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A Eternidade NÃO será no CÉU, Igreja!

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Um dos maiores erros teológicos já propagados, que já ficou tão famoso e


conhecido que até parece que é bíblico, é a crença de que o crente passará a
eternidade no Céu, o famoso “morrer e ir para a glória”. Contudo, em lugar
nenhum as Escrituras dizem ou deixam entender que o salvo irá passar a
eternidade no Céu. O que elas ensinam é que Deus fará uma nova terra, que
não servirá de enfeite, mas para ser habitada:

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a pri-


meira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21:1)

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais
lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Isaías 65:17)

“Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão
diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa
posteridade e o vosso nome” (Isaías 66:22)

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova


terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13)

Se a primeira terra Deus “não a criou sozinha, mas a formou para que fosse
habitada” (Is.45:18), quanto mais a nova terra, que é a terra transformada
para que seja a habitação dos santos! Se o homem vive hoje na terra e Deus
fará uma nova, só pode ser porque viveremos na nova terra no futuro. Isso
porque a cidade celestial de que tanto falamos de fato está no Céu hoje,
“preparada” para o dia em que será habitada pelos santos (Hebreus 11:16),
mas descerá do Céu para ser habitada pelos remidos aqui na nova terra:

“Eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu, da


parte de Deus, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”
(Apocalipse 21:2)
Portanto, não somos nós que subimos e vamos habitar na cidade celestial, é
a cidade celestial que desce para a nova terra! E o verso 3 complementa
essa ideia, dizendo:

“Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: ‘Agora o tabernáculo de
Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus
povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus’” (Apocalipse
21:3)

Como vemos, não são os homens que estarão com Deus no Céu, é Deus
quem estará com os homens na terra! O tabernáculo de Deus, que hoje se
encontra no Céu, futuramente estará “com os homens”, isto é, aqui na
terra. Foi por isso que Jesus disse que os pobres herdarão a terra, e não o
Céu:

“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por


herança” (Mateus 5:5)

Jesus não disse que a herança futura dos justos será habitar no Céu, mas a
terra! É evidente que todas essas passagens não se aplicam apenas ao milê-
nio, mas a todo o período eterno. Apocalipse 21:1-3 é pós-milenar, e fala de
coisas que acontecerão após o milênio. Mateus 5:5 não é uma referência
apenas a um período de mil anos, mas ao período eterno, pois Jesus retirou
tal citação do Salmo 37:29, que diz:

“Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre” (Salmos


37:29)

Não diz que os justos herdarão a terra por mil anos e depois irão para o
Céu, ou que irão para o Céu imediatamente após a morte, mas que herdarão
a terra para sempre. Por incrível que pareça, alguns imortalistas tem a
ultrapassada ideia de que nós estamos hoje na terra, vamos para o Céu após
a morte, voltamos para a terra no milênio e depois voltamos de novo para a
eternidade no Céu! Essa confusão imortalista não tem base bíblica alguma,
pois as Escrituras são claras em relatar que a herança do justo é a terra,
que será transformada na criação da “nova terra” prometida por Deus.

A esperança dos judeus da época de Cristo sempre esteve baseada na crença


do Reino de Deus vindo, ou seja, de Deus um dia estabelecer Seu Reino de
forma visível aqui na terra, onde passaremos a eternidade. Isso fica claro
quando vemos a esperança que José de Arimateia tinha a este respeito:
“José de Arimatéia, membro de destaque do Sinédrio, que também espe-
rava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o
corpo de Jesus” (Marcos 15:43)

Os judeus estavam esperando o Reino de Deus vir a eles, e não que eles
mesmos fossem ao Reino de Deus na morte. É por isso que o próprio Senhor
Jesus disse:

“Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que
venha o Reino de Deus” (Lucas 22:18)

Na oração modelo do Pai Nosso, ele nos ensinou a orar: “venha o teu Reino,
seja feita a tua vontade…” (Mateus 6:10). Quando oramos pedindo que
“venha o teu Reino”, não estamos pedindo a vinda apenas de uma pessoa
(segunda vinda de Cristo), mas de um Reino. Esse Reino que virá nada mais
é senão aquele mesmo Reino que João viu descer dos céus e se estabelecer
na nova terra no Apocalipse (Apocalipse 21:2), que é chamado de “a nova
Jerusalém”. Jesus não orou para que ele voltasse, nem disse “venha o teu
Filho”, mas que viesse o próprio Reino, em sua forma física e visível, como
viu João e como esperavam os judeus.

Isso explica o porquê que vemos tantas vezes no Novo Testamento a men-
ção de que “o Reino de Deus está próximo” (cf. Lucas 10:9; 10:11; 21:31;
Marcos 10:15), que quer dizer que esse Reino de Deus está chegando, que já
está perto a hora em que o Reino chegará e será estabelecido aqui na terra.
O Reino de Deus já havia chegado em sua forma espiritual (cf. Lucas 11:20),
pois ainda não era o tempo de vir em sua forma visível (cf. Lucas 17:20),
uma vez que em sua forma visível ele ainda não havia chegado, mas estava
“próximo” (cf. Lucas 10:9; 10:11; 21:31; Marcos 10:15), sendo estabelecido
somente após o milênio (cf. Apocalipse 21:1-3).

Foi por isso que, ao chegar em Jerusalém, Jesus teve que “contar-lhes uma
parábola, porque o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de
imediato” (cf. Lucas 19:11). Aquelas pessoas acreditavam que já estava na
hora do Reino de Deus se manifestar em sua forma visível, da Jerusalém
celestial descer do Céu e do período eterno ter início, e por isso Jesus teve
que contar uma parábola em que dizia que somente iria voltar “depois de
muito tempo” (cf. Mateus 25:19). A crença não era de morrer e ir para o
Céu no momento da morte, mas se baseava na expectativa do estabeleci-
mento visível do Reino de Deus aqui na terra, por toda a eternidade.
Quando Deus criou o homem originalmente, ele não o criou no Céu, mas na
terra. Portanto, seria mais condizente que, na restauração de todas as coi-
sas (cf. Mateus 19:28), o padrão original de Deus para com a Sua criação
fosse restabelecido com o homem em um Paraíso terreno. Adão e Eva foram
criados na terra em um lugar específico, chamado “Jardim do Éden” (cf.
Gênesis 2:15), mas foram expulsos de lá com a entrada do pecado no
mundo, de modo que hoje esse Paraíso se encontra com Deus no Céu (cf.
Gênesis 3:23,24; Ap.22:2,17).

Então, o que acontecerá quando houver a restauração de todas as coisas,


quando o pecado for finalmente expulso do mundo? Esse Paraíso irá descer
do Céu e voltar para a posse dos seres humanos regenerados (cf. Apocalipse
21:2), assim como eram Adão e Eva antes do pecado. Seria incoerente que
Deus tenha criado o homem originalmente na terra para que na restauração
do modelo original fosse mudado para o Céu. Nenhum escritor bíblico
jamais expressou desejo de ir para o Céu, o que eles almejavam era uma
vida eterna. O Reino dos céus é o Paraíso celestial que hoje se encontra no
Céu, mas que descerá para a terra após o milênio (cf. Apocalipse 21:1-3).

Ao partirmos desta vida, nos encontraremos com Cristo no juízo após ser-
mos ressurretos, e logo então ocorrerá o reencontro com os santos vivos
arrebatados, junto a Jesus nos ares. Cristo vem com os seus santos (cf.
1Tessalonicenses 4:14) porque estes santos foram ressuscitados primeiro
(cf. 1Tessalonicenses 4:16). Então, após o encontro entre os santos vivos
arrebatados e os mortos ressurretos, o Senhor descerá à terra para estabe-
lecer seu Reino milenar, quando a terra desfrutará de mil anos de paz.

Em seguida, haverá a ressurreição dos ímpios (cf. Apocalipse 20:5), que se


reunirão e marcharão contra o Cordeiro e os santos na cidade de Jerusalém
(cf. Apocalipse 20:8), e serão devorados pelo fogo consumidor que cairá do
Céu (cf. Apocalipse 20:9). Neste momento, todo o Universo é transformado
pelo poder regenerador de Deus, novos céus e nova terra são feitos, e a
cidade celestial, o Paraíso que estava no Céu, descerá para a nova terra,
onde habitaremos para sempre com o Senhor. Toda essa visão também é
compartilhada até mesmo por muitos pastores, que nem sempre tem cora-
gem suficiente para admitir isso, pois seria negar um mito histórico que é a
crença de morrer e ir para o Céu, que não possui qualquer respaldo bíblico.

Estar com Cristo é diferente de ir para o Céu, pois estaremos com Cristo
ressurretos no juízo, e não incorpóreos em um estado intermediário. Reino
de Deus ou Reino dos céus também não é a mesma coisa do Céu em si.
Quando a Bíblia fala do Reino de Deus, ela pode estar se referindo simples-
mente ao Evangelho (cf. Marcos 4:11; 4:26; Lc.4:43; 8:1; 8:10; 9:11; 9:60),
ou também ao Reino dos céus, que se refere ao Reino que hoje está no Céu,
mas que descerá para a nova terra prometida após o milênio, quando a
cidade celestial descer do Céu e o próprio tabernáculo de Deus estiver com
os homens (cf. Apocalipse 21:3).

Sendo assim, quando Cristo disse em Mateus 5:3 que “bem-aventurados são
os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (Mateus 5:3), ele não
estava entrando em contradição com aquilo que ele mesmo disse apenas
dois versos depois, de que “bem-aventurados são os humildes, pois eles
receberão a terra por herança” (cf. Mateus 5:5), nem tampouco estava
dizendo que os humildes teriam um destino eterno diferente do destino dos
pobres de espírito, porque o Reino dos céus de que ele falava descerá à
terra para habitarmos nela para sempre. Sendo assim, habitaremos na Jeru-
salém celestial (Reino dos céus, pois é onde está ainda) estabelecida sobre a
nova terra. É por isso que a nossa maior esperança, como diz Pedro, não é
de morrer e ir para o Céu como a igreja atual em sua maioria ensina, mas
de que, “de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra,
onde habita a justiça” (2Pedro 3:13).

E é por isso também que o apóstolo Paulo disse:

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salva-
dor, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20)

Note que Paulo não disse que nós vamos para o Céu, mas que a nossa pátria
está nos céus. Essa cidade, que Paulo diz que está hoje no Céu, descerá por
ocasião do fim do milênio, como diz João (cf. Apocalipse 21:2), se estabele-
cendo na nova terra. Paulo completa o pensamento dizendo que de lá (do
Céu) nós também esperamos o Salvador Jesus Cristo. Esse “também” colo-
cado aqui pelo apóstolo liga esses dois acontecimentos, a descida de Jesus à
terra e a descida da cidade celestial à terra. Não é apenas Jesus que irá vir à
terra, mas também Jesus. Diante do contexto, esse “também” está relacio-
nado à “nossa cidade que está nos céus”, a nova Jerusalém celestial. Por-
tanto, a crença de Paulo não era em morrer e ir morar no Céu para sempre,
mas era a expectativa da volta de Cristo e da descida de cidade santa na
nova terra prometida.
Infelizmente, a partir do momento em que a mentira da imortalidade da
alma começou a ganhar força nas igrejas cristãs, essa realidade foi comple-
tamente distorcida e deturpada. As pessoas de hoje em dia oram dizendo
“venha o teu Reino” sem saber o que isso significa. Têm em mente aquela
versão popular da vida após a morte, onde a expectativa do cristão é base-
ada na ilusão de se estar no Céu em um estado incorpóreo entre a morte e a
ressurreição, e não na visão realista bíblica da vida corpórea e terrena após
a ressurreição. Toda uma teologia escatológica bíblica sólida foi destruída
para dar lugar a um conto de fadas, onde espíritos flutuam nas nuvens do
Céu tocando flautas e conversando com os anjos, ao invés do realismo
bíblico onde a vida futura se dá através da ressurreição de um corpo físico,
para habitar em uma nova terra física, embora transformada do pecado e
dos pecadores.

Quem tem ouvidos para ouvir, OUÇA!

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Fonte:
BANZOLI, Lucas. “A Lenda da Imortalidade da Alma”.

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