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INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Departamento de Engenharia Elétrica


Centro Tecnológico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CONVERSOR BOOST OPERANDO EM CONDUÇÃO CRÍTICA


APLICADO À CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA

Responsável pelo Trabalho:

Alessandro Luiz Batschauer (INEP/EEL – UFSC)


Anis Cézar Chehab Neto (INEP/EEL – UFSC)
Clóvis Antônio Petry (INEP/EEL – UFSC)

Professor Responsável:

Prof. Alexandre Ferrari de Souza (INEP/EEL – UFSC)

Novembro/2000

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 3

2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO CONVERSOR BOOST OPERANDO EM CONDUÇÃO


CRÍTICA ........................................................................................................................................................................... 4
2.1 PRIMEIRA ETAPA (T0, T1) ................................................................................................................................... 4
2.2 SEGUNDA ETAPA (T1, T2) ................................................................................................................................... 5
2.3 CONVERSOR BOOST COM TENSÃO SENOIDAL NA ENTRADA ............................................................................... 5
3 RETIFICADOR COM PRÉ-REGULADOR DO TIPO BOOST EM CONDUÇÃO CRÍTICA ..................... 8

4 EXEMPLO DE PROJETO .................................................................................................................................. 12


4.1 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO ......................................................................................................................... 12
4.2 PROJETO DO PRÉ-REGULADOR BOOST (LB, SB E DB) ...................................................................................... 13
4.2.1 Cálculo do indutor boost (Lb)................................................................................................................... 13
4.2.2 Cálculo do intervalo de condução do interruptor boost (Sb) .................................................................. 13
4.2.3 Cálculo dos elementos de saída do conversor (Ro e Co) .......................................................................... 13
4.2.4 Esforços no indutor boost (Lb) ................................................................................................................. 14
4.2.5 Esforços no interruptor boost (Sb)............................................................................................................ 14
4.2.6 Esforços no diodo boost (Db) ................................................................................................................... 15
4.3 PROJETO DO FILTRO DE ENTRADA (CF E LF) .................................................................................................... 16
4.4 ESTIMATIVA DO FATOR DE POTÊNCIA E DA TAXA DE DISTORÇÃO HARMÔNICA ............................................... 17
5 SIMULAÇÃO DO RETIFICADOR COM ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA ......................................... 19

6 ANÁLISE HARMÔNICA .................................................................................................................................... 24


6.1 ESPECTRO HARMÔNICO DA CORRENTE DE ENTRADA DO RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO E
ENQUADRAMENTO NA NORMA IEC 555-2 .................................................................................................................... 24
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................................... 27

8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 28
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1 INTRODUÇÃO

De acordo com as discussões realizadas nos trabalhos [2], [3] e [4] faz-se necessário a
correção do fator de potência, sendo usado para tal um conversor estático de potência operando
como pré-regulador de tensão. Um dos conversores mais utilizados para realizar a operação de pré-
regulação de tensão é o conversor boost, operando nos seus três modos possíveis de operação:
descontínua, crítica e contínua.
Conforme apresentado anteriormente [2], [3] e [4], a operação do conversor boost, e de outras
topologias (zeta, sepic e flyback), operando em condução descontínua, apresenta como principal
desvantagem os altos picos de corrente nos elementos do circuito. A operação do conversor boost
em condução contínua é uma das mais utilizadas pela indústria. No entanto, neste modo de
operação, o circuito de comando e controle torna-se mais elaborado e portanto envolve maiores
custos. Desta forma, em aplicações de baixa potência, onde o custo do equipamento é fator
determinante na escolha da topologia e modo de operação, torna-se interessante o uso do conversor
boost operando em condução crítica, devido à facilidade de implementação do circuito de comando
e controle usando-se um circuito integrado desenvolvido especificamente para tal modo de
operação. Trata-se dos circuitos integrados UC3852 da Unitrode/Texas e o L6560 da SGS-
Thomson. Estes circuitos integrados são de baixo custo e foram otimizados para a aplicação em
estudo.
Uma das desvantagens da operação em condução crítica é que a freqüência de operação do
circuito é variável. Isto faz com que os elementos magnéticos do circuito sejam dimensionados para
a menor freqüência, elevando assim o volume destes elementos. Em relação às perdas, tem-se um
aumento quando a freqüência de operação aumenta. Por isso é recomendado o uso do conversor
boost em operação crítica para baixas potências.
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2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO CONVERSOR BOOST OPERANDO


EM CONDUÇÃO CRÍTICA

De modo a facilitar a análise, será considerado o conversor boost em sua configuração CC-CC
para efeito de descrição das etapas de funcionamento.
Na Fig. 1 mostra-se o diagrama elétrico do conversor boost em estudo.
Lb Db

+ Sb +
Vin Vo Ro
- -

Fig. 1 - Conversor boost.

2.1 Primeira etapa (t0, t1)

No instante t0 o interruptor Sb entra em condução. Durante esta etapa o indutor Lb armazena


energia recebida da fonte Vin. A corrente no mesmo cresce linearmente até atingir o seu valor de
pico em t1. No instante t1 o interruptor é aberto. A corrente da carga nesta etapa de funcionamento
é fornecida pela fonte Vo. Na Fig. 2 mostra-se o circuito do conversor para a primeira etapa de
funcionamento. O tempo de duração desta etapa é fixo durante um período da tensão da rede.
Lb Db
I
Lb
+ Sb +
Vin Vo Ro
- -

Fig. 2 - Conversor boost durante a primeira etapa de funcionamento.

Durante esta etapa, a corrente no indutor pode ser representada por:


Vin
I Lb ( t )  t
Lb

Ao final desta etapa a corrente no indutor será a corrente de pico Ip.


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2.2 Segunda etapa (t1, t2)

No instante de abertura do interruptor Sb em t = t1, o diodo Db entra em condução. Durante


esta etapa, o indutor Lb e a fonte Vin fornecem energia para a carga, desmagnetizando o indutor Lb.
A corrente no indutor decresce linearmente até se anular no instante t2. Na Fig. 3 mostra-se o
circuito do conversor boost para a segunda etapa de funcionamento.
Lb Db
I
Lb
+ Sb +
Vin Vo Ro
- -

Fig. 3 - Conversor boost durante a segunda etapa de funcionamento.

Durante esta etapa a corrente no indutor boost é dada por:

Vo  Vin
I LB ( t )  Ip  t
Lb

O instante em que a corrente se anula deve ser detectado pelo circuito de comando a fim de
instantaneamente comandar o interruptor Sb a entrar em condução, repetindo assim a primeira
etapa.

2.3 Conversor boost com tensão senoidal na entrada

Na Fig. 4 mostra-se o conversor boost com tensão senoidal retificada na entrada. Mostra-se
também na Fig. 4 o diagrama de blocos do circuito de comando que será discutido com detalhes no
Cap. 5.
O interruptor Sb opera em alta freqüência e em condução crítica. O tempo de condução do
interruptor Sb é fixo e definido em função dos elementos e grandezas do circuito de potência. Desta
forma, para ter-se condução crítica é necessário detectar o instante em que a corrente no indutor se
anula, para aí comandar novamente o interruptor a entrar em condução. Este sensoriamento da
corrente pode ser feito através de um resistor shunt ou usando-se sensores de efeito hall.
Comandando-se o interruptor da forma definida no parágrafo anterior, ou seja, em condução
crítica da corrente em Lb e com tempo de condução constante, faz-se com que a corrente no indutor
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siga naturalmente a tensão de entrada, não havendo a necessidade de uma malha de corrente para
impor a forma e a posição da corrente em relação à tensão.
O circuito necessitaria de uma malha de regulação da tensão de saída, alterando o tempo de
condução do interruptor em função da alteração da carga, ou da tensão de entrada. No trabalho em
questão não se inclui a malha de regulação de tensão.

Lb Db

D1 D2
Lf
Sb
Vin + Cf Cr Ro
-

D3 D4

I
amostrada

Comando

e
Controle

Fig. 4 – Conversor boost como pré-regulador.

Na Fig. 5 mostra-se a forma de onda da corrente no indutor boost. Nota-se que os pulsos de
comando possuem largura fixa, fazendo com que a primeira etapa de funcionamento tenha tempo
de duração fixo, enquanto que a segunda etapa de funcionamento do circuito tem duração variável,
sendo mais rápida nos instantes em que a tensão de entrada é baixa e mais lenta nos instantes em
que a tensão de entrada está no seu máximo. Isto ocorre porque nos instantes em que a tensão de
entrada é pequena, a tensão sobre o indutor na sua desmagnetização é praticamente a tensão de
saída (VLin = Vo – Vin  Vo), assim a etapa de desmagnetização do indutor é rápida; enquanto que
nos instantes de máximo da tensão de entrada tem-se sobre o indutor de desmagnetização a
diferença entre a tensão de saída e o pico da tensão de entrada (VLin = Vo – Vin), fazendo com que a
desmagnetização seja mais lenta.
Pela forma de onda da Fig. 5 nota-se a presença de harmônicas de alta freqüência na
corrente de entrada, que é a mesma do indutor boost para um semi período da rede. Desta forma
torna-se necessário incluir no circuito do pré-regulador um filtro passa-baixas, a fim de impedir a
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propagação destas harmônicas de corrente para a rede. Este filtro passa-baixas é implementado
inserindo-se um indutor em série com a rede e um capacitor em paralelo com a saída da ponte
retificadora a diodos. Com esta forma de conectar-se o filtro consegue-se impedir a circulação de
harmônicas de alta freqüência pelos diodos retificadores, permitindo assim o uso de diodos de baixa
freqüência.

Fig. 5 - Forma de onda da corrente no indutor boost.

Também com relação ao filtro de entrada do pré-regulador, é necessário ressaltar sua redução
física em comparação ao filtro do mesmo pré-regulador operando em condução descontínua. Isto se
deve ao fato de que na condução descontínua têm-se intervalos em que a corrente no indutor (e na
entrada) é nula, incrementando assim as harmônicas de alta freqüência.
No que concerne à adequação do pré-regador boost operando em condução crítica na norma
de EMI pode-se ressaltar que o fato da freqüência de operação ser variável tem-se uma facilidade
maior no atendimento da norma. Isto ocorre porque com freqüência variável os harmônicos de
corrente devido à comutação do interruptor boost e do diodo boost não estão localizados num único
ponto do espectro de freqüências, “diluindo” assim a interferência causada pela comutação numa
faixa do espectro, facilitando a filtragem pelos filtros de EMI.
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3 RETIFICADOR COM PRÉ-REGULADOR DO TIPO BOOST EM CONDUÇÃO


CRÍTICA

No capítulo anterior foi discutido o funcionamento do conversor boost operando em condução


crítica. Neste capítulo apresentar-se-á as principais expressões deste conversor visando apresentar
uma possível metodologia de projeto para o conversor em estudo. As expressões mostradas a seguir
são demonstradas em [1].
A tensão de entrada é dada por:

Vin ( t )  Vp sen(t ) (Eq. 1)

A variação de corrente na primeira etapa é idêntica a variação da corrente na segunda etapa.


Desta forma:

i ton  i toff (Eq. 2)

O tempo de condução e bloqueio do interruptor é definido por:

t on  D( t )  T (Eq. 3)

t off  (1  D( t ))  T (Eq. 4)

Assim, a relação entre a tensão de entrada e de saída é dada por:

Vo sen(t )
 (Eq. 5)
Vp 1  D( t )

A relação entre a tensão de entrada e saída pode ser definida como:


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Vp
a (Eq. 6)
Vo
Tem-se portanto a expressão que determina a variação da razão cíclica durante um período da
rede:

D( t )  1  a  sen(t ) (Eq. 7)

O ábaco da razão cíclica variando com o “t” é mostrado na Fig. 6. Nota-se pela Fig. 6 que a
razão cíclica é mínima quando a tensão de entrada for máxima (wt = 900) e máxima quando a
tensão de entrada estiver passando pelo zero (wt = 0 e wt = 1800).

D(wt) a = 0,1

a = 0,2
0.8

a = 0,4

0.6

a = 0,6

0.4

a = 0,8

0.2
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
wt

Fig. 6- Variação da razão cíclica instantânea em função de wt.

Considerando que a freqüência de comutação é muito maior que a freqüência da rede, tem-se
uma variação senoidal da corrente média instantânea de entrada, definida pela expressão:
I med ( t )  I med p  sen(t ) (Eq. 8)

É importante ressaltar que esta expressão só é válida porque a corrente no indutor segue uma
senóide.

O valor máximo da corrente média será:


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Ip
I med p  (Eq. 9)
2
O tempo de condução do interruptor é dado por:

4  L in  Po
t on  (Eq. 10)
Vp 2

O tempo de condução do diodo é dado por:

4  L in  Po sen(t )
t off  (Eq. 11)
Vp Vo  Vp  sen(t )

A variação da freqüência de comutação durante um período da rede é dada por:

a 2  Vo 2  (1  a  sen(t ))
fs( t )  (Eq. 12)
4  Po  Lin

Considerando um conversor operando com tensão de saída Vo = 450V, potência de saída Po =


300W, relação entre a tensão de entrada e de saída a = 0,346 e indutância boost Lin = 0,403mH
pode-se traçar a curva mostrando a variação da freqüência de operação do conversor em um período
da rede. Esta curva está mostrada na Fig. 7. Os dados deste parágrafo valem para o conversor em
estudo.

f(wt) 55
[kHz]

50

45

40

35

30
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
wt

Fig. 7 - Variação da freqüência de operação do conversor em um período de rede.


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Nota-se pela Fig. 7 que a freqüência de operação do conversor varia de seu máximo valor, em
torno de 50kHz, quando a tensão de entrada estiver passando por zero (wt = 00 e wt = 1800), para
seu valor mínimo, em torno de 33kHz, quando a tensão de entrada estiver no seu máximo valor (wt
= 900).
Determinando-se a máxima freqüência de comutação (ou a mínima) pode-se determinar a
mínima (ou a máxima) freqüência de comutação por:

fs min  (1  a )  fs max (Eq. 13)

O indutor boost pode ser determinado por:

a 2  Vo 2  (1  a )
L in  (Eq. 14)
4  Po  fs
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4 EXEMPLO DE PROJETO

Neste capítulo se fará o projeto de um retificador com elevado fator de potência, utilizando o
conversor boost operando em condução crítica como pré-regulador. O circuito a ser projetado é
mostrado na Fig. 8.

Lb Db

D1 D2
Lf
Vg Sb
+ +
Vin + Cf - - Cr Ro
-

D3 D4

Fig. 8 - Retificador com elevado fator de potência.

4.1 Especificações de Projeto

As especificações de projeto são as seguintes:

 Vin  110V Tensão eficaz da rede elétrica;

 Vp  Vin  2  155,56V Valor de pico da tensão da rede elétrica;

 Vo  450V Tensão média na carga;

 Po  300W Potência média na carga;

 Vo  0,05 Vo Ondulação de tensão na carga;

 fs max  50kHz Freqüência de comutação máxima;

 f  60 Hz Freqüência da rede elétrica.


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4.2 Projeto do pré-regulador boost (Lb, Sb e Db)

4.2.1 Cálculo do indutor boost (Lb)

Conhecendo-se a tensão de entrada e saída do conversor pode-se obter a relação entre estas:

Vp 155,56
a   0,346 (Eq. 15)
Vo 450

A mínima freqüência de operação é dada por:

fs min  (1  a )  fs max  (1  0,346)  50k  32,7kHz (Eq. 16)

Portanto o indutor boost será:

a 2  Vo 2  (1  a ) 0,346 2  450 2  (1  0,346)


Lb    0,403mH (Eq. 17)
4  Po  fs min 4  300  32,7k

4.2.2 Cálculo do intervalo de condução do interruptor boost (Sb)

O intervalo de condução do interruptor é dado por:

4  Po  L b 4  300  0,403m
t on    20s (Eq. 18)
Vp 2 155,56 2

4.2.3 Cálculo dos elementos de saída do conversor (Ro e Co)

A resistência de carga é dada por:


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Vo 2 450 2
Ro    675 (Eq. 19)
Po 300

O capacitor de filtragem da tensão de saída é dado por:

Po 300
Co    127F (Eq. 20)

f  Vo  (0,95  Vo)
2 2
  
60  450  (0,95  450) 2
2

4.2.4 Esforços no indutor boost (Lb)

A corrente de pico no indutor boost é dada por:

Vp  t on 155,56  20
I Lb p    7 ,7 A (Eq. 21)
Lb 0,403m

A corrente média na carga é dada por:

Po 300
Io    0,67 A (Eq. 22)
Vo 450

Assim, a corrente eficaz no indutor boost é dada por:

4  Io 4  0,67
I Lb ef    3,16A (Eq. 23)
6 a 6  0,346

4.2.5 Esforços no interruptor boost (Sb)

A corrente de pico no interruptor boost (Sb) é a mesma que no indutor boost (Lb):

ISb p  I Lb p  7,7A (Eq. 24)

A corrente média em Sb é dada por:


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4 a  4  0,346  
ISb med   Io   0,67  1,8A (Eq. 25)
a 0,346  

A corrente eficaz em Sb é dada por:

4 3   8 a 4 3    8  0,346
ISb ef    3,97A (Eq. 26)
3 a 2 3  0,346 2 

A tensão máxima sobre Sb será:

VSb max  Vo  450V (Eq. 27)

4.2.6 Esforços no diodo boost (Db)

A corrente máxima no diodo boost é igual a corrente de pico no indutor boost:

I Db p  I Lb p  7,7A (Eq. 28)

A corrente média em Db é dada por:

I Db med  Io  0,67 A (Eq. 29)

A corrente eficaz em Db é dada por:

8 8
I Db ef   Io   0,67  5,14A (Eq. 30)
a   0,346

A tensão máxima sobre o diodo boost será:

VDb max  Vo  450V (Eq. 31)


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4.3 Projeto do filtro de entrada (Cf e Lf)

A freqüência de corte (ou freqüência de ressonância) do filtro de entrada deve estar a uma
década abaixo da freqüência de comutação do conversor boost e cerca de 50 vezes maior que a
freqüência da rede elétrica, como indicado pelas (Eq. 32) e (Eq. 33).
fs max 32,7 k
f corte    3,27 kHz (Eq. 32)
10 10
f corte  50  f  3kHz (Eq. 33)

Adota-se a freqüência de 3,14kHz por estar entre os dois limites calculados anteriormente.

f corte  3,14kHz (Eq. 34)

De modo a evitar oscilações em altas freqüências e deslocamento de fase em baixas


freqüências, costuma-se trabalhar com um coeficiente de amortecimento maior que 0,7 , logo:

 1 (Eq. 35)

De modo a se obter o valor do capacitor e indutor do filtro, deve-se calcular a resistência


equivalente do conversor boost vista pelo filtro de entrada:

fs max  L b fs  L 32,7  0,403m


R eq   max b   20,167 (Eq. 36)
D max 1 a 1  0,346

O capacitor e indutor de filtro podem ser determinados como segue abaixo:

1 1
Cf    1,26F (Eq. 37)
R eq  2    2    f corte 20,167  2 1 2    3,14k

1 1
Lf    2,05mH (Eq. 38)
2    f corte 
2
 Cf 2    3,14k 2 1,26
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4.4 Estimativa do fator de potência e da taxa de distorção harmônica

O fator de potência é definido pela expressão:

Pin
FP  (Eq. 39)
I RMS  VRMS

Onde:


1  Ip  Vp  Ip
Pin  
 0
 Vp  sen(t )   sen(t ) d(t ) 
2  4
(Eq. 40)

Vp
VRMS  (Eq. 41)
2

A corrente de pico durante um período de comutação é dada por:

Ip
I RMS pico  (Eq. 42)
3

A corrente eficaz instantânea na entrada variará conforme:

Ip
I RMS ( t )   sen(t ) (Eq. 43)
3

Seu valor eficaz será então:

 2
1  Ip  Ip
I RMS   
 0 3
 sen(t )  d (t ) 
 6
(Eq. 44)

Portanto o fator de potência pode ser determinado por:


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Vp  Ip
FP   2  6  0,866 (Eq. 45)
4  Vp  Ip

A taxa de distorção harmônica da corrente na entrada será:

2 2
 1   1 
THD     1     1  57,74% (Eq. 46)
 FP   0,866 

O fator de potência determinado em (Eq. 45) é constante e independe da potência solicitada


da rede. Nota-se que a taxa de distorção harmônica é alta devido à presença das harmônicas de alta
freqüência na corrente de entrada devido a sua forma triangular.
Considerando-se que no conversor está presente um filtro de alta freqüência na entrada pode-
se determinar o novo fator de potência e a nova taxa de distorção harmônica, ambos teóricos.
Como a rede “enxerga” apenas a corrente média do indutor Lb tem-se:

 2
1  Ip  Ip
I RMS     sen(t )  d(t ) 
 0 2  2 2
(Eq. 47)

Portanto o novo fator de potência será:

Vp  Ip
FP   2  2  2 1 (Eq. 48)
4  Vp  Ip

A taxa de distorção harmônica presente na corrente solicitada da rede será:

2 2
 1  1
THD     1     1  0,0% (Eq. 49)
 FP  1
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5 SIMULAÇÃO DO RETIFICADOR COM ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA

De modo a verificar a influência do pré-regulador boost na melhora do fator de potência, visto


pela rede, do retificador com filtro capacitivo, simulou-se o circuito da Fig. 9 levando-se em conta
todos os parâmetros calculados na etapa de projeto. De posse dos resultados da simulação, se fará,
no capítulo posterior, uma análise harmônica de modo a checar a concordância ou não com a norma
IEC 61000 3-2.
Lb
403uH Db

Lf D1 D2
2,05mH Vg
Sb
Vin + + Cr Ro
+ Cf
110V - - 200uF 675 Ohm
- 1,26uF

D3 D4

I
amostrada

Comando

e
Controle

Fig. 9 - Retificador com elevado fator de potência - Simulação.

O circuito de comando e controle mostrado na Fig. 9 é implementado amostrando-se a


corrente no indutor boost e, quando esta se anular, gera-se um pulso de comando de largura fixa (ton
constante) que levará o interruptor Sb a conduzir por um tempo pré-determinado (ton). Ao final
deste intervalo de condução, a corrente no indutor começa a decrescer linearmente até se anular.
Detectando-se o instante em que a corrente no indutor se anula inicia-se um novo ciclo de operação.
O circuito integrado UC 3852 da Unitrode/Texas implementa o circuito de comando e
controle descrito brevemente acima. Com intuito de emular-se o funcionamento interno do UC 3852
implementou-se o circuito mostrado na Fig. 10.
Nota-se a presença do sensor de corrente, o resistor Rshunt, no qual está se amostrando a tensão
para detectar-se o instante em que a corrente se anula. Devido a implementação deste detector
usando amplificadores operacionais é necessário uma pequena aproximação, pois a tensão no
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terminal positivo do amplificador operacional nunca seria maior que a do terminal negativo, pois a
corrente no indutor boost nunca assumirá valores negativos devido a ponte retificadora. Desta forma
assume-se que a corrente se anulou quando a tensão no resistor Rshunt atingir aproximadamente
1mV, isto equivale a uma corrente no indutor boost de aproximadamente 23mA.
Desta forma, toda vez que a corrente no indutor boost for menor 23mA a saída do
amplificador operacional será levado a nível lógico alto, setando o flip-flp, que por sua através da
saída Q levará o interruptor a conduzir. Este tempo de condução do interruptor (ton) depende do
tempo que a tensão sobre o capacitor C1 levará para atingir o valor de referência (Vref = 7,92V).
No instante em que a tensão sobre C1 for maior que Vref a saída do amplificador operacional irá a
nível lógico alto resetando o flip-flop. A saída Q será levada a nível lógico baixo. Assim, o
interruptor deixará de conduzir.
Lb Db

0.4mH

D1 D2
D7

Vin
Co Ro
Sb 200uF 675
++
- -

D3 D4

Rshunt

0.043 0

R1 Vcc
3 +
10k 1 SE Q 4
R2
2 - 2 CLK
10k 3 RE Q 5
Vdetec Vclock
-1mV
Vcc

2
Vref
7.92V
0
I1
0
100mA

S2
C1 ++
227.27nF - -

Fig. 10 - Circuito de comando e controle emulando o UC 3852.

No instante em que o interruptor boost deixa de conduzir, a corrente no indutor boost


começará a decrescer linearmente até se anular. Neste instante o flip-flop será setado novamente. A
saída complementar do flip-flop (-Q) será levada a nível lógico alto, assim o interruptor S2 irá
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conduzir descarregando o capacitor C1.


O flip-flop utilizado na simulação (RSFF) necessita de um sinal de clock para ser
sensibilizado da mudança de estado nas suas entradas. Este sinal de clock foi obtido por uma fonte
de tensão pulsada de freqüência bem superior à freqüência de operação do conversor, no presente
caso usou-se aproximadamente 2MHz de clock. Nota-se também que o circuito mostrado na Fig. 10
está sem a presença do filtro de entrada. Os valores apresentados no circuito da Fig. 10 foram
obtidos usando-se as expressões dadas em [5] e [6].
Uma maneira mais simples de comandar-se o interruptor boost com ton constante consiste em
utilizar-se o circuito mostrado na Fig. 11.
Lb Db

0.4mH

D1 D2
Lf D7

2.05mH

Vin Co Ro
Cf
Sb 200uF 675
1.26uF ++
- -

D3 D4

H1 R2
-+ R3
1k Vclock
R1 43.21k
1k 1n
C3
S2 5V V2
++ 13 REXT
- - 9
11 RINT
CEXTQ 8
1 A1 Q 6
2 A2
3 B1
4 B2 R44 R45
CLR 10k 10k
74LS122
5

Fig. 11 - Circuito de comando e controle usando monoestável.

O sensor de corrente foi implementado usando uma fonte de tensão controlada por corrente,
ajustou-se o ganho da mesma na simulação em aproximadamente 20. No instante em que a corrente
no indutor se tornar nula, o interruptor S2 deixará de conduzir liberando o sinal de clock, que é
aplicado na entrada A1 do monoestável (74LS122), este por sua vez produz um pulso de largura
fixa (ton constante) que levará o interruptor a conduzir por um tempo pré-determinado (ton). Findado
este tempo o interruptor deixará de conduzir e a corrente no indutor começará a decrescer até
anular-se novamente. Durante o intervalo de condução, o clock fica inibido porque S2 está
conduzindo.
Na Fig. 12 é mostrada a tensão e a corrente na rede elétrica.
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200

V(Vin)
100

I(Vin)*20
0

-100

-200
0s 5.00ms 10.00ms 15.00ms 20.00ms 25.00ms 30.00ms
Time
Fig. 12 - Tensão e corrente na fonte alternada de entrada.

Pode-se verificar que as formas de onda estão em fase, e que a forma de onda de corrente é
muito semelhante a uma senóide, refletindo em um fator de potência unitário.
Na Fig. 13 é mostrada a corrente no indutor boost. Verifica-se que a corrente que circula pelo
indutor boost é em alta freqüência e está modulada por uma senóide retificada, como já era de se
esperar para o conversor boost operando no modo de condução crítica e fazendo o papel de um pré-
regulador.
7.9A
I(L1)

6.0A

4.0A

2.0A

0A
0s 5.00ms 10.00ms 15.00ms 20.00ms 25.00ms 30.00ms
Time
Fig. 13 – Corrente no indutor boost.

Na Fig. 14 observa-se que a corrente no indutor boost toca em zero e volta a crescer logo em
seguida, caracterizando o modo de operação esperado, a condução crítica.
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7.9A
I(L1)

6.0A

4.0A

2.0A

0A
29.00ms 29.05ms 29.10ms 29.15ms 29.20ms 29.25ms 29.30ms
Time

Fig. 14 - Detalhe da corrente no indutor boost.

Na Fig. 15 é mostrada a tensão na carga.

500V

V = 7,804V
V(Co) 449,624V
450V

441,820V

400V
0s 5.00ms 10.00ms 15.00ms 20.00ms 25.00ms 30.00ms
Time

Fig. 15 - Tensão na carga.

Observa-se que a tensão na carga ficou um pouco abaixo do valor esperado, porém este fato
não é muito relevante, visto que o conversor opera em malha aberta. É valido ressaltar que a
ondulação de tensão na freqüência de 120Hz encontra-se dentro da faixa especificada de 5%.
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6 ANÁLISE HARMÔNICA
O objetivo deste trabalho consiste em melhorar o fator de potência de uma unidade
retificadora com filtro capacitivo, bem como diminuir a taxa de distorção harmônica da corrente
drenada da rede. Estas medidas se fazem necessárias para evitar que o equipamento que contenha na
entrada o retificador com filtro capacitivo introduza na rede harmônicas de corrente que possam
provocar funcionamento inadequado de outros equipamentos conectados no mesmo ponto (PCC).
Também é necessário que o equipamento esteja adequado conforme a norma IEC 61000 3-2, para
que, se o mesmo for comercializado em mercados que adotam a referida norma, este não sofra
restrições quanto a sua comercialização. Desta forma, neste capítulo faz-se a análise harmônica da
forma de onda da corrente drenada da rede e posterior estimativa do fator de potência.
A norma IEC 61000 3-2 é válida apenas para equipamentos alimentados com tensão eficaz de
220V, como este conversor possui uma tensão de entrada de 110V utilizar-se-á a norma IEC 555-2
que apesar de ser para 220V oferece a possibilidade de converter os valores de harmônicas para
qualquer valor de tensão de entrada. Vale salientar que a norma IEC 555-2 não está mais em
vigência portanto o estudo aqui realizado possui caráter ilustrativo.

6.1 Espectro Harmônico da Corrente de Entrada do Retificador com


Filtro Capacitivo e Enquadramento na Norma IEC 555-2

O espectro harmônico da corrente de entrada está representado na Fig. 16.

Gráfico do Espectro Harmônico das Correntes de Entrada

2,5 Norma
Real
2,0

1,5
In [Aef]
1,0

0,5

0,0
3 7 11 15 19 23 27 31 35 39 43 47
Ordem das Harmônicas

Fig. 16 – Gráfico do espectro harmônico das correntes de entrada.


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Na Tabela 1 mostra-se as amplitudes da harmônicas da corrente drenada da rede e os valores


admitidos pela norma IEC 555-2.
Como a amplitude das harmônicas, exceto a fundamental, são pequenas, apresentou-se
somente as harmônicas ímpares de 3 a 49.
Nota-se pela Fig. 16 que a amplitude das harmônicas de ordem superior à sétima harmônica é
desprezível. Quanto ao enquadramento na norma, verifica-se que todas as harmônicas estão abaixo
do limite estabelecido pela norma, o que comprova o ótimo funcionamento do circuito quanto à taxa
de distorção harmônica.
Da simulação obteve-se uma taxa de distorção harmônica de 1,416%. Com estes valores
pode-se então determinar o fator de potência. O fator de potência teórico esperado seria o unitário.
Pela taxa de distorção harmônica obtida da simulação e sabendo-se que o ângulo de defasagem
entre tensão e corrente de entrada foi igual a +0,0o, também obtido da simulação, pode-se calcular o
fator de potência, visto pela rede, do circuito em estudo:
cos  cos(0,0 o )
FP    0,9998998
1  THD 2 1  (0,01416) 2

Pode-se concluir que o circuito apresentado para correção do fator de potência apresenta um
bom desempenho, eliminando a defasagem entre a tensão e a corrente na entrada (fator de
deslocamento) e diminuindo consideravelmente a taxa de distorção harmônica, possibilitando assim
o atendimento às normas vigentes.
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Tabela 1 – Valores da componentes harmônicas de corrente.


Valor da Componente
Ordem Freqüência Valor da Componente
Harmônica
das Harmônicas das Harmônicas [Hz] Harmônica Real [Aef] Admitida na Norma [A]
1 60 2,67781E+00 2,6778E+00
3 180 3,45846E-02 2,0400E+00
5 300 8,83176E-03 1,1400E+00
7 420 4,28507E-03 6,0000E-01
9 540 4,22213E-03 3,0000E-01
11 660 2,52154E-03 2,1000E-01
13 780 3,88909E-03 1,7769E-01
15 900 2,45507E-03 1,5400E-01
17 1020 4,68317E-03 1,3588E-01
19 1140 2,25638E-03 1,2158E-01
21 1260 3,60200E-03 1,1000E-01
23 1380 1,84413E-03 1,0043E-01
25 1500 2,47699E-03 9,2400E-02
27 1620 2,54912E-03 8,5556E-02
29 1740 2,00677E-03 7,9655E-02
31 1860 2,10506E-03 7,4516E-02
33 1980 1,83989E-03 7,0000E-02
35 2100 1,56624E-03 6,6000E-02
37 2220 1,76070E-03 6,2432E-02
39 2340 1,63554E-03 5,9231E-02
41 2460 2,25921E-03 5,6341E-02
43 2580 1,67231E-03 5,3721E-02
45 2700 2,42255E-03 5,1333E-02
47 2820 1,61645E-03 4,9149E-02
49 2940 1,79888E-03 4,7143E-02
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7 CONCLUSÃO

Neste trabalho analisou-se o funcionamento do conversor boost operando em condução crítica


e com a função de um pré-regulador, podendo-se concluir:
 Freqüência de comutação variável. Isto não otimiza o projeto dos componentes magnéticos
que devem ser dimensionados para a menor freqüência de operação;
 Por operar em condução crítica, os valores de pico da corrente no indutor boost seguem
naturalmente a forma de onda da tensão de entrada, tornando dispensável a malha de
regulação de corrente, existindo apenas um monitoramento da passagem por zero da mesma.
Este fato também assegura um fator de deslocamento bem próximo à unidade entre as formas
de onda de corrente e tensão na entrada. Como a corrente segue a forma de onda da tensão, se
esta estiver distorcida, o mesmo ocorrerá com a corrente, podendo alterar os resultados
esperados;
 Por operar em condução crítica, não ocorrem os efeitos de recuperação reversa no diodo
boost, pois a corrente neste se extingue naturalmente, e a entrada em condução do interruptor
é suave. Assim, as perdas de comutação são bastante reduzidas em comparação ao mesmo
conversor operando em condução contínua;
 Apesar da diminuição das perdas em comutação, há um acréscimo de perdas em condução,
pois, a exemplo da condução descontínua, tem-se elevados valores de pico de corrente nos
componentes semicondutores.;
 Por ser um conversor boost, a tensão de saída é sempre maior que a tensão de entrada. Isto
pode ser uma restrição no momento de se dimensionar o conversor de potência que vem após
o retificador com pré-regulador;
 Neste trabalho considerou-se que a carga era fixa, porém isto não ocorre na prática, sendo
necessário a inclusão de uma malha de controle que esteja constantemente observando a
tensão de saída; e através do erro obtido, pela comparação do sinal observado com um sinal
de referência, variar a largura dos pulsos de comando do interruptor (modulação PWM);
 Comparou-se o espectro harmônico da corrente de entrada com os valores permitidos pela
norma IEC 555-2 e observou-se um pleno cumprimento da norma.
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8 BIBLIOGRAFIA

[1] BARBI, Ivo & SOUZA, Alexandre Ferrari – Retificadores de Alto Fator de Potência –
Publicação Interna – Florianópolis, 1996.

[2] BATSCHAUER, Alessandro Luiz, CHEHAB Neto, Anis Cézar & PETRY, Clóvis Antônio –
Simulação e Análise Harmônica de um Retificador com Filtro Capacitivo – Publicação Interna –
Florianópolis, 2000.

[3] BATSCHAUER, Alessandro Luiz, CHEHAB Neto, Anis Cézar & PETRY, Clóvis Antônio –
Conversor ZETA Operando em Condução Descontínua e Malha Aberta aplicado à Correção de
Fator de Potência – Publicação Interna – Florianópolis, 2000.

[4] BATSCHAUER, Alessandro Luiz, CHEHAB Neto, Anis Cézar & PETRY, Clóvis Antônio –
Conversor BOOST Operando em Condução Descontínua e Malha Aberta Aplicado à Correção de
Fator de Potência – Publicação Interna – Florianópolis, 2000.

[5] Power Factor Correction Using the UC3852 Controlled On-Time Zero Current Switching
Technique – Aplication Note U-132, Texas Instruments Incorporated - 1999.

[6] High Power-Factor Preregulator – UC 3852, Unitrode-Texas Instruments Incorporated - 1999.

[7] “International Electrotechnical Commission. International Standard. Reference Number 61000


3-2” - Genebra, 2000.

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