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10 erros de redação

Isabel Florinda Furini

Um jovem estudante enviou um e-mail solicitando orientações práticas para escrever. Ele
quer conhecer os 10 erros e os 10 acertos na redação de um texto. A mídia acostumou as
pessoas ao número 10 – Os 10 livros mais vendidos; as 10 músicas mais escutadas; os 10
artistas mais famosos de Hollywood; as 10 mulheres mais belas do mundo. Por que não os
10 acertos ou os 10 piores erros de redação?

Começarei com as más notícias e deixarei as boas para os próximos dias. Iniciarei com os
dez erros. Segundo minha opinião, cada educador deve ter sua lista, mas coloco a minha –
que não é definitiva - no intuito de auxiliar os estudantes. E não falo de erros ortográficos –
tem especialistas que cuidarão da nova ortografia – eu falo da maneira de estruturar um
texto.

O aforismo esclarece que “a crítica é fácil e a arte difícil”. E é assim mesmo, quando a gente
olha o texto de outro parece que é tão... como dizer... pobrezinho! Sem imaginação, cheio
de erros. Céus! Como eles escrevem mal, pensamos. Mas quando é nosso texto que está em
julgamento sempre achamos uma maneira de dissimular os desacertos.

Existem erros que são como chicotadas nas cabeças e corações dos queridos professores.

Então, não massacre o professor com erros pungentes. (Lembre que eles são os felizes
possuidores de armas letais chamadas notas).

Eu fiz uma lista dos dez erros comuns. São orientações que podem ajudar no momento “h”:

1) Evite escrever um texto longo demais. Só autores muito especiais podem fazer isso sem
cansar o leitor. Textos longos têm tendência de serem monótonos.

2) Cuidado com as repetições de palavras ou de ideias. Leia e releia seus textos para cortar
repetições. Corte as redundâncias. Entre as mais comuns: subi para cima, desci para baixo,
sai para fora, entre para dentro, o desenlace final da novela, ganhei um brinde grátis.

3) E o gerúndio? Não caia no gerundismo. Na atualidade existe uma guerra contra o


gerúndio. Então não exagere. O gerúndio pode ser usado com bom senso. Não é utilizado
quando o verbo está no futuro. Se falar, por exemplo: estarei passando a ligação, alguém
poderá assinalar: você está errando. O gerúndio denota ações no presente. Mas o gerúndio
pode ser usado corretamente quando transmite ideias de movimento, progressão, duração,
continuidade. “ Ficou lendo um livro”, “permaneceu um longo tempo olhando pela janela”,

“ pegando o microfone falou calmamente”, etc.

4) Evite infantilizar o texto colocando diminutivos: Joãozinho brincava com um carrinho com
seu amiguinho (até crianças detestam essa forma de falar, pior ainda colocar em textos).
5) Cuidado com o advérbio de modo. Seu uso é correto, mas a abundância de “mente” dá a
sensação que estica a frase. Monotonamente.

6) Evite gírias, que podem comprometer uma redação. Com exceção de casos em que o
discurso dos personagens exige gírias para dar verossimilhança.

7) Suprima também estrangeirismo. Defenda sua língua. A língua portuguesa é riquíssima.


Se o personagem lembra seu passado, porque dizer que o autor faz um flash back, se em
português existe a palavra recuo, uma das acepções da palavra recuo é: afastamento no
espaço e no tempo.

8) O Romantismo teve uma época de ouro. Porém, as frases usadas pelos escritores e
poetas românticos foram mal empregadas e se desgastaram. Algumas tornaram-se clichês
como: “o fogo da paixão”, “o amor é como o fogo”, “meu coração sofreu”, “cabelo da cor do
trigo”etc.

9) Não exagere. É verdade que às vezes sentimos raiva, e até desejos de dar um soco no
nariz de alguém que despreza nossa novela preferida ou que elogia um livro que odiamos.
Mas, no momento de escrever temos que tentar... ao menos tentar, argumentar de maneira
clara e equilibrada. Nem sempre é possível, eu sei...

10) Uma regra de ouro: Não copie o texto de seu companheiro, talvez ele seja pior escritor
do que você.

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