BOLETIM OPERÁRIO
Caxias do Sul, 20 de abril de 2019 | Edição nº 542
A Opinião Pública
Pelotas, 31 de março de 1911.
Edição 74 – Ano XVI
Página 2
A Greve no Rio Grande
Não está ainda terminada a greve dos
operários da Tecelagem Ítalo Brasileira, como
parece, pelo fato de terem voltado ao trabalho
alguns paredistas. Sábado último, em reunião
feita na residência do operário Manoel Santos,
ficara firmemente assentado, que os grevistas
continuariam a resistir. Foi, portanto, com
natural surpresa, que os operários em greve
receberam a notícia de que não, só aquele seu
companheiro como outros, em número
superior a trinta, haviam quebrado o solene
compromisso contraído 48 horas antes, indo
novamente trabalhar, segunda feira, sem que
atendessem no seu pedido de redução de
horário. Entre esses, voltaram a fábrica quatro
dos oito engomadores que ela emprega e que
foram os verdadeiros organizadores da greve.
Apesar desse descalabro, com que
paredistas não contavam em virtude do que se
firmará na reunião mencionada, o resto do
pessoal em greve, neste número todos os
trabalhadores dos teares, conserva-se ainda
resistente, esperando que os diretores da
fábrica lhes concedam o que eles tem por um
pedido sobremaneira justo, em nada
prejudicando os interesses daquele
estabelecimento industrial.
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A Opinião Pública
Pelotas, 1 de abril de 1911.
Edição 75 – Ano XVI
Página 2
Às 8 horas – Aderiram mais às 8 horas de
trabalho: José Vianna (mestre pintor), Antônio
Olympio (mestre pintor), Sebastião Obines
(construtor), A Opinião Pública (0ficinas
tipográficas), Francisco Souza (mestre de
pintor), Oliveira Lopes (ferraria),
Rodrigues Ávila (construtor).
A Greve no Rio Grande – Mais de 500
operários da Tecelagem Ítalo-brasileira, da
cidade vizinha, que estavam em greve,
voltaram ao trabalho. É provável que segunda
feira próxima esteja a parede completamente
extinta.
os
A Opinião Pública
Pelotas, 4 de maio de 1911.
Edição 99 – Ano XVI
Página 2
Ferido – Foi medicado na Santa Casa, hoje,
pelo enfermeiro Telles, o cidadão Luiz Bartel,
que apresentava ferimentos e queimaduras na
mão direita, produzidos por explosão de
dinamite, quando trabalhava em uma pedreira
no Capão do Leão.
Um malvado – Por uma praça da Brigada
Militar que passava na ocasião, foi levado ao
2º Posto o indivíduo Anacleto Teixeira de
Mello, que, em plena rua, castigava a relho sua
mulher.
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A Opinião Pública
Pelotas, 4 de maio de 1911.
Edição 99 – Ano XVI
Página 2
Às 8 horas de trabalho – Ontem teve lugar, na
sede da Sociedade União Operária, uma
reunião de trabalhadores, a fim de ser tratado
o assunto das 8 horas de trabalho. A reunião
ocorreu muito animada, tendo a ela
Carlos comparecido 109 operários.
Ontem pela manhã por motivo que se prende
às 8 horas de trabalho, o operário Cicero
Martins Ávila, de profissão pedreiro, foi
agredido por um conhecido empreiteiro de
obras, que lhe deu uma bofetada. Segundo nos
informam o mesmo empreiteiro, tendo
assinado o convenio das 8 horas, nega-se
agora, a conceder aos seus empregados às
referidas vantagens, motivo por que estes
declararam-se, hoje, em greve de caráter
pacífico.
A Comissão que se encarregou de obter
assinaturas para o convenio das 8 horas pede-
nos para noticiar que se acha a disposição dos
interessados, todos os dias, das 7 às 9 horas
da noite, na seda da Sociedade União
Operária, a Rua Andrade Neves, 819.
A Opinião Pública
Pelotas, 24 de maio de 1911.
Edição 115 – Ano XVI
Capa
Alfaiates em Greve
No Itaperuna, chegaram, ontem, ao Rio
Grande, procedentes de Porto Alegre, alguns
dos alfaiates que se haviam declarado, ali, em
greve, vendo a mesma malograda. A União
Operária da cidade vizinha destacou para o
cais uma comissão que foi receber os referidos
artistas. Deliberou essa associação esforçar-
se para empregar os alfaiates grevistas.
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