafo
Federal. (1) anterior será verificado no momento da concessão do
benefício.
§ 1.° Os proventos de aposentadoria a serem concedidos aos
segurados referidos no caput deste artigo, em termos § 3.° Os percentuais de redução de que tratam os incisos I e
integrais ou proporcionais ao tempo de contribuição já II do § 1.° deste artigo serão aplicados sobre o valor calculado
exercido até 31 de dezembro de 2003, serão calculados de segundo o art. 36 desta Lei Complementar, verificando-se
acordo com a legislação em vigor à época em que foram previamente a observância ao limite previsto no art. 37,
atendidas as prescrições nela estabelecidas para a concessão inciso XI, da Constituição Federal.
desses benefícios ou nas condições da legislação vigente. (2)
§ 4.° Os proventos das aposentadorias concedidas com base
§ 2.° Quando o benefício for calculado de acordo com a neste artigo serão reajustados para preservar-lhes, em
legislação em vigor à época da aquisição do direito, será caráter permanente, o valor real, na mesma data em que se
utilizada a remuneração do servidor no cargo efetivo no der o reajuste dos benefícios do RGPS, de acordo com a
momento da concessão da aposentadoria, e, em caso de variação do índice definido em Lei, pelo ente federativo.
proventos proporcionais, considerar-se-á o tempo de
Art. 19. Ao magistrado e ao membro do Ministério Público
contribuição cumprido até 31 de dezembro de 2003. (4)
ou do Tribunal de Contas do Estado aplicam-se as normas
Subseção VIII Das Regras de Transição para Concessão de
constantes do artigo anterior. (1)
Aposentadoria
Parágrafo único. Na aplicação do disposto no caput deste
Art. 18. Ao segurado que tenha ingressado regularmente em
artigo, o magistrado, o membro do Ministério Público ou do
cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e
Tribunal de Contas do Estado, se homem, terá o tempo de
fundacional, até 16 de dezembro de 1998, data da
serviço exercido até 16 de dezembro de 1998, contado com
publicação da Emenda Constitucional n.° 20, é assegurado,
o acréscimo de 17% (dezessete por cento), observando-se o
observado o disposto no art. 4.° daquela Emenda, o direito
disposto nos §§ 1.° a 4.° do artigo anterior.
de opção pela aposentadoria voluntária com proventos
calculados de acordo com o art. 40, §§ 3.° e 17, da Art. 20. O professor que tenha ingressado, regularmente, em
Constituição Federal, quando, cumulativamente: (1) cargo efetivo de magistério, até 16 de dezembro de 1998,
data da publicação da Emenda Constitucional n.° 20, que
I - tiver 53 (cinquenta e três) anos de idade, se homem, e 48
opte por aposentar-se na forma do disposto no caput do art.
(quarenta e oito) anos de idade, se mulher;
18 desta Lei Complementar, terá o tempo de serviço
II - tiver 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que exercido até a data da publicação daquela Emenda contado
se der a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição com o acréscimo de 17% (dezessete por cento), se homem,
igual, no mínimo, à soma de: e de 20% (vinte por cento), se mulher, desde que sua
aposentadoria se dê com tempo, exclusivamente, de efetivo
a) 35 (trinta e cinco) anos, se homem, e 30 (trinta) anos, se
exercício das funções de magistério, observado o disposto
mulher; e
nos §§ 1.° a 4.° do art. 18 desta Lei Complementar. (1) (2)
b) um período adicional de contribuição equivalente a 20%
Art. 21. Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas
(vinte por cento) do tempo que, na data da
normas estabelecidas pelo art. 40 da ConstituiçãoFederal ou
publicaçãodaquela Emenda, faltaria para atingir o limite de
pelas regras estabelecidas pelo art. 2.º da Emenda
tempo constante da alínea a deste inciso.
Constitucional n.º 41, o servidor estadual que tenha
§ 1.° O servidor de que trata esse artigo que cumprir as ingressado no serviço público até 31 de dezembro de 2003,
exigências para aposentadoria na forma do caput terá os data de publicação da Emenda Constitucional n.º 41, poderá
proventos de inatividade reduzidos para cada ano aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão
antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em
pelo art. 40, § 1.°, III, a, e § 5.° da Constituição Federal, na que se der a aposentadoria, na forma da lei, quando,
seguinte proporção: observadas as reduções de idade e tempo de contribuição
contidas no § 5.º do art. 40 da Constituição Federal, vier a
I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que
preencher, cumulativamente, as seguintes condições: (1)
completar as exigências para aposentadoria na forma do
caput até 31 de dezembro de 2005; I - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e
cinco) anos de idade, se mulher;
II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências
para aposentadoria na forma do caput a partir de 1.° de II - 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30
janeiro de 2006. (trinta) anos de contribuição, se mulher;
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público; e

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IV - 10 (dez) anos de carreira e 5 (cinco) anos de efetivo § 1.° O benefício de que trata este artigo corresponderá ao
exercício no cargo em que se der a aposentadoria. valor da última remuneração do cargo efetivo e será devido
a partir do 16° dia do afastamento. (2)
Parágrafo único. (Revogado). (3)
§ 2.° O benefício de que trata este artigo não será devido ao
Art. 21-A. Ressalvado o direito de opção à aposentadoria
segurado cuja causa de afastamento das atividades seja
pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição
decorrente de doença pré-existente ao ingresso no serviço
Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2° e 6° da
público estadual.
Emenda Constitucional n.° 41, de 2003, o servidor estadual
que tenha ingressado no serviço público até 16 de dezembro § 3.° Findo o prazo estipulado em laudo médico-pericial, o
de 1998, data de publicação da Emenda Constitucional n.° segurado será submetido a nova inspeção médica, que
20, poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação do auxílio-
preencha, cumulativamente, as seguintes condições: (5) doença, pela readaptação ou pela aposentadoria por
invalidez. (4)
I - 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30
(trinta) anos de contribuição, se mulher; § 4.° Se concedido novo benefício, decorrente da mesma
doença, este Fundo de Previdência ficará desobrigado ao
II - 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício no serviço
pagamento relativo aos primeiros 15 (quinze) dias. (4)
público, 15 (quinze) anos de carreira e 05 (cinco) anos no
cargo em que se der a aposentadoria; § 5.° Para a concessão de benefícios de que trata este artigo,
serão exigidas, no mínimo, 12 (doze) contribuições ao RPPS.
III - idade mínima resultante da redução, relativamente aos
(4)
limites do art. 40, § 1.°, inciso III, alínea a, da Constituição
Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição I - essa carência não será exigida em caso de acidente de
que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora
artigo. dotrabalho);
Art. 21-B. Observado o disposto no art. 37, inciso XI, da II - para concessão do auxílio, é necessária a comprovação da
Constituição Federal, os proventos de aposentadorias incapacidade em exame realizado pela perícia médica.
concedidas com base nos artigos 21 e 21-A, serão revistos na
Art. 29. O segurado que receba o auxílio-doença em
mesma proporção e na mesma data, sempre que se
decorrência de acidente ou de doença insusceptível de
modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
reabilitação para o desempenho das atividades inerentes ao
também estendidos quaisquer benefícios ou vantagens
seu cargo, deverá, sob pena de suspensão do benefício,
posteriormente concedidos aos servidores em atividade,
submeter-se a processo de readaptação profissional para
inclusive quando decorrentes da transformação ou
exercício de outra atividade compatível com sua
reclassificação do cargo ou função em que se deu a
capacitação. (1)
aposentadoria, na forma da lei. (5)
§ 1.° O processo de readaptação de que trata este artigo será
Art. 21-C. Aplica-se o critério de revisão do artigo anterior às
de inteira responsabilidade do Estado, que deverá custeá-lo
pensões derivadas dos proventos de servidoresfalecidos que
por meio de programa próprio e adequado.
tenham se aposentado em conformidade com o art. 21-A
desta Lei Complementar. (5) § 2.° Enquanto o segurado não for readaptado, o benefício
não será suspenso.
Art. 22. (Revogado). (6)
§ 3.° Uma vez demonstrada a impossibilidade de
Art. 23. (Revogado). (6)
readaptação do segurado, o auxílio-doença será convertido
Art. 24. (Revogado). (6) em aposentadoria por invalidez, observando-se o disposto
nesta Lei Complementar acerca da matéria.
Art. 25. (Revogado). (6)
Seção III
Art. 26. (Revogado). (6)
Do Salário Maternidade
Art. 27. (Revogado). (6)
Art. 30. O salário-maternidade será devido à segurada que se
Seção II
afastar das atividades do cargo efetivo de que é titular em
Do Auxílio-Doença virtude de parto. (1)
Art. 28. O auxílio-doença será devido ao segurado que, em § 1.° O benefício será pago durante cento e oitenta dias e
decorrência de doença ou acidente em serviço, ficar consistirá numa renda mensal igual à última remuneração da
incapacitado para o desempenho das atribuições do cargo segurada. (17)
efetivo de que é titular por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos. (1) (2)

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§ 2.° O início da fruição do benefício ocorrerá a partir da data § 6.° inexistindo os dependentes enumerados no inciso II e
do parto, inclusive em caso de natimorto, ou, em casos parágrafos do art. 2° desta Lei Complementar, o benefício
excepcionais, a contar da data fixada por meio de atestado poderá ser pago ao dependente inscrito pelo segurado,
médico para início do afastamento de suas atividades. (2) conforme estabelecido no art. 4.° desta Lei Complementar.
(2)
§ 3.° Na hipótese de aborto não criminoso, comprovado
mediante atestado médico, a segurada terá direito ao § 7.° O direito à pensão configura-se na data do falecimento
salário-maternidade correspondente a duas semanas. (2) do segurado, sendo o benefício concedido com base na
legislação vigente nessa data.
Art. 30-A. À segurada que adotar, ou obtiver guarda judicial
para fins de adoção de criança de até 8 (oito) anos de idade, Art. 32. A cota da pensão será extinta: (1)
é devido o salário-maternidade pelos seguintes períodos: (7)
a) pelo implemento de idade no caso de dependente menor,
I - 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, no caso de adoção salvo se inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido,
ou guarda de criança de até 1 (um) ano de idade; (17) exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de
colação de grau científico em curso de ensino superior; (17)
II - 90 (noventa) dias consecutivos, no caso de adoção ou
guarda de criança de idade compreendida entre 1 (um) ano b) pela cessação da invalidez, na hipótese de dependente
e 1 (um) dia e 4 (quatro) anos; (17) inválido;
III - 60 (sessenta) dias consecutivos, no caso de adoção ou c) pelo casamento;
guarda de criança de idade compreendida entre 4 (quatro)
d) pela morte do dependente; e
anos e 1(um) dia e 8 (oito) anos. (17)
e) pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por
Parágrafo único. O benefício de que cuida este artigo só será
morte dos pais biológicos. (4)
concedido mediante apresentação do termo judicial
correspondente. § 1.° O ex-cônjuge pensionista que casar ou constituir união
estável com terceiro, perderá o direito ao benefício.
Seção IV
§ 2.° O casamento ou a constituição da união estável,
Da Pensão Previdenciária
conforme referida no parágrafo anterior, devem ser
Art. 31. Por morte, morte presumida ou ausência do comunicados imediatamente pelo pensionista, sob pena de
segurado é assegurada a concessão de pensão obrigar-se ao ressarcimento dos valores indevidamente
previdenciária aos dependentes enumerados no inciso II e recebidos, podendo se promover, de ofício, o cancelamento
parágrafos do art. 2.° desta Lei Complementar. (1) (2) do pagamento do benefício, independentemente da
responsabilização do beneficiário.
§ 1.° Havendo mais de um pensionista, o benefício será
rateado entre todos, em partes iguais. § 3.° Sempre que se extinguir o benefício de um dependente
será processado novo rateio entre os dependentes
§ 2.° Inexistindo filhos ou outros dependentes a estes
remanescentes, devendo o benefício ser cancelado em caso
equiparados o cônjuge ou companheiro perceberá o
de inexistência destes.
benefício de forma integral, nos termos do que estabelece
esta Lei Complementar. § 4.° Não se aplica o disposto na alínea e deste artigo quando
o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro. (4)
§ 3.° Se o segurado for viúvo, ou se o cônjuge ou
companheiro não fizer jus à pensão, o benefício será pago § 5.º Aquele que perder a qualidade de beneficiário não a
integralmente aos filhos ou outros dependentes a estes restabelecerá, em qualquer hipótese. (16)
equiparados, nos termos do que estabelece esta Lei
Subseção I
Complementar.
Da Pensão por Morte
§ 4.° O cônjuge separado de fato, o ex-cônjuge ou o ex-
companheiro que for credor de pensão alimentícia terá sua Art. 33. A pensão por morte será concedida aos dependentes
participação no benefício limitada ao valor dos respectivos do segurado ativo ou inativo que falecer e, observadas as
alimentos que recebia do segurado. disposições gerais sobre o benefício, será devida a contar da
data: (1)
§ 5.° A concessão do benefício não será protelada pela falta
de habilitação de outro possível dependente, e qualquer I - do óbito, quando requerida até 30 (trinta) dias após o
inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão falecimento;
ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto
data da inscrição ou habilitação.
no inciso I deste artigo;
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida; e

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IV - da habilitação do cônjuge ou companheiro ausente, desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo em
mediante prova de dependência econômica, não excluindo caso comprovado de dolo ou má-fé.
do direito, na primeira hipótese, o companheiro já
§ 2.° Para o cálculo do valor da pensão de que trata este
habilitado.
artigo aplicam-se as disposições constantes do artigo
§ 1.° O valor do benefício da pensão por morte será igual: anterior. Subseção III Da Pensão por Morte dos Militares
I - à totalidade dos proventos percebidos pelo aposentado na Art. 34-A. Até que seja editada a lei estadual específica a que
data anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido se refere o § 2.° do art. 42 da Constituição Federal, a pensão
para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, por morte dos militares estaduais, inclusive do Corpo de
acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a Bombeiros Militar, será concedida aos seus dependentes na
este limite; ou forma estabelecida nesta Lei Complementar. (7) (2)
II - à totalidade da remuneração do servidor na data anterior Seção V
à do óbito, até o limite máximo estabelecido para os
Do Auxilio Reclusão
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, acrescido
de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este Art. 35. O auxílio-reclusão será pago aos dependentes do
limite, se o falecimento ocorrer quando o servidor ainda servidor segurado ativo recolhido à prisão, que percebia
estiver em atividade. remuneração igual ou inferior a R$ 586,19 (quinhentos e
oitenta e seis reais e dezenove centavos), valor este a ser
§ 2.° É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de pensão
corrigido pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do
aos dependentes dos segurados que, até 31 de dezembro de
Regime Geral de Previdência. (1)
2003, data da publicação da Emenda Constitucional n.° 41,
tenham cumprido os requisitos para obtenção deste § 1.° O valor do auxílio-reclusão corresponderá à última
benefício com base nos critérios da legislação então vigente, remuneração do segurado no cargo efetivo, respeitado o
observado o disposto no inciso XI do artigo 37 da disposto no caput deste artigo.
Constituição Federal.
§ 2.° O valor a que se refere o parágrafo anterior será devido
§ 3.° O direito à pensão configura-se na data do falecimento aos dependentes do segurado recluso que não estiver
do segurado, sendo o benefício concedido com base na percebendo a remuneração de seu cargo efetivo e será pago
legislação vigente nessa data, vedado o recálculo em razão enquanto for titular do referido cargo.
do reajustamento do limite máximo dos benefícios do RGPS.
§ 3.° O benefício será devido a contar da data em que for
(2)
requerido pelos dependentes, os quais deverão instruir o
§ 4.° Na hipótese de cálculo de pensão oriunda de pedido com certidões comprobatórias do efetivo
falecimento do servidor na atividade, é vedada a inclusão de recolhimento do segurado à prisão e da inexistência de
parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de percepção de remuneração e será rateado em cotas-partes
trabalho, de função de confiança, de cargo em comissão ou iguais entre os dependentes do segurado.
do abono de permanência, bem como a previsão de
§ 4.° Eventual fuga da prisão implicará na suspensão do
incorporação de tais parcelas diretamente no valor da
benefício, sendo obrigatória a apresentação periódica de
pensão ou na remuneração, apenas para efeito de concessão
declaração de permanência do segurado na situação de
do benefício, ainda que mediante regras específicas. (4)
preso. Em caso de recaptura ou reapresentação à prisão, o
Subseção II benefício será restabelecido a contar daquela data.
Da Pensão Provisória por Morte Presumida ou Ausência § 5.° O pagamento do auxílio-reclusão cessa a partir do dia
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade,
Art. 34. A pensão poderá ser concedida, em caráter
ainda que condicional, ou do trânsito em julgado de
provisório, aos dependentes do segurado, por morte
sentença condenatória de que resulte a perda do cargo.
presumida ou ausência, nas seguintes hipóteses: (1)
§ 6.° Na hipótese de o segurado falecer enquanto estiver
I - mediante sentença declaratória de ausência, transitada
preso, o auxílio reclusão será convertido em pensão por
em julgado, expedida pela autoridade judiciária competente
morte.
ou concessão de tutela antecipada, a contar da data da
decisão; ou ; Seção VI
II - em caso de desaparecimento do segurado por motivo de Disposições Gerais sobre os Benefícios
catástrofe, acidente ou desastre, mediante prova
Art. 36. No cálculo dos proventos das aposentadorias
inequívoca, a contar da data da ocorrência.
previstas nesta Lei Complementar será considerada a média
§ 1.° Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento aritmética simples das maiores remunerações ou subsídios,
da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes utilizados como base para as contribuições do servidor aos

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regimes de previdência a que esteve vinculado, trabalho, do exercício de cargo em comissão ou função de
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o confiança que tiverem integrado a remuneração de
período contributivo desde a competência julho de 1994 ou contribuição do servidor que se aposentar com proventos
desde a do início da contribuição, se posterior àquela calculados de acordo com o caput deste artigo, respeitado
competência. (1) em qualquer hipótese, o limite previsto no § 6.º deste artigo.
§ 1.° Para os efeitos do disposto no caput, serão utilizados os § 8.° A inclusão na base de cálculo de sua contribuição das
valores das remunerações que constituíram base para as parcelas previstas no parágrafo anterior, será feita mediante
contribuições do servidor aos regimes de previdência, opção expressa do servidor.
independentemente do percentual da alíquota estabelecida
§ 9.° (Revogado). (3)
ou de terem sido estas destinadas para o custeio de apenas
parte dos benefícios previdenciários. § 10. (Revogado). (3)
§ 2.° As remunerações ou subsídios considerados no cálculo Art. 36-A. Prescreve em 5 (cinco) anos, a contar da data em
do valor inicial dos proventos terão os seus valores que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para
atualizados, mês a mês, de acordo com a variação integral do haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou
índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição diferenças devidas, ressalvado o direito dos menores,
considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral de incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. (5)
Providência Social - RGPS. (2)
Art. 36-B. Os titulares de Cartório de Registro Civil e de
§ 3.° Caso não tenha havido contribuição para regime Pessoas Naturais do Estado do Amazonas ficam obrigados a
próprio pelo servidor, a base de cálculo dos proventos será: comunicar até o dia 10 (dez) de cada mês, na forma
estabelecida pelo AMAZONPREV, o registro dos óbitos
I - para o servidor titular de cargo efetivo, a sua remuneração
ocorridos no mês imediatamente anterior. (5)
neste cargo, inclusive no período em que houve isenção de
contribuição ou afastamento do cargo, desde que o Art. 37. Na análise e concessão dos benefícios de que trata
respectivo afastamento seja considerado como de efetivo esta Lei Complementar, serão observadas as disposições
exercício; constitucionais federais e estaduais, que dispõem sobre o
Estatuto Funcional dos Membros do Poder Judiciário, do
II - para o servidor não titular de cargo efetivo, vinculado a
Ministério Público e do Tribunal de Contas, bem como as das
regime próprio até dezembro de 1998, a sua remuneração
Leis Orgânicas nacionais e estaduais da Magistratura e do
no cargo ocupado no período correspondente.
Ministério Público. (1)
§ 4.° As remunerações consideradas no cálculo da média,
Art. 38. Ressalvadas as hipóteses legais de acumulação de
após atualizadas na forma do § 2.° deste artigo, não poderão
cargos, de remuneração de cargo com proventos ou de
ser:
proventos e de benefícios decorrentes de casal contribuinte,
I - inferiores ao valor do salário-mínimo; é vedada a cumulação de benefícios. (1)
II - superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, § 1.° Verificada a inobservância do disposto neste artigo, será
quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao o beneficiário notificado para que exerça, no prazo de 30
RGPS. (trinta) dias, o direito de opção, sob pena de suspensão do
pagamento e devolução das importâncias indevidamente
§ 5.° As maiores remunerações de que trata o caput serão
recebidas.
definidas após a aplicação dos fatores de atualização e
observados, mês a mês, os limites estabelecidos no § 4.º § 2.° A soma dos benefícios decorrentes de acumulação legal
deste artigo. não poderá ser superior ao limite fixado pelo art. 37, inciso
XI, da Constituição Federal.
§ 6.° Os proventos, calculados de acordo com o caput deste
artigo, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a Art. 39. Concedido e implantado o pagamento do benefício
remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que previdenciário, o processo respectivo será encaminhado à
se deu a aposentadoria, sendo vedada a inclusão nos apreciação do Tribunal de Contas do Estado, dentro de 30
benefícios, para efeito de percepção destes, ainda que (trinta) dias a contar da publicação do respectivo ato no
mediante regras específicas de incorporação aos proventos, Diário Oficial do Estado. (17)
de parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local
§ 1.° Caso a concessão do benefício não seja aprovada por
de trabalho, de função de confiança, de cargo em comissão
decisão definitiva do Tribunal de Contas, negando-lhe
ou do abono de permanência, previsto nesta Lei
registro, deverá o AMAZONPREV promover a imediata
Complementar.
suspensão do pagamento do benefício. (17)
§ 7.° Excluem-se da vedação prevista no parágrafo anterior
as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de

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§ 2.° Com a suspensão de que trata o parágrafo anterior, pleno direito sua cessão, ou a constituição de qualquer ônus
havendo previsão legal, o segurado deverá retornar à sobre ele, bem como a outorga de procuração, com poderes
atividade. (17) irrevogáveis ou em causa própria, para o seu recebimento.
§ 3.° A suspensão do benefício, nos termos deste artigo, não Art. 44. Podem ser descontados dos benefícios pagos aos
sujeitará o beneficiário a devolução de quantias recebidas. segurados e dependentes: (1)
§ 4.° Registrado o benefício será disponibilizado ao I - as contribuições e valores devidos pelos segurados e
AMAZONPREV cópia dos documentos necessários para fins pensionistas para custeio do Programa de Previdência de
de compensação financeira. (17) que trata esta Lei Complementar;
Art. 40. Nos termos que dispuserem as normas gerais sobre II - o valor da restituição do que houver sido pago
Gestão Previdenciária, o indeferimento da concessão do indevidamente;
benefício previdenciário poderá ser objeto de recurso.
III - o imposto de renda retido na fonte, ressalvadas as
Art. 41. O segurado aposentado por invalidez permanente e disposições legais;
o pensionista inválido, enquanto não completarem 60
IV - a pensão de alimentos decretada em decisão judicial;
(sessenta) anos de idade, estarão obrigados, sob pena de
suspensão do beneficio, a se submeterem periodicamente, a V - as contribuições e mensalidades autorizadas pelos
exame a cargo de Junta Médica Oficial do Estado para efeito segurados e pensionistas, desde que seja obtida anuência
de se comprovar a persistência da invalidez. (1) (2) prévia do AMAZONPREV.
§ 1.º Constatada a cessação da invalidez, antes de Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, o
completados 70 (setenta) anos, em virtude de exame a cargo desconto será feito em parcelas, de forma que não exceda
da Junta Médica, o segurado será revertido à atividade, na 20% (vinte por cento) do valor do benefício, salvo quando
forma prevista no respectivo Estatuto. (16) ocorrer comprovada má-fé do beneficiário, caso em queo
desconto poderá ser de até 50% (cinquenta por cento).
§ 2.º O exercício de atividade laboral pelo segurado
aposentado por invalidez acarretará a cassação do benefício, Art. 45. Os proventos de aposentadoria e as pensões serão
sem direito a reversão, a contar da data do retorno revistos e atualizados para preservar-lhes, em caráter
voluntário a atividade. (16) permanente, o valor real, na mesma data em que se der o
reajuste dos benefícios do RGPS, de acordo com a variação
Art. 42. Os benefícios de que trata esta Lei Complementar
do índice definido em Lei, pelo ente federativo. (1)
serão pagos diretamente ao segurado ou pensionista, salvo
em caso de justificado impedimento, quando poderão ser § 1.° Para efeito deste artigo, sob pena de responsabilidade,
pagos a procurador, cujo mandato não poderá ter prazo qualquer reajuste, revisão ou modificação na remuneração
superior a 6 (seis) meses, podendo ser renovado. (1) ou no plano de carreira dos servidores, deverá ser precedido
de estudo atuarial para a necessária compatibilização dos
§ 1.° O pagamento de benefício devido ao segurado ou
respectivos Plano de Custeio Atuarial.
pensionista, civilmente incapaz ou ausente poderá ser feito
ao cônjuge ou companheiro(a), pai, mãe, tutor ou curador, § 2.° Salvo em caso de divisão entre aqueles que a eles
admitindo-se, na sua falta, e por período não superior a 6 fizerem jus, nenhum dos benefícios previstos nesta Lei
(seis) meses, o pagamento a herdeiro necessário, mediante Complementar terá valor inferior a um salário mínimo.
termo de compromisso firmado no ato do recebimento. (17)
Art. 46. Salvo na hipótese de recolhimento indevido, não
§ 2.° Será fornecido, mensalmente, ao segurado ou ao haverá restituição de contribuições. (1)
pensionista, demonstrativo das importâncias recebidas, bem
Art. 46-A. O direito do AMAZONPREV de anular ou retificar o
como o valor discriminado de todos os descontos ocorridos.
ato de concessão do benefício decai em 05 (cinco) anos,
§ 3.° Serão disponibilizadas aos segurados as informações contados da publicação no Diário Oficial do Estado, salvo
constantes de seu registro individualizado, mediante extrato comprovada a má-fé ou acumulação indevida nos termos do
anual, relativas ao exercício financeiro anterior. artigo 38 desta Lei Complementar. De igual modo, decai em
05 (cinco) anos todo e qualquer direito ou ação do segurado
§ 4.º O valor não recebido em vida pelo segurado só será
ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de
pago aos seus dependentes habilitados à pensão por morte
benefício. (5) (13)
ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil,
independentemente de inventário ou arrolamento. (16) Parágrafo único. No caso de valores ou parcelas incluídas
indevidamente no benefício, o prazo de decadência contar-
Art. 43. Salvo quanto ao valor devido ao Programa de
se-á da percepção do primeiro pagamento. (14)
Previdência ou derivado da obrigação de prestar alimentos
reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser TÍTULO III
objeto de penhora, arresto ou sequestro, sendo nula de

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DOS FUNDOS DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA E DO III - pelo produto das aplicações e investimentos realizados
CUSTEIO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA com os seus recursos, e da alienação de bens que lhe forem
destinados;
CAPÍTULO I
IV - pelos aluguéis e outros rendimentos derivados dos bens
DA CONSTITUIÇÃO DOS FUNDOS
a ele vinculados;
Art. 47. Ficam instituídos em favor dos agentes públicos
V - pelo produto decorrente de receitas de privatizações,
estaduais, titulares de cargos efetivos, os Fundos
alienações de ações preferenciais e ordinárias que o Estado
Previdenciários de que trata este artigo. (1)
do Amazonas, suas Autarquias e Fundações possuam no
§ 1.° FPREV - Fundo Previdenciário de Aposentadoria e capital de empresas e outros ativos que lhes forem
Pensões do Estado do Amazonas, de Natureza Previdenciária destinados;
atenderá ao pagamento dos benefícios aos segurados ativos
VI - por recursos provenientes de contratos, convênios ou
que, tenham ingressado no Serviço Público Estadual após a
quaisquer outros acordos, inclusive de
data de publicação da Emenda Constitucional n.º 41.
antecipações,firmados com a União ou outros organismos,
§ 2.° O FPREV arcará, igualmente, com o pagamento dos inclusive internacionais;
benefícios a que fizerem jus os dependentes vinculados aos
VII - pelos demais bens e recursos eventuais que lhe forem
segurados a que se refere o parágrafo anterior.
destinados e incorporados, desde que aceitos pelo Conselho
§ 3.° O FFIN - Fundo Financeiro de Aposentadorias e Pensões de Administração.
do Estado do Amazonas atenderá ao pagamento dos
§ 1.° Os recursos provenientes dos incisos V a VII deste artigo
benefícios devidos aos segurados que houverem ingressado
terão definidos a sua destinação em função do Planejamento
no serviço público até a data da publicação da Emenda
Estratégico e baseado no cálculo atuarial.
Constitucional n.º 41, inclusive àqueles que já se
encontravam em inatividade ou que haviam adquirido o § 2.° Na integralização dos ativos a que se refere este artigo
respectivo direito. deverá ser observado o disposto no § 4.º do art. 113 desta
Lei Complementar.
§ 4.° O FFIN arcará, igualmente, com o pagamento dos
benefícios a que fazem jus todos os pensionistas mantidos Art. 49. O FFIN será composto:
pelo Estado na data de publicação desta Lei Complementar,
I - por verbas fornecidas pelo Estado e destinadas ao
bem como a que fizerem jus os dependentes vinculados aos
pagamento dos benefícios aos segurados e pensionistas de
segurados a que se refere o parágrafo anterior.
que tratam os §§ 3.° e 4.° do art. 47 desta Lei Complementar;
§ 5.° Os Fundos a que se refere este artigo comporão o
II - pelas contribuições mensais dos segurados e dos
patrimônio da entidade gestora do Regime Próprio de
pensionistas a ele vinculados, estabelecidas nos termos da
Previdência do Estado do Amazonas e, nos termos do que
Nota Técnica Atuarial;
determinam a Lei n.º 9.717, de 27 de novembro de 1998, e
Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000, somente III - por doações e dações efetivadas pelo Estado e que
poderão ser utilizados no pagamento de benefícios especificamente lhe forem destinadas;
previdenciários destinados aos segurados e pensionistas a
IV - pelo produto das aplicações e investimentos realizados
eles vinculados. (17)
com os seus recursos, e da alienação de bens que lhe forem
§ 6.° A contribuição do Estado, dos segurados e pensionistas destinados;
aos respectivos Fundos, observado o disposto no § 18 do art.
V - pelos aluguéis e outros rendimentos derivados dos bens
40 e § 1.º do art.149 da Constituição Federal, será fixada
a ele vinculados;
tendo por base estudo atuarial, sendo os percentuais e
valores iniciais de contribuições, amortizações e indexadores VI - pelo produto decorrente de receitas de privatizações,
estabelecidos com base em Nota Técnica Atuarial. alienações de ações preferenciais e ordinárias que o Estado
do Amazonas, suas Autarquias e Fundações possuam no
Art. 48. O FPREV será composto: (1)
capital de empresas e outros ativos que lhes forem
I - pelas contribuições mensais dos segurados e dos destinados;
pensionistas a ele vinculados e pela respectiva contribuição
VII - por recursos provenientes de contratos, convênios ou
do Estado, estabelecidas nos termos da Nota Técnica
quaisquer outros acordos, inclusive de antecipações,
Atuarial;
firmados com a União ou outros organismos, inclusive
II - por doações e dações efetivadas pelo Estado e que internacionais;
especificamente lhe forem destinadas;

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VIII - pelos demais bens e recursos eventuais que lhe forem Federal de 1988, quando o beneficiário, na forma da lei, for
destinados e incorporados, desde que aceitos pelo Conselho portador de doença incapacitante; (4)
de Administração.
V - incidirá contribuição previdenciária sobre o décimo
Parágrafo único. Na integralização dos ativos a que se refere terceiro salário dos segurados ativos, a gratificação natalina
este artigo deverá ser observado o disposto no § 4.º do art. dos segurados inativos e pensionistas, os benefícios de
113 desta Lei Complementar. salário-maternidade e auxílio-doença. (4)
CAPÍTULO II § 2.° O valor da contribuição deverá ser aportado e
contabilizado junto ao Fundo a que estiver vinculado o
DO CUSTEIO DO SISTEMA DE SEGURIDADE FUNCIONAL
segurado ou o pensionista.
Art. 50. Para custeio do Programa de Previdência e
§ 3.° (Revogado). (3)
constituição dos Fundos estabelecidos pela presente Lei
Complementar os segurados e pensionistas contribuirão § 4.° O segurado ativo que tenha completado as exigências
com 11% (onze por cento) sobre a remuneração, subsídios, para aposentadoria voluntária estabelecidas nos arts. 13, 15
proventos ou benefício pago pelo Estado do Amazonas e 18 desta Lei Complementar e que opte por permanecer em
diretamente ou através de seu Regime Próprio de atividade, fará jus a abono de permanência equivalente ao
Previdência. (1) valor da sua contribuição previdenciária, até completar as
exigências constitucionais para aposentadoria compulsória.
§ 1.° Para efeitos da contribuição de que trata este artigo
considerar-se-á: § 5.° O segurado ativo que se enquadre na disposição
contida no art. 17 desta Lei Complementar que opte por
I - quando servidor ativo, o valor do vencimento do cargo
permanecer em atividade, tendo completado as exigências
efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
para aposentadoria voluntária e que conte com, no mínimo,
estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou
25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, ou 30
quaisquer outras vantagens, excluídas:
(trinta) anos de contribuição, se homem, fará jus a abono de
a) as diárias para viagens; permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar as exigências constitucionais
b) a ajuda de custo em razão de mudança de sede;
para aposentadoria compulsória.
c) a indenização de transporte;
§ 6.° O pagamento do abono de permanência é de
d) o salário-família; responsabilidade do Estado do Amazonas e será devido a
partir do cumprimento dos requisitos para obtenção do
e) o auxílio-alimentação;
benefício conforme disposto nos §§ 4.° e 5.° deste artigo,
f) o auxílio-creche; mediante opção expressa pela permanência em atividade.
g) as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local Art. 51. Na hipótese de acumulação legal de cargos, de
de trabalho; remuneração de cargo com proventos ou de proventos, a
contribuição previdenciária incidirá sobre a remuneração de
h) a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo
cada um desses cargos ou proventos, observado o disposto
em comissão ou de função de confiança;
no § 1.º do artigo anterior. (1)
i) o abono de permanência de que tratam os §§ 4.° a 6.° deste
Art. 52. No caso de inexistência ou suspensão de
artigo;
remuneração o segurado poderá recolher a contribuição
II - quando inativo, incidirá apenas sobre a parcela dos estabelecida no inciso I do § 1.° do art. 50, bem como a
proventos que supere o limite máximo estabelecido para os contribuição estabelecida no art. 53 desta Lei
benefícios do Regime Geral de Previdência Social de que Complementar, a fim de utilizá-la no cômputo para
trata o art. 201 da Constituição Federal; concessão de benefício previdenciário. (1) (2)
III - quando pensionista, incidirá apenas sobre a parcela da § 1.° Para os fins do disposto no caput deste artigo, o Estado
pensão que supere o limite máximo estabelecido para os deverá comunicar previamente ao órgão gestor do Regime
benefícios do Regime Geral de Previdência Social de que Próprio, com a remessa da documentação pertinente, os
trata o art. 201 da Constituição Federal; casos de inexistência ou suspensão de remuneração.
IV - a contribuição prevista nos incisos II e III deste artigo § 2.° A contribuição será recolhida mediante guia, até o
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos terceiro dia após o pagamento dos vencimentos dos
deaposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite servidores.
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social de que trata o art. 201 da Constituição

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§ 3.° O atraso no recolhimento criará para o servidor a criado por esta Lei Complementar, fica transformado em
obrigação de pagamento dos acréscimos estabelecidos no Fundação, sem fins lucrativos, compondo a Administração
parágrafo único do art. 83. Indireta do Poder Executivo, dotada de personalidade
jurídica de direito público e autonomia administrativa,
§ 4.° (Revogado). (3)
financeira e contábil. (17)
§ 5.° O restabelecimento dos vencimentos deverá ser
Parágrafo único. O AMAZONPREV terá por finalidade gerir o
imediatamente comunicado ao órgão gestor do Regime
Regime Próprio de Previdência do Estado do Amazonas,
Próprio, devendo o segurado, caso queira utilizar as
segundo plano de benefícios e de custeio previstos nesta Lei
contribuições a que se refere o caput para concessão do
Complementar. (17)
benefício, comprovar o seu recolhimento. (2)
Art. 55. O AMAZONPREV terá como sede e foro a Capital do
§ 6.° A contribuição efetuada durante o afastamento do
Estado do Amazonas e sua duração será por prazo
servidor não será computada para cumprimento dos
indeterminado.
requisitos de tempo de carreira, tempo de efetivo exercício
no serviço público e tempo no cargo efetivo na concessão de CAPÍTULO II
aposentadoria. (4)
DA VINCULAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Art. 53. A contribuição mensal do Estado para o custeio do
Art. 56. O AMAZONPREV, para efeito de controle e
Programa de Previdência de que trata esta Lei
supervisão de suas atividades, vincular-se-á à Secretaria de
Complementar será de 13% (treze por cento),
Estado de Administração e Gestão, ou órgão do Poder
permanecendo responsável, nos termos do § 1.º do artigo
Executivo que a suceder, o qual deverá guardar observância
2.º da Lei n.º 9.717, de 27 de novembro de 1998, pela
do disposto nesta Lei Complementar e nas demais
cobertura de eventuais insuficiências financeiras,
disposições aplicáveis. (1) (2) (17)
decorrentes do pagamento dos benefícios previdenciários a
cargo do FPREV e FFIN. (1) (15) Parágrafo único. (Revogado) (18)
§ 1.° As contribuições previdenciárias mensais do Estado Art. 57. (Revogado) (18)
correrão, conforme o caso, a cargo das dotações próprias
Art. 58. (Revogado) (18)
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público, do Tribunal de Contas e deverão ser aportadas e, Art. 59. (Revogado) (18)
contabilizadas junto ao Fundo a que estiver vinculado o
CAPÍTULO III
segurado.
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
§ 2.° O não-recolhimento da contribuição previdenciária que
trata este artigo, bem como o não-repasse dos valores Seção I
retidos dos segurados, em folha de pagamento, pelos órgãos
Da Estrutura Organizacional do Amazonprev
e entidades da administração direta e indireta do Poder
Executivo, dos demais Poderes, do Tribunal de Contas e do Art. 60. A estrutura organizacional do AMAZONPREV é
Ministério Público, autorizará a automática compensação, composta por: (17)
pelo Tesouro Estadual dos valores correspondentes no mês
I - cargos públicos, providos por meio de concurso público de
subsequente.
provas ou de provas e títulos, atendidas as exigências legais;
§ 3.° Para efeitos da base de cálculo de que trata este artigo (16)
deverão ser consideradas as remunerações devidas aos
II - cargos em comissão. (16)
servidores que eventualmente se encontrem cedidos sem
ressarcimento ao Estado ou gozando dos benefícios de § 1.º Ficam transformados em cargos os empregos públicos
salário-maternidade e auxílio-doença. (2) existentes na atual estrutura do AMAZONPREV, com a
mesma denominação, remuneração e descrição,
TÍTULO IV
especificados nos Anexos I, II e III, destinados a prover os
DA GESTÃO PREVIDENCIÁRIA recursos humanos necessários ao desenvolvimento de suas
atividades. (16)
CAPÍTULO I
§ 2.º Os servidores da Fundação são regidos pelo Estatuto
DO ÓRGÃO GESTOR
dos Funcionários Públicos do Estado do Amazonas - Lei n.º
Art. 54. O AMAZONPREV - Fundo Previdenciário do Estado 1.762, de 14 de novembro de 1.986, e pela legislação
do Amazonas, órgão gestor do Regime Próprio de específica que lhes seja aplicável. (16)
Previdência do Estado do Amazonas, instituição par
§ 3.º Terão exercício na Fundação AMAZONPREV os
administrativa, sem fins lucrativos, com natureza de serviço
servidores em atuação na Entidade, conforme Anexo IV, os
social autônomo e personalidade jurídica de direito privado,

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quais a partir da data da publicação desta Lei passarão a ser renovação sucessiva de 1/3 (um terço) dos Conselhos a cada
integrantes do quadro permanente e regidos pelo regime dois anos.
estatutário. (16)
§ 2.° A titularidade das funções dos Diretores, bem como dos
§ 4.º Os cargos de provimento em comissão do Presidentes de Conselhos e dos Conselheiros de escolha do
AMAZONPREV são os elencados no Anexo V desta Lei. (16) § Governador do Estado, cessará antes do prazo estabelecido
5.º O cargo em comissão será considerado função de neste artigo, com o término do mandato do Governador que
confiança quando o seu titular for servidor público efetivo, procedeu à respectiva designação.
sendo a diferença entre a remuneração correspondente ao
Art. 64. Observado o disposto no artigo anterior, os
cargo efetivo e ao cargo comissionado paga a título de
Conselheiros somente perderão o mandato em virtude de
gratificação. (16)
renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, que
§ 6º. Fica o AMAZONPREV autorizado a aplicar parcela das gere incompatibilidade para o exercício do cargo ou
suas receitas próprias no fomento de programas de mediante processo administrativo instaurado para apuração
responsabilidade socioambiental, programas de qualidade e de falta grave ou responsabilidade.
produtividade, treinamento e desenvolvimento,
§ 1.° O processo administrativo, para apuração de
modernização, reaparelhamento e racionalização dos seus
responsabilidades ou faltas dos Conselheiros, será
serviços, inclusive sob a forma de prêmio de produtividade a
instaurado mediante iniciativa dos Conselhos ou do
ser concedido aos seus servidores e segurados, no que
Secretário de Estado de Administração e Gestão, e será
couber, extensivo ainda àqueles cedidos ao AMAZONPREV,
processado no âmbito da Procuradoria Geral do Estado. (2)
desde que em efetivo exercício neste. (16)
§ 2.° Para a instauração do processo de que trata o parágrafo
§ 7.º O Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração - PCCR dos
anterior, será necessária a aprovação da maioria absoluta
Servidores da Fundação AMAZONPREV será instituído por
dos membros do Conselho de Administração, que poderá
meio de Lei, dentro do prazo de até noventa dias a partir da
determinar, também por decisão da maioria absoluta de
data da publicação desta Lei Complementar. (16)
seus membros, o afastamento do indiciado, até a conclusão
§ 8.º Fica eleito o mês de janeiro como data-base para do procedimento.
reajuste do valor da remuneração dos Cargos existentes na
§ 3.° Na verificação do quorum de que trata o parágrafo
Fundação. (16)
anterior, o eventual indiciado estará impedido de votar,
Art. 61. (Revogado) (18) ficando assegurado a este a efetividade das garantias do
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
§ 1.°. (Revogado) (18)
§ 4.° Quando for requisito de investidura, como Diretor ou
§ 2.° (Revogado) (18).
Conselheiro, a condição de segurado do regime próprio do
Seção II Estado do Amazonas, a perda da mesma acarretará a
extinção do mandato ou função.
Dos Órgãos Administrativos
§ 5.° Salvo as hipóteses de afastamento de que trata o § 2.°,
Art. 62. O AMAZONPREV contará, em sua estrutura
os Conselheiros, Presidentes e Vice-Presidentes
administrativa, com os seguintes órgãos:
permanecerão no exercício da função, até que seu sucessor
I - Conselho de Administração, como órgão de normatização assuma.
e deliberação superior;
Art. 65. Os Conselheiros também perderão o mandato caso
II - Conselho Diretor, como órgão de gerenciamento e faltem injustificadamente, dentro do mesmo exercício, 03
execução; (três) reuniões ordinárias consecutivas ou a 06 (seis)
alternadas.
III - Conselho Fiscal, como órgão de fiscalização.
Art. 66. Os membros dos Conselhos serão, de forma pessoal
Art. 63. Os presidentes do Conselho serão de livre escolha,
e solidária, responsabilizados civil e criminalmente, pelos
nomeação e exoneração por parte do Governador do Estado,
atos lesivos que praticarem, com dolo, desídia ou fraude,
os demais Conselheiros serão nomeados nos termos dos
aplicando-se lhes, no que couber, o disposto na Lei Federal
arts. 67, 72 e 77, para exercício por um período de 04
n.º 9.717, de 27 de novembro de 1998, na Lei Complementar
(quatro) anos podendo ser reconduzidos. (1)
n.º 109, de 29 de maio de 2001 e na Lei Complementar n.º
§ 1.° Segundo o que dispuser o Estatuto do AMAZONPREV, o 101, de 04 de maio de 2000. (17)
primeiro mandato de 1/2 (metade) dos integrantes dos
Seção III
Conselhos de Administração e Fiscal, bem como dos
respectivos suplentes será de 03 (três) anos, havendo Do Conselho de Administração

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Art. 67. O Conselho de Administração será integrado por Art. 69. Compete ao Conselho de Administração: (1)
pessoas de reconhecida capacidade em pelo menos uma das
I - aprovar:
seguintes áreas: seguridade, administração, economia,
finanças, direito, engenharia ou, em outra afim, observado o a) o Regimento Interno do AMAZONPREV e suas alterações;
seguinte: (1) (17)
I - o Presidente e o Vice-Presidente, serão de livre escolha do b) (Revogado) (18)
Governador do Estado;
c) o Orçamento anual e o Plano Plurianual da Instituição;
II - 02 (dois) efetivos e seus respectivos suplentes, a critério
d) (Revogado) (18);
do Governador, por qualquer das Secretarias de Estado; (2)
e) (Revogado) (18);
III - os demais Conselheiros, dentre representantes dos
segurados ativos e inativos, na forma do Regimento Interno f) o Relatório e as Contas Anuais da Diretoria, com base no
da Fundação AMAZONPREV, serão assim indicados: (2) (17) parecer prévio do Conselho Fiscal; (17)
a) 1 (um) efetivo e seu respectivo suplente, pelos segurados g) os bens oferecidos pelo Estado, a título de dotação
do Poder Executivo; patrimonial; (16)
b) 1 (um) efetivo e seu respectivo suplente, pelo Poder h) a aquisição, a alienação ou a oneração de bens imóveis,
Legislativo; bem como a aceitação de doações com encargo; (16)
c) 1 (um) efetivo e seu respectivo suplente, pelo Poder i) o Plano de Aplicações e Investimentos para cada exercício;
Judiciário; (16)
d) 1 (um) efetivo e seu respectivo suplente, pelo Ministério j) as vagas a serem preenchidas por meio da realização de
Público Estadual. (4) concurso público; (16)
§ 1.° As indicações a que se refere este artigo serão feitas no II - (Revogado) (18)
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados:
III - pronunciar-se sobre qualquer outro assunto de interesse
a) da comunicação formalizada, pelo Diretor Presidente do do AMAZONPREV, e que seja submetido pelo Secretário de
AMAZONPREV, aos órgãos, instituições e interessados Estado de Administração e Gestão, pelo Conselho Diretor ou
legitimados para a escolha, no tocante à primeira pelo Conselho Fiscal; (2)
composição do Conselho;
IV - praticar os demais atos atribuídos, por esta Lei
b) até 15 (quinze) dias antes do término do mandato dos Complementar, como de sua competência.
respectivos Conselheiros antecessores, pelas respectivas
V - elaborar lista tríplice a ser encaminhada ao Governador
instituições, nas composições subsequentes.
do Estado para escolha dos membros da Diretoria,
§ 2.° Na hipótese de não-atendimento aos prazos obedecendo aos requisitos desta Lei e ao Regimento Interno.
estabelecidos no parágrafo anterior, a escolha dos (16)
Conselheiros a que os mesmos se referem passará à
Parágrafo único. O Regimento Interno a que se refere a
competência do Governador do Estado.
alínea “a” do inciso I deste artigo, editado por Ato do Diretor-
Art. 68. O Conselho de Administração reunir-se-á, Presidente, disporá, dentre outros assuntos, sobre: (16)
ordinariamente, a cada mês, com a presença da maioria
I - a estrutura organizacional; (16)
absoluta dos Conselheiros, e deliberará por maioria simples
dos presentes, salvo exceção prevista nesta Lei II - o detalhamento das competências dos órgãos integrantes
Complementar. da estrutura constante desta Fundação; (16)
§ 1.° O Presidente do Conselho terá voz e voto, inclusive o de III - a denominação e competência das gerências, as
desempate. atribuições dos titulares de cargos comissionados e dos
cargos de provimento efetivo. (16)
§ 2.° Caberá ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos
casos de ausência e impedimento. Seção IV
§ 3.° O Diretor-Presidente da AMAZONPREV participará das Do Conselho Diretor
reuniões do Conselho, com direito a voz, mas sem voto.
Art. 70. O Conselho Diretor será composto pelo: (1)
§ 4.° Os Conselheiros efetivos perceberão, mensalmente,
a) Diretor-Presidente;
pelo desempenho de suas funções, a importância
equivalente a 10% (dez por cento) da remuneração do b) Diretor de Administração e Finanças;
Diretor-Presidente.

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c) Diretor de Previdência. § 1.º O Diretor-Presidente indicará os demais titulares de


cargos de provimento em comissão da Estrutura da
Parágrafo único. O Conselho Diretor reunir-se-á
Fundação. (16)
ordinariamente, a cada 15 (quinze) dias, e
extraordinariamente, quando convocado pelo Diretor § 2.º O Diretor-Presidente será substituído, sucessivamente,
Presidente, e em suas deliberações aplicar-se-á, no que em seus impedimentos, ausências e afastamentos legais,
couber, o estatuído no art. 68, caput, e § 1.°. pelo Diretor de Administração e Finanças e pelo Diretor de
Previdência. (16)
Art. 71. É atribuição do Conselho Diretor: (1)
Art. 73. Ao Diretor-Presidente do AMAZONPREV compete:
I - propor, para fins de aprovação do Conselho de
Administração: I - representar a Instituição;
a) o Regimento Interno do AMAZONPREV e suas alterações; II - (Revogado) (18);
(17)
III - coordenar as Diretorias, presidindo as reuniões do
b) (Revogado) (18) Conselho Diretor;
c) o Orçamento anual e o Plano Plurianual da Instituição; IV - autorizar, conjuntamente com o Diretor de
Administração e Finanças as aplicações e investimentos
d) o Manual de Organização;
efetuados com os recursos dos FUNDOS e com os do
e) (Revogado) (18) Patrimônio Geral do AMAZONPREV, bem como quaisquer
outras movimentações de cunho financeiro; (17)
f) o Relatório e as Contas Anuais da Diretoria, com base no
parecer prévio do Conselho Fiscal; (17) V - (Revogado) (18)
g) os bens oferecidos pelo Estado, a título de dotação VI - (Revogado) (18)
patrimonial;
VII - firmar convênios, contratos e demais ajustes com
h) a aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis, bem pessoas físicas ou jurídicas; (17)
como a aceitação de doações com encargo;
VIII - decidir ad referendum, submetendo posteriormente ao
i) as vagas a serem preenchidas por meio da realização de Conselho Diretor, matéria de interesse da Instituição,
concurso público; (16) quando se tratar de atos que exigem decisões imediatas,
visando garantir a restauração do curso normal das
j) o Plano de Aplicações e Investimentos para cada exercício;
atividades;
l) outros assuntos julgados relevantes pela Administração;
IX - conceder por ato próprio, os benefícios especificados no
II - aprovar: art. 5.°, inciso III, alíneas a e b; X - baixar Portarias e outros
atos administrativos, no limite de sua competência; (17)
a) (Revogado) (18)
XI - praticar os demais atos atribuídos por esta Lei
b) Normas da Administração compreendendo os manuais de
Complementar como de sua competência, bem como
políticas, normas e procedimentos das áreas fim e meio, o
exercer a competência residual, quando inexistir atribuição
Sistema de Gestão de Qualidade, bem como o quadro de
específica de órgão da estrutura administrativa da
lotação de recursos humanos; (17)
Instituição. (16)
c) outros assuntos submetidos pelos Diretores. (17)
Art. 74. Ao Diretor de Administração e Finanças compete:
Art. 72. Os Diretores serão nomeados pelo Governador do
a) o atendimento das ações concernentes aos recursos
Estado, dentre os indicados em lista tríplice pelo Conselho de
humanos, aos serviços gerais e de informática, inclusive
Administração da Fundação AMAZONPREV, devendo
quando prestados por terceiros;
preencher os seguintes requisitos: (1) (17)
b) as ações de gestão orçamentária inclusive elaborando o
I - (VETADO)
orçamento anual do AMAZONPREV, de planejamento
II - relativamente ao Diretor de Previdência, financeiro, os recebimentos e pagamentos;
cumulativamente:
c) os assuntos relativos à área contábil e às aplicações e
a) ser, obrigatoriamente segurado do Regime Próprio do investimentos; e
Estado do Amazonas;
d) a gerência dos bens pertencentes ao AMAZONPREV,
b) contar com, no mínimo, 05 (cinco) anos de efetivo velando por sua integridade.
exercício em cargo público no Estado do Amazonas.
Art. 75. Ao Diretor de Previdência compete: (1)

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a) as ações referentes à inscrição e ao cadastro de segurados § 1.° Os membros efetivos do Conselho Fiscal perceberão,
ativos, inativos, dependentes e pensionistas; mensalmente, pelo desempenho de suas funções, a
importância equivalente a 80% (oitenta por cento) da
b) o processamento das concessões de benefícios;
remuneração paga aos membros do Conselho de
c) a manutenção das folhas de pagamento de benefícios; Administração. (16)
d) coordenação de recadastramento e do cálculo atuarial; § 2.° O Presidente do Conselho terá direito a voz e voto,
inclusive de desempate. (16)
e) realizar o controle físico e eletrônico dos segurados em
cada fundo a que pertencem, estabelecendo, desde logo, § 3.º Caberá ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos
indicativos diferenciados para os segurados integrantes do casos de ausência e impedimento. (16)
FFIN e FPREV. (16)
§ 4.º O Diretor-Presidente do AMAZONPREV participará das
Art. 76. (Revogado) (6) reuniões do Conselho com direito a voz, mas sem voto. (16)
Seção V Art. 78. É da competência do Conselho Fiscal: (1)
Do Conselho Fiscal I - emitir parecer prévio sobre: a) o Orçamento anual, para
encaminhamento e deliberação do Conselho de
Art. 77. O Conselho Fiscal será composto por pessoas com
Administração;
formação de nível superior, qualificação contábil ou
econômica, e experiência na área, observado o seguinte: (1) b) o Parecer Atuarial do exercício, para encaminhamento e
deliberação do Conselho de Administração;
I - o Governador do Estado escolherá o Presidente; (2)
c) o balanço e as contas anuais da Instituição, para
II - o Governador do Estado escolherá o Vice-Presidente,
encaminhamento e deliberação do Conselho de
dentre os indicados pelos Poderes Legislativo e Judiciário e
Administração;
pelo Ministério Público; (2)
d) Plano de Contas;
III - 01 (um) membro efetivo e seu respectivo suplente,
indicado pelo conjunto das entidades representativas dos e) balancetes mensais;
servidores públicos estaduais em atividade, na forma do
f) os demais documentos contábeis e financeiros exigidos
Regimento Interno da Fundação AMAZONPREV; (2) (17)
pela legislação nacional aplicável à previdência social para
IV - 01 (um) membro efetivo e seu respectivo suplente, encaminhamento e deliberação do Conselho de
indicado pelo conjunto das entidades representativas dos Administração; (17)
servidores públicos estaduais inativos, na forma do
g) as proposições de bens oferecidos pelo Estado, a título de
Regimento Interno da Fundação AMAZONPREV. (2) (17)
dotação patrimonial;
§ 1.° As indicações a que se refere este artigo serão feitas no
h) as proposições de aquisição, alienação ou oneração de
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados: (17)
bens imóveis, bem como a aceitação de doações com
I - da comunicação formalizada, pelo Diretor Presidente do encargo;
AMAZONPREV, ao conjunto das entidades representativas
i) o Plano de Aplicação e Investimentos encaminhando-o
dos servidores públicos estaduais em atividade e o conjunto
para deliberação do Conselho de Administração. (16)
das entidades representativas dos servidores públicos
estaduais inativos, no tocante à primeira composição do II - pronunciar-se sobre qualquer outro assunto de interesse
Conselho; (16) do AMAZONPREV, e que lhe seja submetido pelo Titular da
Secretaria de Estado de Administração e Gestão, ou órgão do
II - até 15 dias antes do término do mandato dos respectivos
Poder Executivo que a suceder, pelo Diretor-Presidente ou
Conselheiros antecessores, pelas respectivas entidades, nas
pelo Conselho de Administração; (2)
composições subsequentes. (16)
III - por proposição de seus membros, tratar de assuntos de
§ 2.° Na hipótese de não-atendimento aos prazos
interesse das Diretorias;
estabelecidos no parágrafo anterior, a escolha dos
Conselheiros a que os mesmos se referem passará à IV - deliberar sobre matérias previstas como de sua
competência do Governador do Estado. (17) competência em Lei e no Regimento Interno; (17)
§ 3.° (Revogado) (18). V - manifestar-se sobre assuntos de natureza econômico-
financeira e contábil que lhes sejam submetidos pelo
Art. 77-A. O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, 1
Conselho de Administração ou pelo Diretor-Presidente do
(uma) vez por mês, com a presença da maioria absoluta dos
AMAZONPREV; VI - comunicar ao Conselho de Administração
Conselheiros. (16)

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os fatos relevantes que apurar no exercício de suas mercado financeiro, obrigatoriamente adotado no Programa
atribuições. a cargo daquele.
Parágrafo único. No desempenho de suas atribuições, o § 2.° Observado o disposto no caput deste artigo, o
Conselho Fiscal poderá examinar livros e documentos, bem AMAZONPREV deverá, nas aplicações e investimentos
como, se eventualmente necessário, indicar, para efetuados com os recursos dos Fundos Previdenciários,
contratação, perito de sua escolha. buscar a rentabilidade mínima atuarialmente fixada na Nota
Técnica Atuarial de que trata o § 6.° do art. 47 desta Lei
CAPÍTULO IV
Complementar e suas alterações, aprovadas pelo Conselho
DO PATRIMÔNIO E DAS RECEITAS de Administração e homologadas pelo Secretário de Estado
de Administração e Gestão, devendo observar ainda, a
Art. 79. O patrimônio do AMAZONPREV será constituído:
legislação federal que dispõe sobre as aplicações dos
I - pelos Fundos de que tratam os arts. 47 a 49, bem como Regimes Próprios de Previdência. (2)
pelo produto das aplicações e investimentos realizados com
Art. 82. É vedado ao AMAZONPREV atuar como instituição
os recursos daqueles Fundos;
financeira, bem como prestar fiança, aval, ou obrigar-se, de
II - pela Taxa de Administração, bem como pelo produto das favor, por qualquer outra forma.
aplicações e investimentos realizados com esses recursos.
Art. 83. É obrigação do Estado: (1)
Parágrafo único. Os bens e recursos que obtiver e que não
I - efetuar, até o décimo dia corrido do mês seguinte, após o
estiverem vinculados aos Fundos de que trata o art. 47
pagamento dos servidores, a transferência, em espécie, ao
comporão o patrimônio geral da AMAZONPREV.
AMAZONPREV, das contribuições mensais que lhe
Art. 80. A Taxa de Administração de que trata o artigo couberem, para o custeio do Programa de Previdência de
anterior será composta por importâncias, em dinheiro, que trata esta Lei Complementar;
vertidas, pelo Estado, ao AMAZONPREV, especificamente
II - proceder, mensalmente, ao desconto, sobre a respectiva
para cobrir os gastos desta natureza, no percentual de 01%
remuneração, da contribuição dos segurados ativos
(um por cento), percentual este incidente sobre o montante
participantes do Programa de Previdência de que trata esta
total das remunerações, proventos e pensões pagos aos
Lei Complementar, efetuando impreterivelmente até o
segurados ativos, inativos e aos pensionistas vinculados aos
décimo dia corrido do mês seguinte, após o pagamento dos
Fundos de que trata esta Lei Complementar.
vencimentos, o repasse dos valores estabelecidos no Plano
§ 1.° Ficam excluídas da cobertura com os recursos de que de Custeio Atuarial, nos termos dos arts. 48, 49 e 50;
cuida este artigo as despesas financeiras específicas,
III - fornecer ao AMAZONPREV, até o vigésimo quinto dia do
necessárias à execução do Plano de Aplicações e
mês subsequente ao pagamento dos servidores, o valor da
Investimentos. (8)
Taxa de Administração de que trata o art. 80.
§ 2.° Eventuais reservas constituídas, ao final de cada
§ 1.° Na hipótese de mora no recolhimento ou repasse, pelo
exercício, com sobras do custeio administrativo poderão ser
Estado, das verbas tratadas nos incisos I e II deste artigo,
transferidas, parcialmente, no exercício seguinte, para o
pagará ele, pelo atraso, multa mensal de 1% (um por cento)
Fundo Previdenciário - FPREV ou para o Fundo Financeiro -
ao mês ou fração. (8) (17)
FFIN, mediante deliberação da instância coletiva de decisão,
sobre o requerimento formalizado pelo Estado do § 2.º No caso da taxa de administração, a multa prevista no
Amazonas, através da Secretaria de Estado da Fazenda - parágrafo anterior somente será aplicada se houver atraso
SEFAZ. (9) consecutivo de três meses no recolhimento ou repasse da
respectiva verba. (9) (17)
Art. 81. As aplicações e investimentos efetuados para
garantia e execução das obrigações do AMAZONPREV no Art. 84. Serão realizadas avaliações atuariais dos Planos de
mercado financeiro devem necessariamente ser Custeio Atuarial, em cada exercício financeiro do
empreendidas com a observância dos princípios da AMAZONPREV, nas quais serão reavaliados os valores das
segurança,confiança, rentabilidade, liquidez, economicidade contribuições do Estado, dos segurados e pensionistas e da
e transparência, e deverão obedecer às diretrizes taxa de administração, com revisão obrigatória dos Planos de
estabelecidas pelo Conselho de Administração, que aprovará Custeio Atuarial. (1)
o respectivo Plano.(1) (17)
Parágrafo único. Qualquer ato dos Poderes Públicos que
§ 1.° Não incidirão os princípios da licitação sobre as venha a repercutir financeira ou atuarialmente no custeio do
aplicações e investimentos efetuados, para garantia e Plano de Benefício estabelecido nesta Lei Complementar
execução de suas obrigações, realizadas com os recursos dos terá seu valor quantificado monetariamente, devendo o
FUNDOS, por sua natureza de operações inerentes ao Estado proceder à respectiva cobertura, o que fará com base

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em critérios técnicos, atuariais e financeiros propostos pela pagamento do benefício ao segurado, dependente ou
entidade gestora do Regime Próprio do Estado do Amazonas. pensionista.
CAPÍTULO V § 4.º (Revogado) (18)
DA INSCRIÇÃO E DO RECADASTRAMENTO NO § 5.º (Revogado) (18).
AMAZONPREV
Art. 87-A. É obrigatório o recadastramento dos servidores
Seção I inativos e pensionistas de toda a Administração Pública
Estadual, incluídos os reformados e os da reserva
Da Caracterização
remunerada da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do
Art. 85. A concessão dos benefícios previdenciários de que Estado, que deverá ser feito, anualmente, no mês do
trata esta Lei Complementar somente será deferida àqueles aniversário do beneficiário. (16)
que estiverem regularmente inscritos no AMAZONPREV.
§ 1.º O não comparecimento acarretará a suspensão do
§ 1.° Serão obrigatoriamente inscritos no AMAZONPREV os pagamento do benefício. (16)
servidores públicos estaduais e militares, ativos e inativos, a
§ 2.º Enquanto não regulamentada a presente Lei, ficam
que se refere o art. 2° desta Lei Complementar. (2)
mantidos os procedimentos atualmente praticados no
§ 2.° Estarão igualmente sujeitos à inscrição obrigatória os âmbito do AMAZONPREV. (16)
dependentes vinculados aos segurados referidos no inciso II
Art. 88. Os servidores públicos e os militares a que se refere
do art. 2.º e no art. 4.º desta Lei Complementar.
a alínea a do inciso I do art. 2.° desta Lei Complementar
§ 3.° Os agentes públicos estaduais não enquadrados nas serão, ao ingressarem no serviço público, compulsoriamente
categorias referidas no caput e nos §§ 1.º e 2.º deste artigo, inscritos no AMAZONPREV. (1) (2)
inclusive os regidos pela legislação do trabalho, não poderão
§ 1.º No ato da inscrição a que se refere o caput deste artigo,
inscrever-se no AMAZONPREV.
o segurado preencherá e firmará documento indicando qual
Seção II o tempo de contribuição anterior que possui e que irá
averbar indicando também, quais são seus dependentes
Da Inscrição e do Recadastramento
para efeito de inscrevê-los, tudo acompanhado de
Art. 86. Os servidores que, na data da publicação desta Lei documentação hábil.
Complementar, se enquadrarem nas hipóteses previstas no
§ 2.º As modificações na situação cadastral do segurado ou
art. 2.º desta Lei Complementar, serão considerados
de seus dependentes, bem como dos pensionistas, deverão
automaticamente inscritos no AMAZONPREV, sendo
ser imediatamente comunicadas ao AMAZONPREV, com a
obrigatória a inscrição nas hipóteses previstas no art. 4.º. (1)
apresentação da documentação comprobatória.
Art. 87. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o
§ 3.º Aqueles que forem inscritos nos termos do art. 86 desta
Ministério Público e o Tribunal de Contas, fornecerão ao
Lei Complementar, deverão, no prazo que for fixado pelo
AMAZONPREV, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a
AMAZONPREV, fornecer as informações a que se refere o
contar da data da posse, os dados cadastrais disponíveis de
§1.° deste artigo.
cada um dos servidores e seus dependentes, bem como a
documentação relativa a eles. (1) § 4.º Não atendido o disposto neste artigo, o Estado deverá
tomar as providências necessárias a que o servidorforneça as
§ 1.° O AMAZONPREV, sob a coordenação do Titular da
informações, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da
Secretaria de Estado de Administração e Gestão, ouórgão do
comunicação formalizada pelo AMAZONPREV ao Estado, sob
Poder Executivo que a suceder, e com o apoio dos demais
pena de responsabilidade.
Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de Contas,
desenvolverá trabalho de recadastramento geral Art. 89. A inscrição no AMAZONPREV é pré-requisito para a
abrangendo todos os segurados, dependentes e pensionistas percepção de qualquer dos benefícios previstos nesta Lei
vinculados aos Fundos de que trata esta Lei Complementar. Complementar.
(2) (17)
Art. 90. Somente será admitida a inscrição post mortem,
§ 2.º O AMAZONPREV poderá, se necessário, exigir, a para efeitos de concessão de benefícios, dos dependentes
qualquer tempo, do segurado, dependente ou pensionista, enumerados nas alíneas a e b do inciso II do art. 2.º desta Lei
que complemente a sua documentação, no prazo máximo de Complementar.
60 (sessenta) dias da data da solicitação, sob pena da
Art. 91. O cancelamento da inscrição no AMAZONPREV dar-
suspensão quanto à fruição de benefícios.
se-á: (1)
§ 3.º Enquanto não fornecida a documentação competente,
I - em relação ao segurado: a) por seu falecimento;
o AMAZONPREV não estará obrigado a assumir o encargo de

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b) pela perda da titularidade do cargo que ocupa ou pela sobre o exercício, do qual constará, obrigatoriamente,
cassação da aposentadoria; análise conclusiva sobre a capacidade dos Planos de Custeio
Atuarial, para dar cobertura aos Planos de Benefícios
II - em relação ao dependente:
Previdenciários.
a) para o cônjuge, em face de anulação do casamento, pelo
Art. 98. Deverão ser elaborados balancetes mensais,
óbito, separação judicial, separação de fato ou divórcio,
balanço, relatório e prestação de contas anuais.
salvo se forem credores de pensão alimentícia; (17)
Art. 99. O AMAZONPREV poderá celebrar contratos,
b) para a companheira ou companheiro, pela cessação da
convênios ou outros instrumentos, bem como se filiar a
união estável com o segurado ou segurada, salvo se forem
organizações, a fim de realizar seus objetivos institucionais.
credores de pensão alimentícia; (17)
(1)
c) para os filhos e aqueles a estes equiparados, pelo
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao
adimplemento de idade, pelo casamento e pela cessação da
pagamento de benefícios previdenciários. (4)
invalidez ou incapacidade, (16)
TÍTULO VI
TÍTULO V
DOS MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO E DOS
DO REGIME FINANCEIRO E CONTÁBIL
OCUPANTES DE CARGOS EM COMISSÃO DOS PODERES
Art. 92. O regime financeiro do Programa de Benefícios LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO
Previdenciários será: (1) TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I - em relação ao FPREV: CAPÍTULO ÚNICO
a) de capitalização para as aposentadorias; DO PLANO DE BENEFÍCIOS E CUSTEIO
b) de repartição de capitais de cobertura para pensões; Art. 100. (Revogado). (3)
c) de repartição simples para auxílio doença, salário Art. 101. (Revogado). (3)
maternidade e auxílio-reclusão;
TÍTULO VII
II - em relação ao FFIN de repartição simples para todos os
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
benefícios.
Art. 102. O Estado do Amazonas é o responsável direto e
Parágrafo único. O regime financeiro de que trata a alínea b
exclusivo: (1)
do inciso I deste artigo, poderá ser substituído pelo regime
de capitalização. I - pelo aporte total das receitas a que se refere o inciso I do
art. 49;
Art. 93. O exercício financeiro do AMAZONPREV coincidirá
com o ano civil. Art. 94. O AMAZONPREV contará com Plano II - pelo repasse das contribuições mensais dos segurados
de Contas, Orçamento Anual, Plano Plurianual e de ativos do Poder Executivo aos respectivos Fundos;
Aplicações e Investimentos, visando sempre o equilíbrio
III - pelo pagamento de sua contribuição aos respectivos
econômico-financeiro e atuarial. Parágrafo único. Para
fundos;
efeitos deste artigo, o AMAZONPREV deverá ainda observar
e velar pelo atendimento dos Planos de Benefícios e de IV - pelo pagamento da Taxa de Administração.
Custeio de que trata esta Lei Complementar.
Art. 103. O Estado é solidariamente responsável com o
Art. 95. O regime contábil-financeiro ajustar-se-á ao AMAZONPREV pelo pagamento dos benefícios a que fizerem
prescrito pelas normas técnicas específicas, e as operações jus os segurados e pensionistas participantes do Plano de
serão contabilizadas segundo os princípios geralmente Benefícios Previdenciários a cargo do FPREV e FFIN. (1)
aceitos. (1)
§ 1.º Ressalvadas as hipóteses de revisão decorrentes da
Parágrafo único. O Plano de Contas do AMAZONPREV regular tramitação de processo administrativo ou
obedecerá às regras federais adotadas para os Regimes determinadas pelo Tribunal de Contas do Estado, não haverá
Próprios de Previdência. redução de proventos dos aposentados e pensões de
segurados vinculados ao Regime Próprio de Previdência do
Art. 96. O AMAZONPREV manterá sua contabilidade, seus
Estado do Amazonas, ou à estrutura geral do Estado,
registros e seus arquivos atualizados, para facilitar a
obedecendo-se em qualquer caso os Princípios
inspeção permanente e o controle das contas pela Auditoria
Constitucionais aplicáveis aos processos administrativos.
Externa Independente e pelo Conselho Fiscal.
(17)
Art. 97. O AMAZONPREV contará com a assessoria de
Atuário Externo, que emitirá Nota Técnica Atuarial e parecer

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§ 2.º Na hipótese dos recursos do AMAZONPREV se Contas, incluindo ativo e passivo atuarial, deverão passar
tornarem insuficientes para arcar com as despesas para a competência do AMAZONPREV. (1)
decorrentes de aposentadorias e pensões, de que trata esta
Parágrafo único. Até que o AMAZONPREV assuma os
Lei, o Estado é obrigado a suplementar os recursos
encargos de que trata este artigo, será obrigação dos
necessários para que não haja prejuízo aos aposentados e
respectivos Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de
pensionistas.
Contas processar, manter e pagar os
§ 3.º (Revogado). (3) benefíciosprevidenciários hoje existentes, destinados aos
atuais servidores ativos, inativos, bem como seus respectivos
Art. 104. O Governador do Estado, os Presidentes do Poder
pensionistas e dependentes. (7)
Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas e o
Procurador-Geral de Justiça serão responsabilizados na Art. 110. Os processos de aposentadoria dos servidores
forma da Lei, caso o recolhimento das contribuições a cargo públicos estaduais ativos ou em disponibilidade, titulares de
desses órgãos não ocorram nas datas e condições cargos efetivos de todos os poderes, serão requeridos e
estabelecidas nesta Lei, o mesmo ocorrendo aos Secretários instruídos em seus órgãos de origem, após o que deverão ser
de Administração e Gestão e da Fazenda e aos servidores submetidos ao AMAZONPREV, para análise e validação para
ordenadores de despesas encarregados das folhas de fins de concessão do benefício. (1)
pagamento e dos recolhimentos das contribuições referidas.
Parágrafo único. Reconhecido pelo AMAZONPREV o direito
(2)
ao benefício, os autos serão encaminhados à autoridade
Parágrafo único. O Tribunal de Contas deverá declarar não competente, para expedição e publicação do ato de
aprovadas as contas referentes ao pagamento dos aposentação para efeitos de desprovimento e vacância do
servidores, quando não repassadas as contribuições aos cargo.
respectivos FUNDOS, enquanto perdurar o débito.
Art. 111. (Revogado). (6)
Art. 105. (Revogado). (6)
Art. 112. (Revogado) (18)
Art. 106. (Revogado) (18)
§ 1.º (Revogado) (18).
Art. 107. (Revogado). (6)
§ 2.º (Revogado) (18)
Art. 108. Fica o Estado permanentemente obrigado a
§ 3.º (Revogado) (18)
viabilizar a preservação do AMAZONPREV, cuja extinção,
mediante Lei Complementar, somente poderá dar-se uma Art. 113. Ficam o Estado do Amazonas, suas Autarquias e
vez demonstrada, de forma inequívoca, a absoluta Fundações autorizados a transferir para o AMAZONPREV,
impossibilidade de sua manutenção. (1) (17) para efeitos de constituição e manutenção dos Fundos
Previdenciário e Financeiro instituídos pela presente Lei
§ 1.º Se extinto o AMAZONPREV, será seu patrimônio
Complementar: (1)
revertido ao Estado do Amazonas, sendo obrigação deste
manter a identidade e os fins do FPREV - Fundo I - bens móveis e imóveis de seu domínio;
Previdenciário de Aposentadoria e Pensões do Estado do
II - recursos em espécie provenientes da alienação de ações
Amazonas e os direitos adquiridos dos beneficiários a eles
preferenciais e ordinárias que possuam no capital de
vinculados, não podendo, em nenhuma hipótese,
empresas, conforme definida em lei;
descaracterizá-los, extingui-los ou incorporá-los ao Tesouro
Estadual. III - recursos provenientes contratos, convênios ou quaisquer
outros acordos, inclusive de antecipações, firmados com a
§ 2.º No caso do parágrafo anterior, todo o patrimônio do
União ou outros organismos, inclusive internacionais;
AMAZONPREV deverá ficar vinculado às finalidades afetas à
previdência dos servidores, seus dependentes e pensionistas IV - produtos decorrentes de receitas de privatizações,
estaduais. alienações de ações preferenciais e ordinárias que o Estado
do Amazonas, suas autarquias e fundações possuam no
§ 3.º Em nenhuma hipótese poderá haver transferência de
capital de empresas e outros ativos que lhes forem
recursos entre os FUNDOS instituídos por esta Lei
destinados.
Complementar.
§ 1.º Quando a dação de que trata este artigo recair sobre
§ 4.º. Aos militares, inclusive Corpo de Bombeiros, aplica-se
ações, o seu valor será apurado junto as Bolsas de Valores e
o disposto no artigo 25 desta Lei Complementar.
Mercados de Balcão formais, caso recaia sobre imóveis,
Art. 109. Todas as atividades de natureza previdenciária, deverá ser contratada empresa especializada emavaliação
atualmente desenvolvidas no âmbito dos Poderes Executivo, no setor de que se trate.
Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Tribunal de

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§ 2.º O Conselho de Administração somente aceitará os bens IX do art. 7º, os arts. 293 a 296 e 321 a 324, da Lei
oferecidos pelo Estado, se os mesmos se enquadrarem nas Complementar nº. 11, de 17 de dezembro de 1993, o art. 129
condições estabelecidas no Plano de Aplicações e da Lei nº. 1.639, de 30 de dezembro de 1983, os arts. 151,
Investimentos e desde que se revistam de boa liquidez e 71, 73, 109, 111, 112, 131 a 143 e 210 da Lei nº. 1.762 , de
rentabilidade e se encontrem em situação de regularidade 14 de novembro de 1986, os art. 132 a 144 da Lei n° 1.778,
dominial. de 08 de janeiro de 1987, o art. 25 da Lei nº. 2.531, de 16 de
abril de 1999, o art. 2º da Lei nº. 2.543, de 25 de junho de
§ 3.º O Estado terá o prazo de 30 (trinta) dias, contado da
1999, a Lei nº. 2.633, de 08 de janeiro de 2001, o parágrafo
notificação de aceitação dos bens oferecidos, para
único do art. 4º. da Lei nº. 2.600 de 4 de fevereiro de 2000,
concretizar a transferência destes para o AMAZONPREV.
o inciso VI do art. 3º. da Lei nº. 2.783 de 31 de janeiro de
§ 4.º O valor das transferências feitas pelo Estado e 2003, e as demais disposições em contrário. (1)
incorporados ao patrimônio do AMAZONPREV, nos termos
Art. 123 - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de
deste artigo, deverá ser atuarialmente considerado em cada
sua publicação.
reavaliação atuarial, respeitando-se sempre o limite mínimo,
também atuarialmente fixado, de aporte em dinheiro. GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS,
em Manaus, 27 de dezembro de 2.001.
Art. 114. Fica terminantemente proibido o uso de recursos
dos Fundos de Natureza Previdenciária para pagamento de
qualquer benefício ou serviço destinados às pessoas inscritas LEI DELEGADA N.º 87, DE 18 DE MAIO
no atual regime de previdência e que não puderem, nos
termos desta Lei Complementar, serem inscritas no DE 2.007
AMAZONPREV.
Parágrafo único. O AMAZONPREV poderá prestar o LEI DELEGADA
atendimento das pessoas de que trata este artigo, desde que
DISPÕE sobre a POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DOAMAZONAS,
haja repasse específico de verbas por parte do Estado.
definindo suas finalidades, competências e estrutura
Art. 115. O Estado do Amazonas intervirá, sempre que o organizacional, fixando o seu quadro de cargos
interesse público exigir, nos processos judiciais em que o comissionados e estabelecendo outras providências.
AMAZONPREV for parte do polo passivo e que digam
O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS
respeito a benefícios previdenciários. (1) (2) (17)
FAÇO SABER a todos os habitantes que, no exercício da
Parágrafo único. (Revogado). (3) delegação que me foi conferida pela Resolução Legislativa
Art. 116. Havendo alterações de ordem constitucional ou na n.º 408, de 27 de dezembro de 2.006, com a modificação de
legislação, que alterem prerrogativas dos servidores públicos prazo promovida pela Resolução Legislativa n.º 415, de 02 de
maio de 2.007, edito a seguinteLEI DELEGADA:
e militares do Estado, inclusive do Corpo de Bombeiros, no
tocante à seguridade funcional, serão procedidos os
necessários estudos atuariais e a pertinente adaptação do
CAPÍTULO I
Programa de Benefícios Previdenciários e do respectivo
DAS FINALIDADES E DAS COMPETÊNCIAS
Programa de Custeio Atuarial.
Art. 117. (Revogado) (18) Art. 1.º A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO AMAZONAS, órgão
Art. 118. (Revogado) (18) componente da Administração Direta do Poder Executivo,
integrando o Sistema de Segurança Pública do Amazonas,
Art. 119. (Revogado). (6) com subordinação ao Governador do Estado e vinculação,
Art. 120. (Revogado) (18) para fins operacionais, à Secretaria de Estado de Segurança
Pública - SSP, tem como finalidades:
Art. 121. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos
adicionais, nos orçamentos dos exercíciossubsequentes, I - exercício das função de Polícia Judiciária e apuração de
necessários à implementação do objeto desta Lei infrações penais, exceto as militares;
Complementar, utilizando como crédito às formas previstas II - realização de perícias criminais e médico-legais;
no artigo 43, § 1.°, incisos III e IV, da Lei Federal n.º 4.320, de
17 de março de 1964. (1) III - identificação civil e criminal.

Art. 122 - Ficam revogados as Leis nºs. 201, de 03 de maio de Art. 2.º Para o cumprimento do disposto no artigo anterior,
1965, 1.064, de 14 de dezembro de 1972, 1543, de 16 de sem prejuízo de outras ações e atividades previstas em
agosto de 1982, 1.705, de 02 de outubro de 1985, 2.017, de normas legais e regulamentares, compete à Polícia Civil do
04 de janeiro de 1991, 2.537, de 26 de maio de 1999, o inciso Estado do Amazonas:

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I - a promoção de intercâmbio policial com organizações 1. Divisão de Recebimento, Análise e Distribuição de


congêneres de âmbito nacional; Inquéritos e Termos Circunstanciados de Ocorrência, e de
Armazenamento de Material Apreendido - DRAD
II - a cooperação com as autoridades administrativas e
policiais na aplicação de medidas legais e regulamentares; 2. Seccionais
III - a colaboração com os demais órgãos integrantes do 2.1. Seccional Norte
Sistema de Segurança Pública na organização e execução de
2.2. Seccional Sul
serviços policiais relacionados com a prevenção e a
repressão da criminalidade intermunicipal e interestadual; 2.3. Seccional Leste
IV - a execução setorial das atividades relativas à 2.4. Seccional Oeste
administração de pessoal, material, finanças, orçamento e
2.5. Seccional Centro-Oeste
outros serviços administrativos auxiliares;
2.6. Seccional Centro-Sul.
V - a promoção do aprimoramento cultural e profissional dos
servidores policiais e administrativos, mediante treinamento 3. Delegacias Distritais de Polícia (1.º ao 30.º Distrito Policial)
e especialização funcional;
4. Delegacias Especializadas em:
VI - a colaboração na elaboração de planos que
4.1. Homicídios e Sequestros
salvaguardem a segurança em caso de calamidade pública;
4.2. Roubos, Furtos e Defraudações
VII - a execução de outras ações e atividades concernentes à
sua natureza ou determinadas pelo Chefe do Poder 4.3. Roubos e Furtos de Veículos
Executivo.
4.4. Ordem Política e Social
CAPÍTULO II
4.5. Crimes Contra a Fazenda Pública Estadual
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
4.6. Capturas e Polícia Interestadual - Polinter
Art. 3.º Dirigida pelo Delegado Geral de Polícia, com o auxílio
4.7. Crimes Contra o Consumidor
de um Delegado Geral Adjunto, a Polícia Civil do Estado do
Amazonas tem a seguinte estrutura organizacional: 4.8. Acidentes de Trânsito
I - ÓRGÃOS COLEGIADOS 4.9. Crimes Contra a Mulher
a) Conselho Superior de Polícia Civil 4.10. Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente
II - ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA E ASSESSORAMENTO 4.11. Apuração de Atos Infracionais Cometidos por Crianças
e Adolescentes
a) Gabinete
4.12. Crimes Contra o Idoso
b) Assessoria
4.13. Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo
c) Departamento Especializado em Combate às Organizações
Criminosas; 4.14. Crimes Contra o Turista
1. Divisão de Combate às Organizações Criminosas 4.15. Delegacia Interativa
d) Departamento de Atividades Policiais c) Departamento de Investigação sobre Narcóticos
1. Supervisão de Atividades Policiais 1. Núcleo DENARC Norte
III - ÓRGÃOS DE ATIVIDADES-MEIO 2. Núcleo DENARC Sul
a) Departamento de Administração e Finanças 3. Núcleo DENARC Leste
b) Departamento de Planejamento 4. Núcleo DENARC Oeste
c) Departamento de Controle e Avaliação d) Departamento de Tecnologia da Informação
IV - ORGÃOS DE ATIVIDADES-FIM e) Departamento de Polícia Técnico-Científica
a) Força Especial de Resgate e Assalto - FERA 1. Instituto de Identificação "Aderson Conceição de Melo"
b) Departamento de Polícia Metropolitana 2. Instituto de Criminalística
3. Instituto Médico-Legal "Dr. Antônio Hosannah da Silva
Filho"

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f) Departamento de Polícia do Interior Art. 4.º As unidades integrantes da estrutura organizacional


da Polícia Civil do Estado do Amazonas têm as seguintes
1. Delegacia Especializada em Prevenção e Repressão aos
competências, sem prejuízo de outras ações e atividades
Crimes Praticados nas Áreas Portuárias e Fluviais
previstas no seu Regimento Interno:
2. Delegacias Interativas de Polícia:
I - GABINETE - programação, coordenação, supervisão e
2.1. Manacapuru execução das atividades de representação política,
administrativa e social do Delegado Geral e do Delegado
2.2. Itacoatiara
Geral Adjunto;
2.3. Coari
II - ASSESSORIA - assistência ao Delegado Geral, ao Delegado
2.4. Parintins Geral Adjunto e aos Chefes de Departamento em assuntos
técnicos e administrativos; assessoramento aos gestores
2.5. Tabatinga
principais do órgão em matéria jurídica, por meio de
2.6. Tefé orientação ou mediante emissão de pareceres ou elaboração
de outros documentos, em processos ou procedimentos
2.7. Lábrea
pertinentes às finalidades e competências da Polícia Civil,
2.8. Eirunepé com vistas ao controle prévio da conformidade à lei dos atos
a serem praticados;
2.9. Humaitá
III - DEPARTAMENTO ESPECIALIZADO EM COMBATE ÀS
2.10. São Gabriel da Cachoeira
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS - coordenação, gerenciamento
3. Delegacias Interativas de Polícia, em número de 51 e controle das informações fornecidas pela Divisão de
(cinquenta e um), localizadas nos demais Municípios Combate às Organizações Criminosas e das Delegacias;
amazonenses (31.º ao 81.º DIP's). elaboração de planos e avaliação de medidas de segurança,
4. Delegacias Especializadas englobando as ações relativas a decorrente da análise estatística policial de dados e
Crimes Contra a Mulher, Proteção à Criança e ao realização de estudos sigilosos ou não, para fins operacionais
Adolescente, Apuração de Atos Infracionais e Crimes Contra das informações recebidas;
Idosos, localizadas nos Municípios de: IV - DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES POLICIAIS -
4.1. Manacapuru coordenação, assessoramento e gerenciamento do serviço
de supervisão da atividade policial, no concernente a
4.2. Itacoatiara representação operacional e administrativa, além da
4.3. Coari supervisão dos serviços advindos das Delegacias Distritais e
Especializadas, tanto na capital quanto no interior do Estado,
4.4. Parintins inclusive com prerrogativas para acompanhar os
4.5. Tabatinga procedimentos policiais sempre que necessário;

4.6. Tefé V - DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS -


supervisão, coordenação e execução, no âmbito doórgão,
4.7. Lábrea das atividades pertinentes a pessoal, material, patrimônio,
4.8. Eirunepé orçamento, contabilidade, finanças, informática e serviços
gerais, em consonância com as diretrizes emanadas dos
4.9. Humaitá respectivos órgãos centrais do Poder Executivo;
4.10. São Gabriel da Cachoeira VI - DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO - coordenação do
§ 1.º Os cargos de Delegado Geral e de Delegado Geral planejamento organizacional da Polícia Civil, por meio da
Adjunto são privativos de Delegado do Quadro de Pessoal da elaboração e acompanhamento de programas e projetos de
Polícia Civil do Estado do Amazonas, na forma do disposto no interesse da Instituição e do Sistema de Segurança Pública;
artigo 2.º, §§ 1.º e 2.º da Lei n.º 2271, de 10 de janeiro de implementação de medidas para otimizar e potencializar os
1.994. recursos existentes no órgão; orientação dos esforços em
busca da melhoria do desempenho da atividade policial e o
§ 2.º O Conselho Superior de Polícia Civil e a Força Especial gerenciamento da apuração, processamento e análise de
de Resgate e Assalto - FERA têm suas composições, banco de dados estatísticos da Polícia Civil;
competências e formas de funcionamento disciplinadas em
atos específicos, conforme o disposto na legislação aplicável. VII - DEPARTAMENTO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO -
avaliação e acompanhamento psicológico, social, médico e
CAPÍTULO III profissional dos servidores da Polícia Civil; elaboração de
DAS COMPETÊNCIAS DAS UNIDADES planos e metas que tornem eficazes a avaliação, o

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acompanhamento e o controle da atuação dos servidores da Parágrafo único. Compete ainda ao Delegado Geral de
Policia Civil, visando à valorização e à otimização dos Polícia, formalização de proposta ao Chefe do Poder para a
recursos humanos, das relações interpessoais, garantindo criação de outras Delegacias Especializadas ou Regionais em
melhor qualidade dos serviços prestados, bem como a decorrência da necessidade, do aumento da população, do
melhoria do atendimento à sociedade, estabelecendo índice de criminalidade, do índice econômico e de sua
qualidade de vida e bem-estar social; localização geográfica.
VIII - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA METROPOLITANA - Art. 6.º Sem prejuízo do disposto no Regimento Interno da
supervisão, coordenação e controle das atividades policiais Instituição, são atribuições comuns dos demais dirigentes
desenvolvidas na Capital do Estado, pelos organismos das unidades que compõem a estrutura organizacional da
policiais distritais e especializados que lhe são subordinados; Polícia Civil do Estado do Amazonas:
IX - DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO SOBRE NARCÓTICOS I - gerir as áreas operacionais sob sua responsabilidade;
– coordenação e atuação na prevenção e repressão dos
II - assegurar padrões satisfatórios de desempenho em suas
crimes de tráfico ilícito e uso indevido de substâncias
áreas de atuação;
entorpecentes que determinem dependência física ou
psíquica ou de matérias primas ou plantas destinadas a sua III - zelar pelos bens e materiais sob sua guarda, garantindo
preparação; apuração dos desvios, furtos ou roubos de adequada manutenção, conservação, modernidade e
substâncias entorpecentes ou que determinem dependência funcionamento;
física ou psíquica e na destruição das plantas nativas ou
IV - promover permanente avaliação dos servidores que lhes
cultivas que sirvam para a produção de substâncias
são subordinados, com vistas à constante melhoria dos
entorpecentes ou que determinem dependência física ou
serviços;
psíquica, bem como a troca de informações com as demais
autoridades policiais do País, com órgãos administrativos V - propor medidas disciplinares, na forma da legislação
federais e estaduais; fiscalização e controle do emprego e do específica;
uso clínico regular de tais substâncias;
VI - julgar os recursos contra atos de seus subordinados,
X - DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - quando couber;
coordenação e articulação da implantação de banco de
VII - executar outras ações, em razão da natureza da unidade
dados, visando às ações unificadas e integradas
sob sua direção, sob a orientação ou pordeterminação do
eletronicamente, sistematizando e disseminando a troca de
Delegado-Geral ou do Delegado-Geral Adjunto.
informações internas na Polícia Civil, e da Instituição com
outros órgãos da Administração Pública; administração e CAPÍTULO V
controle das informações tecnológicas de dados na área da
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO E
informação, internet, intranet, website, dando suporte,
coordenando e dirigindo as gerências de informática, DAS FUNÇÕES GRATIFICADAS
comunicação e estatística, subsidiando a administração a
Art. 7.º Os cargos de provimento em comissão da Polícia Civil
alimentação de dados destes setores;
do Estado do Amazonas são os especificadosno Anexo I desta
XI - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA - Lei, extintos os cargos constantes do Anexo I da Lei Delegada
supervisão, coordenação e controle da execução de tarefas n.º 60, de 29 de julho de 2.005.
específicas das unidades que o integram; elaboração de
Parágrafo único. Os cargos a que se refere este artigo serão
planos e programas nos campos da Criminalística,
ocupados, preferencialmente, por servidores daPolícia Civil
Identificação, Medicina Legal, de DNA Forense, de
do Estado do Amazonas.
Toxicologia Forense e de Anatopatologia Forense, a serem
observados pelos organismos subordinados; Art. 8.º O Delegado-Geral da Polícia Civil poderá atribuir
exclusivamente aos servidores da Instituição, atravésde ato
XII - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DO INTERIOR - supervisão,
próprio, Função Gratificada (FG) pelo exercício de encargo de
coordenação e controle das atividades e ações de Polícia
chefia, assessoramento ou direção, nos termosdo Anexo II
Judiciária nos Municípios do Interior do Estado;
desta Lei, extintas as funções gratificadas constantes do
CAPÍTULO IV Anexo II da Lei Delegada n.º 60, de 29 de julho de2.005.
DAS COMPETÊNCIAS DOS DIRIGENTES CAPÍTULO VI
Art. 5.º As competências do Delegado Geral de Polícia e do DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Delegado Geral Adjunto são as estabelecidas nos artigos 16
Art. 9.º Ficam mantidas na estrutura organizacional da
a 18 da Lei Delegada n.º 67, desta data.
Polícia Civil do Estado do Amazonas, pelo prazo de
90(noventa) dias, a Corregedoria Geral, a Comissão

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Permanente de Disciplina e a Academia de Polícia, Art. 3° - O Quadro Permanente de Pessoal da Polícia Civil,
emcumprimento ao disposto no artigo 6.º da Lei Delegada incluídos os recursos humanos do Departamento de Polícia
n.º 62, de 04 de maio de 2.007, e artigo 5.º da Lei Delegada Técnico-Científica, este com subordinação direta ao
n.º64, de 04 de maio de 2.007, respectivamente. Secretário de Estado de Segurança Pública e dirigido, com os
Institutos que o integram, por Peritos, é constituído de
Art. 10. As despesas decorrentes da execução desta Lei
cargos de provimento efetivo constantes do Anexo I desta
correrão à conta das dotações consignadas noOrçamento do
Lei, e de cargos de provimento em comissão, criados e
Pode Executivo para a Polícia Civil do Estado do Amazonas.
providos na forma da Lei.
Art. 11. Revogadas a Lei Delegada n.º 60, de 29 de julho de
§ 1° - Os vencimentos dos ocupantes de cargos de
2.005, e as demais disposições em contrário,esta Lei entra
provimento efetivo são os fixados no Anexo II desta Lei,
em vigor na data da sua publicação.
considerando-se absorvido pelos respectivos valores o
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, abono concedido pelo Decreto n.° 22.081, de 28 de agosto
em Manaus, 18 de maio de 2.007. de 2.001.
§ 2° - Sem prejuízo de outras parcelas de remuneração
LEI Nº 2875, DE 25 DE MARÇO DE 2004 dispostas em Lei e regulamentadas por ato do Chefe do
Poder Executivo, é assegurado aos titulares de cargos de
provimento efetivo:
LEI Nº 2875, de 25 de março de 2004.
I - a percepção dos vencimentos fixados na forma do
INSTITUI o PLANO DE CLASSIFICAÇÃO DE CARGOS, parágrafo anterior, a contar de l.° de janeiro de 2.004;
CARREIRAS E REMUNERAÇÃO dos servidores da Polícia Civil
II - o recebimento, a contar da mesma data, pelos integrantes
do Estado do Amazonas.
do Serviço Polícia Civil:
a) da Gratificação de Exercício Policial - GEP, nos valores
CAPÍTULO I fixados no Anexo II desta Lei para o respectivo cargo; e
DAS DISPOSIÇÕES INTRODUTÓRIAS b) do Auxílio-Moradia, destinado exclusivamente aos
policiais civis com exercício no Interior do Estado, e daAjuda
Art. 1.º - Fica instituído, na forma do disposto nesta Lei e seus
de Custo, ambas parcelas de caráter indenizatório, auferidas
anexos, o PLANO DE CLASSIFICAÇÃO DE CARGOS, CARREIRAS
na forma da Lei.
E REMUNERAÇÃO dos servidores da Polícia Civil do Estado do
Amazonas, destinado a prover os recursos humanos III - aos integrantes do Serviço Apoio Especifico à Polícia Civil
necessários ao desenvolvimento e à garantia de eficácia das a Gratificação de Atividades Técnico-Administrativas, na
atividades policiais a cargo do Estado. forma de regulamento, com readequação de níveis aos
vencimentos fixados por esta Lei.
Art. 2.º - Fundamentado na valorização profissional e na
qualidade de desempenho dos policiais civis do Estado, o § 3° - A descrição dos cargos de provimento efetivo e a tabela
Plano de Classificação de Cargos, Carreiras e Remuneração de transposição de cargos são as constantes,
instituído por esta Lei objetiva organizar o sistema de cargos respectivamente, dos Anexos III e IV desta Lei, considerando-
e carreiras da Polícia Civil, devendo ser observados na sua se, para efeito do disposto no parágrafo anterior, a
implantação: correspondência das transposições, incluídos os servidores
inativos e os pensionistas, na forma do artigo 7.° da Emenda
I os princípios básicos da legalidade, impessoalidade,
Constitucional n° 41, de 19 de dezembro de 2.003, à
moralidade, publicidade e eficiência;
Constituição da República, e aos policiais readaptados,
II a profissionalização e a competência no desempenho de segundo a legislação específica.
atividades, objetivando a otimização e a eficácia dos serviços
§ 4° - O Secretário de Estado de Segurança Pública poderá
policiais;
delegar a policiais militares, devidamente habilitados em
III o compromisso dos profissionais com a missão, os curso específico, o serviço de perícia de acidentes de
objetivos, as metas e a responsabilidade social da Polícia trânsito.
Civil;
Art. 4.º - As vantagens pessoais porventura auferidas por
IV a manutenção de uma programação sistemática de servidores da Polícia Civil, inclusive os inativos, provenientes
capacitação, aperfeiçoamento e atualização do servidor da da gratificação pelo exercício de cargo ou função de
Polícia Civil; confiança (quintos) e da gratificação por tempo de serviço
(quinquênios), na forma da Lei n.º 2.531, de 16 de abril de
V a garantia de incentivos remuneratórios mediante
1.999, serão pagas nos valores atualmente percebidos, não
progressão e promoção funcionais, nos termos desta Lei.

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sendo reajustadas em função dos valores fixados por esta vigente em determinada época, nominalmente identificado
Lei. e somente reajustável mediante a aplicação dos percentuais
gerais de reposição estabelecidos em Lei;
CAPÍTULO II
XIV JORNADA: a atividade exercida continuadamente, num
DAS DEFINIÇÕES GERAIS
mesmo dia, com duração fixada em razão das atribuições
Art. 5.º - Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes pertinentes aos respectivos cargos, respeitadas as condições
definições: e limites determinados em Lei, aplicando-se aos servidores
policiais a disciplina estabelecida em ato do Delegado Geral
I SERVIDOR: a pessoa legalmente investida em cargo público;
de Polícia;
II CARGO: a designação do conjunto de atribuições, deveres
XV EXERCÍCIO: a execução das atribuições estipuladas para
e responsabilidades cometidas a um servidor, identificando-
os cargos, segundo as normas legais e regulamentares
se pelas características de criação por Lei, denominação
aplicáveis;
própria, número certo e pagamento pelos cofres do Estado;
XVI PROGRESSÃO FUNCIONAL: a elevação do servidor à
III CLASSE: o conjunto de cargos de igual denominação e com
referência imediatamente superior, na mesma classe, ou à
iguais atribuições, deveres e responsabilidades e padrões de
classe imediatamente superior, dentro da mesma série de
vencimentos;
classes;
IV CARREIRA OU SÉRIE DE CLASSES: o conjunto de classes de
XVII VACÂNCIA: tempo durante o qual um cargo permanente
igual denominação, dispostas, hierarquicamente, de acordo
não está preenchido;
com o grau de complexidade das atribuições, nível de
responsabilidade e constitui a linha natural de promoção do XVIII LOTAÇÃO: compreende o número de servidores de
servidor; cada carreira e de cargos isolados que deva ter exercício em
cada unidade da estrutura organizacional da Polícia Civil;
V AUTORIDADE POLICIAL: os titulares dos cargos de
Delegado de Polícia Civil e de Comissário de Polícia Civil, dos XIX PROVIMENTO: o preenchimento de cargo público, na
quais constituem competência privativa a presidência de forma prevista em Lei;
Inquérito Policial, a lavratura de Autos de Prisão em
XX ENQUADRAMENTO: a modificação funcional do servidor
Flagrante e de Termos Circunstanciados de Ocorrência;
em decorrência de sua classificação no Plano, a partir da
VI GRUPO OCUPACIONAL: compreende classes ou séries de correspondência estabelecida na Tabela de Transposição de
classes que dizem respeito a atividades profissionais Cargos, conferindo-lhe direito ao vencimento
correlatas ou afins, quanto à natureza dos respectivos correspondente;
trabalhos ou ao ramo de conhecimentos aplicados ao seu
XXI QUADRO SUPLEMENTAR: o conjunto de cargos de
desempenho;
provimento efetivo para cujos ocupantes resulte inexeqüível
VII SERVIÇO: a justaposição de Grupos Ocupacionais, tendo o enquadramento, os quais poderão ser relotados em outros
em vista a identidade, a similaridade ou a conexidade das setores do Poder Executivo, para enquadramento em Planos
respectivas atividades funcionais; específicos.
VIII PLANO DE CLASSIFICAÇÃO: a aglutinação de todos os CAPÍTULO III
Serviços e Grupos Ocupacionais que compõem as diversas
DA CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS CARGOS
atividades da Polícia Civil;
Art. 6.º - Os cargos que compõem o Quadro Permanente de
IX QUADRO PERMANENTE DE PESSOAL: o conjunto de
Pessoal da Polícia Civil são dispostos em classes únicas ou
cargos, classes e séries de classes da Polícia Civil;
séries de classes, que integram grupos ocupacionais e
X FUNÇÃO: o conjunto de atribuições e responsabilidades de serviços.
um cargo, ou as atividades específicas a serem
Art. 7.º - A descrição dos cargos de provimento efetivo,
desempenhadas pelo servidor quando investido em cargo
consideradas as respectivas classes e carreiras, é a
público;
estabelecida no Anexo III desta Lei, compreendendo os
XI VENCIMENTO: a retribuição pecuniária pelo exercício de seguintes elementos:
cargo público, com valor fixado em Lei;
I denominação;
XII REMUNERAÇÃO: o somatório do vencimento do cargo
II especificação de classes;
com as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
em Lei, nestas incluídas as vantagens pessoais; III qualificação necessária;
XIII VANTAGEM PESSOAL: o valor pecuniário decorrente do IV natureza do trabalho, importando a descrição sintética
direito adquirido pelo servidor com base na legislação das atribuições e responsabilidades;

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V atividades típicas, compreendendo exemplos de tarefas. I - do cumprimento da qualificação necessária estabelecida


no Anexo III, dispensada dos atuais Investigadores eEscrivães
Art. 8.º - O código disposto para cada classe é que indicará a
a exigência de nível superior, tão somente para efeito da
retribuição pecuniária do seu ocupante, de acordo com as
transposição e do enquadramento nos referidos cargos,
tabelas de vencimentos e gratificações fixadas em Lei.
conforme o disposto nesta Lei;
CAPÍTULO IV
II - da correspondência estabelecida na Tabela de
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO Transposição de Cargos constante do Anexo IV;
Art. 9° - O servidor da Polícia Civil, no desempenho normal III - do tempo de serviço na classe atual, para os efeitos de
das funções de seu respectivo cargo, será remunerado classificação em cada referência da nova classe;
segundo o disposto nesta Lei, com observância dos seguintes
IV - da adoção sucessiva dos seguintes critérios de
princípios:
desempate, em caso de ocorrência de igualdade de
I - o vencimento é o fixado em lei para o respectivo código; condições:
II - a Gratificação de Exercício Policial - GEP; a) maior tempo de serviço na classe;
a) constitui vantagem permanente relativa à natureza do b) maior tempo de serviço na série de classes;
trabalho, devida pela efetiva execução de atividades
c) maior tempo de serviço na Policia Civil;
voltadas à repressão e à apuração de crimes e contravenções
penais, à ordem publica, à segurança pública e à defesa d) maior tempo de serviço público estadual;
social, destinando-se, exclusivamente, aos integrantes dos
e) maior tempo de serviço público;
grupos ocupacionais Autoridade Policial, Agente da
Autoridade Policial e Perícia; f) mais idade.
b) é extensiva aos similares inativos e pensionistas, nos Parágrafo único - A transposição e o enquadramento neste
termos do artigo 7º da Emenda Constitucional n° 41, de 19 artigo são restritos, para os Comissários de Polícia, aos
de dezembro de 2.003, à Constituição da República, e aos titulares dos cargos criados pela Lei n.° 2.634, de 09 de
policiais readaptados, segundo a legislação específica; janeiro de 2.001.
III - somente nos casos previstos em lei o servidor da Polícia Art. 11 - O enquadramento, resultante da aplicação dos
Civil que não estiver em exercício do cargo poderá perceber critérios estabelecidos nesta Lei, resultará de proposta
o vencimento, cujo direito de percepção cessará na data: formalizada por uma Comissão especialmente constituída
pelo Delegado Geral de Polícia Civil, cujo ato constitutivo
a) da exoneração do cargo;
definirá a metodologia a ser adotada e os instrumentos
b) da demissão, em qualquer caráter; necessários à sua aplicação, assegurada a representação do
Sindicato dos Delegados da Polícia Civil – SINDEPOL e do
c) da posse em outro cargo;
Sindicato dos Policiais Civis – SINPOL na referida Comissão.
d) da aposentadoria;
§ 1.º - Do enquadramento caberá recurso de revisão ao
e) do falecimento; Governador do Estado, no prazo de 10 (dez) dias contados
da publicação do ato respectivo, com julgamento nos 15
f) da ocorrência de quaisquer outros casos que determinem
(quinze) dias posteriores ao término do prazo para sua
a vacância.
admissão, ouvida, nesse prazo, a Comissão de
IV - é considerado em efetivo exercício o servidor policial civil Enquadramento.
regularmente matriculado em curso de Especialização,
§ 2.º - Os cargos remanescentes ao enquadramento
Mestrado ou Doutorado, e como tal assegurada a percepção
passarão a compor o Quadro Suplementar da Polícia Civil,
do vencimento e gratificações, estas quando cabíveis, desde
sendo extintos à medida que vagarem, assegurados aos seus
que o curso guarde pertinência com as atividades do
titulares os direitos auferidos à data da vigência desta Lei, os
respectivo cargo.
quais poderão ainda integrar-se aos quadros de outros
CAPÍTULO V organismos do Poder Executivo, mediante relocação,
atendidas as especificações e na conformidade de suas
DO ENQUADRAMENTO
habilitações.
Art. 10 - Os atuais servidores estatutários da Policia Civil
Art. 12 - Julgados os recursos e definida a situação de cada
serão enquadrados nos diversos cargos do Anexo I desta Lei
servidor, ato do Chefe do Poder Executivo revalidará ou
por ato do Chefe do Poder Executivo, decorrendo a nova
retificará, total ou parcialmente, as reclassificações,
situação funcional:
especificará os cargos vagos, declarará extintos os cargos
anteriormente ocupados pelos servidores reclassificados e

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definirá o Quadro Suplementar da Polícia Civil, na forma do § 2.º - Quando a nomeação decorrer de ato de integrantes
artigo anterior. dos Poderes Federal, Estaduais e Municipais e do Ministério
Público Federal e Estadual, deverá ser precedida de
Art. 13 - Concluído o enquadramento, as vagas
autorização expressa do Governador do Estado e o servidor
remanescentes do Quadro de Pessoal instituído por esta Lei
policial civil perderá o direito à percepção da Gratificação de
serão preenchidas mediante progressão funcional ou por
Exercício Policial – GEP, enquanto perdurar a disposição,
habilitação em concurso público de provas ou de provas e
aplicando-se lhe, no que couber, o disposto no parágrafo
títulos, nos termos da legislação e regulamentos específicos,
anterior.
para as vagas das classes iniciais.
§ 3.º - Constitui responsabilidade do setor de gerenciamento
CAPÍTULO VI
de recursos humanos da Polícia Civil o absoluto controle da
DA PROGRESSÃO FUNCIONAL mobilização dos disposicionamentos de seus servidores, com
a manutenção de quadro atualizado contendo o
Art. 14 - A partir do enquadramento autorizado por esta Lei,
quantitativo, a nomenclatura dos cargos onde passarem a
a progressão funcional dos ocupantes dos cargos constantes
exercer suas funções, o tempo de início e de término da
do Anexo I desta Lei dar-se-á sob as formas HORIZONTAL e
disposição, bem como o número ou referência ao ato
VERTICAL, obedecido, sempre, o critério de merecimento,
administrativo que ensejou a cessão do servidor e sua
compreendendo:
publicação no órgão de imprensa oficial.”
I PROGRESSÃO HORIZONTAL - a mudança de referência
“Art.183...................................................................................
dentro da mesma classe, cumprido o interstíciomínimo de
um ano na referência, sem depender da existência de vaga, I-..............................................................................................
mas sujeita à avaliação de desempenho e à habilitação nos
cursos relativos à respectiva carreira, realizados pela Escola II-.............................................................................................
de Governo;
III-............................................................................................
II PROGRESSÃO VERTICAL - a transferência para a referência
inicial da classe imediatamente superior, existindo vaga, IV-............................................................................................
satisfeita a qualificação necessária e cumprido o interstício V - Auxílio-moradia.”
mínimo de um ano na classe.
“Art.185 - O policial civil terá direito à percepção de ajuda
Art. 15 - A avaliação de desempenho para efeito de de custo, no valor correspondente a 01 (um) mês de
progressão horizontal far-se-á segundo parâmetros de remuneração, quando:
qualidade do exercício profissional, conforme disposto em
regulamento. I - entrar em exercício no Município do Interior para o qual
tenha sido designado por tempo superior a noventa dias;
Parágrafo único - Ocorrendo igualdade de condições, serão
adotados, sucessivamente, os critérios de desempate II - for promovido ou removido para a Capital ou removido
constantes do inciso IV, alíneas a a f, do artigo 10 desta Lei. por necessidade do serviço para Município distinto do qual
tenha atuação por período superior ao previsto no item
CAPÍTULO VII anterior;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS III - matriculado em escola, Academia ou outros centros de
Art. 16 - A Lei n.º 2.271, de 10 de janeiro de 1.994 - Estatuto aperfeiçoamento fora do Estado, após autorização
do Policial Civil, passa a vigorar com as seguintes alterações: governamental, por período superior a noventa dias.
“Art. 34 - O policial civil que for nomeado para o cargo Parágrafo único - Quando o exercido do cargo ao qual for
comissionado em organismo não integrante do Sistema designado se der por tempo inferior ao previsto neste artigo,
Estadual de Segurança Pública ficará, automaticamente, à o policial civil deverá efetuar, voluntariamente, a devolução
disposição do órgão ou entidade onde tiver exercício, em dos valores percebidos a titulo de ajuda de custo em igual
cuja folha de pagamento será incluído, sem prejuízo de prazo ou, compulsoriamente, será deduzido de sua
todas as parcelas de sua remuneração reguladas por Lei, remuneração mensal nos noventa dias seguintes em três
respeitados os parâmetros legais referentes à forma de parcelas iguais”.
acumulação e de limite remuneratório. “Art. 186 - Correm por conta da Administração as despesas
§ 1.º - Ocorrendo a nomeação de que trata este artigo no de transporte do policial civil, de sua família e de um
curso do estágio probatório, o respectivo prazo ficará serviçal, compreendendo passagens e bagagens, desde que
suspenso, até o retorno do servidor ao Sistema de Segurança o deslocamento se enquadre em uma das hipóteses
Pública. previstas no artigo anterior, sendo a indenização paga pelo
órgão competente antes do embarque do servidor.

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§ 1° - Entende-se por bagagem o conjunto de objetos de uso Parágrafo único - A lotação em unidades policiais do Interior
pessoal que o policial civil possa conduzir em malas, sacos e do Estado deverá ser provida preferencialmente por
pacotes, conforme pesos e medidas e peso delimitados por servidores em inicio de carreira, observando-se a ordem
ato do Delegado Geral de Polícia Civil. § 2º - É assegurada à decrescente de classificação no concurso de ingresso na
família do funcionário que falecer na nova sede ajuda de carreira.
custo e transporte para retorno à localidade de origem, no
Art. 18 - As despesas decorrentes da execução desta Lei
prazo de um ano, contado do óbito.”
correrão à conta das dotações especificas consignadas no
SUBSEÇÃO V Orçamento do Poder Executivo para a Polícia Civil do Estado
do Amazonas, operando-se os efeitos financeiros do
DO AUXÍLIO-MORADIA
enquadramento a contar da data estabelecida no ato
específico.
“Art 197 - O policial civil com exercício no Interior do Estado Art 19 - Ficam revogados o inciso VI do artigo 183 e os artigos
por tempo superior a 30 (trinta) dias, em Município onde 109 e 199 da Lei n° 2.271, de 10 de janeiro de 1.994 - Estatuto
não houver residência oficial ou outro imóvel cedido pelo do Policial Civil, e, com a ressalva decorrente da execução do
poder público para fins residenciais, fará jus a Auxílio- artigo 12 desta Lei, a Lei n.° 2.379, de 10 de janeiro de 1.996,
Moradia, correspondente aos seguintes percentuais da com suas posteriores alterações, e as demais disposições em
respectiva remuneração vigente: contrário.
I - Delegado e Comissário de Policia 15% (quinze por cento); Art. 20 - Respeitada a retroação estabelecida no § 2° do
artigo 3° e os efeitos estabelecidos no artigo 18, esta Lei
II - Perito -20% (vinte por cento);
entra em vigor na data de sua publicação.
III - Investigadores e Escrivães - 30% (trinta por cento).
§ 1º - Com a finalidade de custear as despesas de
manutenção do imóvel, será reduzido à metade o percentual LEGISLAÇÃO ESPECIAL
da remuneração atribuído, a título de Auxílio-Moradia, ao
policial civil residente em Município onde houver residência
oficial ou imóvel outro cedido pelo poder público. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE
§ 2° - O policial civil designado precariamente para 2006
desempenho de missões e/ou operações no Interior, ainda
que por tempo superior a 30 (trinta) e inferior a 60 (sessenta)
dias, desde que não acompanhado de sua família, não fará LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
jus à percepção de auxílio-moradia passando a indenização Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas
por sua alimentação e pousada a ser percebida a titulo de
diárias”. sobre Drogas- Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
“Art 200 - Além do vencimento e de outras parcelas de dependentes de drogas; estabelece normas para repressão
remuneração previstas em Lei e regulamentadas por ato do à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
Chefe do Poder Executivo, serão devidas aos policiais civis define crimes e dá outras providências.
as gratificações e adicionais a seguir especificados:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
I - Gratificação de Curso; Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - Gratificação Natalina; TÍTULO I
III - Gratificação pela prestação de Serviço Extraordinário que DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
excederá respectiva escala de trabalho, organizada de
acordo com as garantias constitucionais aplicáveis; Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
IV - Adicional de Serviço Noturno, na forma constitucional; prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
V- Adicional pelo Exercício de Atividades Insalubres ou usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
Penosas”. repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes.
Art. 17 - A atuação dos policiais civis no Interior do Estado
dar-se-á com suas designações para exercício nas respectivas Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como
Delegacias, por ato do Delegado Geral de Polícia Civil, drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar
permitida a convocação para a Capital, a qualquer tempo, dependência, assim especificados em lei ou relacionados em
em razão da necessidade de serviço.

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listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais
União. de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua
autorização legal ou regulamentar, bem como o que nas atividades do Sisnad;
estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de
a interdependência e a natureza complementar das
uso estritamente ritualístico-religioso.
atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local drogas;
e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de
as ressalvas supramencionadas.
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
TÍTULO II usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
DROGAS
XI - a observância às orientações e normas emanadas do
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção
social de usuários e dependentes de drogas; I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a
torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e
de drogas.
outros comportamentos correlacionados;
CAPÍTULO I
II - promover a construção e a socialização do conhecimento
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS sobre drogas no país;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE III - promover a integração entre as políticas de prevenção
DROGAS do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
Art. 4o São princípios do Sisnad:
autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; Estados e Municípios;
II - o respeito à diversidade e às especificidades IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração
populacionais existentes; e a articulação das atividades de que trata o art. 3 o desta Lei.
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania CAPÍTULO II
do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
proteção para o uso indevido de drogas e outros
comportamentos correlacionados; DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
participação social, para o estabelecimento dos Art. 6o (VETADO)
fundamentos e estratégias do Sisnad;
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre central e a execução descentralizada das atividades
Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
participação social nas atividades do Sisnad; estadual e municipal e se constitui matéria definida no
regulamento desta Lei.
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua Art. 8o (VETADO)
produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
CAPÍTULO III
(VETADO)

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Art. 9o (VETADO) IV - o compartilhamento de responsabilidades e a


colaboração mútua com as instituições do setor privado e
Art. 10. (VETADO)
com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
Art. 11. (VETADO) dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;
Art. 12. (VETADO)
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
Art. 13. (VETADO)
adequadas às especificidades socioculturais das diversas
Art. 14. (VETADO) populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
CAPÍTULO IV VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do
uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
atividades de natureza preventiva, quando da definição dos
SOBRE DROGAS objetivos a serem alcançados;
Art. 15. (VETADO) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais
vulneráveis da população, levando em consideração as suas
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à
necessidades específicas;
saúde e da assistência social que atendam usuários ou
dependentes de drogas devem comunicar ao órgão VIII - a articulação entre os serviços e organizações que
competente do respectivo sistema municipal de saúde os atuam em atividades de prevenção do uso indevido de
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da drogas e respectivos familiares;
União.
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais,
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao artísticas, profissionais, entre outras, como forma de
tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
do Poder Executivo.
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada
TÍTULO III na área da prevenção do uso indevido de drogas para
profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
ATENÇÃO E XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do
uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE
privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos
DROGAS
conhecimentos relacionados a drogas;
CAPÍTULO I
XII - a observância das orientações e normas emanadas do
DA PREVENÇÃO Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle
social de políticas setoriais específicas.
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido
direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar
e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho
proteção. Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de CAPÍTULO II
drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua
relação com a comunidade à qual pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e
científica como forma de orientar as ações dos serviços dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida
estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de
drogas.
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade
individual em relação ao uso indevido de drogas; Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
usuário ou do dependente de drogas e respectivos

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familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser
sua integração ou reintegração em redes sociais. aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do
e o defensor.
usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares
devem observar os seguintes princípios e diretrizes: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
independentemente de quaisquer condições, observados os
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional I - advertência sobre os efeitos das drogas;
de Assistência Social;
II - prestação de serviços à comunidade;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e
III - medida educativa de comparecimento a programa ou
reinserção social do usuário e do dependente de drogas e
curso educativo.
respectivos familiares que considerem as suas
peculiaridades socioculturais; § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
III - definição de projeto terapêutico individualizado,
destinadas à preparação de pequena quantidade de
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e
substância ou produto capaz de causar dependência física ou
de danos sociais e à saúde;
psíquica.
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
respectivos familiares, sempre que possível, de forma
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
substância apreendida, ao local e às condições em que se
V - observância das orientações e normas emanadas do desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem
Conad; como à conduta e aos antecedentes do agente.
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
de políticas setoriais específicas. artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
programas de atenção ao usuário e ao dependente de máximo de 10 (dez) meses.
drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
em programas comunitários, entidades educacionais ou
previsão orçamentária adequada.
assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
Municípios poderão conceder benefícios às instituições preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
privadas que desenvolverem programas de reinserção no recuperação de usuários e dependentes de drogas.
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas
encaminhados por órgão oficial.
a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência submetê-lo, sucessivamente a:
social, que atendam usuários ou dependentes de drogas
I - admoestação verbal;
poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua
disponibilidade orçamentária e financeira. II - multa.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
privativa de liberdade ou submetidos a medida de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua especializado.
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o
inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa,
CAPÍTULO III
em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior
DOS CRIMES E DAS PENAS a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a

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capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a
até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à
proteção ao meio ambiente, o disposto noDecreto no 2.661,
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a
multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à
autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do
conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Meio Ambiente - Sisnama.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

TÍTULO IV
CAPÍTULO II
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DOS CRIMES
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
CAPÍTULO I
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
DISPOSIÇÕES GERAIS gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento
preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas
ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende,
demais exigências legais. expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
sem autorização ou em desacordo com determinação legal
destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de
químico destinado à preparação de drogas;
tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
medidas necessárias para a preservação da prova. desacordo com determinação legal ou regulamentar, de
plantas que se constituam em matéria-prima para a
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no
preparação de drogas;
prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras
necessárias à preservação da prova. III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será
consente que outrem dele se utilize, ainda que
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
competente, na presença de representante do Ministério
drogas.
Público e da autoridade sanitária competente, mediante
auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de
incineração. droga:
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro,
tudo lavrando auto de levantamento das condições
a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
medidas necessárias para a preservação da prova. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
o pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
§ 1 (Revogado).
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 2o (Revogado).
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois

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terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6
não se dedique às atividades criminosas nem integre (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de
transporte coletivo de passageiros.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aumentadas de um sexto a dois terços, se:
aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
fabricação, preparação, produção ou transformação de
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
drogas, sem autorização ou em desacordo com
transnacionalidade do delito;
determinação legal ou regulamentar:
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de
pública ou no desempenho de missão de educação, poder
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
familiar, guarda ou vigilância;
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais
700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes
definido no art. 36 desta Lei.
públicos;
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça,
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento intimidação difusa ou coletiva;
de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, entre estes e o Distrito Federal;
organização ou associação destinados à prática de qualquer
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. determinação;
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
voluntariamente com a investigação policial e o processo
regulamentar:
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um
terço a dois terços.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com
agente. preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal,
a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo
personalidade e a conduta social do agente.
de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de
outrem: Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a
39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou
um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de
não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
o maior salário-mínimo.
(quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de
crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser

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aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda requisições dos exames e perícias necessários.
que aplicadas no máximo.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências
o
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 , e 34 a previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato
37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão vedada a detenção do agente.
de suas penas em restritivas de direitos.
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito,
dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária
dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente entender conveniente, e em seguida liberado.
específico.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, proposta.
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
de determinar-se de acordo com esse entendimento.
caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
por força pericial, que este apresentava, à época do fato protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste no 9.807, de 13 de julho de 1999.
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Seção I
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 Da Investigação
desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte
avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do e quatro) horas.
agente para tratamento, realizada por profissional de saúde
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
com competência específica na forma da lei, determinará
e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o
que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga,
Lei.
firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa
CAPÍTULO III idônea.
DO PROCEDIMENTO PENAL § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
1o deste artigo não ficará impedido de participar da
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes
elaboração do laudo definitivo.
definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo,
aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz,
Processo Penal e da Lei de Execução Penal. no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal
do laudo de constatação e determinará a destruição das
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28
drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à
desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos
realização do laudo definitivo.
nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na
forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de § 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado
setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na
Criminais. presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a
não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto
ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, neste a destruição total delas.

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Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou
ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, de colaboradores.
no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da
Seção II
apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do
laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o Da Instrução Criminal
procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação,
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10
dias, quando solto. (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo I - requerer o arquivamento;
podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
mediante pedido justificado da autoridade de polícia
judiciária. III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e
requerer as demais provas que entender pertinentes.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei,
a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação
inquérito ao juízo: do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo
de 10 (dez) dias.
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
justificando as razões que a levaram à classificação do delito, § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e
indicando a quantidade e natureza da substância ou do exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar
produto apreendido, o local e as condições em que se todas as razões de defesa, oferecer documentos e
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a justificações, especificar as provas que pretende produzir e,
conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
II - requererá sua devolução para a realização de diligências § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos
necessárias. termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo
de diligências complementares: § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até
3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de
valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso,
nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo realização de diligências, exames e perícias.
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para
e julgamento.
a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do
aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do
Ministério Público, os seguintes procedimentos
disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
investigatórios:
ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário
investigação, constituída pelos órgãos especializados público, comunicando ao órgão respectivo.
pertinentes;
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização
sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se
a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de realizará em 90 (noventa) dias.
integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o
prejuízo da ação penal cabível.
interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas,
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do
autorização será concedida desde que sejam conhecidos o Ministério Público e ao defensor do acusado, para

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sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada determinar a prática de atos necessários à conservação de
um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. bens, direitos ou valores.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz § 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos
indagará das partes se restou algum fato para ser ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o Público, quando a sua execução imediata possa
entender pertinente e relevante. comprometer as investigações.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado
para isso lhe sejam conclusos. o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo
competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido
Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos
controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou
órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso
quantidade da substância ou do produto, ou sobre a
indevido, na atenção e reinserção social de usuários e
regularidade do respectivo laudo, determinará que se
dependentes de drogas e na repressão à produção não
proceda na forma do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se,
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
para eventual contraprova, a fração que fixar.
interesse dessas atividades.
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos,
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de
quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar,
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do
expedição de certificado provisório de registro e
laudo toxicológico.
licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão
prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim que decretar o seu perdimento em favor da União.
reconhecido na sentença condenatória.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte, os maquinários, utensílios,
instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para
CAPÍTULO IV
a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia
DO ACUSADO judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na
forma de legislação específica.
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade
Público ou mediante representação da autoridade de polícia
de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias
relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo,
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como
que constituam proveito auferido com sua prática, ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo competente a intimação do Ministério Público.
Penal.
§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo,
o
§ 1 Decretadas quaisquer das medidas previstas neste em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias
origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão. autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das
correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz
autos o recibo.
decidirá pela sua liberação.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o
Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá
comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz
ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a

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União, por intermédio da Senad, indicar para serem § 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e
colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha
judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos sido decretado em favor da União.
nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim
operações de repressão à produção não autorizada e ao
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste
tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas
artigo.
atividades.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins
do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério
previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienação
Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e
deverá conter a relação de todos os demais bens
valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua
local onde se encontram.
destinação nos termos da legislação vigente.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar
será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação
convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com
autônoma em relação aos da ação penal principal.
organismos orientados para a prevenção do uso indevido de
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de dependentes e a atuação na repressão à produção não
instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na
a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo liberação de equipamentos e de recursos por ela
decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens arrecadados, para a implantação e execução de programas
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o relacionados à questão das drogas.
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
TÍTULO V
edital com prazo de 5 (cinco) dias.
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
leilão.
intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos
judicial a quantia apurada, até o final da ação penal regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos
com os valores de que trata o § 3o deste artigo. jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas,
de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos
solicitado, cooperação a outros países e organismos
contra as decisões proferidas no curso do procedimento
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
previsto neste artigo.
colaboração, nas áreas de:
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste
I - intercâmbio de informações sobre legislações,
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações
experiências, projetos e programas voltados para atividades
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao
de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção
equivalente órgão de registro e controle a expedição de
social de usuários e dependentes de drogas;
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor
da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e
deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. químicos;
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, produtores e traficantes de drogas e seus precursores
seqüestrado ou declarado indisponível. químicos.
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela
cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da
União, serão revertidos diretamente ao Funad. TÍTULO VI

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Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos


arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
são da competência da Justiça Federal.
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que
1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista
não sejam sede de vara federal serão processados e julgados
mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias
na vara federal da circunscrição respectiva.
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob
controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio Art. 71. (VETADO)
de 1998.
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, ofício, mediante representação da autoridade de polícia
de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do judiciária, ou a requerimento do Ministério Público,
Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e
diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do na forma prevista no § 1o do art. 32 desta Lei, à destruição
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema de drogas em processos já encerrados.
previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
judiciárias.
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, Público, determinará a destruição das amostras guardadas
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na para contraprova, certificando isso nos autos.
prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados
social de usuários e dependentes e na repressão da
visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
indevido de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os
empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de
Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e
ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde
repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem,
com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social
em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao
de usuários e dependentes de drogas.
juízo perante o qual tramite o feito:
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou
após a sua publicação.
liquidação, sejam lacradas suas instalações;
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda,
em depósito, das drogas arrecadadas; Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e
118o da República.
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
acompanhar o feito. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas
na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem
a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado. LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo,
o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º,
pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos
inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras
Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
providências.
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
especialidades farmacêuticas em condições de emprego
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes,
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de
todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
saúde.
de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

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I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e
IV, V, VI e VII); de 3/5 (três quintos), se reincidente.

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
§ 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), fundamentadamente se o réu poderá apelar em
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito liberdade.
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
grau, em razão dessa condição; período em caso de extrema e comprovada
necessidade.
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. permanência em presídios estaduais ponha em risco a
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); ordem ou incolumidade pública.

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); Art. 4º (Vetado).

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte
4o); inciso:

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico
VII-A – (VETADO) ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de natureza."
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º;
no 9.677, de 2 de julho de 1998). 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270;
caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de seguinte redação:
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). "Art.157.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta
de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma multa.
de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826,
de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. Art.159. Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico § 1º Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de: § 2º Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança. Art. 213. Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida Art. 214. Pena - reclusão, de seis a dez anos.
inicialmente em regime fechado.
Art. 223. Pena - reclusão, de oito a doze anos.

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Parágrafo único.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
1989.
Art. 267. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
Art. 270. Pena - reclusão, de dez a quinze anos. cor

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
parágrafo: Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o


Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes
coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a
etnia, religião ou procedência nacional.
dois terços."
Art. 2º (Vetado).
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes
hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou
Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar
à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu Pena: reclusão de dois a cinco anos.
desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e nacional, obstar a promoção funcional.
3º, 213, caput e sua combinação com oart. 223,
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são
acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta Pena: reclusão de dois a cinco anos.
anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
preconceito de descendência ou origem nacional ou
passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte
étnica:
redação:
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
"Art.35.
empregado em igualdade de condições com os demais
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo
trabalhadores
serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
previstos nos arts. 12, 13 e 14."
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar
Art. 11. (Vetado). outra forma de benefício profissional;

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. salário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
da República. serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da
igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra
FERNANDO COLLOR forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de
Bernardo Cabral aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
atividades não justifiquem essas exigências.

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Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento Pena: reclusão de dois a quatro anos.
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente
ou comprador. Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o
casamento ou convivência familiar e social.
Pena: reclusão de um a três anos.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de Art. 15. (Vetado).
qualquer grau.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
Pena: reclusão de três a cinco anos. função pública, para o servidor público, e a suspensão do
funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de superior a três meses.
dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 17. (Vetado).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei
não são automáticos, devendo ser motivadamente
Pena: reclusão de três a cinco anos. declarados na sentença.

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em Art. 19. (Vetado).


restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes
abertos ao público. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
Pena: reclusão de um a três anos. nacional.)

Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em Pena: reclusão de um a três anos e multa.
estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes
sociais abertos ao público. § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos,
emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que
Pena: reclusão de um a três anos. utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação
do nazismo.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões
de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido
Pena: reclusão de um a três anos. por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza:
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios
públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
aos mesmos:
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar,
Pena: reclusão de um a três anos. ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes
do inquérito policial, sob pena de desobediência:
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos
qualquer outro meio de transporte concedido. exemplares do material respectivo;

Pena: reclusão de um a três anos. II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas,


televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em meio;
qualquer ramo das Forças Armadas.

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III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento
informação na rede mundial de computadores. imediatamente ao interessado.

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de
após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa de NCR$
material apreendido.
0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos),
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. Parágrafo único. Quando a infração for praticada por
preposto ou agente de pessoa jurídica, considerar-se-á
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a
101º da República. retenção, a menos que haja , pelo executante, desobediência
ou inobservância de ordens ou instruções expressas,
JOSÉ SARNEY quando, então, será este o infrator.
Paulo Brossard
Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei
dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE sua publicação.
1968.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.
Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de
identificação pessoal. Brasília, 6 de dezembro de 1968; 147º da Independência e
80º da República.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma 1965.
pessoa jurídica, de direito público ou de direito privado, é
lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.
ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou
pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o Regula o Direito de Representação e o processo de
serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de
certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, abuso de autoridade.
comprovante de naturalização e carteira de identidade de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
estrangeiro.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for
exigida a apresentação de documento de identificação, a Art. 1º O direito de representação e o processo de
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5 responsabilidade administrativa civil e penal, contra as
(cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem
seguida o documento ao seu exibidor. abusos, são regulados pela presente lei.

§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de
petição:
ordem judicial poderá ser retido qualquer documento de
identificação pessoal.
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável respectiva sanção;
para a entrada de pessoa em órgãos públicos ou particulares,

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b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
competência para iniciar processo-crime contra a autoridade carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
culpada. despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer
quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação recibo de importância recebida a título de carceragem,
do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
houver.
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder
ou sem competência legal;
a) à liberdade de locomoção;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
b) à inviolabilidade do domicílio; medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
c) ao sigilo da correspondência; liberdade.

d) à liberdade de consciência e de crença; Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
e) ao livre exercício do culto religioso;
remuneração.
f) à liberdade de associação;
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
administrativa civil e penal.
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do
voto;
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
gravidade do abuso cometido e consistirá em:
h) ao direito de reunião;
a) advertência;
i) à incolumidade física do indivíduo;
b) repreensão;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional.
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
d) destituição de função;
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
e) demissão;
poder;

f) demissão, a bem do serviço público.


b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou
a constrangimento não autorizado em lei;
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente
quinhentos a dez mil cruzeiros.
a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras


d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
detenção ilegal que lhe seja comunicada;

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;


e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
prestar fiança, permitida em lei;
b) detenção por dez dias a seis meses;

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c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de § 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em
qualquer outra função pública por prazo até três anos. duas vias.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade
aplicadas autônoma ou cumulativamente. houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade a) promover a comprovação da existência de tais vestígios,
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser por meio de duas testemunhas qualificadas;
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. audiência de instrução e julgamento, a designação de um
perito para fazer as verificações necessárias.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou § 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e
militar competente determinará a instauração de inquérito prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
para apurar o fato. apresentarão por escrito, querendo, na audiência de
instrução e julgamento.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis § 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. poderá conter a indicação de mais duas testemunhas.

§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
militar normas reguladoras do inquérito administrativo apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes
a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto as razões invocadas, fará remessa da representação ao
dos Funcionários Públicos Civis da União). Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação
autoridade civil ou militar. privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à intervir em todos os termos do processo, interpor recursos
autoridade administrativa ou independentemente dela, e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
poderá ser promovida pela vítima do abuso, a retomar a ação como parte principal.
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade
culpada. Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou
Art. 10. Vetado rejeitando a denúncia.

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de § 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz
Processo Civil. designará, desde logo, dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, que deverá ser realizada,
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério
Público, instruída com a representação da vítima do abuso. § 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
final e para comparecer à audiência de instrução e
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação julgamento, será feita por mandado sucinto que, será
da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, acompanhado da segunda via da representação e da
denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso denúncia.
de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem
assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser
apresentada em juízo, independentemente de intimação.

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Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o
Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
providências. caberão os recursos e apelações previstas no Código de
Processo Penal.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o
representante do Ministério Público ou o advogado que Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e
tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. 77º da República.

Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se H. CASTELLO BRANCO


se ausente o Juiz. Juracy Magalhães

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, Define os crimes de tortura e dá outras providências.
se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia
útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
excepcionalmente, no local que o Juiz designar. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o
interrogatório do réu, se estiver presente. I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para da vítima ou de terceira pessoa;
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um,
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
pessoal ou medida de caráter preventivo.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente Pena - reclusão, de dois a oito anos.
a sentença. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental,
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os resultante de medida legal.
depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença. § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
detenção de um a quatro anos.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão. gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados
nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre I - se o crime é cometido por agente público;
motivadamente, até o dobro.

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II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; e de dignidade.
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-
se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
do prazo da pena aplicada.
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ambiente social, região e local de moradia ou outra condição
ou anistia. que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em
que vivem.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
fechado. geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
jurisdição brasileira.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
circunstâncias;
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da
relevância pública;
República.
c) preferência na formulação e na execução das políticas
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
sociais públicas;
Nelson A. Jobim
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
outras providências.
fundamentais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,
os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
Título I
desenvolvimento.
Das Disposições Preliminares
Título II
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
Dos Direitos Fundamentais
ao adolescente.
Capítulo I
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente Do Direito à Vida e à Saúde
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
vinte e um anos de idade. sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da programas e às políticas de saúde da mulher e de
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,

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puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal § 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde
integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por
ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
profissionais da atenção primária.
materno e à alimentação complementar saudável, de forma
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante contínua.
garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação,
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido
deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de
o direito de opção da mulher.
coleta de leite humano.
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados
alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
a:
primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de
apoio à amamentação. I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
o prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 4 Incumbe ao poder público proporcionar assistência
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
inclusive como forma de prevenir ou minorar as impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
consequências do estado puerperal. sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser
prestada também a gestantes e mães que manifestem III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem
gestantes e mães que se encontrem em situação de privação como prestar orientação aos pais;
de liberdade.
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
o
§ 6 A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) necessariamente as intercorrências do parto e do
acompanhante de sua preferência durante o período do pré- desenvolvimento do neonato;
natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre a permanência junto à mãe.
aleitamento materno, alimentação complementar saudável
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
prestando orientações quanto à técnica adequada,
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
estimular o desenvolvimento integral da criança.
utilizando o corpo técnico já existente.
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da
intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
equidade no acesso a ações e serviços para promoção,
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da proteção e recuperação da saúde.
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
consultas pós-parto.
necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à reabilitação.
mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses
que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema
e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de
com o sistema de ensino competente, visando ao
acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas
desenvolvimento integral da criança.
necessidades específicas.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
frequente de crianças na primeira infância receberão
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa
formação específica e permanente para a detecção de sinais
de liberdade.
de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer necessário.

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Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade


inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
responsável, nos casos de internação de criança ou
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
adolescente.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
aspectos:
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, comunitários, ressalvadas as restrições legais;
sem prejuízo de outras providências legais.
II - opinião e expressão;
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
III - crença e culto religioso;
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
da Juventude.
V - participar da vida familiar e comunitária, sem
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de discriminação;
entrada, os serviços de assistência social em seu
VI - participar da vida política, na forma da lei;
componente especializado, o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
integridade física, psíquica e moral da criança e do
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
natureza, formulando projeto terapêutico singular que
espaços e objetos pessoais.
inclua intervenção em rede e, se necessário,
acompanhamento domiciliar. Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
assistência médica e odontológica para a prevenção das
constrangedor.
enfermidades que ordinariamente afetam a população
infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
educadores e alunos. educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção,
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais,
recomendados pelas autoridades sanitárias.
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis,
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde pelos agentes públicos executores de medidas
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
direcionadas à mulher e à criança.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
adolescente que resulte em:
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida,
com orientações sobre saúde bucal. a) sofrimento físico; ou
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos b) lesão;
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus de tratamento em relação à criança ou ao adolescente
primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro que:
instrumento construído com a finalidade de facilitar a
a) humilhe; ou
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da
criança, de risco para o seu desenvolvimento b) ameace gravemente; ou
psíquico. c) ridicularize.
Capítulo II

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Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do
responsáveis, os agentes públicos executores de medidas art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do
de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel
meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou,
ou degradante como formas de correção, disciplina,
nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
responsável, independentemente de autorização judicial.
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: § 5o Será garantida a convivência integral da criança com a
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de
proteção à família; § 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
especializada multidisciplinar.
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico; Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em
entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
III - encaminhamento a cursos ou programas de
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
orientação;
Juventude.
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
especializado;
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
V - advertência. apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando
inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão
puerperal.
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais. § 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
determinar o encaminhamento da gestante ou mãe,
Capítulo III
mediante sua expressa concordância, à rede pública de
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária saúde e assistência social para atendimento especializado.
Seção I § 3o A busca à família extensa, conforme definida nos
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o
Disposições Gerais
prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e período.
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de
família substituta, assegurada a convivência familiar e
não existir outro representante da família extensa apto a
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá
integral.
decretar a extinção do poder familiar e determinar a
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver
programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva
situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, programa de acolhimento familiar ou institucional.
devendo a autoridade judiciária competente, com base em
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de
relatório elaborado por equipe interprofissional ou
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado,
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do
possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei. § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o
genitor nem representante da família extensa para
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda,
programa de acolhimento institucional não se prolongará
a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe,
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem
necessidade que atenda ao seu superior interesse,
esteja habilitado a adotá-la.
devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária. § 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
seguinte à data do término do estágio de convivência.
adolescente à sua família terá preferência em relação a
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída § 8o Na hipótese de desistência pelos genitores -
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, manifestada em audiência ou perante a equipe

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interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
a criança será mantida com os genitores, e será determinado direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados
pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento no cuidado e na educação da criança, devendo ser
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. resguardado o direito de transmissão familiar de suas
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento,
estabelecidos nesta Lei.
respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo
do poder familiar.
de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
decretação da medida, a criança ou o adolescente será
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de
mantido em sua família de origem, a qual deverá
programa de apadrinhamento.
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e oficiais de proteção, apoio e promoção.
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e
a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social,
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão,
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.
contra o próprio filho ou filha.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção,
decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese
apadrinhamento de que fazem parte.
de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou que alude o art. 22.
adolescente a fim de colaborar para o seu
Seção II
desenvolvimento.
Da Família Natural
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado
será definido no âmbito de cada programa de Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
adolescentes com remota possibilidade de reinserção
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
familiar ou colocação em família adotiva.
ampliada aquela que se estende para além da unidade pais
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
executados por órgãos públicos ou por organizações da mantém vínculos de afinidade e afetividade.
sociedade civil.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
competente. origem da filiação.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à descendentes.
filiação.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
Art. 21. Familiar será exercido, em igualdade de condições, personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de restrição, observado o segredo de Justiça.
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente
Seção III
para a solução da divergência.
Da Família Substituta
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no Subseção I
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
Disposições Gerais
determinações judiciais.

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Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante entidades governamentais ou não-governamentais, sem
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação autorização judicial.
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será constitui medida excepcional, somente admissível na
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado modalidade de adoção.
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
devidamente considerada.
encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
Da Guarda
necessário seu consentimento, colhido em audiência.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim
seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
pais.
medida.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
estrangeiros.
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos
rompimento definitivo dos vínculos fraternais. de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou
suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família
deferido o direito de representação para a prática de atos
substituta será precedida de sua preparação gradativa e
determinados.
acompanhamento posterior, realizados pela equipe
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
responsáveis pela execução da política municipal de garantia inclusive previdenciários.
do direito à convivência familiar.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
o
§ 6 Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é medida for aplicada em preparação para adoção, o
ainda obrigatório: deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os
Ministério Público.
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
Constituição Federal; Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do
de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;
convívio familiar.
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o
temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
caso.
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade
receber a criança ou adolescente mediante guarda,
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
adequado.
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
acolhimento em família acolhedora como política pública, os
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento

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temporário de crianças e de adolescentes em residências de Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
estejam no cadastro de adoção. desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo
os impedimentos matrimoniais.
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
distritais e municipais para a manutenção dos serviços de § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
de recursos para a própria família acolhedora. cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
parentes.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus
Público. descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes
e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
Subseção III
hereditária.
Da Tutela
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a independentemente do estado civil.
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia adotando.
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
implica necessariamente o dever de guarda.
sejam casados civilmente ou mantenham união estável,
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer comprovada a estabilidade da família.
documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
velho do que o adotando.
Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
controle judicial do ato, observando o procedimento companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
período de convivência e que seja comprovada a existência
os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da
última vontade, se restar comprovado que a medida é
concessão.
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em
melhores condições de assumi-la. § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei
24.
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
Subseção IV
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
Da Adoção inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso
do procedimento, antes de prolatada a sentença.
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á
segundo o disposto nesta Lei. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
legítimos.
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
pupilo ou o curatelado.
§ 2o É vedada a adoção por procuração.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do
representante legal do adotando.
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos,
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança
ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
sido destituídos do r poder familiar.
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou
tutela dos adotantes. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de
idade, será também necessário o seu consentimento.

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Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
(noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
e as peculiaridades do caso.
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
o
§ 1 O estágio de convivência poderá ser dispensado se o julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a à data do óbito.
conveniência da constituição do vínculo.
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
o
§ 2 A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu
dispensa da realização do estágio de convivência. armazenamento em microfilme ou por outros meios,
garantida a sua conservação para consulta a qualquer
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo
tempo.
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção
o em que o adotando for criança ou adolescente com
§ 3 Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
deficiência ou com doença crônica.
domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção
dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. por igual período, mediante decisão fundamentada da
autoridade judiciária.
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo
deferimento da adoção à autoridade judiciária. no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,
após completar 18 (dezoito) anos.
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a
responsáveis pela execução da política de garantia do direito seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso psicológica.
acerca da conveniência do deferimento da medida.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no território familiar dos pais naturais.
nacional, preferencialmente na comarca de residência da
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência
condições de serem adotados e outro de pessoas
do juízo da comarca de residência da criança.
interessadas na adoção.
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério
do qual não se fornecerá certidão.
Público.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
bem como o nome de seus ascendentes.
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o hipóteses previstas no art. 29.
registro original do adotado.
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de
o
§ 3 A pedido do adotante, o novo registro poderá ser um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
residência. preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
convivência familiar.
constar nas certidões do registro.
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças
a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em
modificação do prenome.
condições de serem adotados, a ser realizado sob a
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da

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Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução arts. 237 ou 238 desta Lei.
da política municipal de garantia do direito à convivência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
familiar.
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem previsto nesta Lei.
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais interessadas em adotar criança ou adolescente com
residentes fora do País, que somente serão consultados na deficiência, com doença crônica ou com necessidades
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos específicas de saúde, além de grupo de irmãos.
cadastros mencionados no § 5o deste artigo.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de pretendente possui residência habitual em país-parte da
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à
a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
do sistema. Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21
junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
da Convenção.
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à quando restar comprovado:
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada
5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.
ao caso concreto;
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com
posterior comunicação à Autoridade Central Federal
a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de
Brasileira.
adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos
pretendentes habilitados residentes no País com perfil cadastros mencionados nesta Lei;
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado
consultado, por meios adequados ao seu estágio de
o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a
internacional.
medida, mediante parecer elaborado por equipe
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do art.
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que 28 desta Lei.
possível e recomendável, será colocado sob guarda de
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa criança ou adolescente brasileiro.
dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das
Público.
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de adoção internacional.
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
nos termos desta Lei quando:
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; adaptações:
II - for formulada por parente com o qual a criança ou I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que
entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços
de afinidade e afetividade, e não seja constatada a II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,

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emitirá um relatório que contenha informações sobre a II - satisfizerem as condições de integridade moral,
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos competência profissional, experiência e responsabilidade
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua Federal Brasileira;
aptidão para assumir uma adoção internacional;
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o formação e experiência para atuar na área de adoção
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a internacional;
Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
IV - o relatório será instruído com toda a documentação jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por Autoridade Central Federal Brasileira.
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda:
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
vigência; I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente
país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela
autenticados pela autoridade consular, observados os
Autoridade Central Federal Brasileira;
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da
respectiva tradução, por tradutor público juramentado; II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e
formação ou experiência para atuar na área de adoção
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
acolhida;
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade competente;
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
com a nacional, além do preenchimento por parte dos
competentes do país onde estiverem sediados e no país de
postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento
necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
e situação financeira;
esta Lei como da legislação do país de acolhida, será
expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
como relatório de acompanhamento das adoções
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
Infância e da Juventude do local em que se encontra a
criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
Autoridade Central Estadual. Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do
internacional sejam intermediados por organismos
país de acolhida para o adotado;
credenciados.
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
adoção internacional, com posterior comunicação às
sejam concedidos.
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. § 5o A não apresentação dos relatórios referidos no §
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de
a suspensão de seu credenciamento.
organismo que:
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade
internacional terá validade de 2 (dois) anos.
Central do país onde estiverem sediados e no país de
acolhida do adotando para atuar em adoção internacional no § 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
Brasil; mediante requerimento protocolado na Autoridade Central

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Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao legislação vigente no país de residência e atendido o
término do respectivo prazo de validade. disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,
será automaticamente recepcionada com o reingresso no
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
Brasil.
a adoção internacional, não será permitida a saída do
adotando do território nacional. § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
determinará a expedição de alvará com autorização de
viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
obrigatoriamente, as características da criança ou não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença
ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
documento com cópia autenticada da decisão e certidão de
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
trânsito em julgado.
país de origem da criança ou do adolescente será conhecida
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o
das crianças e adolescentes adotados fato à Autoridade Central Federal e determinará as
providências necessárias à expedição do Certificado de
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
Naturalização Provisório.
credenciados, que sejam considerados abusivos pela
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
devidamente comprovados, é causa de seu Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
descredenciamento. decisão se restar demonstrado que a adoção é
manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
interesse superior da criança ou do adolescente.
representados por mais de uma entidade credenciada para
atuar na cooperação em adoção internacional. § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo
os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se
ser renovada.
as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com Autoridade Central do país de origem.
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
familiar, assim como com crianças e adolescentes em
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país
condições de serem adotados, sem a devida autorização
de origem porque a sua legislação a delega ao país de
judicial.
acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha
ou suspender a concessão de novos credenciamentos aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá
sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo as regras da adoção nacional.
fundamentado.
Capítulo IV
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
organismos estrangeiros encarregados de intermediar Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
a pessoas físicas. para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se-lhes:
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo escola;
Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Art. 52-Bz A adoção por brasileiro residente no exterior em
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
recorrer às instâncias escolares superiores;
adoção tenha sido processado em conformidade com a

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IV - direito de organização e participação em entidades Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
estudantis; culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
residência.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
ciência do processo pedagógico, bem como participar da
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas
definição das propostas educacionais.
para a infância e a juventude.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
Capítulo V
adolescente:
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
ensino médio; Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
III - atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
legislação de educação em vigor.
a cinco anos de idade;
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
seguintes princípios:
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
regular;
do adolescente trabalhador;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
adolescente;
programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde. III - horário especial para o exercício das atividades.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
público subjetivo. assegurada bolsa de aprendizagem.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos,
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
autoridade competente.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no trabalho protegido.
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
pais ou responsável, pela freqüência à escola.
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular entidade governamental ou não-governamental, é vedado
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. trabalho:
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: as cinco horas do dia seguinte;
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - perigoso, insalubre ou penoso;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
esgotados os recursos escolares; desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
III - elevados níveis de repetência. IV - realizado em horários e locais que não permitam a
freqüência à escola.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências
e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar
obrigatório. ao adolescente que dele participe condições de capacitação
para o exercício de atividade regular remunerada.

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§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
em que as exigências pedagógicas relativas ao garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
sobre o aspecto produtivo. responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu
processo educativo;
trabalho não desfigura o caráter educativo.
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos,
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
entre outros:
participação de profissionais de saúde, de assistência social
I - respeito à condição peculiar de pessoa em e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa
desenvolvimento; dos direitos da criança e do adolescente.
II - capacitação profissional adequada ao mercado de Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes
trabalho. com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações
e políticas públicas de prevenção e proteção.
Título III
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
Da Prevenção
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar,
Capítulo I em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-
Disposições Gerais
tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
violação dos direitos da criança e do adolescente.
comunicação de que trata este artigo, as pessoas
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério,
Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
de políticas públicas e na execução de ações destinadas a crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o
coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou injustificado retardamento ou omissão, culposos ou
degradante e difundir formas não violentas de educação de dolosos.
crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e
a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de desenvolvimento.
tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
proteção aos direitos humanos;
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do adotados.
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos
Adolescente e com as entidades não governamentais que
desta Lei.
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente; Capítulo II
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais Da Prevenção Especial
de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes
Seção I
que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente para o desenvolvimento das Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e
competências necessárias à prevenção, à identificação de Espetáculos
evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
formas de violência contra a criança e o adolescente;
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
conflitos que envolvam violência contra a criança e o recomendem, locais e horários em que sua apresentação se
adolescente; mostre inadequada.

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Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e II - bebidas alcoólicas;


espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
III - produtos cujos componentes possam causar
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
indevida;
especificada no certificado de classificação.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua
qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
faixa etária.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
no horário recomendado para o público infanto juvenil, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e responsável.
informativas.
Seção III
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
Da Autorização para Viajar
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição. Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca
onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
expressa autorização judicial.
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou § 1º A autorização não será exigida quando:
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,
órgão competente.
se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão região metropolitana;
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e
b) a criança estiver acompanhada:
a faixa etária a que se destinam.
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
comprovado documentalmente o parentesco;
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
advertência de seu conteúdo. ou responsável.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam responsável, conceder autorização válida por dois anos.
protegidas com embalagem opaca.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,
tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
éticos e sociais da pessoa e da família. expressamente pelo outro através de documento com firma
reconhecida.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que criança ou adolescente nascido em território nacional
eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, ou domiciliado no exterior.
afixando aviso para orientação do público.
Parte Especial
Seção II
Título I
Dos Produtos e Serviços
Da Política de Atendimento
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
Capítulo I
I - armas, munições e explosivos;
Disposições Gerais

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Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua
de ações governamentais e não-governamentais, da União, rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
no art. 28 desta Lei;
I - políticas sociais básicas;
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência participação dos diversos segmentos da sociedade.
social de garantia de proteção social e de prevenção e
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira
reincidências;
infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e criança e sobre desenvolvimento infantil;
psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,
IX - formação profissional com abrangência dos diversos
exploração, abuso, crueldade e opressão;
direitos da criança e do adolescente que favoreça a
IV - serviço de identificação e localização de pais, intersetorialidade no atendimento da criança e do
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; adolescente e seu desenvolvimento integral;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos X - realização e divulgação de pesquisas sobre
direitos da criança e do adolescente. desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar
o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
e adolescentes; adolescente é considerada de interesse público relevante e
não será remunerada.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio Capítulo II
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças
Das Entidades de Atendimento
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas
de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. Seção I
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: Disposições Gerais
I - municipalização do atendimento; Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, assim como pelo
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
planejamento e execução de programas de proteção e sócio-
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e
educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime
controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
de:
participação popular paritária por meio de organizações
representativas, segundo leis federal, estaduais e I - orientação e apoio sócio-familiar;
municipais;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - criação e manutenção de programas específicos,
III - colocação familiar;
observada a descentralização político-administrativa;
IV - acolhimento institucional;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança V - prestação de serviços à comunidade;
e do adolescente;
VI - liberdade assistida;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
VII - semiliberdade; e
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social,
preferencialmente em um mesmo local, para efeito de VIII - internação.
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais
atribua autoria de ato infracional;
deverão proceder à inscrição de seus programas,
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, especificando os regimes de atendimento, na forma definida
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de
assistência social, para efeito de agilização do atendimento

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suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de
Tutelar e à autoridade judiciária. acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os
seguintes princípios:
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados reintegração familiar;
das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre
II - integração em família substituta, quando esgotados os
outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
recursos de manutenção na família natural ou extensa;
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227
da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
art. 4o desta Lei.
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo educação;
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-
se critérios para renovação da autorização de VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
funcionamento: entidades de crianças e adolescentes abrigados;
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem VII - participação na vida da comunidade local;
como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis; IX - participação de pessoas da comunidade no processo
educativo.
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e § 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
pela Justiça da Infância e da Juventude; acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para
todos os efeitos de direito.
III - em se tratando de programas de acolhimento
institucional ou familiar, serão considerados os índices de § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família de acolhimento familiar ou institucional remeterão à
substituta, conforme o caso. autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,
relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
ou adolescente acolhido e sua família, para fins da
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos
reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o
registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
respectiva localidade. Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
permanente qualificação dos profissionais que atuam direta
§ 1o Será negado o registro à entidade que:
ou indiretamente em programas de acolhimento
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
Ministério Público e Conselho Tutelar.
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
princípios desta Lei; § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade
judiciária competente, as entidades que desenvolvem
c) esteja irregularmente constituída;
programas de acolhimento familiar ou institucional, se
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
de assistência social, estimularão o contato da criança ou
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
deliberações relativas à modalidade de atendimento
disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis. § 5o As entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional somente poderão
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
princípios, exigências e finalidades desta Lei.
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua
renovação, observado o disposto no § 1o deste § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo
artigo. dirigente de entidade que desenvolva programas de
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua

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destituição, sem prejuízo da apuração de sua XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
responsabilidade administrativa, civil e criminal. acordo com suas crenças;
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
atuação de educadores de referência estáveis e
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
autoridade competente;
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto
como prioritárias. XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
sobre sua situação processual;
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos
de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia de adolescentes portadores de moléstias infecto-
determinação da autoridade competente, fazendo contagiosas;
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
adolescentes;
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
XVIII - manter programas destinados ao apoio e
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
acompanhamento de egressos;
apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas
necessárias para promover a imediata reintegração familiar XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não cidadania àqueles que não os tiverem;
for isso possível ou recomendável, para seu
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
encaminhamento a programa de acolhimento familiar,
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
institucional ou a família substituta, observado o disposto no
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
§ 2o do art. 101 desta Lei.
acompanhamento da sua formação, relação de seus
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de pertences e demais dados que possibilitem sua identificação
internação têm as seguintes obrigações, entre outras: e a individualização do atendimento.
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os § 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes
adolescentes; deste artigo às entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e familiar.
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto
de restrição na decisão de internação; § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo
as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
comunidade.
unidades e grupos reduzidos;
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em
e dignidade ao adolescente;
caráter temporário, devem ter, em seus quadros,
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
preservação dos vínculos familiares; Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-
tratos.
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento Seção II
dos vínculos familiares;
Da Fiscalização das Entidades
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
necessários à higiene pessoal;
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos origem das dotações orçamentárias.
e farmacêuticos;
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
X - propiciar escolarização e profissionalização; que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
dirigentes ou prepostos:

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I - às entidades governamentais: I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de


direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
a) advertência;
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
b) afastamento provisório de seus dirigentes; Federal;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças
II - às entidades não-governamentais: e adolescentes são titulares;
a) advertência; III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
d) cassação do registro.
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por da possibilidade da execução de programas por entidades
entidades de atendimento, que coloquem em risco os não governamentais;
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
ao Ministério Público ou representado perante autoridade
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
judiciária competente para as providências cabíveis,
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
inclusive suspensão das atividades ou dissolução da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no
entidade.
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações concreto;
não governamentais responderão pelos danos que seus
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
das atividades de proteção específica.
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
Título II
competentes deve ser efetuada logo que a situação de
Das Medidas de Proteção perigo seja conhecida;
Capítulo I VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação
Disposições Gerais
seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente proteção da criança e do adolescente;
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser
forem ameaçados ou violados:
a necessária e adequada à situação de perigo em que a
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; criança ou o adolescente se encontram no momento em que
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; a decisão é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
III - em razão de sua conduta.
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
Capítulo II para com a criança e o adolescente;
Das Medidas Específicas de Proteção X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser proteção da criança e do adolescente deve ser dada
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na
substituídas a qualquer tempo. sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível,
que promovam a sua integração em família adotiva;
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
Parágrafo único. São também princípios que regem a devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
aplicação das medidas: determinaram a intervenção e da forma como esta se
processa;

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XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de pontos de referência;
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
tê-los sob sua guarda;
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos
e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto convívio familiar.
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. adolescente, a entidade responsável pelo programa de
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
outras, as seguintes medidas: individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
termo de responsabilidade;
também deverá contemplar sua colocação em família
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento § 5o O plano individual será elaborado sob a
oficial de ensino fundamental; responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa
de atendimento e levará em consideração a opinião da
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da
responsável.
criança e do adolescente;
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
VII - acolhimento institucional; criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
esta vedada por expressa e fundamentada determinação
IX - colocação em família substituta. judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
judiciária.
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
esta possível, para colocação em família substituta, não mais próximo à residência dos pais ou do responsável e,
implicando privação de liberdade. como parte do processo de reintegração familiar, sempre
que identificada a necessidade, a família de origem será
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
com a criança ou com o adolescente acolhido.
da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará § 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial institucional fará imediata comunicação à autoridade
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser § 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
encaminhados às instituições que executam programas de da criança ou do adolescente à família de origem, após seu
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de
de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a
descrição pormenorizada das providências tomadas e a
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da
de seu responsável, se conhecidos;
entidade ou responsáveis pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência familiar, para

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a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou Título III


guarda.
Da Prática de Ato Infracional
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
Capítulo I
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição
do poder familiar, salvo se entender necessária a realização Disposições Gerais
de estudos complementares ou de outras providências
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
como crime ou contravenção penal.
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
foro regional, um cadastro contendo informações
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar e institucional sob sua Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a considerada a idade do adolescente à data do fato.
situação jurídica de cada um, bem como as providências
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
família substituta, em qualquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei. Capítulo II
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Dos Direitos Individuais
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
fundamentada da autoridade judiciária competente.
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que
permitam reduzir o número de crianças e adolescentes Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação
afastados do convívio familiar e abreviar o período de dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
permanência em programa de acolhimento. informado acerca de seus direitos.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
serão acompanhadas da regularização do registro civil. se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
autoridade judiciária competente e à família do apreendido
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
ou à pessoa por ele indicada.
de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista
dos elementos disponíveis, mediante requisição da Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de
autoridade judiciária. responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
que trata este artigo são isentos de multas, custas e determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
o basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
§ 3 Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
procedimento específico destinado à sua averiguação, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
1992.
submetido a identificação compulsória pelos órgãos
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de confrontação, havendo dúvida fundada.
paternidade pelo Ministério Público se, após o não
Capítulo III
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para Das Garantias Processuais
adoção. Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a sem o devido processo legal.
qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de seguintes garantias:
absoluta prioridade.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
do reconhecimento de paternidade no assento de
nascimento e a certidão correspondente.

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II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas que será reduzida a termo e assinada.
necessárias à sua defesa;
Seção III
III - defesa técnica por advogado;
Da Obrigação de Reparar o Dano
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
na forma da lei;
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
competente; do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da
vítima.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
em qualquer fase do procedimento. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
medida poderá ser substituída por outra adequada.
Capítulo IV
Seção IV
Das Medidas Sócio-Educativas
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Seção I
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
Disposições Gerais
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade período não excedente a seis meses, junto a entidades
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
medidas: congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
I - advertência;
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as
II - obrigação de reparar o dano;
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
III - prestação de serviços à comunidade; jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
IV - liberdade assistida;
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
V - inserção em regime de semi-liberdade; trabalho.
VI - internação em estabelecimento educacional; Seção V
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Da Liberdade Assistida
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
infração. auxiliar e orientar o adolescente.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
a prestação de trabalho forçado. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
mental receberão tratamento individual e especializado, em § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
local adequado às suas condições. seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
orientador, o Ministério Público e o defensor.
100.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a
da autoridade competente, a realização dos seguintes
VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
encargos, entre outros:
da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127. I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
que houver prova da materialidade e indícios suficientes da
social;
autoria.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
Seção II
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
Da Advertência

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III - diligenciar no sentido da profissionalização do § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
decretada judicialmente após o devido processo legal.
IV - apresentar relatório do caso.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
Seção VI
havendo outra medida adequada.
Do Regime de Semi-liberdade
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
desde o início, ou como forma de transição para o meio destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
aberto, possibilitada a realização de atividades externas, critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
independentemente de autorização judicial.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
existentes na comunidade.
entre outros, os seguintes:
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
se, no que couber, as disposições relativas à internação.
Ministério Público;
Seção VII
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Da Internação
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
solicitada;
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento. V - ser tratado com respeito e dignidade;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
determinação judicial em contrário.
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses. IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
pessoal;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de XI - receber escolarização e profissionalização;
semi-liberdade ou de liberdade assistida.
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
idade.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida
desde que assim o deseje;
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
quando:
pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
ameaça ou violência a pessoa;
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,
graves;
se existirem motivos sérios e fundados de sua
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida prejudicialidade aos interesses do adolescente.
anteriormente imposta.

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Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts.
adequadas de contenção e segurança. 23 e 24.
Capítulo V Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
Da Remissão
autoridade judiciária poderá determinar, como medida
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
Público poderá conceder a remissão, como forma de
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
ou o adolescente dependentes do agressor.
conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior ou menor Título V
participação no ato infracional.
Do Conselho Tutelar
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da
Capítulo I
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão
ou extinção do processo. Disposições Gerais
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas adolescente, definidos nesta Lei.
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
Art. 132. Em cada Município e em cada Região
liberdade e a internação.
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou pela população local para mandato de 4 (quatro) anos,
do Ministério Público. permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de
escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Título IV
serão exigidos os seguintes requisitos:
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
I - reconhecida idoneidade moral;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - idade superior a vinte e um anos;
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
III - residir no município.
comunitários de proteção, apoio e promoção da
família; Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
é assegurado o direito a:
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
I - cobertura previdenciária;
psiquiátrico;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
terço) do valor da remuneração mensal;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
III - licença-maternidade;
sua freqüência e aproveitamento escolar;
IV - licença-paternidade;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
tratamento especializado; V - gratificação natalina.
VII - advertência; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e
da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao
VIII - perda da guarda;
funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e
IX - destituição da tutela; formação continuada dos conselheiros tutelares.
X - suspensão ou destituição do poder familiar.

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Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro motivos de tal entendimento e as providências tomadas para
constituirá serviço público relevante e estabelecerá a orientação, o apoio e a promoção social da família.
presunção de idoneidade moral.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão
Capítulo II ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
tenha legítimo interesse.
Das Atribuições do Conselho
Capítulo III
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Da Competência
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
101, I a VII; competência constante do art. 147.
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as Capítulo IV
medidas previstas no art. 129, I a VII;
Da Escolha dos Conselheiros
III - promover a execução de suas decisões, podendo para
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
tanto:
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos
serviço social, previdência, trabalho e segurança; Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
Ministério Público.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
descumprimento injustificado de suas deliberações. § 1o O processo de escolha dos membros do Conselho
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês
constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
de outubro do ano subsequente ao da eleição
da criança ou adolescente;
presidencial.
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10
competência;
de janeiro do ano subsequente ao processo de
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade escolha.
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho
adolescente autor de ato infracional;
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
VII - expedir notificações; entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança
ou adolescente quando necessário; Capítulo V
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da Dos Impedimentos
proposta orçamentária para planos e programas de
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e
violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Constituição Federal;
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e
de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as ao representante do Ministério Público com atuação na
possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca,
junto à família natural. foro regional ou distrital.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos Título VI
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
Do Acesso à Justiça
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes. Capítulo I
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Disposições Gerais
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

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§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
dela necessitarem, através de defensor público ou advogado autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
nomeado. regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, autoridade competente da residência dos pais ou
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
abrigar a criança ou adolescente.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão
assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
legislação civil ou processual. comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses
transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou
quando carecer de representação ou assistência legal ainda Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
que eventual. para:
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
administrativos que digam respeito a crianças e Público, para apuração de ato infracional atribuído a
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se extinção do processo;
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco,
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
refere o artigo anterior somente será deferida pela
adolescente, observado o disposto no art. 209;
autoridade judiciária competente, se demonstrado o
interesse e justificada a finalidade. V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
Capítulo II
infrações contra norma de proteção à criança ou
Da Justiça da Infância e da Juventude adolescente;
Seção I VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
aplicando as medidas cabíveis.
Disposições Gerais
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da
especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
Infância e da Juventude para o fim de:
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda
plantões.
ou modificação da tutela ou guarda;
Seção II
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
Do Juiz casamento;d) conhecer de pedidos baseados em
discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
do poder familiar;
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na
forma da lei de organização judiciária local. e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando
faltarem os pais;
Art. 147. A competência será determinada:
f) designar curador especial em casos de apresentação de
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
queixa ou representação, ou de outros procedimentos
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança
falta dos pais ou responsável. ou adolescente;

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g) conhecer de ações de alimentos; espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por
determinação judicial, a autoridade judiciária poderá
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da
dos registros de nascimento e óbito.
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através Civil).
de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
Capítulo III
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
Dos Procedimentos
desacompanhado dos pais ou responsável, em:
Seção I
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Disposições Gerais
b) bailes ou promoções dançantes;
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
c) boate ou congêneres;
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; processual pertinente.
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
II - a participação de criança e adolescente em:
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e
a) espetáculos públicos e seus ensaios; diligências judiciais a eles referentes.
b) certames de beleza. § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério
a) os princípios desta Lei; Público.
b) as peculiaridades locais; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade
c) a existência de instalações adequadas;
judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as
d) o tipo de freqüência habitual ao local; providências necessárias, ouvido o Ministério Público.
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para
freqüência de crianças e adolescentes; o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua
família de origem e em outros procedimentos
f) a natureza do espetáculo.
necessariamente contenciosos.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral. Seção II
Seção III Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Dos Serviços Auxiliares Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
do poder familiar terá início por provocação do Ministério
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
Público ou de quem tenha legítimo interesse.
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção
de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça Art. 156. A petição inicial indicará:
da Infância e da Juventude.
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
tratando de pedido formulado por representante do
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
Ministério Público;
trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata III - a exposição sumária do fato e o pedido;
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo,
manifestação do ponto de vista técnico.
o rol de testemunhas e documentos.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras

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do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o apresentação de documento que interesse à causa, de ofício
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
responsabilidade.
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
determinará, concomitantemente ao despacho de citação e dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
independentemente de requerimento do interessado, a salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual
realização de estudo social ou perícia por equipe prazo.
interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
presença de uma das causas de suspensão ou destituição do
partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de
poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas
desta Lei, e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de
de suspensão ou destituição do poder familiar previstas
2017.
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, 2002, ou no art. 24 desta Lei.
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
§ 2o (Revogado).
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1odeste
artigo, de representantes do órgão federal responsável pela § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança
desta Lei. ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e grau de compreensão sobre as implicações da medida.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os
documentos. casos de não comparecimento perante a Justiça quando
devidamente citados.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
meios para sua realização. § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a
autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
oitiva.
pessoalmente.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o
salvo quando este for o requerente, designando, desde logo,
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar
audiência de instrução e julgamento.
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho
do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora § 1º (Revogado).
que designar, nos termos doart. 252 e seguintes da Lei
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o
Civil).
parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido
incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
ofícios para a localização.
§ 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,
§ 4o Quando o procedimento de destituição de poder
ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
necessidade de nomeação de curador especial em favor da
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de criança ou adolescente.
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado
será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de
defensor.
notória inviabilidade de manutenção do poder familiar,
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a vistas à colocação em família substituta.

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Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a § 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos
suspensão do poder familiar será averbada à margem do detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
registro de nascimento da criança ou do adolescente. informações.
Seção III § 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1o deste
Da Destituição da Tutela
artigo.
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
§ 5o O consentimento é retratável até a data da realização
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais
processual civil e, no que couber, o disposto na seção
podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias,
anterior.
contado da data de prolação da sentença de extinção do
Seção IV poder familiar.
Da Colocação em Família Substituta § 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o
nascimento da criança.
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de
colocação em família substituta: § 7o A família natural e a família substituta receberão a
devida orientação por intermédio de equipe técnica
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu responsáveis pela execução da política municipal de garantia
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, do direito à convivência familiar.
especificando se tem ou não parente vivo;
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de das partes ou do Ministério Público, determinará a
seus pais, se conhecidos; realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe
interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
convivência.
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão entregue ao interessado, mediante termo de
também os requisitos específicos. responsabilidade.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-
expressamente ao pedido de colocação em família se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de
substituta, este poderá ser formulado diretamente em cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
dispensada a assistência de advogado.
perda ou a suspensão dopoder familiar constituir
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: pressuposto lógico da medida principal de colocação em
família substituta, será observado o procedimento
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
devidamente assistidas por advogado ou por defensor
público, para verificar sua concordância com a adoção, no Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá
prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por observado o disposto no art. 35.
termo as declarações; e
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o
II - declarará a extinção do poder familiar. disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
equipe interprofissional da Justiça da Infância e da familiar será comunicada pela autoridade judiciária à
Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a entidade por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco)
irrevogabilidade da medida. dias.
Seção V

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Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
ocorrência.
judiciária.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
de participação de adolescente na prática de ato infracional,
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
a autoridade policial encaminhará ao representante do
policial competente.
Ministério Público relatório das investigações e demais
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada documentos.
para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
a atribuição da repartição especializada, que, após as
compartimento fechado de veículo policial, em condições
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
adulto à repartição policial própria.
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
único, e 107, deverá:
devidamente autuados pelo cartório judicial e com
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o informação sobre os antecedentes do adolescente,
adolescente; procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
testemunhas.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
comprovação da materialidade e autoria da infração.
representante do Ministério Público notificará os pais ou
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a responsável para apresentação do adolescente, podendo
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de requisitar o concurso das polícias civil e militar.
ocorrência circunstanciada.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o anterior, o representante do Ministério Público poderá:
adolescente será prontamente liberado pela autoridade
I - promover o arquivamento dos autos;
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao representante do Ministério Público, no II - conceder a remissão;
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e
medida sócio-educativa.
sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para garantia de sua segurança pessoal ou Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida
manutenção da ordem pública. a remissão pelo representante do Ministério Público,
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante
homologação.
do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência. § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
cumprimento da medida.
policial encaminhará o adolescente à entidade de
atendimento, que fará a apresentação ao representante do § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá representação, designará
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará
policial. À falta de repartição policial especializada, o
a autoridade judiciária obrigada a homologar.
adolescente aguardará a apresentação em dependência
separada da destinada a maiores, não podendo, em Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo Ministério Público não promover o arquivamento ou
anterior. conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
judiciária, propondo a instauração de procedimento para

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aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais possui advogado constituído, nomeará defensor,
adequada. designando, desde logo, audiência em continuação,
podendo determinar a realização de diligências e estudo do
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
caso.
o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional
e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
autoridade judiciária. oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
autoria e materialidade. arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional,
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
será dada a palavra ao representante do Ministério Público
do procedimento, estando o adolescente internado
e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
designará audiência de apresentação do adolescente,
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção
comparecer, injustificadamente à audiência de
da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
apresentação, a autoridade judiciária designará nova data,
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão determinando sua condução coercitiva.
cientificados do teor da representação, e notificados a
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão
comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a procedimento, antes da sentença.
autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade medida, desde que reconheça na sentença:
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
I - estar provada a inexistência do fato;
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação. II - não haver prova da existência do fato;
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua III - não constituir o fato ato infracional;
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o
responsável.
ato infracional.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
adolescente internado, será imediatamente colocado em
estabelecimento prisional.
liberdade.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
internação ou regime de semi-liberdade será feita:
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não responsável, sem prejuízo do defensor.
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á
de responsabilidade.
unicamente na pessoa do defensor.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
Adolescente”
proferindo decisão.
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não

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154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às incluir nos bancos de dados próprios, mediante
seguintes regras: procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as
informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
I – será precedida de autorização judicial devidamente
criada.
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta
Ministério Público; Seção será numerado e tombado em livro específico.
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
ou representação de delegado de polícia e conterá a eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, e ao Ministério Público, juntamente com relatório
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que circunstanciado.
permitam a identificação dessas pessoas;
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e
prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada policial, assegurando-se a preservação da identidade do
sua efetiva necessidade, a critério da autoridade agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos
judicial. adolescentes envolvidos.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão Seção VI
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste
Atendimento
artigo.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo,
entidade governamental e não-governamental terá início
consideram-se:
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet necessariamente, resumo dos fatos.
(IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
endereço de assinante ou de usuário registrado ou liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, entidade, mediante decisão fundamentada.
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo
atribuído no momento da conexão.
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será documentos e indicar as provas a produzir.
admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário,
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão a autoridade judiciária designará audiência de instrução e
encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela julgamento, intimando as partes.
autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
delegado de polícia responsável pela operação, com o
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo
objetivo de garantir o sigilo das investigações.
de dirigente de entidade governamental, a autoridade
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua judiciária oficiará à autoridade administrativa
identidade para, por meio da internet, colher indícios de imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. substituição.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
de 7 de dezembro de 1940.
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de processo será extinto, sem julgamento de mérito.
observar a estrita finalidade da investigação responderá
pelos excessos praticados.

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§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da II - dados familiares;


entidade ou programa de atendimento.
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
Seção VII casamento, ou declaração relativa ao período de união
estável;
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
Proteção à Criança e ao Adolescente IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas;
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à criança V - comprovante de renda e domicílio;
e ao adolescente terá início por representação do Ministério
VI - atestados de sanidade física e mental
Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração
elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e VII - certidão de antecedentes criminais;
assinado por duas testemunhas, se possível.
VIII - certidão negativa de distribuição cível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que
natureza e as circunstâncias da infração.
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos
interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
motivos do retardamento.
que se refere o art. 197-C desta Lei;
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
postulantes em juízo e testemunhas;
será feita:
III - requerer a juntada de documentos complementares e a
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado
realização de outras diligências que entender
na presença do requerido;
necessárias.
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
que entregará cópia do auto ou da representação ao
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
encontrado o requerido ou seu representante legal; preparo dos postulantes para o exercício de uma
paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
requisitos e princípios desta Lei.
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
legal. § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude,
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
execução da política municipal de garantia do direito à
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e
necessário, designará audiência de instrução e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de
julgamento. adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
irmãos.
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
que em seguida proferirá sentença. incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
Seção VIII
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa
apresentarão petição inicial na qual conste: de acolhimento familiar e institucional e pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência
I - qualificação completa;
familiar.

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§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei


acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
sejam preparados por equipe interprofissional antes da com as seguintes adaptações:
inclusão em família adotiva.
I - os recursos serão interpostos independentemente de
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação preparo;
no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração,
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá
o prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre
acerca das diligências requeridas pelo Ministério Público e
de 10 (dez) dias;
determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. III - os recursos terão preferência de julgamento e
dispensarão revisor;
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
igual prazo. fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no
prazo de cinco dias;
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
convocação para a adoção feita de acordo com ordem remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo
crianças ou adolescentes adotáveis. pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
intimação.
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
comprovado ser essa a melhor solução no interesse do Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
adotando. caberá recurso de apelação.
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
trienalmente mediante avaliação por equipe desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
interprofissional exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de
adoção internacional ou se houver perigo de dano
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção,
irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a
avaliação por equipe interprofissional. Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do
perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
concedida. destituição de poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade absoluta,
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guarda para
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente
que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição,
depois do trânsito em julgado da sentença de adoção
e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e
importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
com parecer urgente do Ministério Público.
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial
fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
na legislação vigente. para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da sua conclusão.
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data
período, mediante decisão fundamentada da autoridade do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário,
judiciária. apresentar oralmente seu parecer
Capítulo IV Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
instauração de procedimento para apuração de
Dos Recursos
responsabilidades se constatar o descumprimento das
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e providências e do prazo previstos nos artigos
da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas anteriores.

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Capítulo V infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da


responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
Do Ministério Público
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
de pronto as medidas administrativas ou judiciais
Art. 201. Compete ao Ministério Público: necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
infrações atribuídas a adolescentes;
social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os atribuições.
procedimentos de suspensão e destituição dopoder familiar,
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e
competência da Justiça da Infância e da Juventude;
esta Lei.
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados,
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação
outras, desde que compatíveis com a finalidade do
de contas dos tutores, curadores e quaisquer
Ministério Público.
administradores de bens de crianças e adolescentes nas
hipóteses do art. 98; § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
criança ou adolescente.
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos § 4º O representante do Ministério Público será responsável
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal; pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
los: § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela instaurando o competente procedimento, sob sua
polícia civil ou militar; presidência;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
autoridades municipais, estaduais e federais, da reclamada, em dia, local e horário previamente notificados
administração direta ou indireta, bem como promover ou acertados;
inspeções e diligências investigatórias;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
c) requisitar informações e documentos a particulares e públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
instituições privadas; adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
adequação.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquérito Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
proteção à infância e à juventude; defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as
os recursos cabíveis.
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
caso, será feita pessoalmente.
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa
dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
criança e ao adolescente; acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade
por infrações cometidas contra as normas de proteção à Art. 205. As manifestações processuais do representante do
Ministério Público deverão ser fundamentadas.

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Capítulo VI VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes


privados de liberdade.
Do Advogado
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse
do direito à convivência familiar por crianças e
na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de
adolescentes.
que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado
para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, X - de programas de atendimento para a execução das
respeitado o segredo de justiça. medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
proteção.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral
e gratuita àqueles que dela necessitarem. XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)
de ato infracional, ainda que ausente ou foragido,
será processado sem defensor. § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir
pela Constituição e pela Lei.
outro de sua preferência.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento
adolescentes será realizada imediatamente após notificação
de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
do ato.
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar todos os dados necessários à identificação do
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido desaparecido.
indicado por ocasião de ato formal com a presença da
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
autoridade judiciária.
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Capítulo VII
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
Coletivos
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de concorrentemente:
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
I - o Ministério Público;
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
oferta irregular: II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
territórios;
I - do ensino obrigatório;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos
II - de atendimento educacional especializado aos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
portadores de deficiência;
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de a autorização da assembléia, se houver prévia autorização
zero a cinco anos de idade; estatutária.
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
educando; Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei.
V - de programas suplementares de oferta de material
didático-escolar, transporte e assistência à saúde do § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
educando do ensino fundamental; associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
necessitem; às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo
extrajudicial.
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

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Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do §
pertinentes. 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
pretensão é manifestamente infundada.
do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
serão solidariamente condenados ao décuplo das custas,
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto
sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas
normas da lei do mandado de segurança. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
e quaisquer outras despesas.
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
assegurem o resultado prático equivalente ao do deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
adimplemento. prestando-lhe informações sobre fatos que constituam
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
convicção.
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
prévia, citando o réu. tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
Ministério Público para as providências cabíveis.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do requerer às autoridades competentes as certidões e
preceito. informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
prazo de quinze dias.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
desde o dia em que se houver configurado o presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
descumprimento. pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
respectivo município. § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
diligências, se convencer da inexistência de fundamento
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito
para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento
em julgado da decisão serão exigidas através de execução
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
fazendo-o fundamentadamente.
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em
grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do
conta com correção monetária.
Ministério Público.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
recursos, para evitar dano irreparável à parte.
arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser Ministério público, poderão as associações legitimadas
condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa apresentar razões escritas ou documentos, que serão
de peças à autoridade competente, para apuração da juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se informação.
atribua a ação ou omissão.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
sentença condenatória sem que a associação autora lhe conforme dispuser o seu regimento.
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

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§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro à apreensão sem observância das formalidades legais.
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985. comunicação à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Título VII
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
Capítulo I
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
Dos Crimes constrangimento:
Seção I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Disposições Gerais Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa,
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo
do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
pertinentes ao Código de Processo Penal.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
incondicionada
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
Seção II Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Dos Crimes em Espécie Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo com o fim de colocação em lar substituto:
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
do parto e do desenvolvimento do neonato: terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
efetiva a paga ou recompensa.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
ao envio de criança ou adolescente para o exterior com
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
lucro:
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei: Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
ou fraude:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
correspondente à violência.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
judiciária competente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

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§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a finalidade de comunicar às autoridades competentes a
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
contracena.
I – agente público no exercício de suas funções;
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
comete o crime:
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
exercê-la; referidos neste parágrafo;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação III – representante legal e funcionários responsáveis de
ou de hospitalidade; provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou
consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
ao Poder Judiciário.
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
ou com seu consentimento. manter sob sigilo o material ilícito referido.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
envolvendo criança ou adolescente: adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
por meio de sistema de informática ou telemático, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou produzido na forma do caput deste artigo.
adolescente:
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com
ela praticar ato libidinoso:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
artigo;
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata praticar ato libidinoso;
o caput deste artigo.
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou
artigo são puníveis quando o responsável legal pela sexualmente explícita.
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
o caput deste artigo.
compreende qualquer situação que envolva criança ou
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo adolescente para fins primordialmente sexuais.
criança ou adolescente:
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo:
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
artigo.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a

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adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
produtos cujos componentes possam causar dependência se o dobro em caso de reincidência.
física ou psíquica:
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
fato não constitui crime mais grave. incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos se o dobro em caso de reincidência.
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
dano físico em caso de utilização indevida:
documento de procedimento policial, administrativo ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
exploração sexual: se o dobro em caso de reincidência.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe
da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa- forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
fé.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
de criança ou adolescente às práticas referidas apreensão da publicação.
no caput deste artigo.
Art.. 248 (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
da licença de localização e de funcionamento do
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
estabelecimento.
guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de Conselho Tutelar:
18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
induzindo-o a praticá-la:
se o dobro em caso de reincidência.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da hotel, pensão, motel ou congênere:
internet.
Pena – multa.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no8.072, de 25
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
de julho de 1990.
dias.
Capítulo II
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
Das Infrações Administrativas (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85
autoridade competente os casos de que tenha desta Lei:
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
maus-tratos contra criança ou adolescente:
se o dobro em caso de reincidência.

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Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada mil reais).
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no
que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
certificado de classificação:
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes
se o dobro em caso de reincidência. em regime de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
idade a que não se recomendem: imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
em entregar seu filho para adoção:
em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de
espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade. Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
mil reais).
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de
de sua classificação: programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
comunicação referida no caput deste artigo.
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II
até dois dias. do art. 81:
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
classificado pelo órgão competente como inadequado às (dez mil reais);
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na comercial até o recolhimento da multa aplicada.
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
Disposições Finais e Transitórias
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
quinze dias. Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da
programação em vídeo, em desacordo com a classificação
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que
atribuída pelo órgão competente:
estabelece o Título V do Livro II.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
desta Lei:
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, distrital, estaduais ou municipais, devidamente
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
de apreensão da revista ou publicação. imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre real; e
sua participação no espetáculo:
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
fechamento do estabelecimento por até quinze dias. dezembro de 1997.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e
art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,

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Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional vigor.
pela Primeira Infância.
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data
o
§ 2 Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos de vencimento da primeira quota ou quota única do
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações Receita Federal do Brasil.
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
§ 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da
atenção integral à primeira infância em áreas de maior
diferença de imposto devido apurado na Declaração de
carência socioeconômica e em situações de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
calamidade.
legislação.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos
deste artigo .
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a estaduais e nacional concomitantemente com a opção de
forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais art. 260.
referidos neste artigo.
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, poderá ser deduzida:
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
I do caput:
que apuram o imposto trimestralmente; e
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
II - não poderá ser computada como despesa operacional na
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do
apuração do lucro real.
período a que se refere a apuração do imposto.
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata
podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual. Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem
ser depositadas em conta específica, em instituição
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que
os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
trata o art. 260.
na declaração:
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
I - (VETADO);
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
II - (VETADO nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir
recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
e pelo presidente do Conselho correspondente,
§ 2o A dedução de que trata o caput: especificando:
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto I - número de ordem;
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
do caput do art. 260;
endereço do emitente;
II - não se aplica à pessoa física que:
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
a) utilizar o desconto simplificado; doador;
b) apresentar declaração em formulário; ou IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
c) entregar a declaração fora do prazo; V - ano-calendário a que se refere a doação.
III - só se aplica às doações em espécie; e

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§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores atendimento à criança e ao adolescente;
doados mês a mês.
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
conter a identificação dos bens, mediante descrição em Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, municipais;
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
CNPJ e endereço dos avaliadores.
calendário e o valor dos recursos previstos para
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador implementação das ações, por projeto;
deverá:
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base
documentação hábil; de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e - a avaliação dos resultados dos
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
de pessoa jurídica; e
municipais.
III - considerar como valor dos bens doados:
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
valor de mercado;
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação
judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
de ofício, a requerimento ou representação de qualquer
considerado na determinação do valor dos bens doados,
cidadão.
exceto se o leilão for determinado por autoridade
judiciária. Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D
Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo
e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos
de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
perante a Receita Federal do Brasil.
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
nacional, estaduais, distrital e municipais devem: destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos
Fundos.
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá
as instruções necessárias à aplicação do disposto nos
II - manter controle das doações recebidas; e III -
arts. 260 a 260-K.
informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
seguintes dados por doador: criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações
a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei
a) nome, CNPJ ou CPF;
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou a que pertencer a entidade.
em bens.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações estados e municípios, e os estados aos municípios, os
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do recursos referentes aos programas e atividades previstos
Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público. nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direitos
da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
divulgarão amplamente à comunidade: atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.
I - o calendário de suas reuniões;

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Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: promovidas atividades e campanhas de divulgação e
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
1) Art. 121
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
disposições em contrário.
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em da República.
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
FERNANDO COLLOR
um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.
2) Art. 129 LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer DE 2003.
das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
3) Art. 136
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
contra pessoa menor de catorze anos. Sinarm, define crimes e dá outras providências.
4) Art. 213
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Pena - reclusão de quatro a dez anos. CAPÍTULO I
5) Art. 214 DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.» Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem
1973, fica acrescido do seguinte item: circunscrição em todo o território nacional.

"Art. 102 Art. 2o Ao Sinarm compete:


I – identificar as características e a propriedade de armas de
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
fogo, mediante cadastro;
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
administração direta ou indireta, inclusive fundações II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e
instituídas e mantidas pelo poder público federal vendidas no País;
promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto, III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as
que será posto à disposição das escolas e das entidades de renovações expedidas pela Polícia Federal;
atendimento e de defesa dos direitos da criança e do
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio,
adolescente.
furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de
divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos empresas de segurança privada e de transporte de valores;
meios de comunicação social.
V – identificar as modificações que alterem as características
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será ou o funcionamento de arma de fogo;
veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
crianças e adolescentes, especialmente às crianças com
idade inferior a 6 (seis) anos. VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
publicação. VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
conceder licença para exercer a atividade;

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IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
varejistas, exportadores e importadores autorizados de forem vendidas.
armas de fogo, acessórios e munições;
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as munições entre pessoas físicas somente será efetivada
características das impressões de raiamento e de mediante autorização do Sinarm.
microestriamento de projétil disparado, conforme marcação
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será
e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de requerimento do interessado.
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do
como manter o cadastro atualizado para consulta.
cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como
III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o
as demais que constem dos seus registros próprios.
interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
CAPÍTULO II comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida.
DO REGISTRO
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
validade em todo o território nacional, autoriza o seu
competente.
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
registradas no Comando do Exército, na forma do desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja
regulamento desta Lei. ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou
empresa.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, § 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido
atender aos seguintes requisitos: pela Polícia Federal e será precedido de autorização do
Sinarm.
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas § 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art.
pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período
estar respondendo a inquérito policial ou a processo não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado
de Registro de Arma de Fogo.
II – apresentação de documento comprobatório de
ocupação lícita e de residência certa; § 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei
forma disposta no regulamento desta Lei.
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de
fogo após atendidos os requisitos anteriormente documento de identificação pessoal e comprovante de
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e
indicada, sendo intransferível esta autorização. do cumprimento das demais exigências constantes dos
incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no
calibre correspondente à arma registrada e na quantidade § 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste
estabelecida no regulamento desta Lei. artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
provisório, expedido na rede mundial de computadores -
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
internet, na forma do regulamento e obedecidos os
competente, como também a manter banco de dados com
procedimentos a seguir:
todas as características da arma e cópia dos documentos
previstos neste artigo. I - emissão de certificado de registro provisório pela internet,
o com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
§ 4 A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e
munições responde legalmente por essas mercadorias,

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II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos
estimar como necessário para a emissão definitiva do termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito
certificado de registro de propriedade. nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
CAPÍTULO III § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
DO PORTE
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
o
Art. 6 É proibido o porte de arma de fogo em todo o corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que
território nacional, salvo para os casos previstos em estejam:
legislação própria e para:
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e regulamento; e
V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle
Nacional de Segurança Pública (FNSP);
interno.
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos
§ 1º-C. (VETADO).
Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos
mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
desta Lei; integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X
do caput deste artigo está condicionada à comprovação do
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios
requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta
com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000
Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
municipais está condicionada à formação funcional de seus
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do
integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de
República;
controle interno, nas condições estabelecidas no
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério
IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; da Justiça.
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais
prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos
portuárias; Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito
no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
valores constituídas, nos termos desta Lei;
regulamento desta Lei.
IX – para os integrantes das entidades de desporto
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma
demandem o uso de armas de fogo, na forma do
de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
legislação ambiental.
categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de
do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde
Auditor-Fiscal e Analista Tributário. que o interessado comprove a efetiva necessidade em
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
documentos:
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos
Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros I - documento de identificação pessoal;
pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções
II - comprovante de residência em área rural; e
de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional III - atestado de bons antecedentes.
do Ministério Público - CNMP.
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua
o
§ 1 As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI arma de fogo, independentemente de outras tipificações
do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo

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penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por atividade policial e à existência de mecanismos de
disparo de arma de fogo de uso permitido. fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei.
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
que integram regiões metropolitanas será autorizado porte § 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata
de arma de fogo, quando em serviço. este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm.
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a
empresas de segurança privada e de transporte de valores, registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal
constituídas na forma da lei, serão de propriedade, eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
responsabilidade e guarda das respectivas empresas, armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
devendo essas observar as condições de uso e de ocorrido o fato.
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
o certificado de registro e a autorização de porte expedidos
legalmente constituídas devem obedecer às condições de
pela Polícia Federal em nome da empresa.
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
segurança privada e de transporte de valores responderá portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento
pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, desta Lei.
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do
deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à
porte de arma para os responsáveis pela segurança de
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
horas depois de ocorrido o fato.
para colecionadores, atiradores e caçadores e de
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores representantes estrangeiros em competição internacional
deverá apresentar documentação comprobatória do oficial de tiro realizada no território nacional.
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 odesta Lei
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso
quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
permitido, em todo o território nacional, é de competência
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas da Polícia Federal e somente será concedida após
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao autorização do Sinarm.
Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida
o
Art. 7 -A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em
atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
serviço, devendo estas observar as condições de uso e de
integridade física;
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo
o certificado de registro e a autorização de porte expedidos II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
pela Polícia Federal em nome da instituição.
III – apresentar documentação de propriedade de arma de
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
este artigo independe do pagamento de taxa.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
Público designará os servidores de seus quadros pessoais no portador dela seja detido ou abordado em estado de
exercício de funções de segurança que poderão portar arma embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por alucinógenas.
cento) do número de servidores que exerçam funções de
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
segurança.
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que relativos:
trata este artigo fica condicionado à apresentação de
I – ao registro de arma de fogo;
documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à II – à renovação de registro de arma de fogo;
formação funcional em estabelecimentos de ensino de
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

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IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
V – à renovação de porte de arma de fogo;
ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
fogo. quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
responsabilidades.
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos permitido, sem autorização e em desacordo com
I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. determinação legal ou regulamentar:
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável,
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
agente.
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
Disparo de arma de fogo
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio
dos honorários profissionais para realização de avaliação Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
Federal de Psicologia. direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
profissional pela Polícia Federal. Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
CAPÍTULO IV ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
ou restrito, sem autorização e em desacordo com
DOS CRIMES E DAS PENAS
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com
de identificação de arma de fogo ou artefato;
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
estabelecimento ou empresa: restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo
Omissão de cautela
ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para determinação legal ou regulamentar;
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
ou diretor responsável de empresa de segurança e adolescente; e

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VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, § 2o Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente serão
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. expedidas autorizações de compra de munição com
identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis,
Comércio ilegal de arma de fogo
na forma do regulamento desta Lei.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
órgãos previstos no art. 6o.
munição, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: § 4o As instituições de ensino policial e as guardas
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de suprimento de suas atividades, mediante autorização
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou concedida nos termos definidos em regulamento.
clandestino, inclusive o exercido em residência.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º
Tráfico internacional de arma de fogo desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
produtos controlados, inclusive o registro e o porte de
acessório ou munição, sem autorização da autoridade
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e
competente:
caçadores.
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo
munição forem de uso proibido ou restrito. juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo
de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma
pena é aumentada da metade se forem praticados por
do regulamento desta Lei.
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e
8o desta Lei. § 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
Exército que receberem parecer favorável à doação,
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou
insuscetíveis de liberdade provisória.
órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
CAPÍTULO V
reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
DISPOSIÇÕES GERAIS abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios § 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará
disposto nesta Lei. o seu perdimento em favor da instituição beneficiada.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a § 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
definição das armas de fogo e demais produtos controlados, responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá
de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma
valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder
§ 4o (VETADO)
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do
Exército. § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão
de arma de uso permitido ou de uso restrito,
estar acondicionadas em embalagens com sistema de código
semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo,
de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
mencionando suas características e o local onde se
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
encontram.
informações definidas pelo regulamento desta Lei.

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Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o
armas de fogo, que com estas se possam confundir. regulamento desta Lei:
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por
coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o
Comando do Exército. transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou
com inobservância das normas de segurança;
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
restrito. realize publicidade para venda, estimulando o uso
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
especializadas.
aquisições dos Comandos Militares.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão,
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
sob pena de responsabilidade, as providências necessárias
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os
do caput do art. 6o desta Lei.
eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já Federal.
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação
publicação desta Lei.
dos serviços de transporte internacional e interestadual de
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar
validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, o embarque de passageiros armados.
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10
CAPÍTULO VI
desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação,
sem ônus para o requerente. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e
uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu munição em todo o território nacional, salvo para as
registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante entidades previstas no art. 6o desta Lei.
apresentação de documento de identificação pessoal e
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse,
outubro de 2005.
pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração
firmada na qual constem as características da arma e a sua § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto
condição de proprietário, ficando este dispensado do neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu
pagamento de taxas e do cumprimento das demais resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de
4o desta Lei
1997.
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e
registro provisório, expedido na forma do § 4 o do art. 115o da República.
5o desta Lei.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo Márcio Thomaz Bastos
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, José Viegas Filho
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, Marina Silva
nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE
presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do 2013.
regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma.
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.

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Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação § 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,
criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que
correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no não pratique pessoalmente atos de execução.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a
Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. § 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços):
A PRESIDENTA DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: I - se há participação de criança ou adolescente;

CAPÍTULO I II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a


organização criminosa dessa condição para a prática de
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA infração penal;

Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se,
a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, no todo ou em parte, ao exterior;
infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser
aplicado. IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras
organizações criminosas independentes;
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4
(quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que transnacionalidade da organização.
informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a § 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam público integra organização criminosa, poderá o juiz
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou
transnacional. função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 2o Esta Lei se aplica também:
§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou
internacional quando, iniciada a execução no País, o mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao
reciprocamente; cumprimento da pena.

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas § 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes
voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará
definidos. inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que
designará membro para acompanhar o feito até a sua
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, conclusão.
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa: CAPÍTULO II

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas. Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão
permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de seguintes meios de obtenção da prova:
qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal
que envolva organização criminosa. I - colaboração premiada;

§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
organização criminosa houver emprego de arma de fogo. ou acústicos;

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III - ação controlada; IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito


das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas,
a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos V - a localização de eventual vítima com a sua integridade
ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; física preservada.

V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, § 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em


nos termos da legislação específica; conta a personalidade do colaborador, a natureza, as
circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos criminoso e a eficácia da colaboração.
termos da legislação específica;
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de
na forma do art. 11; polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação
do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
distritais, estaduais e municipais na busca de provas e que esse benefício não tenha sido previsto na proposta
informações de interesse da investigação ou da instrução inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei
criminal. nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal).
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre
a capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação § 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo,
para contratação de serviços técnicos especializados, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6
aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam
judiciária para o rastreamento e obtenção de provas cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o
previstas nos incisos II e V. respectivo prazo prescricional.

§ 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que § 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público
trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle
interno da realização da contratação. I - não for o líder da organização criminosa;

SEÇÃO I II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos


deste artigo.
DA COLABORAÇÃO PREMIADA
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de objetivos.
direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo § 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre
criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais as partes para a formalização do acordo de colaboração, que
dos seguintes resultados: ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o
defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou,
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado
organização criminosa e das infrações penais por eles ou acusado e seu defensor.
praticadas;
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6 o, o respectivo
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de termo, acompanhado das declarações do colaborador e de
tarefas da organização criminosa; cópia da investigação, será remetido ao juiz para
homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim,
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
atividades da organização criminosa;
defensor.

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§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua
prévia autorização por escrito;
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá,
sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos
membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia demais corréus ou condenados.
responsável pelas investigações.
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada deverá
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que ser feito por escrito e conter:
as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador
não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor. I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado II - as condições da proposta do Ministério Público ou do
e sua eficácia. delegado de polícia;

§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu
denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a defensor;
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade
judicial. IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou
do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de
colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive e à sua família, quando necessário.
audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
informações.
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração serão
verdade.
dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que
decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério
assistido por defensor.
Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com interesse do representado, amplo acesso aos elementos de
fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
Art. 5o São direitos do colaborador: os referentes às diligências em andamento.

I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação § 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso
específica; assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art.
5o.
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações
pessoais preservados; SEÇÃO II

III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais DA AÇÃO CONTROLADA


coautores e partícipes;
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção
IV - participar das audiências sem contato visual com os policial ou administrativa relativa à ação praticada por
outros acusados; organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida
sob observação e acompanhamento para que a medida legal

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se concretize no momento mais eficaz à formação de provas § 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia
e obtenção de informações. poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público
poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou de infiltração.
administrativa será previamente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
e comunicará ao Ministério Público. representação do delegado de polícia para a infiltração de
agentes conterão a demonstração da necessidade da
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
a não conter informações que possam indicar a operação a possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o
ser efetuada. local da infiltração.

§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de distribuído, de forma a não conter informações que possam
polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que
será infiltrado.
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada. § 1o As informações quanto à necessidade da operação de
infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente,
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou manifestação do Ministério Público na hipótese de
administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as
das autoridades dos países que figurem como provável medidas necessárias para o êxito das investigações e a
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os segurança do agente infiltrado.
riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou
proveito do crime. § 2o Os autos contendo as informações da operação de
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público,
SEÇÃO III quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a
preservação da identidade do agente.
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado
sofre risco iminente, a operação será sustada mediante
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia,
investigação, representada pelo delegado de polícia ou
dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
requerida pelo Ministério Público, após manifestação
autoridade judicial.
técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de
inquérito policial, será precedida de circunstanciada,
motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida
seus limites. proporcionalidade com a finalidade da investigação,
responderá pelos excessos praticados.
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, o
juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a
Público. prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
investigação, quando inexigível conduta diversa.
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de infração
penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder ser Art. 14. São direitos do agente:
produzida por outros meios disponíveis.
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
o
§ 3 A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis)
meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber,
comprovada sua necessidade. o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999,
bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e
imediatamente cientificará o Ministério Público. demais informações pessoais preservadas durante a

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investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
judicial em contrário;
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros,
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério
filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou
autorização por escrito. do processo:

SEÇÃO IV Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

DO ACESSO A REGISTROS, DADOS CADASTRAIS, Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma
DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados
cadastrais de que trata esta Lei.
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão
acesso, independentemente de autorização judicial, apenas CAPÍTULO III
aos dados cadastrais do investigado que informem
exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o DISPOSIÇÕES FINAIS
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas
telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais
e administradoras de cartão de crédito. conexas serão apurados mediante procedimento ordinário
previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo (Código de Processo Penal), observado o disposto no
de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do parágrafo único deste artigo.
Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de
dados de reservas e registro de viagens. Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada
em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das igual período, por decisão fundamentada, devidamente
autoridades mencionadas no art. 15, registros de motivada pela complexidade da causa ou por fato
identificação dos números dos terminais de origem e de procrastinatório atribuível ao réu.
destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas
e locais. Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela
autoridade judicial competente, para garantia da celeridade
SEÇÃO V e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se
ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso
DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do
OBTENÇÃO DA PROVA direito de defesa, devidamente precedido de autorização
judicial, ressalvados os referentes às diligências em
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o andamento.
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Parágrafo único. Determinado o depoimento do
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos
autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ampliado, a critério da autoridade responsável pela
ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de investigação.
organização criminosa que sabe inverídicas:
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração “Associação Criminosa
de agentes:
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes:

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá
ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a I - da autoridade policial, na investigação criminal;
associação é armada ou se houver a participação de criança
ou adolescente.” (NR) II - do representante do Ministério Público, na investigação
criminal e na instrução processual penal.
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a conterá a demonstração de que a sua realização é necessária
seguinte redação: à apuração de infração penal, com indicação dos meios a
serem empregados.
“Art. 342. ....................................................................
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido
seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que
a concessão será condicionada à sua redução a termo.
...................................................................” (NR)
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá
o sobre o pedido.
Art. 26. Revoga-se a Lei n 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade,
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta indicando também a forma de execução da diligência, que
e cinco) dias de sua publicação oficial. não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do
meio de prova.
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os
procedimentos de interceptação, dando ciência ao
Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
Constituição Federal. § 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da
comunicação interceptada, será determinada a sua
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso transcrição.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará
o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações
qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em realizadas.
instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, § 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a
sob segredo de justiça. providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata
interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e
informática e telemática. técnicos especializados às concessionárias de serviço
público.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de
hipóteses: qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados
aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação preservando-se o sigilo das diligências, gravações e
em infração penal; transcrições respectivas.
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se
máximo, com pena de detenção. tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10,
§ 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a de Processo Penal.
indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada
por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução

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processual ou após esta, em virtude de requerimento do Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
Ministério Público ou da parte interessada.
comunidade nas atividades de execução da pena e da
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido
medida de segurança.
pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do
acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de TÍTULO II
comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou
Do Condenado e do Internado
quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com
objetivos não autorizados em lei. CAPÍTULO I
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Da Classificação
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º antecedentes e personalidade, para orientar a
da República.
individualização da execução penal.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de
Classificação que elaborará o programa individualizador da
LEI N° 7.210 DE 11 DE JULHO DE 1984 pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou
preso provisório.
TÍTULO I
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e
composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um)
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as
psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social,
disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
quando se tratar de condenado à pena privativa de
condições para a harmônica integração social do condenado
liberdade.
e do internado.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça
ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço
ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no
social.
processo de execução, na conformidade desta Lei e do
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de
Código de Processo Penal.
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
uma adequada classificação e com vistas à individualização
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição
da execução.
ordinária.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados
ser submetido o condenado ao cumprimento da pena
todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
privativa de liberdade em regime semi-aberto.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados
racial, social, religiosa ou política.
reveladores da personalidade, observando a ética
profissional e tendo sempre presentes peças ou informações
do processo, poderá:

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I - entrevistar pessoas; Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços


II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais,
dados e informações a respeito do condenado; além de locais destinados à venda de produtos e objetos
III - realizar outras diligências e exames necessários. permitidos e não fornecidos pela Administração.
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente,
com violência de natureza grave contra pessoa, ou por SEÇÃO III
qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de Da Assistência à Saúde
25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à
identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de
ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
indolor. médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em § 1º (Vetado).
banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
expedido pelo Poder Executivo. aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá será prestada em outro local, mediante autorização da
requerer ao juiz competente, no caso de inquérito direção do estabelecimento.
instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
perfil genético. principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
CAPÍTULO II recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
Da Assistência
SEÇÃO I SEÇÃO IV
Disposições Gerais Da Assistência Jurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do internados sem recursos financeiros para constituir
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à advogado.
convivência em sociedade. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria
Art. 11. A assistência será: Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
I - material; § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
II - à saúde; estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
III -jurídica; exercício de suas funções, dentro e fora dos
IV - educacional; estabelecimentos penais.
V - social; § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local
VI - religiosa. apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado Público.
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
instalações higiênicas. implementados Núcleos Especializados da Defensoria

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Pública para a prestação de assistência jurídica integral e categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e recreativos e didáticos.
seus familiares, sem recursos financeiros para constituir Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
advogado. I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e
SEÇÃO V o número de presos e presas atendidos;
Da Assistência Educacional III - a implementação de cursos profissionais em nível de
iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução e presas atendidos;
escolar e a formação profissional do preso e do internado. IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se acervo;
no sistema escolar da Unidade Federativa. V - outros dados relevantes para o aprimoramento
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com educacional de presos e presas.
formação geral ou educação profissional de nível médio, será
implantado nos presídios, em obediência ao preceito SEÇÃO VI
constitucional de sua universalização. Da Assistência Social
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á
ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o
administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
estadual de justiça ou administração penitenciária. I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das
incluirão em seus programas de educação à distância e de saídas temporárias;
utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis,
presos e às presas. 7.627. a recreação;
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de V - promover a orientação do assistido, na fase final do
iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino seu retorno à liberdade;
profissional adequado à sua condição. VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
convênio com entidades públicas ou particulares, que VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. preso, do internado e da vítima.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa

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Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e


Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a produtiva.
participação nos serviços organizados no estabelecimento § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da
cultos religiosos. Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante
participar de atividade religiosa. prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
SEÇÃO VIII § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
Da Assistência ao Egresso atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: determinados judicialmente e não reparados por outros
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em meios;
liberdade; b) à assistência à família;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e c) a pequenas despesas pessoais;
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com
2 (dois) meses. a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a
assistente social, o empenho na obtenção de emprego. parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: de Poupança, que será entregue ao condenado quando
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da posto em liberdade.
saída do estabelecimento; Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à
II - o liberado condicional, durante o período de prova. comunidade não serão remuneradas.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o SEÇÃO II
egresso para a obtenção de trabalho. Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está


CAPÍTULO III obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
Do Trabalho capacidade.
SEÇÃO I Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
Disposições Gerais obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em
conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades

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futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas Do Trabalho Externo


pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. regime fechado somente em serviço ou obras públicas
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta,
ocupação adequada à sua idade. ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão contra a fuga e em favor da disciplina.
atividades apropriadas ao seu estado. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 por cento) do total de empregados na obra.
(seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
domingos e feriados. empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
trabalho aos presos designados para os serviços de consentimento expresso do preso.
conservação e manutenção do estabelecimento penal. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão,
empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo
objetivo a formação profissional do condenado. de 1/6 (um sexto) da pena.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
promover e supervisionar a produção, com critérios e externo ao preso que vier a praticar fato definido como
métodos empresariais, encarregar-se de sua crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento
comercialização, bem como suportar despesas, inclusive contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
pagamento de remuneração adequada.
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão CAPÍTULO IV
celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos SEÇÃO I
presídios. Dos Deveres
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais
União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de
adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens execução da pena.
ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for Art. 39. Constituem deveres do condenado:
possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares. I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as sentença;
vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com
a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do quem deva relacionar-se;
estabelecimento penal. III - urbanidade e respeito no trato com os demais
condenados;
SEÇÃO III

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IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em
de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; defesa de direito;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; XV - contato com o mundo exterior por meio de
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; informação que não comprometam a moral e os bons
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas costumes.
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob
proporcional da remuneração do trabalho; pena da responsabilidade da autoridade judiciária
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; competente.
X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato
couber, o disposto neste artigo. motivado do diretor do estabelecimento.
Dos Direitos Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta
integridade física e moral dos condenados e dos presos Seção.
provisórios. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
Art. 41 - Constituem direitos do preso: confiança pessoal do internado ou do submetido a
I - alimentação suficiente e vestuário; tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
III - Previdência Social; Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o
IV - constituição de pecúlio; particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
trabalho, o descanso e a recreação; SEÇÃO III
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, Da Disciplina
artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis SUBSEÇÃO I
com a execução da pena; Disposições Gerais
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na
social e religiosa; obediência às determinações das autoridades e seus agentes
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; e no desempenho do trabalho.
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso
em dias determinados; provisório.
XI - chamamento nominal; Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
individualização da pena; § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

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§ 3º São vedadas as sanções coletivas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução couber, ao preso provisório.
da pena ou da prisão, será cientificado das normas Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
disciplinares. direitos que:
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da
conforme as disposições regulamentares. obrigação imposta;
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o III - observar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
poder disciplinar será exercido pela autoridade 39, desta Lei.
administrativa a que estiver sujeito o condenado. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem
representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
SUBSEÇÃO II I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem
Das Faltas Disciplinares prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, aplicada;
médias e graves. A legislação local especificará as leves e II - recolhimento em cela individual;
médias, bem assim as respectivas sanções. III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças,
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção com duração de duas horas;
correspondente à falta consumada. IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de para banho de sol.
liberdade que: § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
ou a disciplina; estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a
II - fugir; segurança do estabelecimento penal ou da
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
integridade física de outrem; § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
IV - provocar acidente de trabalho; diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do participação, a qualquer título, em organizações criminosas,
artigo 39, desta Lei. quadrilha ou bando.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação SUBSEÇÃO III
com outros presos ou com o ambiente externo. Das Sanções e das Recompensas

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Art. 53. Constituem sanções disciplinares: consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu
I - advertência verbal; tempo de prisão.
II - repreensão; Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
único); Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos não poderão exceder a 30 (trinta) dias.
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos
observado o disposto no artigo 88 desta Lei. não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído regime disciplinar diferenciado.
pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas Juiz da execução.
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso
V, por prévio e fundamentado despacho do juiz SUBSEÇÃO V
competente. Do Procedimento Disciplinar
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
autoridade administrativa. assegurado o direito de defesa.
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime Parágrafo único. A decisão será motivada.
disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias.
dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá
comportamento reconhecido em favor do condenado, de de despacho do juiz competente.
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será
trabalho. computado no período de cumprimento da sanção
Art. 56. São recompensas: disciplinar.
I - o elogio; Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
II - a concessão de regalias. preventiva no regime disciplinar diferenciado será
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos computado no período de cumprimento da sanção
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. disciplinar.
TÍTULO III
SUBSEÇÃO IV Dos Órgãos da Execução Penal
Da Aplicação das Sanções CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão Art. 61. São órgãos da execução penal:
em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;

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II - o Juízo da Execução; VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de


III - o Ministério Público; estabelecimentos penais e casas de albergados;
IV - o Conselho Penitenciário; VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística
V - os Departamentos Penitenciários; criminal;
VI - o Patronato; VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais,
VII - o Conselho da Comunidade. bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho
VIII - a Defensoria Pública. Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do
CAPÍTULO II desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
Penitenciária, com sede na Capital da República, é IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
subordinado ao Ministério da Justiça. administrativa para instauração de sindicância ou
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e procedimento administrativo, em caso de violação das
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros normas referentes à execução penal;
designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre X - representar à autoridade competente para a interdição,
professores e profissionais da área do Direito Penal, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
como por representantes da comunidade e dos Ministérios CAPÍTULO III
da área social. Do Juízo da Execução
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá
duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei
ano. local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e sentença.
Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
federal ou estadual, incumbe: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção modo favorecer o condenado;
do delito, administração da Justiça Criminal e execução das II - declarar extinta a punibilidade;
penas e das medidas de segurança; III - decidir sobre:
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de a) soma ou unificação de penas;
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da b) progressão ou regressão nos regimes;
política criminal e penitenciária; c) detração e remição da pena;
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para d) suspensão condicional da pena;
a sua adequação às necessidades do País; e) livramento condicional;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; f) incidentes da execução.
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e IV - autorizar saídas temporárias;
aperfeiçoamento do servidor; V - determinar:

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a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
fiscalizar sua execução; execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
privativa de liberdade; substituição da pena por medida de segurança;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva d) a revogação da medida de segurança;
de direitos; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e
substituição da pena por medida de segurança; do livramento condicional;
e) a revogação da medida de segurança; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; situação anterior.
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
comarca; judiciária, durante a execução.
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará
artigo 86, desta Lei. mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua
i) (VETADO); presença em livro próprio.
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de
segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, CAPÍTULO V
tomando providências para o adequado funcionamento e Do Conselho Penitenciário
promovendo, quando for o caso, a apuração de Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
responsabilidade; fiscalizador da execução da pena.
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo
que estiver funcionando em condições inadequadas ou com Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios,
infringência aos dispositivos desta Lei; dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. como por representantes da comunidade. A legislação
CAPÍTULO IV federal e estadual regulará o seu funcionamento.
Do Ministério Público § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e a duração de 4 (quatro) anos.
da medida de segurança, oficiando no processo executivo e Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
nos incidentes da execução. I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº
e de internamento; 10.792, de 2003)
II - requerer: II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do
processo executivo;

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III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; internamento federais.
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos SEÇÃO II
egressos. Do Departamento Penitenciário Local
CAPÍTULO VI Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Dos Departamentos Penitenciários Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que
SEÇÃO I estabelecer.
Do Departamento Penitenciário Nacional Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que
Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e pertencer.
financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e SEÇÃO III
Penitenciária. Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
Nacional: Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal deverá satisfazer os seguintes requisitos:
em todo o Território Nacional; I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços
estabelecimentos e serviços penais; Sociais..
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na II - possuir experiência administrativa na área;
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
Lei; desempenho da função.
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante Parágrafo único. O diretor deverá residir no
convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo
penais; integral à sua função.
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado
de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino em diferentes categorias funcionais, segundo as
profissionalizante do condenado e do internado. necessidades do serviço, com especificação de atribuições
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimento e às demais funções.
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado,
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação,
unidade federativa, em especial para presos sujeitos a preparação profissional e antecedentes pessoais do
regime disciplinar. candidato.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos

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específicos de formação, procedendo-se à reciclagem IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos


periódica dos servidores em exercício. para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se com a direção do estabelecimento.
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo CAPÍTULO IX
quando se tratar de pessoal técnico especializado. DA DEFENSORIA PÚBLICA
CAPÍTULO VII
Do Patronato Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução
da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos
prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). necessitados em todos os graus e instâncias, de forma
Art. 79. Incumbe também ao Patronato: individual e coletiva.
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de I – requerer:
serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições processo executivo;
da suspensão e do livramento condicional. b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de
CAPÍTULO VIII qualquer modo favorecer o condenado;
Do Conselho da Comunidade c) a declaração de extinção da punibilidade;
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da d) a unificação de penas;
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) e) a detração e remição da pena;
representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do execução;
Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem
Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela como a substituição da pena por medida de segurança;
Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
Sociais. suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste comutação de pena e o indulto;
artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos i) a autorização de saídas temporárias;
integrantes do Conselho. j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: situação anterior.
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
penais existentes na comarca; comarca;
II - entrevistar presos; l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1 o do
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao art. 86 desta Lei;
Conselho Penitenciário; II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
cumprir;

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III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo,
judiciária ou administrativa durante a execução; até 6 (seis) meses de idade.
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo
administrativa para instauração de sindicância ou deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino
procedimento administrativo em caso de violação das na segurança de suas dependências internas.
normas referentes à execução penal; § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências ensino básico e profissionalizante.
para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
caso, a apuração de responsabilidade; Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo atividades materiais acessórias, instrumentais ou
ou em parte, de estabelecimento penal. complementares desenvolvidas em estabelecimentos
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará penais, e notadamente:
periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a I - serviços de conservação, limpeza, informática,
sua presença em livro próprio. copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios,
TÍTULO IV instalações e equipamentos internos e externos;
Dos Estabelecimentos Penais II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo
CAPÍTULO I preso.
Disposições Gerais § 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao fiscalização do poder público.
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso § 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão
provisório e ao egresso. compreender o fornecimento de materiais, equipamentos,
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, máquinas e profissionais.
serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e
sua condição pessoal. coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e
estabelecimentos de destinação diversa desde que notadamente:
devidamente isolados. I - classificação de condenados;
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, II - aplicação de sanções disciplinares;
deverá contar em suas dependências com áreas e serviços III - controle de rebeliões;
destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário,
e prática esportiva. hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes penais.
universitários. Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres sentença transitada em julgado.
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam § 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com
os seguintes critérios:

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I - acusados pela prática de crimes hediondos ou § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão
equiparados; trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
ou grave ameaça à pessoa; § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções autoridade administrativa definir o estabelecimento
diversos dos apontados nos incisos I e II. prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência estabelecidos.
separada.
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com
os seguintes critérios: CAPÍTULO II
I - condenados pela prática de crimes hediondos ou Da Penitenciária
equiparados; Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de
II - reincidentes condenados pela prática de crimes reclusão, em regime fechado.
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito
III - primários condenados pela prática de crimes cometidos Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias
com violência ou grave ameaça à pessoa; destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e
IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao
contravenções em situação diversa das previstas nos incisos regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta
I, II e III. Lei.
o
§ 4 O preso que tiver sua integridade física, moral ou Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que
psicológica ameaçada pela convivência com os demais conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
presos ficará segregado em local próprio. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
compatível com a sua estrutura e finalidade. aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e existência humana;
Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
estabelecimento, atendendo a sua natureza e Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a
peculiaridades. penitenciária de mulheres será dotada de seção para
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças
Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a
em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. finalidade de assistir a criança desamparada cuja
o responsável estiver presa.
§ 1 A União Federal poderá construir estabelecimento penal
em local distante da condenação para recolher os Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche
condenados, quando a medida se justifique no interesse da referidas neste artigo:
segurança pública ou do próprio condenado.

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I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames
diretrizes adotadas pela legislação educacional e em gerais e o criminológico, cujos resultados serão
unidades autônomas; e encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
II – horário de funcionamento que garanta a melhor Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas
assistência à criança e à sua responsável. criminológicas.
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade
afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
visitação. Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão
CAPÍTULO III Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação.
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar CAPÍTULO VI
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
cumprimento da pena em regime semiaberto. Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos
coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.
único, do artigo 88, desta Lei. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o
Parágrafo único. São também requisitos básicos das disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
dependências coletivas: Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
a) a seleção adequada dos presos; necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de internados.
individualização da pena. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97,
CAPÍTULO IV segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital
Da Casa do Albergado de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de dependência médica adequada.
pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de CAPÍTULO VII
limitação de fim de semana. Da Cadeia Pública
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se presos provisórios.
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do pública a fim de resguardar o interesse da Administração da
Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo
acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras. ao seu meio social e familiar.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será
serviços de fiscalização e orientação dos condenados. instalado próximo de centro urbano, observando-se na
CAPÍTULO V construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e
Do Centro de Observação seu parágrafo único desta Lei.
TÍTULO V
Da Execução das Penas em Espécie

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CAPÍTULO I autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao


Das Penas Privativas de Liberdade condenado.
SEÇÃO I § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro
Disposições Gerais especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e
anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena curso da execução, o cálculo das remições e de outras
privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o retificações posteriores.
Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será
execução. internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que Psiquiátrico.
a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será
remetida à autoridade administrativa incumbida da posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro
execução e conterá: motivo não estiver preso.
I - o nome do condenado; SEÇÃO II
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no Dos Regimes
órgão oficial de identificação; Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de
bem como certidão do trânsito em julgado; liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de parágrafos do Código Penal.
instrução; Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime,
V - a data da terminação da pena; no mesmo processo ou em processos distintos, a
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao determinação do regime de cumprimento será feita pelo
adequado tratamento penitenciário. resultado da soma ou unificação das penas, observada,
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de quando for o caso, a detração ou remição.
recolhimento. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo
sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao cumprida, para determinação do regime.
tempo de duração da pena. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da forma progressiva com a transferência para regime menos
Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
84, desta Lei. ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que
pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela vedam a progressão.
autoridade judiciária. § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução manifestação do Ministério Público e do defensor.
passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos

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§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de IV - condenada gestante.


livramento condicional, indulto e comutação de penas, Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
Juiz. II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o ao restante da pena em execução, torne incabível o regime
condenado que: (artigo 111).
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê- § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além
lo imediatamente; das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado da execução ou não pagar, podendo, a multa
dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que cumulativamente imposta.
irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá
responsabilidade, ao novo regime. ser ouvido previamente o condenado.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas
pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. complementares para o cumprimento da pena privativa de
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código
a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes Penal).
condições gerais e obrigatórias: SEÇÃO III
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso Das Autorizações de Saída
e nos dias de folga; SUBSEÇÃO I
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização Da Permissão de Saída
judicial; Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão
atividades, quando for determinado. obter permissão para sair do estabelecimento, mediante
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
de ofício, a requerimento do Ministério Público, da I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
autoridade administrativa ou do condenado, desde que as ascendente, descendente ou irmão;
circunstâncias assim o recomendem. II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do artigo 14).
beneficiário de regime aberto em residência particular Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo
quando se tratar de: diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento
II - condenado acometido de doença grave; terá a duração necessária à finalidade da saída.
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou
mental;

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SUBSEÇÃO II § 2o Quando se tratar de frequência a curso


Da Saída Temporária profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior,
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das
semiaberto poderão obter autorização para saída atividades discentes.
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente
seguintes casos: poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta
I - visita à família; e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como Art. 125. O benefício será automaticamente revogado
de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da quando o condenado praticar fato definido como crime
Execução; doloso, for punido por falta grave, desatender as condições
III - participação em atividades que concorram para o retorno impostas na autorização ou revelar baixo grau de
ao convívio social. aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária
a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo dependerá da absolvição no processo penal, do
condenado, quando assim determinar o juiz da execução. cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do merecimento do condenado.
Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por
seguintes requisitos: estudo, parte do tempo de execução da pena. .
I - comportamento adequado; § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o razão de:
condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
(quatro) vezes durante o ano. II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1 o deste
beneficiário as seguintes condições, entre outras que artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas
situação pessoal do condenado: pelas autoridades educacionais competentes dos cursos
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser frequentados.
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas
benefício; diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
II - recolhimento à residência visitada, no período compatibilizarem.
noturno; § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
estabelecimentos congêneres. remição.

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§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será Do Livramento Condicional


acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83,
pena, desde que certificada pelo órgão competente do incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o
sistema de educação. Ministério Público e Conselho Penitenciário.
o
§ 6 O condenado que cumpre pena em regime aberto ou Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições
semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão a que fica subordinado o livramento.
remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as
educação profissional, parte do tempo de execução da pena obrigações seguintes:
ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
o
§ 1 deste artigo. para o trabalho;
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
cautelar . c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução,
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos sem prévia autorização deste.
o Ministério Público e a defesa. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional,
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até entre outras obrigações, as seguintes:
1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
disciplinar. b) recolher-se à habitação em hora fixada;
Art. 128. O tempo remido será computado como pena c) não frequentar determinados lugares.
cumprida, para todos os efeitos. d) (VETADO)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do
todos os condenados que estejam trabalhando ou livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver
estudando, com informação dos dias de trabalho ou das transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de e de proteção.
cada um deles. Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
o
§ 1 O condenado autorizado a estudar fora do apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por artigo anterior.
meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento,
frequência e o aproveitamento escolar. os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias cabíveis.
remidos. Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias,
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida
para fim de instruir pedido de remição. da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
SEÇÃO V

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Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas
realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade
Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está laborativa.
sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte: Parágrafo único. A entidade encarregada da observação
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou Conselho Penitenciário, para efeito da representação
membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas
liberando para as condições impostas na sentença de hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
livramento; Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na
III - o liberando declarará se aceita as condições. hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito liberado ou agravar as condições.
por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal
seu rogo, se não souber ou não puder escrever. anterior à vigência do livramento, computar-se-á como
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo
execução. permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser- tempo das 2 (duas) penas.
lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se
pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado,
judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida. e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo
§ 1º A caderneta conterá: livramento.
a) a identificação do liberado; Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do
b) o texto impresso do presente Capítulo; Ministério Público, mediante representação do Conselho
c) as condições impostas. Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, Público, da Defensoria Pública ou mediante representação
podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo. modificar as condições especificadas na sentença, devendo
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das
para consignar-se o cumprimento das condições referidas no autoridades ou funcionários indicados no inciso I
artigo 132 desta Lei. do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
Comunidade terão a finalidade de: poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do
na sentença concessiva do benefício; livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
dependendo da decisão final.

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Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o
Ministério Público ou mediante representação do Conselho juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas
Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
se expirar o prazo do livramento sem revogação. Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
Seção VI revogada:
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
Da Monitoração Eletrônica
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver
Art. 146-A. (VETADO).
sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da CAPÍTULO II
monitoração eletrônica quando: Das Penas Restritivas de Direitos
I - (VETADO); SEÇÃO I
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; Disposições Gerais
III - (VETADO); Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a
IV - determinar a prisão domiciliar; pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a
V - (VETADO); requerimento do Ministério Público, promoverá a execução,
Parágrafo único. (VETADO). podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a
que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos particulares.
seguintes deveres: Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas
eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim
orientações; de semana, ajustando-as às condições pessoais do
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar condenado e às características do estabelecimento, da
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica entidade ou do programa comunitário ou estatal.
ou de permitir que outrem o faça;
III - (VETADO);
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres SEÇÃO II
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da Da Prestação de Serviços à Comunidade
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - a regressão do regime. I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal,
II - a revogação da autorização de saída temporária; devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual
III - (VETADO); o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo
IV - (VETADO); com as suas aptidões;
V - (VETADO); II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da
VI - a revogação da prisão domiciliar; entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
modificações ocorridas na jornada de trabalho.

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§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir
será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias do qual a execução terá seu início.
úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código
trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro documentos, que autorizam o exercício do direito
comparecimento. interditado.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao
encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório Juiz da execução o descumprimento da pena.
circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá
qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta ser feita por qualquer prejudicado.
disciplinar. CAPÍTULO III
SEÇÃO III Da Suspensão Condicional
Da Limitação de Fim de Semana Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade,
do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77
que deverá cumprir a pena. a 82 do Código Penal.
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena
primeiro comparecimento. privativa de liberdade, na situação determinada no artigo
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a
tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
atividades educativas. Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento começando este a correr da audiência prevista no artigo 160
obrigatório do agressor a programas de recuperação e desta Lei.
reeducação. § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código
disciplinar do condenado. Penal.
SEÇÃO IV § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
Da Interdição Temporária de Direitos requerimento do Ministério Público ou mediante proposta
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras
competente a pena aplicada, determinada a intimação do estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
condenado. § 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas
do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário,
Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição

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beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a
Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a
devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das execução da pena.
normas supletivas. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à averbado à margem do registro.
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para
condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou
ocupação e os salários ou proventos de que vive. pelo Ministério Público, para instruir processo penal.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar CAPÍTULO IV
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, Da Pena de Multa
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com
prorrogação do prazo ou a modificação das condições. trânsito em julgado, que valerá como título executivo
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados,
comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias,
nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
imediatamente. § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a
condições do benefício. execução.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução
modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida. seguirão o que dispuser a lei processual civil.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos
pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em prosseguimento.
qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando
consequências de nova infração penal e do descumprimento sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código
das condições impostas. Penal).
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa
de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do
à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código
será executada imediatamente a pena. Penal, observando-se o seguinte:
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta
prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de
direito;

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III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à
mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
determinada. I - a qualificação do agente e o número do registro geral do
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 órgão oficial de identificação;
desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver
da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas. aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências trânsito em julgado;
para verificar a real situação econômica do condenado e, III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação,
ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações. ou do tratamento ambulatorial;
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do adequado tratamento ou internamento.
Ministério Público, revogará o benefício executando-se a § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se recolhimento e de sujeição a tratamento.
na execução já iniciada. § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada modificações quanto ao prazo de execução.
cumulativamente com pena privativa da liberdade, Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei.
cobrada mediante desconto na remuneração do condenado CAPÍTULO II
(artigo 168). Da Cessação da Periculosidade
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no
ou obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança,
multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo. pelo exame das condições pessoais do agente, observando-
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos se o seguinte:
em que for concedida a suspensão condicional da pena. I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de
TÍTULO VI expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao
Da Execução das Medidas de Segurança Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a
CAPÍTULO I revogação ou permanência da medida;
Disposições Gerais II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências,
medida de segurança, será ordenada a expedição de guia serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o
para a execução. curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que
Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento não o tiver;
ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
sem a guia expedida pela autoridade judiciária. partes, poderá determinar novas diligências, ainda que
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento expirado o prazo de duração mínima da medida de
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em segurança;

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VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não
refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no sabido, ou desatender a intimação por edital;
prazo de 5 (cinco) dias. b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo programa em que deva prestar serviço;
mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe
da execução, diante de requerimento fundamentado do foi imposto;
Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou d) praticar falta grave;
defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
anterior. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação quando o condenado não comparecer ao estabelecimento
da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer
disposto no artigo anterior. a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.
(artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos § 3º A pena de interdição temporária de direitos será
artigos 132 e 133 desta Lei. convertida quando o condenado exercer,
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
ordem para a desinternação ou a liberação. qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste
artigo.
TÍTULO VII Art. 182 (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
Dos Incidentes de Execução Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa
CAPÍTULO I de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da
Das Conversões saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
(dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, administrativa, poderá determinar a substituição da pena
desde que: por medida de segurança.
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da em internação se o agente revelar incompatibilidade com a
pena; medida.
III - os antecedentes e a personalidade do condenado Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
indiquem ser a conversão recomendável. internação será de 1 (um) ano.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em CAPÍTULO II
privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 Do Excesso ou Desvio
e seus incisos do Código Penal. Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença,
convertida quando o condenado: em normas legais ou regulamentares.

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Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho
execução: Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará
I - o Ministério Público; de acordo com o disposto no artigo anterior.
II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado; TÍTULO VIII
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. Do Procedimento Judicial
CAPÍTULO III Art. 194. O procedimento correspondente às situações
Da Anistia e do Indulto previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a Juízo da execução.
requerimento do interessado ou do Ministério Público, por Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a
proposta da autoridade administrativa ou do Conselho requerimento do Ministério Público, do interessado, de
Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. quem o represente, de seu cônjuge, parente ou
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário,
petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, ou, ainda, da autoridade administrativa.
do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não
documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho figurem como requerentes da medida.
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
encaminhamento ao Ministério da Justiça. decidirá de plano, em igual prazo.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do § 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial
processo e do prontuário, promoverá as diligências que ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do daquela ou na audiência designada.
ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de
exposição dos antecedentes do condenado e do agravo, sem efeito suspensivo.
procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer TÍTULO IX
sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer Das Disposições Finais e Transitórias
formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como
petição será submetida a despacho do Presidente da exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o
República, a quem serão presentes os autos do processo ou cumprimento da pena.
a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto federal.
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha
execução aos termos do decreto, no caso de comutação. corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do referência à condenação, salvo para instruir processo pela

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prática de nova infração penal ou outros casos expressos em OPRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO
lei. NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação


CAPÍTULO I
desta Lei, serão editadas as normas complementares ou DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E DA
regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não INFORMAÇÃO
Art . 1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o
autoaplicáveis.
recebimento e a difusão de informações ou ideias, por
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades qualquer meio, e sem dependência de censura,
respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
cometer.
projetar a adaptação, construção e equipamento de § 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de
processos de subversão da ordem política e social ou de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
preconceitos de raça ou classe.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a espetáculos e
aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de
diversões públicas, que ficarão sujeitos à censura, na forma
casas de albergados. da lei, nem na vigência do estado de sítio, quando o Governo
poderá exercer a censura sobre os jornais ou periódicos e
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
empresas de radiodifusão e agências noticiosas nas matérias
ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal atinentes aos motivos que o determinaram, como também
em relação aos executores daquela medida.
e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída
com os projetos de reforma ou de construção de Art . 2º É livre a publicação e circulação, no território
nacional, de livros e de jornais e outros periódicos, salvo se
estabelecimentos.
clandestinos (art. 11) ou quando atentem contra a moral e
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres os bons costumes.
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
§ 1º A exploração dos serviços de radiodifusão depende de
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela permissão ou concessão federal, na forma da lei.
União, para atender às despesas de execução das penas e
§ 2º É livre a exploração de empresas que tenham por objeto
medidas de segurança. o agenciamento de notícias, desde que registadas nos
termos do art. 8º.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a
lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as Art . 3º É vedada a propriedade de empresas jornalísticas,
sejam políticas ou simplesmente noticiosas, a estrangeiros e
disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2
a sociedade por ações ao portador.
de outubro de 1957.
§ 1º Nem estrangeiros nem pessoas jurídicas, excetuados os
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º
partidos políticos nacionais, poderão ser sócios ou particular
da República. de sociedades proprietárias de empresas jornalísticas, nem
exercer sobre elas qualquer tipo de controle direto ou
JOÃO FIGUEIREDO
indireto.
Ibrahim Abi-Ackel
§ 2º A responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa das empresas jornalísticas caberão,
exclusivamente, a brasileiros natos, sendo rigorosamente
vedada qualquer modalidade de contrato de assistência
LEI Nº 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE técnica com empresas ou organizações estrangeiras, que
1967. lhes faculte, sob qualquer pretexto ou maneira, ter
participação direta, indireta ou sub-reptícia, por intermédio
de prepostos ou empregados, na administração e na
Regula a liberdade de manifestação do pensamento e de orientação da empresa jornalística.
informação.

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§ 3º A sociedade que explorar empresas jornalísticas poderá qualquer forma, ferir o espírito das disposições dos artigos
ter forma civil ou comercial, respeitadas as restrições 3º e 4º, sendo também proibidas quaisquer modalidades
constitucionais e legais relativas à sua propriedade e direção. contratuais que de maneira direta ou indireta assegurem a
empresas ou organizações estrangeiras participação nos
§ 4º São empresas jornalísticas, para os fins da presente Lei, lucros brutos ou líquidos das empresas jornalísticas ou de
aquelas que editarem jornais, revistas ou outros periódicos. radiodifusão.
Equiparam-se às empresas jornalísticas, para fins de
responsabilidade civil e penal, aquelas que explorarem Art . 7º No exercício da liberdade de manifestação do
serviços de radiodifusão e televisão, agenciamento de pensamento e de informação não é permitido o anonimato.
notícias, e as empresas cinematográficas. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às
fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas
§ 5º Qualquer pessoa que emprestar seu nome ou servir de por jornalistas, radiorrepórteres ou comentaristas.
instrumento para violação do disposto nos parágrafos § 1º Todo jornal ou periódico é obrigado a estampar, no seu
anteriores ou que emprestar seu nome para se ocultar o cabeçalho, o nome do diretor ou redator-chefe, que deve
verdadeiro proprietário, sócio, responsável ou orientador estar no gôzo dos seus direitos civis e políticos, bem como
intelectual ou administrativo das empresas jornalísticas, será indicar a sede da administração e do estabelecimento gráfico
punida com a pena de 1 a três anos de detenção e multa de onde é impresso, sob pena de multa diária de, no máximo,
10 a 100 salários-mínimos vigorantes na Capital do País. um salário-mínimo da região, nos têrmos do art. 10.

§ 6º As mesmas penas serão aplicadas àquele em proveito § 2º Ficará sujeito à apreensão pela autoridade policial todo
de quem reverter a simulação ou que a houver determinado impresso que, por qualquer meio, circular ou fôr exibido em
ou promovido. público sem estampar o nome do autor e editor, bem como
a indicação da oficina onde foi impresso, sede da mesma e
§ 7º Estão excluídas do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo data da impressão.
as publicações científicas, técnicas, culturais e artísticas.
§ 3º Os programas de noticiário, reportagens, comentários,
Art . 4º Caberá exclusivamente a brasileiros natos a debates e entrevistas, nas emissoras de
responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa radiodifusão,deverão enunciar, no princípio e ao final de
dos serviços de notícias, reportagens, comentários, debates cada um, o nome do respectivo diretor ou produtor.
e entrevistas, transmitidos pelas empresas de radiodifusão.
§ 4º O diretor ou principal responsável do jornal, revista,
§ 1º É vedado às empresas de radiodifusão manter contratos
rádio e televisão manterá em livro próprio, que abrirá e
de assistência técnica com empresas ou organizações
estrangeiras, quer a respeito de administração, quer de rubricará em todas as folhas, para exibir em juízo, quando
orientação, sendo rigorosamente proibido que estas, por para isso for intimado, o registro dos pseudônimos, seguidos
qualquer forma ou modalidade, pretexto ou expediente, da assinatura dos seus utilizastes, cujos trabalhos sejam ali
mantenham ou nomeiem servidores ou técnicos que, de divulgados.
forma direta ou indireta, tenham intervenção ou CAPÍTULO II
conhecimento da vida administrativa ou da orientação da DO REGISTRO
empresa de radiodifusão.

§ 2º A vedação do parágrafo anterior não alcança a parte Art . 8º Estão sujeitos a registro no cartório competente do
estritamente técnica ou artística da programação e do Registro Civil das Pessoas Jurídicas:
aparelhamento da empresa.
I - os jornais e demais publicações periódicas;
Art . 5º As proibições a que se referem o § 2º do art. 3º e o §
1º do artigo 4º não se aplicam aos casos de contrato de
II - as oficinas, impressoras de quaisquer naturezas,
assistência técnica, com empresa ou organização
estrangeira, não superior a seis meses e exclusivamente pertencentes a pessoas naturais ou jurídicas;
referente à fase de instalação e início de funcionamento de
equipamento, máquinas e aparelhamento técnicos. III - as empresas de radiodifusão que mantenham serviços de
notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas;
Art . 6º Depende de prévia aprovação do CONTEL qualquer
contrato que uma empresa de radiodifusão pretenda fazer
IV - as empresas que tenham por objeto o agenciamento de
com empresa ou organização estrangeira, que possa, de
notícias.

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c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pessoa


Art . 9º O pedido de registro conterá as informações e será jurídica.
instruído com os documentos seguintes:
Parágrafo único. As alterações em qualquer dessas
I - no caso de jornais ou outras publicações periódicas: declarações ou documentos deverão ser averbadas no
registro no prazo de 8 (oito) dias.
a) título do jornal ou periódico, sede da redação, Art . 10. A falta de registro das declarações exigidas no artigo
administração e oficinas impressoras, esclarecendo, quanto anterior, ou de averbação da alteração, será punida com
a estas, se são próprias ou de terceiros, e indicando, neste multa que terá o valor de meio a dois salários-mínimos da
caso, os respectivos proprietários; região.

b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do § 1º A sentença que impuser a multa fixará prazo, não
diretor ou redator-chefe; inferior a 20 dias, para registro ou alteração das declarações.

c) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do § 2º A multa será liminarmente aplicada pela autoridade
proprietário; judiciária cobrada por processo executivo, mediante ação do
Ministério Público, depois que, marcado pelo juiz, não for
d) se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo cumprido o despacho.
estatuto ou contrato social e nome, idade, residência e prova
da nacionalidade dos diretores, gerentes e sócios da pessoa § 3º Se o registro ou alteração não for efetivado no prazo
jurídica proprietária; referido no § 1º deste artigo, o juiz poderá impor nova multa,
agravando-a de 50% (cinquenta por cento) toda vez que seja
II - no caso de oficinas impressoras: ultrapassada de dez dias o prazo assinalado na sentença.

a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do Art . 11. Considera-se clandestino o jornal ou outra
proprietário, se pessoa natural; publicação periódica não registrado nos termos do art. 9º, ou
de cujo registro não constem o nome e qualificação do
b) sede da administração, lugar, rua e número onde diretor ou redator e do proprietário.
funcionam as oficinas e denominação destas;

c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes


a pessoa jurídica. CAPÍTULO III
DOS ABUSOS NO EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE
III - no caso de empresas de radiodifusão: MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E
a) designação da emissora, sede da sua administração e local INFORMAÇÃO
das instalações do estúdio;
Art . 12. Aqueles que, através dos meios de informação e
b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do divulgação, praticarem abusos no exercício da liberdade de
diretor ou redator-chefe responsável pelos serviços de manifestação do pensamento e informação ficarão sujeitos
notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas. às penas desta Lei e responderão pelos prejuízos que
causarem.
IV - no caso de empresas noticiosas:
Parágrafo único. São meios de informação e divulgação, para
a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do os efeitos deste artigo, os jornais e outras publicações
proprietário, se pessoa natural; periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços
noticiosos.
b) sede da administração;

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Art . 13. Constituem crimes na exploração ou utilização dos


meios de informação e divulgação os previstos nos artigos Art . 17. Ofender a moral pública e os bons costumes:
seguintes. Pena: Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de
1 (um) a 20 (vinte) salários-mínimos da região.
Art . 14. Fazer propaganda de guerra, de processos para
subversão da ordem política e social ou de preconceitos de Parágrafo único. Divulgar, por qualquer meio e de forma a
raça ou classe: atingir seus objetivos, anúncio, aviso ou resultado de loteria
não autorizada, bem como de jôgo proibido, salvo quando a
Pena: de 1 a 4 anos de detenção. divulgação tiver por objetivo inequívoco comprovar ou
Art . 15. Publicar ou divulgar: criticar a falta de repressão por parte das autoridades
responsáveis:
a) segredo de Estado, notícia ou informação relativa à Pena: Detenção de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa de 1
preparação da defesa interna ou externa do País, desde que (um) a 5 (cinco) salários-mínimos da região.
o sigilo seja justificado como necessário, mediante norma ou Art . 18. Obter ou procurar obter, para si ou para outrem,
recomendação prévia determinando segredo confidência ou favor, dinheiro ou outra vantagem para não fazer ou impedir
reserva; que se faça publicação, transmissão ou distribuição de
notícias:
b) notícia ou informação sigilosa, de interêsse da segurança Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2
nacional, desde que exista, igualmente, norma ou (dois) a 30 (trinta) salários-mínimos da região.
recomendação prévia determinando segrêdo, confidência
ou reserva. § 1º Se a notícia cuja publicação, transmissão ou distribuição
se prometeu não fazer ou impedir que se faça, mesmo que
Pena: De 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção. expressada por desenho, figura, programa ou outras formas
capazes de produzir resultados, fôr desabonadora da honra
Art . 16. Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos e da conduta de alguém:
verdadeiros truncados ou deturpados, que provoquem:
Pena: Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, ou multa de 5
I - perturbação da ordem pública ou alarma social; (cinco) a 50 (cinqüenta) salários-mínimos da região.

II - desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de § 2º Fazer ou obter que se faça, mediante paga ou
instituição financeira ou de qualquer emprêsa, pessoa física recompensa, publicação ou transmissão que importe em
ou jurídica; crime previsto na lei:

III - prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2
Federal ou do Município; (dois) a 30 (trinta) salários-mínimos da região.

IV - sensível perturbação na cotação das mercadorias e dos Art . 19. Incitar à prática de qualquer infração às leis penais:
títulos imobiliários no mercado financeiro.
Pena: Um terço da prevista na lei para a infração provocada,
Pena: De 1 (um) a 6 (seis) meses de detenção, quando se até o máximo de 1 (um) ano de detenção, ou multa de 1 (um)
tratar do autor do escrito ou transmissão incriminada, e a 20 (vinte) salários-mínimos da região.
multa de 5 (cinco) a 10 (dez) salários-mínimos da região.
§ 1º Se a incitação for seguida da prática do crime, as penas
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, se o crime é serão as mesmas cominadas a êste.
culposo:
§ 2º Fazer apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena: Detenção, de 1 (um) a (três) meses, ou multa de 1 (um)
a 10 (dez) salários-mínimos da região.

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Pena: Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa de a) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
1 (um) a 20 (vinte) salários-mínimos da região. diretamente a injúria;

Art . 20. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato b) no caso de extorsão imediata, que consista em outra
definido como crime: injúria.

Pena: Detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa de Art . 23. As penas cominadas dos arts. 20 a 22 aumentam-se
1 (um) a 20 (vinte) salários-mínimos da região. de um têrço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, Presidente do Senado,
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a Presidente da Câmara dos Deputados, Ministro do Supremo
imputação, reproduz a publicação ou transmissão caluniosa. Tribunal Federal, Chefe de Estado ou Govêrno estrangeiro,
ou seus representantes diplomáticos;
§ 2º Admite-se a prova da verdade, salvo se do crime
imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
por sentença irrecorrível.
III - contra órgão ou autoridade que exerça função de
§ 3º Não se admite a prova da verdade contra o Presidente autoridade pública.
da República, o Presidente do Senado Federal, o Presidente
da Câmara dos Deputados, os Ministros do Supremo Tribunal Art . 24. São puníveis, nos têrmos dos arts. 20 a 22, a calúnia,
Federal, Chefes de Estado ou de Govêrno estrangeiro, ou difamação e injúria contra a memória dos mortos.
seus representantes diplomáticos.
Art . 25. Se de referências, alusões ou frases se infere calúnia,
Art . 21. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua difamação ou injúria, quem se julgarofendido poderá
reputação: notificar judicialmente o responsável, para que, no prazo de
48 horas, as explique.
Pena: Detenção, de 3 (três) a 18 (dezoito) meses, e multa de
2 (dois) a 10 (dez) salários-mínimos da região. § 1º Se neste prazo o notificado não dá explicação, ou, a
critério do juiz, essas não são satisfatórias, responde pela
§ 1º A exceção da verdade sòmente se admite: ofensa.

a) se o crime é cometido contra funcionário público, em § 2º A pedido do notificante, o juiz pode determinar que as
razão das funções, ou contra órgão ou entidade que exerça explicações dadas sejam publicadas ou transmitidas, nos
funções de autoridade pública; termos dos arts. 29 e seguintes.
b) se o ofendido permite a prova.
Art . 26. A retratação ou retificação espontânea, expressa e
§ 2º Constitui crime de difamação a publicação ou cabal, feita antes de iniciado o procedimento judicial,
transmissão, salvo se motivada por interêsse público, de fato excluirá a ação penal contra o responsável pelos crimes
delituoso, se o ofendido já tiver cumprido pena a que tenha previstos nos arts. 20 e 22.
sido condenado em virtude dêle.
§ 1º A retratação do ofensor, em juízo, reconhecendo, por
Art . 22. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou têrmo lavrado nos autos, a falsidade da imputação, o eximirá
decôro: da pena, desde que pague as custas do processo e promova,
se assim o desejar o ofendido, dentro de 5 dias e por sua
Pena: Detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa de 1 conta, a divulgação da notícia da retratação.
(um) a 10 (dez) salários-mínimos da região.
§ 2º Nos casos deste artigo e do § 1º, a retratação deve ser
Parágrafo único. O juiz pode deixar de aplicar a pena: feita ou divulgada:

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a) no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os Art . 28. O escrito publicado em jornais ou periódicos sem
mesmos caracteres e sob a mesma epígrafe; ou indicação de seu autor considera-se redigido:

b) na mesma estação emissora e no mesmo programa ou I - pelo redator da seção em que é publicado, se o jornal ou
horário. periódico mantém seções distintas sob a responsabilidade
de certos e determinados redatores, cujos nomes nelas
Art . 27. Não constituem abusos no exercício da liberdade de figuram permanentemente;
manifestação do pensamento e de informação:
I - a opinião desfavorável da crítica, literária, artística, II - pelo diretor ou redator-chefe, se publicado na parte
científica ou desportiva, salvo quando inequívoca a intenção editorial;
de injuriar ou difamar;
III - pelo gerente ou pelo proprietário das oficinas
Il - a reprodução, integral ou resumida, desde que não impressoras, se publicado na parte ineditorial.
constitua matéria reservada ou sigilosa, de relatórios,
pareceres, decisões ou atos proferidos pelos órgãos § 1º Nas emissões de radiodifusão, se não há indicação do
competentes das Casas legislativas; autor das expressões faladas ou das imagens transmitidas, é
tido como seu autor:
III - noticiar ou comentar, resumida ou amplamente, projetos
e atos do Poder Legislativo, bem como debates e críticas a a) o editor ou produtor do programa, se declarado na
seu respeito; transmissão;

IV - a reprodução integral, parcial ou abreviada, a notícia, b) o diretor ou redator registrado de acôrdo com o art. 9º,
crônica ou resenha dos debates escritos ou orais, perante inciso III, letra b , no caso de programas de notícias,
juízes e tribunais, bem como a divulgação de despachos e reportagens, comentários, debates ou entrevistas;
sentenças e de tudo quanto fôr ordenado ou comunicado
por autoridades judiciais; c) o diretor ou proprietário da estação emissora, em relação
aos demais programas.
V - a divulgação de articulados, quotas ou alegações
produzidas em juízo pelas partes ou seus procuradores; § 2º A notícia transmitida por agência noticiosa presume-se
enviada pelo gerente da agência de onde se origine, ou pelo
VI - a divulgação, a discussão e a crítica de atos e decisões do diretor da emprêsa.
Poder Executivo e seus agentes, desde que não se trate de
matéria de natureza reservada ou sigilosa; CAPÍTULO IV
DO DIREITO DE RESPOSTA
VII - a crítica às leis e a demonstração de sua inconveniência
ou inoportunidade; Art . 29. Tôda pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
pública, que fôr acusado ou ofendido em publicação feita em
VIII - a crítica inspirada pelo interêsse público; jornal ou periódico, ou em transmissão de radiodifusão, ou a
cujo respeito os meios de informação e divulgação
IX - a exposição de doutrina ou ideia. veicularem fato inverídico ou, errôneo, tem direito a
resposta ou retificação.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II a VI dêste artigo, a
reprodução ou noticiário que contenha injúria, calúnia ou § 1º A resposta ou retificação pode ser formulada:
difamação deixará de constituir abuso no exercício da
liberdade de informação, se forem fiéis e feitas de modo que a) pela própria pessoa ou seu representante legal;
não demonstrem má-fé.
b) pelo cônjuge, ascendente, descendente e irmão, se o
atingido está ausente do País, se a divulgação é contra

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pessoa morta, ou se a pessoa visada faleceu depois da ofensa responsável não é o diretor ou redator-chefe do jornal, nem
recebida, mas antes de decorrido o prazo de decadência do com êle tenha contrato de trabalho ou se não é gerente ou
direito de resposta. proprietário da agência de notícias nem com ela, igualmente,
mantenha relação de emprego.
§ 2º A resposta, ou retificação, deve ser formulada por
escrito, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da data da § 4º Nas transmissões por radiodifusão, se o responsável
publicação ou transmissão, sob pena de decadência do pela transmissão incriminada não é o diretor ou proprietário
direito. da emprêsa permissionária, nem com esta tem contrato de
§ 3º Extingue-se ainda o direito de resposta com o exercício trabalho, de publicidade ou de produção de programa, o
de ação penal ou civil contra o jornal, periódico, emissora ou custo da resposta cabe ao ofensor ou ao ofendido, conforme
agência de notícias, com fundamento na publicação ou decisão do Poder Judiciário.
transmissão incriminada. § 5º Nos casos previstos nos §§ 3º e 4º, as emprêsas têm
ação executiva para haver o custo de publicação ou
Art . 30. O direito de resposta consiste: transmissão da resposta daquele que é julgado responsável.
I - na publicação da resposta ou retificação do ofendido, no
mesmo jornal ou periódico, no mesmo lugar, em caracteres § 6º Ainda que a responsabilidade de ofensa seja de
tipográficos idênticos ao escrito que lhe deu causa, e em terceiros, a emprêsa perde o direito de reembôlso, referido
edição e dia normais; no § 5º, se não transmite a resposta nos prazos fixados no
art. 31.
II - na transmissão da resposta ou retificação escrita do
ofendido, na mesma emissora e no mesmo programa e § 7º Os limites máximos da resposta ou retificação, referidos
horário em que foi divulgada a transmissão que lhe deu no § 1º, podem ser ultrapassados, até o dôbro, desde que o
causa; ou ofendido pague o preço da parte excedente às tarifas
normais cobradas pela emprêsa que explora o meio de
III - a transmissão da resposta ou da retificação do ofendido, informação ou divulgação.
pela agência de notícias, a todos os meios de informação e
divulgação a que foi transmitida a notícia que lhe deu causa. § 8º A publicação ou transmissão da resposta ou retificação,
juntamente com comentários em caráter de réplica,
§ 1º A resposta ou pedido de retificação deve: assegura ao ofendido direito a nova resposta.
Art . 31. O pedido de resposta ou retificação deve ser
a) no caso de jornal ou periódico, ter dimensão igual à do atendido:
escrito incriminado, garantido o mínimo de 100 (cem) linhas;
I - dentro de 24 horas, pelo jornal, emissora de radiodifusão
b) no caso de transmissão por radiodifusão, ocupar tempo ou agência de notícias;
igual ao da transmissão incriminada, podendo durar no
mínimo um minuto, ainda que aquela tenha sido menor; Il - no primeiro número impresso, no caso de periódico que
não seja diário.
c) no caso de agência de notícias, ter dimensão igual à da
notícia incriminada. § 1º No caso de emissora de radiodifusão, se o programa em
que foi feita a transmissão incriminada não é diário, a
§ 2º Os limites referidos no parágrafo anterior prevalecerão emissora respeitará a exigência de publicação no mesmo
para cada resposta ou retificação em separado, não podendo programa, se constar do pedido resposta de retificação, e
ser acumulados. fará a transmissão no primeiro programa após o
recebimento do pedido.
§ 3º No caso de jornal, periódico ou agência de notícias, a
resposta ou retificação será publicada ou transmitida § 2º Se, de acordo com o art. 30, §§ 3º e 4º, a emprêsa é a
gratuitamente, cabendo o custo da resposta ao ofensor ou responsável pelo custo da resposta, pode condicionar a
ao ofendido, conforme decisão do Poder Judiciário, se o publicação ou transmissão à prova de que o ofendido a

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requereu em juízo, contando-se desta prova os prazos § 8º A recusa ou demora de publicação ou divulgação de
referidos no inciso I e no § 1º. resposta, quando couber, constitui crime autônomo e sujeita
o responsável ao dôbro da pena cominada à infração.
Art . 32. Se o pedido de resposta ou retificação não fôr
atendido nos prazos referidos no art. 31, o ofendido poderá § 9º A resposta cuja divulgação não houver obedecido ao
reclamar judicialmente a sua publicação ou transmissão. disposto nesta Lei é considerada inexistente.
§ 1º Para êsse fim, apresentará um exemplar do escrito
incriminado, se fôr o caso, ou descreverá a transmissão Art . 33. Reformada a decisão do juiz em instância superior,
incriminada, bem como o texto da resposta ou retificação, a emprêsa que tiver cumprido a ordem judicial de publicação
em duas vias dactiloqrafadas, requerendo ao Juiz criminal ou transmissão da resposta ou retificação terá ação
que ordene ao responsável pelo meio de informação e executiva para haver do autor da resposta o custo de sua
divulgação a publicação ou transmissão, nos prazos do art. publicação, de acôrdo com a tabela de preços para os seus
31. serviços de divulgação.
Art . 34. Será negada a publicação ou transmissão da
§ 2º Tratando-se de emissora de radiodifusão, o ofendido resposta ou retificação:
poderá, outrossim, reclamar judicialmente o direito de fazer I - quando não tiver relação com os fatos referidos na
a retificação ou dar a resposta pessoalmente, dentro de 24 publicação ou transmissão a que pretende responder;
horas, contadas da intimação judicial.
II - quando contiver expressões caluniosas, difamatórias ou
injuriosas sôbre o jornal, periódico, emissora ou agência de
§ 3º Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, notícias em que houve a publicação ou transmissão que lhe
dentro de 24 horas, mandará citar o responsável pela deu motivos, assim como sôbre os seus responsáveis, ou
empresa que explora meio de informação e divulgação para terceiros;
que, em igual prazo, diga das razões por que não o publicou
ou transmitiu. III - quando versar sobre atos ou publicações oficiais, exceto
se a retificação partir de autoridade pública;
§ 4º Nas 24 horas seguintes, o juiz proferirá a sua decisão,
IV - quando se referir a terceiros, em condições que criem
tenha o responsável atendido ou não à intimação. para êstes igual direito de resposta;

§ 5º A ordem judicial de publicação ou transmissão será feita V - quando tiver por objeto crítica literária, teatral, artística,
sob pena de multa, que poderá ser aumentada pelo juiz até científica ou desportiva, salvo se esta contiver calúnia,
o dôbro: difamação ou injúria.

Art . 35. A publicação ou transmissão da resposta ou pedido


a) de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de atraso na
de retificação não prejudicará as ações do ofendido para
publicação, nos casos de jornal e agências de notícias, e no promover a responsabilidade penal e civil.
de emissora de radiodifusão, se o programa fôr diário;
Art . 36. A resposta do acusado ou ofendido será também
b) equivalente a Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de transcrita ou divulgada em pelo menos um dos jornais,
intervalo entre as edições ou programas, no caso de periódicos ou veículos de radiodifusão que houverem
divulgado a publicação motivadora, preferentemente o de
impresso ou programa não diário.
maior circulação ou expressão. Nesta hipótese, a despesa
correrá por conta do órgão responsável pela publicação
§ 6º Tratando-se de emissora de radiodifusão, a sentença do original, cobrável por via executiva.
juiz decidirá do responsável pelo custo da transmissão e
fixará o preço desta. Capítulo V
DA RESPONSABILIDADE PENAL
§ 7º Da decisão proferida pelo juiz caberá apelação sem SEÇÃO I
Dos Responsáveis
efeito suspensivo.
Art . 37. São responsáveis pelos crimes cometidos através da
imprensa e das emissoras de radiodifusão, sucessivamente:

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Art . 38. São responsáveis pelos crimes cometidos no


I - o autor do escrito ou transmissão incriminada (art. 28 e § exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de
1º), sendo pessoa idônea e residente no País, salvo tratando- informação através da agência noticiosa, sucessivamente:
se de reprodução feita sem o seu consentimento, caso em
que responderá como seu autor quem a tiver reproduzido; I - o autor da notícia transmitida (art. 28, § 2º), sendo pessoa
idônea e residente no País;
II - quando o autor estiver ausente do País, ou não tiver
idoneidade para responder pelo crime: II - o gerente ou proprietário de agência noticiosa, quando o
a) o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico; ou autor estiver ausente do País ou não tiver idoneidade para
responder pelo crime.
b) o diretor ou redator registrado de acôrdo com o art. 9º, § 1º O gerente ou proprietário da agência noticiosa poderá
inciso III, letra b , no caso de programa de notícias, nomear o autor da transmissão incriminada, juntando a
reportagens, comentários, debates ou entrevistas, declaração dêste assumindo a responsabilidade pela mesma.
transmitidos por emissoras de radiodifusão;
Neste caso, a ação prosseguirá contra o autor nomeado,
III - se o responsável, nos termos do inciso anterior, estiver salvo se estiver ausente do País ou fôr declarado inidôneo
ausente do País ou não tiver idoneidade para responder pelo para responder pelo crime.
crime:
§ 2º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do art. 37.
a) o gerente ou proprietário das oficinas impressoras no caso Art . 39. Caberá ao ofendido, caso o deseje, mediante
de jornais ou periódicos; ou apresentação de documentos ou testemunhas merecedoras
de fé, fazer prova da falta de idoneidade, quer moral, quer
b) o diretor ou o proprietário da estação emissora de serviços financeira, dos responsáveis pelos crimes previstos nesta lei,
de radiodifusão. na ordem e nos casos a que se referem os incisos e
parágrafos dos artigos anteriores.
IV - os distribuidores ou vendedores da publicação ilícita ou
clandestina, ou da qual não constar a indicação do autor, § 1º Esta prova, que pode ser conduzida perante qualquer
editor, ou oficina onde tiver sido feita a impressão. juiz criminal, será feita em processo sumariíssimo, com a
intimação dos responsáveis, cuja idoneidade se pretender
§ 1º Se o escrito, a transmissão ou a notícia forem divulgados negar, para em uma audiência, ou, no máximo, em três,
sem a indicação do seu autor, aquele que, nos termos do art. serem os fatos argüidos, aprovados e contestados.
28, §§ 1º e 2º, fôr considerado como tal, poderá nomeá-lo,
juntando o respectivo original e a declaração do autor § 2º O juiz decidirá na audiência em que a prova houver sido
assumindo a responsabilidade. concluída e de sua decisão cabe sòmente recurso sem efeito
suspensivo.
§ 2º O disposto neste artigo se aplica:
§ 3º Declarado inidôneo o primeiro responsável, pode o
a) nas empresas de radiodifusão; ofendido exercer a ação penal contra o que lhe suceder
nessa responsabilidade, na ordem dos incisos dos artigos
b) nas agências noticiosas. anteriores, caso a respeito dêste nôvo responsável não se
haja alegado ou provido falta de idoneidade.
§ 3º A indicação do autor, nos termos do § 1º, não prejudica
a responsabilidade do redator de seção, diretor ou redator- § 4º Aquele que, nos têrmos do parágrafo anterior, suceder
chefe, ou do editor, produtor ou diretor. ao responsável, ficará sujeito a um têrço das penas
cominadas para o crime. Ficará, entretanto, isento de pena
§ 4º Sempre que o responsável gozar de imunidade, a parte se provar que não concorreu para o crime com negligência,
ofendida poderá promover a ação contra o responsável imperícia ou imprudência.
sucessivo, na ordem dos incisos dêste artigo.
SEÇÃO II
§ 5º Nos casos de responsabilidade por culpa previstos no Da Ação Penal
art. 37, se a pena máxima privativa da liberdade fôr de 1 (um)
ano, o juiz poderá aplicar sòmente a pena pecuniária. Art . 40. Ação penal será promovida:

I - nos crimes de que tratam os arts. 20 a 22:

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a) pelo Ministério Público, mediante requisição do Ministro jornal ou periódico, e o do local do estúdio do permissionário
da Justiça, no caso do nº I, do art. 20, bem como nos casos ou concessionário do serviço de radiodifusão, bem como o
em que o ofendido for Ministro de Estado; da administração principal da agência noticiosa.

b) pelo Ministério Público, mediante representação do Parágrafo único. Aplica-se aos crimes de imprensa o disposto
ofendido, nos casos dos ns. II e III, do art. 23; no art. 85, do Código de Processo Penal.

c) por queixa do ofendido, ou de quem tenha qualidade para Art . 43. A denúncia ou queixa será instruída com exemplar
representá-lo; do jornal ou periódico e obedecerá ao disposto no art. 41 do
Código de Processo Penal, contendo a indicação das provas
d) pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, que o autor pretendia produzir. Se a infração penal tiver sido
indistintamente, quando se tratar de crime contra a praticada através de radiodifusão, a denúncia ou queixa será
memória de alguém ou contra pessoa que tenha falecido instruída com a notificação de que trata o art. 57.
antes da queixa. § 1º Ao despachar a denúncia ou queixa, o juiz determinará
a citação do réu para que apresente defesa prévia no prazo
II - nos demais crimes por denúncia do Ministério Público. de cinco dias.
§ 1º Nos casos do inciso I, alínea c , se o Ministério Público § 2º Não sendo o réu encontrado, será citado por edital com
não apresentar denúncia dentro de 10 dias, o ofendido o prazo de quinze dias. Decorrido êsse prazo e o qüinqüídio
poderá apresentar queixas. para a defesa prévia, sem que o réu haja contestado a
denúncia ou queixa, o juiz o declarará revel e lhe nomeará
§ 2º Sob pena de nulidade, é obrigatória a intervenção do defensor dativo, a quem se dará vista dos autos para
Ministério Público, em todos os processos por abuso de oferecer defesa prévia.
liberdade de imprensa, ainda que privados.
§ 3º Na defesa prévia, devem ser argüidas as preliminares
§ 3º A queixa pode ser aditada pelo Ministério Público, no cabíveis, bem como a exceção da verdade, apresentando-se,
prazo de 10 dias. igualmente, a indicação das provas a serem produzidas.

Art . 41. A prescrição da ação penal, nos crimes definidos § 4º Nos processos por ação penal privada será ouvido a
nesta Lei, ocorrerá 2 anos após a data da publicação ou seguir o Ministério Público.
transmissão incriminada, e a condenação, no dôbro do prazo
em que fôr fixada. Art . 44. O juiz pode receber ou rejeitar a denúncia ou queixa,
após a defesa prévia, e, nos crimes de ação penal privada,
§ 1º O direito de queixa ou de representação prescreverá, se em seguida à promoção do Ministério Público.
não fôr exercido dentro de 3 meses da data da publicação ou
transmissão. § 1º A denúncia ou queixa será rejeitada quando não houver
justa causa para a ação penal, bem como nos casos previstos
§ 2º O prazo referido no parágrafo anterior será no art. 43 do Código de Processo Penal.
interrompido:
§ 2º Contra a decisão que rejeitar a denúncia ou queixa cabe
a) pelo requerimento judicial de publicação de resposta ou recurso de apelação e, contra a que recebê-la, recurso em
pedido de retificação, e até que êste seja indeferido ou sentido estrito sem suspensão do curso do processo.
efetivamente atendido;
Art . 45. Recebida a denúncia, o juiz designará data para a
b) pelo pedido judicial de declaração de inidoneidade do apresentação do réu em juízo e marcará, desde logo, dia e
responsável, até o seu julgamento. hora para a audiência de instrução e julgamento, observados
os seguintes preceitos:
§ 3º No caso de periódicos que não indiquem data, o prazo
referido neste artigo começará a correr do último dia do mês I - se o réu não comparecer para a qualificação, o juiz
ou outro período a que corresponder a publicação. considerá-lo-á revel e lhe nomeará defenfor dativo. Se o réu
comparecer e não tiver advogado constituído nos autos, o
SEÇÃO III juiz poderá nomear-lhe defensor. Em um e outro caso,
Do Processo Penal bastará a presença do advogado ou defensor do réu, nos
autos da instrução;
Art . 42. Lugar do delito, para a determinação da
competência territorial, será aquêle em que fôr impresso o

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II - na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação


e, em seguida, as de defesa, marcando-se novas audiências, I - os danos morais e materiais, nos casos previstos no art.
se necessário, em prazo nunca inferior a oito dias; 16, números II e IV, no art. 18 e de calúnia, difamação ou
injúrias;
III - poderá o réu requerer ao juiz que seja interrogado,
devendo, nesse caso, ser êle ouvido antes de inquiridas as II - os danos materiais, nos demais casos.
testemunhas;
§ 1º Nos casos de calúnia e difamação, a prova da verdade,
IV - encerrada a instrução, autor e réu terão, desde que admissível na forma dos arts. 20 e 21,
sucessivamente, o prazo de três dias para oferecerem excepcionada no prazo da contestação, excluirá a
alegações escritas. responsabilidade civil, salvo se o fato imputado, embora
verdadeiro, diz respeito à vida privada do ofendido e a
Parágrafo único. Se o réu não tiver apresentado defesa divulgação não foi motivada em razão de interesse público.
prévia, apesar de citado, o juiz o considerará revel e lhe dará
defensor dativo, a quem se abrirá o prazo de cinco dias para § 2º Se a violação de direito ou o prejuízo ocorre mediante
contestar a denúncia ou queixa. publicação ou transmissão em jornal, periódico, ou serviço
de radiodifusão, ou de agência noticiosa, responde pela
Art . 46. Demonstrada a necessidade de certidões de reparação do dano a pessoa natural ou jurídica que explora
repartições públicas ou autárquicas, e a de quaisquer o meio de informação ou divulgação (art. 50).
exames, o juiz requisitará aquelas e determinará êstes,
mediante fixação de prazos para o cumprimento das § 3º Se a violação ocorre mediante publicação de impresso
respectivas diligências. não periódico, responde pela reparação do dano:

§ 1º Se dentro do prazo não for atendida, sem motivo justo, a) o autor do escrito, se nêle indicado; ou
a requisição do juiz, imporá êste a multa de Cr$ 10.000 (dez
mil cruzeiros) a Cr$ 100.000 (cem mil cruzeiros) ao b) a pessoa natural ou jurídica que explora a oficina
funcionário responsável e suspenderá a marcha do processo impressora, se do impresso não consta o nome do autor.
até que em nôvo prazo seja fornecida a certidão ou se efetue
a diligência. Aos responsáveis pela não-realização desta Art . 50. A empresa que explora o meio de informação ou
última, será aplicada a multa de Cr$10.000 (dez mil divulgação terá ação regressiva para haver do autor do
cruzeiros) a Cr$ 100.000 (cem mil cruzeiros). A aplicação das escrito, transmissão ou notícia, ou do responsável por sua
multas acima referidas não exclui a responsabilidade por divulgação, a indenização que pagar em virtude da
crime funcional. responsabilidade prevista nesta Lei.

§ 2º Vetado. Art . 51. A responsabilidade civil do jornalista profissional


que concorre para o dano por negligência, imperícia ou
§ 3º A requisição de certidões e determinação de exames ou imprudência, é limitada, em cada escrito, transmissão ou
diligências, serão feitas no despacho de recebimento da notícia:
denúncia ou queixa.
I - a 2 salários-mínimos da região, no caso de publicação ou
Art . 47. Caberá apelação, com efeito suspensivo, contra a transmissão de notícia falsa, ou divulgação de fato
sentença que condenar ou absolver o réu. verdadeiro truncado ou deturpado (art. 16, ns. II e IV).

Art . 48. Em tudo o que não é regulado por norma especial II - a cinco salários-mínimos da região, nos casos de
desta Lei, o Código Penal e o Código de Processo Penal se publicação ou transmissão que ofenda a dignidade ou
aplicam à responsabilidade penal, à ação penal e ao processo decoro de alguém;
e julgamento dos crimes de que trata esta Lei.
III - a 10 salários-mínimos da região, nos casos de imputação
CAPÍTULO VI de fato ofensivo à reputação de alguém;
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
IV - a 20 salários-mínimos da região, nos casos de falsa
Art . 49. Aquêle que no exercício da liberdade de imputação de crime a alguém, ou de imputação de crime
manifestação de pensamento e de informação, com dolo ou verdadeiro, nos casos em que a lei não admite a exceção da
culpa, viola direito, ou causa prejuízo a outrem, fica obrigado verdade (art. 49, § 1º).
a reparar:

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Parágrafo único. Consideram-se jornalistas profissionais, excludente da responsabilidade civil ou em outro


para os efeitos dêste artigo: fundamento cuja decisão no juízo criminal faz causa julgada
no cível, o juiz determinará a instrução do processo cível até
a) os jornalistas que mantêm relações de emprêgo com a onde possa prosseguir, independentemente da decisão na
emprêsa que explora o meio de informação ou divulgação ou ação penal.
que produz programas de radiodifusão;
Art . 57. A petição inicial da ação para haver reparação de
b) os que, embora sem relação de emprêgo, produzem dano moral deverá ser instruída com o exemplar do jornal ou
regularmente artigos ou programas publicados ou periódico que tiver publicado o escrito ou notícia, ou com a
transmitidos; notificação feita, nos têrmos do art. 53, § 3º, à emprêsa de
radiodifusão, e deverá desde logo indicar as provas e as
c) o redator, o diretor ou redator-chefe do jornal ou diligências que o autor julgar necessárias, arrolar
periódico, a editor ou produtor de programa e o diretor testemunhas e ser acompanhada da prova documental em
referido na letra b , nº III, do artigo 9º, do permissionário ou que se fundar o pedido.
concessionário de serviço de radiodifusão; e o gerente e o
diretor da agência noticiosa. § 1º A petição inicial será apresentada em duas vias. Com a
primeira e os documentos que a acompanharem será
Art . 52. A responsabilidade civil da empresa que explora o formado processo, e a citação inicial será feita mediante a
meio de informação ou divulgação é limitada a dez vezes as entrega da segunda via.
importâncias referidas no artigo anterior, se resulta de ato
culposo de algumas das pessoas referidas no art. 50. § 2º O juiz despachará a petição inicial no prazo de 24 horas,
e o oficial terá igual prazo para certificar o cumprimento do
Art . 53. No arbitramento da indenização em reparação do mandato de citação.
dano moral, o juiz terá em conta, notadamente:
§ 3º Na contestação, apresentada no prazo de 5 (cinco) dias,
I - a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade, a o réu exercerá a exceção da verdade, se fôr o caso, indicará
natureza e repercussão da ofensa e a posição social e política as provas e diligências que julgar necessárias e arrolará as
do ofendido; testemunhas. A contestação será acompanhada da prova
II - A intensidade do dolo ou o grau da culpa do responsável, documental que pretende produzir.
sua situação econômica e sua condenação anterior em ação
criminal ou cível fundada em abuso no exercício da liberdade § 4 º Não havendo contestação, o Juiz proferirá desde logo
de manifestação do pensamento e informação; a sentença, em caso contrário, observar-se-á o
procedimento ordinário.
III - a retratação espontânea e cabal, antes da propositura da
ação penal ou cível, a publicação ou transmissão da resposta § 5º Na ação para haver reparação de dano moral somente
ou pedido de retificação, nos prazos previstos na lei e será aditada reconvenção de igual ação.
independentemente de intervenção judicial, e a extensão da
reparação por esse meio obtida pelo ofendido. § 6 º Da sentença do Juiz caberá apelação, a qual somente
será admitida mediante comprovação do depósito, pela
Art . 54. A indenização do dano material tem por finalidade apelante, de quantia igual à importância total da
restituir o prejudicado ao estado anterior. condenação. Com a petição de interposição do recurso o
apelante pedirá expedição de guia para o depósito, sendo a
Art . 55. A parte vencida responde pelos honorários do apelação julgada deserta se, no prazo de sua interposição,
advogado da parte vencedora, desde logo fixados na própria não for comprovado o depósito.
sentença, bem como pelas custas judiciais.
CAPÍTULO VII
Art . 56. A ação para haver indenização por dano moral
DISPOSIÇÕES GERAIS
poderá ser exercida separadamente da ação para haver
reparação do dano material, e sob pena de decadência Art . 58. As emprêsas permissionárias ou concessionárias de
deverá ser proposta dentro de 3 meses da data da publicação serviços de radiodifusão deverão conservar em seus
ou transmissão que lhe der causa. arquivos, pelo prazo de 60 dias, e devidamente autenticados,
os textos dos seus programas, inclusive noticiosos.
Parágrafo único. O exercício da ação cível independe da ação
penal. Intentada esta, se a defesa se baseia na exceção da § 1º Os programas de debates, entrevistas ou outros que não
verdade e se trata de hipótese em que ela é admitida como correspondam a textos prèviamente escritos, deverão ser

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gravados e conservados pelo prazo, a contar da data da § 2º O juiz ouvirá, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro)
transmissão, de 20 dias, no caso de permissionária ou horas, o responsável pela publicação ou distribuição do
concessionária de emissora de até 1 kw, e de 30 dias, nos impresso, remetendo-lhe cópia do pedido ou representação.
demais casos.
§ 3 º Findo esse prazo, com a resposta ou sem ela, serão os
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se às autos conclusos e, dentro de vinte e quatro horas, o Juiz
transmissões compulsoriamente estatuídas em lei. proferirá sentença.

§ 3º Dentro dos prazos referidos neste artigo, o Ministério § 4º No caso de deferimento de pedido, será expedido um
Público ou qualquer interessado poderá notificar a mandado e remetido à autoridade policial competente, para
permissionária ou concessionária, judicial ou sua execução.
extrajudicialmente, para não destruir os textos ou gravações § 5 º Da sentença caberá apelação que será recebida
do programa que especificar. Neste caso, sua destruição somente no efeito devolutivo.
dependerá de prévia autorização do juiz da ação que vier a
ser proposta, ou, caso esta não seja proposta nos prazos de § 6º Nos casos de impressos que ofendam a moral e os bons
decadência estabelecidos na lei, pelo juiz criminal a que a costumes, poderão os Juízes de Menores, de ofício ou
permissionária ou concessionária pedir autorização. mediante provocação do Ministério Público, determinar a
sua apreensão imediata para impedir sua circulação.
Art . 59. As permissionárias e concessionárias de serviço de
radiodifusão continuam sujeitas às penalidades previstas na Art . 62. No caso de reincidência da infração prevista no art.
legislação especial sobre a matéria. 61, inciso II, praticada pelo mesmo jornal ou periódico, pela
mesma emprêsa, ou por periódicos ou emprêsas diferentes,
Art . 60. Têm livre entrada no Brasil os jornais, periódicos, mas que tenham o mesmo diretor responsável, o juiz, além
livros e outros quaisquer impressos que se publicarem no da apreensão regulada no art. 61, poderá determinar a
estrangeiro. suspensão da impressão, circulação ou distribuição do jornal
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos impressos que ou periódico.
contiverem algumas das infrações previstas nos arts. 15 e 16,
os quais poderão ter a sua entrada proibida no País, por § 1º A ordem de suspensão será submetida ao juiz
período de até dois anos, mediante portaria do Juiz de competente, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, com a
Direito ou do Ministro da Justiça e Negócios Interiores, justificação da medida.
aplicando-se neste caso os parágrafos do art. 63.
§ 2º Não sendo cumprida pelo responsável a suspensão
§ 2º Aquele que vender, expuser à venda ou distribuir jornais determinada pelo juiz, êste adotará as medidas necessárias
periódicos, livros ou impressos cuja entrada no País tenha à observância da ordem, inclusive mediante a apreensão
sido proibida na forma do parágrafo anterior, além da perda sucessiva das suas edições posteriores, consideradas, para
dos mesmos, incorrerá em multa de até Cr$10.000 por efeitos legais, como clandestinas.
exemplar apreendido, a qual será imposta pelo juiz
competente, à vista do auto de apreensão. Antes da decisão, § 3º Se houver recurso e êste fôr provido, será levantada a
ouvirá o juiz o acusado, no prazo de 48 horas. ordem de suspensão e sustada a aplicação das medidas
adotadas para assegurá-la.
Art . 61. Estão sujeitos à apreensão os impressos que:
§ 4º Transitada em julgado a sentença, serão observadas as
I - contiverem propaganda de guerra ou de preconceitos de seguintes normas:
raça ou de classe, bem como os que promoverem
incitamento à subversão da ordem política e social. a) reconhecendo a sentença final a ocorrência dos fatos que
justificam a suspensão, serão extintos os registros da marca
II -ofenderem a moral pública e os bons costumes. comercial e de denominação da emprêsa editôra e do jornal
ou periódico em questão, bem como os registros a que se
§ 1º A apreensão prevista neste artigo será feita por ordem refere o art. 9º desta Lei, mediante mandado de
judicial, a pedido do Ministério Público, que o fundamentará cancelamento expedido pelo juiz da execução;
e o instruirá com a representação da autoridade, se houver,
e o exemplar do impresso incriminado. b) não reconhecendo a sentença final os fatos que justificam
a suspensão, a medida será levantada, ficando a União ou o
Estado obrigado à reparação das perdas e danos, apurados
em ação própria.

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Distrito Federal. As bibliotecas ficam obrigadas a conservar


Art . 63. Nos casos dos incisos I e II do art. 61, quando a os exemplares que receberem.
situação reclamar urgência, a apreensão poderá ser
determinada, independentemente de mandado judicial, Art . 71. Nenhum jornalista ou radialista, ou, em geral, as
pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores. pessoas referidas no art. 25, poderão ser compelidos ou
coagidos a indicar o nome de seu informante ou a fonte de
Art . 64. Poderá a autoridade judicial competente, suas informações, não podendo seu silêncio, a respeito,
dependendo da natureza do exemplar apreendido, sofrer qualquer sanção, direta ou indireta, nem qualquer
determinar a sua destruição. espécie de penalidade.

Art . 65. As emprêsas estrangeiras autorizadas a funcionar no Art . 72. A execução de pena não superior a três anos de
País não poderão distribuir notícias nacionais em qualquer detenção pode ser suspensa por dois a quatro anos, desde
parte do território brasileiro, sob pena de cancelamento da que:
autorização por ato do Ministro da Justiça e Negócios
Interiores. I - o sentenciado não haja sofrido, no Brasil, condenação por
outro crime de imprensa;
Art . 66. O jornalista profissional não poderá ser detido nem
recolhido prêso antes de sentença transitada em julgado; em Il - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os
qualquer caso, sòmente em sala decente, arejada e onde motivos e circunstâncias do crime autorizem a presunção de
encontre tôdas as comodidades. que não tornará a delinqüir.

Parágrafo único. A pena de prisão de jornalistas será Art . 73. Verifica-se a reincidência quando o agente comete
cumprida em estabelecimento distinto dos qus são nôvo crime de abuso no exercício da liberdade de
destinados a réus de crime comum e sem sujeição a qualquer manifestação do pensamento e informação, depois de
regime penitenciário ou carcerário. transitar em julgado a sentença que, no País, o tenha
condenado por crime da mesma natureza.
Art . 67. A responsabilidade penal e civil não exclui a
estabelecida em outras leis, assim como a de natureza Art . 74. Vetado.
administrativa, a que estão sujeitas as emprêsas de
radiodifusão, segundo a legislação própria. Art . 75. A publicação da sentença cível ou criminal,
transitada em julgado, na íntegra, será decretada pela
Art . 68. A sentença condenatória nos processos de injúria, autoridade competente, a pedido da parte prejudicada, em
calúnia ou difamação será gratuitamente publicada, se a jornal, periódico ou através de órgão de radiodifusão de real
parte o requerer, na mesma seção do jornal ou periódico em circulação, ou expressão, às expensas da parte vencida ou
que apareceu o escrito de que se originou a ação penal, ou, condenada.
em se tratando de crime praticado por meio do rádio ou
televisão, transmitida, também gratuitamente, no mesmo Parágrafo único. Aplica-se a disposição contida neste artigo
programa e horário em que se deu a transmissão impugnada. em relação aos têrmos do ato judicial que tenha homologado
a retratação do ofensor, sem prejuízo do disposto no § 2º,
§ 1º Se o jornal ou periódico ou a estação transmissora não letras a e b , do art. 26.
cumprir a determinação judicial, incorrerá na pena de multa
de um a dois salários-mínimos da região, por edição ou Art . 76. Em qualquer hipótese de procedimento judicial
programa em que se verificar a omissão. instaurado por violação dos preceitos desta Lei, a
responsabilidade do pagamento das custas processuais e
§ 2º No caso de absolvição, o querelado terá o direito de honorários de advogado será da emprêsa.
fazer, à custa do querelante, a divulgação da sentença, em
jornal ou estação difusora que escolher. Art . 77. Esta Lei entrará em vigor a 14 de março de 1967,
revogada as disposições em contrário.
Art . 69. Na interpretação e aplicação desta Lei, o juiz, na
fixação do dolo e da culpa, levará em conta as circunstâncias Brasília, em 9 de fevereiro de 1967; 146º da Independência
especiais em que foram obtidas as informações dadas como e 79º da República.
infringentes da norma penal.
H. CASTELLO BRANCO
Art . 70. Os jornais e outros periódicos são obrigados a Carlos Medeiros Silva
enviar, no prazo de cinco dias, exemplares de suas edições à
Biblioteca Nacional e à oficial dos Estados, Territórios e

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b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações


LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE representativas;
1990. c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
providências. desempenho.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso III - harmonização dos interesses dos participantes das
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento
TÍTULO I econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
Dos Direitos do Consumidor nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
CAPÍTULO I Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
Disposições Gerais equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do
nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da mercado de consumo;
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
Transitórias. eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que e serviços, assim como de mecanismos alternativos de
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. solução de conflitos de consumo;
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência
relações de consumo. desleal e utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e signos
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
montagem, criação, construção, transformação, importação,
VIII - estudo constante das modificações do mercado de
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
consumo.
prestação de serviços.
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou Consumo, contará o poder público com os seguintes
imaterial. instrumentos, entre outros:
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza para o consumidor carente;
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista. II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do
Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
CAPÍTULO II
Da Política Nacional de Relações de Consumo III - criação de delegacias de polícia especializadas no
atendimento de consumidores vítimas de infrações penais
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
de consumo;
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores,
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de Especializadas para a solução de litígios de consumo;
vida, bem como a transparência e harmonia das relações de V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
consumo, atendidos os seguintes princípios: Associações de Defesa do Consumidor.
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no § 1° (Vetado).
mercado de consumo;
§ 2º (Vetado).
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
o consumidor: CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
a) por iniciativa direta;
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos CAPÍTULO IV


provocados por práticas no fornecimento de produtos e Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da
serviços considerados perigosos ou nocivos; Reparação dos Danos
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos SEÇÃO I
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a Da Proteção à Saúde e Segurança
igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de
produtos e serviços, com especificação correta de
consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos
quantidade, características, composição, qualidade, tributos
consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os
apresentem;
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, necessárias e adequadas a seu respeito.
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
fornecimento de produtos e serviços;
através de impressos apropriados que devam acompanhar o
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam produto.
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e
fatos supervenientes que as tornem excessivamente
utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou
onerosas;
serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o
morais, individuais, coletivos e difusos; caso, sobre o risco de contaminação.
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar,
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de
outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à
de experiências; saúde ou segurança.
IX - (Vetado); § 1° O fornecedor de produtos e serviços que,
posteriormente à sua introdução no mercado de consumo,
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,
geral.
deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III competentes e aos consumidores, mediante anúncios
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com publicitários.
deficiência, observado o disposto em regulamento.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de expensas do fornecedor do produto ou serviço.
que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária,
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
de regulamentos expedidos pelas autoridades
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
administrativas competentes, bem como dos que derivem
consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e
Municípios deverão informá-los a respeito.
eqüidade.
Art. 11. (Vetado).
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos SEÇÃO II
previstos nas normas de consumo. Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou


estrangeiro, e o importador respondem,

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independentemente da existência de culpa, pela reparação § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
dos danos causados aos consumidores por defeitos quando provar:
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem,
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento
de seus produtos, bem como por informações insuficientes II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança apurada mediante a verificação de culpa.
que dele legitimamente se espera, levando-se em
Art. 15. (Vetado).
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
Art. 16. (Vetado).
I - sua apresentação;
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
consumidores todas as vítimas do evento.
III - a época em que foi colocado em circulação.
SEÇÃO III
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de
não será responsabilizado quando provar: qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
I - que não colocou o produto no mercado;
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da
defeito inexiste; embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
podendo o consumidor exigir a substituição das partes
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos viciadas.
do artigo anterior, quando:
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
puderem ser identificados; escolha:
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu I - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
fabricante, produtor, construtor ou importador; em perfeitas condições de uso;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os III - o abatimento proporcional do preço.
demais responsáveis, segundo sua participação na causação
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
do evento danoso.
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos
independentemente da existência de culpa, pela reparação contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos convencionada em separado, por meio de manifestação
à prestação dos serviços, bem como por informações expressa do consumidor.
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
I - o modo de seu fornecimento;
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do
esperam;
bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca
III - a época em que foi fornecido. ou modelo diversos, mediante complementação ou
restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
novas técnicas.

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§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será aqueles que não atendam as normas regulamentares de
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, estabilidade.
exceto quando identificado claramente seu produtor.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á
implícita a obrigação do fornecedor de empregar
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
componentes de reposição originais adequados e novos, ou
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, que mantenham as especificações técnicas do fabricante,
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário
vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo do consumidor.
com as normas regulamentares de fabricação, distribuição
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
ou apresentação;
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
inadequados ao fim a que se destinam. serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
for inferior às indicações constantes do recipiente, da pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os
embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, danos causados, na forma prevista neste código.
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
escolha:
qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o
I - o abatimento proporcional do preço; exime de responsabilidade.
II - complementação do peso ou medida; Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
independe de termo expresso, vedada a exoneração
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
contratual do fornecedor.
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do
anterior.
dano, todos responderão solidariamente pela reparação
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a prevista nesta e nas seções anteriores.
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
aferido segundo os padrões oficiais.
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes realizou a incorporação.
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
SEÇÃO IV
disparidade com as indicações constantes da oferta ou
Da Decadência e da Prescrição
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
fácil constatação caduca em:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível; I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos não duráveis;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e
de produtos duráveis.
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
entrega efetiva do produto ou do término da execução dos
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
serviços.
fornecedor.
§ 2° Obstam a decadência:
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até

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a resposta negativa correspondente, que deve ser Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
transmitida de forma inequívoca; devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
II - (Vetado).
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre
os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-
consumidores.
se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo,
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação
nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão
pelos danos causados por fato do produto ou do serviço
gravadas de forma indelével.
prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem
do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não
Parágrafo único. (Vetado).
cessar a fabricação ou importação do produto.
SEÇÃO V
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica forma da lei.
da sociedade quando, em detrimento do consumidor,
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,
reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
endereço na embalagem, publicidade e em todos os
social. A desconsideração também será efetivada quando
impressos utilizados na transação comercial.
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
administração. por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor
que a origina.
§ 1° (Vetado).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis
autônomos.
pelas obrigações decorrentes deste código.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica oferta, apresentação ou publicidade;
sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
equivalente;
consumidores.
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
CAPÍTULO V
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a
Das Práticas Comerciais
perdas e danos.
SEÇÃO I
SEÇÃO III
Das Disposições Gerais
Da Publicidade
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não,
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
expostas às práticas nele previstas.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus
SEÇÃO II
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para
Da Oferta
informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, e
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente científicos que dão sustentação à mensagem.
precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos
ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,

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capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
natureza, características, qualidade, quantidade, regulados em leis especiais;
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
produtos e serviços.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo
conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento
e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. exclusivo critério.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial contratualmente estabelecido.
do produto ou serviço.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou
§ 4° (Vetado). de serviços de um número maior de consumidores que o
fixado pela autoridade administrativa como máximo.
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da
informação ou comunicação publicitária cabe a quem as Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
patrocina. remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista
no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo
SEÇÃO IV
obrigação de pagamento.
Das Práticas Abusivas
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
consumidor orçamento prévio discriminando o valor da
dentre outras práticas abusivas:
mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao empregados, as condições de pagamento, bem como as
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem datas de início e término dos serviços.
justa causa, a limites quantitativos;
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, pelo consumidor.
de conformidade com os usos e costumes;
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; negociação das partes.
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição acréscimos decorrentes da contratação de serviços de
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; terceiros não previstos no orçamento prévio.
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
excessiva; sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços,
os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento
pena de não o fazendo, responderem pela restituição da
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as
quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada,
decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
SEÇÃO V
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou Da Cobrança de Dívidas
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou
tipo de constrangimento ou ameaça.
outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
(Conmetro); tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro
do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante

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Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos CAPÍTULO VI


apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o Da Proteção Contratual
endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
SEÇÃO I
Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
Disposições Gerais
CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a
SEÇÃO VI oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
alcance.
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas,
registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de
ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. maneira mais favorável ao consumidor.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos
objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de
compreensão, não podendo conter informações negativas consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
referentes a período superior a cinco anos. execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento
consumidor, quando não solicitada por ele. do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção,
domicílio.
devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
comunicar a alteração aos eventuais destinatários das Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de
informações incorretas. arrependimento previsto neste artigo, os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
atualizados.
congêneres são considerados entidades de caráter público.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos
conferida mediante termo escrito.
do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos
Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que
aos fornecedores. consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o
lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo
consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive
preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso
consumidor.
do produto em linguagem didática, com ilustrações.
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor
SEÇÃO II
manterão cadastros atualizados de reclamações
Das Cláusulas Abusivas
fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços,
devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
fornecedor. que:
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
orientação e consulta por qualquer interessado. do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos
e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos.
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas
Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor
regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único
pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
do art. 22 deste código.
situações justificáveis;
Art. 45. (Vetado).
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
quantia já paga, nos casos previstos neste código;

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III - transfiram responsabilidades a terceiros; competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula
contratual que contrarie o disposto neste código ou de
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
e obrigações das partes.
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que
V - (Vetado);
envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros
consumidor; requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
outro negócio jurídico pelo consumidor; juros;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o III - acréscimos legalmente previstos;
contrato, embora obrigando o consumidor;
IV - número e periodicidade das prestações;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
variação do preço de maneira unilateral;
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao
por cento do valor da prestação.
consumidor;
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
débito, total ou parcialmente, mediante redução
cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja
proporcional dos juros e demais acréscimos.
conferido contra o fornecedor;
§ 3º (Vetado).
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de
ambientais;
pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao prestações pagas em benefício do credor que, em razão do
consumidor; inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a
retomada do produto alienado.
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
benfeitorias necessárias. § 1° (Vetado).
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos
que: duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos
que pertence;
que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão
à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou
expressos em moeda corrente nacional.
equilíbrio contratual;
SEÇÃO III
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
Dos Contratos de Adesão
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
caso. sido aprovadas pela autoridade competente ou
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar
modificar substancialmente seu conteúdo.
dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a
qualquer das partes. § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
natureza de adesão do contrato.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a

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§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, VII - suspensão temporária de atividade;
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor,
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra
tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo ou de atividade;
a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
XI - intervenção administrativa;
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do
XII - imposição de contrapropaganda.
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo
sua imediata e fácil compreensão. Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão
aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua
§ 5° (Vetado)
atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente,
CAPÍTULO VII inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de
Das Sanções Administrativas procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação econômica do fornecedor, será aplicada mediante
administrativa, baixarão normas relativas à produção, procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de
industrialização, distribuição e consumo de produtos e que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
serviços. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais
de proteção ao consumidor nos demais casos.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a
distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da
mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente
da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do que venha a substituí-lo.
consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
§ 2° (Vetado). de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do
fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
do produto e revogação da concessão ou permissão de uso
municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o
serão aplicadas pela administração, mediante procedimento
mercado de consumo manterão comissões permanentes
administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
para elaboração, revisão e atualização das normas referidas
constatados vícios de quantidade ou de qualidade por
no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores
inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
e fornecedores.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem
fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas
informações sobre questões de interesse do consumidor,
mediante procedimento administrativo, assegurada ampla
resguardado o segredo industrial.
defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor infrações de maior gravidade previstas neste código e na
ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções legislação de consumo.
administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à
das definidas em normas específicas:
concessionária de serviço público, quando violar obrigação
I - multa; legal ou contratual.
II - apreensão do produto; § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada
sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a
III - inutilização do produto;
cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição
competente;
de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o
V - proibição de fabricação do produto; trânsito em julgado da sentença.
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade

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enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei
parágrafos, sempre às expensas do infrator. também caracteriza o crime previsto no caput deste
artigo.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz
informação relevante sobre a natureza, característica,
de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
§ 2° (Vetado) durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
§ 3° (Vetado).
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
TÍTULO II
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
Das Infrações Penais
§ 2º Se o crime é culposo;
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos
seguintes. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser enganosa ou abusiva:
Art. 62. (Vetado).
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a
nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, Parágrafo único. (Vetado).
nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a Parágrafo único. (Vetado).
periculosidade do serviço a ser prestado.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
§ 2° Se o crime é culposo: científicos que dão base à publicidade:

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.


Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
componentes de reposição usados, sem autorização do
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos
consumidor:
cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no
mercado:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
de retirar do mercado, imediatamente quando determinado que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
pela autoridade competente, os produtos nocivos ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
perigosos, na forma deste artigo.
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,
contrariando determinação de autoridade competente: Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às
informações que sobre ele constem em cadastros, banco de
Detenção de seis meses a dois anos e multa. dados, fichas e registros:

§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
correspondentes à lesão corporal e à morte.

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Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre II - a publicação em órgãos de comunicação de grande
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas circulação ou audiência, às expensas do condenado, de
ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata: notícia sobre os fatos e a condenação;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este
garantia adequadamente preenchido e com especificação código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir
clara de seu conteúdo; o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus
do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. a substituí-lo.

Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições
por ele proibidas. Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos
neste código, bem como a outros crimes e contravenções
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como
neste código: assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
por ocasião de calamidade; oferecida no prazo legal.

II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; TÍTULO III


Da Defesa do Consumidor em Juízo
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; CAPÍTULO I
Disposições Gerais
IV - quando cometidos:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos e das vítimas
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título
econômico-social seja manifestamente superior à da vítima; coletivo.

b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras tratar de:
de deficiência mental interditadas ou não;
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
essenciais . ligadas por circunstâncias de fato;

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
disposto no art. 60, §1° do Código Penal. relação jurídica base;

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, entendidos os decorrentes de origem comum.
observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são
I - a interdição temporária de direitos; legitimados concorrentemente:

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I - o Ministério Público, § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado


prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas
e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta nociva, além de requisição de força policial.
ou indireta, ainda que sem personalidade Art. 85. (Vetado).
jurídica, especificamente destinados à defesa dos
interesses e direitos protegidos por este código; Art. 86. (Vetado).

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
dos interesses e direitos protegidos por este código, periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
dispensada a autorização assemble ar. associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogados, custas e despesas processuais.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado
pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do serão solidariamente condenados em honorários
bem jurídico a ser protegido. advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.
§ 2° (Vetado).
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
§ 3° (Vetado). a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo
autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
este código são admissíveis todas as espécies de ações
capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. Art. 89. (Vetado)

Parágrafo único. (Vetado). Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela que não contrariar suas disposições.
específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do CAPÍTULO II
adimplemento. Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses
Individuais Homogêneos
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a
tutela específica ou a obtenção do resultado prático Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
correspondente. em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus
sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto
da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). nos artigos seguintes.

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito sempre como fiscal da lei.
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu. Parágrafo único. (Vetado).

§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, competente para a causa a justiça local:
se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
prazo razoável para o cumprimento do preceito. I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
quando de âmbito local;

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II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de
as regras do Código de Processo Civil aos casos de 1985.
competência concorrente.
CAPÍTULO III
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de
oficial, a fim de que os interessados possam intervir no
Produtos e Serviços
processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
órgãos de defesa do consumidor. produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos
I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos
causados. II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a
Art. 96. (Vetado). integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do
Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o
legitimados de que trata o art. 82. síndico será intimado a informar a existência de seguro de
responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
Parágrafo único. (Vetado). ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o
segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de
Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida obrigatório com este.
pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as
vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de poderão propor ação visando compelir o Poder Público
outras execuções. competente a proibir, em todo o território nacional, a
produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular
ou não do trânsito em julgado. se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
§ 2° É competente para a execução o juízo: incolumidade pessoal.
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no § 1° (Vetado).
caso de execução individual; § 2° (Vetado)
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. CAPÍTULO IV
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de Da Coisa Julgada
condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a
1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais sentença fará coisa julgada:
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão
preferência no pagamento. I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto I do parágrafo único do art. 81;
pendentes de decisão de segundo grau as ações de
indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos
responder pela integralidade das dívidas. termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
interessados em número compatível com a gravidade do III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na
liquidação e execução da indenização devida. hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

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§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não VI - representar ao Ministério Público competente para fins
prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes de adoção de medidas processuais no âmbito de suas
da coletividade, do grupo, categoria ou classe. atribuições;
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as
improcedência do pedido, os interessados que não tiverem infrações de ordem administrativa que violarem os
intervindo no processo como litisconsortes poderão propor interesses difusos, coletivos, ou individuais dos
ação de indenização a título individual. consumidores;
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,
combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar
1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na segurança de bens e serviços;
forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido,
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
programas especiais, a formação de entidades de defesa do
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96
consumidor pela população e pelos órgãos públicos
a 99.
estaduais e municipais;
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença
X - (Vetado).
penal condenatória.
XI - (Vetado).
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para XII - (Vetado)
as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo
finalidades.
anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,
se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o
contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá
solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória
TÍTULO IV
especialização técnico-científica.
Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
TÍTULO V
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
Da Convenção Coletiva de Consumo
Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do
Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações
defesa do consumidor. de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica
podem regular, por convenção escrita, relações de consumo
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico
preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características
(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo
de produtos e serviços, bem como à reclamação e
de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
composição do conflito de consumo.
do Consumidor, cabendo-lhe:
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
do instrumento no cartório de títulos e documentos.
nacional de proteção ao consumidor;
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas,
signatárias.
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades
representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou § 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que
privado; se desligar da entidade em data posterior ao registro do
instrumento.
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
seus direitos e garantias; Art. 108. (Vetado).
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através TÍTULO VI
dos diferentes meios de comunicação; Disposições Finais
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito Art. 109. (Vetado).
policial para a apreciação de delito contra os consumidores,
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei
nos termos da legislação vigente;
n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".

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Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho "Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
de 1985, passa a ter a seguinte redação: difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
Defesa do Consumidor".
ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
outro interesse difuso ou coletivo". oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
1985, passa a ter a seguinte redação:
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação 102° da República.
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
FERNANDO COLLOR
legitimado assumirá a titularidade ativa".
Bernardo Cabral
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. Zélia M. Cardoso de Mello
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985: Ozires Silva
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado
pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
do bem jurídico a ser protegido.
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens,
Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
lei.
financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta providências.
às exigências legais, mediante combinações, que terá
eficácia de título executivo extrajudicial". O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
CAPÍTULO I
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, Valores
facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o
ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
caput, com a seguinte redação:
infração penal.
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
associação autora e os diretores responsáveis pela I - (revogado);
propositura da ação serão solidariamente condenados em
honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem II - (revogado);
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
III - (revogado);
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de 24 de julho de 1985: IV - (revogado);
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais V - (revogado);
e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de VI - (revogado);
advogado, custas e despesas processuais".
VII - (revogado);
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: VIII - (revogado).

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Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.


a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços
dissimular a utilização de bens, direitos ou valores ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou
provenientes de infração penal: empresas públicas;

I - os converte em ativos lícitos; b) quando a infração penal antecedente for de competência


da Justiça Federal.
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em
garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; § 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os
III - importa ou exporta bens com valores não fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento
correspondentes aos verdadeiros. de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal
antecedente.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens,
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
direitos ou valores provenientes de infração penal;
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o
acusado que não comparecer nem constituir advogado ser
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária a nomeação de defensor dativo.
é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
do art. 14 do Código Penal. ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o
Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os indícios suficientes de infração penal, poderá decretar
crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do
reiterada ou por intermédio de organização criminosa. investigado ou acusado, ou existentes em nome de
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por penais antecedentes.
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando § 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer
penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver
ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do dificuldade para sua manutenção.
crime.
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,
CAPÍTULO II direitos e valores quando comprovada a licitude de sua
Disposições Processuais Especiais origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
Lei: decorrentes da infração penal.

I – obedecem às disposições relativas ao procedimento § 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
do juiz singular; pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz
determinar a prática de atos necessários à conservação de
II - independem do processo e julgamento das infrações bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no §
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, 1o.
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta § 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente
da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou
III - são da competência da Justiça Federal: para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.

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b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada


Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de valor Estado, na forma da respectiva legislação.
de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou por solicitação da § 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do
parte interessada, mediante petição autônoma, que será depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida
autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em na ação penal, será:
separado em relação ao processo principal.
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de
§ 1o O requerimento de alienação deverá conter a relação competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito
de todos os demais bens, com a descrição e a especificação Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da
de cada um deles, e informações sobre quem os detém e União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual,
local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de incorporado ao patrimônio do Estado respectivo;
2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de
§ 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos punibilidade, colocado à disposição do réu pela instituição
apartados, e intimará o Ministério Público. (Incluído pela Lei financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
nº 12.683, de 2012)
§ 6o A instituição financeira depositária manterá controle
o
§ 3 Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências dos valores depositados ou devolvidos.
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em § 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os
leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem
inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de
avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) cada ente da Federação, venham a desonerar bens sob
constrição judicial daqueles ônus.
§ 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada § 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os
em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte autos da alienação serão apensados aos do processo
disciplina: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) principal.

I - nos processos de competência da Justiça Federal e da § 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos
Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de contra as decisões proferidas no curso do procedimento
2012) previsto neste artigo.

a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal § 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal
ou em instituição financeira pública, mediante documento condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso,
adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, da União ou do Estado:
de 2012)
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica da fiança:
Federal ou por outra instituição financeira pública para a II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e
Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e
qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas;
e III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de
instituição financeira pública serão debitados à Conta Única boa-fé.
do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se
o saldo na conta única do respectivo ente.
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado § 12. O juiz determinará ao registro público competente que
ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da emita documento de habilitação à circulação e utilização dos
União; bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se
refere o caput deste artigo.

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sua utilização pelos órgãos federais encarregados da


§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento dos
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos à locais com idêntica função.
disciplina definida em lei específica.
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja
o
Art. 4 -B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas perda em favor da União ou do Estado for decretada serão
assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade
suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a pública, se houver interesse na sua conservação.
sua execução imediata puder comprometer as investigações.

Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, CAPÍTULO IV


ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes
jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos
Praticados no Estrangeiro
ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de
tratado ou convenção internacional e por solicitação de
autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias
Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos bens: sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será no art. 1o praticados no estrangeiro.
satisfeita com o produto dos bens objeto da administração; § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente
de tratado ou convenção internacional, quando o governo
II - prestará, por determinação judicial, informações do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao
periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem Brasil.
como explicações e detalhamentos sobre investimentos e
reinvestimentos realizados. § 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens solicitação de autoridade estrangeira competente ou os
sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao recursos provenientes da sua alienação serão repartidos
conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de
entender cabível. metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
CAPÍTULO III boa-fé.
Dos Efeitos da Condenação
CAPÍTULO V
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
Código Penal:

I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de


Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos
as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter
e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática
permanente ou eventual, como atividade principal ou
dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados
acessória, cumulativamente ou não:
para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiro de boa-fé;
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos
financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como
administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas
ativo financeiro ou instrumento cambial;
no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
liberdade aplicada.
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
intermediação ou administração de títulos ou valores
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências,
mobiliários.
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e
valores cuja perda houver sido declarada, assegurada,
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
quanto aos processos de competência da Justiça Federal, a

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I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos


e os sistemas de negociação do mercado de balcão comerciais ou industriais ou participações societárias de
organizado: qualquer natureza:

II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos:
de previdência complementar ou de capitalização;
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança,
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou investimento ou de valores mobiliários;
cartões de crédito, bem como as administradoras de
consórcios para aquisição de bens ou serviços; d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de estruturas análogas;
cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
equivalente, que permita a transferência de fundos; e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e

V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos


fomento comercial (factoring); relacionados a atividades desportivas ou artísticas
profissionais;
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante intermediação, comercialização, agenciamento ou
sorteio ou método assemelhado; negociação de direitos de transferência de atletas, artistas
ou feiras, exposições ou eventos similares;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste XVI - as empresas de transporte e guarda de valores;
artigo, ainda que de forma eventual;
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a
autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de sua comercialização; e
câmbio, de capitais e de seguros;
XVIII - as dependências no exterior das entidades
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil,
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, relativamente a residentes no País.
procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma
representem interesses de ente estrangeiro que exerça CAPÍTULO VI
qualquer das atividades referidas neste artigo;
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis:
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, nos termos de instruções emanadas das autoridades
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. competentes;
II - manterão registro de toda transação em moeda nacional
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido
ou exerçam atividades que envolvam grande volume de em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade
recursos em espécie; competente e nos termos de instruções por esta expedidas;

XIII - as juntas comerciais e os registros públicos: III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles
internos, compatíveis com seu porte e volume de operações,
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art.
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes;
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de
qualquer natureza, em operações: IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado
no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no

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Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na de propostas, transações ou operações passíveis de serem
forma e condições por eles estabelecidas; comunicadas nos termos do inciso II.

V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas
periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações
cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das que, por suas características, no que se refere às partes
informações prestadas. envolvidas, valores, forma de realização, instrumentos
utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal,
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa possam configurar a hipótese nele prevista.
jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá- neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou
la, bem como seus proprietários. administrativa.

§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste § 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo base no inciso II do caput aos respectivos órgãos
de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a
conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado que se refere o art. 9o.
pela autoridade competente.
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado espécie deverão ser previamente comunicados à instituição
também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, pelo Banco Central do Brasil.
operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo
que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela CAPÍTULO VIII
autoridade competente. Da Responsabilidade Administrativa

Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado


Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos
formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de
instituições financeiras, bem como de seus procuradores.
cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão
aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
CAPÍTULO VII
competentes, as seguintes sanções:
Da Comunicação de Operações Financeiras
I - advertência;
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
II - multa pecuniária variável não superior:
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos
a) ao dobro do valor da operação;
termos de instruções emanadas das autoridades
competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
seria obtido pela realização da operação; ou
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para
a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a
o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas
proposta ou realização;
referidas no art. 9º;

a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do de atividade, operação ou funcionamento.
mencionado artigo; e
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade
b) das operações referidas no inciso I; no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do
art. 10.
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, § 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência no art. 9o, por culpa ou dolo;

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I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de


advertência, no prazo assinalado pela autoridade Art. 16. O Coaf será composto por servidores públicos de
competente; reputação ilibada e reconhecida competência, designados
em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central
do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-
formulada nos termos do inciso V do art. 10; Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a do Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério
comunicação a que se refere o art. 11. das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça, do
Departamento de Polícia Federal, do Ministério da
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem Previdência Social e da Controladoria-Geral da União,
verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das atendendo à indicação dos respectivos Ministros de Estado.
obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer
reincidência específica, devidamente caracterizada em § 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo
transgressões anteriormente punidas com multa. Presidente da República, por indicação do Ministro de
Estado da Fazenda.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
reincidência específica de infrações anteriormente punidas § 2o Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às
com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. aplicações de penas administrativas ao Conselho de
Recursos do Sistema Financeiro Nacional. .
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos
previstas neste Capítulo será regulado por decreto, em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo.
assegurados o contraditório e a ampla defesa. CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO IX
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Processo Penal), no que não forem incompatíveis com esta
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com Lei
a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas,
receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão
atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado
competência de outros órgãos e entidades. que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
independentemente de autorização judicial, mantidos pela
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas
próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo administradoras de cartão de crédito.
COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das
pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras
no art. 12. e tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou
transferência de sigilo deverão ser, sempre que
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos determinado, em meio informático, e apresentados em
de cooperação e de troca de informações que viabilizem arquivos que possibilitem a migração de informações para os
ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou autos do processo sem redigitação.
dissimulação de bens, direitos e valores.
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize,
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. em decisão fundamentada, o seu retorno.

Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.

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exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao


ao do pagamento do tributo. atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no
inciso V.
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas,
da República. bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se,
total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de
Iris Rezende
contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de
Luiz Felipe Lampreia
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos
Pedro Malan
cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte
beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como
incentivo fiscal;
1990.
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o
estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e por órgão ou entidade de desenvolvimento;
contra as relações de consumo, e dá outras providências
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados
que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei,
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: fornecida à Fazenda Pública.

CAPÍTULO I Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.


Dos Crimes Contra a Ordem Tributária SeçãoII
SeçãoI Dos crimes praticados por funcionários públicos
Dos crimes praticados por particulares
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária,
reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
mediante as seguintes condutas: dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer
autoridades fazendárias; documento, de que tenha a guarda em razão da função;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição
documento ou livro exigido pela lei fiscal; social;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
venda, ou qualquer outro documento relativo à operação ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
tributável; iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota multa.
fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade
ou fornecê-la em desacordo com a legislação. de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da CAPÍTULO II


autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser Dos crimes Contra a Economia e as Relações de Consumo
convertido em horas em razão da maior ou menor Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:

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I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à
eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante venda em separado;
qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção
a) (revogada); do bem ou na prestação dos serviços;
b) (revogada); V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou
serviços, mediante a exigência de comissão ou de taxa de
c) (revogada);
juros ilegais;
d) (revogada);
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a
e) (revogada); quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
f) (revogada);
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre
indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza,
ofertantes, visando:
qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
produzidas;
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em
grupo de empresas; proveito próprio ou de terceiros;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda
distribuição ou de fornecedores. ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou
mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
III - (revogado);
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se
IV - (revogado);
a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de
V - (revogado); 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
VI - (revogado); CAPÍTULO III
Das Multas
VII - (revogado)
Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente
freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por para reprovação e prevenção do crime.
intermédio de distribuidores ou revendedores;
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, não inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos)
tipo, especificação, peso ou composição esteja em Bônus do Tesouro Nacional BTN.
desacordo com as prescrições legais, ou que não
Art. 9° A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida
corresponda à respectiva classificação oficial;
em multa de valor equivalente a:
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes,
I - 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de
para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar
BTN, nos crimes definidos no art. 4°;
gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-
los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os II - 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos
demais mais alto custo; crimes definidos nos arts. 5° e 6°;
IV - fraudar preços por meio de: III - 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 (um milhão de
BTN), nos crimes definidos no art. 7°.
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de
elementos tais como denominação, sinal externo, marca, Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação
embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, econômica do réu, verifique a insuficiência ou excessiva
pintura ou acabamento de bem ou serviço; onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei,
poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente
décuplo.
oferecido à venda em conjunto;

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CAPÍTULO IV "Art. 316. ............................................................


Das Disposições Gerais
§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega
pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua autoriza;
culpabilidade.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro
efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por
de 1940 Código Penal, quanto à fixação da pena, passa a ter
intermédio de outro em que o preço ao consumidor é
a seguinte redação:
estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o
ato por este praticado não alcança o distribuidor ou "Art. 318. ............................................................
revendedor.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a
7°: Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em
especial, o art. 279 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
I - ocasionar grave dano à coletividade;
dezembro de 1940 - Código Penal.
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169° da Independência e
suas funções;
102° da República.
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços
FERNANDO COLLOR
ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
Jarbas Passarinho
Art. 13. (Vetado). Zélia M. Cardoso de Mello
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal
pública, aplicando-se lhes o disposto no art. 100 do Decreto- LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE
Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do
2003
Ministério Público nos crimes descritos nesta lei,
fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção. O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que
através de confissão espontânea revelar à autoridade policial TÍTULO I
ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de um a dois terços.
Art. 1oÉ instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior
Abastecimento e Preços, quando e se necessário, a 60 (sessenta) anos.
providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar
crise no mercado ou colapso no abastecimento. Art. 2oO idoso goza de todos os direitos fundamentais
Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
dezembro de 1940 - Código Penal, passa a ter a seguinte integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou
redação: por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para
preservação de sua saúde física e mental e seu
"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou condições de liberdade e dignidade.
qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa". Art. 3oÉ obrigação da família, da comunidade, da sociedade
e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
Art. 20. O § 1° do art. 316 do Decreto-Lei n° 2 848, de 7 de prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a seguinte alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
redação:

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trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e Art. 5oA inobservância das normas de prevenção importará
à convivência familiar e comunitária. em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos
da lei.
§ 1º A garantia de prioridade compreende:
Art. 6oTodo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade
I – atendimento preferencial imediato e individualizado competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços testemunhado ou de que tenha conhecimento.
à população;
Art. 7oOs Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal
II – preferência na formulação e na execução de políticas e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de
sociais públicas específicas; janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do
idoso, definidos nesta Lei.
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção ao idoso; TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
IV – viabilização de formas alternativas de participação,
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria
família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos Art. 8oO envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua
que não a possuam ou careçam de condições de proteção um direito social, nos termos desta Lei e da
manutenção da própria sobrevivência; legislação vigente.

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas Art. 9oÉ obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas
aos idosos; sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável
e em condições de dignidade.
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a
divulgação de informações de caráter educativo sobre os CAPÍTULO II
aspectos biopsicossociais de envelhecimento; DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de Art. 10.É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à
assistência social locais. pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como
pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos,
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
Renda.
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos seguintes aspectos:
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação aos demais I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e
idosos. espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

Art. 4oNenhum idoso será objeto de qualquer tipo de II – opinião e expressão;


negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão,
e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será III – crença e culto religioso;
punido na forma da lei.
IV – prática de esportes e de diversões;
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos
direitos do idoso. V – participação na vida familiar e comunitária;

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da VI – participação na vida política, na forma da lei;
prevenção outras decorrentes dos princípios por ela VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
adotados.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral, abrangendo a

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preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para
valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, § 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos,
colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS § 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde
pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da
lei civil. § 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação
incapacitante terão atendimento especializado, nos termos
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso da lei.
optar entre os prestadores.
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor seguinte procedimento:
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. I - quando de interesse do poder público, o agente
promoverá o contato necessário com o idoso em sua
Art. 14.Se o idoso ou seus familiares não possuírem residência; ou
condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se
ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará
social. representar por procurador legalmente constituído.

CAPÍTULO IV § 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento


DO DIREITO À SAÚDE domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo
Art. 15.É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do
o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, sociais e de isenção tributária.
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta
idosos. anos terão preferência especial sobre os demais idosos,
exceto em caso de emergência.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão
efetivadas por meio de: Art. 16.Ao idoso internado ou em observação é assegurado
o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde
I – cadastramento da população idosa em base territorial; proporcionar as condições adequadas para a sua
permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal responsável pelo tratamento conceder autorização para o
especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade,
justificá-la por escrito.
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a
população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se Art. 17.Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades
locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e saúde que lhe for reputado mais favorável.
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios
urbano e rural; Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de
proceder à opção, esta será feita:

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I – pelo curador, quando o idoso for interditado;


§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou relativo às técnicas de comunicação, computação e demais
este não puder ser contactado em tempo hábil; avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.

III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e § 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter
não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e
vivências às demais gerações, no sentido da preservação da
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou memória e da identidade culturais.
familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao
Ministério Público. Art. 22.Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino
formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de
Art. 18.As instituições de saúde devem atender aos critérios envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de
mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos
promovendo o treinamento e a capacitação dos sobre a matéria.
profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda. Art. 23.A participação dos idosos em atividades culturais e de
lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos
praticada contra idosos serão objeto de notificação artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à acesso preferencial aos respectivos locais.
autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou
órgãos: horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre
I – autoridade policial; o processo de envelhecimento.

II – Ministério Público; Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às


pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida,
III – Conselho Municipal do Idoso; cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância,
constituídos por atividades formais e não formais.
IV – Conselho Estadual do Idoso;
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de
V – Conselho Nacional do Idoso. universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a
publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura,
o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público considerada a natural redução da capacidade visual.
ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico
ou psicológico. CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória
prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade
30 de outubro de 1975. profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais
e psíquicas.
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER Art. 27.Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os
lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que casos em que a natureza do cargo o exigir.
respeitem sua peculiar condição de idade.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em
Art. 21.O Poder Público criará oportunidades de acesso do concurso público será a idade, dando-se preferência ao de
idoso à educação, adequando currículos, metodologias e idade mais elevada.
material didático aos programas educacionais a ele
destinados. Art. 28.O Poder Público criará e estimulará programas de:

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Art. 33.A assistência social aos idosos será prestada, de


I – profissionalização especializada para os idosos, forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
regulares e remuneradas; Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com
antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a Art. 34.Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que
novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-
esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal
de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de
ao trabalho. 2007)

CAPÍTULO VII Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer


DA PREVIDÊNCIA SOCIAL membro da família nos termos do caput não será computado
para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
Art. 29.Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime refere a Loas.
Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão,
critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários Art. 35.Todas as entidades de longa permanência, ou casa-
sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços
legislação vigente. com a pessoa idosa abrigada.

Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é
serão reajustados na mesma data de reajuste do salário- facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da
mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de entidade.
início ou do seu último reajustamento, com base em
percentual definido em regulamento, observados os § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal
critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de da Assistência Social estabelecerá a forma de participação
1991. prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por
cento) de qualquer benefício previdenciário ou de
Art. 30.A perda da condição de segurado não será assistência social percebido pelo idoso.
considerada para a concessão da aposentadoria por idade,
desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu
contribuição correspondente ao exigido para efeito de representante legal firmar o contrato a que se refere o caput
carência na data de requerimento do benefício. deste artigo.

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no Art. 36.O acolhimento de idosos em situação de risco social,
caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência
no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo econômica, para os efeitos legais.
salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência
de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de CAPÍTULO IX
1991. DA HABITAÇÃO

Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, Art. 37.O idoso tem direito a moradia digna, no seio da
efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus
Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição
reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de pública ou privada.
Previdência Social, verificado no período compreendido
entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo § 1o A assistência integral na modalidade de entidade de
pagamento. longa permanência será prestada quando verificada
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base inexistência de grupo familiar, casa-la, abandono ou carência
dos aposentados e pensionistas. de recursos financeiros próprios ou da família.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

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§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual
obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de observar-se-á, nos termos da legislação específica:
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
manter padrões de habitação compatíveis com as mínimos;
necessidades deles, bem como provê-los com alimentação
regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no
estas condizentes, sob as penas da lei. valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
Art. 38.Nos programas habitacionais, públicos ou mínimos.
subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
observado o seguinte: mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos
previstos nos incisos I e II.
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades
habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; Art. 41.É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da
lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser
voltados ao idoso; posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
idoso.
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas,
para garantia de acessibilidade ao idoso; Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso
nos procedimentos de embarque e desembarque nos
IV – critérios de financiamento compatíveis com os veículos do sistema de transporte coletivo.
rendimentos de aposentadoria e pensão.
TÍTULO III
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente,
no pavimento térreo. CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE Art. 43.As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica ameaçados ou violados:
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços
regulares. II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
entidade de atendimento;
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de III – em razão de sua condição pessoal.
sua idade.
CAPÍTULO II
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos
para os idosos, devidamente identificados com a placa de Art. 44.As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei
reservado preferencialmente para idosos. poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e
levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da
legislação local dispor sobre as condições para exercício da Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a
artigo. requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as
seguintes medidas:

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Art. 48.As entidades de atendimento são responsáveis pela


I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo manutenção das próprias unidades, observadas as normas
de responsabilidade; de planejamento e execução emanadas do órgão
competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; 8.842, de 1994.

III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime Parágrafo único. As entidades governamentais e não-
ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à
inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e
orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da
lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento,
convivência que lhe cause perturbação; observados os seguintes requisitos:

V – abrigo em entidade; I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de


habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
VI – abrigo temporário.
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho
TÍTULO IV compatíveis com os princípios desta Lei;
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
III – estar regularmente constituída;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 46.A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio Art. 49.As entidades que desenvolvam programas de
do conjunto articulado de ações governamentais e não- institucionalização de longa permanência adotarão os
governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e seguintes princípios:
dos Municípios.
I – preservação dos vínculos familiares;
Art. 47.São linhas de ação da política de atendimento:
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
o
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei n 8.842, de 4 de
janeiro de 1994; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em
caso de força maior;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter
supletivo, para aqueles que necessitarem; IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de
caráter interno e externo;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
crueldade e opressão;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou ambiente de respeito e dignidade.
responsáveis por idosos abandonados em hospitais e
instituições de longa permanência; Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de
atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem
direitos dos idosos; prejuízo das sanções administrativas.

VI – mobilização da opinião pública no sentido da Art. 50.Constituem obrigações das entidades de


participação dos diversos segmentos da sociedade no atendimento:
atendimento do idoso.
CAPÍTULO II I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO idoso, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da
entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;

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Art. 51.As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos


II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os prestadoras de serviço ao idoso terão direito à assistência
idosos; judiciária gratuita.

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e CAPÍTULO III


alimentação suficiente; DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de Art. 52.As entidades governamentais e não-governamentais
habitabilidade; de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos
do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros
V – oferecer atendimento personalizado; previstos em lei.

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos Art. 53.O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com
familiares; a seguinte redação:

VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento "Art. 7oCompete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta
de visitas; Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a
avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a respectivas instâncias político-administrativas." (NR)
necessidade do idoso;
Art. 54.Será dada publicidade das prestações de contas dos
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais recursos públicos e privados recebidos pelas entidades de
e de lazer; atendimento.

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de Art. 55.As entidades de atendimento que descumprirem as
acordo com suas crenças; determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido
processo legal:
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda
ocorrência de idoso portador de doenças infecto- I – as entidades governamentais:
contagiosas;
a) advertência;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público
requisite os documentos necessários ao exercício da b) afastamento provisório de seus dirigentes;
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis
que receberem dos idosos; d) fechamento de unidade ou interdição de programa;

XV – manter arquivo de anotações onde constem data e II – as entidades não-governamentais:


circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável,
parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem a) advertência;
como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver,
e demais dados que possibilitem sua identificação e a b) multa;
individualização do atendimento;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências
cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
dos familiares;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com público.
formação específica.
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo
de fraude em relação ao programa, caberá o afastamento

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provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a


suspensão do programa. Art. 59.Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão
atualizados anualmente, na forma da lei.
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas
públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade
desvio de finalidade dos recursos. administrativa por infração às normas de proteção ao idoso
terá início com requisição do Ministério Público ou auto de
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se
que coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será possível, por duas testemunhas.
o fato comunicado ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, inclusive para promover a suspensão § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração
das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
atendimento a idosos a bem do interesse público, sem natureza e as circunstâncias da infração.
prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância
Sanitária. § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a
atenuantes e os antecedentes da entidade. apresentação da defesa, contado da data da intimação, que
será feita:
CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for
lavrado na presença do infrator;
Art. 56.Deixar a entidade de atendimento de cumprir as
determinações do art. 50 desta Lei: II – por via postal, com aviso de recebimento.

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 Art. 62.Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a
(três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, autoridade competente aplicará à entidade de atendimento
podendo haver a interdição do estabelecimento até que as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
sejam cumpridas as exigências legais. providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento fiscalização.
de longa permanência, os idosos abrigados serão
transferidos para outra instituição, a expensas do Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a
estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição. saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente
aplicará à entidade de atendimento as sanções
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
estabelecimento de saúde ou instituição de longa providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
permanência de comunicar à autoridade competente os Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento: fiscalização.

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 CAPÍTULO VI


(três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência. DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM
ENTIDADE DE ATENDIMENTO
Art. 58.Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre
a prioridade no atendimento ao idoso: Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
administrativo de que trata este Capítulo as disposições das
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de
(um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, janeiro de 1999.
conforme o dano sofrido pelo idoso.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em
CAPÍTULO V entidade governamental e não-governamental de
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS atendimento ao idoso terá início mediante petição
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

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fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
Ministério Público. qualquer instância.

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da benefício à autoridade judiciária competente para decidir o
entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para feito, que determinará as providências a serem cumpridas,
evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do
fundamentada. processo.

Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no prazo de § 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado,
10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar estendendo-se em favor do cônjuge supérstite,
documentos e indicar as provas a produzir. companheiro ou companheira, com união estável, maior de
60 (sessenta) anos.
Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará § 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços
necessidade de produção de outras provas. públicos e instituições financeiras, ao atendimento
preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer Assistência Judiciária.
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual
prazo. § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso
o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
de dirigente de entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará a autoridade administrativa § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade
imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de especial aos maiores de oitenta anos.
24 (vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
CAPÍTULO II
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade DO MINISTÉRIO PÚBLICO
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o Art. 72. (VETADO)
processo será extinto, sem julgamento do mérito.
Art. 73.As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei,
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos,
CAPÍTULO I individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de
Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste interdição total ou parcial, de designação de curador
Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código de especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e
Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de
nesta Lei. idosos em condições de risco;

Art. 70.O Poder Público poderá criar varas especializadas e III – atuar como substituto processual do idoso em situação
exclusivas do idoso. de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos IV – promover a revogação de instrumento procuratório do
e procedimentos e na execução dos atos e diligências idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando
judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa necessário ou o interesse público justificar;

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podendo juntar documentos, requerer diligências e


V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo: produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

a) expedir notificações, colher depoimentos ou Art. 76.A intimação do Ministério Público, em qualquer caso,
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento será feita pessoalmente.
injustificado da pessoa notificada, requisitar condução
coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de a requerimento de qualquer interessado.
autoridades municipais, estaduais e federais, da
administração direta e indireta, bem como promover CAPÍTULO III
inspeções e diligências investigatórias; DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS,
COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU
c) requisitar informações e documentos particulares de HOMOGÊNEOS
instituições privadas;
Art. 78.As manifestações processuais do representante do
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências Ministério Público deverão ser fundamentadas.
investigatórias e a instauração de inquérito policial, para a
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao Art. 79.Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
idoso; responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao
idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais insatisfatório de:
assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e
extrajudiciais cabíveis; I – acesso às ações e serviços de saúde;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de II – atendimento especializado ao idoso portador de


atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando deficiência ou com limitação incapacitante;
de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura III – atendimento especializado ao idoso portador de doença
verificadas; infecto-contagiosa;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
serviços de saúde, educacionais e de assistência social,
públicos, para o desempenho de suas atribuições; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não
excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios
dos idosos previstos nesta Lei. do idoso, protegidos em lei.

§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis Art. 80.As ações previstas neste Capítulo serão propostas no
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência
mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. absoluta para processar a causa, ressalvadas as
competências da Justiça Federal e a competência originária
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem dos Tribunais Superiores.
outras, desde que compatíveis com a finalidade e atribuições
do Ministério Público. Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos,
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de consideram-se legitimados, concorrentemente:
suas funções, terá livre acesso a toda entidade de
atendimento ao idoso. I – o Ministério Público;

Art. 75.Nos processos e procedimentos em que não for II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,

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IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
(um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa para evitar dano irreparável à parte.
dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a
autorização da assembléia, se houver prévia autorização Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser
estatutária. condenação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa
de peças à autoridade competente, para apuração da
§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos atribua a ação ou omissão.
interesses e direitos de que cuida esta Lei.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por da sentença condenatória favorável ao idoso sem que o
associação legitimada, o Ministério Público ou outro autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. Público, facultada, igual iniciativa aos demais legitimados,
como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de
Art. 82.Para defesa dos interesses e direitos protegidos por inércia desse órgão.
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação
pertinentes. Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de e quaisquer outras despesas.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério
certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se Público.
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá,
Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela informações sobre os fatos que constituam objeto de ação
específica da obrigação ou determinará providências que civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento. Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais,
no exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo de fatos que possam configurar crime de ação pública contra
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa,
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério
prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil. Público, para as providências cabíveis.

§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, requerer às autoridades competentes as certidões e
se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
prazo razoável para o cumprimento do preceito. prazo de 10 (dez) dias.

§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
desde o dia em que se houver configurado. pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
Art. 84.Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo
Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
atendimento ao idoso. diligências, se convencer da inexistência de fundamento
para a propositura da ação civil ou de peças informativas,
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias determinará o seu arquivamento, fazendo-o
após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por fundamentadamente.
meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
legitimados em caso de inércia daquele. arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do

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Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à
Ministério Público. saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro
de autoridade pública:
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento,
pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as
associações legitimadas poderão apresentar razões escritas Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da
ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
informação. triplicada, se resulta a morte.

§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde,
Coordenação e Revisão do Ministério Público de homologar entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não
a promoção de arquivamento, será designado outro prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei
membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação. ou mandado:

TÍTULO VI Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.


DOS CRIMES
Art. 99.Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
CAPÍTULO I psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas
DISPOSIÇÕES GERAIS ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a
Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as trabalho excessivo ou inadequado:
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica- § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
(Vide ADI 3.096-5 - STF) § 2o Se resulta a morte:

CAPÍTULO II Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.


DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal meses a 1 (um) ano e multa:
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e
182 do Código Penal. I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando
seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou
ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou trabalho;
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade: III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer a que alude esta Lei;
motivo.
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente. requisitados pelo Ministério Público.

Art. 97.Deixar de prestar assistência ao idoso, quando


possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente

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Art. 101.Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo Art. 110.O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940,
motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
que for parte ou interveniente o idoso: "Art. 61. ........................................................................
II - ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou
Art. 102.Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão mulher grávida;
ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes
aplicação diversa da de sua finalidade: "Art. 121.

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
Art. 103.Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
entidade de atendimento: conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa
a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como "Art. 133.
qualquer outro documento com objetivo de assegurar
recebimento ou ressarcimento de dívida: § 3o

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

Art. 105.Exibir ou veicular, por qualquer meio de "Art. 140.


comunicação, informações ou imagens depreciativas ou
injuriosas à pessoa do idoso: § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus "Art. 141.


atos a outorgar procuração para fins de administração de
bens ou deles dispor livremente: IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
de deficiência, exceto no caso de injúria.
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
"Art. 148. ............................................................................
Art. 107.Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar,
testar ou outorgar procuração: § 1o............................................................................

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente
ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem
discernimento de seus atos, sem a devida representação "Art. 159............................................................................
legal:
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
TÍTULO VII quadrilha.
Disposições Finais e Transitórias
"Art. 183............................................................................
Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do
Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos." (NR)
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência Art. 117.O Poder Executivo encaminhará ao Congresso
do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão do
para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos da Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem socioeconômico alcançado pelo País.
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo: Art. 118.Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias
da sua publicação, ressalvado o disposto no caputdo art. 36,
Art. 111.O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar
acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 21. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE


Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
1998.
metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
Art. 112.O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de
abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
"Art. 1o§ 4o outras providências.

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
anos;
CAPÍTULO I
Art. 113.O inciso III do art. 18 da Lei n o 6.368, de 21 de DISPOSIÇÕES GERAIS
outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1º (VETADO)
"Art. 18.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
discernimento ou de autodeterminação: pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir
Art. 114.O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, para evitá-la.
passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão
lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR) colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas
Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou
Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em partícipes do mesmo fato.
cada exercício financeiro, para aplicação em programas e
ações relativos ao idoso. Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre
que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
Art. 116.Serão incluídos nos censos demográficos dados prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
relativos à população idosa do País.
Art. 5º (VETADO)

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CAPÍTULO II Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando


DA APLICAÇÃO DA PENA estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em
autoridade competente observará: dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim
social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários
e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio mínimos. O valor pago será deduzido do montante de
ambiente; eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na


legislação de interesse ambiental; autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado,
que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos
dias e horários de folga em residência ou em qualquer local
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na
substituem as privativas de liberdade quando: sentença condenatória.

I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
de liberdade inferior a quatro anos;
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as II - arrependimento do infrator, manifestado pela
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da
suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. degradação ambiental causada;

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de
refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa degradação ambiental;
de liberdade substituída.
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância
Art. 8º As penas restritivas de direito são: e do controle ambiental.

I - prestação de serviços à comunidade; Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
II - interdição temporária de direitos;
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
II - ter o agente cometido a infração:
IV - prestação pecuniária;
a) para obter vantagem pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na
atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de pública ou o meio ambiente;
dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração
desta, se possível. d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas
proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios,
bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos
anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes humanos;
culposos.

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g) em período de defeso à fauna;


Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
h) em domingos ou feriados; condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor
fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para
i) à noite; apuração do dano efetivamente sofrido.

j) em épocas de seca ou inundações; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou


l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
disposto no art. 3º, são:
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura
de animais; I - multa;

n) mediante fraude ou abuso de confiança; II - restritivas de direitos;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou III - prestação de serviços à comunidade.


autorização ambiental;
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou são:
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
incentivos fiscais; I - suspensão parcial ou total de atividades;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou


oficiais das autoridades competentes; atividade;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como
funções. dele obter subsídios, subvenções ou doações.

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão § 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas
condicional da pena pode ser aplicada nos casos de não estiverem obedecendo às disposições legais ou
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.
anos.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento,
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do obra ou atividade estiver funcionando sem a devida
art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com
reparação do dano ambiental, e as condições a serem violação de disposição legal ou regulamentar.
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao
meio ambiente. § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele
obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do o prazo de dez anos.
Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no
valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa
em vista o valor da vantagem econômica auferida. jurídica consistirá em:

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre I - custeio de programas e de projetos ambientais;
que possível, fixará o montante do prejuízo causado para
efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no III - manutenção de espaços públicos;
juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal,
instaurando-se o contraditório. IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais
públicas.
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível,
fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada,
pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou
ofendido ou pelo meio ambiente. ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada

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sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
Penitenciário Nacional. potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes
modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o §


CAPÍTULO III 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
INFRAÇÃO impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus sido completa a reparação, o prazo de suspensão do
produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. processo será prorrogado, até o período máximo previsto no
artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com
§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu suspensão do prazo da prescrição;
habitatou, sendo tal medida inviável ou não recomendável
por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições de novo laudo de constatação de reparação do dano
mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante zelará ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
para que eles sejam mantidos em condições adequadas de novamente prorrogado o período de suspensão, até o
acondicionamento e transporte que garantam o seu bem- máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o
estar físico. disposto no inciso III;

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração
estes avaliados e doados a instituições científicas, de extinção de punibilidade dependerá de laudo de
hospitalares, penais e outras com fins beneficentes constatação que comprove ter o acusado tomado as
providências necessárias à reparação integral do dano.
§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis
serão destruídos ou doados a instituições científicas, CAPÍTULO V
culturais ou educacionais. DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão SEÇÃO I


vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da DOS CRIMES CONTRA A FAUNA
reciclagem.
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes
CAPÍTULO IV da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida:
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal
é pública incondicionada. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. (VETADO) § 1º Incorre nas mesmas penas:

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de autorização ou em desacordo com a obtida;
direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26
de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, criadouro natural;
de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade. III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda,
tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos,
larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota

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migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
permissão, licença ou autorização da autoridade didáticos ou científicos, quando existirem recursos
competente. alternativos.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre
considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, morte do animal.
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática
pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas
outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte jurisdicionais brasileiras:
de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
cumulativamente.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção,
ainda que somente no local da infração; I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações
de aqüicultura de domínio público;
II - em período proibido à caça;
II - quem explora campos naturais de invertebrados
III - durante a noite; aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da
IV - com abuso de licença; autoridade competente;

V - em unidade de conservação; III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de


qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de devidamente demarcados em carta náutica.
provocar destruição em massa.
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do em lugares interditados por órgão competente:
exercício de caça profissional.
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de as penas cumulativamente.
pesca.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e
répteis em bruto, sem a autorização da autoridade I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes
ambiental competente: com tamanhos inferiores aos permitidos;

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante
a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não
permitidos;
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer
técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa
competente: espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água,
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar produzam efeito semelhante;
animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos: II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela
autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

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Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de


Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº
tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua
capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, localização:
moluscos e vegetais hidrônios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies Pena - reclusão, de um a cinco anos.
ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da
fauna e da flora. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção
Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios
de Vida Silvestre.
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente
ou de sua família; § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação Proteção Integral será considerada circunstância agravante
predatória ou destruidora de animais, desde que legal e para a fixação da pena.
expressamente autorizado pela autoridade competente;
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
III – (VETADO)
Art. 40-A.(VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado
pelo órgão competente. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de
SEÇÃO II Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as
DOS CRIMES CONTRA A FLORA Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de Patrimônio Natural.
preservação permanente, mesmo que em formação, ou
utilizá-la com infringência das normas de proteção: § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as Sustentável será considerada circunstância agravante para a
penas cumulativamente. fixação da pena. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida metade.
à metade.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou
secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das
normas de proteção: Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção
de seis meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que
possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
reduzida à metade. assentamento humano:

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as
preservação permanente, sem permissão da autoridade penas cumulativamente.
competente:
Art. 43. (VETADO)
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente. Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou
consideradas de preservação permanente, sem prévia

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autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de


minerais: § 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à
subsistência imediata pessoal do agente ou de sua
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. família.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei,
assim classificada por ato do Poder Público, para fins § 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil
industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar
econômica ou não, em desacordo com as determinações de hectare
legais: .
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da
autoridade competente:
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor,
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo
via que deverá acompanhar o produto até final substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para
beneficiamento: exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem
licença da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é
madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, aumentada de um sexto a um terço se:
sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do
armazenamento, outorgada pela autoridade competente. I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão
do solo ou a modificação do regime climático;
Art. 47. (VETADO)
II - o crime é cometido:
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de
florestas e demais formas de vegetação: a) no período de queda das sementes;

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. b) no período de formação de vegetações;

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda
modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros que a ameaça ocorra somente no local da infração;
públicos ou em propriedade privada alheia:
d) em época de seca ou inundação;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente. e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis SEÇÃO III


meses, ou multa. DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais
ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana,
objeto de especial preservação: ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar
floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou § 1º Se o crime é culposo:
devolutas, sem autorização do órgão competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. § 2º Se o crime:

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de forma diversa da estabelecida em lei ou


I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a regulamento.
ocupação humana;
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa,
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas,
ou que cause danos diretos à saúde da população; § 3º Se o crime é culposo:

III - causar poluição hídrica que torne necessária a Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
interrupção do abastecimento público de água de uma
comunidade; Art. 57. (VETADO)

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas
serão aumentadas:
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou
gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou ou ao meio ambiente em geral;
regulamentos:
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de
Pena - reclusão, de um a cinco anos. natureza grave em outrem;
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo
anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo
autoridade competente, medidas de precaução em caso de somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais
risco de dano ambiental grave ou irreversível. grave.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos Art. 59. (VETADO)
minerais sem a competente autorização, permissão,
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer
funcionar, em qualquer parte do território nacional,
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de ambientais competentes, ou contrariando as normas legais
recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da e regulamentares pertinentes:
autorização, permissão, licença, concessão ou determinação
do órgão competente. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam
em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos
ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em ecossistemas:
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos
seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. SEÇÃO IV


DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: PATRIMÔNIO CULTURAL

I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de
segurança; I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo
ou decisão judicial;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta,
reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos

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II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca,


instalação científica ou similar protegido por lei, ato Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
administrativo ou decisão judicial:
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para
as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis ato autorizativo do Poder Público:
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local
especialmente protegido por lei, ato administrativo ou Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual
da autoridade competente ou em desacordo com a de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse
concedida: ambiental:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
seu entorno, assim considerado em razão de seu valor a um ano, sem prejuízo da multa.
paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural,
religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder
autorização da autoridade competente ou em desacordo Público no trato de questões ambientais:
com a concedida:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou concessão florestal ou qualquer outro procedimento
monumento urbano: administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou
parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
o
§ 1 Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada
em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, § 1o Se o crime é culposo:
a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e
multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois


§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
mediante manifestação artística, desde que consentida pelo
enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
proprietário e, quando couber, pelo locatário ou
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com
CAPÍTULO VI
a autorização do órgão competente e a observância das
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela preservação e
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.
ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
SEÇÃO V
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo os
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou
funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as
técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de
licenciamento ambiental:

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atividades de fiscalização, bem como os agentes das


Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. IX - suspensão parcial ou total de atividades;

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, X – (VETADO)


poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no
parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de XI - restritiva de direitos.
polícia.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções
infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração a elas cominadas.
imediata, mediante processo administrativo próprio, sob
pena de co-responsabilidade. § 2º A advertência será aplicada pela inobservância das
disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa previstas neste artigo.
e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração negligência ou dolo:
ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas,
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão
contra o auto de infração, contados da data da ciência da competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do
autuação; Ministério da Marinha;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de
infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA
não a defesa ou impugnação; ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de
condenatória à instância superior do Sistema Nacional do preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, ambiente.
do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data da infração se prolongar no tempo.
do recebimento da notificação.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão
I - advertência; aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o
estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições
II - multa simples; legais ou regulamentares.

III - multa diária; § 8º As sanções restritivas de direito são:

IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna I - suspensão de registro, licença ou autorização;
e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos
de qualquer natureza utilizados na infração; II - cancelamento de registro, licença ou autorização;

V - destruição ou inutilização do produto; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

VI - suspensão de venda e fabricação do produto; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de


financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
VII - embargo de obra ou atividade;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo
VIII - demolição de obra; período de até três anos.

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III - a descrição sumária do procedimento em curso no país


Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por solicitante;
infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do
Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de IV - a especificação da assistência solicitada;
1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de
janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento,
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão quando for o caso.
arrecadador.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro especialmente para a reciprocidade da cooperação
cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo internacional, deve ser mantido sistema de comunicações
com o objeto jurídico lesado. apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações
com órgãos de outros países.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será
fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, CAPÍTULO VIII
com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, DISPOSIÇÕES FINAIS
sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de
R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os
federal na mesma hipótese de incidência. órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis
pela execução de programas e projetos e pelo controle e
CAPÍTULO VII fiscalização dos estabelecimentos e das atividades
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam
DO MEIO AMBIENTE autorizados a celebrar, com força de título executivo
extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública jurídicas responsáveis pela construção, instalação,
e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados
outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para: efetiva ou potencialmente poluidores.

I - produção de prova; § 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo


destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas
II - exame de objetos e lugares; físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover
as necessárias correções de suas atividades, para o
III - informações sobre pessoas e coisas; atendimento das exigências impostas pelas autoridades
ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações instrumento disponha sobre:
tenham relevância para a decisão de uma causa;
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação compromissadas e dos respectivos representantes
em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte. legais;

§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao


Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da
órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar
a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la. entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos,
§ 2º A solicitação deverá conter: com possibilidade de prorrogação por igual período;

I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do
investimento previsto e o cronograma físico de execução e
II - o objeto e o motivo de sua formulação; de implantação das obras e serviços exigidos, com metas
trimestrais a serem atingidas;

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IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e
jurídica compromissada e os casos de rescisão, em 110º da República.
decorrência do não-cumprimento das obrigações nele FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
pactuadas; Gustavo Krause

V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser


superior ao valor do investimento previsto; LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes
1995.
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá
de março de 1998, envolvendo construção, instalação, outras providências.
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e
jurídicas interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, CAPÍTULO I
mediante requerimento escrito protocolizado junto aos Disposições Gerais
órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado pelo
dirigente máximo do estabelecimento. Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da
Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito
§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação,
§ 2o e enquanto perdurar a vigência do correspondente processo, julgamento e execução, nas causas de sua
termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos competência.
fatos que deram causa à celebração do instrumento, a Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física simplicidade, informalidade, economia processual e
ou jurídica que o houver firmado. celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou
a transação.
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata
este artigo não impede a execução de eventuais multas Capítulo II
aplicadas antes da protocolização do requerimento. Dos Juizados Especiais Cíveis

§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de Seção I


compromisso, quando descumprida qualquer de suas Da Competência
cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
o
§ 6 O termo de compromisso deverá ser firmado em até conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
noventa dias, contados da protocolização do menor complexidade, assim consideradas:
requerimento. I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo;
§ 7o O requerimento de celebração do termo de
compromisso deverá conter as informações necessárias à II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de
verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de Processo Civil;
indeferimento do plano. III - a ação de despejo para uso próprio;

§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não
deverão ser publicados no órgão oficial competente, excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
mediante extrato. § 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo I - dos seus julgados;
de noventa dias a contar de sua publicação. II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até
quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no §
Art. 81. (VETADO) 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de

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interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. no 9.790, de 23 de março de 1999;
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos
em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de
neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação. 2001.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
Juizado do foro: independentemente de assistência, inclusive para fins de
conciliação.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as
mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas
escritório; por advogado; nas de valor superior, a assistência é
obrigatória.
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa
ações para reparação de dano de qualquer natureza.
jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. Juizado Especial, na forma da lei local.
Seção II § 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio
por advogado, quando a causa o recomendar.
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
aos poderes especiais.
determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e
para dar especial valor às regras de experiência comum ou § 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma
técnica. individual, poderá ser representado por preposto
credenciado, munido de carta de preposição com poderes
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar
para transigir, sem haver necessidade de vínculo
mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às
empregatício.
exigências do bem comum.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os
litisconsórcio.
bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
mais de cinco anos de experiência. Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em
lei.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de
exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto Seção IV
no desempenho de suas funções.
Dos atos processuais
Seção III
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
Das Partes realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por
esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por
público, as empresas públicas da União, a massa falida e o lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual,
insolvente civil. inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão
somente os dias úteis.
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o
Juizado Especial: Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais forem realizados,
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de
atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
direito de pessoas jurídicas;
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha
II - as pessoas enquadradas como microempreendedores
havido prejuízo.
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na
forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de
2006;

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§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas III - sendo necessário, por oficial de justiça,
poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de independentemente de mandado ou carta precatória.
comunicação.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão comparecimento do citando e advertência de que, não
registrados resumidamente, em notas manuscritas, comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
§ 2º Não se fará citação por edital.
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das
nulidade da citação.
peças do processo e demais documentos que o instruem.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para
Seção V
citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
Do pedido
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do desde logo cientes as partes.
pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se
acessível: eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
indicado, na ausência da comunicação.
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
Seção VII
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
Da Revelia
III - o objeto e seu valor.
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,
possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou
Seção VIII
formulários impressos.
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão
ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as
que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele partes presentes sobre as vantagens da conciliação,
dispositivo. mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,
especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de
Lei.
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a
sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias. Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou
leigo ou por conciliador sob sua orientação.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes,
instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a
dispensados o registro prévio de pedido e a citação. escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença
com eficácia de título executivo.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser
dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado
na mesma sentença. proferirá sentença.
Seção VI Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar,
de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista
Das Citações e Intimações
nesta Lei.
Art. 18. A citação far-se-á:
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão independentemente de termo de compromisso, com a
própria; escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente,
o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
audiência de instrução.
mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado; § 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

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Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento
podendo decidir por eqüidade. levadas pela parte que as tenha arrolado,
independentemente de intimação, ou mediante esta, se
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias
assim for requerido.
subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado
para homologação por sentença irrecorrível. § 1º O requerimento para intimação das testemunhas será
apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da
Seção IX
audiência de instrução e julgamento.
Da Instrução e Julgamento
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se
imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde necessário, do concurso da força pública.
que não resulte prejuízo para a defesa.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização técnicos de sua confiança, permitida às partes a
imediata, será a audiência designada para um dos quinze apresentação de parecer técnico.
dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de
testemunhas eventualmente presentes.
ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua
ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.
sentença.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos
possam interferir no regular prosseguimento da audiência. depoimentos.
As demais questões serão decididas na sentença.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por supervisão de Juiz togado.
uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte
Seção XII
contrária, sem interrupção da audiência.
Da Sentença
Seção X
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção
Da Resposta do Réu
do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda audiência, dispensado o relatório.
matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por
impedimento do Juiz, que se processará na forma da
quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.
legislação em vigor.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do
art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá
constituem objeto da controvérsia. sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado,
que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou,
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu
antes de se manifestar, determinar a realização de atos
na própria audiência ou requerer a designação da nova data,
probatórios indispensáveis.
que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
Seção XI
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio
Das Provas Juizado.
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três
ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
veracidade dos fatos alegados pelas partes. reunidos na sede do Juizado.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente
instrução e julgamento, ainda que não requeridas representadas por advogado.
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias,
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual
constarão as razões e o pedido do recorrente.

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§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.
de deserção.
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser
o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.
para a parte.
Seção XV
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
Da Execução
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta
Lei, correndo por conta do requerente as despesas Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio
respectivas. Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código
de Processo Civil, com as seguintes alterações:
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de
julgamento. I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a
conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas
equivalente;
da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de
confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor
julgamento servirá de acórdão. judicial;
Art. 47. (VETADO) III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível,
na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação,
Seção XIII
o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra
Dos Embargos de Declaração seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu
descumprimento (inciso V);
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença
ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em
julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de
poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução,
ofício.
dispensada nova citação;
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da
fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará
ciência da decisão.
multa diária, arbitrada de acordo com as condições
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo econômicas do devedor, para a hipótese de
para a interposição de recurso. inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor
poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da
Seção XIV
condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída
a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos
malícia do devedor na execução do julgado;
em lei:
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das
cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve
audiências do processo;
depositar para as despesas, sob pena de multa diária;
II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o
Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da
III - quando for reconhecida a incompetência territorial; alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em
juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos
inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o
no art. 8º desta Lei;
pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;
sentença ou não se der no prazo de trinta dias;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando
se tratar de alienação de bens de pequeno valor;

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IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da II - improcedentes os embargos do devedor;


execução, versando sobre:
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à de recurso improvido do devedor.
revelia;
Seção XVII
b) manifesto excesso de execução;
Disposições Finais
c) erro de cálculo;
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.
superveniente à sentença.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no independentemente de termo, valendo a sentença como
Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas título executivo judicial.
por esta Lei.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a celebrado pelas partes, por instrumento escrito,
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não
para a solução do litígio, se possível com dispensa da abrangidas por esta Lei.
alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas
outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou
ao procedimento instituído por esta Lei.
a prestação, a dação em pagamento ou a imediata
adjudicação do bem penhorado. Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do
conexão e continência.
parágrafo anterior.
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das
devolvendo-se os documentos ao autor. regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos
da transação penal e da composição dos danos civis.
Seção XVI
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
Das Despesas
togados ou togados e leigos, tem competência para a
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
ou despesas. conexão e continência.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo
art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das
processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos
de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária da transação penal e da composição dos danos civis.
gratuita.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais
vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2
casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, (dois) anos, cumulada ou não com multa.
vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á
serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
de condenação ou, não havendo condenação, do valor
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que
corrigido da causa.
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, aplicação de pena não privativa de liberdade.
salvo quando:
Seção I
I - reconhecida a litigância de má-fé;

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Da Competência e dos Atos Processuais prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo
de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
lugar em que foi praticada a infração penal.
convivência com a vítima.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana,
sendo possível a realização imediata da audiência preliminar,
conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos
preencherem as finalidades para as quais foram realizados,
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha desta Lei.
havido prejuízo.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de possível, o responsável civil, acompanhados por seus
comunicação. advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
magnética ou equivalente. conciliador sob sua orientação.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça,
sempre que possível, ou por mandado. recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre
bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado,
administração da Justiça Criminal.
o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para
adoção do procedimento previsto em lei. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito
e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica
ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo privada ou de ação penal pública condicionada à
necessário, por oficial de justiça, independentemente de representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio direito de queixa ou representação.
idôneo de comunicação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
interessados e defensores.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado audiência preliminar não implica decadência do direito, que
de citação do acusado, constará a necessidade de seu poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
comparecimento acompanhado de advogado, com a
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de
advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
defensor público.
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
Seção II aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
Da Fase Preliminar
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável,
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da
o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
providenciando-se as requisições dos exames periciais
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de
necessários.
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de
termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá
termos deste artigo;

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III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a testemunhas ou apresentar requerimento para intimação,
personalidade do agente, bem como os motivos e as no mínimo cinco dias antes de sua realização.
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil,
medida.
serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
será submetida à apreciação do Juiz.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo prevista no art. 67 desta Lei.
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de
ou multa, que não importará em reincidência, sendo
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver
registrada apenas para impedir novamente o mesmo
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de
benefício no prazo de cinco anos.
oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
apelação referida no art. 82 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva
não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo comparecer.
para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor
efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível
para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou
no juízo cível.
não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão
Seção III ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa,
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-
Do Procedimento Sumariíssimo
se imediatamente aos debates orais e à prolação da
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não sentença.
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei,
instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as
o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
oral, se não houver necessidade de diligências
imprescindíveis. § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo,
assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada
dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.
com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta
Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os
exame do corpo de delito quando a materialidade do crime elementos de convicção do Juiz.
estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias,
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a constarão as razões e o pedido do recorrente.
adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita
66 desta Lei.
no prazo de dez dias.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará
da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
citado e imediatamente cientificado da designação de dia e
hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual § 4º As partes serão intimadas da data da sessão de
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o julgamento pela imprensa.
responsável civil e seus advogados.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência
de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas

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Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou
II - proibição de frequentar determinados lugares;
omissão.
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou
autorização do Juiz;
oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão. IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2o Os embargos de declaração interrompem o prazo para
a interposição de recurso. § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
situação pessoal do acusado.
Seção IV
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
Da Execução beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu
cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
Juizado. processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará
extinta a punibilidade, determinando que a condenação não § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta
fique constando dos registros criminais, exceto para fins de a punibilidade.
requisição judicial.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a do processo.
conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste
direitos, nos termos previstos em lei.
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será
processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito
Seção V
da Justiça Militar.
Das Despesas Processuais
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e representação para a propositura da ação penal pública, o
aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e ofendido ou seu representante legal será intimado para
76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
dispuser lei estadual.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos
Seção VI Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem
incompatíveis com esta Lei.
Disposições Finais
Capítulo IV
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação
especial, dependerá de representação a ação penal relativa Disposições Finais Comuns
aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o competência.
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as
suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
prédios públicos, de acordo com audiências previamente
que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77
anunciadas.
do Código Penal).
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a
presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
contar da vigência desta Lei.
suspender o processo, submetendo o acusado a período de
prova, sob as seguintes condições:

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VADE MECUM ESTRATÉGICO PARA POLÍCIA CIVIL/Escrivão e Investigador da PCAM
Legislação compilada pelo Estratégia Concursos

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea d , não
publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da
Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais
os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de dependerão da anuência expressa do Estado".
menor concentração populacional.
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua
após a sua publicação. publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984. 104° da República.
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e
107º da República. ITAMAR FRANCO
Fernando Henrique Cardoso
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim

DECRETO Nº 678, DE 6 DE
NOVEMBRO DE 1992

Pacto de São José da Costa Rica

Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos


(Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de
1969.
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo
de PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe
confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição,
e Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no
âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José
da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor
internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo
parágrafo de seu art. 74;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de


adesão a essa convenção em 25 de setembro de
1992; Considerando que a Convenção Americana sobre
Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou
em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de
conformidade com o disposto no segundo parágrafo de seu
art. 74;

DECRETA:

Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos


(Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia
ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente
como nela se contém.

Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato


internacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo
brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: "O

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