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BRASÍLIA
2009
C331m Carvalho Neto, Ruy Alcides
Modelo de Análise de Redes Sociais Aplicado à Cadeia Logística
do Agronegócio de Base Econômica Familiar. / Ruy Alcides de
Carvalho Neto, 2009.
186 f., il; 30cm.
CDU 631.153
_____________________________________________
Prof. Dr. Gentil José de Lucena Filho (Orientador)
Universidade Católica de Brasília - UCB
_____________________________________________
Profª. Drª. Adelaide dos Santos Figueiredo (Co-orientadora)
Universidade Católica de Brasília – UCB
_____________________________________________
Profª. Drª. Janaína Deane de Abreu Sá Diniz
Universidade de Brasília - UnB
_____________________________________________
Prof. Dr. Wilson Schmidt (Examinador externo)
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Dedico este trabalho:
Agradeço:
Ao Prof. Dr. Gentil Lucena, meu orientador, e à minha co-orientadora, Profª Drª. Adelaide
Figueiredo, por me confiarem esse tema tão desafiador e me apoiarem incondicionalmente
na construção dessa Dissertação.
Aos examinadores externos, Profª. Drª. Janaína Diniz (UnB) e Prof. Dr. Wilson Schmidt
(UFSC), que muito contribuíram com suas reflexões e sugestões para esta Dissertação.
Ao Mestre, Agrônomo e Extensionista Rural da Emater-DF, Sr. Mario Felipe de Melo (in
memorian), entusiasta desta Dissertação e grande fomentador das cooperativas no Distrito
Federal.
À Paula Simas, pela tradução do resumo para o inglês, e à Sheila Oliveira pelas preciosas
conversas e revisão do texto.
À minha querida esposa, Maria Beatriz Maury, pelos incentivos, reflexões, conversas,
orientações, paciência e, acima de tudo, pela confiança que tem demonstrado sempre,
inclusive, neste momento especial.
Aos meus filhos, André, Clara, Mariana e Rodrigo, pela paciência, carinho e compreensão
que demonstram durante todo o decorrer desse trabalho.
A Emmanoel e Marisa Silva, meus pais, que me deram a ‘passagem’ para a existência e
por serem para mim um exemplo de viver ético, de coragem, de fé e de determinação.
Agradeço também a meus irmãos Ilka, Ana Beatriz e Washington.
A toda a família Maury, especialmente aos “atores críticos” da rede: Léo Victor e Cilúlia e
suas histórias de vida.
Aos meus colegas de trabalho que colaboraram direta ou indiretamente com esse produto,
participando de validações de pesquisas, especialmente à Dilean Campos e ao Carlos
Enrique Vallejo Brunelli por seus incentivos e provocações.
Sobretudo, agradeço a Deus por me permitir viver este momento de tanto aprendizado.
“Se muito vale o já feito. Mais vale o que
será.”
Morya
RESUMO
Referência: Carvalho Neto, Ruy Alcides. Modelo de Análise de Redes Sociais Aplicado à
Cadeia Logística do Agronegócio de Base Econômica Familiar. 2009. 186 f. Dissertação
(Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação) – Universidade Católica
de Brasília, Brasília, 2009.
Tabela 1. Resultado de Pesquisa nas Bases de Dados Scielo, Oxford Journals e Scirus. 22
Tabela 2. Mecanismos de Coordenação Sistêmica...........................................................55
Tabela 3. Indicadores Quantitativos. ................................................................................74
Tabela 4. Mercado Orgânico - Indicadores Estruturais das Redes e Suas Dimensões...103
Tabela 5. Mercado Orgânico - Densidade das Matrizes Multigraph da Global. ............103
Tabela 6. Mercado Orgânico – Correlação das Redes da Auto-Organização ................104
Tabela 7. Mercado Orgânico – Correlação das Redes de Confiança ............................104
Tabela 8. Mercado Orgânico – Principais Correlações entre as Redes..........................105
Tabela 9. Mercado Orgânico – Freqüência das Distâncias Geodésicas .........................106
Tabela 10. Mercado Orgânico - Grau de Centralização nas Dimensões..........................106
Tabela 11. Mercado Orgânico – Reciprocidade e Transitividade ....................................108
Tabela 12. Mercado Orgânico -. Número de Cliques.......................................................110
Tabela 13. Mercado Orgânico – Número de Ncliques .....................................................110
Tabela 14. Mercado Orgânico – Atores Críticos das Dimensões.....................................113
Tabela 15. Mercado Orgânico– Numero de Bicomponents .............................................113
Tabela 16. Copas - Indicadores Estruturais das Redes do Mercado Orgânico.................117
Tabela 17. Copas - Densidade das Matrizes Multigraph da Global . ...............................118
Tabela 18. Copas – Identificação do Tipo de Participação dos Atores. ...........................118
Tabela 19. Copas - Densidade das Matrizes Multigraph da Dimensão Global...............118
Tabela 20. Copas – Freqüência das Distâncias da Dimensão Global...............................119
Tabela 21. Copas - Grau de Centralização nas Dimensões. .............................................120
Tabela 22. Copas – Reciprocidade Global e Transitividade da Entidade ........................122
Tabela 23. Copas - Reciprocidade Global e Transitividade da Diretoria.........................123
Tabela 24. Copas - Número de Cliques............................................................................124
Tabela 25. Copas – Número de Ncliques. ........................................................................125
Tabela 26. Copas – Atores Críticos das Dimensões.........................................................128
Tabela 27. Agreco – Participantes do Escritório Administrativo e Agroindústrias. ........130
Tabela 28. Agreco - Indicadores Estruturais das Redes e Suas Dimensões.....................133
Tabela 29. Agreco – Freqüência das Distâncias dos Relacionamentos nas Dimensões. .133
Tabela 30. Agreco - Grau de Centralização .....................................................................135
Tabela 31. Agreco- Centralização do Escritório e da Agroindústria................................135
Tabela 32. Agreco – Reciprocidade e Transitividade na Dimensão Global das
Agroindústrias ................................................................................................137
Tabela 33. Agreco - Número de Cliques ..........................................................................139
Tabela 34. Agreco – Número de Ncliques .......................................................................140
Tabela 35. Agreco – Atores Críticos das Dimensões e da Cadeia Logística. .................141
Tabela 36. Agreco – Numero de Bicomponents ..............................................................141
LISTA DE GRÁFICOS
Introdução ...............................................................................................................................17
Revisão da Literatura ............................................................................................................................ 22
Problematização e Justificativa ............................................................................................................. 30
Objetivos do Estudo .............................................................................................................................. 31
Estrutura da Dissertação........................................................................................................................ 32
1. Agronegócio de Base Econômica Familiar...................................................................34
1.1. Necessidade do Associativismo .................................................................................................. 34
1.2. Agricultura Familiar ou de Base Econômica Familiar. ............................................................... 36
1.3. Cadeia Logística do Agronegócio de Base EconômicA Familiar ............................................... 37
1.4. Integração de Cadeia Logística ................................................................................................... 38
1.5. Avaliação Integrada da Cadeia Logística do Agronegócio de Base Econômica Familiar .......... 41
2. Organizações no Agronegócio de Base Econômica Familiar .....................................45
2.1. Pensamento Sistêmico e Teoria da Complexidade...................................................................... 47
2.2. Pensamento Sistêmico e Teoria da Complexidade Aplicados às Organizações.......................... 49
2.3. Gerenciamento da Autonomia de Sistemas Complexos.............................................................. 54
2.4. Pontos de Alavancagem para a Gestão de Sistemas Complexos................................................. 57
2.5. Mudança nos Valores e no Olhar dos Gestores........................................................................... 61
3. Análise de Redes Sociais ................................................................................................65
3.1. Redes Sociais............................................................................................................................... 65
3.2. A Técnica de Análise de Redes Sociais ...................................................................................... 67
4. Metodologia da Pesquisa................................................................................................77
4.1. Classificação da Pesquisa............................................................................................................ 77
4.2. Suposições ................................................................................................................................... 77
4.3. Procedimentos ............................................................................................................................. 78
5. Resultados e Discussão .................................................................................................102
5.1. Mercado Orgânico..................................................................................................................... 102
5.2. Copas ......................................................................................................................................... 116
5.3. Agreco ....................................................................................................................................... 130
5.4. Mercado Orgânico, Copas, Agreco e Outras Considerações..................................................... 145
6. Considerações finais .....................................................................................................146
Referências Bibliográficas ...................................................................................................149
Apêndice 1 – Questionário de Mapeamento das Redes Sociais........................................153
Apêndice 2 – Matrizes Resultantes dos Questionários – Matrizes da Copas..................157
Apêndice 3 – Rotinas para Processamento de Dados no Ucinet 6. ..................................163
Apêndice 4 – Resultado do Processamento da Ucinet 6 - Copas / Global. ......................175
.
17
INTRODUÇÃO
A agricultura é uma atividade econômica que vem acompanhando o ser humano desde
a pré-história. Por volta do ano de 12.000 AC, surgiram as primeiras formas de domesticação
de espécimes vegetais e animais, permitindo a fixação dos aglomerados humanos e uma maior
organização social em determinadas regiões geográficas, uma vez que a agricultura possui
maior capacidade de produzir alimentos que a caça e a coleta.
Este é um importante acontecimento na história humana, tornando-se o marco
divisório entre o Paleolítico, período da pedra lascada, e o Neolítico, período da pedra polida.
Há poucas informações sobre a agropecuária exercida nesse período, mas admite-se seu
desenvolvimento em várzeas e vales do Egito, da Mesopotâmia, da China e da Índia.
Desde essa época, dependendo do conhecimento tecnológico e da estrutura econômica
e social da sociedade, a agricultura vem se desenvolvendo em maior ou menor grau, em
diferentes partes do mundo. Entretanto, de uma forma geral, até a revolução industrial ela se
distinguia por se destinar apenas à subsistência e pela utilização intensiva de força humana e
animal.
Entre os séculos XVIII e XIX, na Europa, ocorreu a denominada primeira fase da
Revolução Industrial. Com o crescimento da demanda por alimentos, causada pelo
crescimento da população e a queda da fertilidade dos solos, passou-se a utilizar na
agricultura tecnologias empregadas na indústria, tal como a energia a vapor para tratores,
colheitadeiras e semeadeiras. Além disso, foram inventados novos implementos agrícolas,
intensificou-se a adoção de sistemas de rotação de culturas e as atividades agrícolas e
pecuárias se integraram. Com esse desenvolvimento, a agricultura ganhou em escala e deixou
de ser voltada apenas para subsistência, passando a ter também um caráter comercial.
A partir do final do século XIX e início do século XX, foram feitas novas descobertas
científicas e tecnológicas, tais como: fertilizantes químicos, melhoramento genético,
máquinas e motores a combustão. Essas descobertas possibilitaram um grande salto de
produtividade, dando início a uma nova fase nos sistemas agropecuários, na qual a forma de
conceber e gerenciar a atividade rural passa a ser chamada de Agricultura Industrial,
Convencional ou Química.
18
Nesse período, nas duas últimas décadas do século XIX, é constituído o mercado de
trabalho brasileiro com características capitalistas, formado por trabalhadores livres sem a
posse dos meios de produção, ou seja, os escravos recém-libertos, os trabalhadores livres
nacionais da economia de subsistência e os imigrantes europeus (OLIVEIRA, 2009).
De 1920 até hoje, no Brasil, a agricultura vem se modernizando tecnologicamente,
aumentando e diversificando sua produtividade, transformando suas atividades em
agronegócio. Essa situação vem posicionando o País entre os grandes produtores mundiais.
Desse setor participam um amplo espectro de atores de diferentes portes, desde os grandes até
os pequenos produtores rurais, mais voltados ao mercado interno (MIGUEL, 2006).
Quando esses produtores, conhecidos também como agricultores familiares, possuem
os meios de produção, administram a propriedade e o trabalho é feito majoritariamente por
sua família, a atividade é classificada como Agronegócio de Base Econômica Familiar
(ABEF), possuindo, atualmente, inequívoca relevância para a economia nacional.
Em 2004, o Agronegócio de Base Econômica Familiar representava 10,1% do Produto
Interno Bruto (PIB) nacional e 30% da produção global da agropecuária brasileira, chegando
à participação de 60% na produção de produtos básicos da dieta nacional, tais como: feijão,
arroz, milho, hortaliças, mandioca e pequenos animais – principalmente aves e suínos
(PORTUGAL, 2004).
O segmento representa grande parte dos produtores rurais do Brasil. São cerca de 4,5
milhões de estabelecimentos, detendo 20% da área das propriedades rurais. Geram emprego e
renda, principalmente nas pequenas cidades, onde tem uma participação crucial na economia
e também um papel estratégico, por fixar a população nessas localidades, evitando a migração
para as grandes cidades (PORTUGAL, 2004).
Apesar dessa representatividade, o segmento vem enfrentando problemas. Grande
parte dos empreendimentos é considerada ineficiente em alguns aspectos, em função de um
baixo nível de escolaridade, ausência de crédito, pouco acesso à informação, qualificação
precária da mão–de-obra e alto grau de informalidade. Essa situação dificulta o acesso do
ABEF aos seus mercados, pois os grandes produtores, atentos às oportunidades, usam sua
capacidade de produção em escala para conquistarem posições tradicionais dos pequenos
produtores (WILKINSON, 2003a).
Inicialmente, os problemas da produção em escala do ABEF puderam ser solucionados
agregando-se os produtores em cooperativas. Atualmente, em função dos custos, preços e
20
associativismo aberto às mudanças adaptativas necessárias para atingir objetivos comuns. Não
é fácil, porque o sucesso desse processo depende não apenas de compreender as entidades
como sistemas vivos, mas também de administrá-las, levando-se em consideração a
complexidade em que estão inseridas.
Quem são as pessoas-chaves desse processo? Com quem elas se relacionam dentro da
organização? Como é a qualidade dessas relações? Para um melhor entendimento da
coordenação de ações dentro de organizações, os gestores devem buscar respostas a essas
perguntas. Apesar de parecerem evidentes, essas perguntas auxiliam a dissipar percepções
errôneas, fornecendo informações mais consistentes para tomada de decisões.
Algumas metodologias têm sido utilizadas para responder a essas questões, entre elas
a Análise de Redes Sociais (ARS) que disponibiliza indicadores quantitativos para verificar as
relações em um grupo, em um departamento, em uma empresa ou entre nações. Seu objetivo é
fornecer um diagnóstico dos relacionamentos estabelecidos sob diversas perspectivas das
redes sociais, como: fluxo de informação, confiança entre os componentes e cooperação nas
organizações. A ARS disponibiliza também informações que possibilitam a gestão da
integração do grupo, por meio da identificação de atores críticos, resistências e fragilidades,
entre outros aspectos.
Nesse contexto, a Análise de Redes Sociais aplicada a associações do Agronegócio de
Base Econômica Familiar pode contribuir de maneira significativa para o diagnóstico das
relações inerentes a essas entidades. A partir da informação sobre os relacionamentos
estabelecidos entre os componentes desta rede, é possível elaborar um planejamento que
considere a realidade desses atores contribuindo para uma gestão mais integrada, participativa
e eficiente dos processos inerentes a sua cadeia logística.
A presente Dissertação, desenvolvida no âmbito do Mestrado em Gestão do
Conhecimento e Tecnologia da Informação na Universidade Católica de Brasília, tem então,
como objetivo, propor um modelo de Análise de Redes Sociais aplicada às Associações do
Agronegócio de Base Econômica Familiar.
Para isso, desenvolveu-se uma pesquisa aplicada junto a três organizações do setor: a
Associação dos Agricultores Ecológicos da Encostas da Serra Geral (Agreco), de Santa
Catarina; a Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos (Mercado
Orgânico de Brasília) e Cooperativa Agropecuária de São Sebastião (Copas), ambas do
Distrito Federal.
22
Na seção a seguir, estão descritos de forma sucinta os modelos teóricos adotados nesta
Dissertação, os quais serão apresentados em maior profundidade no decorrer dos capítulos.
REVISÃO DA LITERATURA
Tabela 1. Resultado de pesquisa nas bases de dados Scielo, Oxford Journals e Scirus.
Palavras Chave Scielo Oxford Journals Scirus
(em Português) (em inglês) (em inglês)
Analise de Redes Sociais 4 169 3.118
(Social Network Analysis )
Logística (Logistics) 88 22.277 43.233
Agricultura Familiar (Family farming) 42 73 618
Base Econômica Familiar 0 0 0
(Base Econômica Familiar or
Agrobusiness Family)
Agricultura Familiar + Logística 0 5 20
Análise de Redes Sociais + Logística 0 19 79
Análise de Redes Sociais + Agricultura 0 0 1
Familiar
Análise de Redes Sociais + Agricultura 0 0
Familiar + Logística 0
Fonte: elaborado pelo autor.
1
http://www.scielo.org/php/index.php
2
http://www.oxfordjournals.org/
3
http://www.scirus.com/
Acesso 26.02.2009
23
Bibliografia Consultada
4
http://www.google.com.br/ em 26.02.2009.
24
empresas dessa rede e não buscam atingir redução de custos e maximização de lucros à custa
de seus parceiros de rede de abastecimento. Ao invés disso, buscam tornar a rede mais
competitiva como um todo. Dessa forma, o emprego de uma gestão eficiente e colaborativa
pode ajudar seus agentes a melhorar a competitividade da rede de abastecimento.
Figueiredo et al. (2004) analisam os fatores críticos que influenciam o desempenho da
cadeia de suprimento de produtos hortifrutículas do Distrito Federal, com vistas a integrar o
produtor rural de economia familiar ao mercado e garantir maior eqüidade na apropriação do
lucro gerado ao longo da cadeia produtiva. Os autores afirmam que, além de toda a eficiência
de uma cadeia logística necessária, a confiança entre os agentes dessa cadeia é um fator
estratégico para a sua integração.
Figueiredo et al. (2007) analisam o tema da Cadeia Logística aplicada ao Agronegócio
de Base Econômica Familiar por diversas abordagens, como os conceitos, os principais
indicadores de custos e qualidade, os problemas atuais das cadeias de abastecimento de
hortaliças no Brasil. O livro fornece uma visão ontológica das cadeias logísticas e sugere os
estudos sobre aprendizagem, empreendedorismo e auto-organização – relacionamentos, troca
de informação e propósito, e por fim apresenta dois estudos de casos.
Nesse livro, Figueiredo et al. (2007) apresentaram o Agrolog, um modelo para
avaliação da logística integrada na cadeia de abastecimento de frutas e hortaliças. Esse
modelo propõe parâmetros para avaliação do planejamento da produção como: qualidade,
eficiência dos processos, etc. Além disso, recomenda a consideração de outros fatores como
aprendizagem, empreendedorismo e formação de redes sociais, quando se realizar uma
avaliação sistêmica da evolução da cadeia.
Segundo Chopra; Meindl (2003, apud Figueiredo et al., 2007), um bom
relacionamento entre agentes dentro da cadeia impacta diretamente nos custos das transações
que ocorrem em diferentes etapas da produção. O bom relacionamento é fruto da construção
dos elos de confiança entre os atores. Essa confiança, além de gerar menor custo, aumenta a
satisfação do grupo e, com isso, diminui a rotatividade de seus membros.
Portanto, para gestão de cadeias logísticas é importante avaliar as relações formais e
informais e com isso poder considerá-las nas tomadas de decisão. Por isso, existe a
necessidade de um instrumento que possa periodicamente ser usado em avaliações objetivas
das relações por onde fluem a comunicação e as informações, a confiança, as resistências, e
27
5
Grupo de discussão em http://tech.groups.yahoo.com/group/ucinet/
28
Este estudo se apóia também nesse contexto para propor um modelo para a avaliação
da rede social ligada às Cadeias Logísticas do Agronegócio de Base Econômica Familiar.
Portanto, utiliza-se como metodologia a Análise de Redes Sociais, cuja técnica
interdisciplinar permite a leitura dinâmica das interações sociais, propiciando uma alternativa
à interpretação “estática” do papel social do indivíduo ou grupo dentro de um contexto.
A maior contribuição da Análise de Redes Sociais é transformar em números
percepções muitas vezes pouco fundamentadas dos relacionamentos das redes sociais que
materializam as organizações, os grupos etc.
Este trabalho seleciona indicadores quantitativos que podem ser utilizados para
diagnosticar e acompanhar a evolução das redes sociais nas entidades selecionadas. Essa
metodologia pode se transformar em um importante instrumento de gestão, à medida que os
resultados são empregados como apoio na tomada e acompanhamento do resultado das
decisões para a criação de elos de confiança para a integração das cadeias logísticas.
Seguem alguns autores que corroboram a idéia da importância das Redes Sociais, não
apenas para a integração das cadeias logísticas, mas também como um novo componente,
antes relegado, que deve ser considerado a todo o momento na gestão das organizações.
Como ressalta Capra, a seguir:
Krackhardt; Hanson (1993) revelam que as pessoas, além de discutirem sobre questões
técnicas no escritório, também conversam sobre política durante o almoço, o que significa que
grande parte do trabalho real, em qualquer organização, é feito por meio de redes informais,
que atravessam funções e departamentos. Segundo os autores, os gestores podem aproveitar
esse conhecimento e agir de forma a utilizar as dinâmicas das redes para atingir suas metas,
estabelecer confiança, compartilhar conhecimento.
Cross; Borgatti e Parker (apud Guimarães; Melo, 2005) assinalam o fato de que cada
vez mais vem se percebendo a importância das redes sociais para a área de gestão do
conhecimento. O estudo realizado por eles é o resultado de um projeto de pesquisa que
investiga aspectos sociais do compartilhamento e desenvolvimento de conhecimento.
29
Cross; Parker (2004) também destacam a importância e o poder das redes sociais na
gestão das organizações, e apontam como seu estudo pode auxiliar os gestores a descobrirem
como pessoas se comunicam e colaboram, informalmente, para obter resultados, melhorando
o desempenho das organizações. Os autores apresentam um modelo de Análise de Redes
Sociais, com base no estudo 60 Redes Informais, que foi adotado por esta Dissertação.
Castells (1999) busca esclarecer a dinâmica econômica e social da nova era da
informação. Baseado em pesquisas feitas nos Estados Unidos, Ásia, América Latina e Europa,
o autor procura formular uma teoria que dê conta dos efeitos fundamentais da tecnologia da
informação no mundo contemporâneo.
Por outro lado, para gerir organizações a partir da perspectivas das redes sociais,
Agostinho (2003) propõe uma abordagem gerencial construída com base na Teoria da
Complexidade. A autora apresenta de maneira objetiva as características da Teoria, como
auto-organização e autonomia, e propõe um modelo de gestão de redes apropriada para
organizações que apresentam características de sistemas complexos adaptativos. A partir de
um caso real brasileiro, a autora demonstra como os conhecimentos da complexidade podem,
de fato, contribuir para o desempenho organizacional.
Wheatley (2006) também aborda esse problema de gestão ao apresentar as
organizações como sistemas vivos que podem funcionar de maneira criativa e auto-
organizada. Para que isso ocorra, é necessária a integração de três aspectos da auto-
organização: Identidade, Informação e principalmente Relacionamento, que a autora
considera como os caminhos que levam inteligência ao sistema.
A seguir, um resumo de alguns trabalhos estudados, com o intuito de melhor dar a
conhecer a aplicação da metodologia e a análise dos resultados.
Silva (2003) analisa três redes informais existentes em um grupo de operadores e
técnicos da empresa Air Products do Brasil Ltda, em Camaçari – BA. São elas redes de
companheirismo, confiança e informação. Ele segue o modelo proposto por Waserman; Faust
(2008) e divide a análise em três etapas: estrutural, dos relacionamentos e dos atores críticos.
Com base no mapeamento foram feitas intervenções com o objetivo de expandi-las e também
de aproximar a estrutura formal da empresa aos resultados do mapeamento.
O autor Silva (2003) conclui que os resultados após as intervenções ressaltam a
importância do diagnóstico obtido por meio do mapeamento de redes para compreensão das
dinâmicas dos grupos e para a tomada de decisões gerenciais.
30
PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS DO ESTUDO
Geral
Propor um modelo de Mapeamento e Análise de Redes Sociais na Cadeia Logística do
Agronegócio de Base Econômica Familiar.
32
Específicos
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
estabelecimento de valores, muitas vezes opostos aos encontrados nas associações, que
buscam cooperação e compartilhamento, por exemplo, e não mera competitividade ou
lucratividade, isso para citar apenas alguns exemplos de ações paradoxais. Não deve haver
concorrência interna na Cadeia, pois qualquer maximização de lucro entre os integrantes
acaba por impactar a rentabilidade total da Cadeia.
Por isso a importância da organização do ABEF em entidades associativas, como
propósito de compartilhar visões e discutir em ambiente de confiança todos os detalhes da
cadeia produtiva, visando a ganhar a sinergia, que se materializa no preço e na qualidade dos
produtos originados em sua Cadeia Logística. A gestão dessas entidades passou a ser chave
para o futuro do segmento.
Este item tem como objetivo mostrar o conceito de Cadeia Logística como uma
conjugação dos conceitos de Cadeia Produtiva e Logística, os quais são apresentados a
seguir. Posteriormente, discute-se a sua integração.
Para Castro et al. (apud Figueiredo et al, 2007) Cadeia Produtiva é o conjunto de
componentes interativos, incluindo os sistemas produtivos, fornecedores de insumos e
serviços, indústrias de processamento e transformação, agentes de distribuição e
comercialização, além de consumidores finais. Para Cesar da Silva (2009), Cadeia Produtiva,
ou supply chain, pode ser definida como um conjunto de elementos (“empresas” ou
“sistemas”) que interagem em um processo produtivo para oferta de produtos ou serviços ao
mercado consumidor.
38
6
Conselho de Gestão Logística situado em http://www.clm1.org.
39
para entregar ao consumidor um produto de maior valor pelo menor custo. Nessa definição,
uma cadeia logística é uma série (operacional gerencial e de gestão) de atividades conectadas
por produtos e fluxos de informações, associados a fluxos de dinheiro e direitos de
propriedade que cruzam os limites das organizações. A logística inclui, além do fabricante e
seus provedores, (dependendo dos fluxos de logística) transportadores, armazéns, varejistas,
organizações de serviço e os próprios consumidores.
Para Cesar da Silva (2009), SCM tem por meta planejar, gerenciar, implementar e
otimizar: a movimentação de matérias-primas e produtos acabados, o emprego de recursos
tecnológicos, financeiros, mão-de-obra e de outras espécies, e o intercâmbio de informações
percorre toda a cadeia logística até o consumidor final. Para o autor, o sucesso de
empreendimentos do agronegócio está estritamente relacionado à aplicabilidade dos conceitos
Cadeia Produtiva e Logística - Cadeia Logística.
Para os produtores e as organizações do segmento do ABEF alcançarem os patamares
de organização desejados, necessitam promover mudanças, principalmente na sua forma de
compreensão do negócio e de gestão. Antigos competidores podem, a partir de uma visão
sistêmica do mercado, se transformar em grandes aliados. Alianças com fornecedores e
distribuidores devem ser realizadas visando à otimização do processo, pois mais importante é
alcançar o volume, a qualidade e o preço final dos produtos necessário para garantir o fluxo
da demanda e a sustentabilidade econômica da Cadeia Logística.
Como afirmam Bianchini et al. (2004 apud Figueiredo et al., 2007), isso deve ser feito
não só em seu modelo de coordenação (isto é, na forma com que ele coordena ações com
aqueles com quem interage, direta ou indiretamente, na cadeia), mas, também, na forma com
que se estrutura para se manter (e crescer) no negócio, como organização.
Segundo Figueiredo et al. (2007), a construção de uma cadeia logística integrada deve
ser viabilizada por canais de comunicação sem ruídos. Ou seja, uma relação de confiança
entre os integrantes da cadeia pode criar e aprimorar uma rede de relacionamentos de
qualidade. A integração da cadeia logística é sustentada por essa rede social que emerge dos
relacionamentos realizados internamente e externamente.
O processo de integração logística está diretamente relacionado com o grau de
comprometimento entre os integrantes da cadeia. Um fator fundamental relacionado à
confiabilidade da cadeia é a capacidade de seus integrantes manterem níveis de
41
7
www.pyinf.com/sislog/
8
Edital Nº 4/2001 (Pesquisa e Desenvolvimento - Agricultura Familiar) Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
43
agindo como o “cimento” da relação. Se não há confiança, é difícil conceber uma relação
entre o pai e o filho, entre um casal, entre mestre e o aluno, entre amigos, entre médico e
paciente, entre membros de uma mesma equipe de trabalho etc. Sem confiança, as relações se
vêem comprometidas e tenderão a se dissolver.
Portanto, é fundamental conhecer como se formam as redes sociais da Cadeia
Logística Integrada, pois a falta de confiança é um gargalo que acaba por gerar, de alguma
forma, custo adicional ao sistema, e impactando a todos. Por isso, conhecer a estrutura dessa
rede social, como se dão os relacionamentos e quais são seus atores críticos são informações
estratégicas para possibilitar o planejamento de ações mais eficientes para alcançar os níveis
adequados para um ótimo funcionamento da cadeia logística.
Porém, para alcançarmos esse desempenho, é necessário a Cadeia Logística levar em
consideração quatro dos eixos norteadores da estruturação do modelo proposto por Figueiredo
et al. (2007):
Portanto, o desafio posto é conciliar esses dois lados das organizações, refletindo sobre
o que se deve mudar e em qual profundidade. Muitas vezes a mudança vai além dos
processos, chegando à mudança de valores e princípios. Sobre o assunto, Echeverria (1999)
afirma que, pressionadas pela necessidade de adaptação ao mundo a sua volta, as
organizações vêm se transformando em um processo linear e cumulativo. Assim, novas
mudanças são adicionadas às anteriores sucessivamente. Dessa maneira, a empresa mantém
durante o processo de mudança seu modo particular de atuar e sua cultura organizacional. No
entanto, é precisamente o modo de “fazer” a empresa que precisa ser transformado, o que a
direciona a uma transformação diferente por meio de rupturas (ECHEVERRIA, 1999).
O caráter da transformação requerida é mais profundo e não pode ser implementado
com receitas conhecidas. A empresa precisa reescrever seu modo básico de organização e não
pode lançar mão de programas parciais de transformação, de acordo com o modismo de
mercado (ECHEVERRIA, 1999).
Isso pressupõe uma nova compreensão dos processos de mudança e da maneira e
profundidade de implementá-los. Como necessariamente envolve comunidades vivas, antes
de mais nada, é fundamental conhecer como se dão os processos naturais de mudança que
caracterizam todos os seres vivos. Munidos desse conhecimento, será possível projetar
mudanças que reflitam a versatilidade, a diversidade e a criatividade da própria natureza
(CAPRA, 2005).
Descrevendo os processos naturais de mudança, Capra (2005) afirma que na
compreensão sistêmica da vida os sistemas vivos criam-se ou recriam-se continuamente
mediante a transformação ou a substituição dos seus componentes. Sofrem mudanças
contínuas e ao mesmo tempo preservam seus padrões de organização em rede. Para o autor,
compreender a vida é também compreender seus processos intrínsecos de mudança. Portanto,
a mudança nas organizações começará a ser vista de outro ponto de vista quando entendemos
claramente em que medida e sob que aspecto as organizações humanas podem ser
consideradas como sistemas vivos, ou seja, como redes não-lineares complexas.
Para Wheatley (2006), atualmente deseja-se que as organizações enfrentem os desafios
com características de sistemas vivos, tais como: flexibilidade, inteligência, adaptabilidade,
capacidade de recuperação de renovação e aprendizagem. É desejável que elas se comportem
como seres vivos, no entanto, elas ainda são tratadas como máquinas, o mesmo acontecendo
com as pessoas que as compõem.
47
Capra (1995) destaca que a concepção mecanicista que percebe os seres vivos como
máquina se justifica, em parte, pelo fato de a presença de ossos, músculos e circulação
sanguínea, entre outros, se assemelharem a um mecanismo de engrenagens. Entretanto, a
comparação para por aí, já que os seres vivos são mais complexos e muito mais amplos na sua
forma de organização.
A concepção sistêmica de vida vê o mundo a partir desta integração, cujas partes não
podem ser reduzidas, mas entendidas como um todo. Desse modo, para o autor, as células são
48
sistemas vivos, assim como os tecidos e os órgãos do corpo e todo e qualquer organismo é
uma totalidade integrada, portanto, um sistema vivo. Esses mesmos aspectos são exibidos nos
sistemas sociais e nos ecossistemas que consistem de uma variedade de organismos e matéria
inanimada em contínua e mútua interação, compondo uma complexa teia de relação entre
eles.
Para Capra (1995), a concepção sistêmica não está limitada a organismos individuais e
pode ser estendida a sistemas sociais e ecológicos. Assim, pode-se dizer que grupos de
pessoas, sociedades e culturas têm uma mente coletiva e, portanto, possuem igualmente uma
consciência coletiva, a qual não é simplesmente a soma das consciências individuais.
Na concepção de Descartes e de Newton, o mundo funcionava como uma máquina;
entretanto, uma máquina nesse ideário configura-se com um sistema fechado, diferentemente
daquilo que Capra aborda como sendo um sistema vivo: algo em que se realizam constantes
trocas e interações dinâmicas. O mundo vivo está em constante associação e estabelecendo
vínculos para que um possa viver dentro do outro e, desse modo, estabelecer cooperações,
uma das características dos organismos vivos. Os seres vivos estão, assim, em uma rede de
relações que envolvem troca de matéria e energia em contínuos ciclos de complexidade.
Morin (2007) destaca que a concepção de mundo cientificista teve durante muito
tempo a missão de dissipar a aparente complexidade dos fenômenos, a fim de revelar uma
suposta ordem simples a que eles obedeceriam. Entretanto, os modos simplificadores do
conhecimento pouco elucidaram as realidades ou os fenômenos de que tratam.
os problemas como causados por algo ou alguém "lá fora", percebe-se como nossas próprias
ações criam os problemas pelos quais eles passam. Uma organização desse tipo é um lugar
onde as pessoas descobrem continuamente como criam sua realidade, e como podem mudá-la,
à semelhança do que disse Arquimedes: "Dê-me uma alavanca longa o bastante e, com uma
das mãos, moverei o mundo" (SENGE, 1990).
Hoje, o pensamento sistêmico e complexo se torna cada vez mais necessário para o
entendimento dos fenômenos de um mundo globalizado e comprometido pela ação humana.
Talvez, pela primeira vez na história, a humanidade tenha a capacidade de criar muito mais
informações do que o homem pode absorver, de gerar uma interdependência muito maior do
que o homem pode administrar e de acelerar as mudanças com uma velocidade muito maior
do que o homem pode acompanhar. Certamente, a escala de complexidade é sem precedentes
(SENGE, 1990).
Tudo à nossa volta é exemplo de ‘colapsos sistêmicos'. Problemas como o
aquecimento global, a diminuição da camada de ozônio, o tráfico internacional de drogas e o
colapso do sistema financeiro internacional são questões que não possuem uma simples causa
isolada. Da mesma forma, as organizações também entram em colapso, apesar da inteligência
individual e dos produtos inovadores, pois elas são incapazes de reunir suas diversas funções
e alentos para criar um todo mais eficiente (SENGE, 1990).
As características complexas desses problemas impedem que um único olhar humano
possa entender sua totalidade. Porém, é impossível definir em última instância o que é ou não
complexo, pois sempre haverá um novo observador para o mesmo fenômeno. Por isso,
ROCHA et al. (2008) identificam um sistema complexo por algumas características
observáveis. Dessa forma, é possível considerar complexo um sistema com as seguintes
características:
por si só não é capaz de gerar cooperação entre os indivíduos e, embora o mercado seja um
importante mecanismo de coordenação não dirigida, seu efeito integrador é baixo. Se por um
lado oferece escolhas, flexibilidade e oportunidade, por outro contribui muito pouco para o
aprendizado e a transparência de conhecimento (POWELL, 1994 apud AGOSTINHO, 2003).
Coordenação baseada em redes – Agostinho (2003) acrescenta que, quando se trata de
sistemas complexos adaptativos, existe outra categoria de coordenação: a rede, a qual, na
verdade, não seria uma alternativa, mas uma categoria mais geral, na qual poderiam ser
incluídos hierarquia e mercado como particularizações. Podemos imaginar que o mundo real é
coordenado através dessa categoria geral, mas que, em momentos e situações específicos,
ocorreria o predomínio de algumas das outras duas categorias.
Para Frances (1994), em temos específicos, a rede é vista como uma forma
organizacional plana – em contraste com a hierarquia, e está ligada à idéia de relacionamentos
informais entre agentes essencialmente iguais. Seus componentes são livres para escolher seus
parceiros, portanto, “forças de mercado” estariam em jogo (JOHANSON, 1994 apud
AGOSTINHO, 2003). A relativa dispersão característica do mercado dá lugar a uma maior
estruturação, visto que na rede a interdependência dos indivíduos leva ao surgimento de
relações de longa duração. Graças ao estabelecimento de um padrão duradouro, de repetidas
interações, a cooperação pode emergir (AGOSTINHO, 2003).
Esse modelo de rede não requer que o desempenho das ações individuais sofra
auditagens, controles ou avaliações específicas para que convirjam para um desempenho
global benéfico. A reciprocidade somada aos valores e crenças compartilhadas por indivíduos
engajados numa mesma forma de socialização e identidade exerce a função de controle e
direção na rede, mesmo não havendo uma visão comum dos objetivos globais a serem
alcançados. As ações individuais são observadas por seus pares de maneira sutil, entretanto,
não é possível afirmar que o “desempenho” de suas atitudes seja objeto de avaliação
(AGOSTINHO, 2003).
O importante é o impacto daquela atitude sobre os interesses e objetivos de cada um
daqueles que participam da rede. É com base nesses julgamentos dos atos dos outros com
quem se relacionam que cada um decide a sua próxima ação. Portanto, a reciprocidade
influencia diretamente a auto-avaliação, uma vez que grande parte dos benefícios e prejuízos
alcançados para um indivíduo decorre das atitudes dos outros com quem interage – atitudes
estas que vêm em resposta a sua atitude anterior (AGOSTINHO, 2003).
57
Sistemas complexos são bastante diferentes da maioria dos sistemas que têm sido
cientificamente estudados. Eles exibem coerência sob mudança, via ação
condicional e previsão e eles fazem isso sem direção central. Ao mesmo tempo,
parece que sistemas complexos adaptativos têm pontos de alavancagem, onde
pequenas quantidades de input produzem grandes e direcionadas mudanças.
(HOLLAND, 1996)
Princípios da auto-organização
Por sua relevância para o gerenciamento de sistemas complexos, a auto-organização
será usada como uma dimensão a ser considerada no estudo das redes sociais. Wheatley
(2006) detalha a seguir os princípios básicos da auto-organização (Figura 1): identidade,
informação e relações entre as pessoas:
Complexidade
Identidade
Capacidade geradora
de sentido da
organização
Auto Organização
Informação Relações
Meio da organização Os caminhos da
organização
A palavra rede possui sua raiz etimológica no latim retis, cujo significado é
entrelaçamento de fios com aberturas regulares que formam uma espécie de tecido. Dessa
idéia de entrelaçamento, malha e estrutura reticulada, o conceito de rede vem adquirindo
novos significados e sendo empregado em diversas situações.
Essa definição genérica de rede é coerente com o próprio sentido da complexidade,
pois, conforme já apresentado, Morin define complexus = aquilo que é tecido junto
(AGOSTINHO, 2003).
O conceito de rede vem passando por várias transformações nos últimos anos. Uma de
suas principais características refere-se às múltiplas possibilidades e capacidades desse tipo de
organização, que possibilita uma maior flexibilidade, conectividade e descentralização das
esferas de atuação e articulação social.
Capra (1995) mostra que sempre que olhamos para a vida, olhamos para redes. Para o
autor, sempre houve uma espécie de rede na organização da sociedade. No entanto, a visão
sistêmica de rede surge a partir de estudos realizados entre 1920 e 1930, quando a Biologia
demonstrou o conceito de teias alimentares e os ciclos da vida, propondo que a rede é um
padrão único de organização, comum a todos os sistemas vivos.
Por mais diversas que sejam as organizações e suas causas, elas têm em comum o
propósito de estender suas ações e idéias a um universo sempre mais amplo de interlocutores:
66
A Análise de Redes Sociais (ARS) é uma técnica interdisciplinar que propicia uma
leitura dinâmica das interações sociais e uma alternativa à interpretação “estática” do papel
social do indivíduo ou grupo dentro de um contexto (MARTELETO, 2001).
68
Por sua importância, vem cada vez mais sendo estudada pelas grandes corporações.
Elas procuram entender melhor o funcionamento e fomentar os relacionamentos, ou seja, suas
redes, para alcançar os objetivos estratégicos, pois já não apostam todas suas fichas na
estrutura formal hierárquica. O diagnóstico desses relacionamentos, ou seja, das redes sociais,
possibilita o conhecimento de aspectos críticos e pouco conhecidos das organizações, tais
como: nível de colaboração, nível de confiança e compartilhamento de conhecimento entre os
diversos atores.
A ARS tem se transformado em um importante instrumento para mudanças nas
organizações. As redes organizacionais são, portanto, elementos-chaves para a consecução
das estratégias de sobrevivência e de avanço estabelecidas para a organização, pois são fontes
geradoras das inovações necessárias para o atendimento de expectativas atuais e futuras, além
de propiciar um ambiente de alto desempenho (Von KROGH et al., 2001).
De acordo com Cross; Parker (2004), quem conhecemos possui um impacto
significativo no que sabemos, uma vez que os relacionamentos são críticos para a obtenção de
informações, solução de problemas e aprendizado.
Dessa forma, quanto melhor for a gestão dos relacionamentos em uma empresa, maior
será a conectividade existente entre as pessoas e equipes (exercendo influência nos processos
de produtividade pessoal e aprendizagem), e conseqüente melhora do desempenho
organizacional. Para Cross; Parker (2004), fomentar o desenvolvimento de redes sem perder o
foco não é fácil. Os gerentes devem ter planos com metas estratégicas para redes de
relacionamento para, rapidamente, alavancar na organização eficiência, eficácia e inovação.
Essas ações estratégicas podem ser acompanhadas por meio de instrumentos que a
Análise de Redes Sociais oferece para a gestão desses relacionamentos na organização. Para
isso, é necessário mapear relações existentes por meio de uma pesquisa quantitativa, que
revelará a estrutura dos relacionamentos a serem analisados.
Segundo Scott (2000) houve três principais correntes teóricas que originaram o atual
conhecimento e teoria sobre redes sociais:
Escola Antropológica
Teoria da Gestalt
Sociometria
(Moreno)
Teoria Matricial
(Homans)
Dinâmica
de Grupo Barnes, Bott, Nadel
Teoria
Michell
dos Grafos
Estruturalistas
de Harvard
a. Analistas sociométricos
Nos anos 1930, um grupo de teóricos migrantes alemães, influenciados pela teoria da
“Gestalt”, foi trabalhar nos Estados Unidos com psicologia cognitiva e social. Os analistas
sociométricos trabalharam em pequenos grupos criando técnicas avançadas como a teoria dos
grafos9. Este trabalho produziu estudos importantes em fábricas e comunidades, enfatizando
as pesquisas sobre a estrutura de grupos. Jacob Moreno é o representante de maior destaque
dessa corrente, responsável pelo desenvolvimento da utilização de sociogramas10 para
representar as propriedades formais de configurações sociais. (LAGO JÚNIOR, 2005)
b. Pesquisadores de Harvard
Também nos anos 1930, pesquisadores de Harvard exploraram os padrões das relações
interpessoais e a formação de subgrupos (cliques)11. Os trabalhos desenvolvidos pelos
antropólogos e sociólogos foram baseados em algumas idéias do sociólogo britânico
Radcliffe-Brown, além de W. Lloyd Warner e Elton Mayo, que também são destaques dessa
corrente ao produzirem estudos importantes em fábricas e comunidades, enfatizando a
importância das relações informais e interpessoais nos sistemas sociais. Scott (2000) destaca
os estudos na fábrica “Hawthorne” e de “Yankee City”, bem como outro estudo similar a este
último, realizado por um grupo ligado a Warner e denominado de “Old City” (LAGO
JÚNIOR, 2005).
Outras idéias emergiram de estudos de pequenos grupos entre 1930 e 1940, dando
origem aos trabalhos de Homans, que se centrava na consideração de que as atividades
humanas conduzem as pessoas a interagirem umas com as outras, e essas interações variam de
acordo com a freqüência, duração e direção, e são a base sobre a qual os sentimentos se
desenvolvem entre as pessoas. Homans desenvolve a idéia de que a sociometria, desenvolvida
por Moreno, provê a base metodológica para aplicação desta teoria em situações sociais
particulares. Reexaminando um número de recentes estudos para ilustrar suas idéias, dentre os
quais “Hawthorne” e “Old City”, este autor deu origem à teoria matricial12. Apesar de uma
matriz conter a mesma informação que um respectivo grafo, a padronização e utilização
apoiada nos softwares foram fundamentais para o crescimento do uso da primeira a partir dos
9
Ramo da matemática que permite a resolução de problemas complexos, por meio de representações gráficas
que incluem pontos, arcos, arestas, etc.
10
Representações gráficas que indicavam as relações sociais dos indivíduos, em vilas, tribos e, até mesmo
cidades.
11
Clique em uma tradução livre seria a conhecida panelinha, que indica um subgrupo mais unido.
12
Teoria matricial é a utilização de matrizes para representar relações em grupos sociais.
71
c. Antropólogos de Manchester
Os antropólogos de Manchester construíram sobre as duas correntes anteriores a
fundamentação para investigar a estrutura de relações comunitárias em tribos e pequenas
vilas. Trata-se de uma linha paralela de desenvolvimento do trabalho de Radcliffe-Brown,
enfatizando a análise dos conflitos e contradições, ao invés da integração e coesão, aplicando
essas idéias ao estudo de sociedades tribais africanas e, um pouco mais tarde, a pequenas
cidades rurais da Inglaterra. John Barnes, Clyde Mitchell e Elizabeth Bott são os nomes a
serem destacados pela contribuição na construção dos alicerces da teoria de análise de rede
social (LAGO JÚNIOR, 2005).
Os pesquisadores de Manchester focavam a atenção nas configurações reais das
relações que surgiam do exercício do conflito e do poder. As teorias passadas, centradas na
compreensão de sociedades simples baseadas em relações de parentesco haviam-se tornado
inadequadas para se analisar estes fenômenos. Reconhecendo essa inadequação, esses autores
iniciaram uma sistematização das noções metafóricas de teia e rede de relações sociais.
Inicialmente, manteve-se o significado metafórico, entretanto, John Barnes (apud Scott,
2000), nos anos 1950 assumiu a idéia de rede social de forma mais rigorosa e analítica
(SILVA, 2003).
Segundo Mitchell (apud Scott, 2000), as redes sociais incorporam tanto o fluxo de
informações, que envolve a transferência de informações entre os indivíduos, o
estabelecimento de normas sociais e a criação de certo consenso, quanto uma transferência de
recursos e serviços, que ele denomina de ação instrumental. Segundo Scott (2000), a
interpretação de Mitchell para a teoria dos grafos e para a sociometria o levou a focar,
exatamente, nas características de organização informal e interpessoal que foram ressaltadas
por Mayo, Warner e Homans. Essas escolas caminharam juntas até os anos 1960 e 1970,
novamente desembocando em Harvard, quando a análise de redes sociais contemporânea foi
criada. (LAGO JÚNIOR, 2005)
72
As redes são basicamente constituídas por dois componentes: atores ou nós e suas
ligações. Nesse trabalho, os atores são o conjunto de produtores, ou unidades familiares,
selecionadas dentro do escopo da pesquisa e são representados graficamente por pontos. Mas
podem ser setores, departamentos de uma empresa ou mesmo corporações inteiras e ou até
mesmo países. As ligações são as relações entre esses atores e são representações gráficas de
setas que indicam a direção do relacionamento, conforme a Figura 3.
Atores ou Nós
Ligações
a c
Figura 6. Tríades
Fonte: elaborado pelo autor.
A ARS dispõe de alguns instrumentos para sua análise. De uma forma geral, a rede
pode ser analisada de maneira visual ou por indicadores quantitativos. A análise visual
permite uma visão geral da rede social a ser analisada. Segundo Cross; Paker (2004) seus
principais padrões de relacionamentos observáveis são:
Grau de É análise de estrutura que demonstra o grau de concentração de É uma medida da dispersão comparando a centralização de um ator (quantidade de
relações distribuída na rede pelos indivíduos. relações) com o índice máximo atingido por qualquer ator da rede.
Centralização do Quanto maior o índice, mais concentradas em poucos atores estão as
Grupo relações6.
Relacional Reciprocidade Indica qual a proporção de conexões que tem uma relação de Quociente do número de ligações recíprocas (bidirecionais) pelo número das ligações
reciprocidade. existentes.
Transitividade Indica a quantidade de tríades existentes. Quociente do número de tríades transitivas divididas pelas tríades existentes de qualquer
tipo.
Cliques É informalmente conhecida como “panelinhas ou “grupinhos” ou São grupos onde três ou mais atores tem relações recíprocas entre eles.
“panelinhas” dentro das organizações como esse conceito muitas fazes Existem outras maneiras de identificar grupos como:
trás uma carga pejorativa aqui o denominados como sub-grupos. . n-clã – diâmetro
. k-plex – pela capacidade de conectividade
N-Cliques Mesmo conceito do Clique, porém difere no seu modo de calcular os Identificação de grupos usando a distância geodésica.
sub-grupos. .
Atores Conectores É um indicador de quanto um nó está no menor caminho entre outros Somatório da distância entre de um determinado nó para com todos os outros da rede.
vários nós da rede. Fornece uma perspectiva de centralidade global. Esse valor é normalizado em relação ao nó de menor valor.
Críticos Centrais (CROSS; PAKER , 2004)
Intermediários É um indicador de quanto um nó particular está entre os vários outros Número de vezes em que o nó aparece como caminho entre todos os nós, dividido pelo
nós na rede. (CROSS; PAKER , 2004) número de caminhos existentes entre todos os nós.
Poder É um indicador do poder de influência dos atores.13 Leva em consideração, além do grau de centralização do ator, o grau de centralização dos
atores com quem ele se relaciona.
Interfaciadores É um indicador de quem faz a conexão entre os diversos sub-grupos de A partir da identificação de diversos sub-grupos ou cliques, são identificados os atores
uma rede. (CROSS; PAKER , 2004) comuns que fazem a conexões entre as redes.
Fonte: elaborado pelo autor.
13
Acesso em 31.01.2009 http://faculty.ucr.edu/~hanneman/nettext/C16_Multi_Plex.html
75
4. METODOLOGIA DA PESQUISA
O capítulo anterior descreveu as bases teóricas que dão suporte à Análise de Redes
Sociais. O presente capítulo apresenta a classificação da pesquisa realizada, os procedimentos
empregados e, finalmente, a delimitação do estudo.
4.2. SUPOSIÇÕES
14
Como referencial para classificação foi usado o manual de Metodologia de Pesquisa, organizado pelo Prof.
Eduardo Moresi, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da
Informação - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – UCB.
78
4.3. PROCEDIMENTOS
Há duas formas de se fazer uma Análise de Rede Social. A primeira se baseia nos
relacionamentos de um indivíduo, sem qualquer limitação. A segunda se baseia nos
relacionamentos de um grupo fechado de pessoas.
Cada uma dessas formas possui uma maneira diferenciada de condução, com
vantagens e desvantagens distintas para cada uma delas. O foco deste projeto é a segunda
forma, ou seja, a análise dos grupos de pessoas selecionadas dentre os associados das três
entidades em foco: Mercado Orgânico, Copas e Agreco.
Cross; Parker (2004) apresenta a seqüência de passos que foi seguida nesta
Dissertação para a realização do mapeamento e da análise de rede organizacional:
identificação do grupo estratégico, construção do questionário, coleta das informações, análise
das informações e apresentação dos resultados (Figura 7).
80
O primeiro passo para realizar uma análise de rede em grupo fechado é identificar e
delimitar o grupo que será analisado. A delimitação dos grupos pode se dar de algumas
formas: pessoas que se encontram em mesma função, pessoas que contribuem para execução
de um processo, pessoas que trabalham em uma mesma unidade organizacional etc.
81
Superior Fundamental
27% 27%
Médio
46%
15
No estatuto são considerados orgânicos produtos de origem vegetal ou animal, produzidos ou processados de
conformidade com o estabelecido na Instrução Normativa n 07, de 17.05.1999, do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
83
Exteriror
8%
Sudeste Centro-Oeste
42% 25%
Nordeste
25%
A Copas coleta atualmente em média três milhões de litros de leite por ano, que são
beneficiados na Agroindústria própria para produzir: queijo mussarela, queijo frescal, iogurte,
leite tipo C e bebida láctea, gerando um faturamento da ordem de R$ 1,9 milhão/ano. Seu
principal cliente é o Governo do Distrito Federal e ainda distribui para estabelecimentos nas
Regiões Administrativas de São Sebastião, Paranoá, Sobradinho e Planaltina.
É constituída atualmente por 47 produtores de leite ativos e estabelecidos na região
leste do Distrito Federal, abrangendo propriedades desde a região de Planaltina até o Gama,
incluindo também propriedades no Jardim ABC, distrito de Cidade Ocidental-GO.
Para a pesquisa foi selecionada aleatoriamente uma amostra de 13 indivíduos que
representam 28% da lista dos associados apresentada pela direção da entidade.
O grupo se disse em média satisfeito por participar da cooperativa. As propriedades
em que trabalham têm em média 13ha, 57% cursaram nível superior (Gráfico 3) e originam-se
principalmente da região sudeste, sendo o mais representativo, 45% do total, do estado de
Minas Gerais (Gráfico 4).
85
Médio
36%
Superior
55%
Fundamental
9%
Copas - Origem
Nordeste
11% Centro-Oeste
22%
Sul
11%
Sudeste
56%
Mestrado/
Doutorado Fundamental
9% 13%
Pós-
Graduação
22%
Médio
30%
Superior
26%
16
As Agroindústrias são pequenas unidades de beneficiamento da produção orgânica, organizadas e geridas em
condomínios familiares, e foram construídas, segundo princípios defendidos pela Agreco, na comunidade onde
residem os agricultores (CARDOSO, 2005).
88
Agreco - Origem
Rio Grande do
Sul
8%
Paraná
4%
Santa Catarina
88%
Ascendência Direta
Holandesa
9%
Italiana Brasileira
4% 30%
Alemã
57%
17
Por exemplo: de nenhuma a muito freqüente.
90
• 1ª Fase: Definição da Demanda. Alguém (A) declara que lhe falta algo,
manifesta uma insatisfação em um determinado contexto, realiza um
pedido ou aceita uma oferta para que outra pessoa (B) execute uma ação
que supra esta falta, obedecendo às Condições de Satisfação definidas e
em determinado prazo.
• 2ª Fase: Negociação. (B) se compromete, ou não, em realizar o pedido
feito por (A) ou faz uma contra-oferta, procurando redefinir condições,
negociando tarefas e prazos, fixando um compromisso e
responsabilidades para a execução do que foi solicitado.
91
Fase 1: Fase 2:
Definição da Demanda Negociação
A = Solicita
(B = Oferece)
Legenda
A = Solicitador
B = Executor B = Promete
Condições de (A = Aceita)
Satisfação
A = Declara
Satisfação
B = Declara
Finalizado
Fase 4: Fase 3:
Avaliação Realização
Como pode ser visto, cada uma das fases descritas neste ciclo básico em que é
reproduzido o movimento da comunicação apresenta características particulares que devem
ser respeitadas para que a coordenação de ações venha a ser efetiva. Com a conclusão de um
ciclo de coordenação de ações como aqui descrito, seu objetivo - a anulação da insatisfação
inicial - deve ter sido alcançado.
Com a conclusão satisfatória de diversos ciclos de coordenação de ações, ou seja, de
um pedido com todas as condições de satisfação e uma entrega cumprindo todos os requisitos
do pedido, vai se criando uma confiança entre os integrantes do processo. Como afirmam os
autores Streeck; Schimitter (1994 apud AGOSTINHO, 2003) uma rede de indivíduos
mutuamente dependentes com relações relativamente simétricas abre espaço para que a
confiança seja gerada. Confiança não no comportamento amigável do outro, mas confiança de
92
que o outro se comportará segundo um padrão conhecido com base em interações passadas.
Isso permite que as atitudes dos indivíduos sejam calcadas na reciprocidade, a qual não só é a
base para cooperação e a criação do valor dentro do sistema, mas também a força
coordenativa da rede.
Para identificarmos relações que revelam confiança na coordenação de ações em rede,
foram usados como base os três requisitos: competência, confiabilidade e sinceridade; além
disso, para completar, foi criada uma questão envolvendo a assertividade no pedido, primeira
fase da coordenação de ações. São elas:
Fluxo da Produção
A fim de mapear uma cadeia logística presente no processo produtivo das entidades,
foi formulada uma questão para identificação de fornecedores e clientes de um produtor
específico dentro da própria entidade de que ele faz parte.
Rigidez na Comunicação
Foi criada uma questão específica para identificar dificuldades na comunicação, não
importando a causa. Com isso, podem ser identificados problemas de falta de comunicação
que podem estar ocultos para a entidade.
Foi, portanto, criado um formulário com nove questões que sofreram duas revisões: a
primeira após sua aplicação no Mercado Orgânico e a segunda após a aplicação na
cooperativa Copas. O questionário que foi aplicado na Agreco é considerado o modelo
definitivo.
Mercado Orgânico
A pesquisa piloto foi realizada no Mercado Orgânico de Brasília – DF, escolhido pela
facilidade de localizar seus associados, uma vez que grande parte deles está presentes aos
sábados, na sede da entidade, para promover a venda de seus produtos.
A pesquisa decorreu no período de agosto a outubro de 2008. O escopo escolhido
foram os associados ativos (produtores que estão atualmente expondo seus produtos no
mercado), sendo que nove entrevistas foram presenciais e quatro por telefone. A duração
média das entrevistas foi de 30 minutos. A entrevista por telefone não chega a criar o
ambiente verificado na entrevista presencial, por isso foi aplicada a membros periféricos do
Mercado Orgânico.
Foram feitas três visitas ao Ceasa e uma à Feira de Produtores localizada em frente à
Escola Fazendária (ESAF), no Lago Sul. A primeira visita, ao Mercado Orgânico, teve o
intuito de apresentar a proposta de pesquisa, inicialmente, para os líderes. Posteriormente,
apresentou-se a todo o grupo, em uma reunião, após a feira do dia 02/08/2008. No dia
09/08/2008, na sede do Mercado Orgânico, foram feitas oito entrevistas e, no dia 16/08/2008,
uma entrevista na feira da ESAF.
94
Copas
A pesquisa decorreu no mês de setembro de 2008. Em 02 de setembro foi feita uma
visita à sede da entidade na região rural de São Sebastião – DF, quando foi entrevistado o
presidente da cooperativa e acertado o escopo e a estratégia de entrevista dos demais
produtores. Durante a semana de 8 a 12 de setembro, com apoio logístico da Emater-DF,
foram realizadas 13 entrevistas.
Agreco
A negociação para a pesquisa decorreu no período de novembro a dezembro de 2008.
Em 07 a 11 de novembro foi feita uma visita ao Município de Santa Rosa de Lima, sul de
Santa Catarina, onde se localiza a sede da Agreco. Nesta visita foram entrevistados oito
indivíduos do núcleo administrativo e quatro dos produtores responsáveis pela Agroindústria,
foco da pesquisa.
Durante esse período foi treinada uma colaboradora para finalizar a pesquisa e
encaminhá-la até 28 de novembro. Porém, em função de diversas circunstâncias provocadas
pelas chuvas, que impediram o normal funcionamento dos Correios, os resultados das demais
11 pesquisas chegaram a Brasília apenas em 10 de dezembro de 2008.
A partir das informações coletadas na etapa anterior, foi possível cruzar e visualizar
todas as respostas dos membros do grupo, criando assim várias matrizes (Apêndice 2)
referentes a cada questão realizada (Figura 15). Cada relacionamento confirmado recebe a
notação “1” enquanto a ausência de relacionamento recebe “0”.
a 0 1 0 0 a 0 1 0 0
b 1 0 1 0 b 1 0 0 0
c 0 0 0 1 c 1 0 0 1
d 1 0 1 0 d 0 0 1 0
Figura 15. Exemplos de matrizes com os dados de mapeamento de redes
Fonte: elaborado pelo autor.
95
Rede de
Relacionamentos
Rede do Propósito
Rede de
Confiabilidade
Rede de Competência
Rede da Confiança
Rede de Sinceridade
Rede de
Assertividade
Rede de Auto-
Organização
Rede Global
Rede de Confiança
Matriz #1 Matriz #2
a b c d a b c d Transform/
Multiplex
a 0 1 0 0 a 0 1 0 0
b 1 0 1 0 b 1 0 0 0
c 0 0 0 1 c 1 0 0 1
d 1 0 1 0 d 0 0 1 0
Matriz Multiplex
a b c d
a 0 2 0 0
b 2 0 3 0
c 4 0 0 2
D 3 0 2 0
18
Acesso em 31.01.2009 http://faculty.ucr.edu/~hanneman/nettext/C16_Multi_Plex.html
98
A Figura 18 mostra duas matrizes de redes sociais com a participação dos mesmos
atores e o resultado da matriz consolidada. Podemos observar que o “0” expressa a
inexistência de relacionamento. Onde o relacionamento ocorre nas duas redes, na matriz
consolidada está registrado o “2”. Quando ocorre somente na primeira matriz, está registrado
o “3” e, quando ocorre somente na segunda matriz, ficou registrado “4”.
Em seguida, foi utilizada a funcionalidade UCINET 6 Transform | Multigraph para
analisar as freqüências com que cada correlação descrita acima se verifica. A partir da matriz
consolidada é gerada uma matriz para cada resultado diferente; nesse caso (“2”, “3” e “4”),
são geradas três matrizes (Figura 19), e, por meio dessas matrizes, é possível analisar suas
correlações.
A 0 1 0 0 a 0 0 0 0 a 0 0 0 0
B 1 0 0 0 b 0 0 1 0 b 0 0 0 0
C 0 0 0 1 c 0 0 0 0 c 1 0 0 0
D 0 0 1 0 d 1 0 0 0 d 0 0 0 0
Figura 19. Matrizes Multigraph ou Matrizes de Correlações
Fonte: elaborado pelo autor.
Por outro lado, para o cálculo dos demais indicadores e identificação de subgrupos, foi
criada uma matriz binária derivada da matriz resultante do processo de transformação
multiplex. Para isso, foi usada a rotina UCINET 6 | Transform | Dichotomize, conforme é
exemplificado abaixo na Figura 20:
a 0 2 0 0 a 0 1 0 0
b 2 0 3 0 b 1 0 1 0
c 4 0 0 2 c 1 0 0 1
d 3 0 2 0 d 1 0 1 0
Figura 20. Consolidação de Matrizes
Fonte: elaborado pelo autor.
99
a 0 1 0 0 a 0 1 0 0
b 1 0 1 0 b 1 0 0 0
c 1 0 0 1 c 0 0 0 1
d 1 0 1 0 d 0 0 1 0
Figura 22. Processo de “Simetrização” pelos mínimos.
Fonte: elaborado pelo autor.
a 0 1 0 0 a 0 1 1 1
b 1 0 1 0 b 1 0 1 0
c 1 0 0 1 c 1 1 0 1
d 1 0 1 0 d 1 0 1 0
Figura 24. Processo de “Simetrização” pelos máximos.
Fonte: elaborado pelo autor.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o detalhamento do escopo e da metodologia empregada, este capítulo apresenta e
discute os resultados da pesquisa desenvolvida. O diagnóstico tem o objetivo de conhecer o
grau e a qualidade dos relacionamentos existentes nas entidades para então, usando as novas
informações, contribuir com sugestões que fomentem uma maior integração dos atores, de tal
maneira que, juntos, possam atuar de modo mais eficiente na busca de seus objetivos comuns.
Neste capítulo serão utilizados os indicadores apresentados no item 3.2.2 e as
consolidações das redes que resultam em Dimensões, conforme Quarto Passo da metodologia
É também importante lembrar que os atores são representantes de uma unidade do
Agronegócio de Base Econômica Familiar.
19
Pesquisa com 12 associados.
104
Essa informação é importante para o planejamento, pois, com ela, é possível antecipar
impactos de qualquer intervenção ao longo de todas as redes que compõem as dimensões.
com 10% (Tabela 1) de densidade, é a menos relevante. Porém, aparece com 5% na Tabela 2
de elos de relações, sendo a rede que mais contribui com relacionamentos únicos. Essa baixa
correlação indica que o incentivo de competência de forma isolada não é significativo para
constituição da rede do mercado orgânico. Por outro lado, a rede de sinceridade isolada,
estando sempre correlacionada com outras redes, indica a importância dessa rede para a
constituição da dimensão confiança.
20
Reciprocidade – relações = {ab;ba}
21
Tríades transitivas – relações = {ab; bc; ac}.
22
Tríades incompletas – relações = {ab; bc}.
109
Seguem as Figuras 28, 29 e 30 com as das matrizes resultado da pesquisa. Neles ficam
demonstradas as participações do MO1, MO4 e MO5 como atores integradores dos diversos
subgrupos.
111
2
1
1
2
Os atores MO1, MO4 e MO5, que já vinham sendo observados desde a análise
estrutural, se confirmam como atores críticos. São os conectores centrais mais relevantes, tem
a maior influência e ainda se confirmaram como conectores intermediários. Como demonstra
a Tabela 15, não existem atores expansores de fronteiras na rede, uma vez que, como
demonstrou a Tabela 6, na análise N-Cliques o grupo está coeso com a participação de todos,
se for considerado um diâmetro máximo de dois graus de distância.
Global (a + b) 1 1: MO1 MO2 MO3 MO4 MO5 MO6 MO7 MO8 MO9
MO10 MO11 MO12
Auto-organização (a) 1 1 MO1 MO2 MO3 MO4 MO5 MO6 MO7 MO8 MO9
MO10 MO11 MO12
Confiança (b) 1 1: MO1 MO2 MO3 MO4 MO5 MO6 MO7 MO8 MO9
MO10 MO11
2: MO1 MO12
Ponto de Articulação: MO01
Relacionamento 1 1 MO1 MO2 MO3 MO4 MO5 MO6 MO7 MO8 MO9
MO10 MO11 MO12
Fonte: elaborado pelo autor.
Legenda
Atores: MO1, MO4 e MO5
Produtores
Figura 31. Mercado Orgânico – Reciprocidade dos atores MO1, MO4 e MO5.
Fonte: elaborado pelo autor.
5.1.4. Discussão
Foi observado que, estruturalmente, a rede de relacionamento da dimensão global tem
uma densidade de 42%, compatível com sua dimensão. Trata-se, portanto, de uma rede com
significativas interações, porém, muito centralizadas. Também é relevante mencionar que a
dimensão com Auto-organização (41% de densidade) é mais percebida que a dimensão
Confiança (33% de densidade).
Essa maior relevância da dimensão Auto-organização é natural, pois ela ocorre de
maneira espontânea nas relações, e a Confiança surge de um processo de coordenação de
ações. O maior processo comum é a produção semanal de duas feiras e não envolve a todos,
mas principalmente aos atores MO1, MO4, MO5, MO7, MO8 e MO9, que são justamente os
atores dos subgrupos da dimensão Confiança.
Além disso, a distância entre os atores é de 1,53, e o diâmetro máximo é de 2 graus de
distância – até uma pessoa de separação, o que significa que, na prática, existe facilidade do
acesso direto entre todas as pessoas. Essa informação é também corroborada pelo percentual
de 7% de densidade da rede de mais comunicação-rigidez. Essa rede identifica qualquer tipo
de problema de comunicação, sejam eles emocionais ou físicos, por exemplo, problemas com
o sinal de telefonia móvel na área rural.
115
5.2. COPAS
insumo para produção de leite pasteurizado, bebidas lácteas, queijos etc. Após esse
processamento, os produtos são distribuídos para seus consumidores: governo, padarias,
supermercados etc.
A rede consolidada Global da entidade apresentou uma densidade de 32% (Tabela 16).
Na Tabela 17, pode-se observar que a dimensão da Confiança contribui com 9% de
relacionamentos diferentes para a rede global da entidade, enquanto a dimensão auto-
organização contribui com apenas 2%. Portanto, a dimensão que mais contribui para que a
rede Global atinja patamares de 32% de densidade é a Confiança.
A Tabela 16 também evidencia a importância das redes de confiabilidade, e da
sinceridade na composição da dimensão confiança, que tem a densidade de 31% dos
relacionamentos. Na dimensão auto-organização, com a baixa densidade de 17%, a rede mais
significativa é a de relacionamentos. É importante ressaltar que a rede de informações, que
representa a troca de informação, atinge o insignificante nível de 7%. Vale notar ainda que a
densidade de 0% demonstra que não existe Cadeia logística intra-organizacional entre os
atores, mas somente entre os atores e a Copas.
23
Pesquisa com 13 Cooperados e Diretoria (Presidente e Diretores).
118
Para uma análise mais acurada, o grupo foi separado em Diretoria e Cooperadores (ver
Tabela 18). Conforme Tabela 19, verifica-se nos grupos grande diferença de densidade, pois,
enquanto a densidade da Diretoria alcança níveis de 83% na dimensão global, a mesma
dimensão na densidade do grupo todo atinge 32%. Isso demonstra que os relacionamentos
estão concentrados entre os membros da diretoria.
O mapeamento das redes de Mais Comunicação (Tabela 16) busca identificar a parte
rígida da rede que impede seu desenvolvimento, e sua densidade é de 0%. Nesse caso, esse
resultado tem origem no baixo relacionamento estabelecido entre os atores de uma forma
geral. Pelo tipo de concentração de relacionamentos na diretoria, não podemos perceber, com
24
Pesquisa com 5 Diretores e 1 Presidente
119
os dados atuais, o motivo deste resultado, uma vez que ele pode ser conseqüência da
inexistência de problema de comunicação ou baixa procura por comunicação entre a Diretoria
e os Cooperados.
Na dimensão Global foi verificado o diâmetro 4 (Tabela 16), e a distância média entre
os atores é de 1,75 - indicando quase uma pessoa a mais como intermediária para qualquer
relação, índice muito alto para uma rede de 13 atores. No entanto, a dimensão Confiança
apresenta uma distância 1,461 e o diâmetro de 2 graus. Essa é mais uma informação que
corrobora a inferência da importância da Confiança na Copas.
O diâmetro de duas pessoas indica que a distância máxima encontrada na rede, para
relacionamentos fortes, é de uma pessoa intermediária. Conforme a Tabela 20, 43% dos
relacionamentos possui distância 1, enquanto 44% distância 2; portanto, 87% dos
relacionamentos tem diâmetro de dois graus de distância ou separação.
Grupos
Diretora
Cooperados
25
Pesquisa com 5 Diretores e 1 Presidente
121
A Tabela 22 demonstra que 38% dos relacionamentos existentes na rede Global são
recíprocos ou correspondentes. Além disso, nesse indicador a dimensão Confiança supera a
Auto-organização ao atingir 37% e chega a atingir 78% na mesma dimensão do grupo
Diretoria (Tabela 23), confirmando a análise feita para a centralização, tratada no item
anterior. Existe alto grau de reciprocidade na Diretoria, porém, o mesmo não acontece entre
os Cooperados.
26
Reciprocidade – relações = {ab;ba}
27
Tríades transitivas – relações = {ab; bc; ac}.
28
Tríades incompletas – relações = {ab; bc}.
123
No caso da Copas, na Dimensão Geral existem 8% (Tabela 22) das tríades completas,
enquanto no grupo da Diretoria existem 58% (Tabela 23). Fica claro que os 8% das tríades
são reflexos dos relacionamentos da Diretoria no escopo geral da rede. Conclui-se que o grau
e a qualidade dos relacionamentos que ocorrem no grupo da Diretoria não estão ocorrendo no
âmbito dos Cooperados, deixando a entidade de usar todo o potencial de sua rede social, pois
existe um potencial de crescimento da ordem de 61% das tríades, ou seja, se “os amigos dos
amigos” se conhecerem, o quadro atual se reverte.
Passa-se agora a analisar os Cliques (panelinhas). Conforme fica demonstrado na
Tabela 24, foram identificados três subgrupos na Global, dois na Auto-organização e outros
três na Confiança. Fica evidenciado que nenhum ator do grupo Cooperados pertence a
qualquer subgrupo. Como o indicador Clique é feito a partir de uma matriz simetrizada pelo
mínimo, ou seja, uma matriz com apenas as relações recíprocas, conclui-se que existem
muitas relações de reciprocidade entre membros da Diretoria e Cooperados, apesar de os
Cooperados manterem grande parte de suas relações com a Diretoria, como fica evidente na
Figura 35.
29
Pesquisa com 5 Diretores e 1 Presidente
124
CP7
CP10
CP12
1
CP9
Legenda:
Clique CP4
2
Atores da Diretoria
Atores Cooperados
CP13
A não-participação dos Cooperados nos Cliques demonstra, por outro lado, que eles
também não formam subgrupos entre eles e participam de maneira periférica dessa rede
social. Na Tabela 24 fica evidenciado, também, que os atores CP9 e CP12 participam de todos
os subgrupos, o que mantém a ligação entre eles e demonstra a liderança de ambos, indicando
a tendência de eles serem identificados como atores críticos.
Portanto, conclui-se que a Diretoria está fazendo o elo necessário com os cooperados,
apesar da sua característica de centralização, uma vez que eles mantêm relações de Confiança
125
e Auto-organização com a Diretoria com até dois graus de distância, conforme foi
parametrizada a rotina nos subgrupos do NClique (Tabela 25).
CP11
CP2
CP10
CP13
CP5 CP8
2
CP9
Legenda:
CP7
NClique
CP12
CP8
Demais Atores
CP6 CP4
CP1
CP3
CP11
CP1
CP6
CP7
CP4
CP9
CP3
1
CP13
Legenda: CP12
NClique CP5
CP10
Atores da Diretoria CP8 CP2
Atores Cooperados
No caso da entidade, os atores críticos, pelo elo que fazem dentro da rede, assumem
ainda maior importância, pois poucas alternativas de integração restam à rede sem a sua
participação. São eles, pela ordem de importância: CP9, CP10, CP12, CP13 (Tabela 26). Essa
importância pode ser notada quando analisamos a Figura 38 comparado com a Figura 39. A
primeira apresenta todos os atores e seus relacionamentos, e, a segunda, a rede que existe sem
os atores críticos.
127
CP3
CP11 CP7
CP4
CP10 CP13
CP9 CP12
CP2
CP5
CP8
Grupos
Diretora
CP6
Cooperados CP1
CP3
CP11 CP7
CP4
CP2
CP5
CP8
CP6
CP1
Conectores Transacionais CP9 CP12 CP9 CP4 CP2 CP9 CP4 CP2
Expansores de Fronteiras - - -
Fonte: elaborado pelo autor.
5.2.4. Discussão
A rede examinada apresenta baixa densidade, com índice de 32% na dimensão global,
tendo em vista suas dimensões - 13 atores. Considerando que o subgrupo da diretoria
apresenta uma densidade 83% com uma reciprocidade de 79%, conclui-se que grande parte
dos relacionamentos ocorre nesse âmbito, o que sugere um diagnóstico de uma diretoria coesa
e distante dos cooperados.
Porém, outras informações devem ser consideradas para um diagnóstico final. Se
observarmos que existe apenas 1 Nclique, considerando a distância de até dois graus, uma
centralização da ordem de 62% e que poucos relacionamentos são feitos no subgrupo de
cooperados, pode-se concluir que a Diretoria vem servindo de elo de conexão interno para
manutenção da coesão do grupo como um todo. Essa centralização da Diretoria, por outro
lado, facilita o surgimento de tríades como Cooperado (a) -> Diretor(b) -> Cooperado (c) e
relações desse tipo tem um potencial de crescimento de 61%.
Outro fator relevante é que, embora relativamente baixa, a dimensão Confiança, com
31%, é mais significativa que a dimensão Auto-relacionamento, ou seja, embora confiem,
nesse caso na Diretoria, os níveis de auto-relacionamento apresentam padrões improdutivos.
Uma suposição que pode ser verificada em um futuro trabalho é que a entidade pode estar
sendo coordenada baseada nas forças de mercado, conforme item 2.3.1, onde as relações se
estabelecem a partir das trocas de bens e serviços, e não do compartilhamento de propósitos.
129
5.3. AGRECO
Agroindústria AI12 11 AG1 AG2 AG8 AG9 AG11 AG12 AG13 AG16 AG18
AG19 AG20
Agroindústria AI19 7 AG1 AG2 AG12 AG13 AG17 AG19 AG20
Fonte: elaborado pelo autor.
Escritório
Administrativo
Mercado
O diagrama identificado pelo mapeamento de redes está exposto na Figura 41. Nele é
possível verificar o papel de fornecedor da AI 12.
A diferença entre o que foi diagramado por Cardoso (2005) e o encontrado nesta
pesquisa é a existência de uma Agroindústria AI12 fornecedora interna de insumos para
produtores e outras Agroindústrias. Isso reflete um avanço no modelo identificado e será aqui
tratado como uma Agroindústria, por receber produtos in natura e transformá-los em insumo
para a Cadeia Logística.
132
Agroindústria AI12
Escritório
Administrativo
Mercado
A rede consolidada Global da entidade apresentou uma densidade de 50% (Tabela 28).
A dimensão Auto-organização tem 45% de densidade e a Confiança apresentou 34% de
densidade. Outra informação importante contida na Tabela 28 é que, dentro da dimensão
Auto-organização, a rede do propósito com 31% é a mais relevante, ficando muito próxima
com 30%, a rede do relacionamento, e com 18% a rede de informação. Por outro lado, na
dimensão da Confiança a rede competência é a mais percebida, com 18%, e a menos
percebida é a da assertividade, com 10%.
133
Quanto ao diâmetro, a rede global apresenta três atores (Tabela 28). Porém, é
importante lembrar que esse indicador retrata a distância máxima entre os atores e que,
segundo a Tabela 30, na dimensão global consolidada, apenas 4% (Tabela 30). A Tabela 28
apresenta a distância média de 1,529. É possível inferir que esse diâmetro relativamente
elevado para uma rede pequena deve-se ao fato de que nem todos os atores se relacionam
diretamente com aqueles do escritório central, com seus relacionamentos direcionados
principalmente aos integrantes da Agroindústria de que participam.
Tabela 29. Agreco – Freqüência das distâncias dos relacionamentos nas dimensões.
Distâncias Confiança Auto-relacionamento Global
1 35% 52% 51%
2 49% 45% 45%
3 16% 3% 4%
Fonte: elaborado pelo autor.
134
Agroindústria Global
Cadeia Logística N° atores 17
Agroindústria AI8 Densidade
Global 50%
N° atores 9 Auto-Organização 45%
Global 54%
Auto-Organização 49% Confiança 34%
Confiança 37%
Administração AG
N° atores 8
Agroindústria AI19
Global 82%
Auto-Organização 80% N° atores 7
Confiança 70% Global 52%
Auto-Organização 45%
Confiança 40%
Agroindústria AI12
N° atores 11
Mercado
Global 44%
Auto-Organização 39%
Confiança 28%
Atores
Administração
Transporte
Consultores
Assistência Técnica
Cooperados
Tipos de Atores
Escritório Central
Agroindústrias
Produtores
“Nova Agroindústria”
30
Reciprocidade – relações = {ab;ba}
31
Tríades transitivas – relações = {ab; bc; ac}.
32
Tríades incompletas – relações = {ab; bc}.
138
Administração AG
Densidade 82%
Agroindústria AI19
Reciprocidade 77%
Transitividade 54% Densidade 52%
Trans. Potencial 84% Reciprocidade 46%
Transitividade 19%
Trans. Potencial 70%
Agroindústria AI12
Densidade 44%
Reciprocidade 44% Mercado
Transitividade 13%
Trans. Potencial 58%
Legenda
Escritório Central
Agroindústrias
Produtores
Cliques
Legenda
Escritório Central
Agroindústrias
Produtores
NClique
Legenda
Atores: AG1, AG6 e AG10
Produtores
Conectores Centrais
5.3.4. Discussão
Foi observado que, estruturalmente, a rede de relacionamento da dimensão global tem
uma densidade significativa de 50%. Trata-se, portanto, de uma rede com significativas
interações. É importante ressaltar que o Escritório Administrativo atinge a notável marca de
80% de densidade e 70% de reciprocidade, aparecendo como um componente-chave para a
dinâmica do grupo. As Agroindústrias mantêm a média de 50% nos mesmos níveis da
dimensão geral da Agreco, e acima do Mercado Orgânico e da Copas.
A dimensão mais percebida é a da Auto-organização, com 45%, 11% de densidade
acima da dimensão da Confiança, com 34%. Essa maior relevância da dimensão Auto-
organização é natural, pois ocorre de maneira espontânea nas relações e a Confiança surge de
um processo de coordenação de ações. Dada a importância da Cadeia Logística (fluxo de
atividade) para a entidade, é necessário tomar algumas incitativas no sentido de desenvolver a
dimensão e colocá-la nos mesmos níveis da Auto-organização, principalmente se se levar em
conta que 85% das relações dessa dimensão são interações com os três atores AG1, AG6 e
AG10.
Quanto à Dimensão Confiança como um todo, a rede que contribui com mais
relacionamentos exclusivos é a de Competência. O Escritório de Administração segue essa
tendência, mas, observando-se a rede das Agroindústrias, veremos que a assertividade é mais
relevante. Isso é coerente, pois, para o fluxo de atividades, fazer “pedidos corretos” é o
primeiro passo para que as condições de satisfação sejam atendidas na coordenação de ações
da Cadeia Logística.
Dentro da dimensão Auto-Organização destaca-se o propósito com maior densidade,
porém, a rede de informações, com 18% de densidade, sinaliza um padrão improdutivo que
deve ser melhorado em prol da eficiência do todo. Quanto à dimensão Confiança, os piores
indicadores ficaram para as redes de sinceridade e confiabilidade, sinalizando que, embora
sejam percebidas as competências, existe insatisfação com o que é prometido e não cumprido
de acordo com o pedido.
As distâncias entre os atores estão compatíveis com a dimensão da rede, pois, entre os
atores, ela é de 1,517, e o diâmetro é de três graus de distância, porém, somente 4% dos
relacionamentos apresentam essa distância máxima. A rede de Mais Comunicação – rigidez
apresenta 3% de densidade. Nesse caso, um valor menor do indicador significa que há menos
problemas de comunicação, conseqüência natural do meio rural, e concentrando-se
principalmente em problemas técnicos, tais como o sinal de telefonia móvel na área rural.
144
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme destacado no início deste estudo, apesar de o Agronegócio de Base
Econômica Familiar possuir relevância para a economia nacional, grande parte de seus
empreendimentos vem sendo considerada ineficiente em função de uma ausência de modelos
de gestão que avancem em seus propósitos de cooperação.
Essa ineficiência é refletida com a perda de mercados tradicionais do ABEF por
simples incapacidade de alcançar os níveis de qualidade, volume e preço requeridos. Isso tem
levado o segmento a procurar alternativas e, entre elas, estão o associativismo e o
cooperativismo.
Porém, a simples associação com outros produtores não garante o alcance dos níveis
de eficiência na Cadeia Logística, necessários para a resolução destes problemas, nem haverá
agregação de valor aos produtos para atrair novos clientes ou simplesmente manter os atuais.
Para isso é necessário que as entidades associativas desenvolvam uma gestão coerente
com sua natureza de sistema complexo adaptativo e, com isso, possa valer-se das experiências
compartilhadas de seus integrantes e criar uma Cadeia Logística sinérgica que use plenamente
o potencial do grupo e uma visão de futuro que possa ser compartilhada como propósito.
Embora os problemas associados ainda sejam extensos, percebem-se nas organizações
estudadas iniciativas e a realização de novas práticas que conduzam a um aprimoramento da
sua produção. Essas práticas prevêem a adoção de metodologias, técnicas e equipamentos,
além da realização de estudos e pesquisas e o envolvimento dos atores sociais com o objetivo
de trocar experiências e aprimorar seu processo produtivo.
Além de criar um Modelo de Mapeamento e Análise de Redes Sociais na Cadeia
Logística do Agronegócio de Base Econômica Familiar, este estudo também visa a contribuir
para o setor, identificando os tipos de redes relevantes para Análise de Redes Sociais da
Cadeia Logística do ABEF.
Também como resultado da pesquisa, criou-se e validou-se o modelo de questionário
para mapeamento das redes; identificaram-se indicadores para acompanhamento das
iniciativas, compreendendo métricas individuais e de grupo e analisaram-se as redes sociais
na Cadeia Logística em foco.
A partir do estudo da Interação da Cadeia Logística e da Teoria da Complexidade,
foram identificadas duas dimensões de redes sociais fundamentais para a dinâmica das
interações existente nas redes sociais:
147
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Social Network Analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies, 2002.
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DRUCKER, Peter Ferdinand. Desafios gerenciais para o século XXI. São Paulo: Pioneira
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ECHEVERRÍA, Rafael. Ontologia del lenguaje. 7. ed. Buenos Aires: Granica, 2005.
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MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3ª. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007.
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grupo de produtores rurais do planalto central. rPOT Volume 8, Número 1 – jun. 2008 p.5-
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SENGE, Peter M. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. 20. ed.
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WILKINSON, John. A pequena produção e sua relação com os sistemas de distribuição. In:
Políticas de Seguridad Alimentaria y Nutrición en Amércia Latina, 2003. Campinas:
Unicamp, 2003a.
152
ORGANIZAÇÃO
Questionário para análise da rede social
Prezado Senhor(a),
Todas as informações aqui cedidas são sigilosas, garantindo-se plenamente o anonimato de suas
respostas.
Nome:_______________________________________________
Idade:
( ) até 21 anos ( ) entre 22 e 30 anos ( ) entre 31 e 40 anos ( ) entre 40 e 50 anos ( ) acima de 51 anos
Naturalidade: __________________
Grau de Instrução:
Fazenda:_____________________________________________Área: ____________
Endereço:___________________________________________________________
Atividade Principal:_____________________________________________________
As questões abaixo visam fornecer informações sobre o grupo de pessoas que fazem parte da Organização:
154
Questão 1. Relacionamentos.
Questão 3: Informação.
Questão 4: Propósito.
Questão 6. Confiabilidade.
Questão 7. Competência.
Questão 8. Sinceridade.
Questão 9: Assertividade.
Relacionamento
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
CP4 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP9 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
Informação
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
Propósito
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
159
Mais Comunicação
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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CP9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Confiabilidade
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP12 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP13 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0
160
Competência
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP11 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0 1
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sinceridade
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0
CP11 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
161
Assertividade
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP9 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CP11 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Auto-organização
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP4 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP9 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0
CP13 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
162
Global
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0
CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1
CP4 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP7 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP9 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1
CP10 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0
CP11 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
CP12 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0 1
CP13 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0
163
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:04:19
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
176
GEODESIC DISTANCE
--------------------------------------------------------------------------------
For each pair of nodes, the algorithm finds the # of edges in the shortest path
between them.
Average distance (among reachable pairs) = 1.750
Distance-based cohesion ("Compactness") = 0.528
(range 0 to 1; larger values indicate greater cohesiveness)
Distance-weighted fragmentation ("Breadth") = 0.472
Freque Propor
------ ------
1 51.000 0.425
2 53.000 0.442
3 11.000 0.092
4 5.000 0.042
Geodesic Distances
1 1 1 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
C C C C C C C C C C C C C
- - - - - - - - - - - - -
1 CP1 0 3 2 2 2 4 1 1 1 1
2 CP2 2 0 2 1 2 1 1 1 1 2
3 CP3 2 3 0 2 2 4 1 1 2 1
4 CP4 2 1 2 0 2 2 1 1 1 1
5 CP5 2 3 2 2 0 2 4 1 1 1 1
6 CP6 2 3 2 2 0 2 4 1 1 1 1
7 CP7 2 3 2 2 0 4 1 1 1 1
8 CP8 2 3 2 2 2 0 1 2 2 2
9 CP9 1 2 1 1 1 3 0 1 1 1
10 CP10 2 2 2 1 2 3 1 0 1 2
11 CP11 2 2 2 1 2 3 1 2 0 2 2
12 CP12 2 2 2 1 1 3 1 1 0 1
13 CP13 2 2 2 1 2 3 1 1 1 0
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:07:17
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
177
Diagonal valid? NO
Model: SYMMETRIC
Input dataset: C:\Arquivos de programas\Analytic Technologies\Ucinet
6\DataFiles\Copas\#global-binario-Sym-max
1 2 3
Degree NrmDegree Share
------------ ------------ ------------
9 CP9 12.000 100.000 0.162
10 CP10 10.000 83.333 0.135
13 CP13 9.000 75.000 0.122
12 CP12 9.000 75.000 0.122
4 CP4 6.000 50.000 0.081
2 CP2 5.000 41.667 0.068
5 CP5 4.000 33.333 0.054
6 CP6 4.000 33.333 0.054
1 CP1 4.000 33.333 0.054
7 CP7 4.000 33.333 0.054
3 CP3 3.000 25.000 0.041
8 CP8 2.000 16.667 0.027
11 CP11 2.000 16.667 0.027
DESCRIPTIVE STATISTICS
1 2 3
Degree NrmDegree Share
------------ ------------ ------------
1 Mean 5.692 47.436 0.077
2 Std Dev 3.123 26.023 0.042
3 Sum 74.000 616.667 1.000
4 Variance 9.751 677.186 0.002
5 SSQ 548.000 38055.555 0.100
6 MCSSQ 126.769 8803.419 0.023
7 Euc Norm 23.409 195.078 0.316
8 Minimum 2.000 16.667 0.027
9 Maximum 12.000 100.000 0.162
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:25:35
Copyright (c) 2002-8 Analytic Technologies
178
RECIPROCITY
--------------------------------------------------------------------------------
In the hybrid method, the overall reciprocity value is the same as in the dyad-based model.
I.e., Num(Xij>0 and Xji>0)/Num(Xij>0 or Xji>0)
"Symmetric" gives proportion of ego's *undirected* contacts with whom ego has reciprocated
ties.
"Non-Symmetric" is 1 - Symmetric
"Out/Non-Sym" gives proportion of ego's non-symmetric ties that are outgoing
"In/Non-Sym" gives proportion of ego's non-symmetric ties that are incoming
"NonSym/Out" gives proportion of ego's outgoing ties that are not reciprocated
"Non-Sym/In" gives proportion of ego's incoming ties that are not reciprocated
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:11:14
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
179
TRANSITIVITY
--------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:12:32
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
180
CLIQUES
--------------------------------------------------------------------------------
3 cliques found.
1 2 3
----- ----- -----
CP1 0.250 0.250 0.333
CP2 0.250 0.250 0.000
CP3 0.250 0.250 0.333
CP4 1.000 1.000 0.667
CP5 0.000 0.000 0.000
CP6 0.000 0.000 0.000
CP7 0.500 0.500 1.000
CP8 0.000 0.000 0.000
CP9 1.000 1.000 1.000
CP10 1.000 0.750 0.667
CP11 0.000 0.000 0.000
CP12 1.000 1.000 1.000
CP13 0.750 1.000 0.667
1 1 1 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
C C C C C C C C C C C C C
- - - - - - - - - - - - -
1 CP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 CP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3 CP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4 CP4 0 0 0 2 0 0 0 0 2 1 0 2 1
5 CP5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 CP6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
7 CP7 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0
8 CP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
9 CP9 0 0 0 2 0 0 1 0 3 1 0 3 1
10 CP10 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0
11 CP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
12 CP12 0 0 0 2 0 0 1 0 3 1 0 3 1
13 CP13 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1
C C C C
C C C C C C P C P C C P P
P P P P P P 1 P 1 P P 1 1
1 2 3 5 6 8 1 7 0 4 9 2 3
1 1 1 1
Level 1 2 3 5 6 8 1 7 0 4 9 2 3
----- - - - - - - - - - - - - -
3.000 . . . . . . . . . . XXX .
2.000 . . . . . . . . . XXXXX .
1.000 . . . . . . . . XXXXXXX .
0.800 . . . . . . . . XXXXXXXXX
0.267 . . . . . . . XXXXXXXXXXX
0.000 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
1 2 3
- - -
1 4 3 2
2 3 4 2
3 2 2 3
Level 1 2 3
----- - - -
3.000 XXX .
2.000 XXXXX
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:14:18
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
182
N-CLIQUES
--------------------------------------------------------------------------------
13
1 2-cliques found.
1: CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP13
1 1 1 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
C C C C C C C C C C C C C
- - - - - - - - - - - - -
1 CP1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 CP2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3 CP3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
4 CP4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 CP5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6 CP6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
7 CP7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
8 CP8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
9 CP9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
10 CP10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
11 CP11 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
12 CP12 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
13 CP13 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
C C C C
C C C C C C C C C P P P P
P P P P P P P P P 1 1 1 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
1 1 1 1
Level 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
----- - - - - - - - - - - - - -
1.000 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:15:41
Copyright (c) 1999-2008 Analytic Technologies
183
CLOSENESS CENTRALITY
--------------------------------------------------------------------------------
Note: Data not symmetric, therefore separate in-closeness & out-closeness computed.
1 2 3 4
inFarness outFarness inCloseness outCloseness
------------ ------------ ------------ ------------
9 CP9 12.000 51.000 100.000 23.529
10 CP10 14.000 55.000 85.714 21.818
12 CP12 15.000 53.000 80.000 22.642
13 CP13 16.000 54.000 75.000 22.222
4 CP4 18.000 52.000 66.667 23.077
7 CP7 22.000 56.000 54.545 21.429
3 CP3 23.000 57.000 52.174 21.053
1 CP1 23.000 56.000 52.174 21.429
2 CP2 29.000 52.000 41.379 23.077
8 CP8 38.000 57.000 31.579 21.053
5 CP5 156.000 45.000 7.692 26.667
11 CP11 156.000 45.000 7.692 26.667
6 CP6 156.000 45.000 7.692 26.667
Statistics
1 2 3 4
inFarness outFarness inCloseness outCloseness
------------ ------------ ------------ ------------
1 Mean 52.154 52.154 50.947 23.179
2 Std Dev 57.258 4.330 29.587 2.054
3 Sum 678.000 678.000 662.309 301.328
4 Variance 3278.438 18.746 875.401 4.220
5 SSQ 77980.000 35604.000 45122.816 7039.347
6 MCSSQ 42619.691 243.692 11380.220 54.862
7 Euc Norm 279.249 188.690 212.421 83.901
8 Minimum 12.000 45.000 7.692 21.053
9 Maximum 156.000 57.000 100.000 26.667
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:17:58
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184
1 2
Betweenness nBetweenness
------------ ------------
9 CP9 40.000 30.303
4 CP4 23.167 17.551
2 CP2 11.000 8.333
12 CP12 7.167 5.429
13 CP13 4.333 3.283
10 CP10 4.333 3.283
5 CP5 0.000 0.000
8 CP8 0.000 0.000
3 CP3 0.000 0.000
1 CP1 0.000 0.000
11 CP11 0.000 0.000
6 CP6 0.000 0.000
7 CP7 0.000 0.000
1 2
Betweenness nBetweenness
------------ ------------
1 Mean 6.923 5.245
2 Std Dev 11.514 8.723
3 Sum 90.000 68.182
4 Variance 132.580 76.090
5 SSQ 2346.611 1346.769
6 MCSSQ 1723.534 989.172
7 Euc Norm 48.442 36.698
8 Minimum 0.000 0.000
9 Maximum 40.000 30.303
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:19:10
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185
Bonacich Power
Power Norma
----- -----
CP1 4.000 3.451
CP2 5.000 4.314
CP3 3.000 2.589
CP4 5.000 4.314
CP5 4.000 3.451
CP6 4.000 3.451
CP7 4.000 3.451
CP8 1.000 0.863
CP9 7.000 6.040
CP10 3.000 2.589
CP11 2.000 1.726
CP12 5.000 4.314
CP13 4.000 3.451
186
COMPONENTS
--------------------------------------------------------------------------------
1 components found.
Component Sizes
NODE COMPONENT
CP1 1
CP2 1
CP3 1
CP4 1
CP5 1
CP6 1
CP7 1
CP8 1
CP9 1
CP10 1
CP11 1
CP12 1
CP13 1
----------------------------------------
Running time: 00:00:01
Output generated: 09 mar 09 00:22:07
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