Você está na página 1de 117
| | D>} f MALANDRAGEM REVISITADA (uma leitura ideolégica de "Dialética da Malandragem") por Roberto Akira Goto Dissertago apresentada ao Departamento de Teoria Lite raria do Instituto de Estu- dos da Linguagem da Univer- sidade Estadual de Campinas como requisite parcial para obteng&o do Titulo de Mes- tre em Letras. CAMPINAS - 1986 RESUMO Nesta leitura de "Dialética da Malandragem" dis cute-se a nogdo de malandragem que o ensaio compée e seu significado no contexto politico-cultural dos anos 70. Ana- lisa-se a leitura que o ensaio empreende das Memérias de um Sargento de Milicias e 0 modo como, através de sua carac terizacdo, caracteriza também sua idéia de malandragem, de finindo-a pela "dialética da ordem e da desordem". Estas duas caracterizagées passam por uma terceira: a da socieda- de brasileira, igualmente descrita em fung&o da "dialética da malandragem", que formaria o movimento profundo de uma pratica social generalizada (relativamente livre de repres sdes morais e racionalizagées ideolégicas) e constituiria um jeito brasileiro de ser. Tenta-se indicar como e porque esta imagem de um Brasil aberto e flexivel responderia a circunstancia de um pais onde o regime militar havia fecha do os canais de participag&o politica 4 classe trabalhadora € a setores da pequena burguesia. Neste sentido, procura-se confrontar o ensaio com outros textos do periodo que também tematizaram a malandragem, buscando-se analisar a trajetd - ria e os novos sentidos de que se revestiu este tema, liga dos aos desejos e esperanga de transformag&o politica e so cial num momento minado pelo autoritarismo. Autor: Roberto Akira Goto Orientador: Prof. Dr. Jesus Antonio Durigan AGRADECIMENTOS A realizag&o deste trabalho nao teria sido pos sivel sem o apoio, a orientagdo e o acompanhamento constan tes do Prof. Dr. Jesus Antonio Durigan, Tgualmente essencial, para a pesquisa que re Gundou neste texto, foi a bolsa 81/1166, fornecida pela Fundacgo de Amparo & Pesquisa do Estado de S@0 Paulo (FAPESP) nos anos de 1981 e 1982, A ambos o autor manifesta sua gratidao.

Você também pode gostar