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ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA PARTICULAR 06 – ETP 06

BRAÇO DISTRIBUIDOR ROTATIVO

1 – OBJETIVO

A presente especificação refere-se ao serviço de fornecimento de braço


distribuidor rotativo para filtro biológico percolador a ser instalado na
Estação de Tratamento de Esgotos de Nova Serrana, em Nova Serrana, da
Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA.

2 – GENERALIDADES

A concepção e o arranjo geral dos braços rotativos distribuidores para filtros


biológicos percoladores desta estação de tratamento estão indicados nos
desenhos do projeto.

A CONTRATADA deverá fornecer os braços distribuidores rotativos


completos, podendo adquirir os acessórios necessários de fabricantes ou
subfornecedores renomados, assumindo responsabilidade total pelo
fornecimento da unidade completa.

A utilização de eventuais subfornecedores não isentará o FORNECEDOR


de sua total responsabilidade pelo fornecimento da unidade completa e
montada, bem como pelo desempenho e eficiência dos componentes,
acessórios e da unidade como um todo.

O projeto e a fabricação das partes estruturais dos mecanismos deverão


estar de acordo com os requisitos das especificações mais recentes da
ABNT e da AWWA (American Water Works Association), ou normas
internacionais equivalentes.

Todos os materiais empregados deverão ser apropriados para as


finalidades previstas e serão padronizados segundo normas internacionais
reconhecidas.

O projeto deverá ser desenvolvido de modo a proporcionar a máxima


economia e o mínimo dispêndio de tempo na montagem, em eventuais
substituições e na manutenção geral.

As especificações seguintes aplicar-se-ão a equipamentos completos,


conforme indicado a seguir no item 3 – Fornecimento. Caso o equipamento
proposto apresente especificações diferentes, o FORNECEDOR
apresentará suas especificações, com justificativas técnicas detalhadas das

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diferenças apresentadas. Sua utilização dependerá de aprovação da
FISCALIZAÇÃO e obrigará o FORNECEDOR a arcar com todos os ônus
direta ou indiretamente derivados da modificação proposta.

Esta especificação é complementada pelas Especificações Técnicas Gerais


nos itens que sejam pertinentes a este fornecimento.

3 – FORNECIMENTO

A CONTRATADA deverá fornecer à COPASA a montagem e o


fornecimento do equipamento completo, equipado com todo o material
necessário ao seu perfeito funcionamento e com a finalidade para qual foi
previsto.

O fornecimento constará do equipamento discriminado no Item 5, o qual


será instalado no local respectivamente referenciado.

Os desenhos referentes às unidades do tratamento secundário da ETE são


apresentados no Item 10.

As cotas de nível dos braços distribuidores dos filtros biológicos


percoladores, bem como os níveis de líquido nas unidades de montante,
jusante e nos próprios filtros, deverão ser obtidas nos desenhos.

Fazem parte ainda deste fornecimento os seguintes materiais e serviços:


• Projeto;
• Fabricação e montagem na fábrica;
• Proteção ou pintura básica;
• Montagem de subconjuntos na fábrica;
• Todas as tintas de retoque na obra;
• Todos os óleos e graxas do primeiro enchimento, com adicional
suficiente para atender a um período de 6 (seis) meses de operação do
equipamento fornecido;
• Todos os cabos elétricos e eletrodos eventualmente necessários à
montagem na obra;
• Todos os insumos necessários à completa montagem dos equipamentos
na obra;
• Todas as ferramentas e/ou dispositivos especiais exigidos para
transporte, montagem, desmontagem e ensaios e testes do
equipamento;
• Um jogo de ferramentas especiais de manutenção, se necessário;

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• Peças sobressalentes;
• Embalagem para transportes dos componentes;
• Adicional de montagem, correspondente a uma quantidade suplementar
de 10% (dez por cento) dos parafusos, chumbadores, porcas, arruelas,
pinos, etc., que serão utilizados para a montagem na obra;
• Todos os materiais e aparelhos de medição necessários para a
realização dos ensaios na fábrica e na obra;
• Supervisão de montagem e ensaios na obra;
• Supervisão e aprovação pela moldagem final de superfícies de apoio, se
as características destas forem relevantes para o desempenho ou para o
desgaste do equipamento;
• Guia civil, acompanhamento e recomendações de acabamento das
estruturas de assentamento e apoio de equipamentos.

4 – DIMENSÕES E CARACTERÍSTICAS DE PROJETO

As dimensões e características principais dos filtros biológicos percoladores


são as seguintes:
• Formato............................................................................................circular
• Nº de filtros.........................................................................................02 un
• Diâmetro adotado para cada filtro:....................................................20,0 m
• Altura total do filtro............................................................................3,80 m
• Altura do meio filtrante......................................................................2,50 m
• Área resultante de cada filtro.........................................................314,0 m²
• Volume de cada filtro.....................................................................785,0 m3
• Vazão mínima por unidade...........................................................63,83 L/s
• Vazão máxima por unidade...........................................................99,07 L/s
• Vazão mínima por unidade com recirculação..............................99,03 L/s
• Vazão máxima por unidade com recirculação............................134,27 L/s
• Perda de carga máxima..................................................................1,5 mca

5 – CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO E DESCRIÇÃO TÉCNICA DOS


COMPONENTES MECÂNICOS

5.1 – Condições de operação

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Os braços distribuidores para filtros biológicos percoladores são utilizados
em Estações de Tratamento de Esgotos para alimentação e distribuição
uniforme do esgoto sobre o leito filtrante, geralmente composto de pedra
britada.

O efluente do reator anaeróbio UASB chega através de uma tubulação


específica ao centro do filtro biológico, onde passa por uma estrutura de
concreto, que serve de sustentação para o conjunto de distribuição. Em
seguida, segue para um cabeçote central de distribuição, encaminhando-se
para os braços diametrais tubulares, onde bocais aspersores fazem a
distribuição homogênea do fluxo sobre o meio filtrante.

A rotação do distribuidor é obtida pela força de reação do efluente que


escoa. Os orifícios são dispostos de tal forma que a velocidade periférica
máxima, permitida à extremidade dos braços distribuidores, não seja
ultrapassada, mesmo no pico da vazão prevista.

5.2 – Descrição técnica dos componentes mecânicos

O conjunto é basicamente constituído pelos seguintes itens: coluna central


de alimentação, braços distribuidores e bocais aspersores.

A coluna central de distribuição consiste em uma estrutura tubular, com


quatro saídas eqüidistantes, na qual são fixados os braços distribuidores
rotativos.

O sistema deverá possuir um rolamento de esferas, de escora, de grandes


dimensões, de modo a minimizar as perdas por atrito e sustentar o peso do
conjunto, bem como evitar eventuais desbalanceamentos durante a
operação.

Os diâmetros dos braços são, de tal maneira, projetados que aliados às


velocidades necessárias, tenham geometria, para permitir a sua
sustentação pelos cabos de aço fixados na coluna de distribuição.

O mecanismo é dotado de rolamento, projetado para suportar as cargas


axiais e radiais, e ainda de buchas e anéis de vedação.

Cada braço contém um número de orifícios necessários para que possa


proporcionar uma distribuição uniforme do efluente sobre a camada filtrante
do filtro, bem como, por meio da carga dinâmica atuante, possa promover a
rotação dos braços.

Os bocais aspersores, situados em cada um dos orifícios, possibilitam a


distribuição uniforme de líquido na superfície do filtro biológico percolador.

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5.3 – Materiais

O aço estrutural deverá estar de acordo com a Norma ASTM A-36-70, ou


superior.

Os tubos distribuidores e os aspersores deverão ser em aço inox AISI 304.

As peças fundidas deverão estar de acordo com a Norma ASTM A-48-64,


ou superior.

Outros materiais deverão estar de acordo com as respectivas Normas


ASTM ou equivalentes.

A escolha destes materiais estará vinculada ao seu uso contínuo e com


bons resultados, em condições semelhantes ao serviço.

As engrenagens do mecanismo central e da unidade de acionamento


deverão ser projetadas conforme os AGMA Standards ou equivalentes, com
durabilidade da ordem de 100.000 horas.

Todos os rolamentos de rolos ou esferas deverão ter classificação L-10 da


ordem de 50.000 horas, no mínimo.

Parafusos, porcas e chumbadores serão de aço inoxidável AISI-304.

5.4 – Montagem dos equipamentos

A montagem do equipamento será feita de acordo com os termos das


Especificações Técnicas Gerais. A CONTRATADA será responsável pelo
fornecimento e a montagem dos equipamentos e materiais constantes da
Relação de Materiais e Equipamentos, nas listagens definidas como de sua
competência.

6 – PINTURA E PROTEÇÃO

6.1 – Preparação das superfícies

As superfícies externas deverão ser devidamente preparadas para receber


pintura anti-corrosiva. Deverão ser isentas de todos os vestígios de carepas
de laminação, ferrugem, respingos de solda, óleos, graxas, sujeiras e
demais substâncias estranhas, objetivando-se obter superfícies totalmente
limpas e secas.

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As superfícies de aço deverão ser jateadas com areia ao grau de metal
quase branco, conforme a norma SSPC-SP10-68T (SIS Sa 2,5), do “The
Steel Structures Painting Council”.

6.2 – Pintura

A pintura básica, para proteção anticorrosiva das superfícies, será de


acordo com a Norma SSPC-PS-11-68T, conforme resumo a seguir:
• Material: revestimento epóxi / alcatrão de hulha em dois componentes;
• Número de demãos: 01 (uma) de cada componente;
• Espessura seca por demão: 200 μm;
• Espessura final do sistema: 400 μm.

Os equipamentos mecânicos e elétricos, normalmente fornecidos com


acabamento de fábrica, deverão receber do FABRICANTE tratamento
superficial adequado para serviço sujeito às intempéries e/ou à
agressividade do ambiente onde irá operar.

6.3 – Demais proteções

As superfícies, que obviamente não devam ser pintadas, tais como pontas
de eixos e engrenagens, deverão ser protegidas contra corrosão por meio
de recobrimento apropriado, tal como graxa ou esmalte removível. Esta
proteção deverá ser mantida durante todo o período de montagem na obra
e removida apenas quando da entrada do equipamento em operação.

Parafusos, porcas e arruelas, previstos nos equipamentos sujeitos a


intempéries, deverão ser zincados a quente, de acordo com a norma ASTM
A-153, Classe C.

7 – ENSAIOS E INSPEÇÕES

7.1 – Ensaios e Inspeções na fábrica

Os ensaios e inspeções na fábrica deverão ser programados e formalizados


pela COPASA, segundo um Roteiro de Inspeções a ser elaborado de
comum acordo com o FORNECEDOR.

7.2 – Ensaios e inspeções na obra

7.2.1 – Ensaios de recebimento provisório – Testes

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Após a instalação final, quando todos os componentes estiverem
adequadamente montados e alinhados, todo o equipamento deverá receber
um ensaio completo de funcionamento, onde deverá demonstrar sua
capacidade de operação sem vibrações ou superaquecimento, provando,
sem nenhuma dúvida, sua adequação ao serviço proposto. Durante os
ensaios, serão verificados os principais parâmetros de eficiência e
desempenho.

Eventuais defeitos detectados deverão ser corrigidos pelo FORNECEDOR,


repetindo-se os ensaios até que sejam obtidos resultados satisfatórios.

Se o FORNECEDOR não for capaz de demonstrar à COPASA que o


equipamento desempenhará satisfatoriamente o serviço para o qual foi
projetado, este equipamento deverá ser rejeitado e o FORNECEDOR
deverá então desmontar e retirar o equipamento, às suas próprias custas, e
reparar ou substituir os componentes defeituosos. Após os reparos e
remontagem, nova série de ensaios será executada, até que o equipamento
esteja em condições de ser aceito.

7.2.2 – Pré-operação do equipamento e recebimento provisório

O FORNECEDOR deverá supervisionar a operação do equipamento em


condições reais de funcionamento. Quaisquer deficiências observadas
deverão ser por ele reparadas, e o equipamento só será considerado como
recebido para operação quando seu desempenho for inteiramente
satisfatório pela FISCALIZAÇÃO e de acordo com os termos desta
Especificação Técnica.

7.2.3 – Recebimento definitivo

Os ensaios de recebimento definitivo deverão ser realizados ao final do


prazo de garantia. Esses ensaios comprovarão, de forma definitiva, a
qualidade e desempenho dos equipamentos fornecidos

O equipamento só será recebido definitivamente após três meses


consecutivos de funcionamento, prazo julgado satisfatório pela
FISCALIZAÇÃO, de acordo com os termos desta Especificação Técnica.

8 – PEÇAS SOBRESSALENTES

O CONTRATADO deverá propor, para cada unidade instalada, peças


sobressalentes que deverão ser fornecidas para um período de operação
de 2 (dois) anos. As peças sobressalentes deverão ser cotadas em
separado na proposta.

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9 – GARANTIAS

Os equipamentos deverão apresentar garantia de desempenho e eficiência,


devendo o CONTRATADO apresentar esta garantia na sua proposta,
quando operando nas condições especificadas. Os termos das garantias
deverão abranger um período de 24 meses, contados a partir do início da
operação do equipamento.

10 – Desenhos de referência

REA – 07/18 – Reatores anaeróbios UASB – Planta Nível Superior


REA – 09/18 – Reatores anaeróbios UASB – Cortes BB e CC

FIL – 01/03 – Filtros biológicos percoladores – Plataforma


FIL – 02/03 – Filtros biológicos percoladores – Plantas
FIL – 03/03 – Filtros biológicos percoladores – Cortes e detalhes

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