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2/4/2019 Indignação seletiva

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Ana Paula Henkel


Furando o bloqueio contra o politicamente correto

As informações e opiniões formadas neste blog são de responsabilidade única do autor.

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Indignação seletiva
Ana Paula Henkel
18 Setembro 2018 | 19h53

Há mais de um ano essa coluna nasceu após uma polêmica quando dois atletas do futebol paulista, Jadson (Corinthians) e
Felipe Melo (Palmeiras) declararam voto para Jair Bolsonaro, sendo depois ferozmente patrulhados pelos radicais de sempre
da imprensa esportiva, os mesmos que nunca viram qualquer problema, por exemplo, no lulismo de David Luiz, zagueiro do
Chelsea que evoca tristes memórias na seleção brasileira, ou de ex-atletas do vôlei e da natação. Indignação seletiva?

Quando defendi o direito dos atletas de se expressarem politicamente, fui igualmente atacada por estes mesmos jornalistas e
membros da esquerda paz e amor, e minha resposta, em defesa da liberdade de expressão, despertou o interesse dos editores
deste jornal, uma honra para mim que toda semana faço o meu melhor para retribuir. Para não dizer que os críticos estão
totalmente errados, tendo a concordar que manifestações político-partidárias devem ser evitadas quando os atletas estão
representando o Brasil em quadra, como aconteceu na vitória contra a França pelo Mundial masculino de vôlei, mas
manifestações individuais de esportistas nas suas próprias redes sociais ou em seus clubes, exercendo seus direitos
constitucionais de cidadãos, não podem de forma alguma serem constrangidas ou cerceadas.

O que me chamou a atenção, no entanto, não foi o teor político em algumas comemorações nos eventos esportivos pelo
Brasil neste fim de semana, mas o fato de que os mesmos críticos dos atletas que expressaram suas posições políticas (será
que criticariam se a escolha fosse a mesma que a deles?) aplaudiram Colin Kaepernick, 30 anos, ex-quaterback que desde
2016 não tem vaga em times da liga nacional de futebol americano por seu desempenho sofrível nos campos. Em 2016,
Kaepernick chamou atenção da imprensa por sistematicamente desrespeitar a execução do hino nacional antes dos jogos,
além de outras presepadas e fanfarronices típicas de quem quer mitigar o baixo desempenho esportivo, e quem sabe evitar
um possível término de contrato e a perda de milhões de dólares, com ativismo político.

Seu radicalismo não garantiu lugar em clube algum, mas nestes tristes tempos de politização de tudo vemos que sua
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estratégia marqueteira está funcionando ao menos para conseguir contratos publicitários milionários como o recente com a
gigante Nike, que joga, antes de qualquer coisa, mais combustível na já perigosa fogueira da extrema polarização política que
vive a América. Mais uma vez, é o capitalismo premiando anticapitalistas, uma aula básica de política para quem ainda não
entende que defender o livre mercado, como fazem os conservadores, não significa defender cegamente tudo que grandes
corporações fazem apenas por serem empresas privadas, como fazem os ultra-liberais, e ignorar as consequências na
sociedade. Alertas precisam ser dados, o resto é por conta do mercado. Ou será um touchdown ou um fumble histórico.

Colin Kaepernick parece detestar o país que deu a ele fama e fortuna. Seu ativismo inclui não apenas o desrespeito aos
símbolos nacionais nos jogos e aos veteranos de guerra que são representados pela bandeira e hino americanos, o que causou
sérios prejuízos à NFL, mas também usar meias com policiais como “porcos”, os mesmos que arriscam a vida por negros e
brancos diariamente. Já tratei do assunto num artigo anterior, mas a recente campanha da Nike me obrigou a retornar ao
tema. No ano passado, Colin Kaepernick processou a liga acusando seus dirigentes de conluio para que nenhum clube desse
vaga a ele, como se ser um ativista de esquerda não fosse valorizado pelos donos da NFL e a atual imprensa americana que
adora apostar no quem lacra, lucra.

Ruim nos campos, pior ainda fora deles. O ex-atleta e atual garoto-propaganda também já doou muito dinheiro para a
Assata’s Daughters, grupo radical de esquerda que homenageia Assata Shakur, ex-Pantera Negra que foi condenada e presa
pelo assassinato de um policial em 1973. Seis anos depois, Assata Shakur fugiu da cadeia e em 1984 fugiu para Cuba onde
pediu asilo político e mora até hoje. As doações de Colin Kaepernick incluem dinheiro para o programa CopWatch, que
treina voluntários para filmar ações policiais. Ele também já doou para grupos que combatem “mudanças climáticas” e
combustíveis fósseis, e que apóiam as políticas de importação em massa de imigrantes do Partido Democrata, assim como
causas abortistas.

A NFL pagou um alto preço pelo desrespeito aos símbolos nacionais americanos nos últimos meses e voltou atrás, mas a
Nike resolveu reacender a polêmica num caminho que lembra o infame fotógrafo Oliviero Toscani e as campanhas
publicitárias que causaram danos praticamente incuráveis para a marca Benneton. O tempo e o mercado, com seus
consumidores ávidos e mais ativos que nunca, dirão se a forma de lucrar lacrando de uma das maiores empresas esportivas
do mundo foi longe demais. Os boicotes à marca já começaram e depois de perder bilhões no mercado e ser questionada por
investidores, vídeos com consumidores queimando produtos da marca começam a viralizar aqui nos EUA. O preço que a
empresa poderá pagar pela saliência pode ser alto.

Nestes tempos de bússola moral torta, com corporações apoiando causas que, no limite, destruirão parte ou o sistema que
criou estas empresas, temos que lembrar que não há qualquer mérito em “acreditar em algo” cegamente, apenas como
pagamento de pedágio ideológico. Podemos, sim, fugir da gritaria e histeria ideológica pra defender o que é verdadeiro, certo
e justo. Just do it.

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Homens não são mulheres com defeito


Ana Paula Henkel
15 Janeiro 2019 | 19h11

Como meus queridos leitores sabem, passei o último ano tentando trazer um pouco de racionalidade para o debate sobre
transsexuais no esporte. A invasão de homens biológicos nos esportes femininos não é apenas errado, é um ataque frontal e
um desrespeito inaceitável às mulheres, algo tão óbvio que a própria discussão é, em si, ultrajante. Agora é a vez de sair em
defesa dos homens.
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A polêmica da semana por aqui na América é o comercial de TV da Gillette, a famosa fabricante de lâminas e produtos de
limpeza da gigante Procter & Gamble, que resolveu atacar o que, imagina, é a atitude padrão dos homens: estuprar, assediar e
agredir, entre outros crimes indefensáveis. Entre outras narrativas absurdas apresentadas no comercial, a empresa propõe a
todos os homens “barbear sua masculinidade tóxica”! A mudança estaria começando agora com os movimentos feministas
radicais, como o “Me Too”, o mesmo que demorou vinte anos pra levantar dos sofás das produtoras de Hollywood, já que
nunca teria ocorrido a ninguém na história que estuprar, assediar ou agredir era errado. Obrigada, feministas!

Tente por um minuto imaginar um estuprador vendo uma manifestação de moças de cabelo roxo, algumas usando fantasias
de vagina, outras nuas, urinando e urrando nas ruas de uma metrópole ocidental. Alguém sinceramente acha que ele vai parar
de estuprar por causa disso? Não custa lembrar que muitas destas manifestações, repletas de celebridades, foram financiadas
e incentivadas por Harvey Weinstein, um dos maiores estupradores e assediadores de Hollywood, o mesmo que financiou
durante décadas os filmes das moças do tal movimento “Me Too” mencionado acima. O assunto é sério, mas não deixa de ter
sua ironia.

Meninos e meninas, evidentemente, possuem qualidades e defeitos e cabe a todos nós, como sempre coube, mostrar os
melhores exemplos, educar, disciplinar, colocar limites e orientar. Quando uma corporação cria uma campanha bilionária
focando num estereótipo extremo, evidentemente não representativo da grande maioria dos homens que usam seus produtos,
ela está sendo, e não há outra palavra para usar, preconceituosa. Um comercial com a mesma ideia sobre mulheres ou
qualquer minoria é possível? Você sabe a resposta.

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Vou sempre sair em defesa de homens maravilhosos e honrados como meu pai, meu marido, meu filho e grandes amigos
porque sei que são educados demais e ocupados o suficiente para não responderem a mais essa ofensa de certas elites
completamente desconectadas da realidade, encapsuladas em seus mundinhos auto-referentes, que ao demonizar os homens
acabam por facilitar a vida de estupradores, assediadores e agressores que podem assim alegar que são “homens como todos
os outros” e desaparecer na multidão. Se o comportamento abusivo é padrão e natural, como condenar os criminosos por seus
crimes? Eles estão apenas “sendo homens”, na lógica perversa e pervertida do extremo-feminismo.

Em vez de vilipendiar a masculinidade, é preciso reforçar o papel histórico dos homens na proteção das mulheres e do lar, na
parceria na criação e cuidado com os filhos, e não o uso de espantalhos ideológicos preconceituosos para agradar a sanha de
meia dúzia de ativistas enlouquecidas e mal resolvidas. Mesmo como estratégia de negócios, basta uma rápida olhada nas
manifestações destas autoproclamadas feministas para ver que não são exatamente o público consumidor preferencial de
lâminas para depilação.

Desde que o mundo é mundo, há estupradores, assediadores e agressores, e a maneira de combater estes crimes passa
necessariamente pelo trabalho heroico de homens de bem. Um breve estudo comparado das diversas sociedades ao longo da
história bastaria para qualquer um concluir que a América contemporânea é, sem qualquer dúvida, o melhor lugar para que
mulheres possam viver, trabalhar, estudar, criar os filhos e se realizar plenamente em todos os papéis que sonharem.

Tenho vergonha como mulher por todas as ingratas que


https://politica.estadao.com.br/blogs/ana-paula-henkel/indignacao-seletiva/ não reconhecem isso as mesmas que costumam relativizar os 4/6
Tenho
2/4/2019 vergonha, como mulher, por todas as ingratas que não reconhecem isso, as mesmas que costumam relativizar os
Indignação seletiva

mesmos crimes em outras culturas onde mulheres não têm nenhuma voz na sociedade. Fica cada dia mais óbvio que o atual
feminismo, e os engajados pagadores de pedágio ideológico, tem muito mais raiva dos homens do que amor pelas mulheres.

Se os responsáveis pela campanha publicitária tiveram problemas com homens durante suas vidas, que tomem as devidas
providências mas não usem seus recursos quase ilimitados para fazer terapia de grupo nas casas dos milhões de homens que
amam, protegem, ajudam e convivem harmoniosamente com as mulheres e nunca fizeram nada por merecer tamanha ofensa.

O comercial, que não passa de uma forçada de barra cafona num impressionante contorcionismo ideológico para tentar
emplacar a tese das feministas de Hollywood de que todos os homens são iguais, é apenas mais do mesmo da atual bolha
progressista, mais um discurso vazio da geração mais afetada e autoindulgente da história e que só engana trouxas ou
desavisados.

Como ouvi recentemente, é preciso parar com a ideia bizarra de que homens são “mulheres com defeito” e basta “castrá-los”
para que sejam dóceis, obedientes e respeitadores. Aqui deixo meu beijo carinhoso a todos os homens que foram
injustamente atacados por uma peça publicitária pobre e feita apenas para colocar mais verniz na narrativa idiota e inútil do
“Mulheres X Homens”. Que nós mulheres sejamos sempre gratas aos bons homens que lutam há séculos por um mundo livre
e seguro para todas nós. Foram bons homens que criaram as leis que proíbem os crimes que supostamente incomodam as
feministas mais radicais. E eles são a regra, não a exceção.

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