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FAERMANN, ADVOCACIA E ASSESSORIA JURÍDICA

André Faermann – Advogado


OAB/SC – 44.155

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO


JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
CRICIÚMA/SC

TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL
Estatuto do Idoso
Lei Nº10.741 de 1/10/2003, Art. 71 e §s

ANGELA MARIA PEREIRA DA CUNHA, brasileira,


casada, aposentada, carteira de identidade nº 641.804/SC, inscrita no
C.P.F. nº 341.216.929 – 34 e seu esposo, PEDRO DA CUNHA, brasileiro,
casado, aposentado, carteira de identidade nº 535.165/SC, inscrito no
C.P.F. nº 341.262.369 – 53, domiciliados na Rua Belo horizonte nº 114,
bairro Brasília, CEP. 88.813–190 na Cidade de Criciúma/SC, sem
endereços de e-mail, vêm, através do Procurador que subscreve, Advogado
André Faermann OAB/SC nº 44.155, endereço eletrônico:
faermann.adv@gmail.com, com instrumento procuratório anexo, recebendo
intimações na R. Palestina nº 35 sala 208, B. Santa Bárbara, CEP. 88.803
– 170 na cidade de Criciúma – SC, respeitosamente ante Vossa Excelência,
ajuizar a presente

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E


REPARATÓRIA DOS DANOS MORAIS

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em face de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF, instituição financeira e


empresa pública federal, localizada na Rua Santo Antônio 180, B. Centro,
Criciúma/SC,CEP. 88811-040 e,

em face de TECNOLOGIA BANCÁRIA – TECBAN, pessoa jurídica de


direito privado, localizada na Avenida Brasil nº 3660, centro, Balneário
Camboriú/SC, CEP. 88.330 – 063;

Através de todos os fatos, fundamentos, documentos e provas que estão


apresentados e demais que serão produzidos.

I – DAS INTIMAÇÕES E/OU PUBLICAÇÕES NA IMPRENSA OFICIAL

Ab initio, requer este Procurador que todas as


intimações e publicações remetidas para a Imprensa Oficial, sejam feitas
EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado André Faermann OAB/SC
44.155, evitando-se futuras nulidades.

II – DOS FATOS

Excelência.
No dia 4 de maio de 2017 a Requerente repetiu um
procedimento que realiza no inicio de cada mês.
A mesma trata de retirar um extrato de saldo da CEF e efetuar um saque,
sempre usando o cartão magnético do seu esposo, Requerente e, também

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aposentado, para cumprir com as obrigações de pagar contas do lar etc.,


naquela situação pretendia sacar a quantia de R$ 800,00 (oitocentos
reais).
Assim, com o cartão magnético da caixa econômica
federal – CEF, conta nº 13.397-8 e agencia nº 0415, a mesma usou o
terminal do BANCO 24 horas da Requerida TECBAN nº 15.336, localizado
no interior do supermercado MANENTI, bairro Santa Luzia, Criciúma/SC.

Neste norte, o nexo de causa aproxima os prestadores


de serviços na responsabilidade conjunta.

A Requerente tirou o extrato da conta antes do


costumeiro saque para verificar se o valor do aposento já se encontrava na
conta, evitando entrar em saldo negativo e pagar juros. O comprovante do
extrato retirado anteriormente ao saque está em anexo.
Assim, a Requerente verificou o valor do aposento na
conta e tentou o procedimento do saque, logo após, recebeu a mensagem
de conclusão com “êxito da operação”, mas, no que pese ter sido informada
da conclusão da operação, o equipamento eletrônico não entregou o
dinheiro solicitado para a cliente.
Diante do ocorrido, a aposentada ficou muito nervosa,
achando ter caído num golpe ou furto.
O local onde estão caixas eletrônicos 24 hrs fica bem
próximo dos caixas do supermercado, assim, a Requerente aposentada de
imediato chamou uma funcionária do supermercado chamada Sra.
Crislaine Guilherme Machado, que assistiu a Aposentada em sua angustia
quanto ao sofrido.

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Logo, a Requerente, sem receber o dinheiro para as


contas e bastante assustada, foi acalmada e tentou efetuar o saque em
outro terminal, sob nº 32.264 no mesmo local e novamente não saiu o
dinheiro, tampouco comprovante de saldo da conta.

Mais nervosa ainda, fez outra tentativa no terminal de


nº 46.751, no mesmo local, novamente sem sucesso.

Apenas conseguiu um novo extrato e, nele se deparou


com o valor já retirado da conta, mas, sem receber o dinheiro, ficando bem
nervosa e sentindo-se agredida com o ocorrido.
Ou seja, o serviço da CEF foi sucessivamente deficiente
por meio dos terminais eletrônicos do banco 24 horas.

Todos os fatos narrados e a angustia sofrida pela


aposentada foram testemunhados por funcionários do supermercado que,
inclusive, afirmam ser muito comum os terminais causarem problemas
aos usuários, conforme também é recorrente e sabido pelo Poder
Judiciário.

Bastante nervosa, a aposentada foi orientada pelo


funcionário do supermercado Sr. Emerson, que trabalha bem em frente
aos caixas eletrônicos, assim, no mesmo dia a Requerente fez contato com
o Banco 24 horas através do número 0800562400, chamado nº 02291114
e protocolo nº 13296686. Sem qualquer solução até o momento.
Depois, a Requerente fez novo contato sobre o
problema onde foi gerado o protocolo nº 13296720, novamente, sem

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qualquer solução.

Em novo contato, dia 5-5-17, a Requerente contestando


o caso com o atendente Sr. Cláudio, recebeu novo protocolo nº 13300423.
Sem qualquer solução.

Depois de dias, a Requerente foi simplesmente


informada que o terminal mencionado não apresentou qualquer
irregularidade, que o procedimento estava correto. Sem maiores interesses
ou cuidados com o problema da cliente aposentada. Passando-lhe o
tratamento de pessoa mal intencionada.

A Requerente buscava uma resolução rápida da


situação, até porque aquele era o único dinheiro para custeio das despesas
básicas, pensando que tudo seria facilmente resolvido, mesmo porque,
considerando a existência do saque através de sistema eletrônico e o
mesmo não ter sido concretizado com a entrega do dinheiro, tal situação
seria de fácil constatação quanto ao ocorrido.
Os equipamentos têm sistemas que apontam saque ou
não.
Na oportunidade, ao invés de buscar entender a
situação da consumidora, o preposto da Requerida limitou-se a afirmar
que nada houve de errado, sequer conseguiu dar uma explicação, uma
satisfação ao consumidor a respeito de sua péssima prestação de serviço e
como resolveria a subtração de valores da conta da consumidora
Requerente. O banco 24 horas subtraiu o valor da conta e não pagou.
Aliás, o atendimento do banco 24 horas é

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conhecidamente deficiente.
As empresas Requeridas, indubitavelmente causaram
dano material e moral aos Requerentes.
A Requerente aposentada, sem conseguir efetuar o
saque, sofreu mais danos colaterais com a cobrança de juros e multa por
conta do atraso em pagamentos de contas básicas que sempre paga em
dia.
Após reclamar o retorno do valor retirado
indevidamente da sua conta, sem sucesso e, recebendo a resposta seca de
que a operação foi normal, a mesma chorou e se sentiu tratada como uma
ladra, uma aproveitadora, sentiu-se humilhada, submetida na sensação
igualada aos criminosos.

Destaca-se que a aposentada é cidadã exemplar e


jamais se rebaixaria para obter uma vantagem, pois, se trata de pessoa
honesta, conforme as testemunhas vão provar.

A Requerente invoca a proteção da dignidade da sua


pessoa humana, que deve ser respeitada pelas empresas, sendo mulher,
mãe, avó, idosa, aposentada, devendo ser protegida pelo Judiciário, bem
como, a sua boa fé que deve ser presumida prima facie, frente da
gravidade de se alegar tal, se falsamente fosse o ocorrido e, as duras penas
que lhe seriam impostas se não fosse pura verdade os fatos qual foi
submetida.
Inconformada com a humilhação, sofrendo com a
angústia, pagando contas em atraso, tendo o aposento do esposo
SUBTRAÍDO da conta da CEF via Banco 24 horas, a Requerida se deslocou

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dia 10-5-17 até o plantão da central de polícia de criciúma para assentar o


registro do boletim de ocorrência, conforme o BO anexo.

Conforme os fatos, O DINHEIRO foi DESCONTADO


INDEVIMENTE O DINHEIRO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, QUE
POSSUI NATUREZA ALIMENTAR, DEPOIS, TEVE O DESCASO E O
PÉSSIMO SERVIÇO PRESTADO PELAS REQUERIDAS NA BUSCA DA
SOLUÇÃO, DEPOIS, A REQUERENTE SE VIU OBRIGADA EM PAGAR
CONTAS COM JUROS E MULTAS.

DO ATO ILÍCITO

O ato ilícito possui dois aspectos, o objetivo e o


subjetivo.
O dano objetivo se basta na configuração da conduta
ou evento contrário ao Direito, no sentido de que negar os valores e os fins
da ordem jurídica, é a conduta antijurídica.
Já o caráter subjetivo foi o desconto do BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO QUE ATÉ O MOMENTO NÃO CONSEGUIU UTILIZAR,
MOTIVADO PELO ILÍCITO CAUSADO PELA CEF VIA TERMINAL DO CAIXA
ELETRÔNICO DA EMPRESA TECBAN.

DO NEXO DE CAUSALIDADE

O nexo tem a finalidade de apontar o agente que deu


causa ao resultado ou prejuízo. O resultado depende da existência de um
fato imputável a quem lhe deu causa.

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Assim, só responde pelo ato ilícito aquele que de


alguma forma deu causa ou assumiu o resultado.

Neste norte, os Requerentes sob Data Vênia, vêm,


conjuntamente, exercer o direito constitucional de ação, visando obter
justiça, dignidade e reparação em face das condutas reprováveis e ilícitas
cometidas pelas empresas controladoras de valores, responsáveis pelos
danos, nas plenas razões de direito a seguir apresentadas.

II – DA FUNDAMENTAÇAÕ JURÍDICA

Os fatos narrados demonstram a evidência que se trata


de uma relação de consumo, devendo ser aplicado para a solução da lide
as normas do Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90.

Apenas para ressaltar, cumpre mencionar que o E.


Superior Tribunal de Justiça sedimentou a questão da aplicação do CDC
às instituições financeiras, na forma da Súmula 297 transcrita: O código
de Defesa do Consumidor é aplicável ás instituições financeiras (Súmula
297, Segunda Seção julgada em 12/04/2004, DJ 09/09/2004, p.149).
SMJ.

As empresas, nos termos do disposto artigo 3º do CDC,


são prestadoras de serviços. E, em assim sendo, têm responsabilidade
objetiva, consoante o disposto no artigo 14, do CDC, ex vi:

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“Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece


a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes (...).”

No caso em tela, verifica-se que a conduta das


empresas, além de caracterizar má-prestação de serviço, implicou em
flagrante violação ao princípio da boa-fé objetiva e do direito à informação
transparente e adequada, pois o consumidor foi enganado quanto à correta
execução do serviço.
O equipamento computou realizado o saque sem fornecer o
valor ao consumidor.
Por mais de uma vez as empresas não executaram com
eficiência e segurança o serviço solicitado, tendo apenas e tão somente,
negado devolver o que ilegalmente tiraram. Humilhante.
O que se verifica é a violação aos preceitos do artigo 6º
do CDC, ex vi legis:

“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:


(...)

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II - a educação e divulgação sobre o consumo


adequado dos produtos e serviços, asseguradas a
liberdade de escolha e a igualdade nas
contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os


diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e


abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;

(...)

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e


administrativos, com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção jurídica, administrativa e técnica aos
necessitados;

(...)

IX - (Vetado.)

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços


públicos em geral.”

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Consoante o disposto no artigo 6º, inciso VI, do CDC,


resta evidente que a Ré tem a obrigação de indenizar todos os danos
causados aos Requerentes.

O dano material sofrido decorre da ausência de


remuneração do seu dinheiro no montante de R$ 800,00 (oitocentos reais),
posto que, as Requeridas não efetuaram o serviço de entrega do saque
solicitado e, após reclamação, não creditaram o valor tirado da conta.

As empresas, ao considerar como realizada a


transação, ficaram na posse direta do valor, já que não entregaram o valor.

Excelência, o valor deve ser devolvido em dobro, face


nunca ter havido quaisquer dívidas com nenhuma das Requeridas, ao
contrário, apenas foi tentado a retirada daquilo que já pertencia a
aposentada.

Agora quem está em débito com a Requerente são as


Requeridas, enormes empresas do sistema financeiro. Houve
enriquecimento ilícito das mesmas sobre a aposentada.

A ausência do fornecimento do valor do saque levou a


aposentada a pagar suas contas com juros e multas, sendo:

Isto posto, devem as Requeridas serem condenadas em


devolver o valor dobrado relativo ao débito indevido R$ 1.600,00 ( mil e
seiscentos reais).

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Sendo assim, ao caso em epígrafe incide o disposto no


artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor.

Com amparo da Carta Federal, mais, o Código de Defesa do


Consumidor houve grandes avanços neste tema. A responsabilidade
objetiva ganhou espaço e força, no caso em tela é o foco da aplicação do
Direito.
Por estes motivos faz-se necessário um breve tecer sobre o
tema da responsabilidade.
Conforme Sérgio Cavalieri Filho, que é um dos maiores
juristas sobre o tema, ensina: “ o fator determinante para a revolução do
tema da responsabilidade civil ocorreu porque OS ERROS INJUSTOS
AUMENTARAM E SE TORNARAM-SE MAIS FREQUENTES”, relação íntima
com a massificação dos processos de industrialização de modo que como
observa João Calvão, “se não há elevado grau de segurança, garante-se ao
menos a reparação ao dano pessoal”.
A sociedade atual busca qualidade de vida e o direito é
instrumento poderoso para esta busca.
De modo que, a uma sociedade de risco contrapõe-se a
segurança social que quando não existe, deve ser no mínimo reparada.
Como afirma Larenz :” A responsabilidade é a sombra da
obrigação”, sendo a responsabilidade civil um dever jurídico sucessivo que
surge para recompor o dano recorrente da violação de um dever jurídico
originário (obrigação).

É cediço que surge a obrigação de indenizar quando

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ocorre lesão de um bem jurídico protegido, material e moral.


Nesta esteira, temos que a personalidade e seus
atributos são bens que se encontram expressamente tutelados por nossa
Constituição na medida em que esta estabelece como um de seus
fundamentos o princípio da dignidade da pessoa humana.

Como corolário deste princípio o legislador Constituinte


estatuiu a proteção ao patrimônio no artigo 5o da Carta Constitucional:

"V – é assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem";

"X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação".

Consoante a assertiva propalada por José de Aguiar


Dias: "O conceito de dano é único, e corresponde a lesão de um
direito" (Da Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p.
737).Por MORAL, na dicção de Luiz Antônio Rizzatto Nunes, entende-se
"(...) tudo aquilo que está fora da esfera material, patrimonial do
indivíduo" (O Dano Moral e sua interpretação jurisprudencial. São Paulo:
Saraiva, 1999, p.1).

Destarte, a ofensa em DANO MORAL, exprime

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“sofrimento, humilhação, constrangimento público, angústia, ou, ainda,


sofrimento moral, mágoa, pesar, aflição".

Infere-se, portanto, que o dano moral no bojo de


princípios éticos e morais que norteiam nossa sociedade, atingem violações
a direitos não patrimoniais, como, por exemplo, a ofensa da dignidade
humana, o desrespeito ao sentimento humano, frustração de uma
expectativa, a violação da confiança entre as partes, exatamente como
ocorreu no caso em comento, a aposentada foi enganada e desrespeitada
pelas empresas Requeridas.

Sendo assim, resta efetivamente caracterizada a


conduta ilícita das empresas, dando ensejo também à reparação por dano
moral, ex vi legis. No caso, mesmo bem provado, o seria IN RE IPSA.
Destarte, em sendo demonstrada a presença dos
requisitos caracterizadores da responsabilidade civil objetiva geradora de
dano material e moral, cumpre-nos ressaltar que a respectiva reparação
deve ser arbitrada mediante estimativa razoável e proporcional, visando
minimizar a dor da vítima e, ainda impor ao ofensor uma sanção que lhe
desestimule a praticar atos lesivos à personalidade de outrem.

A jurisprudência já se manifestou reiteradamente


quanto ao tema em comento, temos as ementas a seguir transcritas:

E, em que pese a consequência da autora ter sido forte a lhe gerar


angustia no emocional e sentimental, o bem jurídico sobre o qual recaiu o
ato ilícito é o saldo de aposentadoria dos autores, com natureza alimentar,

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e é com base neste bem jurídico que o dano deve ser reparado com firmeza
e bem concedido a autora/ IDOSA, ESTA É A CAUSA MAIOR, A LESÃO AO
SEU NUMERÁRIO ALIMENTAR.

Assim tem entendido o E. Tribunal de Justiça de SP, nos julgados atuais:


JUIZADO ESPECIAL. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS.
TERMINAL ELETRÔNICO “BANCO 24 HORAS” SAQUE LANÇAMENTO DO
DÉBITO SEM A DISPONIBILIZAÇÃO DO NUMERÁRIO VALOR
CORRESPONDENTE AO SALÁRIO DO CORRENTISTA.
INDISPONIBILIDADE PELA RESPECTIVA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
ESCUSAS RECÍPROCAS E DEMORA NA CORREÇÃO DO VÍCIO DO
SERVIÇO, ASSIM COMO A PRIVAÇÃO DO SALÁRIO. FATOS
INCONTROVERSOS POR AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.1 O parágrafo único do art. 7 da
LEI:8.078/90 estabelece responsabilidade solidária dos que participam da
relação de consumo e venham causar dano ao consumidor. Ademais, a
empresa proprietária do terminal eletrônico (Banco 24 horas) está
autorizada a efetuar determinadas operações bancárias pela instituição
bancária conveniada por quem é devidamente remunerada. E como a
falha resultou de um dos seus terminais, que registrou a operação de
saque mas sem disponibilizar o respectivo recurso, mostra-se evidente
a sua legitimidade para responder pela pretensão de reparação pelos
supostos danos materiais e morais. Preliminar rejeitada. 2. Demonstrada
a falha na prestação do serviço contratado (SAQUE ELETRÔNICO) resta
configurada a responsabilidade dos fornecedores independentemente da
existência da culpa. Pela reparação dos danos causados ao consumidor, a
responsabilidade somente seria elidida se evidenciada inexistência da falha

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nos serviços prestados ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros


(art.14, parágrafo 4 do CDC). 3. Os fatos que amparam a pretensão inicial
se não impugnados especificamente, devem ser admitidos como
verdadeiros (art. 302 CPC) A alegação do Requerente de que privaram
de acesso ao seu salário por período razoável, mais precisamente por
contabilizarem um saque, cujo terminal eletrônico da empresa
conveniada não disponibilizou, caracteriza falha na prestação de
serviços. Soma-se á circunstância, a afirmação de que as instituições se
limitaram a imputar reciprocamente a responsabilidade pelo fato do
serviço deixando a consumidora á mercê da própria sorte e
experimentando as frustações, dissabores e aborrecimentos pela privação
do numerário necessário a própria subsistência com dignidade. 4. A
sentença sopesou todos os fatos articulados e sobre os quais repousaram a
presunção de veracidade, para extrair a única conclusão lógica e possível a
partir da ordem jurídica vigente. 5. Os danos morais foram fixados com
parcimônia, dentre os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, não
havendo razão para sua modificação. 6. Recurso conhecido e desprovido.7
Decisão tomada nos termos do art. 46 da LEI:9.099/95, servindo a ementa
como acordão. 8. Condeno O Recorrente no pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios os quais arbitro em dez por cento
sobre o valor da condenação. (TJ-DF-ACJ:20140710084636, Relator: LUIS
GUSTAVO B.DE OLIVEIRA, Data do julgamento:25/08/2015)1 Turma
Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal. Data da
Publicação no DJE:01/09/2015.Pág:259)

Portanto, uma vez provada falha na PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS pelas


RÉS, é de se impor a Condenação a restituição do valor SACADO EM

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DOBRO AINDA NÃO PAGO, atualizado, BEM COMO A FIRME


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

DA PROVA DO DANO

O dano é a lesão ao bem jurídico tutelado.


No caso, a IDOSA, teve o saldo da aposentadoria violado indevidamente
sem falar na IMPOSSIBILIDADE DE NÃO TER HONRADO COM AS
CONTAS VENCIDAS.
A dispensa da prova do constrangimento moral já foi alvo de apreciação do
E. Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento jurisprudencial
abaixo reproduzido: “Prova- O STF tem proclamado que: a indenização a
título de dano moral não exige comprovação de prejuízo” ( RT 614/236),
por ser esta uma consequência irrecusável do fato e um “ direito subjetivo
da pessoa ofendida” (RT 124/299). As decisões partem do princípio de que
a prova do dano moral está no próprio fato”, não sendo correto
desacreditar na existência de prejuízo diante das situações potencialmente
capazes de infligir dor moral.
Esta não é passível de prova, pois está ligada aos sentimentos íntimos da
pessoa”. Desta maneira o dano moral decorre do dano in re ipsa, ou seja,
deriva do próprio ato, portanto, provado está nos autos o dano sofrido pela
IDOSA/AUTORA.

DA REPARAÇÃO INTEGRAL – DA QUANTIFICAÇÃO


A responsabilidade civil tem como função principal reparar o dano sofrido
pela vítima. O dano causado pelo ato ilícito rompe o elemento jurídico-
econômico anteriormente existente entre o agente e a vítima, isto se faz por

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uma indenização fixada na proporção ao dano CAUSADO, já que indenizar


a vítima pela metade é indenizar a vítima pelo resto.
Limitar a reparação é impor á vítima que suporte o resto dos prejuízos não
indenizados.
Portanto, nos caso dos autos, tendo em vista que todos os elementos da
obrigação de indenizar estão caracterizados, busca a Autora a reparação
sem vedações e ou limitações que sejam extraídas que fundamento distinto
da violação do bem jurídico, já que é este o protagonista da obrigação de
indenizar no caso abordado.

Assim, no presente caso o D. Magistrado deve ser aplicado de acordo com


lógica razoável, observando o bem jurídico violado e não a simples
consequência, além do aspecto punitivo e repressivo do dano MORAL,
devendo tal valor não ser inferior a 20 salários mínimos.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Diante da desigualdade em ordem técnica, econômica, jurídica, visto que o


fornecedor possui, via de regra, a técnica de produções que de acordo com
seus interesses e o poder econômico é SUPERIOR AO DO CONSUMIDOR,
se faz plenamente necessária de aplicação.

No caso, a vulnerabilidade da AUTORA/IDOSA é PATENTE, JÁ QUE NÃO


TEM CONDIÇÕES DE OBTER DOCUMENTOS RELACIONADOS AO CASO,
EM FACE DA CONSUMADA NEGATIVA DOS RÉUS.

A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA como direito fundamental do

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consumidor, e as demais normas que a protegem face da superioridade


econômica dos RÉUS, mas nem por isto ofende o princípio da isonomia
das partes, PELO CONTRÁRIO, É UM INSTRUMENTO PROCESSUAL COM
VISTAS A IMPEDIR O DESEQUILÍBRIO DA RELAÇÃO JURÍDICA.

Assim, para assegurar o concreto e efetivo acesso á adequada prestação


jurisdicional é INDISPENSÁVEL A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.

PREQUESTIONAMENTO

O caso versa sobre aplicação do art. 5, X da CF, arts.14 e 6, VII do CDC


(LEI:8.078/90), arts.927 e 187 do CC e arts.649,IV do CPC, portanto o
autor desde já PREQUESTIONA a matéria ventilada para efeito de eventual
interposição de Recurso Extraordinário, em sede recursal.

Isto porque, nas relações de consumo é imperiosa a correta aplicação do


Código de Defesa do Consumidor, principalmente no caso em que o ato
decorrente da relação do consumo lesar os Autores. Ainda, a CF/88 é clara
quando protege os danos extrapatrimoniais-morais que no presente caso
foram violados, sendo assim, resta fundamentado o pedido de
prequestionamento.

Portanto, suscintamente, resta PREQUESTIONADA a matéria pugnando a


Autora pela PROCEDÊNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado,
requerendo o pronunciamento de forma objetiva e explicita sobre o
assunto.
Diante do acima alinhavado, restam demonstrados os

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fatos e o direito do Autor em obter da Ré a indenização pelos danos


materiais sofridos, assim como a firme compensação pelos danos morais
suportados, conforme os pedidos a seguir apresentados.

III - DOS PEDIDOS

A) A PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO, AUTORA IDOSA


(10/09/1944), conforme §1º e §2º art. 71 Estatuto do Idoso
(LEI:10.741/2003) e art. 1048 I do Novo CPC;

B) A citação das instituições requeridas na pessoa dos


representantes legais para, caso queiram, contestar a presente, sob a pena
de revelia e de confissão;
C) A total procedência da presente ação com o
acolhimento e concessão dos pedidos contidos;

C) Condenar as Requeridas na restituição corrigida


dobrada de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais), atualizando o valor até a
data do efetivo pagamento.

D) Seja julgado procedente o pedido para condenar as


empresas Requeridas ao pagamento de indenização por dano moral em
quantia não inferior a 10 (dez) vezes o valor do dano sofrido, sendo: R$
8.000,00 (oito mil reais), tudo em face da angustia, sofrimento, descaso e
danos causados, mais, no dever de se aplicar em ato judicial o efeito firme
no propósito pedagógico para as Requeridas, enormes empresas do setor
econômico que não cuidam das pessoas, lucrando bilhões por ano sobre

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pessoas humildes e trabalhadoras;

F) A inversão do ônus da prova em face da


desproporcional dificuldade de ser praticada, pela boa fé dos Requerentes
e pelos milhares de antecedentes e, mormente, face da Lei pelo que reza o
inciso VIII do art. 6 do CDC, bem como, pela previsão da inversão
dinâmica do ônus da prova, na forma do Novo CPC;

G) Face o novo CPC, frente dos princípios da celeridade


e economia processual, tendo as empresas o perfil de não conciliar, a
autora declara que não deseja audiência de Conciliação;

I) Requer a condenação das Requeridas ao pagamento


das custas judiciais e dos honorários advocatícios, dignos, em valor não
inferior aos 20% (vinte porcento) sobre o valor da causa;

J) Pretende ainda provar o alegado por todos os meios


necessários, na luz do Direito, desde já requeridos ainda que não
especificados, especialmente, pelos depoimentos pessoais das Requeridas,
prova testemunhal, pericial se necessário.

Neste ato se REQUER a intimação das seguintes


testemunhas:
1) Sra. CRISLAINE GUILHERME MACHADO, AVENIDA
UNIVERSITÁRIA 1186, BAIRRO SANTA LUZIA, CRICIÚMA/SC, CEP:
88806-001;
2) Sr. ANTONY MARTINS, AVENIDA UNIVERSITÁRIA

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1186, BAIRRO SANTA LUZIA, CRICIÚMA/SC, CEP: 88806-001 ;

3) Sr. JÚLIO CESAR LOPES, Endereço Marcelo Lodeti


n. 33, centro, criciúma, CEP 88801-510;

Dá-se a causa o digno valor de R$ 9.600,00 (Nove Mil e Seiscentos Reais).

Cidade de Criciúma/SC em 8 de junho de 2017.

ANDRÉ FAERMANN – ADVOGADO


OAB/SC 44.155
Assinado Digitalmente

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