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“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
avançadas de produção”
1. Introdução
A indústria moveleira do Brasil teve início com os imigrantes que nos colonizaram
após o século XVI, tendo origem da cultura familiar com um desenvolvimento disperso pelo
país (NUNES; FRAZONE, 2004). Nessa indústria, utiliza-se um grande volume de matéria-
prima florestal, além de revelar pouca preocupação com a saúde do trabalhador e destinação
de resíduos (PRADO; LORENZO, 2011).
Este trabalho teve como objetivo analisar os fatores de riscos, responsáveis por
acidentes do trabalho no setor moveleiro, tendo como objeto de estudo uma movelaria de
pequeno porte, situada no município de Itacoatiara - Amazonas. Com isso, buscou-se avaliar a
situação dos trabalhadores em relação a segurança e riscos do trabalho e orientar os
administradores a respeito da importância da utilização dos equipamentos de proteção.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (2004), a
Região Norte é classificada com os maiores índices de acidentes de trabalho, típicos no setor
moveleiro. Assim, justifica-se a formação deste projeto na empresa estudada para analisar e
propor melhorias levando em consideração os problemas encontrados durante o estudo.
2. Referencial Teórico
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serra de fita, seccionadora automática, furadeira, lixadeira, grampeador e tupia são fontes de
intenso barulho; e vibrações, porque elas podem causar fadiga, irritação, danos ao sistema
nervoso e por vezes, danos físicos permanentes (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - SENAI, 2008).
Os agentes químicos considerados no local de trabalho são a poeira, o fumo, a névoa, a
neblina, os gases, os vapores, ou seja, substâncias em geral que possam penetrar no organismo
pela via respiratória, por meio de alguma operação de trabalho realizada (GIMENEZ, 2010).
Os agentes biológicos podem ser: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e
bacilos. Já os ergonômicos podem ser causados por esforço físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, jornada de trabalho prolongada,
monotonia entre outros fatores (GIMENEZ, 2010).
3. Metodologia
4. Resultados e Discussões
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No processo de fabricação dos móveis é preciso secar a madeira, para isso utiliza-se
estufa, a mesma é feita de maneira improvisada, não possuindo qualquer sistema de captação
da fumaça gerada, permitindo sua inalação pelos funcionários.
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Figura 01 – Movelaria
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Após uma seleção correta, descartando o que for desnecessário, é preciso guardar e
acomodar cada coisa em seu lugar.
As serragens (resíduo da madeira) ficam espalhadas por toda parte, e são de difícil
eliminação, as mais finas ficam pairando no ar, as mais grossas como as de plainagem e
desengrosso ficam por cima e por baixo das máquinas e essas serragens não são retiradas das
bancadas após a realização das atividades, o ambiente é limpo apenas uma vez por semana.
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Não foi observado o uso de EPIs, e de acordo com relato do dono da empresa e dos
trabalhadores até então nunca houve nenhum tipo de acidente grave, apenas um trabalhador
sofreu um pequeno corte nas mãos, mas que não deixou sequelas.
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Os funcionários também fazem uso de esmeril, sem nenhuma proteção nas mãos, rosto
e pescoço ficando assim expostos aos respingos e as radiações luminosas resultantes desta
atividade. Por mais que essa atividade possa não prejudicar o funcionário, recomenda-se o uso
de protetor facial para proteção do rosto e pescoço.
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Serra de fita Serra exposta e seu rompimento Souza (2004) a proteção à ser
podem ocasionar lesões graves usada para aumentar a segurança
ao operador, podendo até do operador neste tipo de
mesmo levar a morte, nela está máquina é o protetor de
adaptado um tipo de “proteção” regulagem manual.
feito de madeira, seu
funcionamento é igual ao de
uma porta, mas este não presta
segurança, pois pode abrir com
facilidade.
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As instalações elétricas observadas no local são bastante precárias, nas quais foram
encontradas várias situações de risco, como: fios pelo chão, desencapados e sem proteção; os
painéis elétricos são feitos de madeira e, na maioria, abertos; alimentação de equipamentos
com seus disjuntores presos com fita isolante (Figura 3). Tais problemas podem ocasionar
choque elétrico ou incêndios, pondo em risco a segurança dos funcionários.
2. Arrumar os fios que ficam jogados pelo chão, adotando instalação fixa
utilizando elétrodutos;
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e em postos de trabalho,
alternado tarefas em pé ou
andando por aquelas sentadas;
Dar pausas curtas e frequentes
distribuídas ao longo da jornada
de trabalho.
Fonte: Autores (2017)
5. Considerações Finais
O presente artigo buscou observar e propor soluções para uma movelaria, citando os
riscos recorrentes aos trabalhadores, sendo os mesmos, ergonômicos, biológicos e físicos,
além de mais proteção nas máquinas usadas pela empresa. Também foi proposto à
implementação do 5S.
Assim, a segurança do trabalho no setor moveleiro deve ser melhorada, visto que, a
qualidade de vida dos seres humanos está diretamente relacionada a melhores condições de
trabalho.
Referências
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Paraná. 2008. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
Disponível em: <http://www.floresta.ufpr.br/pos-graduacao/defesas/pdf_dr/2008/t244_0286-D.pdf.>. Acesso
em: 28 abr. 2012.
GASPAR, L. S. dos S. Aspectos do Setor Madeireiro do Município de Borba /AM. 2004. Monografia
(Tecnólogo em Indústria da Madeira) Instituto de Tecnologia da Amazônia, Manaus, 2004.
GIMENEZ, J. R. Higiene e Segurança no Trabalho. Itacoatiara, 2010. Material didático do CETAM.
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MENDONÇA, M. S. et al. Análise da eficácia da implantação do programa 5S: um estudo de caso em uma
indústria moveleira. Perspectivas Online. Rio de Janeiro, v. 4, n. 13, p. 20-35, 2010. Disponível em:
<http://seer.perspectivasonline.com.br/index.php/revista_antiga/article/view/408/318>. Acesso em: 11 abr. 2017.
LUCA FILHO, F. C.; PIO, N.da S.; FERREIRA, D. R. Método QFD como Ferramenta para Desenvolvimento
Conceitual de Produtos de Madeiras da Amazônia. Acta Amazônica. Manaus, v. 40, n. 4, p. 675-686, 2010.
Disponível em: <http://acta.inpa.gov.br/fasciculos/40-4/BODY/v40n4a06.html>. Acesso em: 06 de abril 2012.
NUNES, E. L. S.; FRANZONI, A. M. B. Gestão do processo aliada a ergonomia para microempresas. In:
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Disponível em: <www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep04030767.pdf>. Acesso em: 15 mar.
2012.
Portal da Indústria. Indústria Moveleira. Disponível em:
www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2014/09/industria-moveleira-1/. Acesso em: 16 abril de 2017.
PRADO, L. L.; LORENZO, H. C. A questão socioambiental nas empresas moveleiras do Pólo de Votuporanga -
SP. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, São Paulo, v.7, n.3, p. 28-51, 2011. Disponível
em: < http://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/509 >. Acesso em: 13 de Abril 2017.
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