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Paulo Pardo
MERCADO FINANCEIRO E DE
CAPITAIS
GRADUAÇÃO
GESTÃO FINANCEIRA
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
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1. Administração. 2. Mercado financeiro. 3. Mercado de capi
tais. 4.EaD. I. Título.
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site PHOTOS.COM”.
MERCADO FINANCEIRO E DE
CAPITAIS
Professor Esp. Paulo Pardo
APRESENTAÇÃO
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para
todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com
eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên-
cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe-
tências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação
da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social
de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também
pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação
continuada.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação,
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que,
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente,
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados,
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma
comunidade mais universal e igualitária.
Estou honrado de poder estar com você nesta importante disciplina. Conheceremos as
principais características deste complexo, mas fascinante mundo das finanças.
Eu sou o Professor Paulo Pardo e vamos construir juntos estes importantes conhecimentos.
Você se lembra de um comercial que “martelava” na nossa cabeça todos os dias que dizia:
“quer pagar quanto?”.
Às vezes irritava. Mas eu estou lembrando isso porque, no mundo das finanças, uma pergunta
bem parecida poderia ser feita: “quer ganhar quanto?”.
Gostou da ideia, não é? Se te dessem a opção de ganhar menos ou ganhar mais com o seu
dinheiro, o que você escolheria? “Ah, que pergunta professor! É claro que eu quero ganhar
mais!” – você talvez dissesse. Mas, espere! E se você corresse o risco de perder seu suado
dinheirinho, continuaria pensando assim?
Pois é. Ganhar mais não é tão simples. É preciso entender claramente que os investimentos
têm graus de risco diferentes e que, portanto, não são dirigidos igualmente para todas as
pessoas.
Mas não se assuste. Você vai entender muito bem o que eu estou falando quando estudar
esses conceitos neste material.
Procurei não focar apenas uma linha de um autor específico, mas sim pesquisar o que há de
Também utilizei minha experiência pessoal, pois atuei por vários anos no mercado financeiro,
sendo profissional certificado em consultoria de investimentos. Então, aliando experiência
com conhecimento, tenho certeza que você aproveitará muito este material até em outras
aplicações.
Você talvez tenha uma conta corrente ou uma conta poupança em algum banco. Quase todas
as cidades brasileiras são atendidas pela rede bancária. Aquelas que não têm uma agência,
pelo menos contam com o atendimento de um correspondente bancário, figura no Sistema
Financeiro que é autorizada pela Resolução 3110 do Conselho Monetário Nacional. As casas
lotéricas e os Correios são bons exemplos. Considerando esses dois correspondentes,
podemos dizer que todas as cidades são servidas pela rede bancária.
Muito se reclama sobre o atendimento bancário e, bem, como alguém que já trabalhou na área,
posso dizer que existe muito espaço para melhoria. Algumas cidades inclusive têm leis locais
que determinam um tempo máximo de atendimento em dias normais e em dias considerados
de pico. Mas as filas continuam. Se você julgar os bancos por elas, talvez chegue à conclusão
de que o sistema bancário brasileiro é muito ruim.
Não faça esse julgamento apenas por essa ótica. Quando fiz um dos meus MBAs (este na área
de finanças), conduzi uma pesquisa sobre satisfação de clientes em uma agência bancária de
uma determinada cidade.
Sabe o que eu constatei? Que a maioria dos clientes da agência, apesar das filas, tinha um
bom conceito sobre o atendimento bancário no geral. É claro que mencionaram as filas. Mas,
se você pensar bem, são tantos canais alternativos de atendimento que sobram poucos
serviços que se resolvem apenas na “boca” do caixa, como se costuma dizer.
O que eu quero dizer é que a avaliação unicamente pelo lado das filas não reflete o gigantismo
do nosso sistema bancário.
Isso não é por acaso. Reflete uma boa gestão de negócios, um foco voltado para resultados,
ou seja, o lucro.
Apesar de muitos bancos terem quebrado no caminho nas últimas décadas (você se lembra
do Comind, Banco Noroeste, Banco Nacional, Habitasul, Banestado, Banespa, Meridional,
América do Sul, Sul-Brasileiro etc.?), os bancos atualmente estão, na sua grande maioria, em
boa situação.
Você conhece todos os “atores” deste cenário que compõe o SFN? Não? Então você verá
pontos muito interessantes.
Gostaria que, ao terminar de estudar essa Unidade, você procurasse responder a essas
questões:
- Como são classificadas as instituições do SFN?
Eu vou considerar com você a resposta ao final do livro. Mas, por favor, não leia antes. Não vai
ter graça e você não se aproveitará de todo o conhecimento.
É importante você estudar isso, pois o mercado financeiro é diretamente afetado e afeta
diretamente a política econômica do governo.
Você já deve ter ouvido muita gente reclamar (e talvez até seja um dos que reclamam) que os
juros estão muito altos no Brasil.
Por que o governo, por exemplo, não abaixa os impostos das empresas? Por que o governo
não sobe logo o salário mínimo para uns R$3.000,00?
Isso tudo é o que estudamos quando abordamos as políticas do governo. É bom que você
entenda muito bem isso, pois o seu bolso também está em jogo.
Também nessa Unidade, você vai entender um pouco mais sobre taxa de câmbio. Às vezes,
no noticiário da noite, você ouve o apresentador dizer que o dólar subiu (ou caiu). O que
determina esse sobe e desce do dólar?
Muito bem, mas, lembre-se, responda sozinho. Só vale ver as respostas no final para conferir
o que você fez. Combinado?
Essa parte é muito interessante. Tenho certeza que você vai gostar demais de saber que existe
um mercado de capitais no Brasil que é muito moderno, dinâmico e que oferece oportunidades
fantásticas para os investidores.
Quem sabe você seja um desses investidores. Ou vai ser um dia (espero que sim!).
As pessoas em geral têm certo receio quando se fala em Bolsa de Valores, ações, e outros
termos não muito populares. Esse “medo” geralmente é porque elas não conhecem como
funciona este mercado e só ouvem falar que alguém perdeu muito dinheiro em bolsa ou coisas
desse tipo.
Lá nos Estados Unidos, para você ter uma ideia, a maior parte das economias das famílias
americanas vai para a compra de ações de empresas. Eles enxergam que estão fazendo um
bom investimento para seu futuro e ao mesmo tempo ajudando as empresas do país a se
desenvolverem. Legal isso, não é? Já imaginou se no Brasil fizéssemos a mesma coisa?
Ainda não temos essa tradição, mas as coisas estão mudando aos poucos.
Então você não deve ter receio algum desse mercado. Apenas deve conhecê-lo muito bem,
saber como operar nele, quais alternativas o investidor tem para aplicar recursos visando
ganhar dinheiro e também promover o desenvolvimento do país.
No Brasil, nós temos a BOVESPA. Com certeza você já ouviu muito falar da Bolsa de São
Paulo. É a maior Bolsa de Valores da América Latina e é uma das maiores do mundo. E, em
termos de tecnologia, a BOVESPA não fica devendo nada a nenhuma bolsa de lugar nenhum
do mundo.
Mas vamos em frente. Na Unidade IV, estudaremos mais a fundo como você vai operar no
mercado de capitais.
Quando eu digo que você vai operar, estou imaginando que você vai gostar tanto do mecanismo
que, com certeza, reservará algum dinheiro para isso. Nem que seja só um pouco de suas
economias.
É bom que você saiba que existem custos associados à operação no mercado de capitais. É
claro, não é? Não existe almoço grátis. As empresas cobram para prestar seus serviços e é
bom conhecer esses custos. Mas não desanime! Tudo na vida tem um preço. Só temos que
saber se vale a pena pagar esse preço. No caso do mercado de ações, o custo em relação à
perspectiva de ganho dá um resultado favorável a quem opera com ações.
Eu disse antes que a BOVESPA não fica nada a dever às principais bolsas do mundo em
relação à sua tecnologia. Lembram-se? Pois isso é verdade mesmo. Você sabia que é possível,
no conforto do seu sofá, assistindo aquele programa de TV que você tanto gosta, com um
computador ligado na internet, comprar e vender ações em tempo real? Também que existe
a possibilidade de você fazer isso, da mesma forma, até em horários fora do pregão normal?
Outra coisa muito importante que você vai ver é com relação à escolha de investimentos. No
início da nossa conversa, eu disse que existem opções para você ganhar mais ou ganhar
menos. E logo se pensou: por que ganhar menos se eu posso ganhar mais? (Você também
pensou isso!). Então, vamos compreender que sim, é possível ganhar mais, mas, ao fazer isso,
a pessoa corre um risco maior. É por isso que alguns têm medo da Bolsa de Valores, porque
ouviram dizer que alguém perdeu muito dinheiro em ações. E pode ser verdade. Investir em
ações é uma alternativa que pode render muito dinheiro, mas que pode também perder muito
dinheiro. É o risco! Mas então, como escolher o investimento ideal, se é que existe isso?
Estude com atenção essa Unidade.
As respostas vão ajudar você não só nas suas finanças pessoais, mas a prestar uma consultoria
de qualidade a quem lhe procurar para saber o que fazer com seu dinheiro.
Esse tipo de investimento é muito simples em relação ao seu funcionamento. Talvez o seu
gerente do banco já lhe abordou convidando você a investir em fundos.
Essa indústria movimenta bilhões de Reais todos os anos. É uma grande fonte de receita para
os bancos e também uma grande comodidade para os investidores.
- Professor, mas o que tem de tão interessante em Fundos? - Você talvez pergunte.
Umas coisa muito interessante, entre as várias que estudaremos, é que não importa se a
pessoa é um grande ou pequeno investidor, ela vai ganhar exatamente a mesma coisa que
qualquer outro investidor. Além disso, entrar e sair de um investimento em fundos é muito
rápido e simples.
Existem também fundos para quem gosta de “apimentar” seus investimentos, agregando
algum risco na expectativa de ganhar mais. Bom isso, não é?
Vamos ver também que o próprio governo oferece a possibilidade de investir em seus papéis,
num sistema chamado Tesouro Direto. Esse sistema não é muito conhecido, até porque os
gerentes dos bancos não oferecem aos seus clientes. Por quê? Você vai entender quando
estudarmos essa Unidade.
Volto a te lembrar para conferir as respostas só depois de você ter respondido as questões por
seu esforço pessoal, ok?
Muito bem. Então deixo você com o estudo do material e voltamos a nos falar após a última
Unidade. Até lá!
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS | Educação a Distância 13
SUMÁRIO
UNIDADE I
O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO������������������������������������������������������������������������������������24
AGENTES ESPECIAIS������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 41
UNIDADE II
POLÍTICA ECONÔMICA��������������������������������������������������������������������������������������������������������71
INDICADORES ECONÔMICOS��������������������������������������������������������������������������������������������� 74
ÍNDICES DE INFLAÇÃO���������������������������������������������������������������������������������������������������������77
TAXAS DE CÂMBIO���������������������������������������������������������������������������������������������������������������80
UNIDADE III
AS AÇÕES������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������90
ÍNDICES DE AÇÕES������������������������������������������������������������������������������������������������������������107
UNIDADE IV
TRIBUTAÇÃO������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 117
MERCADO DE BALCÃO�������������������������������������������������������������������������������������������������������120
A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA����������������������������������������������������������������������������������������130
A ANÁLISE TÉCNICA�����������������������������������������������������������������������������������������������������������136
UNIDADE V
FUNDOS DE INVESTIMENTO
TESOURO DIRETO��������������������������������������������������������������������������������������������������������������160
CONCLUSÃO.........................................................................................................................164
REFERÊNCIAS......................................................................................................................175
UNIDADE I
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a origem dos bancos.
• Conhecer a composição do Sistema Financeiro Nacional.
• Entender os conceitos sobre Sociedades corretoras e distribuidoras e Fundo Ga-
rantidor de Crédito.
• Adquirir noções sobre Bancos de Investimentos, Bancos Comerciais e Bancos
Múltiplos.
• Compreender conceitos de cooperativas de crédito, sociedades de crédito imobi-
liário e sociedades de crédito em geral.
• Conhecer clearings e o Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB.
• Ter uma visão sobre entidades ligadas à regulação do mercado de capitais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade:
Você, sem dúvida, conhece muito sobre o Sistema Financeiro. Não, não é preciso ser um
especialista para ter esse conhecimento.
Tudo bem se você não é especialista, mas não pense que você é alheio ao assunto. Afinal,
provavelmente você é cliente de um banco, com sua conta corrente ou somente uma caderneta
de poupança.
Talvez você já seja um investidor mais experiente e já fez algum tipo de investimento mais
direcionado, como fundos de investimento, CDB ou aplicou no mercado de ações.
E sua casa? É sua? É financiada? Então você já negociou com uma sociedade de crédito
imobiliário ou com um banco que possui uma carteira de crédito imobiliário.
Em todos esses casos, você é um ator nesse grande palco que é o mercado financeiro e de
capitais.
Imagine sua vida sem essa complexa estrutura! Quem cuidaria de suas economias que você
acumulou com algum sacrifício? Guardaria debaixo do colchão? Não! Além do risco óbvio, seu
dinheiro não trabalharia para você, ou seja, não produziria renda.
Apesar desta alusão já ser bastante antiga, podemos retroceder ainda mais no tempo para
encontrar outras fontes de referência à prática bancária. Uma dessas é na antiga Babilônica,
onde já havia pessoas que concediam e recebiam empréstimos, bem como se dispunham
a guardar o dinheiro de outros. O dinheiro, considerado sagrado, ficava ao encargo dos
sacerdotes do templo. (ALMEIDA, 1995).
A maioria dos estudiosos credita aos fenícios as primeiras operações bancárias. Já a origem
do nome “banco” vem dos romanos, do latim, da palavra que designava a mesa onde os
cambistas promoviam suas operações de troca de dinheiro. Aliás, essa era a função primitiva
dos bancos, a troca de moedas, sendo que a função de guarda e empréstimo de dinheiro
veio algum tempo depois. Um fato interessante é que a expressão “bancarrota” (designando
alguém ou firma que entra em falência) derivou da palavra original para “banco” em latim,
exatamente do costume de quebrar a mesa do cambista quando o negócio não prosperava
(ALMEIDA, 1995).
Conforme Wonnacott, P. et al. (1982, p. 218, apud ALMEIDA, 1995) “foi a busca de lucro que
determinou o desenvolvimento do sistema bancário, e este processo pode ser melhor ilustrado
pela história dos ourives medievais”. Este autor ainda destaca que, embora a atividade principal
dos ourives fosse a de trabalhar os metais preciosos, frequentemente também exerciam a
função de receber esses metais para que fossem guardados. Este tipo de serviço era prestado
A lógica do lucro bancário surgiu de forma natural: era evidente que no depósito de objetos de
valor já trabalhados, como joias, por exemplo, o ourives deveria devolver exatamente o mesmo
objeto ao proprietário. Porém, alguns objetos eram, por assim dizer, impessoais, como no caso
de moedas e barras de ouro. A devolução não tinha a obrigação de ser exatamente o mesmo
objeto e sim o seu similar em valor e características. O fato destes objetos permanecerem,
por vezes, longos períodos estocados e, em uma eventual retirada, esta não ocorrer de uma
única vez, além de viabilizar que outros objetos similares fossem frequentemente depositados,
permitiu que uma parte destes estoques fossem emprestados mediante a cobrança de juros
por parte do ourives (ALMEIDA, 1995).
O ourives emprestaria ouro e receberia em troca o valor correspondente em notas
promissórias nas quais eram especificados a taxa de juros e o período de resgate das
mesmas [...]. Neste momento, sua atividade deixa de ser a de uma simples casa de
penhores para transformar-se na de um banco comercial, como o conhecemos hoje
(Wonnacott, P. et al., ibid. p. 219).
Apesar de lucrativa, essa atividade de emprestar mediante a cobrança de juros não era bem
vista por setores importantes da sociedade da época, sendo inclusive considerada uma
atividade ilegal em algumas regiões. A Igreja Católica, por exemplo, muito influente na época,
era contra essa prática, razão pela qual encontramos na história essa atividade sendo exercida
na maioria das vezes por judeus. Até os dias atuais, a Igreja Católica ainda considera como
prática de usura a cobrança extorsiva de juros e, na Constituição Brasileira de 1988, no Artigo
192, há uma proibição de cobrança de juros acima de 12% ao ano (é claro que este artigo
nunca foi regulamentado, portanto, na prática, não tem qualquer valor). Conforme Magalhães
Fº. (1991, p. 136, apud Almeida, 1995):
A partir do século VI, já estando formadas grandes fortunas comerciais, surgem os
primeiros banqueiros, que vão substituir os cambistas como fonte de crédito. Em vez de
se limitarem a emprestar dinheiro, os banqueiros italianos passarão a aceitar depósitos,
descontar títulos e manter correspondentes em outras praças.
De acordo com Almeida (1995), esses empreendimentos eram principalmente familiares até
meados do século XV, e apenas com a evolução da contabilidade é que surgiram verdadeiras
empresas bancárias. O fato dos banqueiros acumularem riquezas cada vez maiores é apontado
por muitos autores como um dos motivos para a queda do feudalismo e da monarquia. Essa
riqueza era obtida não só pela cobrança de juros como também pela aquisição de terras
Viram que interessante? Quando você for usar um caixa eletrônico num shopping ou
supermercado, lembre-se do que já caminhamos para chegar até o ponto onde estamos hoje.
Com a fuga da família real portuguesa ao Brasil no início do século XIX, a realidade nacional
passou a ser transformada com a entrada em operação do primeiro banco da América do Sul,
o Banco do Brasil.
Nessa volatilidade dos mercados, em que o dinheiro rapidamente passa de um país para outro
a de um mercado para outro sem prévio aviso, é muito importante que as atuais instituições
financeiras brasileiras estejam preparadas e consolidadas para o atendimento das demandas
do mercado interno assim como para os desafios da diversidade que o mercado mundial
oferece.
Para que essa realidade possa continuar sendo verdadeira no futuro, diversos mecanismos de
controle funcionam com bastante agilidade e competência.
Se você não acredita que o sistema bancário brasileiro é bom, compare o que aconteceu na
crise financeira mundial desencadeada a partir dos EUA e que se alastrou ao redor do mundo.
Quem foram os principais responsáveis? Os bancos brasileiros não tiveram nada a ver com
isso. Foram os bancos americanos e suas práticas financeiras temerárias que fizeram a maior
parte do estrago.
Basicamente, o modelo de banco que foi estabelecido para o Brasil foi o europeu. Com a vinda
da família real ao Brasil em 1808 foi criado, por alvará de D. João VI, príncipe regente, o Banco
do Brasil. Como única instituição do gênero no país, teve como função, a partir de 1809, ser
um banco de depósitos, descontos e emissão, tendo ainda o privilégio de ser intermediário de
venda de produtos da coroa.
VOCÊ SABIA?
O Banco do Brasil quebrou com a volta da família real para Portugal. Veja o que aconteceu nas datas
abaixo:
1821
Em 25 de abril de 1821, D. João VI e a Corte retornaram a Portugal, levando os recursos depositados
no Banco, já em crise devido à sua profunda vinculação com os interesses da Coroa.
1822
Em 7 de setembro, D. Pedro I declara a independência do Brasil. O apoio do Banco foi decisivo para
que as autoridades da época custeassem escolas e hospitais e equipassem os navios que minaram
as últimas resistências lusitanas e asseguraram a Independência.
1833
O Banco do Brasil foi exaurido por saques da Corte Portuguesa em seu retorno a Lisboa, por desca-
labro administrativo e desmandos fi nanceiros durante o 1º Reinado. Findo o prazo de duração, esta-
belecido em 20 anos, e sob intensa oposição política, foi fi nalmente liquidado em 1833.
Fonte: <http://www.bb.com.br/portalbb/page3,102,3527,0,0,1,8.bb?codigoNoticia=1088&codigoMenu=1193&cod
igoRet=11082&bread=3_1>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Foi no final dos anos 20 que foi criada a Inspetoria Geral de Bancos que, junto à Carteira
de Redescontos do Banco do Brasil, serviu de base para a criação da Superintendência da
Moeda e do Crédito (SUMOC) em 1945. Esse órgão assumiu a responsabilidade de regulação
e fiscalização das instituições bancárias. A necessidade de criação de um mecanismo central
de regulação e fiscalização ficou evidente nesse período Pós-guerra devido à expansão da
rede bancária e ao incremento do processo industrial brasileiro.
A partir de 1967, houve uma concentração das instituições financeiras por meio de fusões e
incorporações. Nessa fase, os bancos, incentivados por uma economia de escala e menores
custos, puderam operar com menores taxas de juros, dando ao sistema bancário maior
segurança e ao governo incentivo à estratégia de internacionalização.
As décadas de 1970-80 são marcadas pela reserva de mercado, com a proibição de cartas-
patentes (1970) e o sistema de pontos (1985) (Pinheiro, 2006).
A partir de 1980 e até os dias atuais, houve um incremento importante do papel dos bancos
privados como financiadores do setor público (União, Estados, Municípios e empresas estatais).
No início da década de 90, as instituições financeiras ganhavam muito dinheiro com a chamada
“ciranda financeira” onde, por causa da inflação elevada, os correntistas corriam aos bancos
para depositar seus recursos e protegê-los da inflação e os bancos, por sua vez, aplicavam
esses recursos na forma de empréstimos a juros muito mais elevados do que os pagos aos
investidores.
Com a estabilização da moeda, houve uma perda estimada da ordem de R$9 bilhões para os
bancos apenas com o fim do float, ou seja, o ganho que essas instituições tinham por meio
de transferências inflacionárias, indicando um forte ajuste a ser feito pelos bancos em geral.
Para fortalecer e reestruturar o sistema financeiro, o Governo Federal lançou o Proer (Programa
de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), cujas
principais medidas, de acordo com Pinheiro, 2006, foram:
• Estabelecimento de incentivos fiscais para a incorporação de instituições financeiras.
A partir de 1995 houve a previsão, estudada caso a caso, da entrada de capital estrangeiro
em bancos no Brasil, visando aumentar a competitividade no sistema financeiro. Só de 1997
para 1998, houve um aumento na participação estrangeira nos ativos dos 20 maiores bancos
privados nacionais de quase 50%.
Como você viu até agora, durante o período que vigorou uma inflação altíssima no Brasil,
os bancos não se preocupavam muito com eficiência, uma vez que seus lucros vinham
basicamente da especulação financeira.
Na verdade, a alta inflação além de não favorecer investimentos produtivos (afinal, que
empresário arriscaria seu capital em um empreendimento que podia não dar certo, se era
muito mais rentável deixar o dinheiro no chamado “overnight”? (operações com prazo de
1 dia, que garantiam rendimentos significativos aos investidores), escondia administrações
perdulárias de muitas instituições financeiras.
Quando a máscara da ineficiência bancária caiu, colocando os clientes em situação difícil por
O Brasil, então, passou a seguir uma tendência dominante no mundo, especialmente a partir
da década de 90, que é o estabelecimento de uma rede com instrumentos adicionais aos
oficiais de acompanhamento, controle e proteção ao sistema financeiro. Fazem parte dessa
rede, que visa a manutenção de um sistema bancário sólido e estável, empréstimos de última
instância, regulação eficaz, fiscalização eficiente, estrutura legal adequada e proteção direta
aos depositantes via um sistema garantidor.
O Fundo Garantidor de Crédito é, portanto, uma entidade privada, ou seja, não utiliza recursos
públicos para oferecer garantias aos depositantes e investidores.
Mas afinal, o que é Sistema Financeiro? Podemos definir como o conjunto de instituições
financeiras dedicadas a proporcionar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo
de recursos entre poupadores e investidores no País.
Ficou muito técnica essa definição? Imagine que você seja um poupador e queira fazer o
seu dinheiro trabalhar para você. A quem você confiaria esse dinheiro? Poderia buscar entre
alguns amigos ou parentes, aqueles que fossem de sua confiança e que certamente pagariam
de volta o seu dinheiro com juros em uma data combinada. Mas isso seria muito complicado!
As instituições financeiras fazem esse trabalho para você. Guardam o seu dinheiro, com o
compromisso de remunerá-lo a uma determinada taxa. Mas quem paga essa taxa na verdade
são aqueles que precisam do dinheiro emprestado e que vão aos bancos buscando esse
dinheiro, dispostos a pagar juros (sempre maiores do que aqueles que o banco paga para
você quando você deposita). Entendeu a “mágica”? Os bancos basicamente trabalham com o
seu dinheiro, a diferença de juros entre o que eles emprestaram e o que pagam para você fica
como lucro dos bancos, o chamado “spread” bancário. Não há nada de ilegal nisso. Afinal, se
alguém que tomou empréstimo não pagar, o banco tem que honrar o seu dinheiro, caso você
Apesar de um volume muito grande desse crédito ser direcionado para pessoas físicas, não se
esqueça que uma grande parte é direcionada para o setor produtivo (indústrias, agronegócios)
e para empresas do comércio e serviços. Sem o crédito, a economia literalmente para.
Como vimos, sendo a função principal do SFN viabilizar a intermediação entre poupança e
investimento, inserem-se neste contexto diversos órgãos e instituições que efetivam esse
objetivo.
• INSTITUIÇÕES OPERATIVAS
• INSTITUIÇÕES DISTRIBUIDORAS
• INSTITUIÇÕES ESPECIAIS
• SUBSISTEMA OPERATIVO
Subsistema normativo
Tem como principal função regulamentar e fiscalizar o mercado financeiro. Fazem parte deste
subsistema:
Competências:
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e
seu processo de desenvolvimento.
Atribuições específicas:
- Autorizar as emissões de papel-moeda.
- Estabelecer normas a serem seguidas pelo BC nas transações com títulos públicos.
Você, vez por outra, já ouviu falar deste importante órgão. O Banco Central é o órgão executivo
central do sistema financeiro, funcionando como secretaria executiva do CMN. Cabe ao
BACEN ou BC, a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho. É comumente chamado de
“banco dos bancos”.
Competências:
- Formular e gerir as políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Gover-
no Federal.
Principais atribuições:
- Emitir papel-moeda e moedas metálicas nas condições e limites autorizados pelo CMN.
Este importante componente do Sistema Financeiro Nacional está muito presente na economia
de uma forma geral. Principalmente quando você ouve falar sobre o desempenho das Bolsas,
no caso do Brasil é a CVM a responsável para que tudo funcione de forma confiável para os
investidores. A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei
6385, de 07/12/1976, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover a expansão,
Quando entrarmos no assunto de Bolsa de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros, você vai
entender mais claramente como é importantíssima a função da CVM.
Você tem um seguro de vida ou previdência privada? A saúde do seu plano ou da sua apólice
deve muito a atuação deste importante ator do Sistema Financeiro Nacional.
A SUSEP é uma autarquia, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pelo Decreto-Lei 73/66
de 21/11/1966. A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável pelo
controle e pela fiscalização do mercado de seguros, previdência aberta e capitalização.
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio de
operações de seguros, previdência privada aberta e de capitalização.
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o
funcionamento das entidades que neles operam.
• Cumprir ou fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este
forem delegadas.
(*) Práticas comerciais equitativas são as que asseguram a todos os envolvidos o direito de transações realizadas com justiça,
ética e tratamento igualitário.
Se você é ou pretende ser um funcionário de uma grande empresa, tal como a Petrobrás, Banco
do Brasil, Caixa Econômica Federal ou alguma empresa de telecomunicações, provavelmente
lhe foi ou será oferecido um plano de previdência complementar.
Este plano, diferentemente do que você encontrará à venda em uma instituição bancária
na forma de um plano de previdência dos tipos PGBL ou VGBL, não é regulamentado nem
fiscalizado pela SUSEP por não se tratar de uma previdência do tipo aberta, e sim do tipo
fechada. As movimentações desses planos de previdência fechada, também conhecidos como
fundos de pensão, são administradas por Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(EFPC). Até recentemente, a fiscalização e regulamentação das EFPC eram atribuições da
SPC – Secretaria de Previdência Complementar. No entanto, a SPC funcionava de maneira
precária, com servidores cedidos por outros órgãos de governo, autarquias e empresas
estatais. Somente 20% de seus servidores eram do quadro da Secretaria, e dentre esses não
havia atuários e outros profissionais indispensáveis para atender a um setor com mais de 370
fundos de pensão, que administra mais de mil planos de benefícios com reservas superiores
a R$ 400 bilhões.
Para realizar esse trabalho, a PREVIC tem autonomia orçamentária, administrativa e financeira.
Os recursos são provenientes da TAFIC, uma Taxa de Fiscalização paga pelos fundos de
pensão, de acordo com os recursos de cada plano administrado.
Com essa autonomia, permite-se a PREVIC exercer sua missão com a necessária segurança
econômica, financeira e atuarial, conforme determina a lei. Também traz maior segurança e
Subsistema operativo
Neste subsistema, também podemos alocar os intermediários financeiros que atuam como
Agentes Especiais em promover políticas de interesse do governo.
No mercado atual, como os bancos múltiplos tem atendido seus clientes com respeito à qualidade do
atendimento?
Que canais o cliente tem para resolver seus problemas com essas instituições?
AGENTES ESPECIAIS
Nós já vimos como o Banco do Brasil iniciou sua história quando da vinda da família real
portuguesa para o Brasil. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre a forma como ele é
estabelecido. O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com controle acionário
da União, cujas funções básicas são: agente financeiro do Governo Federal, Banco Comercial
Principais atribuições:
• Agente financeiro do Governo Federal: recebe os tributos e as rendas federais, depósitos
compulsórios e voluntários das instituições financeiras; realiza os pagamentos necessários
e constantes do Orçamento da União; efetua redesconto bancário; executa a política de
preços mínimos agropecuários e a política do comercio exterior do Governo, adquirindo ou
financiando os bens de exportação; constitui agente pagador e recebedor no exterior entre
outras operações.
• Banco comercial: mantém contas correntes de Pessoas Físicas e Jurídicas; opera com
caderneta de poupança; executa operações de descontos; concede créditos de curto pra-
zo, além de outras funções típicas de bancos comerciais.
A Caixa Econômica Federal, assim como o Banco do Brasil, também está sob o controle do
Governo Federal. Mas ao contrário do Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia
mista, a Caixa Econômica Federal é uma empresa pública de propriedade da União e
responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação popular
e saneamento básico, atuando, também, como banco comercial e sociedade de crédito
imobiliário, caracterizando-se cada vez mais como o banco de apoio ao trabalhador de baixa
renda.
Principais atribuições:
• Captar recursos em caderneta de poupança, em depósitos judiciais e a prazo e aplicar em
empréstimos vinculados, preferencialmente à habitação.
• Aplicar os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS –
preferencialmente nas áreas de saneamento e infraestrutura urbana.
Esta instituição também é muito comentada nos noticiários econômicos, dada a sua
importância para o desenvolvimento nacional. Principalmente, no momento em que alguns
setores da economia precisam de uma injeção de capital para poder crescer ou mesmo manter-
se, o BNDES mostra-se fundamental. O BNDES é a instituição responsável pela política de
investimento de longo prazo do Governo Federal, considerada a principal instituição financeira
de fomento do país.
Principais atribuições:
• Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País.
Intermediadores financeiros
Banco Comercial
Os bancos comerciais são instituições cujo controle pode ser público ou privado, sendo
constituídas sob a forma de sociedades anônimas. Atuam na intermediação entre depositantes
e tomadores de crédito. Para isso, recebem depósitos à vista e efetuam empréstimos, de
características de curto e médio prazos, principalmente para pessoas físicas e para capital de
giro das empresas.
Banco de Investimento
O banco de investimento atua no sentido de canalizar recursos de médio e longo prazo para
suprimento de capital fixo (investimento) e de giro para as empresas. Ao contrário dos bancos
comerciais, os bancos de investimento não apresentam capacidade de emissão de moeda.
Fonte: PHOTOS.COM
É bom destacar que um banco de investimento não pode manter contas correntes. A principal
forma de captação de recursos para essas instituições é pela emissão de CDB e RDB,
mediante a captação e repasses de recursos de origem interna ou externa ou pela venda de
cotas de fundos de investimentos administrados por esses bancos.
Não é raro atuarem como agentes financeiros do BNDES, captando daí recursos para suas
operações.
Banco Múltiplo
Essa forma de apresentação dos Bancos é, sem dúvida, a mais conhecida por você. Afinal,
não importa o lugar onde você more, certamente existe uma agência bancária estabelecida
em sua localidade. A forma como os bancos atualmente são constituídos foi implementada
por meio de uma série de regulamentações. Basicamente, podemos dizer que os bancos
múltiplos surgiram mediante a Resolução 1524 de 21/09/1988 do Conselho Monetário Nacional
e foram regulamentados pela Circular do Banco Central do Brasil nº 1364 a fim de racionalizar
a administração das instituições financeiras. Por meio dessa regulamentação, as instituições
financeiras que atuavam em operações de banco comercial e de banco de investimento foram
autorizadas a se organizar como bancos múltiplos.
Como consequência, nos anos seguintes, quase todos os bancos comerciais acabaram por se
transformar em bancos múltiplos, permanecendo comerciais apenas pequenas instituições de
importância regional ou ocupantes de pequenos nichos de mercado.
Na prática, o que ocorria eram instituições operando como bancos comerciais e bancos de
investimento de um mesmo grupo controlador. Com a alteração, puderam constituir uma única
Bolsa de Valores
Principais atribuições:
• Manter local adequado à realização, entre corre-
tores, de transações de compra e venda de títulos e
valores mobiliários, em mercados livres, organizados
e fiscalizados pelos próprios membros participantes e pela CVM.
• Assegurar aos investidores completa garantia de recebimento pelos títulos e valores nego-
ciados.
Bolsa de Mercadorias
Os produtos mais comercializados nas bolsas de mercadorias atualmente são: ouro, dólar
(comercial e flutuante), café (arábica ou robusta), algodão, soja e o boi gordo.
A BM&F é uma associação sem fins lucrativos, organizada para proporcionar a seus membros
as facilidades necessárias à compra e venda de commodities (*) e/ou contratos de liquidação
futura.
(*) Commodities: são ativos negociados sob a forma de contratos em bolsas de mercadorias e futuros, exemplo: soja, trigo,
boi, dólar, índices de bolsa etc.
Os mercados da BM&F são regulamentados pelo Bacen e pela CVM, a quem compete
disciplinar, fiscalizar e desenvolver esse mercado.
Se você decidir operar no mercado de ações, com toda certeza vai ter contato com esse
componente do SFN. As sociedades corretoras são instituições auxiliares do Sistema
Financeiro Nacional que operam no mercado de capitais com títulos e valores mobiliários,
em especial ações. Fazem a intermediação com as Bolsas de Valores e de mercadorias. Sua
constituição depende da autorização do Bacen e o exercício de suas atividades depende de
autorização da CVM.
Principais atribuições:
• Operar nos recintos de Bolsas de Valores e de mercadorias.
Preste atenção nisso: as atividades das DTVM têm uma faixa operacional mais restrita do que
as corretoras, uma vez que elas não têm acesso às bolsas de valores e mercadorias. Para
operar nesse mercado, as DTVM utilizam-se das CTVM.
• Operações de mercado aberto, desde que satisfaçam as condições exigidas pelo Bacen.
Cooperativas de Crédito
Instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade cooperativa, tendo por objetivo
a prestação de serviços financeiros aos associados, como concessão de crédito, captação
de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de cobrança, de custódia, de
recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras
públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações específicas e
atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
O potencial das cooperativas de crédito é enorme. Para você ter uma ideia, na Alemanha são
15 milhões de associados, algo próximo de 20% do movimento financeiro bancário no país.
Na Holanda, mais de 90% das operações de crédito rural são realizadas por cooperativas de
crédito. Nos EUA, 25% da população são associadas a uma Cooperativa de Crédito.
Bem, no Brasil podemos ter uma visão pessimista ou otimista, depende do analista. Se for
pessimista, o quadro apresentado é ruim, pois apenas 2,26% das operações de crédito são
realizadas por cooperativas no âmbito da área bancária do SFN. Mas numa visão otimista, isso
quer dizer que temos um enorme campo de crescimento e, se bem geridas como têm sido, as
(*) agente fiduciário: tem como função proteger os interesses do investidor junto à empresa emissora, à CVM e aos demais
órgãos envolvidos.
O cooperativismo surgiu na Europa entre 1820 e 1840 quando surgiram na França e na Inglaterra, as
primeiras cooperativas.
O cooperativismo de crédito, uma de suas vertentes, vem sendo responsável por algumas marcas
signifi cativas, das quais destacamos:
• Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Portugal, Estados Unidos e Canadá o utilizam para
a formação de poupança e o fi nanciamento de iniciativas empresariais, visando o desenvolvimento
local de forma sustentável.
• De acordo com a Agência de Estatística da União Européia (Eurostat), as cooperativas de crédito
representavam, no ano 2000, 46% das instituições de crédito da região e foram responsáveis por 15%
das operações de intermediação fi nanceira.
• Na Holanda, o Rabobank Group formado por 397 cooperativas de crédito administra ativos totais de
360 bilhões de Euros, valor equivalente à soma de todo o sistema fi nanceiro brasileiro.
• Na Alemanha, o DG Bank, que administra ativos totais de 600 bilhões de Euros, também foi criado a
partir de cooperativas de crédito.
• Na Espanha, o grupo Mondrágon, que na década de 50 reativou no país as cooperativas industriais,
hoje controla um grande banco, a Caja Laboral Popular.
• O BankBoston originou-se a partir de uma cooperativa de exportadores e importadores, criada no
fi m do século XVIII.
• Em países como a Irlanda e o Canadá as cooperativas de crédito vêm ocupando os espaços deixa-
dos pelas instituições bancárias nas pequenas comunidades, ofertando serviços mais adequados as
necessidades locais.
Fonte: <http://www.geranegocio.com.br/html/geral/coopcred.html#1>. Acesso em: 14 fev. 2009.
Você já comprou no crediário em alguma loja? Se sim, talvez o famoso carnê que você levou
para casa não pertença à loja que te vendeu os produtos. Muito provavelmente, essa compra
foi financiada por uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento. Essas instituições
são também conhecidas como financeiras. Têm como função principal o financiamento de
bens de consumo duráveis, serviços e crédito pessoal, por meio dos conhecidos “crediários”
ou CDC – Crédito Direto ao Consumidor. Além desse mais conhecido serviço, as financeiras
também podem realizar repasses governamentais, financiar profissionais liberais autônomos
legalmente habilitados e conceder ainda crédito pessoal (Assaf, 2006). Não podem manter
contas correntes.
Suas principais formas de captação de recursos são duas. A colocação de Letras de Câmbio –
LC (praticamente inexistentes atualmente), que são títulos de crédito sacados pelos financiados
e aceitos pelas financeiras para colocação junto ao público. Ao adquirirem essas LCs, os
investidores têm uma dupla garantia: a do emissor (ou financiado) e da financeira, que aceitou
a letra de câmbio. A segunda são os depósitos a prazo fixo sem emissão de certificado,
conhecidos como Recibos de Depósitos Bancários – RDB.
- Ligadas a grandes grupos industriais, como montadoras de veículos, por exemplo (Assaf,
2006).
Muitas vezes, ao adquirir um bem durável, como um veículo, o vendedor pode oferecer a você
uma modalidade de aquisição diferente do tradicional financiamento. Esta modalidade é o
leasing.
O leasing também é muito utilizado para empresas que precisam de bens de produção,
geralmente de valor elevado, e que necessitam adequar o desembolso de caixa à aquisição
do bem.
O sonho da casa própria parece estar mais perto de se concretizar no Brasil. Uma das razões
é o fato de contarmos com as Sociedades de Crédito Imobiliário.
Um assunto de grande interesse para quem quer realmente conhecer o SFN é o da liquidação
de papéis e operações das instituições financeiras e do Governo. É importante que você
saiba que grande parte dos títulos públicos e privados negociados no mercado monetário
Primeiramente, vamos conhecer o Selic ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia que foi
desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e a Andima (Associação Nacional das Instituições
do Mercado Aberto) em 1979, voltado a operar com títulos públicos de emissão do BACEN e
do Tesouro Nacional. Esse sistema é constituído, na verdade, em um grande computador que
tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e de venda de
títulos públicos e manter sua custódia física e escritural.
Após a adoção deste sistema, houve uma maior segurança para as operações de compra e
venda de títulos, oferecendo garantias da existência dos papéis em negociação e dos recursos
necessários para a liquidação financeira, ou seja, o pagamento da operação.
Mas quais são os títulos mais negociados no Selic? São os títulos emitidos pelo Governo
Federal.
• NTN-B – Notas do Tesouro Nacional, série B – são papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados ao IPCA.
• NTN-C – Notas do Tesouro Nacional, série C – são papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados ao IGP-M.
• NTN-H – Notas do Tesouro Nacional, série H – são papéis pós-fixados com rendimentos
atrelados à TR.
Os vários negócios com esses títulos são acertados diretamente entre os operadores das
instituições financeiras credenciadas a operar no mercado monetário, que repassam as
informações, via terminal, ao Selic, para que ocorra a transferência do dinheiro e, a seguir, dos
títulos envolvidos nas operações (Assaf, 2006).
Além do Selic que, como você viu, negocia principalmente títulos públicos federais, é importante
que você também conheça a Cetip.
Registra, custodia e liquida também títulos públicos estaduais e municipais emitidos após 1992,
títulos esses representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, bem como
todos os Créditos Securitizados da União, da Dívida Agrícola, dos Títulos da Dívida Agrária e
dos Certificados Financeiros do Tesouro.
Os dois sistemas de liquidação e custódia (Selic e Cetip) têm por objetivo básico promover a boa
liquidação das operações do mercado monetário, propiciando maior segurança e autenticidade
aos negócios realizados. Por sua importância no volume de operações no mercado monetário,
o Selic e a Cetip divulgam periodicamente duas taxas de juros amplamente adotadas pelos
agentes econômicos, a taxa Selic e a taxa Cetip (Assaf, 2006).
Por meio do Selic, as instituições financeiras podem adquirir e vender títulos todos os dias,
criando uma taxa diária conhecida como overnight e representativa das operações de um dia
útil.
Como os títulos negociados no Selic são de grande liquidez e teoricamente de risco mínimo
(títulos públicos), a taxa definida no âmbito desse sistema é aceita como uma taxa livre de risco
da economia, servindo de importante referencial para a formação dos juros de mercado (taxa
básica de juros).
As taxas CDI são provenientes da troca de posição financeira dos bancos entre si. Em
operações de um dia, as instituições negociam aplicações e captações de recursos, visando
reforçar suas reservas de caixa ou apurar retornos sobre saldos excedentes.
A CBLC possui uma estrutura muito moderna e extremamente eficiente de clearing (ou câmara
de compensação), para efetuar atividades de compensação, liquidação, custódia e controle de
risco para os mercados à vista, a termo e de opções.
Entre os serviços oferecidos pela CBLC, um dos mais importantes é a custódia, ou seja, a
guarda de ações de empresas de capital aberto, bem como certificados de privatização,
debêntures, certificados de investimentos, certificados audiovisuais e ainda cotas de fundos
imobiliários.
A CBLC é regulada e fiscalizada pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários
– CVM.
Para você ter uma visão geral da CBLC, veja abaixo as suas principais atribuições:
• Registrar, liquidar e compensar operações à vista, no mercado a termo e de opções, quan-
do de responsabilidade das CTVM ou de seus clientes.
De fato, para que o mercado funcione de forma ordeira e transmita confiança aos participantes,
é preciso que se tenha certeza que os ganhos dos investidores serão recebidos e que suas
operações de compra e venda serão liquidadas nos prazos e condições acordados.
As clearings são entidades de capital privado, formadas pelos principais bancos do País.
Assim como as clearings, que oferecem uma segurança maior ao operar com títulos e valores
mobiliários, quando falamos em sistema financeiro devemos pensar em segurança a todos
os envolvidos, desde um emitente de um cheque até uma empresa que emite uma duplicata
de uma venda ou serviço prestado, e que recorre a um banco com o fim de proceder a sua
cobrança.
Pense, então, quando você emite um cheque ou passa seu cartão de débito ou crédito ao
realizar uma compra ao fazer isso, mesmo que não se dê conta, você aciona o SPB. Até as
próprias instituições financeiras valem-se deste sistema para realizar as transferências diárias
que se originam de suas próprias transações.
• Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC (já estudamos isso, você se lem-
bra?).
• Cetip.
• Selic.
• Visanet e Redecard.
As transferências realizadas pelo SPB podem ser por meio de Liquidação Bruta em Tempo
Real (sigla: LBTR) ou ainda por Liquidação Diferida Líquida (sigla: LDL), dependendo do tipo
A LBTR é uma liquidação que ocorre quase em tempo real ao longo do dia, de forma simultânea,
operação por operação, em todos os dias úteis para fins de operações praticadas no mercado
financeiro.
Já a LDL é uma liquidação que ocorre em D+0 até D+3, dependendo do tipo de operação.
As liquidações dos recursos entre instituições financeiras são executadas em horários
predeterminados durante o dia, pelo valor líquido entre seus participantes.
Para você entender melhor como funciona o esquema de transferência de recursos, veja a
ilustração abaixo:
Você tem ideia, por exemplo, do volume de recursos movimentados por cheques no Brasil?
Somente em 2008, foram emitidos 2 bilhões de cheques, no valor global de cerca de R$2,6
trilhões, sendo o valor médio por cheque de R$1.300,00. Apesar de seu uso estar caindo
gradativamente, ainda é um dos meios preferidos de pagamento pelos brasileiros (BACEN,
2008).
E quanto aos cartões de crédito? Só para ter uma noção do tamanho deste mercado, a
quantidade de cartões de crédito evoluiu de 53,5 milhões (média de 1 cartão para cada 3,4
habitantes) em 2004, para 137,8 milhões em 2008 (média de 1 cartão para cada 1,4 habitantes),
com incremento de 157,6% no período. Em 2008 foram efetuadas 2,5 bilhões de transações,
no valor global de R$217,9 bilhões, com valor médio de R$86,00 por transação. Isso quer dizer
que até mesmo pequenas compras já ganham a preferência de pagamento por meio do cartão
de crédito (BACEN, 2008).
Você já deve ter chegado à conclusão de que o mercado financeiro, com sua complexidade
e múltiplos componentes na forma de diversas instituições, depende de uma séria
regulamentação e acompanhamento para seu funcionamento estável, proporcionando assim
segurança aos investidores.
Porém, a partir de 21 de outubro de 2009, houve uma integração entre essas duas entidades,
• Atua como agente regulador privado, criando e supervisionando o cumprimento das regras
de sete Códigos de Regulação e Melhores Práticas, atuando conjunta e construtivamente
com as instituições públicas brasileiras para regular as atividades das entidades que atuam
nos mercados financeiro e de capitais.
A Associação também possui importantes iniciativas na área de Educação, como o site <www.
comoinvestir.com.br> e os prêmios de Mercado de Capitais e de Renda Fixa, ambos com o
objetivo de estimular a produção e disseminação de conhecimento por meio do incentivo a
pesquisas que abordem temas relevantes para o desenvolvimento dos mercados financeiro e
de capitais.
2) Fundos de Investimento.
6) Atividades Conveniadas.
7) Processos.
Vale a pena você pesquisar mais sobre este assunto no portal da ANBIMA.
Outra entidade que atua no mercado com um objetivo específico é a AMEC – Associação dos
Investidores no Mercado de Capitais.
Esta entidade atua na defesa dos direitos dos acionistas minoritários em companhias abertas.
Reúne 40 gestores de recursos de terceiros e atua com o objetivo de unir esforços para que
esses profissionais cumpram o dever de guarda e de preservação do patrimônio dos cotistas
dos fundos de investimento que são geridos por eles.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você já parou para pensar no quanto é importante esse sistema para o desenvolvimento do
país?
Em um país existem pessoas que ganham mais do que gastam e, portanto, precisam guardar
seu dinheiro de maneira segura e de preferência rendendo juros. Quais são as possibilidades?
O Sistema Financeiro oferece várias!
Da mesma forma que se uma pessoa gasta mais do que ganha, ou simplesmente precisa de
dinheiro para investir em um novo negócio ou comprar um novo bem, qual é a possibilidade
mais segura para ela conseguir recurso? O Sistema Financeiro do país.
Então, como vimos, o Conselho Monetário Nacional é o principal responsável pela normatização.
É o dono do jogo!
Mas de uma importância essencial nesse sistema são as instituições financeiras que
operacionalizam tudo. Os bancos, as financeiras, as cooperativas de crédito. Cada um com
sua importância local, regional ou nacional.
Outro integrante muito importante também são as bolsas de valores, que no caso do Brasil é a
Bovespa. Ela possibilita, como veremos na Unidade III, que as empresas consigam capital de
longo prazo de maneira segura e mais barata.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) É comum que quase todas as pessoas possuam contas em bancos. Houve um esforço em
“bancarizar” a população oferecendo contas correntes simplificadas, possíveis de serem
abertas até em casas lotéricas. Escolha uma Instituição Financeira de sua preferência
(pode ser até o seu banco) e pesquise os tipos de conta corrente oferecidos aos clientes, o
público-alvo de cada uma delas e os custos de mantê-las neste banco.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender as principais políticas que afetam e norteiam o Mercado de Capitais
e a economia em geral.
• Entender o conceito de Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto.
• Ter uma visão geral das diversas taxas de câmbio em uso atualmente no Brasil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade:
Todas as empresas e ramos de atividade são afetados de uma forma ou de outra, o que exige
um nível de conhecimento mínimo dos diversos agentes econômicos atuantes neste cenário
com suas respectivas atribuições.
Convidamos você a fazer um mergulho nos conceitos expostos e exercitar seu senso crítico
sobre os cenários e conceitos apresentados, buscando inserir-se nesse mundo desafiador e
empolgante.
Qualquer economia que pretenda ser competitiva internacionalmente precisa ter as bases
dessas políticas bem definidas e sólidas.
No Brasil, desde o advento do Plano Real, o governo busca manter a estabilização da moeda
e seguir uma política econômica ortodoxa, o que está, de certa forma, dando bons resultados.
POLÍTICA ECONÔMICA
O governo, para atingir esses fins, utiliza-se de diversos meios. Segundo estes instrumentos, a
política econômica pode ser então classificada em: Política Monetária, Política Fiscal, Política
Externa e Política de Rendas.
Fonte: PHOTOS.COM
Política Monetária
Para entendermos melhor a política monetária, algumas definições importantes devem ser
entendidas: a Base Monetária e a Inflação.
Base Monetária
O Banco Central, mediante o domínio dos meios de pagamento, procura controlar a oferta total
de moeda na economia, uma vez que a oferta de dinheiro está ligada diretamente aos preços,
e dessa forma manter o princípio de que a limitação do volume de dinheiro em circulação no
País é uma condição para que ele mantenha seu valor.
Inflação
Sentimos na pele, ou melhor, no bolso, esse fenômeno econômico que nada mais é do que
um aumento contínuo nos preços gerais da economia, durante um período determinado de
tempo, ocasionando a perda do poder aquisitivo do dinheiro. Às vezes, alguns preços sobem
esporadicamente, devido a diversos fatores, como condições climáticas, por exemplo. Mas
isso não deve ser confundido com inflação, que é um processo dinâmico.
Pode-se definir como a política de receitas e despesas do governo. É com essa política que
se determina a aplicação da carga tributária sobre os agentes econômicos e a definição dos
gastos do governo com base nos tributos captados.
A política fiscal tem forte impacto sobre a política monetária, uma vez que o vencimento e
recolhimento de tributos impactam diretamente sobre o fluxo de caixa dos agentes econômicos.
Política Externa
Pode ser definida como um conjunto de medidas que objetiva manter o equilíbrio do balanço
de pagamentos(*) do país, proteger setores em desenvolvimento e desenvolver relações
comerciais com outros países.
Política de Rendas
É a política exercida pelo governo por meio do controle direto sobre a remuneração dos
fatores diretos de produção envolvidos na economia, tais como salários, depreciações, lucros,
dividendos e preços dos produtos intermediários e finais.
INDICADORES ECONÔMICOS
(*) balanço de pagamentos: registro contábil de todas as transações comerciais de um país com outros.
• Índices de inflação.
• Taxas de câmbio.
• Taxa SELIC.
• Taxa CDI.
• TR.
Embora pareça simples calcular o PIB, deve-se tomar alguns cuidados importantes. Por
exemplo, vamos considerar a fabricação de um automóvel. No processo são utilizadas várias
peças e componentes, como pneus, rodas, amortecedores etc. No cálculo do PIB, ou se
consideram os valores desses componentes (composto por custo de produção mais a margem
de lucro) e não o do automóvel pronto, ou então devemos considerar o valor do automóvel
pronto, sem considerar as peças que o compõem. Caso esse cuidado não seja tomado, o
cálculo do PIB pode ficar artificialmente inchado.
Quando se considera o valor do bem pronto para o consumo, dizemos que o PIB é um valor
agregado dos bens e serviços finais produzidos dentro de um espaço geográfico.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,2% em 2009, para R$ 3,143 trilhões.
O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de
toda a riqueza gerada no país.
O cálculo do PIB, no entanto, não é tão simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada
por um artesão. Ele cobra, por uma escultura, de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contri-
buição dele para o PIB.
Para fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produ-
tos --ele teve que adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as
matérias-primas para seu trabalho.
Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não
de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco
de tinta em uma escultura.
O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa ex-
cluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores.
Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contri-
buição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.
Hoje o IBGE divulgou apenas a variação percentual da economia brasileira, que cresceu 1,4% no
primeiro trimestre. O valor em reais do PIB deve ser conhecido apenas no próximo mês.
Fonte: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u108161.shtml>. Acesso em: 30 mai. 2008.
Produto Nacional Bruto ou PNB é a somatória de tudo o que foi produzido pelos agentes
econômicos de determinado país, em qualquer lugar do mundo.
Diferentemente do PIB que mede o que foi feito dentro do país, não importando se quem
produziu foram agentes econômicos nacionais ou estrangeiros, o PNB considera em seu
cálculo somente o que foi produzido pelos agentes econômicos nacionais, localizados em
qualquer lugar do mundo.
ÍNDICES DE INFLAÇÃO
Fonte: PHOTOS.COM
Quando se divulga um índice positivo, podemos dizer que houve inflação. No caso de um
índice negativo, dizemos que houve deflação.
Você talvez se pergunte o porquê do Brasil ter tantos índices para expressar sua inflação. Essa
é uma ótima pergunta.
A resposta tem a ver com as dimensões continentais do Brasil, que tem realidades econômicas
regionais diferentes, e também em razão do país ter convivido por muitos anos com uma
inflação altíssima que, para ser acompanhada, exigia muitas vezes índices específicos.
Índices de preços ao consumidor têm cobertura nacional e são apurados pelo IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. São eles:
• IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Costuma-se considerar o IPCA como o índice “oficial” de inflação. De certa forma isto é
verdade, pois hoje este é o índice adotado por proposta do Ministério da Fazenda ao Conselho
Monetário Nacional, por representar um indicador importante do ponto de vista da política
monetária. É um índice, como o próprio nome já diz, mais amplo, no sentido de abranger
uma cesta de produtos que impacta na renda de famílias que ganham entre 1 e 40 salários
mínimos, ou seja, da maior parte da população brasileira. Por essa abrangência, o Conselho
O sistema de metas de inflação é o nível máximo de inflação que o país admite ou persegue
quando se fala em inflação máxima.
O INPC, por outro lado, é um importante índice usado frequentemente em dissídios coletivos
por representar a inflação que impacta em famílias que ganham até 8 salários mínimos, faixa
onde se situa a maior parte dos trabalhadores brasileiros.
Os índices gerais de preços são apurados pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, e são eles:
• IGP-M: Índice Geral de Preços – Mercado.
Esses índices são muito utilizados no mercado financeiro, no reajuste de tarifas públicas,
como luz, água, telefone, bem como serve de indexador para títulos públicos federais (como a
NTN – Notas do Tesouro Nacional).
O Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo, também conhecido como “IPC da FIPE”
é apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, ligada à Universidade
Estadual de São Paulo (USP). Começou a ser apurado em 1939, porém, em nível municipal,
reflete apenas na cidade de São Paulo.
Você sabia que a infl ação é uma alta generalizada de preços, ou ainda, a perda do poder aquisitivo
de uma moeda?
TAXAS DE CÂMBIO
Para a formação dessa taxa, podemos comparar a moeda estrangeira como qualquer
mercadoria em circulação que sofre as forças de oferta e procura.
A taxa de câmbio é, então, a relação de valor entre duas moedas, ou seja, corresponde ao
preço da moeda de um determinado país em relação ao outro.
A atual legislação no Brasil permite a flutuação livre das taxas de câmbio, ou seja, não há
É a taxa para operações de compra e venda de moeda entre os bancos no segmento comercial
para entrega em 48 horas.
É a taxa de compra e venda de moeda que será usada para transferência direta de e para o
exterior.
É utilizada para compra e venda de moeda adquirida fora dos meios oficiais, via doleiros.
- Taxa PTAX do BC
Essa taxa é divulgada pelo BC às 17h30 de cada dia, calculada com base no resultado da taxa
média, ponderada pelos volumes negociados das operações no mercado interbancário de
câmbio, com liquidação em D+2, expurgando-se operações outlines, que são operações que
muitas vezes distorcem as cotações por usarem taxas muito discrepantes em relação à média
do dia praticada pelo mercado.
Por que o governo federal na administração anterior e na atual tem buscado o crescimento do PIB?
Quais têm sido as consequências da valorização do Real frente ao Dólar?
Taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em
títulos públicos federais. É também chamada de over Selic ou Selic over.
Taxa CDI
Como as pessoas e empresas, os bancos muitas vezes precisam buscar dinheiro emprestado.
Isso mesmo! Os bancos, por norma do Banco Central, não podem fechar o dia no vermelho.
Para que isso não aconteça, muitas vezes eles precisam buscar dinheiro de outros bancos.
O Banco Central monitora as taxas cobradas pelos bancos nesses empréstimos entre eles.
A essa taxa, cobrada no papel emitido pelos Bancos para esses empréstimos – o CDI –
denominou-se taxa CDI.
Com o passar do tempo, outros produtos financeiros dos bancos passaram a ter suas taxas
referenciadas nessa taxa de empréstimo interbancário.
TR
É uma das taxas mais conhecidas pelas pessoas, porque é a taxa que remunera a caderneta
de poupança, a mais popular forma de investimento da população brasileira. Mas a TR
também é utilizada para reajustar algumas formas de contrato, como os contratos do Sistema
Financeiro da Habitação – o SFH.
Então, se você possui uma caderneta de poupança ou se sua casa ou apartamento é financiado
pelo SFH, acompanhe o desempenho dessa taxa, pois vai afetar diretamente o seu bolso.
Acesse os links:
<http://www.bacen.gov.br>.
<http://www.fazenda.gov.br>.
<http://www.planejamento.gov.br>.
Acessos em: 2 nov. 2010.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais uma unidade se foi, e nela vimos como as políticas governamentais afetam o sistema
financeiro e, portanto, a vida das famílias brasileiras.
Desde os anos iníciais de 1980, a preocupação mais forte dos governantes era a “bendita”
inflação, fenômeno que causa aumento contínuo e generalizado nos preços da maioria dos
bens e serviços disponíveis à população.
O governo utiliza a política monetária, fiscal, externa e de rendas. A política externa envolve a
cambial e a comercial.
É importante destacar que não somente a política do governo interfere no sistema financeiro,
como o sistema financeiro interfere na maneira do governo fazer política.
Por exemplo, se um mercado financeiro é bem organizado e atrai investidores do mundo todo,
o governo deve estar preparado para uma valorização da moeda nacional frente às demais
moedas do mundo. Este fenômeno vem ocorrendo no Brasil e está atraindo investidores, que
por sua vez trazem sua moeda para nosso país, e ao fazermos as conversões gera-se maior
demanda que oferta pela moeda nacional, o que faz com que ela se valorize frente às demais.
Moeda mais forte pode significar perda de competitividade frente às demais economias em
termos de exportações, pois a moeda do comprador perde valor frente à moeda do vendedor.
As importações acabam ficando mais atraentes e o governo sofre pressão da indústria nacional
devido à expansão da concorrência e a dificuldade de se exportar.
E neste sentido, caros alunos, é que o governo toma suas decisões de política: intervir ou não?
Eis a questão!
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) Muitos jovens hoje não têm a menor noção do que significa uma inflação alta. Quando digo
alta, quero dizer acima de 10%, 20% ao mês ou até muito mais. Pesquise na Internet o
comportamento da inflação nos anos 80 e 90 e compare com a inflação após a implantação
do Plano Real. Por que podemos dizer que a inflação é um imposto perverso, principal-
mente para as classes mais pobres da população?
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o dinâmico mercado de ações e sua composição.
• Entender as vantagens de ser um investidor em ações.
• Compreender o que são debêntures e o ganho para as empresas e os investidores
nesse tipo de papel.
• Conhecer os tipos de títulos que as instituições financeiras negociam no mercado.
• Conhecer a BOVESPA, maior bolsa da América Latina.
• Compreender a forma de negociação de ações.
• Ter noções dos principais índices do mercado de ações.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade:
Você finalmente conseguiu economizar algum dinheiro e pretende ser um pouco mais arrojado,
investindo em ações. O que você deve saber sobre esse importante, interessante e muitas
vezes recompensador mercado?
No Brasil, nos últimos anos, desmistificou-se o investimento em ações para o público em geral,
graças ao maior esclarecimento e divulgação desse tipo de ativo financeiro.
Nossa realidade ainda está distante dos países desenvolvidos no que diz respeito ao aplicador
mediano, mas o volume negociado em Bolsa de Valores aumenta significativamente a cada ano
que passa. O investidor comum passou a enxergar a Bolsa como uma excelente oportunidade
de ganhos e, apesar de ter noção de que se trata de um investimento de risco mais elevado,
as possibilidades de retorno vêm na mesma proporção.
Essa “descoberta” das ações tem um efeito importante na economia nacional, pois o lançamento
de ações no mercado primário e sua posterior procura no mercado secundário tem sido uma
fonte de financiamento valiosa para as empresas que buscam a expansão.
Conhecer esse mercado e suas nuances pode ser um grande diferencial na formação de um
profissional do ramo financeiro.
Uma ação representa a menor parcela do capital social de uma sociedade por ações.
As ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social da empresa que as emitiu.
O acionista é um dos “donos” da empresa, na proporção do número de ações que possui. As
ações são títulos de participação negociáveis, que conferem ao seu possuidor o direito de
participação nos resultados da empresa.
Tipos de Ações
Após termos entendido a definição do que é uma ação, é importante que saibamos que as
ações recebem classificações diferentes de acordo com sua emissão e espécie.
• Nominativas (N) – fisicamente são papéis, chamados de cautelas ou certificados, nos quais
constam informações quanto à quantidade e a posse. Atualmente esse sistema não mais é
utilizado.
• Escriturais (E) – não são emitidas cautelas e sim um registro eletrônico. Basicamente,
assemelha-se muito com uma conta corrente em um banco, a única diferença é que, neste
caso, são lançadas a débito ou a crédito dos acionistas suas posições acionárias. Não existe
qualquer movimentação física de documentos. O controle fica a cargo de uma instituição
depositária escolhida pelo acionista.
• Ordinárias (ON) – a principal característica deste tipo de ação é conferir o direito de voto
nas assembleias gerais da empresa. Essas ações interessam muito a acionistas que desejam
90 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS | Educação a Distância
participar na condução das decisões administrativas da empresa.
• Preferenciais (PN) – como o próprio nome já diz, estas ações têm “preferência” na distribuição
de dividendos, que, conforme veremos mais adiante, são parte dos resultados da empresa.
Esses dividendos, comparativamente às ações ordinárias, são geralmente maiores, além de
terem também preferência no reembolso de capital em caso de dissolução da sociedade.
Exemplo: caso a empresa apresente um lucro pequeno e não puder pagar dividendos para
todas as ações, as preferenciais recebem primeiro esse direito. O restante será destinado às
ordinárias.
No Brasil, a partir de 1990, todas as ações passaram a ser nominativas, deixando de existir as
ações ao portador.
Quadro resumo
Seu código de negociação é formado por quatro letras (empresa) mais o número 3.
A letra “A” ou “B” após o PN, identifica a série de lançamento da ação: Preferencial série A,
Preferencial série B, etc.
Units
Uma vez constituídos, os recibos são negociados na BOVESPA como se fossem um título
qualquer, com seu valor sendo determinado pelo mercado. A principal característica do RCA
é que ele permite que o investidor compre ou venda um conjunto de ações por meio de uma
única operação.
Lote Padrão
Ao buscar a cotação de ações em uma seção de economia de um jornal, muitas vezes você
pode se deparar com cotações que não se referem ao valor de uma ação individual, mas sim
de um lote de ações.
São as Bolsas de Valores que definem o lote padrão. Na BOVESPA, por exemplo, você não
consegue negociar ações abaixo de um lote padrão.
O objetivo em se estabelecer um lote padrão é facilitar os negócios com os ativos e, assim, dar
mais liquidez a esse ativo e assegurar uma maior estabilidade no preço da ação.
O mecanismo de compra e venda por lote padrão pode, em um primeiro momento, parecer
um impeditivo para um pequeno investidor, pois um único lote padrão pode ter um valor de
mercado acima de sua capacidade financeira.
Mas, para não impedir o acesso aos pequenos investidores, a BOVESPA possui um mecanismo
que permite a comercialização de ações individuais. Com este mecanismo, o investidor pode
comprar qualquer quantidade de ações até o máximo do lote padrão. Este mecanismo chama-
se mercado fracionário.
Fonte: PHOTOS.COM
Valor patrimonial: valor global do patrimônio líquido do exercício considerado dividido pelo
número de ações. Pode servir como referência para o exercício de direitos do acionista.
Valor contábil: valor lançado no estatuto e nos livros da companhia. Pode ser explícito
(valor nominal e preço de emissão) ou indiscriminado (sem valor). Se explícito, pode servir de
referencial para o exercício de direitos do acionista.
Valor de subscrição: preço de emissão fixado em subscrições para aumento de capital (não
pode ser inferior ao valor nominal contábil).
A cotação de uma empresa não guarda coincidência com seu valor nominal, contábil ou de
liquidação. Muitas vezes, o preço das ações não tem nenhuma relação com o desempenho
da empresa.
Uma máxima de mercado é a seguinte: uma ação vale hoje o que o mercado está disposto a
pagar por ela.
(*) Metodologia de análise que determina o preço justo da ação, fundamentada na expectativa de resultados futuros.
As ações têm rendimentos e resultados distribuídos pela própria companhia, ou seja, benefícios
propiciados aos seus acionistas, sob a forma de proventos (dividendos, bonificações) ou de
direito de preferência na aquisição de ações (subscrição); e outros decorrentes dos movimentos
de preços dos mercados organizados (PINHEIRO, 2006).
Os estudos mostram que investir em uma carteira com composição semelhante ao Índice
IBOVESPA (objeto de estudo nas seções seguintes) no longo prazo, tem sido um excelente
negócio.
Compare no quadro abaixo o valor acumulado pelo investimento de US$1 em uma carteira
semelhante ao IBOVESPA e em Caderneta de Poupança.
Nesse outro gráfico, você pode comparar a valorização de ações com outros tipos de
investimento:
Fonte: INI. Instituto Nacional de Investidores: Gráfico Comparativo. Disponível em: <http://www.ini.org.br>.
Arquivo consultado em 5 mai. 2010.
Dividendos
Trata-se da distribuição de parte dos lucros de uma empresa, em moeda, aos seus acionistas.
A lei determina que, no mínimo, 25% do lucro líquido do exercício devem ser distribuídos aos
acionistas.
Desde 1996, os acionistas estão isentos do IR de 15% na fonte sobre o valor recebido.
Por meio deste instrumento, a empresa está autorizada a remunerar o capital do acionista até
o valor da TJLP. O valor desembolsado é considerado como despesa e, por causa disso, é
descontado do lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago pela empresa.
Subscrição
Direito aos acionistas de aquisição de ações por aumento de capital, com preço e prazo
determinados.
Bonificação
Distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, em função do aumento do capital por
incorporação de reservas.
Distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, pela diluição do capital em um maior
número de ações, com o objetivo, entre outros, de dar liquidez aos títulos no mercado.
Agrupamento ou Inplit
Promulgada em 31 de outubro de 2001 (Lei n.º 10.303) e em vigor desde março de 2002,
a nova Lei das S.A proporcionou, além de uma maior proteção ao acionista minoritário, um
avanço na adoção de práticas de governança corporativa e no fortalecimento da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) como órgão regulador do mercado.
• Conselho de Administração: foi concedido aos acionistas minoritários o direito de eleger
um representante no Conselho de Administração.
• Conselho Fiscal: o órgão deve ser composto por três membros, sendo um eleito pelos
controladores, outro pelos minoritários e o terceiro, escolhido de comum acordo ou eleito
em assembleia geral.
• Conflito de interesse: a nova lei incluiu um dispositivo que permite aos acionistas minori-
tários detentores de 5% do capital votante ou 10% do capital total convocar uma assem-
bleia geral para resolução de um conflito de interesse.
• Tag along: outro ponto que merece destaque é o direito que prevê aos minoritários pos-
suidores de ações ordinárias venderem suas ações nas transferências de controle pelo
preço mínimo de 80% do que for obtido pelos controladores.
• Abertura de capital: as empresas que abrirem o seu capital terão de observar o limite
mínimo de 50% em ações ordinárias. Antes, a proporção era de 1/3 de ordinárias e 2/3 de
preferenciais.
AS DEBÊNTURES
São títulos de dívida de médio e longo prazos emitidos por sociedades anônimas privadas, que
conferem ao investidor (debenturista) um direito de crédito contra a mesma, de acordo com as
características constantes na escritura de emissão (*). São negociados em Bolsas de Valores
e no Mercado de Balcão.
Apesar de terem características de títulos de renda fixa (ou seja, têm índices de remuneração
previamente conhecidos, sejam pré ou pós-fixados), as debêntures podem ter características
de renda variável, como prêmios, participação no lucro da empresa ou mesmo conversibilidade
em ações da companhia emissora.
Quem adquire uma debênture passa a ser credor da empresa, recebe juros periódicos pelo
“empréstimo” e no vencimento recebe de volta o valor pago pelo título inicialmente.
As debêntures têm algumas classificações que é importante que você conheça. Essas
classificações são quanto à posse, à espécie e à garantia.
(*) documento legal que declara as condições sob as quais a debênture foi emitida: prazo, remuneração, garantias, periodicidade
de pagamento de juros etc.
• Escriturais: são emitidas em meio eletrônico, não existindo a emissão física do certificado,
embora sejam, mesmo assim, nominativas.
• Conversíveis em ações, quando os debenturistas podem receber seu crédito com cor-
reção e juros (como nas simples) ou podem convertê-las em ações da empresa emissora,
passando assim da condição de dono de um crédito para dono de uma “fração” da em-
presa, ou seja, passa a ser um sócio.
• Com garantia flutuante, quando os credores têm preferência geral sobre os ativos da em-
presa, não impedindo, no entanto, a negociação destes bens que compõem o ativo.
• Com garantia quirografária e sem garantia, neste caso, não há nenhuma garantia ou pri-
vilégio sobre o ativo da empresa. O debenturista concorre em igualdade de condições com
todos os credores quirografários em caso de liquidação, sem nenhum tipo de preferência
sobre os demais credores.
• Taxa Referencial (TR), observado o prazo mínimo de quatro meses para o vencimento ou
período de repactuação. Somente as empresas de leasing podem emitir com este indexa-
dor.
• Taxa de juros fl utuante, observado o prazo mínimo de 120 dias para o vencimento ou
período de repactuação, admitindo-se que os intervalos de reajuste da taxa utilizada como
referencial ocorram em prazo não inferior a 30 dias.
A operação de recompra pelo acionista controlador, de acordo com Fortuna (2007), aumenta
o poder do controlador, pois intensifica sua participação no capital da empresa por ele
controlado. Após a recompra, o controlador terá duas opções: revendê-las mais tarde por um
preço maior ou manter as ações recompradas em tesouraria. Outra vantagem na recompra é
a economia proporcionada pelo não pagamento de dividendos sobre a parcela recomprada,
permanecendo os recursos no caixa da empresa.
As instituições financeiras lançam certos papéis que podem ser opções interessantes de
investimento. Vamos conhecer um pouco mais desses papéis.
Os principais são:
São títulos de crédito de curto prazo emitidos por empresas e sociedades anônimas, não
financeiras para captar recursos de capital de giro.
O valor unitário de cada título não poderá ser inferior a 314.170,26 UFIR. A emissão deve ser
feita de uma só vez, não sendo admitidas séries como no caso das debêntures.
Permitem uma redução nas taxas de juros como alternativa aos empréstimos bancários, pois
não há intermediação financeira bancária.
Swap
Contrato de Swap, também conhecido como operação de Hedge(*), é toda operação realizada
para liquidação, em data futura, que implique troca de resultados financeiros, decorrentes da
aplicação de taxas ou Índices Referenciais(**) sobre valores ativos e passivos.
São celebrados geralmente entre duas partes que podem ser clientes de uma instituição
financeira ou entre um cliente e uma instituição financeira. A liquidação se dá normalmente na
data de vencimento.
A principal finalidade é permitir às partes contratantes o uso do mecanismo para, por exemplo,
casar posições ativas com passivas, equalizar preços, fazer hedge entre outros.
Para os gestores de fundos, é possível buscar a minimização do risco de mercado bem como
maximizar a rentabilidade das cotas.
CDB e RDB são conhecidos como depósitos a prazo e os mais tradicionais títulos de renda fixa
emitidos por instituições financeiras para captação de recursos. Esses produtos permitem que
o banco e o cliente saibam, com antecedência, as condições de remuneração para o prazo e
valores negociados.
Diferenças entre CDB e RDB: a diferença básica entre os dois títulos é que o CDB pode
ser transferido por meio de endosso, sendo, portanto, negociado no mercado. Já os RDBs
são obrigatoriamente nominativos e intransferíveis, determinando muitas vezes variações nas
taxas de juros pagas aos aplicadores.
São títulos emitidos por instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários,
como as sociedades de crédito imobiliário, bancos múltiplos com carteira imobiliária e a Caixa
Econômica Federal, com lastro em financiamentos habitacionais.
As LHs são emitidas com juros prefixados, flutuantes e pós-fixados em TR, TJLP ou TBF no
prazo mínimo de 180 dias, pois se resgatadas antes desse prazo não remuneram o investidor.
O prazo máximo é o do vencimento dos créditos hipotecários caucionados em garantia.
São títulos de crédito, lastreados por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por
alienação fiduciária de imóvel.
Características:
• Títulos de renda fixa.
• Emissão exclusiva por instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, com carteira
de crédito imobiliário.
• A LCI poderá contar com garantia pessoal, tais como aval e fiança, adicional de Instituição
Financeira.
• A LCI não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo de quaisquer dos créditos
imobiliários que lhe servem de lastro.
Valores Mínimos.
Sobre a remuneração, a renda pode ser prefixada, flutuante ou pós-fixada em TR, TJLP ou
TBF.
BOVESPA
Fundada em 23/08/1890 como entidade oficial corporativa, a Bolsa de Valores de São Paulo –
BOVESPA, ao longo de sua existência, consolidou-se como o maior centro de negociação de
ações da América Latina.
Um acordo histórico para a integração de todas as bolsas brasileiras criou um único mercado
de valores, o da BOVESPA. Esse acordo uniu as Bolsas de Valores de São Paulo, Rio de
Janeiro, de Minas - Espírito Santo - Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia-Sergipe-
Alagoas, de Pernambuco e Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional, integrando o mercado
de valores mobiliários, em âmbito nacional, com a participação de Sociedades Corretoras de
todas as regiões do país.
1990: iniciadas as operações por meio do Sistema de Negociação Eletrônica – CATS (Computer
Assisted Trading System), que possibilitou a operação simultânea de negociações eletrônicas
1997: implantado o novo sistema de negociação eletrônica, o Megabolsa, que, além de utilizar
um sistema tecnológico altamente avançado, ampliou o volume potencial de processamento
de informações e permitiu que a BOVESPA consolidasse sua posição como o mais importante
centro de negócios do mercado latino-americano.
Mercado primário: quando as ações de uma empresa são emitidas diretamente ou mediante
uma oferta pública.
Mercado secundário: as ações já emitidas são comercializadas por meio das Bolsas de
Valores. As empresas não se envolvem nessa etapa. Os negócios no pregão das Bolsas
são feitos entre antigos e novos acionistas da empresa. O mercado de bolsa é chamado de
mercado secundário.
ÍNDICES DE AÇÕES
Fonte: PHOTOS.COM
Mede o retorno de uma carteira de ações integrada pelas 100 ações mais negociadas.
IBrX 50:
Igual ao anterior, com a diferença que mede apenas as 50 ações mais negociadas.
Também setorial, mede o desempenho das ações das empresas do setor de telecomunicações.
Índice que mede o retorno de uma carteira hipotética construída exclusivamente com ações de
empresas de excelente conceito perante os investidores, classificadas a partir da 11ª posição,
tanto em termos de valor de mercado como de liquidez de suas ações.
Índices BOVESPA
O IBOVESPA é um índice que mede o valor atual em moeda do país de uma carteira teórica
de ações, a partir de uma aplicação hipotética, procurando aproximar-se da configuração real
das negociações à vista, em lote padrão, na Bolsa de Valores de São Paulo.
Índice que mede uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentam bons
níveis de governança corporativa.
Níveis da BOVESPA
Neste ponto, vamos abordar algo que interessa muito aos investidores. São os chamados
níveis da BOVESPA.
Quando falamos acima sobre o ICG – Índice de Ações com Governança Corporativa
Diferenciada da BOVESPA, estávamos na verdade fazendo diferenciações entre as empresas
que têm suas ações comercializadas na Bolsa. O mercado, então, classifica essas empresas
de acordo com suas práticas de governança corporativa e estabelece mercados diferenciados
para a comercialização de suas ações.
E você não concorda que essas práticas deixam mais transparente a relação com os
investidores e evitam, por exemplo, o que era muito comum no passado, de as empresas
fecharem o capital do dia para a noite, os papéis sofrerem forte desvalorização e o investidor
perder dinheiro?
O Novo Mercado é o nível mais avançado de práticas de governança e exige, por exemplo, que
todas as empresas listadas lá tenham somente ações ON.
Outra prática ou diferença é que, no Novo Mercado, para dar liquidez aos papéis, a empresa
precisa manter em circulação uma parcela mínima de ações que represente 25% do capital.
Bem, mas são várias as diferenças e a lista para cada um dos níveis é grande.
Não é comum uma empresa iniciar a comercialização de suas ações em Bolsa diretamente no
Novo Mercado. O que ocorre é, em geral, as empresas começarem preenchendo os requisitos
aos poucos e aí mudarem de nível gradativamente. Atualmente, são várias as empresas que
pertencem aos níveis 1, 2 e Novo Mercado. Pode-se dizer que metade das empresas que
representam o volume financeiro diário da Bolsa já está em um desses níveis. Isso é ótimo
para o investidor, não acha?
Os anos de 2007 e 2008 foram muito importantes para a BOVESPA e para a BM&F.
No ano de 2007, a BOVESPA passa a ser uma holding se você pesquisar, verá que holding é uma pa-
lavra inglesa para defi nir uma sociedade gestora de participações sociais. É uma forma de sociedade
criada com o objetivo de administrar um grupo delas (o chamado conglomerado). Na holding, essa
empresa criada para administrar possui a maioria das ações ou quotas das empresas componentes
de determinado grupo de empresas. Essa forma de sociedade é muito utilizada por médias e grandes
Acesse os links:
<http://www.bovespa.com.br>.
<http://www.cvm.gov.br>.
<http://www.ethos.org.br>.
<http://www.bb.com.br>.
<http://www.hsbc.com.br>.
Acessos em: 9 nov. 2010.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mercado financeiro, que está inserido no sistema financeiro, pode ser divido em mercado de
crédito e mercado de capitais.
O primeiro é um mercado de curto prazo, onde os bancos são os principais atuantes junto ao
público, oferecendo créditos mais caros de prazos menores.
O mercado de capitais é um mercado de longo prazo, ideal para as pessoas que querem
investir suas economias e para as empresas que querem crédito mais barato e mais alongado.
Vimos que cada uma delas tem suas especificidades quanto ao prazo e rendimento. O
importante salientar aqui é a importância desta modalidade para a sociedade.
Quando uma empresa consegue crédito barato e de longo prazo (debênture) ou um sócio
que acredita no seu projeto (ação), ela consegue fazer seus projetos virar realidade e investir
gerando novos empregos e renda para o país.
Além do mais, é uma ótima oportunidade para as pessoas físicas investirem suas economias,
rendendo muito mais que as simples aplicações bancárias como a poupança.
Você já pensou em investir em ações? Acha arriscado? Depende muito de como será
composta sua carteira de investimentos. Vá atrás de uma corretora, conheça seus produtos,
seu desempenho. É certo que você não se arrependerá no futuro.
Como veremos na unidade a seguir, investir em ações não é uma coisa exclusiva para
especialistas.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Pesquise mais sobre o IBOVESPA. Como é composto esse índice? Que empresas fazem
parte da formação desse indicador?
2. Busque conhecer quais os requisitos para uma empresa ter suas ações medidas pelo ICG.
Verifique por que há diferenças de níveis de empresa dentro da BOVESPA.
5. Busque encontrar quais as remunerações para o aplicador que investir em CDBs. Existe
alguma diferença de rentabilidade por volume de dinheiro aplicado?
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o mecanismo da custódia de títulos e valores mobiliários.
• Inteirar-se sobre os custos operacionais no mercado secundário.
• Entender o que são mercados primário e secundário, mercado à vista e mercado a
termo.
• Conhecer o que é Home Broker e After Market.
• Compreender o papel do especulador no mercado de capitais.
• Conhecer alguns princípios de escolha de investimentos.
• Saber como aplicar em ações.
• Ter noções do que é análise fundamentalista.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade:
• Custódia de títulos e valores mobiliários
• Custos operacionais e tributação no mercado secundário
• Os conceitos e Home Broker e After Market
• A operação dos mercados à vista e a termo
• A questão da especulação no mercado de capitais
• Princípios gerais de administração de investimentos
• Como investir em ações
• Como a análise do comportamento do mercado de ações pode ser uma fer-
ramenta importante de decisão de investimento
INTRODUÇÃO
Apesar do mito ainda presente para algumas pessoas de que operar no mercado de títulos
e valores mobiliários, mais especificamente no de ações, seja complicado e apenas para
especialistas, isso não se comprova na prática.
É verdade que você, como investidor, precisa conhecer alguns detalhes importantes ao iniciar
sua operação no mercado, mas não se assuste! Não é tão complexo como se diz.
O importante é você conhecer como comprar as ações, como elas são “guardadas” e como
fazer para efetivar suas operações no dia a dia.
Nesta Unidade, você vai tomar conhecimento sobre tudo isso. Certamente, pelo menos por
curiosidade, você ficará tentado a investir nesse mercado.
Além disso, você verá que investir sempre foi uma questão de preocupação para as pessoas.
Investir bem pode ser ainda mais desafiador.
Custódia de Títulos
Ainda, o sistema de custódia deve registrar e controlar a movimentação física das cautelas,
quando do exercício dos direitos, informando, sempre que necessário, o local em que estão
e o responsável, se estão em poder de procurador, de corretora ou da companhia emissora.
Custos Operacionais
• Taxa de serviço: representa um valor fixo cobrado pelas instituições para cobertura de
seus custos e varia em torno de R$25,00.
• Taxa de custódia: cobrada a cada compra de ações. A taxa mensal de custódia é cobrada
pela manutenção e guarda das ações. Os clientes que não tiverem posições em ações,
e nem fizerem movimentações ao longo do mês, não pagam esta taxa quanto ao uso do
Home Broker.
Para clientes que negociarem valores iguais ou superiores a R$1.000,00 no mês a taxa co-
brada será de R$ 6,90, para clientes que não realizarem operações ou negociarem valores
inferiores a R$ 1.000,00 por mês, a taxa de custódia será de R$ 25,00. A taxa não leva em
consideração o volume de ações mantidas em carteira.
Devemos entender a tributação sobre os negócios realizados em bolsa pelo lado da empresa
e pelo lado do acionista.
Para as empresas, as ações geram Imposto de Renda sobre o lucro empresarial e impostos
sobre a atividade econômica, que refletem no desempenho econômico e, é claro, no lucro da
companhia.
Se você for investidor, vai te interessar muito como funciona a tributação pelo lado do acionista.
Vamos entender este assunto.
As alíquotas são de 15% sobre o ganho líquido em operações normais e 20% sobre o ganho
líquido das operações de day-trade.
O recolhimento é apurado quando da venda das ações em períodos mensais e pago até o
último dia útil do mês subsequente.
Para incentivar pequenos investidores no mercado de bolsa, é concedida isenção para vendas
iguais ou inferiores a R$20.000,00 (vinte mil reais), efetuadas por pessoas físicas no mercado
à vista.
Visando a simplificação nas operações com títulos e valores mobiliários, diversas instituições
mantêm serviço de custódia de ações e outros títulos.
MERCADO DE AÇÕES
Mercado primário: quando as ações de uma empresa são emitidas diretamente ou mediante
uma oferta pública.
Mercado secundário: no qual as ações já emitidas são comercializadas por meio das Bolsas
de Valores.
Por que pode ser vantajoso para o investidor utilizar-se do home broker?
Que documentos são necessários para abrir uma conta em uma corretora?
O Pregão
Dentro do mercado de bolsa, uma das partes mais interessantes é o pregão, que vem a ser o
recinto que reunia os operadores da bolsa de valores para executar fisicamente as ordens de
compra e venda dadas pelos compradores e vendedores às suas corretoras.
Era uma época “romântica” do mercado de ações, onde se via operadores com vários telefones
ao mesmo tempo, gritando ordens de compra e venda no que era conhecido como pregão
viva-voz.
Dois mecanismos que facilitam muito a vida do investidor são o Home Broker e o After Market.
Vamos conhecer estas importantes ferramentas:
After Market poderia ser definido como um pregão após o pregão, ou seja, existe a possibilidade
de negociar ações fora do horário do pregão normal da BOVESPA (que acontece entre 10h45
e 18h). Essas negociações são no mercado à vista, iniciando o período de pré-abertura às
18h30 e sendo encerradas às 19h30. Confira os horários no portal da BOVESPA, em <http://
www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/horarios-de-negociacao/acoes.aspx?idioma=pt-br>.
Acessado em: 23 jan. 2012.
MERCADO DE BALCÃO
Mercado de balcão é onde são fechadas operações de compra e venda de títulos, valores
mobiliários, commodities e contratos de liquidação futura, diretamente entre as partes ou com
a intermediação de instituições financeiras, mas fora das bolsas.
Neste mercado, normalmente, são negociadas ações de empresas não registradas nas Bolsas
de Valores, além de outras espécies de títulos.
Ao operar no mercado de ações, o investidor emite uma ordem de compra ou venda à sua
corretora, e esta, por sua vez, fica encarregada de executar esta ordem no pregão.
Existem vários tipos de ordem que o investidor pode emitir. De acordo com Fortuna (2007), os
principais tipos de ordem de compra e venda de ações são:
• Ordem a Mercado: quando o investidor especifica à corretora apenas a quantidade e as
características dos títulos que deseja comprar ou vender e a sua execução deve ser ime-
diata.
• Ordem Limitada: quando o investidor estabelece o preço máximo ou mínimo pelo qual ele
quer comprar ou vender determinada ação. Ela somente será executada por um preço igual
ou melhor do que o indicado.
• Ordem Casada: quando o investidor determina uma ordem de compra de um título e uma
de venda de outro, condicionando sua efetivação ao fato de ambas poderem ser executa-
das.
• Ordem de financiamento: quando o investidor determina uma ordem de compra (ou ven-
da) de um título em um tipo de mercado e outra concomitante de venda (ou compra) de
igual título, no mesmo ou em outro mercado, com prazos de vencimento distintos.
No quadro abaixo, fizemos um resumo para fixar melhor estes conceitos e fixar ainda outros
tipos conhecidos no mercado:
Mercado a Termo
Neste mercado, as operações têm prazos diferidos, em geral 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias.
Trata-se de uma compra ou venda, em mercado, de determinada quantidade de ações a um
preço fixado, para liquidação em prazo determinado a contar da data de sua realização em
pregão, resultando em um contrato entre as partes.
Fonte: PHOTOS.COM
Se você é dono de um imóvel e não o utiliza para sua moradia,
uma opção interessante para fazer com que o imóvel “trabalhe” para
você é alugá-lo.
Você sabia que é possível fazer isso com ações? Isso mesmo!
Afinal, as ações são um patrimônio do investidor, assim como um
imóvel, um veículo ou outro bem qualquer.
É importante você saber que esse serviço é regulamentado por instruções específicas no
Conselho Monetário Nacional (Resolução 2268) e também por normas da própria CBLC -
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (Resolução 009/96).
No aluguel de ações, o dono da ação (locador) permanece com sua posse, recebendo
dividendos e exercendo os demais direitos referentes à ação.
Quem toma as ações emprestadas (locatário), deve dar garantias ao negócio de no mínimo
100% em títulos definidos na transação, além de um adicional em função da volatilidade do
preço das ações.
Este tipo de negócio interessa muito às áreas de tesouraria dos bancos, a formadores de
preços de mercado e a outros investidores qualificados.
Para você entender melhor, o prazo médio de um aluguel é de 30 dias reversíveis, ou seja, há a
possibilidade de devolução antecipada, com o crédito, neste caso, proporcional aos dias úteis
em que o papel ficou de posse do locatário.
A questão da especulação
No mercado de capitais, uma figura tida como nebulosa, por quem não conhece sua função,
é o especulador.
A própria definição de especulador no mercado nos ajuda a entender seu papel: aquele que
compra ou vende títulos, valores mobiliários, ativos, derivativos ou commodities, atraído pela
especulação, aproveitando-se das oscilações nos preços para realizar lucros, sem cometer
ato ilegal.
Eles são importantes para o aperfeiçoamento dos mercados porque trazem liquidez, permitindo
que quem deseje comprar ações encontre-as com facilidade e a quem deseja vender ações,
que possa fazer isso rapidamente.
Sob a ótica do investidor, seja ele quem for, um investimento terá um objetivo de rentabilidade
Com essas questões em mente, podemos analisar os investimentos quanto a três aspectos
básicos de avaliação: rentabilidade, liquidez e segurança.
No mundo das finanças, essas duas rentabilidades quase nunca coincidem. Isso na prática, só
acontece se o investidor trabalhar com taxas prefixadas.
O terceiro aspecto é:
Mas para um entendimento correto do conceito de segurança, é melhor analisá-lo pelo seu
oposto, o risco.
Fonte: PHOTOS.COM
Rentabilidade, liquidez e segurança são o tripé que sustenta qualquer investimento financeiro,
porém, eles nem sempre estão alinhados.
É possível afirmar que não existe um investimento que seja ao mesmo tempo rentável, seguro
e com liquidez. É nesse ponto que o investidor terá que exercer sua preferência.
É interessante o que podemos aprender com quem já investe há algum tempo. Esses investidores, por
vezes, compartilham suas estratégias de investimento com iniciantes, o que pode facilitar em muito a
vida de quem começa a juntar seus recursos visando um retorno futuro.
Uma iniciativa neste sentido é a do INI – Instituto Nacional de Investidores. De acordo com o portal do
INI na Internet, este Instituto é uma instituição sem fi ns lucrativos que funciona como uma verdadeira
escola para quem quer investir em ações, tendo como objetivo oferecer à população brasileira um
programa permanente de educação e orientação sobre como investir no mercado de ações. Enfatiza
a formação de clubes de investimento e dissemina valores e princípios que poderão ajudar as pessoas
a tornarem-se investidores conscientes.
O INI recomenda, ao se fazer quaisquer investimentos, em seguir o que ele classifi ca como 5 Princípios
de Investimento. São eles:
1) Investir regularmente
Investir todos os meses - em períodos de alta ou de baixa do mercado - é um princípio básico para
criar uma poupança de longo prazo.
Aplicando uma quantia fi xa todos os meses, o investidor acabará comprando menos ações nos perío-
dos de alta e mais nos de baixa. Isso é uma maneira de comprar ações por um preço médio. Como
é muito difícil saber se a Bolsa vai subir ou cair nos próximos dias, comprar sempre é uma boa es-
tratégia. Esse princípio diminui o efeito das oscilações da Bolsa. Com ele, o investidor ganha com a
valorização das ações no longo prazo.
2) Reinvestir todos os lucros e dividendos
Reaplique no mercado todos os lucros de seus investimentos. Isto permitirá que os ganhos cresçam
Muitas pessoas talvez tenham desejo de investir em ações, mas acreditam que é necessário
ter uma grande soma de recursos para entrar neste mercado.
Na verdade, não há um valor mínimo exigido para se investir em ações. Se você já se deparou
com valores mínimos para aplicação, pode ter certeza que essa regra foi estabelecida pela
Corretora pesquisada ou, ainda outra hipótese, em razão do preço das ações da empresa
considerada.
• Fundos de Investimento: Esta opção também permite usufruir das variações do mercado
acionário sem, contudo, tornar o investidor um acionista. Isto porque o investidor, ao invés de
comprar diretamente ações através de uma corretora, adquire cotas de um fundo de ações,
que pode ser administrado por uma Corretora de Valores, um Banco ou um Gestor de Recursos
independente, devidamente autorizado pela CVM.
Um desafio para os investidores, conforme vimos, é conhecer o valor das ações no mercado.
Antever movimentos de mercado (se aponta uma valorização ou desvalorização em um
determinado período de tempo) é um objetivo perseguido pelos especuladores e investidores
mais engajados.
A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
Sobre esta técnica, você encontrará muitas definições em portais especializados e livros sobre
Mercado de Capitais. Uma definição que eu escolhi, por sua clareza, está disponível no portal
Financenter <www.financenter.com.br>, que transcrevo abaixo:
A análise fundamentalista é uma metodologia para determinar o preço justo de uma
ação fundamentada na expectativa de lucros futuros das empresas. O preço das ações
nas bolsas não é o próprio preço justo, mas refletem uma média de expectativas entre
compradores e vendedores da ação. A cotação de bolsa é um dado de mercado,
enquanto o preço justo é uma avaliação individual. Em análise fundamentalista, as
informações utilizadas geralmente envolvem níveis futuros e previstos da atividade
econômica nacional, setorial e da empresa, além de considerações políticas que
possam influenciar no comportamento de variáveis econômicas, afetando as taxas de
retorno esperadas e o grau de incerteza a ela associado. O principal indicador que
baliza o preço das ações é o Indicador Preço/Lucro, mais conhecido como P/L.
Fonte: <http://financenter.terra.com.br/Index.cfm/Fuseaction/secao/Id_Secao/336>.
Acessado em: 23 jan. 2012.
Na prática, o que ocorre é que a análise fundamentalista estuda os fatores que afetam as
situações de oferta e demanda de um mercado, buscando estabelecer um preço justo de
um ativo, como é o caso das ações. Utilizando-se de diversas ferramentas, o analista tenta
comparar o preço encontrado – que seria o preço justo – com o que é praticado no mercado.
Se a comparação indicar que o mercado está sobreavaliando o ativo, é uma indicação clara
de um momento de venda. No caso oposto, se o mercado está subavaliando o ativo, isto é, o
mercado está comercializando o ativo abaixo do valor que seria o justo, é uma indicação de um
momento de compra. É importante ressaltar que o preço de mercado raramente corresponde –
se é que isso acontece alguma vez – ao cálculo do chamado “preço justo” do ativo (LAGIOIA,
2007).
Uma interpretação adicional pode ser acrescentada aos indicadores VPA e P/VP sob a ótica do risco.
Ações negociadas com preço muito acima de seu VPA expõe o investidor a um maior risco, uma vez
que a “porção expectativa” do preço da ação é muito grande e a “porção patrimônio líquido” é muito
pequena. Nesses casos, uma mudança de expectativa causada por uma crise pode causar um grande
choque no preço do papel, traduzindo-se em uma grande perda ao investidor.
Um bom exemplo de como isso acontece pode ser observado no segmento de construção civil, af-
etado pela crise global que teve início em 2008.
As ações desse segmento, em 2008, chegaram a serem negociadas com um P/VP de até 3,5, ou seja,
mais de três vezes acima de seu VPA. Após o estouro da crise e a conseqüente queda nas expec-
tativas para o setor, essas mesmas ações despencaram entre 70 e 80%, atingindo um P/VP de 0,4.
No exemplo acima, o investidor que comprar a ação do Banco do Brasil levará 4,91 anos para receber
em lucros o que pagou pela ação.
O P/L é um bom indicador de “preço” da ação. Menor P/L significa menor preço. Nos momentos de
crise, esses indicadores caem substancialmente e monitorá-los permite ao investidor comparar os
preços de empresas do mesmo segmento.
É importante lembrar que esse indicador utiliza informações de lucro do último exercício para ser
calculado. Assim, é fundamental compará-lo com os anos anteriores a fim de verificar se o lucro do
último exercício foi anormal, bem como verificar qual a expectativa de lucro para o próximo exercício,
pois isso definirá a manutenção ou alteração do P/L da ação.
TR – Taxa de Retorno
O indicador TR é muito simples e amplamente utilizado no mercado financeiro. Ele é o inverso do P/L
(estudado no artigo anterior). Enquanto o P/L demonstra quantos anos leva para atingir o retorno total
do investimento, o indicador TR mostra o quanto se obtém em um ano.
Sua fórmula de cálculo é: (1 / PL) x 100
Para exemplificar, se uma empresa possui P/L de quatro anos, ou seja, se o investimento é totalmente
recuperado em quatro anos, o indicador TR será de 25%, o que indica que em um ano 25% do inves-
timento será recuperado.
Esse indicador é mais utilizado que o próprio P/L, pois fornece a informação em base anual, facilitando
a comparação entre diferentes investimentos.
É importante salientar que empresas que mantém um elevado DY tem menor volatilidade em seus
papéis, já que uma maior parte dos retornos ao acionista é representada pelos dividendos e não pela
evolução do valor da ação.
Isso pode ser observado em empresas que estão em um estágio mais maduro de seus negócios,
onde grandes investimentos e expansões não são necessários em médio prazo. São exemplos de
empresas com essas características as distribuidoras de energia elétrica e as que atuam no segmento
de telefonia.
Fonte: <http://iniciantenabolsa.com/serie-analise-fundamentalista-1-conceito-e-indicadores/>.
<http://iniciantenabolsa.com/serie-analise-fundamentalista-2-vpa-e-pvp/>.
< http://iniciantenabolsa.com/serie-analise-fundamentalista-3-rpl-e-pl/>.
< http://iniciantenabolsa.com/serie-analise-fundamentalista-4-tr-e-dy/ >.
Acessados em 23/01/2012.
Conforme Lagioia (2007, p. 147), para entendermos a análise técnica é preciso compreender
seus três princípios básicos:
1) “Tudo” se reflete nos preços de mercado (fundamentos econômicos, políticos, psicológicos,
entre outros).
De acordo com Pinheiro (2006), a análise técnica ou grafista é um estudo que se dedica à
observação da evolução dos mercados com base em sua representação gráfica. Seu principal
pressuposto é de que os preços das ações movem-se em tendências que de alguma forma
podem ser previstas.
Essa análise não requer nenhum conhecimento complexo de economia, nem de matemática,
nem de estatística. Necessita-se, simplesmente, do conhecimento de algumas normas básicas
e suas interpretações. A partir daí, serão o trabalho e a experiência próprias que definirão sua
qualidade.
Dentre os gráficos utilizados para análise nas previsões futuras dos preços de ações, os mais
utilizados são:
• Gráfico de linha.
• Gráfico de volume.
• Gráfico de barras.
• Gráfico ponto-figura.
• Gráfico candlesticks.
máximo
fechamento
mínimo
• Intraday: Uma outra classe, são os que mostram o que aconteceu durante a sessão, são
os gráficos intraday (também chamados intradia). Em um gráfico intraday, o intervalo uti-
lizado corresponde, normalmente, a alguns minutos. Os mais comuns: 1, 5, 15, 30 e 60
minutos.
A Teoria de Dow
Entre 1900 e 1902, Charles H. Dow publicou uma série de editoriais no The Wall Street Journal
que mais tarde, após sua morte, foram compiladas e classificadas como Teoria de Dow ou
Teoria Dow. Ela é considerada a mais antiga das explicações teóricas sobre a existência de
grandes tendências no mercado de ações.
Sustenta essa teoria que as ações negociadas seguem uma tendência de alta ou de baixa, a
qualquer momento, e para estudar o mercado, é necessária a construção de uma média da
evolução dos preços das ações, por meio de uma amostra representativa de ativos.
Daí o surgimento nos EUA do famoso índice Dow-Jones que é até hoje o mais conhecido
indicador geral do mercado de ações.
Por que o investidor mediano pode pensar em investir em ações mesmo em pequenos valores?
Que empresas conhecidas fi zeram lançamento de ações no mercado primário e que vantagens há
nesse mecanismo?
Dessa forma, podemos dizer que durante o movimento de queda essa reta funciona como um
suporte e no movimento de alta funciona como uma resistência.
É interessante conhecermos um pouco mais sobre linhas de Suporte e Resistência, que na verdade
são os parâmetros mais importantes utilizados na Análise Técnica (ou Gráfi ca).
Para isso, vamos analisar um texto publicado no portal <www.nelogica.com.br>, que serve de em-
Não existe nada de mágico com suportes e resistências o que existe é oferta versus demanda e
psicologia humana. Em uma alta, conforme os preços aumentam, os ativos vão ficando naturalmente
mais caros e menos compradores vão estar disponíveis a pagar determinado preço. Os vendedores,
pelo contrário, vão querer vender como nunca nesses novos valores, aumentando a oferta e contri-
buindo para o início da desvalorização (queda).
Podemos ver no gráfico abaixo do índice BOVESPA que o mercado subia até atingir um nível de
preços no qual ele parou (resistência). Depois de encontrar a resistência, o mercado corrigiu caindo
um pouco, mas voltou a subir e a alcançou a resistência novamente, ponto no qual reverteu para uma
tendência de queda maior.
Em uma baixa o contrário acontece, os ativos tornam-se mais baratos e a demanda pelos papéis
começa a aumentar. Os vendedores já não acham os preços tão atrativos, diminuindo a oferta. Está
aberto o caminho para a valorização (alta).
O Componente Psicológico
Que outros fatores ajudam a defi nir certo preço como suporte ou resistência? A resposta é simples:
memória. As pessoas lembram-se dos valores que compraram ou venderam e ganharam dinheiro,
lembram-se também dos preços em que perderam e das emoções boas e más sentidas durante es-
ses eventos. Logo, o somatório desse histórico de lembranças é um dos fatores que contribui para a
formação dessas zonas de bloqueio.
Os passos, a seguir, são oferecidos para iniciantes em Bolsas de Valores pela própria
BOVESPA:
2º passo: Com a assessoria da Corretora, o investidor escolhe a ação da empresa que deseja
comprar e dá a ordem para a Corretora.
3º passo: A Corretora executa a ordem dada pelo investidor e compra a ação na BOVESPA. O
cliente efetua o pagamento para a Corretora (com recursos previamente depositados).
Parece bastante simples, não é? E de fato é mesmo. Para isso, o investidor precisa saber o
seu perfil, escolher corretamente seus investimentos dentro do seu perfil e começar a operar.
As ações com o objetivo de obter ganhos a médio e longo prazos, em oposição a resultados
imediatos, podem ser divididas em:
• “blue chips” ou de 1ª linha - são ações de grande liquidez (grande quantidade de negó-
cios) e procura no mercado de ações por parte dos investidores, em geral de empresas
tradicionais, de grande porte/âmbito nacional e excelente reputação.
• de 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de empresas de boa qualidade, em geral
de grande e médio portes.
• de 3ª linha - são ações com pouca liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno
porte (porém, não necessariamente de menor qualidade), cuja negociação caracteriza-se
pela descontinuidade.
Ficou evidente para você a simplicidade de se operar no mercado de ações, mesmo para
o pequeno investidor. Mas precisamos saber, como em qualquer outro tipo de investimento,
quais são os riscos associados a esse tipo de operação.
Já vimos que o investidor decide entrar neste mercado em virtude do retorno potencialmente
alto. Mas, para retornos altos, deve existir a disposição de correr riscos mais altos. Daí a
importância de conhecer o perfil do investidor, assunto que já abordamos em nossas
Vamos especificar os riscos inerentes ao negócio de ações. São basicamente três grandes
tipos de risco:
1) Risco de empresa: Este tipo de risco é dividido em dois: o risco econômico e o risco
financeiro.
Por risco econômico, você deve entender que se trata dos riscos associados à própria atividade
da empresa e ao mercado em que da atua. Por exemplo, pode ser que entre no mercado um
forte concorrente que acabe por afetar até sua sobrevivência. Ou ainda, pode ser lançado um
produto inovador que concorra diretamente com o principal produto da empresa, fragilizando
sua posição no mercado. Imagine que alguém patenteasse e passasse a comercializar um
produto que substituísse completamente derivados de petróleo. O que aconteceria com os
preços das ações de empresas petrolíferas?
Por risco financeiro, falamos sobre o risco associado ao endividamento da empresa. Pode
acontecer que a empresa trabalhe alavancada, ou seja, utilize demais recursos de terceiros
para suas atividades, o que pode ser bom em um primeiro momento, pois pode dar velocidade
aos negócios, porém, o risco financeiro é maior, caso os negócios da empresa não se
concretizem como o planejado.
2) Risco de mercado: este risco está associado ao que pode ocorrer no cenário sócio-
político-econômico.
3) Risco de liquidez: se você adquire uma ação e em outro momento pretende vendê-la, é
claro que você quer que o negócio aconteça com agilidade. Muitas vezes, pode acontecer uma
dificuldade na conversão do papel em dinheiro, por não existirem no mercado investidores
interessados na ação que você deseja vender. Para concretizar o negócio, neste caso, talvez
seja necessário vender a um preço inferior ao que você imaginou e, mesmo assim, ainda pode
encontrar dificuldade em comercializar o papel. Isso é risco de liquidez.
Vimos nesta unidade que as aplicações têm custos administrativos, bem como tributação,
como quase tudo neste país.
Portanto, é preciso fazer as contas para ver o real rendimento das operações.
Importante também, nesta unidade, foi diferenciar o mercado primário de secundário. Bem
como o mercado à vista do mercado a termo. É preciso que você tenha isso bem claro
conceitualmente.
No segundo caso, um grupo de pessoas físicas se reúne e procura uma corretora para constituir
um Clube de Investimentos. Nesse caso, existe um representante do clube que fica em contato
com a corretora para transmitir as decisões acordadas entre os participantes.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
2) Pesquise como surgiu o mecanismo de análise técnica, em que país e em quais circunstân-
cias.
6) Pesquise que empresa ligada à BOVESPA faz a liquidação e custódia de títulos e valores
mobiliários.
FUNDOS DE INVESTIMENTOS
Professor Esp. Paulo Pardo
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a operacionalidade dos Fundos de Investimentos.
• Entender o risco dos fundos.
• Conhecer os principais tipos de Fundos de Investimentos.
• Conhecer como se opera nos Fundos.
• Conhecer o Tesouro Direto.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade:
• Fundos de Investimentos
• Riscos
• Principais tipos
• Operações
• Tesouro Direto
INTRODUÇÃO
Você que já conheceu muito a respeito do Sistema Financeiro Nacional, seus principais
componentes e o mercado de capitais, pode estar imaginando como investir se não quiser
operar diretamente no mercado de ações.
Os bancos múltiplos, dos quais a maioria possui algum tipo de operação, possuem a opção de
investimento em Fundos, que atendem grande parte das expectativas dos investidores.
Procure conhecer essas opções. Se você possuir uma conta corrente em um banco, busque
com o seu gerente ou no site do seu banco as opções oferecidas.
É obrigatória a publicação das regras dos Fundos de Investimento, de modo que o investidor
tome uma decisão consciente quando faz a sua opção.
Outra modalidade de investimento como Pessoa Física que se tornou atraente no mercado é o
Tesouro Direto. Vale a pena você conhecer essa opção de investimento, pois ela pode ser mais
vantajosa em relação a muitos Fundos de Investimento atualmente ofertados pelas Instituições
Financeiras.
A maior parte dos investidores gostaria de obter o máximo possível de rentabilidade de suas
aplicações financeiras e pagar a menor taxa possível para um administrador de recursos.
Individualmente, esse desejo é difícil de ser concretizado – pelo menos para a maioria dos
mortais, que não contam com grandes somas para investimento.
Outra imposição regulamentar (Circular 2654 de 01/96) é que as cotas dos fundos de inves-
timento sejam contabilizadas pelo seu valor de mercado – Mark to Market. Vamos imaginar
que um investidor queira resgatar total ou parcialmente um valor investido em FIF. O valor
do resgate deve ser trazido ao seu valor presente de acordo com a taxa de juros esperada
(FORTUNA, 2008).
Você já sabe que não existe almoço grátis, portanto para o investidor são computadas taxas
3) Taxa de Saída: esta é uma taxa mais raramente cobrada, porém, ainda é possível encon-
trá-la em alguns FIFs. Normalmente é uma taxa regressiva à medida que o investidor ficar
mais tempo na aplicação. O objetivo é desincentivar resgates em curto prazo.
Conforme vimos, um atrativo dos FIFs é sua acessibilidade a vários tipos de investidores.
Podemos destacar ainda seu caráter “democrático”, ou seja, pela lógica do FIF, os investidores
são equiparados quando do crédito de seus rendimentos. Não importa se o investidor investiu
“um tostão” ou “um milhão”, o rendimento é o mesmo para ambos, em termos percentuais.
Conforme você verá na Leitura Complementar deste capítulo, a forma de cálculo de rendimen-
tos é a valorização de cotas. O valor das cotas varia de um dia para outro e é importante que
o investidor acompanhe essa performance.
Para entendermos melhor esse produto financeiro, vamos começar por uma classificação bas-
tante simples: os fundos podem ser abertos ou fechados.
Fundos abertos: são resgatáveis a qualquer momento junto ao administrador e não há limite
para o número de cotistas. Têm prazo indeterminado de duração.
Fundos fechados: as cotas destes fundos não são resgatáveis junto ao emissor, porém po-
Outra classificação normalmente encontrada é a que divide os fundos de acordo com a com-
posição de suas carteiras:
Fundos de Renda Fixa: fundos que possuem um índice de rentabilidade previamente conhe-
cido e pactuado entre o administrador e o investidor. Apesar de o nome sugerir que a renda
seja “fixa”, ou seja, idêntica (algo como 1% de rentabilidade ao mês, como exemplo) não é bem
assim que funciona. A denominação “fixa” refere-se ao índice pactuado, que, este sim, não
varia: caso seja um percentual do DI, por exemplo, será sempre este percentual a remunerar
o investimento.
Em uma das diversas instruções da CVM sobre fundos de investimento, os fundos passaram a
ser classificados pela composição de suas carteiras em sete classes, que listo abaixo:
2) Fundos Referenciados
4) Fundos Cambiais
5) Fundos de Ações
7) Fundos Multimercados
4) Fundos Cambiais Semelhante aos Fundos de Renda Fixa, devem ter 80% da
carteira, no mínimo, em ativos ligados diretamente ou
sintetizados via derivativos a ativos vinculados à taxa de
câmbio.
5) Fundos de Ações Devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações, units
(recibos de ações), bônus ou recibos de subscrição de ações,
certificados de depósitos de ações, cotas de fundos de ações
e cotas de fundos de índica de ações, BDRs níveis II e III,
desde que tais títulos sejam admissíveis à negociação no
mercado à vista da Bolsa de Valores ou entidade operadora do
mercado de balcão organizado.
6) Fundos da Dívida Externa 80% de sua carteira deve ser composta de títulos
representativos da dívida externa da União, mantidos no
exterior em conta de custódia no Sistema Euroclear ou
LuxClear. No máximo 20% de seu patrimônio líquido em outros
títulos de crédito transacionados no mercado internacional.
• Fundos Referenciados
• Fundos Multimercado
• Fundos IBOVESPA
• Fundos IBX
• Fundos Cambiais
• Fundos de Previdência
• Fundos de Índice
• Fundos Fechados
Fonte: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Investidor/Ondeinvestir/Tiposdeinvestimentos/tabid/86/Default.aspx
?controleConteudo=viewRespConteudo&ItemID=150>. Acessado em: 23 jan. 2012.
• Instituições financeiras.
• Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimento financeiro superior a R$300 mil
e que, ainda, atestem por escrito essa condição em documento próprio (Declaração de
Condição de Investidor Qualificado, anexo a Instrução Normativa CVM 409).
• Regimes próprios de previdência social instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
(FORTUNA, 2008)
Somente a esses investidores qualificados são permitidos investimentos nos chamados Fun-
dos Exclusivos, que têm regras diferentes dos fundos tradicionais destinados ao grande pú-
blico.
Veja na tabela abaixo que o IOF incide apenas nos 30 primeiros dias da aplicação no FIF.
Portanto, para fins de orientação ao investidor, via de regra informa-se que o tempo de per-
manência mínimo para compensar o IOF é de 30 dias, embora o investidor tenha a liberdade
de resgatar – no caso dos fundos abertos – quando desejar.
Há interesse do governo para que o investidor permaneça mais tempo com seus recursos apli-
cados, por isso, também no caso do IR, a alíquota é decrescente de acordo com a composição
da carteira e do tempo de aplicação.
Essa cobrança acontece sempre no último dia útil dos meses de maio e novembro, e funciona
como uma simulação do que seria cobrado caso o investidor fosse resgatar o valor investido.
Não há nenhuma forma de fugir desta cobrança.
• É feita uma simulação do resgate do capital aplicado no fundo. Este procedimento serve
para calcular o rendimento do fundo no período;
• A quantidade de cotas é diminuída de acordo com o montante a ser pago a título de IR. É
como se o investidor realizasse um resgate com o objetivo de pagar o imposto devido;
• Ao final, o valor das cotas não se altera. O que muda é a quantidade de cotas.
Fonte: <http://dinheirama.com/blog/2011/05/09/imposto-de-renda-nos-fundos-de-investimento-em-renda-fixa-o-
famoso-come-cotas/>. Acessado em: 23 jan. 2012.
2) Risco de Mercado: são riscos associados aos principais ativos que compõem a carteira do
fundo, como por exemplo, moeda, taxa e prazo. O risco de liquidez está bastante presente
na administração do fundo de investimento.
3) Risco Operacional: está ligado aos diversos riscos operacionais da atividade da própria
instituição financeira, administradora do fundo, que vão desde modelos matemáticos in-
adequados para precificação de posições; má formalização das transações; controle inad-
equado de novos clientes; erros na formação de cotas, entre outros.
Fonte: Brito (2005, p. 137).
TESOURO DIRETO
Como vimos na Unidade I, existem vários papéis disponibilizados pelo Governo. Vamos nos
lembrar deles?
• LFT – Letras Financeiras do Tesouro – são papéis com rendimento pós-fi xado.
• LTN – Letras do Tesouro Nacional – são papéis com rendimento prefi xado.
• NTN-B – Notas do Tesouro Nacional, série B – são papéis pós-fi xados com rendimentos
atrelados ao IPCA.
• NTN-C – Notas do Tesouro Nacional, série C – são papéis pós-fi xados com rendimentos
atrelados ao IGP-M.
• NTN-D – Notas do Tesouro Nacional, série D – são papéis pós-fi xados com rendimentos
atrelados ao dólar, também utilizados pelo governo para atender a demanda do mercado
de dólar.
• NTN-H – Notas do Tesouro Nacional, série H – são papéis pós-fi xados com rendimentos
atrelados à TR.
Visando atender essa necessidade dos investidores, foi criado um programa pelo Tesouro
Nacional chamado de Tesouro Direto, que opera em parceria com a CBLC – Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (que você também já conhece).
Outro benefício é o fiscal, pois diferente dos fundos de investimento que possuem o chamado
“come-cotas” (que é a cobrança antecipada de parte do Imposto de Renda duas vezes por
ano), no caso do Tesouro Direto a cobrança do Imposto de Renda sobre os rendimentos só é
feita no momento da venda ou do vencimento do título.
Mas para que finalidade o governo emite títulos públicos que compõem os papéis do Tesouro
Direto?
Pode investir nestes papéis qualquer pessoa residente no Brasil que possua Cadastro de
Pessoa Física-CPF e esteja cadastrada em alguma das Instituições Financeiras habilitadas a
operar no Tesouro Direto.
Vale a pena conhecer essa opção de investimento. O Tesouro Nacional disponibiliza um portal
com informações e regras que o investidor é convidado a acessar. O portal é: <http://www.
tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/regras.asp>.
Esse tipo de investimento vem sendo muito procurado por suas características, pois como
diz o velho ditado, “nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”. Essa aplicação permite
a diversificação e na média acaba proporcionando resultados mais seguros para investidores
mais cautelosos. Também é ideal para aqueles investidores que não têm um alto valor a aplicar,
porém querem comprar ações. Existem fundos que permitem aplicações a partir de R$ 100,00.
Então, nos encontramos de novo! Muito bom! Espero que você tenha gostado do que estudou
até agora.
Mas eu disse que, no final, iríamos recapitular os pontos que propus a vocês em cada Unidade.
Na primeira pergunta, você deve lembrar que o SFN – Sistema Financeiro Nacional é dividido,
basicamente, em dois grandes subsistemas: o Subsistema Normativo e o Subsistema
Operativo.
Vamos lembrar, neste momento, apenas as instituições do Subsistema Normativo. Nele, nós
temos entidades como:
• CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN.
Cada uma dessas entidades tem um foco de atuação diferente e você pode conhecer cada
uma delas.
• Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de ad-
ministradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira
de valores mobiliários.
Na verdade, sem o trabalho da CVM, o mercado de capitais ficaria em uma “terra de ninguém”
e nenhum investidor sério arriscaria operar nele.
A terceira questão foi em relação às outras entidades que desempenham um papel importante
no SFN.
Algumas dessas entidades são mais conhecidas, como é o caso dos bancos múltiplos, que se
espalham Brasil afora. Mas você viu que, apesar da maior percepção que temos em relação à
atuação dos bancos, eles não são os únicos componentes do subsistema operativo. Lembra-
se das entidades operativas que também são agentes especiais: Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal e BNDES?
Todas essas são entidades muito importantes no Sistema Financeiro. Se você, por exemplo,
decidir comprar ações, terá que necessariamente saber o valor dos serviços de uma CTVM.
Não vamos nos esquecer também dos importantes papéis desempenhados pelas cooperativas
Espero que você não tenha se assustado com os conceitos (poucos, aliás) de macroeconomia.
Esta disciplina é muito mais abrangente. Mas dentro do que queríamos abordar, a política
econômica é o nosso foco principal.
Dentro da política econômica, temos algumas divisões, por assim dizer, que nos ajudam a
entender a atuação do governo.
Especificamente, a primeira questão refere-se a uma delas, quando perguntei a você qual o
foco da política de rendas do governo.
Conforme você viu, trata-se da política exercida pelo governo por meio do controle direto sobre
a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia, tais como salários,
depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais.
Então é por isso que o governo não sobe o salário-mínimo para R$3.000,00 ou outro valor
muito maior que o atual. Ele controla o valor, pois pode criar uma demanda por produtos que
as indústrias não estarão preparadas para atender. E você sabe, quando muita gente quer
comprar produtos, eles faltam e o preço sobe. A famosa lei da oferta e da procura. Isso criaria
uma inflação que acabaria por trazer um prejuízo maior aos trabalhadores e famílias. Além
disso, imagine o que aconteceria a quem tem empregados que de uma hora para outra tem o
salário reajustado em um nível elevado desse. Principalmente as prefeituras, que muitas vezes
vivem de recursos federais, não teriam caixa para pagar seus servidores. Seria um caos.
Já o PNB é a somatória de tudo o que foi produzido pelos agentes econômicos de determinado
país, em qualquer lugar do mundo.
O indicador que você vê sendo mais comentado é o PIB, porque ele reflete diretamente o
crescimento da economia do país. É importante que o PIB seja positivo, pois isso mostra que
a economia, por estar crescendo, também está gerando emprego e renda para as pessoas. É
o que todos querem.
Não importa então se quem produziu a riqueza foi uma empresa estrangeira que atua no
Brasil. O que importa é que ela investiu aqui, empregou pessoas e gerou impostos. Nós não
podemos pensar que empresas estrangeiras são um mal para o país. Depende da atuação de
cada uma.
Taxa de câmbio é simplesmente a relação de valor entre uma moeda e outra. No Brasil, temos
divulgado com mais frequência a taxa do dólar e o Euro. Mas é possível saber a relação de
valor de qualquer moeda do mundo em relação à outra.
Se você quiser, por exemplo, fazer a comparação do Real em relação à moeda da Austrália, do
Japão, da Rússia, basta entrar no site do Banco Central e pesquisar. Vou facilitar para você. O
endereço na internet é: <http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/conversao.asp>.
No início do plano Real, o governo determinava a taxa de câmbio, ou seja, quanto o Real valia
em relação ao dólar. Era um câmbio fixo.
Hoje, estamos em uma política de câmbio flutuante, ou câmbio livre, em que é o mercado
quem determina o valor da moeda.
Para quem vai ao Paraguai comprar umas lembrancinhas, a cotação do dólar não é aquela
que você vê na televisão. Eles usam uma cotação paralela, ou câmbio paralelo, que não tem
nenhuma supervisão das autoridades monetárias.
Na Unidade III, começamos a ver sobre o mercado de títulos e valores mobiliários, mais
especificamente as ações.
Eram elas:
- Que direitos tem um acionista?
Como todo dono de uma empresa, o acionista tem direitos garantidos por lei. Alguns deles são:
Pagamento de dividendos: caso a empresa apresente lucro, a lei determina que o acionista
tem direito a uma parte desses lucros, pagos na forma de dividendos.
Algumas empresas também pagam juros sobre o capital próprio, que é um pagamento não
obrigatório, mas que pode trazer vantagens fiscais para a empresa.
Vimos alguns outros direitos, mas se você se lembrou destes, que são os principais, está muito
bom.
Lembrando então:
Mercado primário é quando as ações de uma empresa são emitidas diretamente ou por meio
de uma oferta pública. Você compra “de primeira mão”, vamos dizer assim.
Mercado secundário é quando as ações já emitidas são comercializadas por meio das Bolsas
de Valores. As empresas não se envolvem nessa etapa. Os negócios no pregão das Bolsas
são feitos entre antigos e novos acionistas da empresa. O mercado de bolsa é chamado de
mercado secundário. Este é o mercado “de segunda mão”.
É neste mercado secundário que a maioria dos investidores opera. É como um grande feirão de
carros usados, se me permite usar esta comparação. Assim como qualquer bem, semelhante a
um carro, você pode vender, comprar, e quem vai dizer quanto vale o seu bem é o interessado.
Na primeira pergunta, você viu claramente que o especulador não é um sujeito sinistro, tipo um
gângster, que é um criminoso do mercado.
Não, nada disso! Ele de fato quer ganhar dinheiro, mas o faz de forma honesta. Ele tem uma
ligação muito forte com o mercado, buscando informações o tempo todo, analisando dados
publicados, conversando com outros investidores, usando ferramentas de análise gráfica e
muitos outros mecanismos. De posse destas informações, ele acha que consegue antever os
movimentos do mercado e comprar quando as ações estão baratas e vender quando sobem
de preço.
Ele também confere liquidez ao mercado. O que é isso mesmo? Liquidez é a rapidez com que
você transforma qualquer bem (ativo) em dinheiro vivo. Se você tivesse, por exemplo, um carro
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS | Educação a Distância 169
usado e desejasse vender, gostaria que tivesse alguém interessado em comprá-lo, não é? Pois
no caso das ações, quem tem esse interesse é, na maioria das vezes, um especulador.
Também perguntei:
- O que é um Home Broker?
Esta é fácil. Você viu que a BOVESPA tem mecanismos muito modernos para operar. Isso
possibilitou a entrada de uma ferramenta informatizada que permite a você operar na bolsa no
conforto de sua casa ou do seu trabalho.
Você se cadastra em uma corretora, ela te passa uma chave e senha de acesso e... maravilha!
Você está conectado à Bolsa, comprando, vendendo, pesquisando, na maior tranquilidade.
Claro que todo mundo gostaria de ganhar mais, poder transformar o ativo em dinheiro a
qualquer momento que desejasse e, além disso, não correr nenhum risco. Ninguém é louco
de não querer isso. Mas, triste notícia, não é possível. Principalmente quando falamos sobre
rentabilidade e segurança, as duas coisas são difíceis de conseguir em um único investimento.
Por isso, é bom cada investidor conhecer o seu perfil, a sua aversão ao risco. E, por falar nisso,
você conhece o seu perfil como investidor?
Faz bem conhecer! E, se você estiver prestando consultoria a alguém sobre investimentos,
aí então essa informação é essencial. Recomendar um investimento de risco a alguém
conservador é tão ruim quanto receitar exercícios físicos a alguém sem fazer uma avaliação
médica antes. Muito cuidado com isso!
O assunto de fundos de investimento foi interessante, pois pudemos ver que a simplicidade em
operar com este produto financeiro é muito grande.
Na verdade, como você deve ter percebido, operar com fundos de investimento é mais ou
menos o mesmo que terceirizar a administração do seu dinheiro. E quando você terceiriza um
serviço, é natural que o prestador de serviços cobre por isso.
Não é diferente com os fundos de investimento. É verdade que alguns cobram mais, outros
menos, mas todos cobram.
Um Fundo de Investimento é uma forma de aplicação financeira, formada pela união de vários
investidores que se juntam para a realização de um investimento financeiro, organizada sob a
forma de pessoa jurídica, tal qual um condomínio, visando um determinado objetivo ou retorno
esperado, dividindo as receitas geradas e as despesas necessárias para o empreendimento.
Então, se num determinado mês o fundo apresentou rentabilidade, suponhamos, de 1%, o que
tem o tostão e o que tem o milhão ganham os mesmos 1%. Muito interessante isso, não é?
A segunda pergunta:
- Quais são os riscos dos fundos de investimento?
Ah, sim. Existem riscos associados aos fundos de investimento, assim como para qualquer, eu
disse qualquer, investimento financeiro.
Risco de mercado - Risco inerente a oscilações dos mercados onde os ativos financeiros,
que fazem parte da carteira do fundo, foram adquiridos.
Vamos imaginar que a política de seu fundo de investimento seja aplicar uma parte dos
recursos em renda variável, como ações, por exemplo. Você se lembra que ações podem se
valorizar ou se desvalorizar, em um ciclo de altos e baixos constante?
Então, se esse fundo de investimento aplica nestes papéis, quando houver valorização, os
cotistas ganham. Por outro lado, se houver desvalorização dos papéis, os cotistas “perdem”
dinheiro, ou seja, suas cotas valerão menos que antes. Mas isso é natural, dependendo do
tipo de fundo que o investidor aplicou. Mais uma vez fica a importância de conhecer o perfil
do investidor.
Se a pessoa for conservadora, certamente não irá escolher um fundo que tenha na sua carteira
papéis de renda variável. Caso contrário, a pessoa pode infartar nas oscilações do mercado.
Risco de crédito - Risco de crédito se refere a uma possível incapacidade das instituições
financeiras, responsáveis pela emissão dos ativos financeiros componentes da carteira, de
honrarem seus compromissos financeiros assumidos com os investidores. Essa situação
pode ser causada por problemas financeiros oriundos de uma má administração ou gestão,
dificuldades com planos econômicos etc. Esse problema também pode ocorrer com a própria
entidade administradora do fundo de investimento.
Cuidado onde você coloca seus recursos. Pode acontecer, embora isso seja cada vez mais
raro, de a instituição entrar em insolvência e você ter uma triste surpresa.
Taxa de administração: É uma taxa que o administrador cobra para executar os trabalhos
relativos à gerência administrativa do fundo, essa taxa é definida (em geral) em termos
anuais e incide diariamente sobre o patrimônio do fundo. Assim, ao divulgar o valor da cota, o
administrador já terá descontado o valor da taxa de administração.
Muito cuidado com essa taxa. Existem grandes variações de banco para banco. Os fundos
que admitem aplicações mais baixas são os que geralmente cobram as taxas mais altas.
O dinheiro tem poder! E neste caso, quem tem mais, também tem mais vantagens, até em
relação aos custos.
Taxa de performance: É uma taxa que é cobrada em função dos objetivos de rentabilidade
e são definidos no estatuto social do fundo, assim caso o gestor do fundo ultrapasse esses
objetivos ele fará jus a uma remuneração. Da mesma forma que a taxa de administração,
o administrador ao divulgar o valor da cota do fundo, já terá descontado o valor da taxa de
performance. Os critérios de cálculo da taxa de performance são definidos no estatuto social
do fundo e constam do prospecto.
Não é muito comum a cobrança dessa taxa, porém é bom saber que, se o estatuto do fundo
prevê a cobrança a qualquer momento, caso a performance seja superior ao que foi combinada,
ela pode ser cobrada. Mas não é ruim pagar mais quando você ganha mais, não é mesmo?
Taxa de entrada ou de saída: É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando da
aquisição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o investidor
solicita o resgate de suas cotas. Nesse caso, a taxa de entrada ou de saída não está computada
no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do fundo divulgado pelo administrador não
Esta é ainda menos comum. Na grande maioria dos fundos que você tem na “prateleira” dos
bancos, não se prevê a cobrança desta taxa.
Mas como fazer para saber quais taxas um determinado fundo cobra?
Bem, neste caso, o melhor caminho é você consultar o prospecto do fundo de investimento. E
saiba que os bancos são obrigados a fornecer este prospecto, em papel ou em meio eletrônico.
Neste prospecto estão discriminadas, além das taxas que podem ser cobradas, também a
política de investimento do fundo.
Da minha parte, amigo acadêmico, foi um grande prazer considerar junto com você estes
conhecimentos!
Espero que você tenha muito sucesso em sua carreira e que seja um profissional diferenciado
no mercado.
Um abraço,
Professor Esp. Paulo Pardo
ALMEIDA, M. M., Análise das Interações Entre o Homem e o Ambiente - estudo de caso
em agência bancária. 1995. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 1995.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
FORTUNA. E. Mercado Financeiro – Produtos e Serviços. 17. ed. Rio de Janeiro: Qualitmark,
2008.
HALFELD, Mauro. Investimentos, Como administrar melhor seu dinheiro. 1. ed. São
Paulo: Fundamento Educacional, 2001.
MAGALHÃES FILHO, F. História Econômica. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
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